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Universidade Federal de São João del-Rei

Aletas

Alunos:
Christian Cordeiro
Matheus Sant’ Ana Monteiro

Professora: Andrea Lucia Teixeira

Novembro
2023
Resumo

Este trabalho explora a aplicação estratégica de aletas térmicas na gestão de calor. Defi-
nindo aletas térmicas como estruturas projetadas para maximizar a transferência de calor,
destacamos sua importância na prevenção do superaquecimento de processadores. Examina-
se a integração de aletas térmicas nos dissipadores de calor, evidenciando como essas estru-
turas contribuem para a eficiente dissipação de calor e, consequentemente, para o desem-
penho ideal de processadores.

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Sumário

1 Introdução 3

2 Definição de Aletas Térmicas 3

3 Importância na Dissipação de Calor 4

4 Características de aletas 4

5 Tipos de aletas 5

6 Aplicação experimental de aletas em um dissipador de calor (baseada em artigo) 8

7 Conclusão 13
1 INTRODUÇÃO

As aletas térmicas, estruturas projetadas para otimizar a troca de calor, desempenham


um papel vital na gestão térmica de diversos sistemas. Seja em eletrônicos, veículos ou dis-
positivos industriais, as aletas têm a capacidade de melhorar significativamente a eficiência na
dissipação e absorção de calor. Este trabalho explora a natureza das aletas térmicas, destacando
sua aplicação generalizada e, posteriormente, apresenta uma experiência prática que evidencia
seu impacto real em situações específicas. Ao compreendermos o papel crucial das aletas térmi-
cas, podemos apreciar seu potencial para otimizar a performance e a durabilidade em ambientes
sujeitos a variações térmicas.

Figura 1 – Aleta genérica

2 DEFINIÇÃO DE ALETAS TÉRMICAS

As aletas térmicas são estruturas projetadas e incorporadas a objetos ou dispositivos com


o objetivo de otimizar a transferência de calor. Essas estruturas consistem em projeções finas ou
superfícies estendidas, geralmente dispostas perpendicularmente à superfície do objeto princi-
pal. O principal propósito das aletas térmicas é aumentar a área de superfície disponível para a
troca de calor com o ambiente circundante, facilitando assim a dissipação ou absorção eficiente
de calor. Elas são comumente utilizadas em uma variedade de aplicações, incluindo sistemas de
refrigeração, trocadores de calor, radiadores e dissipadores térmicos, desempenhando um papel
crucial na gestão térmica de dispositivos e máquinas.

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3 IMPORTÂNCIA NA DISSIPAÇÃO DE CALOR

A importância das aletas térmicas na dissipação de calor é crucial para o desempenho


e a integridade de muitos dispositivos e sistemas. Essas estruturas desempenham um papel
fundamental na gestão térmica eficiente, proporcionando vários benefícios:
Aumento da Área de Superfície:

• As aletas térmicas aumentam a área de superfície do objeto, proporcionando mais espaço


para a troca de calor com o ambiente circundante. Isso resulta em uma dissipação mais
eficiente de calor.

Melhoria na Transferência de Calor por Condução:

• Ao fornecer caminhos adicionais para a condução de calor, as aletas facilitam a trans-


ferência térmica do objeto para as extremidades, onde o calor pode ser dissipado mais
rapidamente.

Aprimoramento da Convecção:

• As aletas promovem a convecção, facilitando o movimento do ar ao redor do objeto. Isso


aumenta a eficiência na remoção do calor do objeto para o ambiente.

Prevenção do Superaquecimento:

• Em dispositivos como processadores e motores, onde a geração de calor é significativa, a


presença de aletas térmicas é vital para evitar o superaquecimento, que pode prejudicar o
desempenho e a vida útil dos componentes.

Aplicações em Diversos Setores:

• A aplicação de aletas térmicas é ampla, abrangendo desde eletrônicos até sistemas de


refrigeração industrial. Sua presença é essencial em ambientes onde a gestão térmica é
crítica.

Em resumo, as aletas térmicas desempenham um papel essencial na eficiência térmica,


contribuindo para a prevenção de danos por superaquecimento e otimizando o desempenho de
diversos dispositivos e sistemas.

4 CARACTERÍSTICAS DE ALETAS

Existem diversos tipos de aletas térmicas, e a escolha do tipo adequado muitas vezes
depende das características específicas da aplicação e do sistema em questão. Abaixo estão
alguns tipos comuns de aletas térmicas:

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Aleta Infinita:

• A nomenclatura "aleta infinita"deriva de sua característica principal, que consiste em uma


extensão notavelmente superior à sua largura. Sob esta designação, a temperatura na
extremidade da aleta se aproxima da temperatura ambiente. Essa condição específica, ao
ser denominada "infinita", denota uma relação geométrica que simplifica a análise teórica,
proporcionando um comprimento muito superior em comparação com a largura da aleta.

Aleta Adiabática:

• Aletas adiabáticas são caracterizadas pelo fato de não perderem calor significativo através
de suas extremidades. Em outras palavras, a quantidade de calor perdida pela ponta da
aleta é negligenciável.

Aleta Diabática:

• A aleta diabática é definida como uma configuração em que há perda de calor pela extre-
midade da aleta. Em outras palavras, essa aleta permite a transferência de calor significa-
tiva através de sua ponta para o ambiente circundante.

Aleta Finita com Convecção na Ponta:

• A aleta finita com convecção na ponta é caracterizada por uma proporção não significa-
tivamente maior entre seu comprimento e largura, associada a uma perda de calor não
negligenciável. Na extremidade da aleta, a temperatura é inferior em relação às outras
partes da mesma, embora permaneça diferente da temperatura ambiente.

Aleta Ideal:

• Uma aleta ideal é um conceito teórico na transferência de calor, caracterizada pelo fato
de que a temperatura em qualquer posição ao longo da aleta permanece constante. Além
disso, na idealização, não há transferência de calor pela aleta, o que significa que ela é
perfeitamente isolada termicamente.

5 TIPOS DE ALETAS

Aletas Retangulares:

• Aletas com formato retangular são as mais simples em termos de geometria. Elas são
eficazes em muitas situações e são frequentemente usadas em dissipadores de calor de
dispositivos eletrônicos.

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Figura 2 – Aletas retangulares

Aletas Triangulares:

• Aletas com forma triangular podem ser usadas quando há restrições de espaço ou para
otimizar o desempenho em determinadas condições de fluxo de ar.

Figura 3 – Aletas triangulares

Aletas Radiais:

• As aletas radiais possuem uma orientação radial em relação ao centro do objeto. Essas
lâminas são comumente empregadas em sistemas de refrigeração de motores.

Figura 4 – Aleta radial

Aletas Helicoidais:

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• Aletas helicoidais são curvas em espiral ao longo do objeto. Essa forma é eficaz para
melhorar a eficiência térmica em algumas aplicações, promovendo uma distribuição mais
uniforme do fluxo de calor.

Figura 5 – Aletas helicoidais

Aletas Compostas:

• Aletas compostas combinam diferentes formas e geometrias para otimizar a transferência


de calor em condições específicas.

Aletas de Pinos:

• Aletas de pinos são pequenas projeções semelhantes a pinos que aumentam a área de
superfície e promovem uma distribuição mais uniforme do calor.

Figura 6 – Aleta de pinos

A escolha do tipo de aleta depende de vários fatores, como o espaço disponível, a geometria
do objeto, as condições de fluxo de ar, entre outros. Cada tipo de aleta tem suas vantagens e
limitações em diferentes contextos de aplicação.

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6 APLICAÇÃO EXPERIMENTAL DE ALETAS EM UM DISSIPADOR DE CALOR
(BASEADA EM ARTIGO)

A dissertação do Victor Camilo Levartoski Maschietto, sobre "Investigação experimen-


tal e análise numérica da transferência de calro em um dissipador de calor aletado", pela Uni-
versidade Tecnológica Federal do Paraná. O estudo envolveu simulações numéricas e testes
experimentais de transferência de calor em um modelo aproximado de componentes periféricos
de computadores, como placas-mãe e placas de vídeo, usando dissipadores de calor aletados em
convecção forçada.
Os resultados obtidos da análise experimental foram comparados com os resultados das
simulações numéricas e apresentaram uma concordância satisfatória. O método numérico foi
utilizado para estudos de otimização geométrica do dissipador de calor, que apresentou a melhor
configuração do conjunto de aletas para cada faixa de escoamento.
Para otimização foram feitos três casos de otimização, sendo:

• Variação da altura das aletas, entre 15 a 60 mm, mantendo-se as características originais


do dissipador de calor;

• Variação da quantidade de aletas do dissipador de calor, entre 8 a 14 aletas, mantendo-se


a altura original de 25 mm;

• Variação da quantidade de aletas entre 8 a 14 aletas, mantendo-se constante a área super-


ficial do dissipador de calor (0,021 m2 ).

É importante acrescentar alguns cometários para um melhor entendimento, como:

• O coeficiente, número ou módulo de Reynolds (abreviado como Re) é um número adi-


mensional usado em mecânica dos fluidos para o cálculo do regime de escoamento de
determinado fluido sobre uma superfície.

Primeiro foi feito o caso em que é variado a altura das aletas com o espaçamento original
do dissipador, como na Figura 7 e os resultados na Figura 8.

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Figura 7 – Configurações geométricas da variação da altura da aleta original

Figura 8 – Variação da altura das aletas mantendo-se os espaçamentos originais

No próximo passo ele usa o número de Nusselt, que é uma grandeza bastante utilizada
para a determinação do coeficiente de transferência de calor por convecção, baseada na análise
dimensional, na qual é utilizada para determinar parâmetros através de relações de similaridade.
Através da análise da Figura 9, fica claro que a condição de altura de 60 mm resulta
na melhor transferência de calor. Quanto maior for o ReDh , para uma mesma altura analisada,
maior será o número de Nusselt.

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Figura 9 – Número de Nusselt - variação das alturas

O segundo caso, onde a altura foi mantida e variou-se o número de aletas, é ilustrado pela
Figura 10. E pela Figura 11 e pela Figura 12 percebe-se dois padrões distintos na variação da
temperatura: para ReDh 7500 e 10000, a temperatura diminui até 10 aletas, atingindo o mínimo,
mas aumenta com mais aletas. Para ReDh 15500 e 23000, a temperatura sempre diminui com
mais aletas, mantendo-se estável após 13 aletas.

Figura 10 – Configurações geométricas para variação do número de aletas mantendo a


altura original

Figura 11 – Variação da quantidade de aletas mantendo-se a altura original

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Figura 12 – Variação da quantidade de aletas mantendo-se a altura original

Figura 13 – Número de Nusselt – variação da quantidade de aletas mantendo-se a altura


original

O terceiro caso, analisou o comportamento da temperatura quando se manteve a mesma


área superficial do dissipador de calor original, e variou-se a quantidade de aletas. O compor-
tamento da temperatura em relação ao número de aletas é mais marcante em casos com ReDh
menor, como 7500 e 10000. Nessas situações, observa-se um aumento quase exponencial da
temperatura à medida que o número de aletas aumenta(Figura 16 e Figura 15), devido à redução
na altura e espaçamento entre elas, o que dificulta a transferência de calor.

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Figura 14 – Configurações geométricas para variação do número de aletas mantendo a
mesma área superficial da aleta original

Figura 15 – Variação do número de aletas mantendo-se a mesma área superficial da aleta


original

Figura 16 – Variação do número de aletas mantendo-se a mesma área superficial da aleta


original

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Figura 17 – Número de Nusselt - variação do número de aletas mantendo-se a mesma área
superficial da aleta original

Comprovada a credibilidade do modelo numérico, este método foi utilizado para a rea-
lização de estudos de otimização geométrica para o dissipador de calor aletado, que buscou a
configuração que resultou na menor temperatura de operação, ou no maior número de Nusselt,
para os três casos de escoamento analisados. Quando a altura das aletas foi sendo incrementada,
a situação que resultou na menor temperatura de operação foi a configuração de maior altura,
devido ao aumento na área de troca térmica do dissipador. Para o segundo caso, onde a altura
foi mantida constante e variou-se o número de aletas, houveram dois comportamentos, sendo
que um deles resultou na menor temperatura de operação para a configuração de 10 aletas, nos
casos dos dois menores ReDh, e o outro favoreceu o aumento do número de aletas para menores
temperaturas de operação, nos dois maiores ReDh analisados. Finalmente, quando manteve-se
a área superficial constante, as temperaturas de operação sempre aumentaram para maiores nú-
meros de aletas, sendo indicado para esta configuração, a utilização de dissipadores de calor
com menos aletas e maiores alturas.

7 CONCLUSÃO

Conclui-se que as aletas desempenham um papel crucial no contexto do resfriamento


de sistemas e componentes. A utilização estratégica de aletas em dissipadores de calor, por
exemplo, demonstra eficiência notável na remoção de calor proveniente de componentes pe-
riféricos de computadores. Essa abordagem permite otimizar a dissipação térmica, controlar
temperaturas operacionais e, consequentemente, contribuir para o desempenho e durabilidade
dos dispositivos eletrônicos.

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REFERÊNCIAS

1.Maschietto, V. C. L. (2018). Título do Trabalho. Disponível em: <https:


//repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3561/1/PG_PPGEM_M_Maschietto,
%20Victor%20Camilo%20Levartoski_2018.pdf>. Acesso em 01/12/2023.
2.Wikipedia. (s/d). Coeficiente de Reynolds. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
Coeficiente_de_Reynolds>. Acesso em 02/12/2023.
3.Wikipedia. (s/d). Número de Nusselt. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
NÞmero_de_Nusselt#:~:text=O%20NÞmero%20de%20Nusselt%20Ãl’,atravÃl’s%
20de%20relaÃğões%20de%20similaridade.>. Acesso em 02/12/2023.
4.PROF. ANTONIO CARLOS DA SILVA. EXPERIMENTO ALETAS. Disponí-
vel em: <https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=3485744>. Acesso em
03/12/2023.

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