No domingo após a celebração de Pentecostes é celebrado a Santíssima Trindade, isto é, um único
Deus que se revelou em três pessoas ⎯ Pai, Filho e Espírito Santo. No entanto, a sagrada escritura não fala desta união trina existente, mas pode-se dizer que o Pai é o que gera, o Filho é o gerado, e o Espírito Santo o que procede d’Eles. Dessa forma, não se deve cair na tentação de que o cristianismo é uma religião politeísta, pelo contrário, cremos em apenas um único Deus, o qual é Uno e Trino, sendo cada uma das pessoas Deus por inteiro, ou seja, a divindade não é dividida entres Eles, assim como diz o catecismo da Igreja Católica ⎯ “Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho”(Cf. CIC 254). Na primeira leitura contemplamos toda a criação de Deus, em que ele em sua plenitude cria todas as coisas, e desde já, é por esta ação que conseguimos identificar o seu amor para com toda espécie humana. Além do mais, é visível a relação da Sabedoria com a criação, pois como o texto afirma que foi criada antes de todas as coisas e, por assim dizer participou de todo esse processo. Mas quem ou o que é esta Sabedoria? A doutrina Cristã afirma que é Jesus Cristo, o Deus Filho, a Sabedoria Encarnada, que estava na criação, pois Ele não foi criado e sim gerado, é eterno assim como o Pai. Desse modo, comtemplar a beleza da criação é uma das formas de encontrar Deus, pois ela foi criada com tanta perfeição que ao pararmos para apreciar, encontraremos o Senhor. O evangelho de hoje nos aparenta um pouco contraditório, tendo em vista que ainda estamos localizados no contexto da última ceia, em que Jesus profere suas últimas palavras, estas que confortaram os seus discípulos, mas o que isto tem a ver com Santíssima Trindade? Portanto, vemos nesse texto a união das três pessoas da Trindade, a Perfeita Unidade existente entre Eles, de modo que ao agir, em plena comunhão agem juntos, por isso Cristo estava antes tudo na Criação. Além do mais, vemos o papel importante do Espírito, tendo em vista que Jesus disse: “Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade.” (Cf. Jo 16, 13). Dessa forma, este mesmo Espírito vem a nosso favor, assim como ele estava na criação, quando o Pai soprou sobre Adão, ele é hoje este hálito de vida que nos renova a cada dia e alimenta a nossa fé. Assim sendo, para entendermos a ação da Santíssima Trindade, faremos uma analogia: Quando falamos, é liberado duas coisas, a palavra e o hálito, da mesma forma, O Pai é o que “fala”, e nessa ação encontra-se o Filho que é a palavra e o Hálito ou o Ar que é o Espírito Santo, são três coisa diferentes, mas a mesma em simultaneidade. Diante de tamanho mistério, é possível ver e fitar nosso olhar nesta perfeita unidade ⎯ “Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu.” (Cf. Jo 16, 14-15), que deve ser imagem para nossos relacionamentos aqui nesse mundo, seja na Igreja ou na Família, um verdadeiro amor que se dá profundamente um ao outro em plena união. Por fim, entoados por tão enorme mistério, somos convidados a nos amar inteiramente como Eles se amam, não o amor mundano, mas o Amor Ágape, aquele incondicional, do qual Ele nos ama, para assim a comunidade cristã está unida, caminhando no seguimento do céu.