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1
Doutor em Direito (Universidade Católica Portuguesa – Escola de Lisboa) com
pós-doutorado em Filosofia (Universidade de Brasília – Departamento de Filo-
sofia, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, no âmbito do qual esse artigo
foi escrito).
913
914 | da Silva Pereira, Eliomar.
Abstract: What do we mean by the assertion “it is proved that”? The main
argument of this article is that it is a problem of probative significance, whose
proper understanding goes through the central concept of intentionality,
about which we found many problems, we need to distinguish semiotic
dimensions and specify a constellation of logical notions. The purpose of
this article is to discuss these issues, based on an approach that mobilizes
arguments from the philosophy of mind and language, especially found
in the theories of J. R. Searle. In the end, we hope to make it clear that
the evidential meaning, although it presupposes a mind and is found in
procedural language, consists of a specific intermediate intentionality,
which can theoretically benefit from the two conceptual bases, and thus
make evident everything that is assumed in the assertion “it is proven that”.
Keywords: signification; intentionality; semiotics; proof.
Introdução
O que queremos dizer com “está provado que” (pq)? Essa asser-
ção, que tem começado a preocupar juristas em relação à prova dos fatos
jurídicos em geral2, e mais especificamente aos fatos jurídicos definidos
como crime, há muito tempo preocupa filósofos3. Nós a podemos en-
contrar em sentenças penais, bem como em uma variedade de outros
2
Jordi Ferrer Beltran se propõe enfrentar o problema de enunciados desse
tipo, dividindo-o em questão de força e questão de sentido, para os quais
tendemos a considerar com questões de referência e significado no probema
geral da significação probatória (BELTRAN, J. F. Prova e verdade no direito. São
Paulo, RT, 2017, p. 21)
3
Richard Fumerton inicia sua discussão filosófica, dando-nos um problema
real que ajude o leitor a entender de que trata a epistemologia: “Você está
num júri. Sua tarefa é decidir se as provas mostram de fato que não pode haver
dúvida racional de que Jones tenha matado sua espsosa” (FUMERTON, R..
Epistemologia. Petrópolis, Vozes, 2014, p. 9)
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Ao falarmos em sentenças, em sentido geral ou linguístico, pedimos ao leitor
que a considere como formas possíveis de enunciados que contêm uma mes-
ma proposição, a exemplo dessa que nos interessa: “X prova que Y” (XpqY).
Se estivermos falando de um específico enunciado processual, diremos sen-
tença penal, setença judicial ou sentença em julgamento.
5
FERRAJOLI, L. Diritto e Ragione: teoria del garantismo penale. Roma-Bari,
Laterza, 2008, p. 18-23.
6
FERRAJOLI, L. Diritto e Ragione: teoria del garantismo penale. Roma-Bari,
Laterza, 2008, p. 8.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
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Ao falarmos de signos, pedimos ao leitor que assim considere quaisquer sinais
assumidos como prova, em atos e discussões processuais. Assim o fazemos
com base em concepção que se encontra na semiótica peirceana (PEIRCE,
C. S. Semiótica. São Paulo, Perspectiva, 2017), segundo a qual tudo se pode
compreender como signo, sempre que temos sinais (coisas ou pessoas) inter-
pretados em referência a um objeto (o crime).
8
Essa é uma abordagem possível, como o admite Luiz Henrique de Araújo Du-
tra: “O caráter intencional dos eventos mentais – hoje um ponto pacífico na
filosofia da mente – tem sido um tema de discussão que ocasiona particular-
mente o recurso a certas teorias da linguagem” (DUTRA, L. H. A. Filosofia da
Linguagem: introduçào crítica à semântica filosófica. Florianópolis, Editora
UFSC, 2017, p. 30)
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9
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 225.
10
DUTRA, L. H. A. Filosofia da Linguagem: introduçào crítica à semântica filo-
sófica. Florianópolis, Editora UFSC, 2017, p. 46.
11
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 224.
12
DUTRA, L. H. A.. Realidade e Conhecimento Social: aspectos ontológicos e
epistemológicos das ciências humanas. Florianópolis, Editora UFSC, 2021,
p. 179-180)
13
A expressão “pretensão probatória”, que foi suscitada por um dos avaliado-
res deste artigo e aceita pelo autor, parece-nos representar bem o problema
da intencionalidade, se tivermos em conta, além da pretensão processual de
obtenção certa prova, a intenção material de obter certo resultado lógico da
prova em relação ao crime. É nesse sentido que falaremos de postulação de
uma função probatória.
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14
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 224.
15
PEIRCE, C. S. Semiótica. São Paulo, Perspectiva, 2017, p. 52.
16
Essas três concepçõees fundamentais (direcionalidade, relacionalidade e fun-
cionalidade) se encontram, respectivamente em SEARLE, J. R. Intencionalida-
de. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 1-6; DENNETT, D. C. Tipos de Mentes:
rumo a uma compreensão da consciência. Rio de Janeiro, Rocco, 1997, p.
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19
DUTRA, L. H. A.. Realidade e Conhecimento Social: aspectos ontológicos e
epistemológicos das ciências humanas. Florianópolis, Editora UFSC, 2021, p.
166; p. 168.
20
SEARLE, J. R. A Redescoberta da Mente. São Paulo, Martins Fontes,
1997, p. 188ss.
21
Aqui, assumimos desde já a taxionomia alternativa dos atos ilucutórios sus-
tentada por J. R. Searle: assertivos; diretivos; compromissivos; expressivos; de-
clarativos (SEARLE, J. R. Expressão e Significado: estudos da teoria dos atos de
fala. São Paulo, Martins Fontes, 2002, P. 19-31).
22
A respeito dessa questão, para uma melhor compreensão, sugerimos consul-
tar PEREIRA, E. S. (2023). Homicídio, infidelidade e sujeira em quartos de
hotel: problemas de significado probatório. Quaestio Facti. Revista Internacio-
nal Sobre Razonamiento Probatorio, (4), 2023.
23
SEARLE, J. R. A Redescoberta da Mente. São Paulo, Martins Fontes,
1997, p. 188ss.
24
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 4. A con-
fusão está na língua, porque, enquanto no alemão há diferença entre Absicht
(intenção) e Intenctionalität (intencionaldiade), no português, assim como
no inglês parece sugerir alguma derivação (SEARLE, J. R. Mente, Linguagem e
Sociedade: filosofia no mundo real, 2000, p. 83).
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25
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 6.
26
Embora essa discussão interfira diretamente na discussão que nos interessa,
convém ao leitor ter em mente a crítica que faz Daniel C. Dennett, ao obje-
tar que, se levarmos a sério a ideia de derivação, “toda intencionaldiade que
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enunciados acerca de provas do crime, para dizer que esses atos exigem
dos enunciados uma adequação ao mundo, ou seja um ajuste “palavra-
-mundo”, o que significa dizer que podem ser avaliados por sua verdade
ou falsidade. Assim, se estivermos falando de crenças, estas assim como
os enunciados podem ser igualmente verdadeiras ou falsas, contendo
uma direção de ajuste “mente-mundo”. Mas basta que pensemos em um
outro modo psicológico como o desejo de que a prova seja aceita, para
entendermos que a direção de ajuste nesse caso é inversa, no sentido
“mundo-mente”29. Em qualquer caso, se estivermos falando de crime,
sabemos que a verdade é importante para o caso em questão, fazendo
parte necessariamente da intencionalidade probatória.
A comparação entre estados mentais e atos ilocucionários não
ignora que na passagem de um para o outro “é sempre possível mentir” –
admite Searle, assim como nos adverte Umberto Eco –, mas o estado
intencional expressado se torna uma condição de sinceridade do ato de
fala30. Este, contudo, não fica dependente da sinceridade ou não do sujeito,
afinal o enunciado posto em contexto de comunicação processual entre
os demais sujeitos, ainda será avaliado segundo sua direção de ajuste pa-
lavra-mundo. Assim, se algum sujeito processual, mesmo não acreditando
haver prova de um crime, ainda assim o enuncia, há um problema de ajuste
tanto entre mente-mundo, quanto palavra-mundo, mas esta não depende
da sinceridade do sujeito, cuja crença não satisfaz o ajuste mente-mundo.
E isso nos encaminha à “noção de condições de satisfação”31, que se aplica
tanto à crença quanto aos enunciados, tendo grande relevância ao tema
da prova. É certo que essas condições de satisfação não se limitam a que
existam os objetos de crença ou do enunciado, tendo em conta que os
estados intencionais, assim como atos de fala podem ser de outro tipo
como ordens que requerem ser obedecidas ou promessas que esperam
ser cumpridas, mas no caso de provas de crime, essas condições dizem
respeito a coisas que podem satisfazer o estado mental ou o enunciado.
Em termos processuais penais, podemos facilmente entender que uma
29
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 10ss.
30
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 13; ECO,
U. Tratado geral de semiótica. São Paulo, Perspectiva, 2014, p. 49.
31
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 14.
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prova exige como condição que exista algo a respeito do que se pensa e
fala, mas para que o possamos qualificar como crime.
Consideradas assim as condições de satisfação, entende-se por
que a noção de representação com que J. R. Searle tenta explicar a in-
tencionalidade é, segundo o admite expressamente, “convenientemente
vaga”, com o que ele pretende abranger nos casos de atos de fala “não
só a referência, mas também a predicação e as condições de verdade
ou de satisfação de maneira geral”, o que se pode encontrar tanto nos
estados intencionais quanto nos seus respectivos modos psicológicos32.
Em outros termos, ao considerar a intencionalidade como representação,
Searle entende esta apenas como uma abreviação para o que chama de
“constelação de noções lógicas”, na qual podemos abranger a crença não
apenas como mera imagem, mas todo o arcabouço semiótico com que C.
S Peirce discute suas tricotomias do signo, segundo o objeto (ícone, índi-
ce e símbolo) e segundo o interpretante (rema, dicente e argumento)33.
Assim, segundo essa concepção de Searle, se quisermos compreender a
representação, a chave está nas “condições de satisfação”: “Todo estado
intencional com uma direção de ajuste é uma representação de suas con-
dições de satisfação”34. E esse é precisamente o caso das provas de um
crime, consideradas em sua intencionalidade, quer estejamos tratando
de enunciados como atos de fala assertivos, quer estejamos tratando de
crenças como estados mentais.
Há na intencionalidade probatória, portanto, muito mais que ape-
nas uma referência ao objeto, como voltaremos a falar dessa “constelação
de noções lógicas” suscitada por Searle, ao apresentarmos um modelo
analítico detalhado (Seção 4), mas de imediato gostaríamos de ressaltar
que tudo isso se encontra nessa noção de condições, cuja satisfação de-
pende de antes de entendermos as intenções de significação probatória
(Seção 2) segundo dimensões semióticas diversas (Seção 3).
32
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 15.
33
PEIRCE, C. S. Semiótica. São Paulo, Perspectiva, 2017 p. 52.
34
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 18.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
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35
A respeito dessas objeções, veja-se a principal que lhe apresenta DENNETT,
D. C. Tipos de Mentes: rumo a uma compreensão da consciência. Rio de Janei-
ro, Rocco, 1997, p. 51, já referida na nota 29.
36
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 38, p. 224.
37
DUTRA, L. H. A. Filosofia da Linguagem: introduçào crítica à semântica filo-
sófica. Florianópolis, Editora UFSC, 2017, p. 46.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
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38
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 38, p. 228.
39
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 38, p. 239.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
928 | da Silva Pereira, Eliomar.
40
DUTRA, L. H. A. Filosofia da Linguagem: introduçào crítica à semântica filo-
sófica. Florianópolis, Editora UFSC, 2017, p. 46.
41
Apesar de admitirem-se perspectivas semânticas desde a retórica grega clás-
sica, os semanticistas estão de acordo em considerar como fundador da “nova
ciência” o trabalho do francês Michael Bréal (1883), no qual ele usa pela pri-
meira vez o termo “semântica” – antes chamado de “semasiologia” por C.
Reisig (1825) –, especificamente para tratar da “ciência das significações”
(ULLMANN, S. Semântica: uma introdução à ciência do significado. Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1977, p. 17; GUIRAUD, P. A Semântica. São
Paulo-Rio de Janeiro, Difel, 1980, p. 10).
42
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. São Paulo, Cultrix, 2012.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i2.817 | 929
43
GUIRAUD, P. A Semântica. São Paulo-Rio de Janeiro, Difel, 1980, p. 8.
44
ULLMANN, S. Semântica: uma introdução à ciência do significado. Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1977, p. 118ss.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
930 | da Silva Pereira, Eliomar.
45
WITTGENTEIN, L. Investigações Filosóficas (Os Pensadores). São Paulo
1999, p. 28.
46
DEWEY, J. (1980). Experiência e Natureza (Os Pensadores). São Paulo, Victor
Civita, 1980, p. 37; DEWEY, J. La Experiencia e la Naturaleza. Mexico-Buenos
Aires, Fondo de Cultura Económica, 1948, p. 139.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
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3. A tridimensionalidade semiótica
47
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 75.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
932 | da Silva Pereira, Eliomar.
48
A passagem fundamental, que assume essas concepções, se encontra em
FERRAJOLI, L. Diritto e Ragione: teoria del garantismo penale. Roma-Bari,
Laterza, 2008, p. 40.
49
A respeito, temos em mente as objeções que L. H. de Araújo Dutra apresenta
conta a interpretação de Karl Popper sobre a teoria semântica de Alfred Tar-
ki, na qual Ferrajoli se baseia para asssimilá-la como teoria da correspondên-
cia (DUTRA, L. H. A. Verdade e Investigação: o problema da verdade na teoria
do conhecimento. São Paulo, EPU, 2001, p. 43; DUTRA, L. H. A. Verdade e
Investigação: o problema da verdade na teoria do conhecimento. 2. ed. rev.
Florianópolis, Edição du Autor, 2020).
50
WALTHER-BENSE, E. A teoria geral dos signos. São Paulo, Perspectiva,
2010, p. 6.
51
Por todos, cf. MALATESTA, N. F Dei. A lógica das provas em matéria criminal.
Campinas, Bookseller, 1996.
52
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 38, p. 195.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i2.817 | 933
53
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 44.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
934 | da Silva Pereira, Eliomar.
54
No sentido que a considera, v. g., ARMENTA DEU, T. A prova ilícita: um estu-
do comparado. Madri-Barcelona-Buenos Aires-São Paulo, Marcial Pons, 2014.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i2.817 | 935
55
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 38, p. 198.
56
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 55.
57
ULLMANN, S. Semântica: uma introdução à ciência do significado. Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1977, p. 118.
58
; GUIRAUD, P. A Semântica. São Paulo-Rio de Janeiro, Difel, 1980, p. 11.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
936 | da Silva Pereira, Eliomar.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i2.817 | 937
59
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 58.
60
Susan Haack considera que “os estândares de prova devem ser entendidos
como graus de aval” (HAACK, S.. El probabilismo juridico: uma disensión
epistemológica. Vazquez, C. (ed.). Estándares de prueba y prueba científica:
ensayos de epistemología jurídica. Madrid-Barcelona-Buenos Aires, São Pau-
lo, 2016, p. 66); Carmen Vazquez (2013, p. 13), cuidando de distinguir as
antigas provas taxadas por lei dos atuais estândares científicos, explica que
estes pretendem estabelecer um grau mínimo de prova indispensável para
condenação, mas destinado à valoração do conjunto de provas, não ao valor
de cada prova a priori, embora também establecidos por lei (VAZQUEZ, C.
(ed.). Estándares de prueba y prueba científica: ensayos de epistemología ju-
rídica. Madrid-Barcelona-Buenos Aires, São Paulo, 2016), a exemplo do que
se tem chamado de beyond a reasonable doubt (mais além de toda a dúvida),
abreviado geralmente como BARD (LAUDAN, L. Verdad, error y proceso pe-
nal: un ensayo sobre epistemológia jurídica. Madrid-Barcelona-Buenos Aires-
-São Paulo, 2013, p. 104)
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
938 | da Silva Pereira, Eliomar.
61
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 67.
62
SEARLE, J. R. Consciência e linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2021, p. 231.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i2.817 | 939
63
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 80.
64
Por todos, cf. ANDRADE, M. C. Sobre as proibições de prova no processo penal.
Coimbra, Coimbra Editora, 2013.
65
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 75.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
940 | da Silva Pereira, Eliomar.
66
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 232.
67
A respeito, cf. DUTRA, L. H. A.. Realidade e Conhecimento Social: aspectos
ontológicos e epistemológicos das ciÊncais humanas. Florianópolis, Edito-
ra UFSC, 2021, p. 180, com o que obtemos uma outra objeção àquela ideia
de J. R. Searle sobre itencionalidade originária e intencionaldiade derivada,
porque a linguagem não deriva simplesmente da mente, a considerar que ela
inaugura um espaço próprio de intencionalidade que depende não apenas do
que se encontra na mente do indivíduo.
68
MORRIS, C. Fundamentos de la teória de los signos. Barcelona-Buenos Aires-
-Mexico, Ediciones Paidós, 1985, p. 87.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i2.817 | 941
69
OGDEN, C. K.; RICHARDS, I. A. O significado de significado: um estudo da
influência da linguagem sobre o pensmaneto e sobre a ciência do simbolismo.
Rio de Janeiro, Zahar, 1972, p. 32.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
942 | da Silva Pereira, Eliomar.
(c) (a)
S R
(v)
(r) (s)
O I
(v)
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
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Considerações finais
70
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 15.
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
944 | da Silva Pereira, Eliomar.
71
SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 38, p. 38.
72
ALSTON, W. P. Filosofia da linguagem. Rio de Janeiro, Zahar, 1972, p. 25-56.
73
RYLE, G. A teoria da significação. Ensaios: Ryle, Strawson, Austin, Quine (Os
Pensadores). São Paulo, Victor Civita, 1980, p. 69.
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Authorship information
Eliomar da Silva Pereira. Doutor em Direito (Universidade Católica Portuguesa –
Escola de Lisboa) com pós-doutorado em Filosofia (Universidade de Brasília –
Departamento de Filosofia). eliomar.esp@outlook.com
Rev. Bras. de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 913-948, mai.-ago. 2023.
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