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TEORIA DA

PERSONALIDADE
A personalidade
em Bandura
Bruno Stramandinoli Moreno

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Apresentar vida e obra de Bandura.


> Relacionar o trabalho de Bandura com a teoria comportamentalista de
Skinner.
> Explicar natureza humana, formação e desenvolvimento da personalidade
em Bandura.

Introdução
Nas ciências psicológicas, a personalidade humana é entendida de diferentes
formas a depender da corrente teórica que a investiga. Assim, diante do amplo
panorama de teorias contemporâneas sobre a personalidade, talvez a ação mais
adequada não seja escolher qual delas é a melhor, mas compreender como cada
uma se posiciona diante do que pretende explicar. Dentre essas diversas teorias
existentes, merece destaque uma que se alicerça entre diferentes domínios do
conhecimento (como a psicologia, a educação e a economia) e que serve de amparo
a teorias mais atuais. Trata-se da teoria da aprendizagem social, formulada pelo
psicólogo canadense Albert Bandura, cujas investigações buscaram, de modo
geral, compreender como as variáveis cognitivas internas mediavam as interações
entre estímulos e respostas.
Neste capítulo, serão apresentados os fundamentos da teoria de Albert
Bandura, expoente do movimento comportamentalista, bem como informações
relevantes sobre sua vida e sua obra. Em seguida, vamos relacionar sua teoria à
de Skinner, outro expoente do mesmo movimento, buscando estabelecer apro-
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ximações e distanciamentos entre as ideias desses pensadores. Por fim, você


poderá compreender a visão de Bandura sobre a natureza humana e o fenômeno
da personalidade.

Albert Bandura: vida e obra


Nascido em Mundare (província de Alberta), o psicólogo canadense Albert Ban-
dura (1925-2021) ofereceu proposições sobre a aprendizagem social, realizou
estudos empíricos com crianças agressivas e teve participação ativa em ins-
tituições científicas, entre outras contribuições (AZZI et al., 2019). Sua entrada
no mundo da psicologia ocorreu em função de um evento fortuito: quando
estava na faculdade, ele “[...] viajava até a escola com alunos de medicina e
engenharia, que eram madrugadores. Em vez de não fazer nada durante o
primeiro horário, Bandura decidiu se inscrever em uma turma de psicologia
oferecida naquele período de tempo” (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 330).
Inicialmente, Bandura se interessou pelos processos de aprendizagem,
o que o motivou a migrar para os Estados Unidos em busca de um corpo
docente com forte base em pesquisas sobre esse tema. O local escolhido foi
a Universidade de Iowa. Depois de concluir, em 1952, seu doutorado em psi-
cologia clínica, Bandura associou-se, em 1953, como docente na Universidade
Stanford, tornando-se posteriormente chefe do Departamento de Psicologia
desta universidade e presidente da Associação Psicológica Americana (APA)
(HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2007).
Em termos de aceitação e reconhecimento, os estudos de Bandura sobre a
aprendizagem se destacam como contribuição mais expressiva, sendo possível
afirmar que ele foi o mais proeminente dos teóricos da aprendizagem social.
Suas proposições sobre o tema foram apresentadas nas obras Aprendizagem
social e desenvolvimento da personalidade (Social learning and personality
development, 1963); Princípios de modificação do comportamento (Principles
of behavior modification, 1969); Agressão: uma análise de aprendizagem social
(Aggression: a social learning analysis, 1973); Teoria da aprendizagem social
(Social learning theory, 1977); Fundamentos sociais do pensamento e da ação
(Social foundations of thought and action, 1986); e Autoeficácia: o exercício do
controle (Self-efficacy: the exercise of control, 1997) (HALL; LINDZEY; CAMPBELL,
2007; FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).
Tendo como foco a aprendizagem por processos de modelagem (ajusta-
mento) do comportamento, Bandura deu ênfase ao processo de observação
do comportamento e de seu vínculo com a repetição de comportamentos
(imitação). Nos estudos com o joão-bobo (Figura 1), as crianças exibiam com-
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portamentos agressivos após observarem um modelo agressivo (SCHULTZ;


SCHULTZ, 2015).

Figura 1. Estudos com o joão-bobo para compreender o processo de aprendizagem.


Fonte: Schultz e Schultz (2015, p. 333).

Ao longo de sua carreira, Bandura assumiu diferentes cargos em socie-


dades científicas de grande renome, como o de “[...] presidente da American
Psychological Association (APA) em 1974, presidente da Western Psychologi-
cal Association em 1980 e presidente honorário da Canadian Psychological
Association em 1999”, além de receber “[...] mais de uma dúzia de títulos
honorários de universidades renomadas por todo o mundo” (FEIST; FEIST;
ROBERT, 2015, p. 330). Outras honrarias e prêmios, segundo Feist, Feist e
Robert (2015, p. 130), incluem:

[...] o Guggehheim Fellowship, em 1972, o Distinguished Scientific Contribution


Award da Divisão 12 (Clínica) da APA no mesmo ano, o Distinguished Scientific
Contribution Award da APA em 1980 e o Distinguished Scientist Award da Society
of Behavior Medicine.

Ainda, Feist, Feist e Robert (2015, p. 130) apontam que Bandura foi pre-
miado com:

[...] o Distinguished Contribution Award da International Society for Research on


Aggression; o William James Award of the American Psychological Science, por
realizações excepcionais na ciência psicológica; o Robert Thorndike Award for
Distinguished Contribution of Psychology to Education, da APA; e o James McKeen
Cattell Fellow Award da American Psychological Society.
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Bandura também foi eleito para a American Academy of Arts and Scien-
ces e para o Institute of Medicine da National Academy of Sciences, e, em
2004, tornou-se nome de prêmio — Albert Bandura Graduate Research Award
(Prêmio de Pesquisa de Pós-Graduação Albert Bandura). Até 2021, ano de seu
falecimento, Bandura detinha a cátedra David Starr Jordan de Ciência Social
em Psicologia na Universidade Stanford (FEIST; FEIST; ROBERT, 2015).
Como veremos nas próximas seções, Bandura buscou enfatizar a capaci-
dade do ser humano de aprender comportamentos a partir da observação,
em uma abordagem que se distanciava das existentes à época, como, por
exemplo, a de Skinner, expoente do behaviorismo (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).

Entre a perspectiva skinneriana e as


propostas de Bandura
A teoria sociocognitiva de Bandura enfatiza a existência de uma articula-
ção entre os elementos ambientais e o modo como estes são processados
cognitivamente pelo indivíduo. Assim, ela pode ser compreendida como um
posicionamento crítico aos behavioristas radicais, como Skinner, por exemplo.
Estes, por sua vez, alegavam que aquilo que Bandura entendia como “processos
internos” — crenças e antecipações (pensamentos e raciocínios) — não teria
força para produzir efeito sobre o comportamento (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Objetivando aliviar o sofrimento humano a partir de propostas a serem
aplicadas no cotidiano das pessoas, Skinner desenvolveu uma tecnologia do
comportamento e princípios como modelagem e condicionamento operante.
Tanto para Skinner quanto para Bandura, o ambiente atua sobre o indivíduo
e produz uma dada resposta. Essa premissa motivou a incorporação das
ideias de ambos por áreas bastante diversas, como educação, administração
e economia, para citarmos apenas algumas (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Para exemplificarmos a diferença entre as concepções dos dois autores,
vamos analisar como cada um deles entendia o erro. Para Skinner, o erro é
uma situação aversiva (desagradável), e por isso é preciso auxiliar o indiví-
duo a quase sempre acertar ao exercer seus diferentes papéis sociais (de
estudante, filho, pai, etc.). Partindo desse entendimento, Skinner acreditava
ser necessário estipular procedimentos (tarefas) a serem executados com o
intuito de treinar o comportamento (ajustando-o), de modo a tornar agra-
dável e gratificante o aprendizado de novos comportamentos, que devem
ser constantemente reforçados. Já Bandura entende o erro a partir de outra
concepção de ser humano, que é visto como portador de uma característica
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fundamental: a flexibilidade da sua aprendizagem, que pode ser ativa ou


por observação. Assim, para a visão sociocognitiva da teoria de Bandura, o
indivíduo não precisa errar para aprender, pois ele é capaz de, a partir da
observação do erro do outro, aprender e ajustar seu comportamento (FEIST;
FEIST; ROBERT, 2015).
No Quadro 1, estão compiladas algumas diferenças entre as abordagens de
Bandura e Skinner. Se este foi o pioneiro em compreender e propor técnicas e
intervenções junto à aprendizagem humana, aquele se aprofundou no tema,
articulando mais elementos, de modo mais amplo, o que permitiu expandir a
compreensão desse processo psicológico. Foi com Bandura que as pesquisas
extrapolaram de forma mais rica o mundo do laboratório em direção à vida
real. Não é à toa que tantos sejam os estudos que propõem técnicas clínicas
e de intervenção social (em escolas, empresas, clínicas, hospitais, etc.) que
façam uso das premissas propostas por Bandura (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).

Quadro 1. Comparação entre as perspectivas de Skinner e Bandura

Skinner Bandura

Corrente Radical Social


behaviorista

Pressupostos da A teoria é pautada na A teoria de aprendizagem


teoria elucidação de esquemas social (sociocognitiva)
interativos entre estímulos é focada nos processos
(evocadores) de respostas internos (cognitivos).
(comportamentos),
dedicando-se
especialmente ao chamado
“estudo das respostas”.

Experimentos Realizavam-se Os experimentos


com animais experimentos com ratos e não usavam animais,
pombos em um ambiente considerando-se que estes
controlado e programado não têm as características
(p. ex., um laboratório). necessárias para
exemplificar os mecanismos
humanos que se desejava
investigar, em especial
os de ordem interna
(cognitivos).
(Continua)
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(Continuação)

Skinner Bandura

Uso da O uso de dados verbais e O uso de dados


autoavaliação a autoavaliação não são provenientes de práticas
recomendados, sendo até como a autoavaliação é
mesmo proibidos, uma vez essencial, pois eles são
que podem interferir em considerados úteis para se
eventos internos. compreender o modo como
os processos cognitivos
operam na produção do
comportamento.

Catalisador do O principal catalisador do O principal catalisador do


desenvolvimento desenvolvimento humano é desenvolvimento humano
humano a interferência ambiental. é a própria pessoa, em
consonância com o meio
ambiente, que opera de
modo coadjuvante.

Forças que Parte-se da premissa Entende-se que


atuam sobre o de que existem forças contingências operam
indivíduo que agem sobre o modelando as pessoas (em
indivíduo e produzem seu seus processos internos
comportamento, de modo e comportamentos) e que
alheio à sua vontade/ estas, por sua vez, modelam
escolha. Essas forças são os conjuntos de forças
chamadas “contingências”, que operam no e sobre o
que atuam reforçando ambiente.
o comportamento,
intensificando-o ou
mitigando sua ocorrência.

Reforço e O reforço serve O reforço atua facilitando


seu papel na para influenciar a aprendizagem de
produção do antecedentemente comportamentos
comportamento a ocorrência do antecipatórios, uma
comportamento, não sendo vez que, ao incentivar o
sua consequência. ser humano (quando na
qualidade de observador)
a dar atenção ao
comportamento de outro
(ensaiá-lo mentalmente),
produz-se um dado. A
isso Bandura deu o nome
de “comportamento
observado”.

Fonte: Adaptado de Schultz e Schultz (2015) e Feist, Feist e Roberts (2015).


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Personificado na figura de Skinner, o behaviorismo radical investiga o


comportamento dos animais a fim de generalizá-lo para o comportamento
humano a partir de uma interpretação, pressupondo, portanto, a existência de
princípios comuns (simples), que podem servir de base para a compreensão
de princípios mais amplos e complexos. Por sua vez, o behaviorismo cognitivo
de Bandura parte da premissa de que, para compreender a produção dos
comportamentos humanos, é necessário identificar e explicar os elementos
que os produzem. Diferentemente de Skinner, Bandura acredita não haver
uma gradação de complexidade a ser respeitada, defendendo que é preciso
investigar o que motiva a atuação das pessoas no meio em que estão inse-
ridas e como esse contexto pode influenciar comportamentos futuros (FEIST;
FEIST; ROBERT, 2015). Essa premissa banduriana está diretamente ligada ao
seu entendimento sobre a personalidade, que se relaciona com a agência
humana, como detalharemos na próxima seção.

A personalidade em Bandura
Para compreendermos qual é a concepção de ser humano que guia Bandura
em suas análises, devemos recuperar o que ele denominou “agência humana”.
Para o autor, só é possível sustentar uma teoria cognitiva social se, antes
disso, pressupormos “[...] uma visão agêntica da personalidade, significando
que os humanos têm a capacidade de exercer controle sobre a própria vida”
(FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 334). Isso significa que, como agente, o próprio
ser humano atua se autorregulando, de modo autorreflexivo, proativo e
auto-organizado. Sua capacidade de influenciar, guiar e até mesmo produzir
comportamentos encontra-se nas próprias ações, que operam produzindo
consequências desejadas.
Importa salientar que, para Bandura, a agência humana não é uma entidade
psicológica autônoma e independente do contexto. Pelo contrário, a capaci-
dade do indivíduo de tomar decisões esbarra nos elementos ambientais que o
circunscrevem. O indivíduo, então, explora, manipula e influencia ativamente
o meio em que se encontra, que, por sua vez, também o influencia. Essa visão
se diferencia da de Skinner, que defende que a automação comportamental
sujeita o indivíduo ao momento e ao ambiente (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).
Para a teoria sociocognitiva de Bandura, são elementos constituintes
da personalidade humana o autodesenvolvimento (em que se concebe um
indivíduo com muitas atitudes voluntárias para exercer um grau de controle
sobre si e sobre as circunstâncias de sua vida) e a mudança comportamental
(referente à condição de que há muito acaso nos rumos que as vidas tomam).
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Trata-se, portanto, de um modelo de personalidade em que o indivíduo não é


um ente que existe passivamente diante das influências do meio. A perspectiva
banduriana pressupõe um sujeito ativo, que atua sobre o ambiente que o
circunda, tomando decisões conscientemente, de modo que é fruto também
de sua intervenção a maneira como as circunstâncias e as contingências
o impelem (LIMA; NASSIF; GARÇON, 2020). Sendo assim, na teoria agêntica
da personalidade, o ser humano é um ser de intencionalidade, um sujeito
autorreflexivo, que atua antecipando situações e reagindo criticamente a
suas próprias percepções e seus próprios julgamentos.
Bandura identificou quatros características da agência humana que ex-
plicam como a personalidade do indivíduo opera: a intencionalidade, a an-
tecipação, a autorreatividade e a autorreflexão, esquematizadas na Figura 2
e detalhadas a seguir.

Intencionalidade

Agência
Autorreflexão Antecipação
humana

Autorreatividade

Figura 2. Características da personalidade agêntica humana.


Fonte: Adaptada de Lima, Nassif e Garçon (2020).

Intencionalidade
Entre as características da agência humana, a intencionalidade talvez seja
a mais evidente, uma vez que está relacionada com os atos realizados pro-
positadamente. Ou seja, ao se intencionar algo, há um planejamento prévio,
que, então, produz algum tipo de ação. Portanto, não se trata apenas de
expectativa de algo futuro (de uma ação futura); pelo contrário, é a certeza
de que um comportamento vai ocorrer. Cabe salientar que, evidentemente,
nem todo plano intencionado vai se materializar, até porque o próprio plano
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pode ser revisto a todo tempo, o que pode modificar tanto a consequência
da ação quanto a própria ação (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).

Antecipação
Para Bandura, o ser humano é capaz de se antecipar para estabelecer obje-
tivos, isto é, ele pode antecipar os prováveis resultados de suas ações e as
escolhas comportamentais a serem adotadas a fim de produzir determinados
resultados desejados — assim como atuar antecipadamente para evitar os
resultados considerados indesejados. Com a antecipação, o indivíduo pode
se libertar de determinadas restrições colocadas pelo ambiente (FEIST; FEIST;
ROBERTS, 2015).
Aqui cabe destacar um ponto de contraposição entre a visão behaviorista
de determinação do comportamento e a posição defendida por Bandura.
Para este, se o comportamento fosse completamente fruto do ambiente,
ele se apresentaria mais variável e menos consistente, pois o indivíduo seria
apenas um ente reativo à ampla variedade de estímulos ambientais. Assim,
na perspectiva sociocognitiva de Bandura, o comportamento humano não é
determinado apenas pelo ambiente, uma vez que há um caráter antecipatório
que dota o ser humano de constância e de uma certa padronização no que
se refere ao comportamento por ele emitido (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).

Autorreatividade
A autorreatividade é um tipo de intervenção autogerida para atuar com a
própria motivação e regulação do comportamento. Isso significa que o ser
humano não apenas escolhe, mas também monitora o próprio progresso,
tendo em vista as escolhas adotadas anteriormente. Ou seja, não se trata
apenas de estabelecer um determinado objetivo, pois é necessário que esse
objetivo seja específico e esteja no escopo de atuação prévia do sujeito, que
deve ser capaz de operar ações suficientes para empreender resultados.
Em outras palavras, deve haver um elemento capaz de mobilizar uma ação
a fim de cumprir essa meta (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015). Além de decidir e
planejar uma ação, a personalidade agêntica humana atua configurando o
foco do comportamento, de maneira a torná-lo apropriado. Isso tem o poder
de motivar o sujeito e regular a efetivação do resultado que ele almeja (LIMA;
NASSIF; GARÇON, 2020).
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Autorreflexão
A autorreflexão diz respeito à capacidade humana de avaliar as próprias
ações, ponderando sobre suas motivações, seus valores e os significados que
amparam seus comportamentos. Nesse processo, julgam-se a pertinência,
a relevância e o sentido dos próprios pensamentos, que são postos à prova
para se avaliar o efeito que as próprias ações têm sobre o ambiente e sobre
si mesmo. A autorreflexão é a base de outros mecanismos cognitivos iden-
tificados por Bandura, como a autoeficácia e a autorregulação (FEIST; FEIST;
ROBERTS, 2015).
Neste capítulo, você conheceu um pouco da vida e das ideias de Albert
Bandura, um dos mais influentes pensadores das ciências psicológicas. Como
vimos, esse pensador entende a personalidade humana a partir da premissa
de que o sujeito é protagonista em sua relação com o ambiente em que está
inserido, impactando-o ao mesmo tempo que é por ele influenciado. Para
Bandura, a personalidade humana é dotada de características que dinamizam
a condição dos indivíduos, uma vez que os impele a crer em sua capacidade
de empreender ações que buscam produzir efeitos desejados e que são
planejadas devido ao seu poder de antecipação (que permite às pessoas
antever consequências e orientar seu comportamento).

Referências
AZZI, R. G. et al. Citações de obras de Bandura em artigos de periódicos de psicolo-
gia brasileiros: uma análise preliminar. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 39, 2019.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/ky7YWhgczJX9CtJmmt8hrpM/?lang=pt.
Acesso em: 27 abr. 2022.
FEIST, J.; FEIST, G. J.; ROBERTS, T. A. Teoria das personalidades. 8. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2015.
HALL, C. S.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. B. Teorias da personalidade. Porto Alegre: Artmed,
2007.
LIMA, L. G.; NASSIF, V. M. J.; GARÇON, M. M. O poder do capital psicológico: a força das
crenças no comportamento empreendedor. Revista de Administração Contemporânea,
v. 24, n. 4, p. 317-334, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rac/a/DJFzK4q3pgm
95Q3p6FwcyKd/?lang=pt. Acesso em: 27 abr. 2022.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. Teorias da personalidade. 3. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2015.
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Leituras recomendadas
BANDURA, A. Aggression: a social learning analysis. New York: Prentice-Hall, 1973.
BANDURA, A. Principles of behavior modification. New York: Holt, Rinehart & Winston,
1969.
BANDURA, A. Self-efficacy: the exercise of control. New York: Worth Publishers, 1997.
BANDURA, A. Social foundations of thought and action: a social cognitive theory. New
York: Prentice-Hall, 1986.
BANDURA, A. Social learning theory. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1977.
BANDURA, A.; WALTERS, R. H. Social learning and personality development. New York:
Holt Rinehart and Winston, 1963.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. 4. ed. São Paulo: Cen-
gage, 2019.

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