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SONDAGEM

VESICAL
Profª. Enfª. Ana Paula Soares.
Cateterismo Vesical

■ O Cateterismo ou sondagem Vesical é um procedimento comum em setores


como UTI, PA, PS, Centro Cirúrgico e alas.
Compreendendo o procedimento
Cateterismo Vesical

■ O cateterismo vesical é um procedimento invasivo e estéril, onde é introduzido


uma sonda no meato uretral até a bexiga, com a finalidade de drenar a urina
presente ali e sua permanência é prolongada ou curta.
■ É um procedimento realizado exclusivamente pelo enfermeiro!
Cateterismo vesical de alívio ou intermitente:
realizado com a sonda uretral (cateter de
Nélaton):
■ Alívio para retenção urinária aguda;
■ Determinação do resíduo urinário;
■ Obtenção de uma amostra de urina para exame laboratorial;
■ Instilação intravesical de medicamentos;
■ Exploração da uretra.
Materiais necessários para sondagem
vesical de alívio:
■ Material para higiene íntima: bolas de algodão ou gazes não estéreis; sabão líquido
neutro; água morna; luva de procedimento.
■ Cateter uretral de Nélaton, descartável e estéril;
■ Um par de luvas de procedimento;
■ Um par de luvas estéril;
■ Um pacote de gaze;
■ Máscara cirúrgica, óculos e avental de procedimento;
■ Um kit de sondagem vesical: cuba-rim; cúpula; pinça cheron; campo estéril (0,75 m ×
0,75 m);
■ Anestésico em gel estéril;
■ Antisséptico aquoso (solução de clorexidina aquosa 0,2%).
Cateterismo vesical de alívio:

■ Higienização íntima do paciente, antissepsia e uso de EPI, como descrito no


procedimento anterior;
■ Utilizar cateter uretral sem balão de fixação, que pode ser de nylon, silicone,
teflon ou poliuretano. A numeração mais utilizada é de 10 a 14 Fr;
■ Introduzir o cateter no meato urinário até a drenagem da urina e manter o
cateter somente enquanto houver drenagem de urina;
■ Quantificar o débito;
■ Após término de procedimento, realizar higienização adequada e registrar o
procedimento no prontuário, anotando data e hora do cateterismo, tipo e calibre
do cateter, volume de água do balão, quantidade, coloração e características da
urina, bem como reações do paciente decorrentes do procedimento.
Contraindicações

■ Esse procedimento não é indicado para pacientes que possuem lesões uretrais.
Riscos
■ O principal risco deste procedimento sem dúvidas é a ITU -Infecção do Trato
Urinário, pode ocorrer caso o procedimento seja contaminado em algum
momento e durante a passagem da sonda ocorra a introdução de
microrganismos no trato urinário.
A sonda

■ A sonda utilizada para este procedimento é a sonda de Folley. O material que é


constituído, pode ser de látex ou silicone.
■ A sonda pode ter duas ou três vias. Na sonda de duas vias, uma é utilizada
para insuflar o balão e a outra via para drenagem. Na de três vias, uma delas é
igualmente utilizada para o balão, outra via para drenagem e a terceira via, para
irrigação.
Os objetivos do cateterismo vesical
são:
■ Aliviar a retenção urinária;
■ Realizar controle e proporcionar alívio aos pacientes que sofrem de
incontinência urinária;
■ Avaliar débito urinário;
■ Monitorar o balanço hídrico, principalmente perdas com maior precisão;
■ Medir volume residual;
■ Promover a restrição pós-operatória para pacientes que não tem possibilidade
de se locomover até o banheiro);
■ Coletar amostras de urina para exames;
■ Irrigação da bexiga;
■ Instilação de medicamentos;
■ Cirurgias urológicas.
Tipos
O cateterismo vesical pode ser de três tipos, são eles:
■ Sistema Aberto – Intermitente ou alívio;
■ Sistema Fechado – Sondagem vesical de demora;
■ Via Suprapúbica.
Material

■ Bandeja
■ Biombo para fornecer privacidade ao paciente;
■ Material para higiene íntima com solução degermante (Clorexidina ou PVPI).
■ Material de cateterismo vesical (cuba-rim, cúpula, pinça, gaze e campo
fenestrado).
■ Luvas estéreis.
■ EPIS (Óculos, luvas de procedimento e máscara)
■ Sonda Folley estéril descartável nº 16,18 ou 20 – Analisar anteriormente a
anatomia do paciente.
■ Compressas de gaze estéril.
Material

■ Lidocaína gel.
■ Agulhas 40mm X 12mm.
■ Coletor de urina de sistema fechado.
■ Seringa de 10 ou 20 ml.
■ Água destilada – ampola.
■ Adesivo hipoalergênico para fixação de acordo com rotina institucional.
■ Saco plástico para resíduos.
Técnica
■ Higienize as mãos;
■ Reúna os materiais na bandeja;
■ Confira a pulseira de identificação e explique ao paciente o procedimento e a
importância da sua colaboração, conforme o grau de compreensão;
■ Calce as luvas de procedimento, óculos de proteção e máscara descartável;
■ Posicione o paciente: decúbito dorsal, joelhos fletidos e afastados, quanto
possível; posição ginecológica (feminino). Importante neste momento, não
esquecer de favorecer a privacidade do paciente. Observar se há boa
iluminação, usar o
■ foco de luz se necessário.
■ Realize a higiene íntima com água e sabão ou clorexidina degermante.
■ Retire as luvas.
■ Higienize as mãos novamente.
■ (Higiene Feminina) Irrigue a vulva com água morna. Molhe a luva de banho ou
gaze, ensaboe e lave a região vulvar por fora, de cima para baixo (direção do
períneo para o reto), em um movimento único;
■ Higienize as mãos;
■ Abra o campo estéril na mesa auxiliar se paciente do sexo masculino e não
colaborativo. Se paciente do sexo feminino e colaborativo pode-se abrir o
■ campo sobre o leito, com uma das pontas sob a região glútea, abra o restante
do material sobre o campo conforme sequência de uso;
■ Coloque a solução antisséptica aquosa (Clorexidina Aquosa 0,5% ) na cúpula;
■ Abra a embalagem do coletor e coloque-a sobre o campo estéril;
■ Abra a xylocaína e dispense a quantidade necessária em uma gaze.
■ Realizar a desinfecção da ampola de água destilada com swab de álcool, abrir
e deixar sobre a mesa.
■ Calce as luvas estéreis
■ Aspire a água destilada com auxílio da seringa e agulha, sem tocar na ampola;
■ Teste o balão da sonda, com água destilada, de acordo com sua capacidade,
nunca ultrapassando o volume máximo sugerido; esvaziar o balão deixando o
volume injetado na seringa.
■ Conecte o coletor sistema fechado à sonda vesical e certifique-se sobre a
■ completa conexão entre sonda e coletor.
■ Proceder a anti-sepsia com Clorexedina aquoso.
Feminino:

Com a mão dominante, realize a anti-sepsia com bolas de algodão montadas (em
pinça cheron – adulto), embebidas em Clorexedina aquoso, afastando os grandes
lábios com a mão não dominante
■ 1- grandes lábios D
■ 2 – grandes lábios E
■ 3 – pequenos lábios D
■ 4 – pequenos lábios e
■ Movimentos unidirecionais, de cima para baixo, vulva para anus.
■ Utilizar uma bola de algodão para cada movimento, que deve ser único
■ 5 – Visualizar o meato uretral. Mantenha a posição da mão não dominante até a
introdução da sonda; Lubrificar a sonda com xilocaína gel.
Masculino:
■ Coloque o campo fenestrado e afaste com a mão não dominante o prepúcio e
segure o pênis perpendicularmente ao corpo. Proceda com a outra mão, a anti-
sepsia das pregas do prepúcio, glande e meato uretral, com bolas de algodão
embebidas em Clorexedina aquoso; em movimento e sentido únicos, de cima
■ para baixo, em seguida, insira toda a xylocaína gel diretamente no meato
uretral
■ lentamente. Introduza toda a extensão da sonda no meato uretral até refluir
■ urina.
■ Caso haja introdução inadvertida da sonda na vagina a mesma deverá ser
desprezada, providenciada nova sonda e novo par de luva.
■ Insufle o balão lentamente com o volume de água indicado na sonda,
SOMENTE após observar o refluxo da urina.
■ Atenção: interrompa a insuflação caso o paciente sinta dor ou tenha resistência
■ pois a sonda pode não estar na bexiga.
■ Nos homens: tracione lentamente a sonda até encontrar resistência;
■ Realize o enxágue da região perineal com água, para a retirada do excesso de
Clorexedina aquoso;
■ Retire as luvas.
■ Fixe a sonda na face interna da coxa com fita adesiva.
■ Despreze o material descartável no saco plástico e o perfurocortante na caixa
rígida coletora;
■ Higienize as mãos;
■ Realize sua anotação de enfermagem.
O que anotar?

Igualmente a todos os procedimentos que realizamos, é necessário após o


procedimento anotar o que foi feito.
■ Horário;
■ Procedimento realizado;
■ Tipo e calibre da sonda utilizada;
■ Volume de líquido no balão​;
■ Aspecto e cor da urina drenada;
■ Intercorrências​;
■ Nome/cargo/COREN.
Cuidados de enfermagem
■ Fixar o cateter de modo adequado;
■ Esvaziar a bolsa coletora de acordo com rotina institucional, por exemplo, em
alguns setores esvaziamos ao atingir 2/3 de sua capacidade em outros, como
na UTI por exemplo, esvaziamos a cada duas horas;
■ Caso o paciente sinta dor durante a insuflação do balão, interromper pois a
sonda pode estar não estar localizada na bexiga​
■ Higienizar a região perineal, com água e sabão, incluindo a junção do cateter
com o meato uretral três vezes ao dia;
■ Higienizar as mãos antes e após o manuseio do cateter e/ou tubo e/ou bolsa
coletora;
■ Manter a bolsa coletora sempre abaixo do nível da bexiga para manter fluxo
contínuo de drenagem de urina por gravidade.
■ Não deixar bico da SVD encostar no cálice ao esvaziar a bolsa.
Esvaziamento da bolsa coletora
Materiais

■ EPI (máscara e óculos);


■ Recipiente graduado individualizado
Técnica
■ Higienizar as mãos com água e sabão ;
■ Colocar os óculos de proteção, máscara descartável e calçar luvas de
procedimento;
■ Retirar o tubo de drenagem do seu protetor posicionando-o para o recipiente
que irá receber a urina, evitando o contato de ambas superfícies durante todo o
processo;
■ Abrir a pinça do tudo de drenagem;
■ Acompanhar o esvaziamento espontâneo da urina da bolsa coletora no frasco
de uso individualizado;
Técnica

■ Fechar a pinça do tubo de drenagem; ​


■ Utilizar desinfecção, com álcool 70%, da superfície externa e ponta do tubo de
drenagem (é protocolo em algumas instituições);
■ Colocar o tubo de drenagem no seu protetor; ​
■ Após medir o volume, desprezar a urina no vaso sanitário; ​
■ Retirar e desprezar a luva de procedimento no lixo comum, higienizar as mãos
e proceder as anotações, registrando coloração, aspecto, volume de diurese e
orientações aos paciente e familiar. ​
Como retirar a SVD

Os materiais necessários, são:


■ Máscara e óculos de proteção;
■ Seringa de 20 ml;
■ Luvas de procedimento.
Técnica:
■ Higienizar as mãos;
■ Reunir todo o material necessário e estar com a bolsa coletora vazia;
■ Certificar-se que o paciente identificado é o paciente a ser submetido ao
procedimento, por meio da leitura da pulseira de identificação;
■ Orientar o paciente / familiares sobre o procedimento a ser realizado;
■ Colocar máscara descartável, óculos de proteção e calçar as luvas de
procedimento;
■ Posicionar o paciente;
■ Conectar a seringa na via do balão e aspirar todo o conteúdo líquido do balão;
■ Atentar para a retirada do volume descrito da capacidade do balão;
■ Tracionar suavemente a sonda em direção a região externa, até a saída total da
sonda Foley.
Técnica:

■ Deixar o paciente confortável;


■ Recolher o material utilizado;
■ Retirar as luvas,óculos e máscara descartável e higienizar as mãos;
■ Recompor a unidade;
■ Calçar a luva de procedimento;
■ Levar a bandeja e os materiais utilizados para o expurgo desprezando-os no
lixo infectante;
■ Realizar desinfecção da bandeja no expurgo;
■ Higienizar as mãos;
■ Realizar anotação de enfermagem, registrando nº da sonda de folley retirada e
intercorrências no procedimento.
Terminologias:

■ Anúria: menor que 100ml em 24 horas​


■ Oligúria: menor que 400ml em 24 horas​
■ Poliúria: volume maior que o normal da urina​
■ Nictúria: micção durante a noite​
■ Disúria: dificuldade ou desconforto ao urinar​
■ Hematúria: urina com sangue​
■ Piúria: urina com pus​
■ Incontinência: incapacidade de controlar a eliminação urinária

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