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CATETERISMO VESICAL

PROF TATIANE DE SOUZA


ENFERMEIRA
CATETERISMO VESICAL

 A cateterização (ato de aplicação ou


inserção de uma sonda oca), neste caso,
refere-se ao uso de um dispositivo dentro da
bexiga ou externamente ao meato urinário
(TIMBY, 2007).
 Consiste na introdução de um cateter
(sonda) estéril na bexiga, pela uretra, com a
finalidade de drenar a urina (ou instalar
medicação), procedimento que deve ser
realizado com todo o rigor da técnica
asséptica.
UM CATETER URINÁRIO É USADO POR
VÁRIAS RAZÕES:
 Manter os pacientes incontinentes secos;
 Aliviar a distensão vesical, quando os pacientes não conseguem urinar;
 Avaliar com precisão o equilíbrio hídrico;
 Evitar que a bexiga torne-se distendida durante certos procedimentos,
como uma cirurgia;
 Medir a urina residual;
 Obter amostras estéreis de urina;
 Instilar medicação no interior da bexiga.
• Segundo o Parecer Normativo, aprovado pela Resolução nº 450/ 2013, publicada pelo
COFEN, a inserção de cateter vesical é função privativa do enfermeiro, em função dos
seus conhecimentos científicos e do caráter invasivo do procedimento, que envolve
riscos ao paciente, como infecções do trato urinário e trauma uretral ou vesical.

• Quanto as funções do técnico cabe realizar as atividades prescritas pelo enfermeiro no


planejamento da assistência de Enfermagem, como monitorização, registro do paciente,
condições do sistema de drenagem, do débito urinário, manutenção da técnica limpa
durante o manuseio do sistema de drenagem e coleta de urina para exames;
monitorização do balanço hídrico- ingestão e eliminação de líquidos, sob supervisão e
orientação do enfermeiro
RESOLUÇÃO COFEN/0450/2013
• Ao Técnico de Enfermagem:
•realização de
atividades prescritas pelo Enfermeiro no planejamento da assistência, a
exemplo de monitoração e registro das queixas do paciente, das condições do sistema
de drenagem, do débito urinário;
•manutenção de técnica limpa durante o manuseio do sistema de drenagem;
• coleta de urina para exames;
•monitoração do balanço hídrico – ingestão e eliminação de líquidos;
• Sob supervisão e orientação do
Enfermeiro
TIPOS DA CATETERISMO

Alívio ou Intermitente
• Introdução de um cateter para esvaziamento da bexiga,
em pacientes com retenção urinária. Geralmente é
utilizado cateter simples.
Demora ou Permanente
• Cateter introduzido na bexiga com a finalidade de
esvaziá-la, porém com a permanência prolongada. É
utilizado cateter de Folley, com balonete de retenção na
extremidade.
• Sonda de alívio;
• Sonda de demora (tipo foley) com 2 vias;
• Sonda de 3 vias para lavagem vesical.
CATETERISMO VESICAL DE ALÍVIO

 O cateterismo vesical intermitente ou cateterismo vesical de Alívio (CVA) é um


procedimento que visa o esvaziamento periódico da bexiga pela introdução de
um cateter pelo meato urinário até a bexiga;
 Possui lúmen único;
 A sonda utilizada para o CVA é a Sonda de Nelaton.
INDICAÇÕES:
• Obtenção de amostra de urina asséptica para exame;
• Esvaziar a bexiga de pacientes com retenção urinária, em preparo
cirúrgico e mesmo no pós-operatório;
• Monitorizar o débito urinário horário;
• Determinação da urina residual com bexiga neurogênica que não possua
um controle esfincteriano;
• Realizar tratamento em longo prazo de clientes com lesões de medula
espinhal.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O
CATETERISMO VESICAL DE ALÍVIO
 A sondagem intermitente causa muito menos infecção urinária do que a
sonda de demora;
 A passagem da sonda de Nelaton várias vezes ao dia não machuca o
paciente. Ainda que haja algum sangramento na passagem da sonda, o
traumatismo é mínimo;
 Não se deve deixar o paciente ficar com a bexiga muito cheia.
 A retomada da micção espontânea muitas vezes se faz aos poucos. Em
alguns pacientes esse é um processo rápido, principalmente quando o paciente
já consegue sair do leito e caminhar.
MATERIAIS NECESSÁRIO
 01 pacote estéril de sondagem vesical;  Xilocaína gel 2%;
 01 par de luvas estéreis;  02 pacotes de gaze;
 01 par de luvas de procedimento;  Solução antisséptica de Clorexidine aquosa
2%;
 Compressas ou luvas de banho;
 Sabão neutro;  Frasco graduado;
 Bacia com água morna;  Saco para lixo comum
 01 seringa de 20 ml luer slip (simples);  Pinça Pean
 01 sonda vesical de calibre adequado;  Campo frenestrado
CATETERISMO VESICAL DE DEMORA
• O cateter de demora ou permanente, também chamado de Sonda de
Retenção, permanece no local por um período determinado de tempo.
• O tipo mais comum de Sonda é a Sonda de Foley.
• Os cateteres de demora, são mantidos no local por um balão, que é
inflado quando a extremidade distal da sonda se encontra no interior da
bexiga.
• Possui como finalidade de manter a drenagem contínua da urina nos
casos de controle rigoroso de voluma urinário, cirurgias e pacientes
com obstrução urinária, podendo permanecer no paciente por vários
dias
INDICAÇÕES
✓ As razões pelas quais alguém pode não ser capaz de urinar por conta própria incluem:
✓ Fluxo de urina bloqueado por cálculos renais, coágulos de sangue na urina ou hipertrofia
da próstata;
✓ Cirurgia da próstata;
✓ Cirurgia na área genital, como um reparo de fratura de quadril ou remoção de câncer
pélvico;
✓ Lesão dos nervos da bexiga;
✓ Lesão da medula espinhal; ✓ Condição que prejudica sua função mental, como a
demência vascular; ✓ Medicamentos que prejudicam a capacidade dos músculos da bexiga
contrair.
SONDA DE
DEMORA
MATERIAIS NECESSÁRIOS
 01 seringa de 20 ml (deve ter ponta luer
 01 pacote de sondagem vesical; slip - simples - que encaixe no dispositivo
 01 par de luvas estéreis; de preenchimento do balonete da sonda);

 01 par de luvas de procedimento;  15-20 ml de água destilada (02 flaconetes


de água destilada estéril);
 Compressas ou luvas de banho;
 01 agulha de aspiração (40x12);
 Sabão neutro;
 01 bolsa coletora de urina (sistema
 Bacia com água morna; fechado);
 01 sonda vesical duas ou três vias de calibre adequado;
 Micropore;
 Xilocaína geleia 2%;  Solução de Gluconato de Clorexidina
 02 pacotes de gaze; aquosa 2%);
 Saco para lixo comum
TESTE DO BALONETE

O teste do balonete pode ser feito em um destes


momentos:
1. Dentro do campo estéril: colocando a seringa e a
sonda no campo estéril, a água destilada na cuba
rim. Aspira- se a água destilada e testa-se se o
balonete está íntegro;
2. Antes de dispor o material no campo: aspira-se a
água destilada e testa-se o balonete segurando a
sonda dentro do pacote, expondo apenas o local de
preenchimento do balonete
IRRIGAÇÃO VESICAL
• É a irrigação contínua da bexiga com a finalidade de lavá-la e limitar a
multiplicação de microrganismos.
• É uma técnica para restaurar e manter a permeabilidade da sonda. Esse
procedimento ajuda a prevenir a obstrução do trato urinário pelo
deslocamento de pequenos coágulos de sangue ou sedimentos, que se
formam após cirurgia de bexiga ou próstata.
• Tem a finalidade de manter a sonda aberta e pérvia, irrigando líquido na
bexiga, de forma intermitente ou contínua, e prevenindo sangramento grave,
formação de coágulos e obstrução da sonda em pós-operatório urológico.
• A irrigação contínua- administração contínua de solução- instila solução
irrigadora para dentro do cateter por meio da gravidade, por vários dias.
Há necessidade de uma sonda de três vias para proporcionar a irrigação
contínua.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IRRIGAÇÃO
VESICAL
• Orientar o paciente quanto aos sintomas que pode ocorrer durante ou após o
procedimento, como dor, ardência, distensão vesical, hematúria;
• Estimular ingesta hídrica, caso não exista restrição. Isso ajuda na diluição da urina e
diminui a possibilidade de crescimento bacteriano;
• Orientar sobre a importância do repouso relativo, que previne o aumento da hematúria,
por meio da diminuição da mobilização da sonda;
• Evitar a lavagem de SVD em situações de obstrução. Optar pela troca da SVD, a não ser
que haja contraindicação ( hiperplasia prostática, estenose de uretra, pós- operatório de
cirurgia urológica);
• Evitar desconectar o sistema fechado. Não forçar a entrada de líquidos, pois a
hiperdistensão vesical pode levar a hemorragia.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO
CATETERISMO VESICAL
• O cateterismo vesical trata-se de uma intervenção na qual a enfermagem
atua de forma direta e efetiva . Cabendo aos profissionais de enfermagem,
se adequar e aprimorar o conhecimento científico e técnico do
procedimento
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO
CATETERISMO VESICAL
• A sonda deve sempre se manter fixada abaixo do umbigo com
esparadrapo ou fita, sem tracioná-la (puxar).
• Manter a bolsa de drenagem sempre ABAIXO da altura da bexiga.
• Manter a bolsa de drenagem suspensa, de preferência presa ao cós da
calça, para pacientes que não precisam ficar acamados.
• Em casos de pacientes acamados, a bolsa coletora deve ficar presa na
cama.
• A bolsa de drenagem NUNCA deve ser deixada no chão.
CONTROLE HÍDRICO
• O equilíbrio é a relação existente entre ganhos e perdas
corporais. Uma vez que no volume (hidro), se diluem os
eletrólitos (eletrolítico), fala-se então de Balanço
Hidroeletrolítico (OLIVEIRA; GUEDES; LIMA, 2010).
• O balanço hidroeletrolítico parcial pode ser concluído em
intervalos de tempo estabelecidos a cada 06 horas e
fechado totalmente a cada 24 horas (ANDRADE, 2002.
POTTER; PERRY, 2004. Smeltzer; Bare, 2009.
OLIVEIRA; GUEDES; LIMA, 2010).
Líquido Administrado – Liquido Eliminado = Balanço
Hídrico (+ ou -)
• O resultado dessa equação indicará se o paciente obteve um balanço
hídrico positivo ou negativo, ou seja, positivo indicará que houve um
ganho de líquidos, e negativo sugere que houve uma perda de líquidos
(POTTER; PERRY, 2004. Smeltzer; Bare, 2009).

Todo líquido que o paciente ingerir em 24h deve ser mensurado e


Líquido
registrado, como: Soroterapia, nebulizações, sangue ou hemoderivados,
Administrado
ingesta de líquidos, medicações líquidas ou diluídas, dietas por SNE,
ou Ingerido
irrigação de drenos.

Todo líquido que o paciente eliminar deve ser mensurado e registrado,


Líquido Eliminados principalmente- Drenos, sondas vesicais, aspirados, fezes, êmeses, coletas
laboratoriais, hemorragias, secreções, urina.
É a eliminação de líquidos através de meios que não podem ser
Perdas Insensíveis
medidos, como pela transpiração e pela respiração. Para que estes
valores não sejam simplesmente ignorados no balanço hídrico, é
realizada uma estimativa aproximada desta perda. Ex: Sudorese,
Ventilação.
BALANÇO HÍDRICO
• O balanço hídrico é o resultado da quantidade de líquido que entra e sai
do corpo humano em um determinado intervalo de tempo.
• Tem por objetivo monitorar os parâmetros que permitam acompanhar o
equilíbrio hídrico do cliente diante do tratamento proposto, dependendo
de seu estado patológico, renal ou cardíaco.
• Consiste no controle de todos líquidos administrados por via oral e
parenteral no paciente e os líquidos eliminados através das vias urinárias,
trato gastrointestinal, drenos, sondas, fistulas durante 24 horas.
O QUE REGISTRAR?
✓ Soluções administradas;
✓ Soros;
✓ Medicações EV
✓ Diluição de Medicações (EV e VO);
✓ Sangue e Derivados;
✓ Medicações VO;
✓ Controle de líquidos (alimentos);
✓ SNE: Gavagem e lavagem;
✓ Líquidos Eliminados;
✓ Fezes;
✓ Vômitos;
✓ Drenagens
FECHANDO O CONTROLE HÍDRICO
• O balanço hídrico parcial deve ser fechado sempre as 06, 12, 18 e 24
horas.

• O balanço hídrico total deve ser fechado as 24 horas pelo enfermeiro


responsável.
BALANÇO PARCIAL
• Devemos somar todos os líquidos administrados e somar todos os
líquidos eliminados.
• Após, fazer a subtração dos líquidos eliminados dos líquidos
administrados.
• Colocaremos o sinal de (+) se o líquido administrado for maior que o
líquido eliminado.
• Colocaremos o sinal de (-) se o líquido eliminado for maior que o líquido
administrado.
CUIDADOS GERAIS
• Ao receber o plantão observar a infusão de soroterapia e medicamentos
no beneficiário, atentando para as bombas de infusão, se as mesmas
foram zeradas ou não;
• Atentar para realizar uma anotação fidedigna, no espaço adequado, para
não comprometer a avaliação do beneficiário;
• Cuidados ao registrar volume de líquidos infundidos por bomba de
infusão e como fazer para zerar a mesma.
CUIDADOS QUANTO AO REGISTRO DE
ELIMINAÇÃO
• As evacuações serão registradas com o símbolo +, de acordo com a quantidade eliminada (de 1 a 3, ++
+);
• A diurese será anotada pelo valor em ml. Quando o beneficiário estiver em uso de fralda
descartável, realizar a pesagem da fralda e subtrair do peso da fralda anotado previamente;
• As fraldas que apresentarem urina e fezes, não deverão ser pesadas, a estimativa será registrada pelo
sistema de +, (seguindo o esquema de +/+++).
Reposição:
SG= 1.500ml Eliminação:
SF= Diurese= 1.200ml
1.000ml Déb. Hemático= 300ml
Sangue=
500ml
1.500+1000+500= 3.000ml 1.200+300= 1500ml

Balanço Hid= Reposição- Eliminação


Balanço Hid=3000-1500
Balanço Hid= 1.500ml +
 Para o fechamento do balanço hídrico do paciente Y, o técnico de enfermagem
recorreu às seguintes anotações contidas em prontuário nas últimas 24 horas:
 400 ml de diurese
 300 ml de vômito
 150 ml de perdas insensíveis (suor+ respiração)
 200 ml café da manhã
 100 ml de SF 0,9%

Após a realização do cálculo, o técnico de enfermagem classificou o balanço hídrico


total de 24 horas como:

RESPONDAM A QUESTÃO E DEPOIS


CORRIGIREMOS
 Para o fechamento do balanço hídrico do paciente Y, o técnico de enfermagem recorreu
às seguintes anotações contidas em prontuário nas últimas 24 horas:
 400 ml de diurese
 300 ml de vômito
 150 ml de perdas insensíveis (suor+ respiração)
 200 ml café da manhã
 100 ml de SF 0,9%

Após a realização do cálculo, o técnico de enfermagem classificou o balanço hídrico total
de 24 horas como:

Reposição: Eliminação: BH= Reposição- Eliminação


- Café: 200ml - Diurese: 400ml BH= 850-300
- - SF 0,9%: - Vômito: 300 ml BH= 550ml-
100ml - Perdas Ins:
150ml
200+100= 300ml 400+300+ 150= 850ml
• Para o fechamento do balanço hídrico do paciente Y, o técnico de
enfermagem recorreu às seguintes anotações contidas em
prontuário nas últimas 24 horas:
• 200 mL de café da manhã
• 500 mL de solução fisiológica intravenosa em 24 horas
• 200 mL de perdas insensíveis (suor + respiração) em 24 horas

Ingestão oral de 1000 mL de água em 24 horas



• Diurese de 1300 mL em 24 horas
• 300 mL de café da tarde
• 300 mL de chá à noite
• Após a realização do cálculo, o técnico de enfermagem
classificou o balanço hídrico total de 24 horas como:
 Para o fechamento do balanço hídrico do paciente Y, o técnico de
enfermagem recorreu às seguintes anotações contidas em prontuário nas
últimas 24 horas:
- 200 mL de café da manhã
- 500 mL de solução fisiológica intravenosa em 24 horas
- 200 mL de perdas insensíveis (suor + respiração) em 24 horas
-Ingestão oral de 1000 mL de água em 24 horas
-Diurese de 1300 mL em 24 horas
-300 mL de café da tarde
-300 mL de chá à noite
Após a realização do cálculo, o técnico de enfermagem classificou o balanço
hídrico total de 24 horas
Reposição: como: BH= Reposição- Eliminação
Eliminação:
Café: BH= 2.300-1.500
Perdas Insensíveis: 200ml
200ml SF: BH= 800ml +
Diurese: 1300ml
500ml
Água:
1000ml
Café da tarde: 300ml
Chá da noite:
200+500+1000+300+300 200+ 1300=
300ml
= 2.300ml 1.500ml
DÚVIDAS??
?

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