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Procedimentos

Complexos de
Enfermagem

Profª Esp. Leticia Pedroso


Aula 1-
Introdução
• A equipe de enfermagem é um dos pilares
para a diferenciar o atendimento prestado
aos usuários dos serviços de saúde, e para
tanto se faz necessário à busca contínua
pela excelência técnica que permita uma
prática consistente e segura para o
profissional e para o usuário.
• O ato de cuidar tem como objetivo reduzir
ou eliminar o sofrimento do cliente
enquanto passa por um tratamento, e
embora haja evolução na tecnologia e na
ciência, a assistência à saúde ainda possui
o potencial de causar danos.
Procedimentos de Enfermagem
no Sistema Digestório

Sondagem Nasogástrica (SNG):


introdução de uma sonda no estômago
através da boca ou nariz.
Indicações:
• Alimentação e medicação para
pacientes impossibilitados de deglutir.
• Drenar conteúdo gástrico para evitar
distensão.
• Lavagem gástrica para drenagem de
substâncias tóxicas e hemorragia.
• Preparo pré-operatório para
determinadas cirurgias.
Material
Sonda nasogástrica de
Levine n.º 14 a 16 para
mulheres e n.º 16 a 18 para
homens.( Existem sondas de
10 a 22)
• Lubrificante: xylocaína
gel.
• Seringa de 20 ml com
bico.
• Esparadrapo ou
micropore.
• Gaze.
• Estetoscópio.
• Copo com água.
• Luva de procedimento.
• Toalha de rosto.
Procedimento
• Orientar o paciente e preparar o ambiente.
• Lavar as mãos e separar o material e lavá-lo ao quarto.
• Colocar o paciente em posição de Fowler ou decúbito dorsal.
• Proteger o tórax com a toalha e calçar as luvas.
• Medir o comprimento da sonda: da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e daí até o
apêndice xifóide. Marcar com uma pequena tira de esparadrapo.
• Lubrificar a sonda com xilocaína (10 cm).
• Introduzir a sonda por uma das narinas, sem forçar para não ferir.
• Parar quando sentir obstáculo (em torno de 10 cm), a partir daí flexionar a cabeça e
pedir para o paciente deglutir. Pode oferecer um pouco de água. Introduzir a sonda
até a marca do esparadrapo.
• Testar a localização da sonda: 1 º Adaptar uma seringa vazia na sonda e aspirar, se
retornar suco gástrico, é indicativo da localidade correta.
• 2º Injetar ar em torno de 10 ml pela sonda, com auxílio de uma seringa (quantidade de
ar varia de acordo com a idade) e auscultar com estetoscópio posicionado sobre a
região epigástrica, se ouvir um som borbulhante, significa que está no estômago.
• Retirar a oleosidade do nariz e fixar a sonda com esparadrapo ou micropore.
• Retirar as luvas. Organizar o material. Lavar as mãos.
• Anotar o procedimento no prontuário.
Ausculta
Epigástrica
• É a introdução de
Lavagem Gástrica líquido (soro fisiológico
principalmente)
através de SNG para
lavagem gástrica.

• Indicações:
• Eliminar do estômago
substâncias tóxicas ou
irritantes.
• Estancar hemorragia
gástrica ou esofágica
através da introdução
de soro gelado.
Material: • Seringa de 50 ml ou
equipo de soro.
• Frasco de solução
prescrita (se for fazer
lavagem com frasco
de soro)
• Suporte de soro.
• Cuba rim com solução
(se for utilizar lavagem
com seringa)
• Gazes.
• Toalha.
• Balde.
• Luva de
procedimento.
• Extensão de borracha.
• Saco plástico para
lixo.
Procedimento:
• Procurar acalmar o paciente explicando-lhe o procedimento.
• Proteger o tórax com toalha e calçar as luvas.
• Colocar a extensão de borracha na sonda. Adaptar à extremidade da
borracha, a seringa ou o equipo conectado à solução.
• Introduzir a solução devagar fazendo pequena pressão no frasco de soro
quando parar o gotejamento.
• Deixar refluir o líquido por sifonagem. Virar a extremidade da sonda
dentro do balde ou deixar o frasco de soro conectado ao equipo, em
nível mais baixo (retirar todo o ar do frasco para permitir melhor
sucção).
• Repetir o procedimento quantas vezes for necessário.
• Medir o volume introduzido e o volume drenado, observando o aspecto,
cor e odor.
• Retirar a sonda e desprezá-la em saco plástico. Retirar as luvas.
• Organizar o material. Lavar as mãos
• Anotar o procedimento e as observações no prontuário.
SONDA DE
SENGSTAKEN –
BLAKEMORE

Indicada em casos de
hemorragias de varizes do
esôfago, hemorragias de
fundo varicoso,
combinação de
hemorragias de varizes do
esôfago e do fundo
varicoso.
Alimentação por
Sonda
• É o método empregado para introduzir
alimentos no trato gastrintestinal, por
meio de sonda nasogástrica,
nasoentérica e gastrostomia.

• Indicações:

• Após cirurgias da boca, esôfago,


estômago e outras;
• Para pacientes inconscientes;
• Para pacientes debilitados e com
impossibilidade de deglutir.
Alimentação por gavagem
(por sonda nasogástrica)

• Suporte de soro;
• Frasco de alimentação
com equipo próprio na
cor azul;
• Seringa de 20 ml com
bico ou seringa azul;
• Copo com água
filtrada.
Procedimento(SNG)
• Preparar o paciente, o material e o ambiente;
• Elevar a cabeceira da cama, se não houver contraindicação;
• Dobrar a extremidade da sonda antes de adaptar a seringa ou equipo.
Se o alimento vier em copo, introduzi-lo pela seringa desconectando
a seringa do êmbolo de tal forma que faça uma espécie de funil;
• Introduzir o alimento vagarosamente, evitando deixar entrar ar na
sonda;
• Desconectar a seringa da sonda;
• Introduzir água pela seringa o suficiente para lavar a sonda (10 a
20ml) dependendo da idade do paciente;
• Fechar a sonda;
• Deixar o paciente confortável, em Fowler ou decúbito lateral
esquerdo;
• Lavar as mãos; Anotar o cuidado prestado.
Observações

• Se a finalidade da sonda for


alimentação, deixá-la fechada e abri-la
somente na gavagem.
• Se a finalidade for drenagem, deixá-la
aberta, adaptada a uma extensão de
borracha e esta a um frasco coletor.
Deve também observar e anotar o
volume e a característica do líquido
drenado.
• Manter o paciente na posição de Fowler
após a sondagem, se for possível.
Alimentação por sonda
nasoenteral
(SNE)

• É a administração de alimentos por


uma sonda especial (DOBBHOFF)
que passa pelo estômago e chega ao
duodeno. A introdução desta sonda é
atribuição exclusiva do enfermeiro.
• A sonda nasoenteral tem
comprimento variável de 50 a 150 cm,
e diâmetro médio interno de 1,6mm
e externo de 4 mm, com marcas
numéricas ao longo de sua extensão,
facilitando posicionamentos,
maleáveis, com fio-guia metálico e
flexível, radiopaca.
• RX-4 hs
Material:

Frasco com alimento (que pode ser


preparado no próprio hospital ou
comprado já contendo os requisitos
básicos)
• Equipo próprio ou de bomba de
infusão
• Frasco contendo água limpa
(filtrada)
• Bomba de infusão (de preferência)
Procedimento:

• Lavar as mãos e preparar o material


• Elevar a cabeceira da cama, senão houver
contraindicação, ou colocar o paciente em decúbito
lateral direito.
• Conectar o equipo a sonda e controlar o gotejamento
manualmente se não houver bomba de infusão.
• Regular o fluxo para 60 a 100 ml/hora, ou conforme
padronização da instituição, pois se for infundido
rapidamente, pode ocorrer diarreia e cólica
• Infundir água filtrada para lavar a sonda após a
introdução da dieta (+ 2 horas)
• Fechar a sonda. Lavar as mãos
• Anotar no prontuário
Observações
• Observar rigorosamente o gotejamento, pois a sonda pode obstruir
facilmente, dependendo do tipo de dieta utilizada. Ao terminar a dieta,
desconectar o equipo e lavar a sonda imediatamente para evitar
obstrução.
• Testar o posicionamento da sonda nasogástrica e nasoenteral antes de
administrar a dieta. Observar a fixação correta da sonda.
• Realizar higiene oral freqüente.
• Oferecer pequena porção da dieta por via oral, se não houver
contraindicação, para que o paciente possa sentir o sabor, e ministrar o
restante pela sonda (este procedimento é recomendado nas dietas para
sondas nasogástricas e gastrostomias). Oferecer a dieta à temperatura
ambiente, o aquecimento prévio deve ser cuidadoso.
• Verificar o tipo de dieta, o volume, o aspecto, o odor, antes de
administrá-la. Verificar se há estase gástrica antes da gavagem ou da
alimentação por gastrostomia.
Como evitar obstrução
da sonda nasoenteral?

Por ser muito fina, a sonda pode


entupir-se facilmente,
impossibilitando a administração
da dieta enteral.
• Em adultos injetar, com uma
seringa, 20 ml de água filtrada,
fervida e fria na sonda, antes e
após a administração da dieta ou
de medicamento;
Retirada da SNG:

• Calçar luvas
• Fechar a sonda
• Envolver a sonda com
gaze e puxá-la
firmemente
• Desprezar a sonda em um
saco plástico, não deixar
no lixo do paciente.
Alimentação por
gastrostomia:

• Definição: É a
introdução de
alimentos líquidos ou
pastosos diretamente
no estômago por meio
de tubo de silicone
introduzido através da
parede abdominal.
Material:

• Recipiente com alimento


• Seringa de 20 ou 50 ml
• Copo com água
• Luva de procedimento
Gastrostomia
Procedimento:
• Lavar as mãos e explicar ao paciente o que será feito
• Preparar o material
• Elevar a cabeceira da cama, calçar as luvas de procedimentos
• Comprimir a sonda com os dedos polegar e indicador da mão
não dominante e retirar o tampão com a mão dominante
• Adaptar o corpo da seringa como funil, e introduzir o
alimento vagarosamente
• Introduzir água (20 a 30 ml) para lavar a sonda após o término
da introdução do alimento
• Fechar a sonda com o tampão próprio
• Retirar as luvas. Deixar o paciente confortável
• Lavar as mãos
• Anotar no prontuário
Jejunostomia
• É um procedimento
cirúrgico que permite
o acesso direto ao
jejuno.(intestino).
Este método pode ser
usado quando é
preciso evitar a
passagem do
alimento pelo
estomago.
• Alimentação:
Mesmo procedimento
que a gastrostomia.
Quais os cuidados com a
gastrostomia ou a
jejunostomia?

• A sonda é presa à parede do


abdômen, mas é útil fixá-la com
fita adesiva hipoalergênica ou
esparadrapo para evitar trações e
deslocamentos acidentais. Seguir
as orientações do enfermeiro
quanto ao curativo. Em caso de
deslocamento, vazamento ao
redor da sonda ou dor no
momento da administração da
dieta, comunicar o Enfermeiro.
Nutrição Parenteral
Administração, por via endovenosa,
de nutrientes como glicose e
proteínas, bem como água,
eletrólitos, sais minerais e
vitaminas, possibilitando, a
manutenção da homeostase, uma
vez que as calorias e os aminoácidos
são supridos.
Tem como finalidade complementar
ou substituir a alimentação oral ou
enteral.
As vias de administração da NP
podem ser duas:
• Periférica: utilizam-se somente
soluções hipoosmolares,
hipoconcentradas e lipídeos.
• Central: via mais utilizada, na qual
é feita a infusões de soluções
hipertônicas de glicose e proteínas,
vitaminas, dentre outros.
Geralmente realiza-se a canulação
da veia subclávia, por via
infraclavicular, para se ter acesso à
veia cava superior, devendo
posicionar o cateter no átrio
direito.
Indicações....
• Terapia de apoio, complementando as
necessidades nutricionais de pacientes
nos quais a via enteral não é capaz de
suprir.
• Recém-nascidos prematuros, que
possuem ainda um sistema digestivo
imaturo, incapaz de processar o leite
materno que modo que o mesmo
atenda às suas necessidades;
• Pacientes que passaram por cirurgias
gastrointestinais de grande porte
• Insuficiência hepática;
• Insuficiência renal aguda, etc.
Enema
Parecer Coren/SP 032/2010
É a introdução de líquido no
intestino através do ânus ou
boca de colostomia.

• Finalidades:
Aliviar a constipação facilitando
a eliminação das fezes.
• Remover o sangue no caso de
melena.
• Preparar para cirurgia e
exames.
• Administrar medicamentos.
• Lavagem intestinal ouTipos:
enteróclise ou enteroclisma:
é a introdução de grande volume de líquido,
geralmente 1000 a 2000 ml, utilizando para isto um
irrigador.

• Clister: é a introdução de líquido de 150 a 500 ml feita


com material industrializado, utilizando o próprio
frasco ou conectando a sonda.

• Protóclise: também chamada de Murphy, é a lavagem


feita gota a gota, ou seja, o frasco de solução é
conectado ao equipo e este à sonda.
• Soluções mais usadas (para 1000 ml) - Soro fisiológico
ou água morna acrescidos de: Glicerina: 20 ml,
Vaselina: 20 ml ou solução pronta
Procedimento
Explicar ao paciente o que será feito. Lavar as mãos
• Preparar o material (no posto): Frasco de solução pronta ( Clister 500 ml ou 1000 ml)
• Equipo de soro e sonda retal nº 18 ou 20 . Lubrificante para sonda
• Papel higiênico. Gazes. Saco plástico.Luvas de procedimento
• Lençol (forro). Comadre. Colocar o biombo se necessário.
• Colocar a bandeja na mesa de cabeceira e a comadre na cadeira.
• Colocar o forro sob o paciente. Colocar o paciente em posição de Sims (DLE).
• Montar o equipo de soro à sonda retal, retirar o ar do circuito.
• Pendurar o frasco no suporte de soro. Calçar as luvas.
• Lubrificar a 5 cm da ponta da sonda, utilizando uma gaze.
• Pegar a sonda com a gaze, afastar a prega interglútea e introduzir 6 a 10 cm, no caso de
adulto.
• Abrir a pinça do equipo e deixar correr a solução. Fechar a pinçar, quando a solução estiver
acabando, impedindo a entrada de ar.
• Retirar a sonda e desprezá-la no saco plástico. Colocar a comadre ou encaminhá-lo para o
banheiro.
• Desprezar o conteúdo fecal no vaso sanitário, observando o volume e o aspecto.
• Retirar as luvas. Organizar o material.
• Fazer higiene íntima para o paciente acamado. Lavar as mãos.
• Anotar o procedimento e as observações no prontuário.
Observação:
• Nunca forçar a introdução da sonda, pois pode estar
dobrada ou ocorrer contratura muscular do reto.
• Orientar para que a solução fique pelo menos 10 minutos
antes de oferecer a comadre.
• A posição Genupeitoral tem sido mais eficiente que a Sims,
pois o líquido chega ao cólon.
• Se o paciente for ao sanitário sozinho, pedir para não dar
descarga antes do efeito da lavagem ser verificado.
• Observar o estado geral do paciente, principalmente
aqueles que recebem lavagem com freqüência.
• No caso de refluxo do líquido pelo ânus ao infundir a
solução, tentar introduzir um pouco mais a sonda, se o
problema persistir, o reto pode conter fezes endurecidas
(fecalomas) sendo necessário à retirada manual
Termos Técnicos

• Afagia: incapacidade para deglutir.


• Disfagia: dificuldade para deglutir.
• Polifagia: aumento do apetite.
• Anorexia ou inapetência: falta de apetite.
• Polidipsia: aumento da necessidade de beber água.
• Língua saburrosa: esbranquiçada com pontos brancos.
• Língua hiperemiada: muito vermelha.
• Sialorréia: aumento da secreção salivar.
• Halitose: mau hálito.
• Êmese: vômito.
• Náuseas: enjôo, vontade vomitar.
• Regurgitação: volta do alimento digerido à boca, pouco depois de deglutido.
• Eructação: arroto.
Termos Técnicos
Melena: fezes escuras
Azia ou pirose: sensação
Dispepsia: digestão Hematêmese: vômito como “borra de café”
de ardor estomacal e
difícil. com sangue. decorrente de
azedume na garganta.
hemorragia alta.

Abdômen timpânico:
Flatulência: distensão
distensão do intestino
Flatos: saída de gases abdominal devido Fecaloma: fezes
por gases com
pelo ânus. acúmulo de gases no endurecidas.
sonoridade exagerada à
intestino.
percussão.

Disenteria: evacuação
líquida e constante, com Constipação ou Enterorragia:
Diarreia: evacuação
muco ou sangue obstipação intestinal: hemorragia intestinal
líquida e abundante.
acompanhada de cólicas prisão de ventre. (sangue vivo nas fezes).
e dores abdominais.

Tenesmo: sensação
dolorosa na região anal
devido esforço para
evacuar.
Dúvidas??

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