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MANUAL DO EDUCADOR

FORMAÇÃO CONTINUADA
EDIÇÃO
2024-2025-2026

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EDITOR
Lécio Cordeiro

REVISÃO DE TEXTO
Departamento Editorial

PROJETO GRÁFICO
Arte Totalle Edições Ltda.

6o ano
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Ensino Fundamental Allegro Digital

Manual do Educador CAPA


Formação Continuada Adriana Ribeiro

Foto da capa: Luis War/Adobestock.com


COORDENAÇÃO EDITORIAL

O conteúdo deste livro está adequado à proposta


da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de
dezembro de 2017, do Ministério da Educação.

Impresso no Brasil.
ISBN aluno: 978-65-87971-17-9
ISBN professor: 978-65-87971-24-7

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos das fotos, das ilustrações
e dos textos contidos neste livro.
A editora pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em incluir
quaisquer créditos faltantes.

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Sobre a Coleção
O que é arte? Qual é a importância dela —, exercitando a discussão e a sensibili- a partir da interação do ser humano his-
para a nossa vida? Questionamentos como dade, argumentando e sendo capaz de tórico com as diferentes formas de orga-
esses são muito recorrentes entre estudan- sensibilizar-se com a arte. nização do pensar, do criar e do agir no
tes nas aulas de Arte. Visando esclarecer tais • Identificar, relacionar e compreender as tempo e no espaço social.
pontos, a coleção Formando Cidadãos – Arte
é constituída de textos e atividades que fo-
diferentes funções da arte, bem como o
trabalho e a produção dos artistas.
• O aprendizado não ocorre apenas em
lugares e momentos prefixados, e sim a
mentam o debate sobre as diversas possibi-
lidades de representação artística, ajudan-
• Identificar e reconhecer produções e
produtores de arte local, distinguindo-
todo instante em que o ser humano es-
tabelece relação com o mundo e com
do os alunos a construir uma concepção de -os como formadores do acervo cultural. outros seres humanos.
arte que esteja ancorada nas suas experiên-
cias e vivências artísticas.
Em linhas gerais, os princípios que nor- • O diálogo, condição necessária à criação
de um ambiente de aprendizagem favo-
teiam a coleção Formando Cidadãos – Arte
Por meio da apreciação de obras varia- rável, permite que educadores e edu-
e seu respectivo manual do educador são:
das e do estímulo à criatividade, esperamos candos atribuam sentido ao ensinar e
que os estudantes possam experimentar e • O conhecimento não é produto estáti- ao aprender.
desenvolver produções que expressem as-
pectos subjetivos, de modo que sejam au-
co e acabado, precisa ser reinventado
continuamente.
• A criatividade é premissa fundamental
para o desenvolvimento da autonomia,
tores e protagonistas do processo de apren-
dizagem. Em vista disso, defendemos a
• A construção do conhecimento acontece da sensibilidade e da autocrítica.

Syda Productions/Adobestock.com
perspectiva de que a prática artística não
deve ser entendida como mero resultado da
aquisição de técnicas, mas sim como uma
linguagem que possibilita a expressão do
ser humano, que, por sua vez, encontra-se
imerso em uma cultura e em um contexto
sócio-histórico específico.
Fruto da concepção de que a sala de
aula é um espaço de construção democrá-
tica dos conhecimentos, a presente coleção,
em acordo com a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), objetiva que, ao final, o
aluno seja capaz de:

• Compreender a arte como linguagem,


promovendo a articulação entre a per-
cepção, investigação, sensibilidade e re-
flexão na formação dos saberes artísticos.
• Exercitar princípios éticos e estéticos du-
rante a produção artística pessoal e dos
demais colegas de classe.
• Identificar e compreender a arte como
fator histórico contextualizado em dife-
rentes culturas.
• Observar as relações entre a arte e a
realidade, refletindo, investigando, in-
dagando — com interesse e curiosidade

III

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Como a Coleção está organizada?
Por acreditar que a aprendizagem se O que as outras pessoas respostas, o que, mais uma vez, impli-
concretiza significativamente quando o es- pensam sobre ca no enriquecimento do processo de
tudante se torna protagonista do processo, Tendo em vista que a arte é uma área de ensino-aprendizagem.
a presente coleção é composta por seções conhecimento que abarca subjetividades e
que estimulam o desenvolvimento da auto- diferentes pontos de vista em relação a um + Informações sobre o
nomia criativa e expressiva dos discentes. objeto, essa seção visa apresentar outras tema
Nesse sentido, são propostas leituras e ativi- considerações, feitas por diferentes auto- Essa seção é um espaço destinado à as-
dades de pesquisa e produção artística que res e estudiosos, a respeito do tema aborda- sociação entre o tema do capítulo e as con-
visam ampliar as percepções de mundo dos do no capítulo. Dessa maneira, objetiva-se tribuições teóricas de outras áreas de co-
estudantes, além de fazê-los explorar a in- não apenas enriquecer a discussão sobre a nhecimento ou disciplinas. Os textos aqui
terconexão entre as diferentes linguagens temática tratada, mas também desenvol- apresentados proporcionam tanto uma am-
artísticas. ver o respeito à diversidade de pensamen- pliação do tema como um aprofundamento
to. Vale ainda destacar que esse momento dos conceitos abordados.
Registre suas ideias é frutífero para incentivar novas leituras so-
Essa seção propõe reflexões iniciais a bre o tema. Repensando
respeito do tema apresentado no início do Considerando que o ensino de arte pre-
capítulo. Assim, neste momento, espera-se Diálogos com o tema cisa oportunizar momentos de vivência
que os estudantes registrem os seus conhe- Essa seção compreende a aplicação artística, essa seção objetiva propor ati-
cimentos prévios sobre a temática aborda- dos conhecimentos construídos até en- vidades que contribuam para o desenvolvi-
da. Para isso, é solicitado que os discentes tão. Em vista disso, são propostas ques- mento de habilidades relacionadas às lin-
escrevam, desenhem ou realizem uma bre- tões que aguçam a reflexão e a criticidade guagens artísticas. Sugerimos que você,
ve pesquisa que contemple aspectos iniciais dos estudantes, que, de acordo com a so- professor, complemente as atividades aqui
do assunto tratado. Nessa seção, os estu- licitação, podem responder aos questio- propostas com outras que julgar pertinen-
dantes também são estimulados a desen- namentos individualmente, em duplas ou tes. Ressaltamos, ainda, a importância de
volver a habilidade de sintetizar suas prin- em grupos. Importante destacar que algu- propor atividades que envolvam toda a es-
cipais ideias em relação ao tema. mas questões podem admitir diferentes cola, quando possível.

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IV

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Subsídios teóricos à Coleção
Arte e educação
Que importância é essa que se dá à arte e faz com que ela tenha um espaço na educação em geral e, em especial, na
educação escolar?

Primeiramente, é a importância devida à por artistas) e o domínio de noções sobre a Esses autores podem ser tanto as pes-
função indispensável que a arte ocupa na vida arte derivativa da cultura universal. soas que se dedicam profissionalmente à
das pessoas e na sociedade desde os primór- Ao conhecer diferentes produções produção de arte — os artistas —, como os
dios da civilização, o que a torna um dos fato- do campo artístico (artesanato, objetos, indivíduos que fazem trabalhos artísticos
res essenciais de humanização. É fundamen- design, audiovisual, etc.), feitas por pes- como atividade cultural e educativa — os
tal entender que a arte se constitui de modos soas de classes sociais, períodos históricos estudantes, por exemplo. Nesse caso, ao
específicos de manifestação da atividade cria- e locais distintos, o educando amplia a sua fazer trabalhos artísticos, o educando tam-
tiva dos seres humanos, ao interagirem com concepção de arte e aprende a dar sentido a bém desenvolve ações mobilizadas por suas
o mundo em que vivem, ao se conhecerem e ela. Desse convívio, decorrem conhecimen- ideias, percepções, sensações, sentimentos
ao conhecerem-no. Em outras palavras, o va- tos que desenvolvem o repertório cultural e emoções. Ao produzir seu próprio trabalho
lor da arte está em ser um meio pelo qual as do estudante e, acima de tudo, possibili- e acompanhar os de seus companheiros, ele
pessoas expressam, representam e comuni- tam-lhe a apropriação crítica da arte. As- tem condições de identificar, reconhecer e
cam conhecimentos e experiências. sim, o educando aprende a identificar, res- valorizar as diferenças entre as mais varia-
Os seres da natureza, bem como os obje- peitar e valorizar as produções artísticas e das produções culturais e artísticas.
tos culturalmente produzidos, despertam em compreende que existe uma poética indivi- A comunicação entre o autor e seu públi-
nós diversas emoções e sentimentos, agra- dual dos autores e diferentes modalidades co costuma acontecer em exposições, concer-
dáveis ou não. Logo ao nascer, passamos a de arte, tanto eruditas como populares. tos, apresentações, feiras, etc. No entanto, as
viver em um mundo com uma história social De modo geral, as obras artísticas são novas tecnologias têm permitido outros sis-
de produções culturais que contribuem para construções poéticas por meio das quais temas de veiculação das obras, os quais pro-
a estruturação de nosso senso estético. Des- os artistas expressam ideias, sentimentos porcionam novos intercâmbios entre o real e
de a infância, interagimos com as manifesta- e emoções. Resultam do pensar, do sentir e o virtual. É nessa abrangência, integrando a
ções culturais de nosso meio e aprendemos do fazer, que, por sua vez, são mobilizados relação entre artistas, obras, público, modos
a demonstrar nossos gostos pessoais. Gra- pela materialidade da obra, pelo domínio de comunicação e sociedade (no passado e no
dativamente, vamos dando forma à nossa de técnicas e pelos significados pessoais e presente), que a arte deve compor os conteú-
maneira de apreciar, gostar e julgar as dife- culturais. As produções artísticas são, por dos de estudos no currículo escolar e mobili-
rentes manifestações culturais com as quais isso mesmo, constituídas de um conjunto zar atividades que diversifiquem e ampliem a
entramos em contato — entre elas, as obras de procedimentos mentais, materiais e cul- formação artística e estética dos estudantes.
de arte. Assim, mesmo sem saber, educamo- turais e podem concretizar-se em imagens Essa postura pedagógica, por sua vez, impli-
-nos esteticamente no convívio com as pes- visuais, sonoras, verbais ou corporais, por ca na indissociabilidade entre as experiências
soas e com as situações da vida cotidiana. exemplo. de ensino e aprendizagem de Arte e a produ-
A escola é um dos locais onde os alunos Os artistas, com suas diferentes origens, ção artística, valorizando os processos afeti-
têm a oportunidade de estabelecer vínculos histórias e experiências pessoais, procuram vos, imaginativos e cognitivos nos momentos
entre os conhecimentos construídos e os co- imaginar e inventar “formas novas” para re- de criação e apreciação artísticas.
nhecimentos sociais e culturais. Por isso, é presentar e expressar o mundo interior e sua Para ajudar o entendimento das concep-
também o lugar em que pode se verificar e relação com a natureza e o cotidiano cultu- ções que integram o fazer e o refletir sobre
estudar os modos de produção e difusão da ral. Ao fazê-lo, os autores de trabalhos artís- a arte, apresentamos, no quadro a seguir,
arte na própria comunidade, região ou país. ticos também agem e reagem diante das pes- uma síntese dos componentes que se in-
Desse modo, o aprendizado da arte vai inci- soas e do próprio mundo social. Com isso, ter-relacionam no processo artístico e que,
dir sobre a elaboração de formas de expres- criam novas realidades — é a realidade de portanto, não devem ser esquecidos ao lon-
são e comunicação artística (pelos alunos e cada obra, que é revelada no ato criador. go dos estudos escolares.

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Componentes que se articulam no processo artístico
• Autores ou artistas: são pessoas situadas em um contexto sociocultural; são criadores (profissionais ou não) de produtos ou
obras artísticas.
• Produtos artísticos, ou obras de arte: são trabalhos resultantes de um fazer e de um pensar técnico, emotivo e representacional
do mundo da natureza e da cultura; têm uma história, situam-se em um contexto sociocultural e sintetizam modos e conheci-
mentos artísticos e estéticos de seus autores.
• Comunicação, ou divulgação: são diferentes práticas (profissionais ou não) de apresentar, expor, veicular e intermediar as obras
artísticas, as concepções estéticas e a arte.
• Público: são pessoas também situadas em um tempo-espaço sociocultural a partir do qual constroem a história de suas relações
com as produções artísticas e com os autores (ou artistas).

FERRAZ, Maria; FUSARI, Maria. Metodologia do ensino de arte: fundamentos e proposições. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 17-23. Adaptado.

A arte como objeto de conhecimento


O universo da arte caracteriza um tipo criação singular da imaginação huma- de conhecimento humano é a qualida-
particular de conhecimento que o ser hu- na, cujo valor é universal. Por isso, uma de de comunicação entre os seres hu-
mano produz a partir das perguntas funda- obra de arte não é mais avançada, mais manos que a obra de arte propicia, por
mentais que desde sempre se fez com rela- evoluída, nem mais correta do que ou- uma utilização particular das formas
ção ao seu lugar no mundo. tra qualquer. de linguagem: Assim como cada frase
A manifestação artística tem em comum
com o conhecimento científico, técnico ou
• A obra de arte revela para o artista e
para o espectador uma possibilida-
ganha sentido no conjunto do texto, rea-
lizando o todo da forma literária, cada
filosófico seu caráter de criação e inovação. de de existência e comunicação, além elemento visual, musical, dramático ou
Essencialmente, o ato criador, em qualquer da realidade de fatos e relações ha- de movimento tem seu lugar e se rela-
dessas formas de conhecimento, estrutura bitualmente conhecidos: O conheci- ciona com os demais daquela forma ar-
e organiza o mundo, respondendo aos de- mento artístico não tem como objeti- tística específica.
safios que dele emanam, em um constante
processo de transformação do ser humano e
vo compreender e definir leis gerais que
expliquem por que as coisas são como
• A forma artística fala por si mesma, in-
depende e vai além das intenções do
da realidade circundante. O produto da ação são. As formas artísticas apresentam artista: A forma artística pode significar
criadora, a inovação, é resultante do acrés- uma síntese subjetiva de significações coisas diferentes, resultantes da expe-
cimo de novos elementos estruturais ou da construídas por meio de imagens poé- riência de apreciação de cada um. Seja
modificação de outros. Regido pela necessi- ticas (visuais, sonoras, corporais ou de na forma de alegoria, de formulação crí-
dade básica de ordenação, o espírito huma- conjuntos de palavras, como no texto li- tica, de descoberta de padrões formais,
no cria, continuamente, sua consciência de terário ou teatral). Nesse viés, a arte não de propaganda ideológica, de poesia, a
existir por meio de manifestações diversas. é um discurso linear sobre objetos, fa- obra de arte ganha significado na frui-
tos, questões, ideias e sentimentos. A ção de cada espectador.
O conhecimento artístico
como produção e fruição
forma artística é, antes, uma combina-
ção de imagens que são objetos, fatos,
• A percepção estética é a chave da co-
municação artística: Diante de uma
questões, ideias e sentimentos, orde- obra de arte, habilidades de percepção,
• A obra de arte situa-se no ponto de en-
contro entre o particular e o univer-
nados não pelas leis da lógica objetiva,
mas por uma lógica intrínseca ao domí-
intuição, raciocínio e imaginação atuam
tanto no artista quanto no espectador.
sal da experiência humana: Cada obra nio do imaginário. Mas é inicialmente pelo canal da sensi-
de arte é, ao mesmo tempo, um produ-
to cultural de determinada época e uma
• O que distingue essencialmente a cria-
ção artística das outras modalidades
bilidade que se estabelece o contato en-
tre a pessoa do artista e a do espectador,

VI

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mediado pela percepção estética da obra desenvolvimento da criança: visualizar tística, tanto de artistas quanto dos pró-
de arte. A significação não está, portan- situações que não existem, mas que po- prios alunos.
to, na obra, mas na interação complexa dem vir a existir, abre o acesso a possi-
No contexto escolar, aprender arte en-
de natureza primordialmente imaginati- bilidades que estão além da experiên-
volve não apenas uma atividade de pro-
va entre a obra e o espectador. cia imediata.
• A personalidade do artista é ingre-
diente que se transforma em gesto O conhecimento artístico
dução artística pelos alunos, mas também
a conquista da significação do que fazem,
pelo desenvolvimento da percepção esté-
criador, fazendo parte da substância como reflexão
tica, alimentada pelo contato com o fenô-
mesma da obra: A obra de arte não é
Em síntese, o conhecimento da arte meno artístico visto como objeto de cultura
resultante apenas da sensibilidade do
envolve: através da história e como conjunto organi-
artista, assim como a emoção estética
do espectador não lhe vem unicamente
do sentimento que a obra suscita nele.
• a experiência de fazer formas artísticas
e tudo que entra em jogo nessa ação
zado de relações formais. É importante que
os alunos compreendam o sentido do fazer
artístico; que suas experiências de dese-
Na produção e apreciação da arte estão criadora: recursos pessoais, habilida-
nhar, cantar, dançar ou dramatizar não são
presentes habilidades de relacionar e des, pesquisa de materiais e técnicas, a
atividades que visam distraí-los da “serie-
solucionar questões propostas pela or- relação entre perceber, imaginar e rea-
dade” das outras disciplinas.
ganização dos elementos que compõem lizar um trabalho de arte;
as formas artísticas: conhecer arte en-
volve o exercício conjunto do pensa-
• a experiência de fruir formas artísticas,
utilizando informações e qualidades
Ao fazer e conhecer arte, o aluno per-
corre trajetos de aprendizagem que propi-
ciam conhecimentos específicos sobre sua
mento, da intuição, da sensibilidade e perceptivas e imaginativas para estabe-
relação com o mundo. Além disso, desen-
da imaginação. lecer um contato, uma conversa em que
• A imaginação criadora transforma a
existência humana: A imaginação cria-
as formas signifiquem coisas diferentes
para cada pessoa;
volvem potencialidades (como percepção,
observação, imaginação e sensibilidade)

dora permite ao ser humano conceber


situações, fatos, ideias e sentimentos
• a experiência de refletir sobre a arte
como objeto de conhecimento, onde im-
que podem alicerçar a consciência do seu
lugar no mundo e também contribuem ine-
gavelmente para sua apreensão significa-
que se realizam como imagens internas, portam dados sobre a cultura em que o
tiva dos conteúdos das outras disciplinas
a partir da manipulação da linguagem. É trabalho artístico foi realizado, a histó-
do currículo.
essa capacidade de formar imagens que ria da arte e os elementos e princípios
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte. Brasília:
torna possível a evolução humana e o formais que constituem a produção ar- MEC, 1997. p. 26-33. Adaptado.

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VII

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A avaliação a serviço da aprendizagem
A aprendizagem e, consequente e simultaneamente, a avaliação devem ser orientadas e dirigidas pelo currículo — como ideia global
de princípios e marco conceitual de referência que concretiza em práticas específicas a educação como projeto social e político — e pelo
ensino, o qual deve inspirar-se nele.
Partindo dos pressupostos construtivistas sobre o ensino e a aprendizagem, e levando-se em conta a teoria implícita que ilumina o
currículo, devemos reconhecer que um bom ensino contribui positivamente para tornar boa a aprendizagem e que uma boa atividade de
ensino e de aprendizagem torna boa a avaliação.
Do mesmo modo, devemos reconhecer que uma boa avaliação torna boa a atividade de ensino e boa a atividade de aprendizagem.
Assim, estabelece-se uma relação simétrica e equilibrada entre cada um dos elementos que compõem o “currículo total”, considera-
do como meio ideal de aprendizagem e como tempo e lugar de intercâmbio no qual são construídas, cooperativa e solidariamente, as
aprendizagens escolares.
O que fica claro é que, em nenhum caso, a preocupação com os exames — que podem ser, razoavelmente bem utilizados, recursos
aceitáveis, embora não únicos de avaliação — deve condicionar e dirigir a aprendizagem; tampouco, evidentemente, deve condicionar
o currículo e o ensino. Não podemos perder de vista que os exames, qualquer que seja a forma que adotem, devem estar a serviço da
aprendizagem, do ensino e do currículo e antes, é claro, do sujeito que aprende. Do contrário, serão os exames, e não o currículo procla-
mado nem o currículo praticado, os que determinarão o currículo real e o que ele representa.
A partir de uma interpretação tradicional da avaliação, própria da função designada, o professor tem desempenhado um papel decisi-
vo, além de decisório, de um modo unidirecional. O papel destinado a quem aprende é o de responder a quantas perguntas sejam-lhes for-
muladas. A mudança no enfoque e na concepção de todo o processo deve levar, necessariamente, a uma mudança no papel que as técnicas
devem desempenhar na implementação da avaliação.
A partir de concepções alternativas, e mais de acordo com os novos enfoques curriculares, orientados pela racionalidade prática e crí-
tica, quem aprende tem muito o que dizer do que aprende e da forma como o faz, sem que sobre a sua palavra gravite constantemente
o peso do olho avaliador que tudo vê e tudo julga. Por esse caminho, podemos chegar a descobrir a qualidade do aprendido e a qualida-
de do modo pelo qual o aluno aprende, as dificuldades que encontra e a natureza delas, a profundidade e a consistência do aprendiza-
do, bem como a capacidade geradora para novas aprendizagens daquilo que hoje damos por aprendido apenas tendo ouvido e estuda-
do em um texto. Essa é a avaliação que considera o valor agregado do ensino como indicador válido da qualidade da educação.

ALVAREZ MÉNDEZ, J.M. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 36-37.

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VIII

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Ensinar exige curiosidade
Se há uma prática exemplar como nega-

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ção da experiência formadora é a que dificul-
ta ou inibe a curiosidade do educando e, em
consequência, a do educador. É que o educa-
dor, entregue a procedimentos autoritários
ou paternalistas os quais impedem ou difi-
cultam o exercício da curiosidade do educan-
do, termina por igualmente tolher sua pró-
pria curiosidade. Nenhuma curiosidade se
sustenta eticamente no exercício da nega-
ção da outra curiosidade. A curiosidade dos
pais que só se experimenta no sentido de sa-
ber como e onde anda a curiosidade dos fi-
lhos se burocratiza e fenece. A curiosidade
que silencia a outra nega-se a si mesma tam-
bém. O bom clima pedagógico-democrático
é aquele em que o educando vai aprendendo
à custa de sua própria prática, que sua curio-
sidade como sua liberdade deve estar sujei-
ta a limites, mas em permanente exercício.
Limites eticamente assumidos por ele. Mi-
nha curiosidade não tem o direito de invadir
a privacidade do outro e expô-la aos demais.
Como professor, devo saber que, sem a
curiosidade que me move, que me inquieta,
que me insere na busca, não aprendo nem
ensino. Exercer a minha curiosidade de for-
ma correta é um direito que tenho como discursivas do professor, espécies de res- a intimidade do movimento de seu pen-
gente e que corresponde ao dever de lutar postas a perguntas que não foram feitas. Isso samento. Sua aula é, assim, um desafio, e
por ele, o direito à curiosidade. Com a curio- não significa realmente que devamos reduzir não uma cantiga de ninar. Seus olhos can-
sidade domesticada, posso alcançar a me- a atividade docente em nome da defesa da sam, não dormem. Cansam porque acom-
morização mecânica do perfil deste ou da- curiosidade necessária a puro vaivém de per- panham as idas e vindas de seu pensamen-
quele objeto, mas não o aprendizado real ou guntas e respostas, que burocraticamente se to, surpreendem suas pausas, suas dúvidas,
o conhecimento cabal dele. A construção ou esterilizam. A dialogicidade não nega a vali- suas incertezas.
a produção do conhecimento do objeto im- dade de momentos explicativos, narrativos, Antes de qualquer tentativa de discus-
plica o exercício da curiosidade, sua capa- em que o professor expõe ou fala do objeto. são de técnicas, de materiais, de métodos
cidade crítica de tomar distância do objeto, O fundamental é que professor e alunos sai- para uma aula dinâmica, é preciso, indis-
de observá-lo, delimitá-lo, cindi-lo, cercá-lo bam que a postura deles é dialógica, aberta, pensável mesmo, que o professor se ache
ou fazer sua aproximação metódica, sua ca- curiosa, indagadora, e não apassivada, en- “repousado” no saber de que a pedra fun-
pacidade de comparar, de perguntar. quanto fala ou enquanto ouve. O que impor- damental é a curiosidade do ser humano. É
Estimular a pergunta, a reflexão crítica ta é que professor e alunos se assumam epis- ela que me faz perguntar, conhecer, atuar,
sobre a própria pergunta, o que se preten- temologicamente curiosos. perguntar mais, reconhecer.
de com esta ou com aquela pergunta em Nesse sentido, o bom professor é o que
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Ter-
lugar da passividade, face às explicações consegue, enquanto fala, trazer o aluno até ra, 2006. p. 84-86. Adaptado.

IX

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Mediação estética
Mediação estética: o que Mediação estética: de que com os avanços das ciências da Educação,
temos? precisamos? da Sociologia e da Psicologia, particular-
Desde a década de 1990, vem sendo pu- As perguntas feitas às obras são sempre mente das teorias de desenvolvimento
blicada grande quantidade de materiais as oportunas para cada pessoa, em cada cognitivo.
para subsidiar as atividades de leitura de momento da vida. Isso porque nada pode Leitura e apreciação são sinônimos de
imagens na escola e no museu. Entre eles, ser interpretado sem uma conexão com o compreensão, e esta é decorrente de uma
estão livros didáticos, sites da Internet, re- mundo no qual se vive. A vida de uma pes- interpretação. Quando os alunos pensam
comendações, pareceres legais e até a Base soa é determinada, culturalmente, pela ma- que estão apenas descrevendo o que está
Nacional Comum Curricular (BNCC) em Arte. neira como é criada, e a interpretação esté- objetivado à sua frente, estão, na verda-
No entanto, a qualidade desses materiais tica resulta dos instrumentos que a cultura de interpretando, ou seja, atribuindo sen-
muitas vezes deixa a desejar, pois muitos lhe dá para compreender o que está sendo tido. Suas falas são interpretações do que
não respeitam a natureza da leitura dos alu- oferecido para leituras. O professor/media- veem, as quais são geradas nos contextos
nos, nos diversos momentos e contextos do dor tem de estar atento a isso durante as por eles vivenciados. Eles adotam os valo-
processo de escolarização. Como a maioria atividades de leitura. Além disso, deve le- res da sua cultura, mesmo que não demons-
dos professores não conhece o pensamen- var em conta a natureza do desenvolvimen- trem a consciência desse processo.
to estético de seus alunos, não tem condi- to estético dos alunos. Ao trabalhar com a leitura estético-visual
ção de avaliar tais propostas. Assim, mui- Quando dissemos que as perguntas que com crianças, o papel do educador é propi-
tos professores estão fazendo o papel do emergem durante a leitura são sempre as ciar situações que possam implementar o
mediador estético a partir das orientações oportunas para cada pessoa em cada mo- processo de desenvolvimento da compreen-
disponíveis. Mas está na hora de pergun- mento da vida, queremos dizer que estas são estética. Em vez de fixar-se nos aspectos
tar: estamos abordando a leitura estética são as perguntas que devem ser enfocadas, formais e histórico-factuais da obra (o que
de forma adequada? Estamos respeitando discutidas e estimuladas pelo professor, a nada acrescenta ao processo de construção
o modo de construção do conhecimento fim de que o conhecimento estético do alu- do pensamento estético) ou de superesti-
da arte por meio da leitura? Estamos usan- no possa ser desenvolvido. Se ele conside- mar as habilidades interpretativas do aluno
do estratégias adequadas para promover a rar que tais questões são infantis, ingênuas, (por exemplo, exigindo a “identificação” do
formação estética, um dos principais objeti- menores, não estará respeitando a constru- significado da imagem por meio de metáfo-
vos do ensino da arte? Conhecemos as pos- ção do conhecimento estético do aluno. Se ras), o professor fará melhor se respeitar a
sibilidades e as limitações das leituras que ele considerar que as questões dignas, cor- natureza da criação da criança. Para tanto,
propomos? Que tipos de leitura devemos (e retas, adequadas são as que se referem a sala de aula deverá se transformar em um
podemos) proporcionar ao aluno nos dife- apenas aos aspectos formais da composi- espaço estimulante, provocativo, problema-
rentes níveis e contextos de escolarização? ção, como a linha, a cor, a textura, os pla- tizador, onde o aluno possa ter suas ideias
Sem dúvida, para respondermos a es- nos, o equilíbrio, etc., estará demonstrando e teorias confrontadas, refutadas, compar-
sas perguntas, é necessário, antes, ter as uma concepção limitadora de leitura esté- tilhadas, enfim, discutidas entre colegas.
respostas para outras tantas: o que o alu- tica. Como consequência, estará desviando Só assim pode haver crescimento. Um pro-
no vê em uma imagem/obra? Que aspectos a condução das atividades de leitura para fessor ciente de como se dá o conhecimen-
da imagem são priorizados na sua análise? um caminho que levará ao empobrecimen- to estético e receptivo às manifestações do
Como interpreta? Que critérios usa para jul- to do processo de construção do conheci- aluno poderá promover tal situação. Ao con-
gar as obras? O que diferencia a leitura de mento estético do aluno. trário, um professor que tem restrições ao
cada um? A que se devem tais diferenças? O construtivismo nos ensina que o co- discurso espontâneo e intuitivo do aluno
Enquanto não pudermos responder a tais nhecimento é uma construção ativa do su- tenderá a “ensinar-lhe” como interpretar e
questões, não estaremos preparados para jeito. Assim, fazer suposições sobre o que julgar as imagens, de acordo com o que ele
atuar na mediação estética nem teremos o aluno deve ler, ou impor a nossa com- julga digno, correto, adequado.
consciência das (des)orientações que esta- preensão sobre a imagem, é algo que deve- ROSSI, Maria Helena Wagner. Mediação estética: o que temos?
Do que precisamos? Recife: Fundação de Cultura Cidade do
mos disseminando por aí. [...] mos evitar, se pretendemos agir de acordo Recife, 2008. p. 71-75. Adaptado.

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Bibliografia recomendada
AMARAL, A. M. Teatro de formas animadas: máscaras, bonecos, objetos. São Paulo: Edusp, 1996.
ARANTES, A. A. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1983.
BARBOSA, A. M. Arte-educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 1997.
. A imagem no ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva, 1991.
. Recorte e colagem: influências de John Dewey no ensino de arte no Brasil. São Paulo: Autores Associados/Cortez, 1982.
. Arte-educação no Brasil: das origens ao modernismo. São Paulo: Perspectiva/Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia do
Estado de São Paulo, 1978.
BENJAMIN, W. A criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Summus, 1983.
DWORECKI, S. Em busca do desenho perdido. São Paulo: Ed. Scipione Cultural/Edusp, 1999.
FERRAZ, M. H.; FUSARI, M. F. Metodologia do ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 1993. (Coleção Magistério).
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FUSARI, M. F.; FERRAZ, M. H. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1992.
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
IAVELBERG, R. Pedagogia da arte ou arte pedagógica: um alerta para a recuperação das oficinas de percurso de criação pessoal no en-
sino da arte. Pátio Revista Pedagógica, Porto Alegre, v. único, p. 25-28, 1997.
. Arte na sala de aula. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
MACHADO, R. Relatório de experiência. In: BARBOSA, A. M. Arte-educação: acertos e conflitos. São Paulo: Max Limonad, 1985.
MACHADO, Regina Stela Barcelos. Arte educação e o conto de tradição oral: elementos para uma pedagogia do imaginário. 1989. Tese
(Doutorado em Arte e Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989.
MARQUES, I. Dançando na escola. Motriz, v. 3, n. 1, p. 20-28, jun. 1997.
. Didática para o ensino da dança: do imaginário ao pedagógico. Educação & Sociedade, v. XV, p. 261-270, 1994.
MCLAREN, P. Multiculturalismo crítico. São Paulo: Cortez, 1997.
MORAES, J. J. O que é música. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
PERNAMBUCO. Secretaria de Educação, Cultura e Esportes. Diretoria de Educação Escolar. Subsídios para a organização da prática pe-
dagógica nas escolas: Educação Artística. Recife, 1994. (Coleção Prof. Carlos Maciel).
. Secretaria de Educação. DSE/Departamento de Cultura, Cepe. Arte-educação: perspectivas. Recife, 1988.
PRADO, D. O moderno teatro brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 1988.
ZANINI, W. (org.). História geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 1983.

Bibliografia complementar
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Editora Scipione, 2010.
AMARAL, A. (org.). Arte construtiva no Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1998. (Coleção Adolpho Leirner).
BARBOSA, A. M. Arte e Educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1995. (Coleção Debates).
. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Editora Cortez, 2002.
BUORO, A. Olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. São Paulo: Editora Cortez, 1996.
COLL, C.; TEBEROSKY, A. Aprendendo arte na escola. São Paulo: Ática, 1996.
FEIST, H. Pequena viagem pelo mundo da arte. São Paulo: Editora Moderna, 1996. (Coleção Desafio).
KONDELA, I. Jogos teatrais. São Paulo: Editora Perspectiva, 1992. (Coleção Debates).
LIMA, Edmilson. O baú de brinquedos. Recife: Editora Bagaço, 2004.
MORAES, Frederico. O Brasil na visão do artista: O País e sua Cultura. São Paulo: Editora Prêmio, 2004.
PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar no ensino da arte. Porto Alegre: Mediação, 1999.

XI

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A importância da Arte à luz da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC)
No Ensino Fundamental, o componen- A prática investigativa constitui o modo são, entraves, desafios, conflitos, nego-
te curricular Arte está centrado nas seguin- de produção e organização dos conheci- ciações e inquietações.
tes linguagens: artes visuais, dança, música
e teatro. Essas linguagens articulam saberes
mentos em Arte. É no percurso do fazer ar-
tístico que os alunos criam, experimentam,
• Crítica: refere-se às impressões que im-
pulsionam os sujeitos em direção a novas
referentes a produtos e fenômenos artísticos desenvolvem e percebem uma poética compreensões do espaço em que vivem,
e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, pessoal. Os conhecimentos, processos e com base no estabelecimento de relações,
construir, exteriorizar e refletir sobre formas técnicas produzidos e acumulados ao lon- por meio do estudo e da pesquisa, entre
artísticas. A sensibilidade, a intuição, o pen- go do tempo em artes visuais, dança, músi- as diversas experiências e manifestações
samento, as emoções e as subjetividades se ca e teatro contribuem para a contextuali- artísticas e culturais vividas e conhecidas.
manifestam como formas de expressão no zação dos saberes e das práticas artísticas. Essa dimensão articula ação e pensamen-
processo de aprendizagem em Arte. Eles possibilitam compreender as relações to propositivos, envolvendo aspectos es-
O componente curricular contribui, ain- entre tempos e contextos sociais dos sujei- téticos, políticos, históricos, filosóficos, so-
da, para a interação crítica dos alunos com tos na sua interação com a arte e a cultura. ciais, econômicos e culturais.
a complexidade do mundo, além de favo-
recer o respeito às diferenças e o diálogo
A BNCC propõe que a abordagem das
linguagens articule seis dimensões do
• Estesia: refere-se à experiência sensível
dos sujeitos em relação ao espaço, ao
intercultural, pluriétnico e plurilíngue, im- conhecimento que, de forma indissociá- tempo, ao som, à ação, às imagens, ao
portantes para o exercício da cidadania. A vel e simultânea, caracterizam a singu- próprio corpo e aos diferentes materiais.
Arte propicia a troca entre culturas e favo- laridade da experiência artística. Tais di- Essa dimensão articula a sensibilidade e
rece o reconhecimento de semelhanças e mensões perpassam os conhecimentos a percepção, tomadas como forma de co-
diferenças entre elas. das artes visuais, da dança, da música e nhecer a si mesmo, o outro e o mundo.
Nesse sentido, as manifestações artísti- do teatro e as aprendizagens dos alunos Nela, o corpo em sua totalidade (emoção,
cas não podem ser reduzidas às produções em cada contexto social e cultural. Não percepção, intuição, sensibilidade e inte-
legitimadas pelas instituições culturais e vei- se trata de eixos temáticos ou categorias, lecto) é o protagonista da experiência.
culadas pela mídia, tampouco a prática artís-
tica pode ser vista como mera aquisição de
mas de linhas maleáveis que se interpe-
netram, constituindo a especificidade da
• Expressão: refere-se às possibilidades
de exteriorizar e manifestar as criações
códigos e técnicas. A aprendizagem de Arte construção do conhecimento em Arte na subjetivas por meio de procedimentos
precisa alcançar a experiência e a vivência ar- escola. Não há nenhuma hierarquia entre artísticos, tanto em âmbito individual
tísticas como prática social, permitindo que essas dimensões, tampouco uma ordem quanto coletivo. Essa dimensão emerge
os alunos sejam protagonistas e criadores. para se trabalhar com cada uma no cam- da experiência artística com os elemen-
A prática artística possibilita o comparti- po pedagógico. tos constitutivos de cada linguagem, dos
lhamento de saberes e de produções entre os As dimensões são: seus vocabulários específicos e das suas
alunos por meio de exposições, saraus, espe- materialidades.
táculos, performances, concertos, recitais, in-
tervenções e outras apresentações e eventos
• Criação: refere-se ao fazer artístico,
quando os sujeitos criam, produzem e
• Fruição: refere-se ao deleite, ao prazer, ao
estranhamento e à abertura para se sensi-
artísticos e culturais, na escola ou em outros constroem. Trata-se de uma atitude in- bilizar durante a participação em práticas
locais. Os processos de criação precisam ser tencional e investigativa que confere artísticas e culturais. Essa dimensão impli-
compreendidos como tão relevantes quanto materialidade estética a sentimentos, ca disponibilidade dos sujeitos para a re-
os eventuais produtos. Além disso, o compar- ideias, desejos e representações em pro- lação continuada com produções artísti-
tilhamento das ações artísticas produzidas cessos, acontecimentos e produções ar- cas e culturais oriundas das mais diversas
pelos alunos, em diálogo com seus professo- tísticas individuais ou coletivas. Essa di- épocas, lugares e grupos sociais.
res, pode acontecer não apenas em eventos
específicos, mas ao longo do ano, sendo par-
mensão trata de apreender o que está
em jogo durante o fazer artístico, pro-
• Reflexão: refere-se ao processo de cons-
truir argumentos e ponderações sobre
te de um trabalho em processo. cesso permeado por tomadas de deci- as fruições, as experiências e os proces-

XII

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sos criativos, artísticos e culturais. É a do mundo. Eles têm, assim, a oportunida- o diálogo com a literatura, além de possibili-
atitude de perceber, analisar e interpre- de de repensar dualidades e binômios (cor- tar o contato e a reflexão acerca das formas
tar as manifestações artísticas e cultu- po versus mente, popular versus erudito, estéticas híbridas, tais como as artes circen-
rais, seja como criador, seja como leitor. teoria versus prática), em favor de um con- ses, o cinema e a performance.
junto híbrido e dinâmico de práticas. Atividades que facilitem um trânsito
A referência a essas dimensões busca A música é a expressão artística que criativo, fluido e desfragmentado entre as
facilitar o processo de ensino aprendiza- se materializa por meio dos sons, que ga- linguagens artísticas podem construir uma
gem em Arte, integrando os conhecimen- nham forma, sentido e significado no âm- rede de interlocução, inclusive, com a li-
tos do componente curricular. Uma vez que bito tanto da subjetividade quanto das teratura e com outros componentes cur-
os conhecimentos e as experiências artís- interações sociais, como resultado de sa- riculares. Temas, assuntos ou habilidades
ticas são constituídos por materialidades beres e valores diversos estabelecidos no afins de diferentes componentes podem
verbais e não verbais, sensíveis, corporais, domínio de cada cultura. compor projetos nos quais saberes se inte-
visuais, plásticas e sonoras, é importante A ampliação e a produção dos conheci- grem, gerando experiências de aprendiza-
levar em conta sua natureza vivencial, ex- mentos musicais passam pela percepção, gem amplas e complexas.
periencial e subjetiva. experimentação, reprodução, manipulação Em síntese, o componente Arte no En-
As artes visuais são os processos e pro- e criação de materiais sonoros diversos, dos sino Fundamental articula manifestações
dutos artísticos e culturais, nos diversos mais próximos aos mais distantes da cultura culturais de tempos e espaços diversos, in-
tempos históricos e contextos sociais, que musical dos alunos. Esse processo lhes pos- cluindo o entorno artístico dos alunos e as
têm a expressão visual como elemento de sibilita vivenciar a música inter-relacionada produções artísticas e culturais que lhes
comunicação. Essas manifestações resul- à diversidade e desenvolver saberes musi- são contemporâneas. Do ponto de vista
tam de explorações plurais e transforma- cais fundamentais para sua inserção e parti- histórico, social e político, propicia a eles o
ções de materiais, de recursos tecnológi- cipação crítica e ativa na sociedade. entendimento dos costumes e dos valores
cos e de apropriações da cultura cotidiana. O teatro instaura a experiência artísti- constituintes das culturas, manifestados
As artes visuais possibilitam aos alunos ca multissensorial de encontro com o outro em seus processos e produtos artísticos, o
explorar múltiplas culturas visuais, dialo- em performance. Nessa experiência, o corpo que contribui para sua formação integral.
gar com as diferenças e conhecer outros é lócus de criação ficcional de tempos, es- Ao longo do Ensino Fundamental, os alu-
espaços e possibilidades inventivas e ex- paços e sujeitos distintos de si próprios, por nos devem expandir seu repertório e am-
pressivas, de modo a ampliar os limites es- meio do verbal, não verbal e da ação física. pliar sua autonomia nas práticas artísticas,
colares e criar novas formas de interação Os processos de criação teatral passam por por meio da reflexão sensível, imaginati-
artística e de produção cultural, sejam elas situações de criação coletiva e colaborati- va e crítica sobre os conteúdos artísticos e
concretas ou simbólicas. va, por intermédio de jogos, improvisações, seus elementos constitutivos e também so-
A dança se constitui como prática artísti- atuações e encenações, caracterizados pela bre as experiências de pesquisa, invenção e
ca pelo pensamento e sentimento do corpo, interação entre atuantes e espectadores. criação. Para tanto, é preciso reconhecer a
mediante a articulação dos processos cog- O fazer teatral possibilita a intensa troca diversidade de saberes, experiências e prá-
nitivos e das experiências sensíveis, implica- de experiências entre os alunos e aprimora ticas artísticas como modos legítimos de
dos no movimento dançado. Os processos a percepção estética, a imaginação, a cons- pensar, de experienciar e de fruir a Arte, o
de investigação e produção artística da dan- ciência corporal, a intuição, a memória, a re- que coloca em evidência o caráter social e
ça centram-se naquilo que ocorre no e pelo flexão e a emoção. Ainda que, na BNCC, as político dessas práticas.
corpo, discutindo e significando relações linguagens artísticas das artes visuais, da Na BNCC de Arte, cada uma das qua-
entre corporeidade e produção estética. dança, da música e do teatro sejam conside- tro linguagens do componente curricu-
Ao articular os aspectos sensíveis, epis- radas em suas especificidades, as experiên- lar — artes visuais, dança, música e tea-
temológicos e formais do movimento dan- cias e vivências dos sujeitos em sua relação tro — constitui uma unidade temática que
çado ao seu próprio contexto, os alunos com a Arte não acontecem de forma com- reúne objetos de conhecimento e habilida-
problematizam e transformam percepções partimentada ou estanque. Assim, é impor- des articulados às seis dimensões apresen-
acerca do corpo e da dança, por meio de tante que o componente curricular Arte leve tadas anteriormente. Além dessas, uma úl-
arranjos que permitem novas visões de si e em conta o diálogo entre essas linguagens, tima unidade temática, Artes Integradas,

XIII

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explora as relações e articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tec-
nologias de informação e comunicação.
Nessas unidades, as habilidades são organizadas com o intuito de permitir que os sistemas e as redes de ensino, as escolas e os pro-
fessores organizem seus currículos e suas propostas pedagógicas com a devida adequação aos seus contextos. A progressão das apren-
dizagens não está proposta de forma linear, rígida ou cumulativa com relação a cada linguagem ou objeto de conhecimento, mas propõe
um movimento no qual cada nova experiência se relaciona com as anteriores e as posteriores na aprendizagem de Arte.
Cumpre destacar que os critérios de organização das habilidades na BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais
se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os
agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos.
Considerando esses pressupostos, e em articulação com as competências gerais da BNCC e as competências específicas da área de
Linguagens, o componente curricular de Arte deve garantir aos alunos o desenvolvimento de algumas competências específicas.

Competências específicas de Arte para o Ensino


Fundamental

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos in-
dígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a
arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

2. Compreender as relações entre as linguagens da arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das
novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na
prática de cada linguagem e nas suas articulações.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais — especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que
constituem a identidade brasileira —, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em arte.

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no
âmbito da arte.

XIV

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5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.

6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de
produção e de circulação da arte na sociedade.

7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções,
intervenções e apresentações artísticas.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões
de mundo.

Arte no Ensino Fundamental — Anos Finais: unidades


temáticas, objetos de conhecimento e habilidades
No Ensino Fundamental — Anos Finais, é preciso assegurar aos alunos a ampliação de suas interações com manifestações artísticas
e culturais nacionais e internacionais, de diferentes épocas e contextos. Essas práticas podem ocupar os mais diversos espaços da esco-
la, espraiando-se para o seu entorno e favorecendo as relações com a comunidade.
Além disso, o diferencial dessa fase está na maior sistematização dos conhecimentos e na proposição de experiências mais diversifi-
cadas em relação a cada linguagem, considerando as culturas juvenis.
Desse modo, espera-se que o componente Arte contribua com o aprofundamento das aprendizagens nas diferentes linguagens — e
no diálogo entre elas e com as outras áreas do conhecimento —, com vistas a possibilitar aos estudantes maior autonomia nas experiên-
cias e vivências artísticas.

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XV

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Arte – 6o ao 9o ano
UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO

Contextos e práticas

Elementos da linguagem
Artes visuais
Materialidades

Processos de criação

Sistemas da linguagem

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Dança

Processos de criação

Contextos e práticas

Música

Elementos da linguagem

Materialidades

XVI

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HABILIDADES

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de
artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar
a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de
simbolizar e o repertório imagético.
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema,
animações, vídeos, etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos, etc.), cenográficas, coreográficas, musicais, etc.

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão,
espaço, movimento, etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.
(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos,
dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance, etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual,
coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.
(EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas
produções visuais.

(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo
relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.
(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e
apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

(EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o
desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.
(EF69AR11) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que,
combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.

(EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção
de vocabulários e repertórios próprios.
(EF69AR13) Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e
culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.
(EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora, etc.) e espaços
(convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.
(EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos,
problematizando estereótipos e preconceitos.

(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção
e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica,
estética e ética.
(EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do
conhecimento musical.
(EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros que contribuíram para o
desenvolvimento de formas e gêneros musicais.
(EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar
a capacidade de apreciação da estética musical.

(EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo, etc.), por meio
de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e
apreciação musicais.

(EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.

XVII

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Arte – 6o ao 9o ano (Continuação)
UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO

Notação e registro musical

Música
Processos de criação

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Teatro

Processos de criação

Contextos e práticas

Processos de criação

Matrizes estéticas e culturais


Artes integradas

Patrimônio cultural

Arte e tecnologia

XVIII

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HABILIDADES

(EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e
procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.

(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons
corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira
individual, coletiva e colaborativa.

(EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os
modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro.
(EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a
capacidade de apreciação da estética teatral.

(EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário,
iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

(EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro
contemporâneo.
(EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e
colaborativo.
(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no
jogo cênico.
(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música,
imagens, objetos, etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a
relação com o espectador.

(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética
e ética.

(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as
diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design, etc.).

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo
suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório
relativos às diferentes linguagens artísticas.

(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e
compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

XIX

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Sumário
5 Capítulo 1 – Cultura, expressão e arte 28 Capítulo 5 – A arte de contar histórias
5 Cícero Dias e o movimento modernista 28 A leitura do universo literário
6 Registre suas ideias 28 Registre suas ideias
6 O que as outras pessoas pensam sobre 28 O que as outras pessoas pensam sobre
6 Cultura 28 Tradição oral
7 Diálogos com o tema 29 Diálogos com o tema
7 Cultura material e imaterial 29 Literatura e história
9 + Informações sobre o tema 30 + Informações sobre o tema
9 Aspectos culturais de um povo 30 Por uma arte de contar histórias
9 Repensando 31 Repensando

10 Capítulo 2 – O que é arte? 32 Capítulo 6 – Vivendo o real e o imaginário


10 A arte por meio da natureza 32 Dos versos aos palcos
10 A arte em ruptura 32 Registre suas ideias
11 Registre suas ideias 33 O que as outras pessoas pensam sobre
12 O que as outras pessoas pensam sobre 33 A sétima arte
12 Arte 34 Diálogos com o tema
12 Diálogos com o tema 34 Cinema
12 Linguagem artística 35 + Informações sobre o tema
14 As gravuras japonesas 35 Animação: do lápis ao computador
15 + Informações sobre o tema 36 Repensando
15 A arte rupestre
15 Repensando 37 Capítulo 7 – A arte de brincar
37 A arte como conceito e imagem
16 Capítulo 3 – Um olhar sobre a arte 37 Registre suas ideias
16 Identificando as linguagens artísticas 39 O que as outras pessoas pensam sobre
17 Registre suas ideias 39 Jogos eletrônicos: uma indústria do
18 O que as outras pessoas pensam sobre entretenimento
18 A gravura como ilustração 40 Diálogos com o tema
18 Diálogos com o tema 40 Brincadeiras populares
18 Importância da gravura e da pintura na 42 + Informações sobre o tema
História 42 Folguedos populares FC_A

21 + Informações sobre o tema 43 Repensando


21 Arte no dia a dia
21 Repensando 44 Capítulo 8 – As maravilhas da arte
44 Da Antiguidade à Modernidade
22 Capítulo 4 – Viver a arte 44 Registre suas ideias
22 Traços, formas e cores 45 O que as outras pessoas pensam sobre
22 Registre suas ideias 45 Os monumentos mais conhecidos do Egito:
24 O que as outras pessoas pensam sobre as Pirâmides de Gizé
24 O movimento rastafári 46 Diálogos com o tema
24 Diálogos com o tema 46 As maravilhas do mundo
24 A arte egípcia 48 + Informações sobre o tema
26 + Informações sobre o tema 48 Diferentes formas de arte
26 A arte e a vida 48 Repensando
27 Repensando

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ção em artes visuais, com base em temas
ou interesses artísticos, de modo individual,
Capítulo coletivo e colaborativo, fazendo uso de ma-

1 Cultura, expressão e arte


teriais, instrumentos e recursos convencio-
nais, alternativos e digitais.
(EF69AR07) Dialogar com princípios con-
Cícero Dias e o movimento modernista ceituais, proposições temáticas, repertó-
rios imagéticos e processos de criação nas

Reprodução
suas produções visuais.
(EF69AR08) Diferenciar as categorias de
artista, artesão, produtor cultural, curador,
designer, entre outras, estabelecendo rela-
Pintura Eu vi o mundo... Ele começava no Recife (1926) de Cícero Dias.
ções entre os profissionais do sistema das
Um dos grandes nomes do movimento modernista artes visuais.
brasileiro, Cícero dos Santos Dias nasceu no município Movimento modernista brasileiro: Associação
de Escada, Pernambuco, em 1907. Sua paixão pelas ar- de artistas de diversas áreas, como pintura, escul-
tes visuais o levou a se matricular no curso de Arquitetu- tura, poesia, gravura, teatro e música, que busca- Expectativas de
ra e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de
Janeiro, porém não chegou a concluir os estudos por não
concordar com a rigidez dos professores, que não viam
vam criar uma identidade para a produção artísti-
ca nacional. As principais fontes de inspiração dos
modernistas eram as tendências artísticas que sur-
aprendizagem
com bons olhos a pintura moderna. giram na Europa, as quais rompiam com a tradição
• Conceituar cultura.
Entre 1926 e 1929, o pintor retratou suas primeiras im- das escolas de arte.
pressões sobre a capital de Pernambuco no célebre painel Abstracionismo: Estilo artístico moderno que • Fortalecer a identidade cultural e a cida-
Eu vi o Mundo... Ele começava no Recife, no qual ficam evi- busca romper com a representação de elementos
dentes elementos típicos de sua infância e do cotidiano da da realidade, utilizando formas e cores que resultam dania na região em que vive.
capital. O painel tem 12 metros de comprimento por 2 me- em uma criação que não imita o mundo. • Conhecer as heranças culturais brasileiras.
tros de largura, embora em sua composição inicial tivesse Surrealismo: Movimento formado por artistas
3 metros de comprimento a mais. Com sua imensa criati- que buscavam representar as imagens criadas pe-
vidade, também se dedicou à gravura, à ilustração, à ce- lo subconsciente humano, o que resultava em com-
nografia e ao desenho, além de dar aulas em seu ateliê. posições que remetiam aos sonhos. Um dos artis- Considerações
Na década de 1930, Cícero Dias se mudou para a Euro-
pa em busca de maior liberdade para criar; em Paris, co-
nheceu grandes nomes da literatura e da pintura, tendo
tas mais populares da pintura surrealista foi o es-
panhol Joan Miró. iniciais
se tornado amigo do artista espanhol Pablo Picasso. Ex- A obra de Cícero Dias é um claro exemplo do quanto
perimentou, ao longo de sua carreira, novas formas de ex- a arte é influenciada por elementos sociais. Em qualquer
Neste primeiro capítulo, vamos analisar
pressão, como o abstracionismo e o surrealismo, porém parte do mundo e em qualquer período da história, a pro- o conceito de cultura e enfatizar o papel da
sempre retornou aos seus temas favoritos, que faziam re- dução artística reflete questões como costumes, tradições,
ferência à sua juventude em sua terra natal. Faleceu em inovações, crenças, problemas e outra infinidade de fato- arte como formadora da identidade cultu-
2003, em sua residência, na Rue de Longchamp, França. res que conferem uma identidade a um grupo social.
ral da humanidade. Há, durante todo o ca-
pítulo, uma reflexão individual e coletiva re-
Arte – 6o ano 5
ferente à multiculturalidade que caracteriza
o modo de ser brasileiro.
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No painel de Cícero Dias, é possível per-

BNCC (EF69AR04) Analisar os elementos constitu-


tivos das artes visuais (ponto, linha, forma,
ceber vários elementos que faziam parte do
cotidiano recifense. É interessante estimu-
Habilidades trabalhadas no capítulo direção, cor, tom, escala, dimensão, espa- lar os estudantes a fazerem uma leitura da
(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar ço, movimento, etc.) na apreciação de dife- imagem do painel. A seguir, confira algumas
formas distintas das artes visuais tradicionais rentes produções artísticas. sugestões de questionamentos.
e contemporâneas, em obras de artistas bra- (EF69AR05) Experimentar e analisar dife- • De que forma o artista representou o co-
sileiros e estrangeiros de diferentes épocas e rentes formas de expressão artística (dese- tidiano?
em diferentes matrizes estéticas e culturais. nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- • Como as imagens estão aglomeradas?
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes dura, escultura, modelagem, instalação, ví- • Quais as cores mais presentes?
estilos visuais, contextualizando-os no tem- deo, fotografia, performance, etc.). • Que imagens desse painel eu já vi, ou se
po e no espaço. (EF69AR06) Desenvolver processos de cria- parecem com elementos do meu dia a dia?

Arte – 6o ano 5

3 10:44:32
ME_FC_Artes_6A_01.indd 5 20/06/2023 07:19:45
Registre suas
ideias
Nesse momento, começaremos a
O Brasil é um país de grandes contrastes, que teve
uma sociedade em sua maioria formada por povos de
O que as outras
ampliar o conceito de cultura, identifican- origem indígena, europeia e africana, o que nos deu pessoas pensam
do traços culturais presentes em nosso
uma identidade multicultural. As heranças culturais vin-
das desses povos conferiram características que apre-
sobre
sentam particularidades entre as regiões brasileiras. Se-
cotidiano. Nesse contexto, sugerimos que
ja nas artes visuais, na dança, no teatro ou na música, ca-
Cultura
os estudantes sejam estimulados a perce- da região apresenta suas peculiaridades, que têm igual [...] Na linguagem cotidiana, a palavra cultura é em-
importância para a cultura nacional. pregada com vários significados. Ora significa erudição,
ber elementos do dia a dia, a forma como as grande soma de conhecimentos, quando, por exemplo,

diegograndi/AdobeStock.com
pessoas se portam e seus hábitos: alimen- se diz que “fulano tem cultura”; ora significa determi-
nado tipo de realização humana, como a arte, a ciên-
tação, expressão, trabalhos, entre outros. cia, a filosofia.
Na linguagem sociológica, cultura é tudo que resul-
Converse com a turma sobre a origem ta da criação humana. A cultura, portanto, compreen-
desses traços culturais, a relação deles com de tanto ideias quanto artefatos. É clássica a definição
de Edward B. Tylor: “Um todo complexo que abarca co-
o espaço em que vivem, a trajetória de seus nhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e ou-
tras capacidades adquiridas pelo ser humano como in-
ancestrais e de que forma a cultura é passa- Praça do Marco Zero, localizada no Recife, cidade citada por Cícero Dias e que
tegrante da sociedade”. O que deve ser ressaltado nessa
é a capital do estado de Pernambuco.
da de geração para geração. definição é a indicação de que a cultura compreende to-
das as elaborações resultantes das capacidades adqui-
A partir da observação do cotidiano e da Registre suas ridas pelo ser humano como integrante da sociedade,
troca de informações, sugerimos que a ati- ideias pois a cultura, como já deve ter ficado claro, não decor-
re da herança biológica do ser humano, mas das capaci-
vidade para a construção do conhecimento 1| Pensando na obra de Cícero Dias, que tal criar, em gru-
dades por ele desenvolvidas por meio do convívio social.

utilize formas de expressão com as quais os po, um trabalho que represente a sua cidade? Através de

stock.adobe.com/danillaophoto
desenhos, pinturas ou utilizando o smartphone, registrem
estudantes já estejam familiarizados, seja imagens de cenas que abordem o seguinte questiona-
mento: Como você registraria a cultura da sua cidade?
por meio de recursos digitais de dispositivos
móveis ou por desenhos ou pinturas. Pos- 2| Após a produção, o grupo discutirá sobre o material
feito e — no caso das fotografias — selecionará aquelas
sibilite que cada grupo apresente sua pes- que melhor se adequarem ao conteúdo proposto. Em se-
guida, criarão uma colagem (digital ou no caderno) utili-
quisa e exponha para os demais o que pen-
zando as imagens escolhidas.
sa sobre o assunto.
3| Diante dos resultados da atividade, cada aluno irá es-
crever, em seu caderno, sobre como a cultura está pre-
O que as outras pessoas sente em nossa vida e qual a importância dela para a so-

pensam sobre ciedade. Com o trabalho pronto, o grupo compartilhará Como os escravizados eram proibidos de praticar qualquer tipo de luta, a ca-
poeira foi utilizada como uma maneira de disfarce. Desse modo, ela poderia
o resultado das imagens com o professor e com os outros ser percebida como uma dança. Desprovidos de outras armas, foi a partir dos
golpes e dos movimentos de defesa da capoeira, ou seja, do próprio corpo,
grupos, e fará uma apresentação contando o que cada que os escravizados resistiam à bruta violência praticada pelos senhores do
um aprendeu sobre a cultura local e a sua importância.
Com a leitura do texto de Sebastião Vila engenho e feitores, tanto nos engenhos como nas cidades.

Nova, é possível garantir discussões e con-


6 Arte – 6o ano
frontar diferentes interpretações concei-
tuais, destacando que a palavra cultura sim-
boliza as formas que a sociedade se organi- FC_Artes_6A_01.indd 6 31/03/2023 10:44:34 FC_A

za e vive em todos os âmbitos. Utilizar a cul-


tura vivida pelo estudante é uma forma de
Anotações
oportunizar uma melhor compreensão so-
bre o tema.
Dessa forma, sugerimos que a leitura do
texto seja feita em dupla, para que os alu-
nos possam trocar interpretações entre si.
Peça para que eles destaquem as palavras
que não conhecem e, após a leitura, conver-
sem com a turma sobre a interpretação do
texto e das palavras destacadas.

6 Manual do Educador

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engloba tanto a linguagem por meio da qual
as pessoas se comunicam, contam suas his-
[...] Todas as sociedades, e não apenas as que pos- das gerações. Pode fazer parte do cotidiano de uma de-
suem escrita, têm uma cultura. A cultura, compreenden- terminada região, como uma língua, ou ocorrer em de-
tórias, fazem seus poemas, quanto a forma
do conhecimentos, técnicas de transformação da nature- terminados períodos do ano preestabelecidos, como é o como constroem suas casas, preparam seus
za, valores, crenças de todo tipo, normas, é, pois, o mo- caso dos festejos folclóricos presentes em certas regiões.
do de vida próprio de cada povo. alimentos, rezam, fazem festas. Enfim, suas

stock.adobe.com/Tolo
A cultura de um povo é o modo próprio de convívio
crenças, suas visões de mundo, seus sabe-
que ele desenvolveu para a adaptação às circunstâncias
ambientais. Ela é também a parte do ambiente resultan- res e fazeres. Trata-se, portanto, de um pro-
te da transformação da natureza pelo ser humano, com
o seu trabalho. É ainda o ambiente social criado pelo ser cesso dinâmico de transmissão, de gera-
humano. Por isso, a cultura é, por excelência, o domínio ção a geração, de práticas, sentidos e valo-
do artificial e do convencional.
VILA NOVA, Sebastião. Introdução à Sociologia. São Paulo: Atlas, 1995, p. 45.
res, que se criam e recriam (ou são criados
Adaptado.
e recriados) no presente, na busca de so-
luções para os problemas que cada socie-
Diálogos com o
tema dade ou indivíduo enfrentam ao longo da
existência”.
Cultura material e
Disponível em: http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspecti-
imaterial va/148_532.pdf. Acesso em: 23/02/2018. Adaptado.
1| Você já ouviu falar em cultura material e cultura ima-
Festival Es Firó Sóller, em Maiorca, na Espanha. O festejo retrata a defesa da
terial? E qual a importância de ambas para a identifica- ilha contra a invasão dos mouros, em 1561.
ção de um grupo social? Leia o texto a seguir e reflita Após a leitura do texto, proponha um de-

stock.adobe.com/larisa
sobre o quanto elas estão presentes em nossas vidas.
bate a respeito da cultura material e imate-
Embora estejam igualmente presentes no processo rial. É importante analisar quais são os co-
de formação de um determinado povo, cultura material
e cultura imaterial têm diferenças fundamentais. A cul- nhecimentos prévios que os alunos têm so-
tura material se refere aos elementos físicos e palpáveis bre o assunto. Como atividade, peça para
que influenciam o processo de formação de identidade
de um grupo que pertence a um determinado local. Es- que a turma faça uma lista de quais são os
ses elementos geralmente remetem a estruturas arqui-
tetônicas e artefatos cuja utilização fez ou faz parte dos
bens materiais e imateriais da sua cidade
costumes locais e, por conta disso, precisam ser preser- e do Brasil.
vados para que o processo de identidade cultural se per-
petue, fazendo com que as pessoas possam refletir sobre Nesse momento, a turma é convidada a
o presente e planejar o futuro. São exemplos: sítios histó-
ricos, templos, casarões seculares, roupas típicas, peças
refletir sobre a preservação da cultura e dos
de artesanato, moedas, livros, entre outros artefatos. A bens culturais.
cultura imaterial, por sua vez, não é palpável, e sua ori-
gem geralmente se deve a tradições originadas no pas- Após realizar a pesquisa para a ativida-
Assim como no Brasil, na Espanha também são celebradas procissões tradi-
sado e que se perpetuaram, sendo transmitidas através cionais durante a Semana Santa.
de, sugerimos que sejam apresentadas, em
sala, imagens de alguns Patrimônios Mun-
Arte – 6o ano 7
diais e de alguns bens de Patrimônio Cul-
tural Imaterial da Humanidade. Você pode
0:44:34 FC_Artes_6A_01.indd 7 31/03/2023 10:44:36
encontrar essas informações no QR Code.
Diálogos com o É interessante que o estudante per-

tema ceba neste momento do livro que cultu-


ra não é algo distante de nossa realida-
Este é o momento de, individual- de ou que existe apenas em museus e/ou
mente ou em grupo, os estudantes es- apresentações.
creverem sua compreensão sobre a te- Para contribuir com a reflexão, segue um
mática, sistematizando suas reflexões texto adicional:
e descobertas. É importante que algu- “Entende-se por cultura todas as ações
mas dessas atividades sejam respondi- por meio das quais os povos expressam
das coletivamente com a sua interven- suas ‘formas de criar, fazer e viver’ (Consti-
ção, professor(a). tuição Federal de 1988, Art. 216). A cultura

Arte – 6o ano 7

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Espera-se que o estudante consiga um relato de experiências sobre um costume que lhe seja incomum, porém que fazia parte do
cotidiano de gerações passadas.
2| Como você pôde perceber, a identidade cultural de
seus membros ainda falam seu idioma nativo ou se atual-
um determinado grupo se forma em um processo que
mente falam apenas a língua portuguesa.
atravessa o tempo e precisa ser preservada para que os
indivíduos que fazem parte daquele grupo mantenham Espera-se que o estudante busque a resposta em livros e/
suas raízes. Sabendo disso, entreviste algum adulto de
seu convívio e peça para que ele comente sobre costu- ou na Internet, pois o intuito da questão é promover maior
mes comuns em décadas passadas que estejam desapa-
recendo com o passar dos anos. conhecimento com relação a outras culturas existentes.

a. Após ouvir o relato, questione o entrevistado sobre


4| Museu, segundo o Conselho Internacional de Museus
qual seria, na opinião dele, o motivo que fez com que
(Icom), é uma instituição permanente, sem fins lucrati-
esse costume não fosse tão difundido na atualidade.
vos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento,
Espera-se que o estudante consiga um relato de expe- aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, di-
funde e expõe os testemunhos materiais do ser humano
riências que o façam refletir o quanto o tempo e as no- e do seu entorno.

vas tecnologias podem influenciar a cultura de um local. a. Você já visitou algum museu situado na sua cidade ou
estado? Se sim, qual? A seguir, faça uma pesquisa sobre
os museus que existem na região em que você mora, se-
lecione um e escreva sobre o que está em exposição, se
você conhece alguma obra ou artista presente nele e o
que mais chamou a sua atenção.
Resposta pessoal.

3| Releia o trecho a seguir.

Todas as sociedades, e não apenas as que possuem b. Todo museu precisa dos serviços de um curador, que
escrita, têm uma cultura. A cultura, compreendendo é a pessoa responsável pela escolha, montagem e su-
conhecimentos, técnicas e transformação da natu- pervisão das obras a serem exibidas. Sabendo disso,
reza, valores, crenças de todo tipo, normas, é, pois, qual é a importância desse profissional para a arte? E,
o modo de vida próprio de cada povo. supondo que você tivesse a oportunidade de ser o cura-
dor do museu da sua cidade, quais artefatos você colo-
caria em exposição e por quê?
Com base no texto do sociólogo Sebastião Vila Nova,
analise e responda: Espera-se que o estudante compreenda que a importân- FC_A

Atualmente, a língua falada por vários povos indíge-


nas do Brasil é a portuguesa, pois, ao longo do tempo, o cia do curador é estabelecer uma relação de aproxima-
processo de destruição cultural de suas comunidades fez
com que suas línguas originais fossem perdidas, confor- ção do público com as obras de arte, conduzir a exposi-
me os últimos falantes morriam sem transmitir esse co-
nhecimento para os mais jovens. Pesquise sobre alguma ção para o bom funcionamento do museu e zelar pelas
comunidade indígena brasileira e registre a seguir o no-
me do povo, em que lugar a aldeia está localizada e se obras de arte. Depois disso, o aluno pode citar peças

que o façam se identificar com a cultura local.


8 Arte – 6o ano

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8 Manual do Educador

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+ Informações sobre o
c. Pesquise sobre museus de outros estados que ofe- tema
reçam a opção de visualização dos acervos de forma
virtual. A partir da sua consulta, aponte semelhanças e
Repensando Nesse momento, é interessante pensar
diferenças entre a fortuna cultural presente nos museus
encontrados na pesquisa e os elementos da cultura do 1| Procure em sua casa um elemento (pode ser objeto, e discutir como a cultura pode ser mutável,
estado onde você reside. som ou imagem) que representa um traço cultural ma-
ou seja, como ela se modifica e cria novos
terial ou imaterial do Brasil ou do mundo. Traga-o para
Espera-se que o estudante identifique particularidades
compor o Espaço Multicultural e elabore com sua tur- caminhos com o tempo. Para organizar a
ma um pequeno texto de apresentação para os obje-
que caracterizam determinados grupos sociais.
tos coletados. conversa, sugerimos alguns tópicos:
Esse texto deverá conter:
• O nome do elemento – alguns objetos recebem diver- • Nossos pais foram criados da mesma for-
sas denominações, de acordo com o lugar.
+ Informações • Sua(s) origem(ns) – de onde veio, data de construção ma que somos criados?
sobre o tema ou aquisição.
• Sua(s) utilidade(s) – formas de utilização e seus signi-
• Quais são as diferenças entre os dias
ficados culturais. atuais e a época em que nossos pais ou avós
Aspectos culturais de • Curiosidade(s) – observações que sejam interessantes.
eram crianças?
um povo Com a ajuda do seu professor, organize a exposição e, • A Internet mudou muito nossa cultura?
Todos os elementos que caracterizam um povo se tor- se possível, convide colegas de outras turmas para apre-
nam uma herança social, desde os seus feitos e criações ciarem o trabalho. • Como a cultura influencia na nossa educação?
até os seus costumes e dinâmicas cotidianas. Repassada
de geração em geração, a cultura contribui para a forma- 2| Ao final da atividade, relate, em seu caderno, a expe-
• Como nós influenciamos a cultura?
ção do indivíduo e possibilita a valorização da diversida- riência vivenciada pelo grupo.
de a partir do intercâmbio de conhecimentos.

Repensando

Christopher Nuzzaco /AdobeStock.com


Os aspectos culturais de um povo são construídos de
forma coletiva e, consequentemente, acompanham as
transições de costumes e valores da população. Portan-
to, diante da sua natureza social, a cultura de um povo
está sujeita a transformações de acordo com as mudan- Construir um espaço cultural neste mo-
ças ocorridas nas sociedades em diferentes épocas.
mento será de extrema importância para a
sistematização dos conhecimentos elabora-
dos e reformulados. É importante que esse
espaço seja divulgado e que os alunos pos-
sam expressar seus trabalhos de forma sim-
ples e sensível. Valorizar objetos que já pos-
stock.adobe.com/djvstock

suem em casa é uma forma de perceber que


cultura não é algo distante de nós.

Arte – 6o ano 9

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Anotações

44:36

Arte – 6o ano 9

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BNCC
Capítulo

2
Habilidades trabalhadas no capítulo

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar O que é arte?


formas distintas das artes visuais tradicio-
nais e contemporâneas, em obras de artis- A arte por meio da Diante desses fatos, percebe-se que a arte se transforma
tas brasileiros e estrangeiros de diferentes natureza conforme as mudanças ocorridas nos aspectos sociais, ou
seja, ela está sempre interligada a diversos fatores de uma
épocas e em diferentes matrizes estéticas É bastante comum o ato de idealizar a concepção de determinada época, como costumes, inovações tecnológi-
obra de arte como uma escultura de Michelangelo, uma pin- cas, leis, crenças, política, etc. Na atualidade, diante da in-
e culturais. tura de Leonardo da Vinci, uma peça de teatro de William finidade de inovações, intercâmbios culturais e outras par-
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes Shakespeare ou um espetáculo de dança do Ballet Bolshoi. ticularidades, a arte assume uma forte pluralidade criativa.
Essa ideia de associar arte a grandes obras idealizadas e exe- Desse modo, o caráter do artista contemporâneo não es-
estilos visuais, contextualizando-os no tem- cutadas por pessoas detentoras de grande habilidade e cria- tá mais ligado a imagens divinizadas de séculos passados.
tividade contribuiu para criar a imagem de um artista como
po e no espaço.

stock.adobe.com/Julia
alguém dotado de um grande talento, cuja existência che-
(EF69AR06) Desenvolver processos de cria- ga a ser associada a uma dádiva para a humanidade. Esse
pensamento foi bastante difundido no Ocidente ao longo
ção em artes visuais, com base em temas dos séculos, porém, a partir do século XIX, novas formas de
ou interesses artísticos, de modo individual, expressão, como a fotografia e o cinema, e de movimentos
artísticos, como o impressionismo, trouxeram novos sig- Spiral Jetty, escultura de terraplanagem. Obra do escultor Robert Smithson,

coletivo e colaborativo, fazendo uso de ma- nificados para o que de fato vem a ser uma obra de arte.
em Utah, nos Estados Unidos.

stock.adobe.com/Mariakray
O artista moderno não mais depende exclusivamen-
teriais, instrumentos e recursos convencio- te dos ateliês. Na imagem que retrata a obra Spiral Jetty,
nais, alternativos e digitais. por exemplo, você vê um exemplo de Land Art, que é
uma técnica na qual são utilizados elementos encontra-
(EF69AR08) Diferenciar as categorias de dos na terra e que são integrados à obra. Para a criação
da plataforma em espiral, foram utilizadas rochas de ba-
artista, artesão, produtor cultural, curador, salto, cristais de sal e areia. O transporte foi todo rea-
designer, entre outras, estabelecendo rela- lizado utilizando tratores e caminhões. As obras típicas
da Land Art geralmente trazem mensagens em prol do
ções entre os profissionais do sistema das meio ambiente. Embora seja um conceito considerado Instalação de arte Seven Magic Mountains (Sete Montanhas Mágicas), do ar-
tista suíço Ugo Rondinone. A obra está localizada no deserto de Tule, em Las
moderno, na verdade os artistas que desenvolvem es-
artes visuais. Vegas, nos Estados Unidos.
se tipo de produção se inspiraram em construções mi-
lenares, como o Stonehenge, na Inglaterra, e as Linhas
Anotações de Nazca, no Peru. Outra forma de expressão surgida no
A arte em ruptura
último século é a Body Art (arte corporal), na qual os ar- O movimento Art Nouveau (arte nova) surgiu no fi-
tistas utilizam o próprio corpo como suporte para suas nal do século XIX e estava intimamente ligado à arquite-
intervenções criativas. Assim como na Land Art, essa téc- tura e à arte decorativa. É inspirado em linhas naturais
nica também foi buscar inspirações em culturas milena- e curvas. Devido às grandes inovações promovidas pela
res de diversas partes do mundo que cultivam o hábito Revolução Industrial, que rapidamente alterava o estilo
de marcar, decorar ou mesmo alterar partes do corpo. de vida da sociedade europeia, os artistas então se de-

10 Arte – 6o ano

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Expectativas de Considerações
aprendizagem iniciais
• Compreender a obra de arte como reflexo A arte é algo que está sistematicamente
da visão de mundo de uma época. presente nas atividades cotidianas da hu-
• Perceber a arte como possibilidade de lin- manidade. Para compreendermos o verda-
guagem. deiro significado da palavra arte, necessi-
tamos conhecer, experimentar e reelabo-
rar conceitos.

10 Manual do Educador

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Registre suas
paravam com um novo campo: o das artes aplicadas, em ideias
que a habilidade de criar estava ligada à indústria, à pu- Registre suas
blicidade e à construção civil. Esse movimento prenun- Os profissionais envolvidos na produ-
ciava o que estava reservado para o século seguinte: um ideias
mundo em que a arte não mais estaria restrita aos ate- ção artística digital, na maioria das ve-
liês, às exposições, galerias, aos templos religiosos ou às
1| Quando penso na imagem de um(a) artista, imagino zes, são pessoas sem grande respaldo nos
coleções particulares. Essa característica da Art Nouveau
que ele(a) seja...
é típica do período de transição entre a arte acadêmica e meios midiáticos, permanecendo incógni-
a arte moderna. Houve artistas pós-impressionistas que Espera-se que o estudante reflita sobre as diferenças en-
também desenvolveram trabalhos nesse estilo, como foi tos ao grande público, embora seus traba-
o caso do francês Henri de Toulouse-Lautrec. tre a imagem dos artistas em épocas passadas e o artis- lhos ganhem cada vez mais admiradores. É
Um dos maiores nomes da Art Nouveau foi o checo
Alfons Maria Mucha, que se dedicou à pintura, ao design ta contemporâneo a partir das reflexões promovidas no o caso dos animadores envolvidos nos pro-
e à ilustração, tendo se destacado principalmente com
a criação de cartazes publicitários. texto de abertura do capítulo.
cessos de produção de longas-metragens
de empresas como Pixar e DreamWorks. Co-
Reprodução.

2| Você já se perguntou quem são as pessoas que criam nhecer o trabalho desses profissionais pos-
os personagens e cenários para animações, filmes de he-
róis e jogos de videogame? Pesquise na Internet e regis-
sibilita aos estudantes a compreensão de
tre, a seguir, os principais profissionais que trabalham que a produção artística é tão diversifica-
com esse tipo de produção artística.
da que não é possível estabelecer padrões.
Entre os profissionais do ramo, o aluno poderá citar: ani-

mador, roteirista, técnico em 3D e editor de som e vídeo.


Anotações
3| Observe as imagens a seguir. À esquerda, está a pintu-
ra Romeu e Julieta (1858), de John H. F. Bacon, e, à direita,
uma cena do filme Cartas para Julieta (2010). Na sua opi-
nião, ambas as mensagens produzem o mesmo efeito?
Qual o sentimento transmitido pela pintura? É exatamen-
te a mesma mensagem da cena? Justifique sua resposta.
Reprodução.

Reprodução.

Litogravura colorida Dança Alfons (1898), de Maria Mucha.


A resposta é pessoal, portanto pode haver concordância ou não.

Arte – 6o ano 11

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Arte – 6o ano 11

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O que as outras pessoas
pensam sobre
4| Baseado na resposta anterior, você acha que existe al- • “Um artista é alguém que produz coisas de que as
Professor(a), é interessante conversar guma forma de arte considerada superior à outra? Justi- pessoas não têm necessidade, mas que ele — por
fique sua resposta. qualquer razão — pensa que seria uma boa ideia dá-
com os estudantes sobre cada uma das fra- -las a elas.” – Andy Warhol (1928–1987)
Espera-se que o estudante reflita sobre questões como a
ses e as variedades de interpretação. Ques- Percebe-se que cada artista tinha uma visão que refletia
tione a flexibilidade da arte e então sua po- importância de todas as formas de arte e a impossibili- os padrões de suas respectivas épocas: Leonardo da Vinci
em busca de um racionalismo que permitiria a evolução da
tência para refletir a identidade de cada dade de hierarquizar as modalidades artísticas. humanidade, Vincent van Gogh fortemente ligado às cau-
sas sociais e ao sofrimento dos mais necessitados e Andy
indivíduo. Warhol como representante de um período em que a arte

O que as outras passava a ser consumida por grande parte da população.


Diálogos com o pessoas pensam
tema sobre Diálogos com o
tema
Neste momento, vamos analisar a pre- Arte
Linguagem artística
sença da arte nas nossas vidas. Buscamos A arte existe desde antes de a humanidade criar seus
Arte é algo constante em nossas vidas. Desde criança,
códigos de escrita, portanto sempre esteve presente nas
entender que seu uso para expressão é na- práticas sociais das civilizações. No entanto, as definições
utilizamos a linguagem artística para nos expressar: de-
senhando, cantando, interpretando ou contando histó-
tural enquanto estamos nos desenvolven- de arte variaram ao longo do tempo e quase sempre re-
rias, estamos rodeados de manifestações artísticas.
fletiam os comportamentos, as leis, crenças, os costumes
Dessa forma, fica fácil entender que a arte não é apenas
do. Dessa forma, encontramos arte em mui- e princípios morais de cada época. Vejamos algumas ci-
encontrada em museus, teatros, exposições ou nos livros.
tações de artistas famosos:
tos locais além de espaços institucionais. Ela vai muito além de obras, imagens, palavras e símbolos

Se desejar aprofundar o assunto, sugeri-


• “A lei suprema da arte é a representação do belo.” – produzidos pelo ser humano. Aliás, é importante perceber
Leonardo da Vinci (1452–1519) que ela não apenas transmite ideias, mas também provoca
mos que estimule os estudantes a compar- • “Arte é consolar aqueles que são quebrados pela sentimentos e sensações. Cada pessoa pode ter uma per-
vida.” – Vincent van Gogh (1853–1890) cepção diferente sobre a arte. Isso se define a partir do co-
tilharem experiências artísticas que já tive- nhecimento e das experiências de cada indivíduo.
stock.adobe.com/Pecold

ram com músicas, filmes, pinturas, poesia, 1| Reflita sobre a relação entre o ser humano e a arte e
teatro, desenho, entre outras modalidades. responda:

a. De que formas você percebe a presença da arte na


Peça para narrarem como aconteceu esse
sua vida e no seu cotidiano?
contato e as emoções e sentimentos que as Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reflita sobre as
obras lhes causaram.
atividades e as manifestações de ordem estética em seu

Anotações entorno, como os grafites nos muros das cidades e as

Pintura Os comedores de batata (1885), de Vincent van Gogh, óleo sobre tela. músicas dos artistas de rua.
Localizada no Museu Van Gogh, Amsterdã, Países Baixos.

12 Arte – 6o ano

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12 Manual do Educador

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Sugestão de

2| O grafite é uma das principais formas de manifestação c. O grafite é uma manifestação artística marcada pela
leitura
da arte urbana. Muito presentes nas vias públicas, os dese- crítica social. Geralmente criadas em espaços públicos,
nhos são feitos à mão e cobrem muros, fachadas e paredes as obras em grafite são acompanhadas de mensagens Estética Relacional
pelas cidades. Atualmente, o grafite é uma das manifesta- que representam críticas sociais. Com base nisso, comen- Autor: Nicolas Bourriaud
ções culturais mais crescentes no mundo. Na imagem, um te sobre o papel social do grafite na arte contemporânea.
exemplo de manifestação artística do grafite, em Salvador, O livro traz novas formas de atividade artís-
Espera-se que o aluno reflita sobre a importância do
Bahia. Sabendo disso, responda às questões a seguir.
tica, saindo um pouco da prática convencio-
grafite como veículo de comunicação na luta contra os
stock.adobe.com/Ralf Broskvar

nal. O autor aborda realizações do cotidia-


problemas sociais. no humano por meio da prática artística e
d. Existe algum local onde você gostaria de ver uma pin-
das interligações que a arte pode propiciar,
tura em grafite? Justifique sua resposta. colocando em contato diferentes níveis de
a. Na sua opinião, como a pintura em grafite contribui
Resposta pessoal. realidade. Trazendo abordagens produzidas
para enriquecer a paisagem dos locais? Justifique sua
em várias partes do mundo, o livro contém
resposta.
uma boa fonte de possibilidades para serem
Sugestão de resposta: Embora seja uma opinião pessoal,
3| No início do capítulo, vimos que o movimento implementadas em sala de aula.
espera-se que o estudante relate os aspectos positivos do impressionista surgiu em um momento em que se

grafite tanto do ponto de vista estético quanto do social.


questionava a arte acadêmica tradicional e isso acabou
abrindo espaço para novas formas de expressão, que se Anotações
difundiram nas décadas posteriores. Os artistas que viriam
formar o grupo impressionista tinham em comum a rejeição
à metodologia tradicional das escolas de arte e o desejo de
pintar ao ar livre, em alternativa à solitária e, por vezes,
melancólica criação em ateliês. Os três maiores expoentes
do impressionismo foram Edgar Degas, Pierre-Auguste
b. O grafite é visto por alguns como vandalismo e polui-
Renoir e Claude Monet, de quem falaremos a seguir.
ção visual. Porém, ele vem ganhando cada vez mais a
admiração das pessoas. Na sua opinião, além do fator
Oscar-Claude Monet nasceu em Paris, no ano de 1840,
estético, quais outros benefícios uma pintura em grafite
filho de uma família dedicada ao comércio. Seu pai sem-
traz para o nosso meio social?
pre o encorajou a se dedicar à mesma prática, porém
Sugestão de resposta: Agregar valor cultural, ocupar os o jovem Monet sempre teve uma forte inclinação para
o mundo das artes, o que era incentivado por sua tia,
espaços e deixar algum tipo de reflexão para quem o vê, Marie-Jeanne Lacadre, também pintora e grande influen-
te nos círculos artísticos de Paris. Foi através dela que o
além de aproximar as pessoas da arte popular. jovem conseguiu autorização do pai para se matricular
na Académie Suisse. No entanto, a rigidez dos professo-
res que se recusavam a aceitar novas incursões na pin-
tura fez com que ele se aborrecesse com o curso e bus-
casse novas inspirações. Foi, então, estudar no ateliê de

Arte – 6o ano 13

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Arte – 6o ano 13

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Charles Gleyre, onde conheceu Camille Pissarro, outro forma, era o modelo básico desse estilo de representa-
futuro pintor impressionista, e Gustave Courbet, pintor ção visual. Monet costumava se dedicar durante meses
realista frequentemente considerado transgressor pela à tarefa de representar a mesma paisagem em diferen-
crítica francesa. tes horas do dia para poder captar o efeito exercido pela
Monet sempre foi um homem simples, de poucas pa- luz na imagem. Em uma de suas séries mais famosas, o
lavras e apreciador de jardinagem. Esse temperamento artista retratou a Catedral de Rouen (Normandia, Fran-
o levou a casar com a jovem Camille Doncieux, que se- ça) dezenas de vezes, com resultados que evidenciavam
ria retratada em várias de suas obras. No entanto, teve o fato de que uma mesma paisagem pode ser vista de di-
que enfrentar dificuldades financeiras no início da car- ferentes maneiras.
reira por conta da baixa venda dos seus trabalhos, devi-

Reprodução.
do ao fato de o mercado da época ainda estar fortemen-
te ligado à arte tradicional. Sua persistência, no entan-
to, rendeu grandes frutos, e após a primeira exposição
impressionista, seu trabalho foi gradativamente subin-
do na cotação do mercado até alcançar grande suces-
so profissional. O pintor investiu grande parte dos seus
rendimentos em uma casa com grandes jardins e tam-
Com base na série de quadros pintada por Monet,
bém em um barco, com o qual podia navegar e retratar
vamos fazer um exercício semelhante utilizando um
as imagens que encontrava nas margens do rio. Nessa
smartphone, uma câmera digital ou por meio da pintura?
época, desenvolveu uma grande paixão por gravuras ja-
ponesas e, inspirado nas pontes que apareciam nessas
Procedimento:
composições, mandou construir uma ponte sobre um
1. Escolha um local ao ar livre que receba a luz solar em
lago que ficava em sua propriedade; essa paisagem lhe
diferentes momentos do dia.
serviu de inspiração para vários quadros. Claude Monet
faleceu em 1906. Sua casa, atualmente, é um grande 2. Estabeleça um lugar específico para se posicionar e ter
ponto turístico. uma boa visão da paisagem. É importante que você marque
bem o lugar, pois precisará retornar a ele outras vezes.
Reprodução.

Reprodução.

1 2
3. Registre, por meio da pintura ou de fotos, diferentes
cenas da mesma paisagem em momentos específicos do
dia: amanhecer, meio-dia, pôr do sol, etc.

4. Após registrar todos os momentos, mostre o resultado


do trabalho ao professor e aos seus colegas de turma.

As gravuras japonesas FC_A

1 – Na imagem, detalhe da pintura Jardim de Monet, em 2019.


Durante o século XIX, o continente europeu conheceu o
2 – Pintura Nenúfares e Ponte Japonesa, de Claude Monet, 1899. A obra
faz parte da coleção do Museu de Arte da Universidade de Princeton, fenômeno conhecido como japonismo, quando gravuras
em New Jersey, nos Estados Unidos. criadas por artistas japoneses passaram a influenciar
As composições impressionistas eram realizadas por pintores impressionistas e pós-impressionistas europeus.
meio de pinceladas singulares, não havendo a preocupa- Grandes pintores como Monet, Degas, Van Gogh e Henri
ção em criar efeitos que copiassem fielmente a realidade. de Toulouse-Lautrec passaram a adquirir essas obras e a
A preocupação em captar a luz de formas variadas, bem se inspirarem em paisagens para criar suas composições
como enfatizar as cores visando dar um novo aspecto à artísticas.

14 Arte – 6o ano

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14 Manual do Educador

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A atividade é uma boa oportunidade
para estimular o processo criativo e para
As técnicas utilizadas na composição das imagens in- que os alunos compreendam que há ou-
+ Informações dicam que pigmentos obtidos com o uso do carvão, óxi-
tras formas, materiais e suportes para de-
do de ferro, cera de abelha, clara de ovo e até mesmo san-
sobre o tema gue foram amplamente empregados nas pinturas, que se senvolver arte.
apresentam em uma quantidade maior que a gravação em
pedra, embora a maior parte das imagens pintadas em lo- Outra sugestão de atividade é a distri-
A arte rupestre cais ao ar livre tenham desaparecido ao longo do tempo.
Arte rupestre é o nome dado a pinturas, gravações e
buição impressa de imagens dos desenhos
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5354/arte-rupes-
traçados que ficaram registrados em cavernas, grutas ou tre. Acesso em: 16/09/2020. Adaptado.
rupestres. Com os desenhos em mão, cada
paredes rochosas ao ar livre. Realizados por pessoas do
estudante deve imaginar e narrar possíveis

stock.adobe.com/Jesús de Fuensanta
período pré-histórico, as pinturas rupestres podem apre-
sentar formas figurativas que representem elementos do
mundo real, como seres humanos, plantas e animais, ou
histórias que as obras contam.
podem ser abstratas e apresentar símbolos geométricos,
por exemplo. Por estarem situadas em vários locais do
mundo, fica evidente que a habilidade de se expressar
através de imagens se desenvolveu de maneira similar
em todas as culturas do período pré-histórico.
Repensando
As pinturas rupestres mais antigas em estudo, atual-
Representação de um bisão pintado na Caverna de Altamira, na Espanha.
mente, datam de mais de 40.000 anos, e sua preservação
é fruto de vários fatores, como isolamento dos locais, di- A complexidade das pinturas como as

stock.adobe.com/Pulsar Imagens
fícil acessibilidade, proteção natural contra os efeitos do encontradas em Lascaux e Altamira intri-
tempo, etc. Nesse quesito, a arte rupestre europeia se
destaca por ter sido realizada em cavernas, o que possi- ga bastante os estudantes, pois muitos não
velmente ocorria porque os seres humanos buscavam,
naquele local, refúgio contra o clima hostil. A gruta de
assimilam bem a ideia de que pessoas que
Lascaux, na França, e a caverna de Altamira, na Espanha, não conheciam a escrita pudessem ter ta-
apresentam desenhos com grande riqueza de detalhes e
que estão em excelente estado de conservação. A escolha Entre as variedades de elementos na imagem, podemos notar, no canto direito,
o desenho de um lagarto. Pintura rupestre localizada no Parque Nacional Ser-
manha habilidade para retratar a anatomia
de grutas, cavernas e fendas pode ter também um senti-
do mais voltado para a crença religiosa, já que esses es-
ra da Capivara, no Piauí, no Brasil.
de humanos e animais. No entanto, exames
paços podem ter sido utilizados como locais de cerimô- genéticos comprovam que os seres huma-
nias e, portanto, apresentavam características que favo-
reciam o contato do ser humano do período paleolítico
Repensando nos que habitavam as cavernas há milha-
com as suas respectivas divindades.
res de anos tinham uma compleição física e
No Brasil, existem importantes locais que são pes- 1| Responda em seu caderno:
quisados por profissionais de diversas áreas da ciência
a. Qual a importância histórica dos registros produzidos
capacidade cerebral semelhante a dos seres
em busca de vestígios deixados por povos que aqui ha-
bitaram milênios atrás. O Parque Nacional da Serra da
pelos povos antigos? humanos atuais. Isso evidencia que a gran-
Capivara, localizado no estado do Piauí, conserva atual- b. A Caverna de Lascaux atualmente não recebe visi- de diferença entre os humanos atuais e os
mente uma enorme quantidade de sítios arqueológi- tantes, pois o gás carbônico liberado pela respiração
cos, como são denominados os locais onde se conser- das pessoas afetava as cores das pinturas. Diante desse pré-históricos se dá no campo sociocultu-
vam evidências da presença humana no passado histó- contexto, quais cuidados você acha que devem ser to-
rico e pré-histórico. mados ao visitar um sítio arqueológico?
ral e científico. Nesse contexto, a diferença
reside nos milhares de anos de busca por
Arte – 6o ano 15 novos conhecimentos e mudanças nas re-
lações entre pessoas.
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+ Informações sobre o Para enriquecer a aula, utilize tintas na-


Anotações
tema turais, como cúrcuma, urucum e carvão, e
peça para que os alunos escrevam ou ilus-
A proposta desse texto é ampliar a visão trem mensagens ou algo que aconteceu no
sobre a origem da arte e os diferentes espa- dia deles. Dessa forma, eles poderão expe-
ços onde ela está inserida. Sensibilizar o es- rimentar a vivência de nossos antepassados
tudante frente a essa ideia é a nossa princi- e compreender como a produção artística
pal meta. Assim, após o texto e as imagens é influenciada pela tecnologia e pela forma
apresentadas, são sugeridos dois questio- de vida. Se possível, prenda papéis na pare-
namentos para que, se possível, as respos- de da sala de aula, para que a experiência
tas sejam socializadas com a turma. se torne mais completa.
25:03

Arte – 6o ano 15

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BNCC
Capítulo

3
Habilidades trabalhadas no capítulo

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar Um olhar sobre a arte


formas distintas das artes visuais tradicio-
nais e contemporâneas, em obras de artis-
Identificando as linguagens artísticas
tas brasileiros e estrangeiros de diferentes
O Teatro Mágico é um grupo musical que iniciou A música, por sua vez, é uma experiência social auditi-
épocas e em diferentes matrizes estéticas suas atividades em Osasco (SP) e reúne em seu traba- va formada através de sons produzidos por instrumentos
lho elementos da música, do teatro, da dança, da poe- ou através do próprio corpo. Presente em todas as cul-
e culturais. sia, do circo e do cancioneiro popular. Mais conhecido turas, é uma forma de expressão artística que apresenta
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes como OTM, o grupo foi criado pelo músico e vocalista inúmeras possibilidades de composição, o que originou
Fernando Anitelli no ano de 2003, e durante suas apresen- uma infinidade de gêneros.
estilos visuais, contextualizando-os no tem- tações os membros da equipe interpretam as canções em Geralmente associada à música, a dança é uma for-
apresentações performáticas, realizadas em aparelhos cir- ma de expressão corporal que se caracteriza pelo segui-
po e no espaço.
censes, como o trapézio e o tecido. mento de ritmos planejados ou improvisados que se de-
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as senvolvem para provocar sentimentos.
O teatro é uma ação na qual um ator ou um grupo de
linguagens das artes visuais se integram às “Borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar.
atores se apresenta para o público com o intuito de trans-
Flor parece a gente, pois somos semente do que
linguagens audiovisuais (cinema, anima- ainda virá.”
mitir uma história ou propor alguma atividade. Pode se
desenvolver em palcos ou ao ar livre, assim como pode
ções, vídeos, etc.), gráficas (capas de livros, (Sonho de uma flauta, O Teatro Mágico)
promover a interação do público ou não.
Como não existem limites para a arte, praticamente
ilustrações de textos diversos, etc.), ceno- Trabalhos como o realizado pelo grupo mostram que tudo pode ser utilizado como elemento criativo. Os ar-
gráficas, coreográficas, musicais, etc. as expressões artísticas, embora possam envolver práticas tistas contemporâneos, atualmente, podem desenvolver
distintas, permitem uma imensa possibilidade de mistu- seus trabalhos englobando várias formas de expressão, e
(EF69AR05) Experimentar e analisar dife- ras, interações e experiências. Através das artes visuais, o resultado de tudo isso se traduz na grande riqueza cul-
por exemplo, podemos criar imagens utilizando formas tural existente em todo o mundo.
rentes formas de expressão artística (dese- e cores, como ocorre no dese-

Reprodução.
nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- nho, na pintura, escultura e ar-
quitetura. Geralmente esse tipo
dura, escultura, modelagem, instalação, ví- de criação é mais voltada para a
contemplação de quem observa,
deo, fotografia, performance, etc.).
mas existem outras possibilida-
(EF69AR07) Dialogar com princípios con- des de se trabalhar com artes vi-
suais, nas quais as pessoas po-
ceituais, proposições temáticas, repertó- dem interagir e mesmo modifi-
rios imagéticos e processos de criação nas car os objetos produzidos, como
é o caso das instalações, cujos
suas produções visuais. elementos podem ser manipu-
lados a qualquer hora tanto pe-
lo artista quanto pelo visitante.
Expectativas de
aprendizagem 16 Arte – 6o ano

• Definir arte como forma de interagir com FC_Artes_6A_03.indd 16 14/01/2023 09:26:53 FC_A

o outro, expressando ideias e sentimentos


sensibilidade, olhar ao redor perceben- tegrar, no seu trabalho, diversas linguagens
a partir das linguagens artísticas.
do os detalhes e as coisas que diariamen- artísticas, mostrando que nenhuma lingua-
• Reconhecer as diversas linguagens artísticas.
te não notamos. gem é superior à outra e que todas podem
• Apreciar a arte como um bem cultural,
Ampliar o nosso olhar sobre aquilo que trabalhar juntas.
aprendendo a superar tendências, gostos
para nós significa arte nos leva a refletir so-
e moda.
bre quem foi o autor de determinada obra,
Considerações como vivia, quais eram seus principais dese-

iniciais jos, estilos e pensamentos, qual o contexto


social em que estava inserido, etc.
Ao estudar arte, precisamos aprimorar O grupo O Teatro Mágico foi escolhido
os nossos olhares. Ver o mundo com mais para o texto de abertura do capítulo por in-

16 Manual do Educador

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Registre suas

Depois de criado o desenho em relevo, o bloco recebia


ideias
Registre suas uma camada de tinta e era prensado contra um papel ou
um tecido, no qual o desenho invertido ficava impresso. Neste momento, é interessante debater
ideias Desde então, a técnica se difundiu pela Europa e chegou sobre a importância da literatura de cordel e
ao Brasil trazida pelos portugueses ainda nos primeiros
1| Observe as imagens e leia o texto a seguir. anos de colonização. da arte produzida em xilogravura para a cul-
Ao longo do tempo, a xilogravura produzida no Bra-
tura brasileira. Você poderá, por exemplo,
Fotos: Reprodução.

1 2 sil se difundiu entre a população e passou a fazer parte


do cotidiano regional. No nordeste brasileiro, a técnica apresentar publicações de cordéis ilustra-
sempre esteve associada aos livretos de cordel, que são
repletos dessas imagens e de versos que exaltam as tra- das a fim de analisar com a turma a relação
dições culturais do povo local.
A literatura de cordel é um gênero literário popular
entre o texto escrito e a arte visual. Duran-
que se caracteriza pela declamação de poemas e xilo- te a conversa, questione aos estudantes o
gravura. Esses textos rimados são impressos em folhe-
tos (cordéis) que ficam pendurados em cordas e vendi- que eles já conhecem sobre o tema. Se pos-
dos em feiras livres. Os cordelistas, através das suas ri-
sível, realize uma atividade coletiva de lei-
mas, representam em versos temas regionais, fatos do
cotidiano, lendas, episódios religiosos, além de ques- tura utilizando uma literatura em cordel de
tões sociais.
curta extensão.
a. Conforme você pôde perceber no texto, a xilogravura
brasileira é bastante associada à cultura popular. Com
base nos conhecimentos adquiridos sobre os diferentes Anotações
3 4 conceitos da arte, isso confere menor valor artístico a
esse tipo de produção? Explique.

Espera-se que o estudante perceba que a xilogravura é

um trabalho de grande valor cultural e, portanto, não

pode ser menosprezada ou considerada inferior.

b. Busque na Internet alguma imagem que traga a capa


de um livro de cordel. Em seguida, escreva qual foi a
obra escolhida, o nome do autor e, a partir da arte da
1 – Samico, A caça, 2003. capa feita com xilogravura, disserte sobre o que você
2 – Samico, Criação – pássaros e peixes, 1992.
3 – Samico, Julia e a chuva de prata, 2005.
supõe ser o assunto tratado na obra.
4 – J. Borges, O casamento do bode, 2006.
Espera-se que o estudante realize pesquisas e conheça
Surgida na China, no século VI, a xilogravura era utili-
zada na confecção de estandartes e textos informativos um pouco mais sobre os aspectos textuais, visuais e so-
para serem fixados em templos. A técnica utilizada con-
sistia em entalhar um bloco de madeira utilizando goivas. ciais da literatura de cordel.

Arte – 6o ano 17

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Arte – 6o ano 17

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O que as outras pessoas
pensam sobre
O que as outras a litogravura, um processo no qual um desenho é fei-
to sobre uma matriz de pedra com o uso de lápis gordu-
Em geral, a ilustração é a primeira for- pessoas pensam rosos e em seguida a imagem é impressa no papel por
ma de alfabetização que uma pessoa tem sobre meio de uma prensa.
Um dos maiores nomes da litogravura foi o francês
contato. É a chamada alfabetização visual. Gustave Doré, que deixou uma vasta obra que inclui ilus-

Nesse contexto, os livros infantis ilustrados


A gravura como ilustração trações de clássicos da literatura como Branca de Neve,
Barba Azul, Chapeuzinho Vermelho, Dom Quixote, King
Na Europa do início do século XV, a produção de li-
sempre aparecem repletos de imagens que, vros com imagens era toda feita manualmente por mon-
Kong e A Divina Comédia.

por si sós, já contam uma história, poden- ges em mosteiros da Idade Média. Como era um proces- Disponível em: https://www.repository.ufrpe.br/bitstream/123456789/2222/1/tcc_eduardo-
bezerradeoliveirasilva.pdf. Acesso em: 18/09/2020. Adaptado.
so muito lento, os livros produzidos eram poucos e geral-
do fazer com que os pequenos que ainda mente ficavam restritos às autoridades da igreja. Após o

não dominam a leitura possam imaginar o


inventor alemão Johannes Gutenberg revolucionar o pro-
cesso de produção literária graças à criação de um méto-
Diálogos com o
que se passa na história interpretando as do de impressão mecânico, que tornou o procedimento tema
mais rápido e barateou os custos, uma grande quantida-
ilustrações. Uma boa possibilidade de ex- de de livros passou a ser produzida e abasteceu o merca- A importância da gravura
do europeu. Esses livros, no entanto, precisavam de ima-
plorar essa forma de expressão é promo- gens para acompanhar os textos, pois isso tornava a lei-
e da pintura na História
ver um evento no qual os estudantes pos- tura mais prazerosa.
1| Observe a gravura a seguir e responda as questões
Assim, inicialmente, a xilogravura foi a técnica escolhi-
sam trazer e apresentar livros que marca- da para ilustrar as obras. Nos séculos seguintes, um no-
em seu caderno.

Reprodução.
vo processo de produção iria resultar em imagens mais
ram seus primeiros anos e qual o significa-
detalhadas e com um acabamento formidável: a calco-
do que cada um deles tem para suas vidas. gravura, que utilizava uma matriz de metal em vez da
madeira. Esse processo, no entanto, tinha custo eleva-
do, e isso acabava afetando o preço final do livro. Em
Diálogos com o 1796, surge uma nova técnica que era mais rápida e ob-

tema tinha resultados que se assemelhavam a uma pintura:


Reprodução.

Uma das características dos pintores da


primeira metade do século XIX era a forte ten-
dência a retratar suas obras de uma forma
Detalhe da gravura Negros no fundo do porão (1835), de Johann Moritz
que nem sempre estava de acordo com a rea- Rugendas.

lidade. Por essa razão, muitas pessoas ricas


Para visualizar melhor os
ou que detinham cargos importantes esta- detalhes da obra, acesse o
QR Code ao lado.
vam dispostas a pagar aos pintores para que
Gravura Pequeno polegar e o gigante (1862), publicada na obra Les Contes, de
eles produzissem telas nas quais essas pes- Charles Perrault. Desenho de Gustave Doré.

soas fossem representadas de maneira heroi-


18 Arte – 6o ano
ca, por exemplo. Em outras situações, esses
artistas eram contratados para representar
uma cena histórica enfatizando elementos FC_Artes_6A_03.indd 18 14/01/2023 09:26:55

como força, coragem, ternura, amor, etc., de cando mostrar o cotidiano brasileiro de uma Uma boa forma de abordar as obras de
modo que determinados fatos eram omitidos maneira agradável, porém, para ambos, era ambos é as exibindo em slides. Como se tra-
e, como consequência, acabavam sendo mi- inegável a situação de grave penúria que vi- tam de obras famosas que frequentemente
nimizados aos olhos da sociedade. viam os escravizados no Brasil, bem como aparecem em livros didáticos, muitos estu-
Nesse contexto, artistas como Jean- todo o clamor para que a escravidão fosse dantes irão se familiarizar com as litogravu-
Baptiste Debret e Johann Moritz Rugendas abolida. Foi nesse contexto que surgiram ras e pinturas, o que pode ser uma excelente
vieram para o Brasil com o intuito de rea- algumas das imagens que mostravam es- oportunidade para contextualizar imagens
lizar registros de imagens para publicá-las cravizados sendo castigados, transporta- com a época em que foram produzidas.
em livros na Europa. Por serem artistas ro- dos nos porões insalubres dos navios ne-
mânticos e cientes do que agradaria o gran- greiros e sendo negociados nos mercados
de público, retrataram belas paisagens bus- de escravizados.
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Resposta pessoal. A ideia é fazer com que o estudante compreenda a importância da ilustração para a formação pessoal e educacional dele.

A litogravura em questão retrata as condições desumanas 4| Observe a pintura de Tarsila do Amaral abaixo.
em que eram transportadas as pessoas trazidas da África

Reprodução.
para serem escravizadas nas Américas. Analisando a obra,
quais são as suas impressões ao refletir sobre a crítica que
a pintura retrata e qual o seu sentimento ao observá-la?

Sugestão de resposta: A imagem denuncia as condições

insalubres às quais os povos escravizados eram subme-

tidos. Na representação, são perceptíveis sentimentos

como a melancolia, o desespero e a dor dos indivíduos

escravizados. Pintura Operários (1933), de Tarsila do Amaral. Acervo do Governo do Esta-


do de São Paulo.

Tarsila de Aguiar do Amaral (1886–1973) foi pintora, tra-


dutora e desenhista e uma das integrantes mais importan-
tes do movimento modernista brasileiro. Passou sua infân-
cia brincando na fazenda e adorava ouvir lendas locais que
falavam sobre seres mitológicos como o Abaporu, o homem
que comia gente. Essa fase de sua vida iria lhe inspirar a criar
diversas obras ao longo de sua carreira.
Com um talento notório para a literatura e a pintura,
Tarsila foi estudar na Espanha, onde teve contato com ar-
tistas que trabalhavam com novas tendências artísticas.
Ao retornar ao Brasil, encontra a pintora Anita Malfatti,
2| Ao longo da História, a ilustração teve grande impor-
que lhe apresenta os poetas e escritores Oswald de An-
tância para a popularização do conhecimento, pois a
drade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Juntos,
visualização das imagens facilita o processo de com-
eles formariam o Grupo dos Cinco. Esses artistas costu-
preensão e interpretação de informações. Na sua infân-
mavam se reunir no ateliê de Tarsila e tinham em comum
cia, provavelmente, você teve contato com livros infantis.
o desejo de romper com as tradições da arte acadêmica
Pensando nisso, o que mais chamava a sua atenção? As
brasileira, que ainda estava fortemente ligada a concei-
ilustrações, o texto ou o conjunto da obra? Escreva, em
tos já decadentes na Europa.
seu caderno, sobre o seu livro infantil favorito e comente
O movimento modernista brasileiro, iniciado na lite-
a respeito de seus aspectos temáticos, textuais e visuais.
9:26:55
ratura, ganhou força com a Semana da Arte Moderna,
ocorrida em 1922, na cidade de São Paulo. Reunindo ar-
3| As técnicas de ilustração se desenvolveram bastan-
tistas de várias correntes, como literatura, escultura, pin-
te ao longo do século XX, e hoje a ilustração pode ser
tura, poesia e música, o evento não contou com a presen-
criada a partir de vários métodos, como a colagem, a
ça da pintora, que estava em viagem na Europa duran-
modelagem, a fotografia, a gravura, etc. Use a sua cria-
te a ocasião. Entretanto, sua chegada deu uma grande
tividade e produza uma imagem utilizando uma técnica
identidade ao movimento, que buscava se desvencilhar
de sua preferência. Concluída a atividade, compartilhe
das regras tradicionais e ter maior liberdade de expres-
o resultado com seus colegas e professor.
são. Além disso, os modernistas desejavam criar algo que
Espera-se que o aluno exercite a criatividade por meio de ex-
perimentos com variadas técnicas de ilustração.
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Arte – 6o ano 19

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remetesse à cultura nacional e não apenas copiasse os 5| Reveja o detalhe da pintura Operários e observe os
modelos europeus. Nesse quesito, Tarsila do Amaral foi retratos a seguir.
muito bem-sucedida, pois sua produção era um criativo
retrato do Brasil. Sua fama, no entanto, não ficou restri-
ta ao País: a pintora conquistou o mercado internacio-
nal e deixou um legado de imenso valor para a história
da humanidade. 1
O quadro Operários retrata o início da industrialização
brasileira e o surgimento da classe operária, que migrou 3
para São Paulo em busca de emprego nas fábricas que co-
meçavam a surgir no Estado. Ciente disso, responda:
2
a. Os rostos agrupados ocupam a maior parte da compo-
sição. Qual a intenção da artista ao fazer isso?
1 – Oswald de Andrade
Sugestão de resposta: A predominância de rostos de tra- 2 – Mário de Andrade
3 – Tarsila do Amaral
balhadores no quadro de Tarsila do Amaral pode ser inter-

Fotos: Reprodução.
1 2 3
pretada como uma crítica à massificação das dinâmicas de

trabalho durante o início da industrialização nacional.

b. Quais sentimentos podem ser percebidos nas expres- Na tela, Tarsila retratou a si mesma e também homena-
sões dos personagens retratados? geou os amigos Oswald de Andrade e Mário de Andrade,
além de outras pessoas que eram de seu convívio. Apesar
Sugestão de resposta: Fadiga, desânimo e falta de
de, no quadro, figurarem entre os operários, todos eles vi-
viam em boas condições financeiras. Na sua opinião, o que
esperança.
levou a artista a se retratar entre a classe trabalhadora?

Sugestão de resposta: Ela se via como uma trabalhadora


c. Uma das características das obras de Tarsila do
Amaral era a presença de paisagens exuberantes que
igual aos outros; e o movimento modernista retratava
refletiam a flora brasileira. Em Operários, esse aspecto
não foi utilizado. O que levou a artista escolher o cená-
em suas obras as questões sociais da época.
rio retratado na pintura em questão? FC_A

Sugestão de resposta: Ao escolher como plano de fundo para

o quadro as chaminés e edifícios de uma fábrica, a pintora

promove reflexões sobre a poluição causada pela prolifera-

ção das indústrias e o crescimento desenfreado das cidades.

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musical ou de uma peça teatral, por exem-
plo. Compreender tal fato permite que você
6| Observe outra obra de Tarsila do Amaral. experiências que vivenciamos ou presenciamos e que po- identifique o perfil de cada estudante e, con-
dem nos causar diferentes formas de impacto.
Abaporu é um dos quadros mais famosos da História
Desse modo, utilize uma forma de expressão de sua sequentemente, da turma em geral.
da arte brasileira. A palavra vem do tupi e significa “ho-
mem que come gente”. Um dos significados da obra é que
preferência (fotografia, desenho, pintura, colagem, etc.) Há obras, entretanto, que tendem a con-
e crie ou registre uma imagem que lhe transmita algum
Tarsila teria feito uma crítica social às formas de trabalho
sentimento como: saudosismo, tristeza ou reflexão. Com- quistar um grande número de pessoas. Es-
da época. Além de apresentar diferentes interpretações, a
partilhe seu trabalho com o professor e a turma.
pintura acabou virando o símbolo do movimento antro- sas criações geralmente contam com recur-
pofágico, que visava absorver e “devorar” todas as inova-

stock.adobe.com/tauav
ções culturais que chegavam da Europa e, a partir disso, sos que permitem utilizar várias formas de
criar uma obra com características tipicamente brasileiras. expressão e, assim, atingir planos senso-
Reprodução.

riais diferentes. É o que ocorre, por exem-


plo, com os filmes exibidos em terceira di-
Memorial às vítimas da Grande Fome na Irlanda. A Grande Fome aconteceu
mensão (3D) nas salas de cinema. Nesse
entre 1845 e 1849 e causou a morte de grande parte da população. Esse episó-
dio aconteceu devido a uma praga que devastou as lavouras de batatas, prin- caso, dizemos que os indivíduos ficam em
cipal sustento da população na época.
estado de sinestesia, ou seja, todos os seus
sentidos estão voltados para a contempla-
Repensando ção e apreciação da obra.
Atualmente, graças aos recursos tecno-
Dizemos que estamos em estado de estesia quando nos-
sos sentidos estão sensíveis ao que acontece ao nosso re- lógicos disponíveis, há certa tendência dos
Em seu caderno, responda às questões: dor. Para a arte, seria aquele momento em que as manifes-
a. Analisando atentamente a pintura, como você inter- tações artísticas em nossa volta conseguem nos influenciar estudantes a apreciarem obras que abor-
pretaria a obra como uma crítica social? O que Tarsila por completo. Ou seja, aquele momento em que a obra nos dem vários sentidos, pois sentem dificulda-
quis simbolizar ao retratar os membros superiores e in- toca e nos transporta para o mundo dela.
feriores maiores do que a cabeça? Resposta pessoal. de em fixar atenção em algo que tenha ape-
1| Você já passou por um momento de estesia duran-
b. Que sentimento a obra transmite para você? Por quê?
te a contemplação de uma obra de arte? Descreva, em
nas apelo visual, por exemplo. Essa é uma
Resposta pessoal.
seu caderno, a sua experiência, levando em considera- boa possibilidade para planejar aulas utili-
+ Informações ção os seguintes questionamentos:
zando recursos variados, o que pode render
sobre o tema • Que tipo de obra de arte (música, pintura, quadro,
filme, etc.) foi contemplada? um bom resultado final.
• Qual o nome da obra escolhida?
Arte no dia a dia • Onde ela foi observada (museu, teatro, Internet,

A arte não é a expressão apenas do belo. O impacto que •


rádio, TV, etc.)?
Qual sentimento foi despertado ao entrar em conta-
Anotações
uma obra tem sobre nós pode despertar sentimentos co- to com a obra?
mo alegria, tristeza, saudosismo, entre outros. Essas rela- • Do que ela trata?
ções que estabelecemos com a arte podem estar ligadas a • O que mais chamou a sua atenção ao apreciá-la?

Arte – 6o ano 21

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+ Informações sobre o
tema Repensando
Muitos estudantes têm certa dificuldade O estado de estesia é bastante singular e
em demonstrar seus sentimentos e podem varia muito de pessoa para pessoa. Em arte,
encontram na arte uma forma de externar isso significa que, muitas vezes, uma obra
isso. Aproveite a atividade para promover que pode sensibilizar alguém, não obtenha
uma apresentação na qual os alunos pos- o mesmo efeito em outra pessoa. Há pessoas
sam falar sobre seus respectivos trabalhos e que se sentem muito atraídas por pinturas,
interagir com os trabalhos dos colegas. enquanto outras são tomadas por grandes
sentimentos diante de uma apresentação
26:56

Arte – 6o ano 21

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BNCC
Habilidades trabalhadas no capítulo
Capítulo

4
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes
estilos visuais, contextualizando-os no tem- Viver a arte
po e no espaço.
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as
Traços, formas e cores As obras de Goya Lopes, usadas durante o dia a dia
linguagens das artes visuais se integram às das pessoas, são mais um exemplo de arte que pode-

Fotos: Reprodução.
mos ver no nosso cotidiano. Logo, quando vestimos al-
linguagens audiovisuais (cinema, anima- guma de suas criações, estamos vestindo todos os sím-
ções, vídeos, etc.), gráficas (capas de livros, bolos que sua arte carrega.
Podemos perceber que o trabalho da artista assume
ilustrações de textos diversos, etc.), ceno- um caráter utilitário e não está apenas fixado na questão
estética. Essa característica de certas criações artísticas
gráficas, coreográficas, musicais, etc.
existe desde a pré-história, quando os indivíduos do pa-
(EF69AR05) Experimentar e analisar dife- leolítico pintavam representações nas cavernas em pa-
redes rochosas para simbolizar rituais ou instruções para
rentes formas de expressão artística (dese- obter êxito nas caçadas. A arte com finalidade utilitária
nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- existe em todas as culturas do mundo, embora em certos
períodos da história tenha sido classificada como uma
dura, escultura, modelagem, instalação, ví- forma de expressão de menor valor. Até o século XIX, o
conceito de arte consistia em tudo aquilo que era produ-
deo, fotografia, performance, etc.). zido apenas para apreciação e muitas vezes só era aces-
(EF69AR06) Desenvolver processos de cria- sível para uma pequena parcela da população. O artis-
ta talentoso era aquele capaz de representar o real com
ção em artes visuais, com base em temas Goya Lopes se apropria de elementos da cultura africana e se inspira em ar- maior fidelidade. Esse pensamento só mudou por con-
tistas como Hélio Oiticica.
ta de inovações que ampliaram as possibilidades artís-
ou interesses artísticos, de modo individual, Goya Lopes nasceu em Salvador e se formou na Es- ticas e derrubaram antigos conceitos, o que evidencia o
coletivo e colaborativo, fazendo uso de ma- cola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. fato de que a arte sempre está ligada às mudanças cul-
Após um período estudando Design, Expressão e Comu- turais e, portanto, está sempre em processo de evolução.
teriais, instrumentos e recursos convencio- nicação Visual em Florença, na Itália, retornou ao Brasil e
fundou a empresa Didara, por meio da qual pôde investir
nais, alternativos e digitais.
(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às
em seus projetos. Goya é designer têxtil, ou seja, elabora
projetos de estamparia, texturas e cores de tecidos pa-
Registre suas
ra moda e decoração. No processo de produção das pe- ideias
diferentes dimensões da vida social, cultural, ças para vestuário, ela desenvolve desenhos, escolhe os
política, histórica, econômica, estética e ética. tons adequados e realiza a arte final. 1| O cocar é um elemento característico da cultura indí-
As criações refletem suas raízes e a cultura de Salva- gena. É um bom exemplo de arte utilitária, embora não
dor, onde se verificam elementos da herança afro-bra- faça parte do dia a dia de uma pessoa que não pertence
Expectativas de sileira, indígena, além de influências do estilo barroco, a um dos povos indígenas. Pesquise em livros ou na In-

aprendizagem muito difundido na arquitetura da capital baiana. Essas


estampas são transformadas em roupas, bolsas, saco-
ternet a respeito do significado desse utensílio para os
povos indígenas. Observe a seguir imagens de diferen-
las, chapéus, sapatos, colchas, entre outros produtos. tes povos indígenas utilizando o cocar.
• Reconhecer o papel da arte diante da ne-
cessidade humana de encontrar respostas 22 Arte – 6o ano

em situações da vida.
• Perceber que a arte está presente em nos- FC_Artes_6A_04.indd 22 14/01/2023 09:26:42 FC_A

so cotidiano.
• Entender a arte como uma possibilidade lho. Para isso, a primeira artista apresen-
Anotações
de trabalho. tada é Goya Lopes, que usa a moda como
• Compreender a potência da arte em co- expressão.
nectar pessoas. O texto sugere uma reflexão sobre o que
é utilitário e o que é para apreciação. Goya
Considerações Lopes, por exemplo, transforma roupas de

iniciais uso cotidiano em obras de arte, de modo


que, em suas peças, o utilitário e o estético
Neste capítulo, vamos perceber que caminham juntos. Também é uma oportuni-
a arte está presente em nosso cotidiano dade para refletir sobre o processo de cria-
e é também uma possibilidade de traba- ção a fim de perceber arte como profissão.

22 Manual do Educador

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tos indígenas com a justificativa de que os
mesmos irão se depreciar com o tempo. En-
3| Observe as obras de arte a seguir. Todas elas têm a tretanto, em casos como o da machadinha
Créditos das imagens da esquerda para direita: stock.adobe.com/Brastock Images, namwar69 e moodboard

1 mesma finalidade? Qual a função desempenhada por


cada uma delas? Para responder à questão, se achar Kájré, trata-se de um item que é utilizado
necessário, pesquise em livros ou em sites da Internet. e faz parte da cultura de um povo, ou seja,

stock.adobe.com/Ruben

stock.adobe.com/agcreativelab
1 2 são objetos que só cumprirão sua devida
função quando utilizados da maneira que
foram planejados, mesmo que isso signifi-
que que, com o tempo, a ferramenta pode
vir a se depreciar. Professor(a), debata com
2 3
os estudantes sobre o assunto, questionan-
do-os sobre as consequências do ato de re-

stock.adobe.com/scaliger
3
tirar um artefato sagrado de um povo para
expor a pessoas de outra cultura.

1 – Indígenas Pataxó, Brasil.


2 – Indígena descendente do povo asteca, México.
Anotações
3 – Indígena esquimó, Estados Unidos.
1 – Estátua da deusa Atena, Grécia.
2 – Quadro Mona Lisa, França.
Sugestão de resposta: Pode servir como um adorno, in- 3 – Estátua de gárgula, Alemanha.

dicar uma posição dentro da tribo e oferecer proteção Sugestão de resposta: As obras em questão não têm a

espiritual para quem o usa. mesma finalidade. Por ser um elemento arquitetônico,

a função da gárgula, na época, era de escoar a água tra-

zida pelas chuvas. A função do quadro Mona Lisa e da


2| O trabalho de Goya Lopes se inspira na cultura local
da cidade de Salvador. Na sua cidade, existe algum
estátua da deusa Atena é artística, de apreciação e ho-
local que comercializa itens inspirados na cultura da
região? Faça uma relação de itens que podem ser en-
menagem à figura ou à divindade, sendo assim uma for-
contrados lá.

A ideia dessa atividade é incentivar o estudante a entrar ma de perpetuação histórica.

em contato com a produção artística local.

Arte – 6o ano 23

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Registre suas de Kájré e era utilizada nos eventos cerimo-

ideias niais da aldeia. Posteriormente, um indígena


krahó, em visita ao Museu Paulista, identificou
No ano de 1947, o antropólogo Harald a machadinha, e, a partir de então, a aldeia
Schultz obteve, de forma ilícita, uma macha- passou a reivindicar o artefato, o que rendeu
dinha considerada sagrada para o povo krahó, vários anos de disputas judiciais. Por fim, em
habitantes da aldeia Pedra Branca, localizada 1986, o artefato finalmente foi devolvido à al-
no atual estado de Tocantins. O artefato foi le- deia, o que configura um marco no processo
vado para o Museu Paulista e lá foi incorpora- de descolonização cultural.
do ao acervo. Feita de pedra e com excelente Existe uma forte tendência entre insti-
acabamento, a machadinha recebe o nome tuições culturais a querer conservar artefa-

Arte – 6o ano 23

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O que as outras pessoas
pensam sobre O que as outras o estilo ganhou o mundo e virou símbolo de resistência
pacífica, respeito entre as pessoas e devoção à natureza.
pessoas pensam
Os dreadlocks se tornaram símbolo da sobre
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-39596814. Acesso em:
19/09/2020. Adaptado.

luta dos povos pretos em busca de afirma-


ção cultural e se popularizaram tanto que
O movimento rastafári Etiópia: País situado no continente africano.
Jamaica: País situado na região caribenha.

stock.adobe.com/africa
hoje podem significar tanto um símbolo de
resistência quanto uma escolha estética. Diálogos com o
Há registros históricos que comprovam tema
que os dreadlocks já eram utilizados na Áfri- A arte egípcia
ca e na Índia muito antes do exílio de Rás
As estatuetas egípcias na imagem da página seguinte
Tafari. No continente africano, o povo Him- são denominadas shabti e eram produzidas para serem
colocadas nos sarcófagos, túmulos utilizados no Egito
ba, formado por habitantes do norte da Na- Antigo. Os shabti — segundo o pensamento da época, for-
míbia e de Angola, utiliza o estilo de cabe- temente representado por um caráter religioso — eram
Dreadlock é um penteado na forma de mechas ema-
responsáveis por trabalhar pelo seu dono no mundo dos
ranhadas muito difundido na atualidade. Embora tenha
lo desde o surgimento de sua cultura. En- sido adotado por várias culturas ao longo do tempo, vi-
mortos, condição em que, segundo a crença egípcia, se
alcançaria a eternidade.
tre as mulheres da comunidade, o estilo do rou símbolo de luta e resistência na Etiópia quando era
Se perguntarmos o que são os shabti a uma pessoa
governada pelo Ras (príncipe) Tafari Makkonen, também
dreadlock diz qual seu estado civil: quando chamado Haile Selassie. Seguidor dos preceitos judai-
hoje, mostrando as imagens acima, provavelmente ela
diria que são esculturas. Porém, se fizéssemos a mesma
co-cristãos, ao longo de sua vida, Ras Tafari defendeu a
solteiras, as mulheres utilizam os cabelos pergunta a um egípcio que vivia naquele período, ele res-
igualdade e o respeito mútuo entre os povos. Entre os
ponderia: os shabti são servos espirituais.
cobrindo o rosto, ao passo que após o ca- etíopes, era considerado um emissário de Deus que iria
Quando pensamos no Egito, é comum lembrarmos
guiar a nação para um tempo de paz e prosperidade.
samento, o cabelo ganha um adorno e os Durante a Segunda Guerra Mundial, no entanto, a Itália,
das pirâmides, tumbas, múmias e dos faraós. Na arte,
esses elementos estiveram sempre relacionados, sendo
dreads são utilizados atrás da cabeça. Os comandada por Benito Mussolini, invadiu a Etiópia e, após
regidos e orientados pelos preceitos religiosos, que a tu-
vencer o exército local, iniciou uma política de segregação,
do influenciava. Nesse período, o povo egípcio cultuava
homens também adotam o estilo, embora na qual muitos etíopes foram massacrados. Ras Tafari te-
vários deuses, como Osíris e Ísis.
ve que se exilar na Inglaterra e se dedicou a buscar apoio
não haja mudança em relação a seu esta-

stock.adobe.com/mindstorm
internacional contra a situação instalada no seu país. En-
do civil. tre os soldados que resistiam às forças italianas, um pacto
foi feito: nenhum deles cortaria seus cabelos até que seu
Na Índia, o dreadlock é mais comum líder retornasse ao poder, fato que só ocorreria depois de
seis anos, com a derrota da Itália na guerra.
entre os homens e é uma tradição milenar. Na Jamaica, país que tem fortes ligações étnicas e cul-
Os saddus, praticantes de Ioga que levam turais com a Etiópia, surgiu o movimento rastafári, cujos
membros adotam o cabelo dreadlock inspirado na luta dos
um estilo de vida imaterial e totalmente soldados etíopes, além de seguirem preceitos religiosos
que se baseiam no judaísmo e cristianismo. Desde então,
avesso aos padrões ocidentais, deixam seus Estátuas gigantes, Luxor.

cabelos crescerem livremente sem nunca os


24 Arte – 6o ano
cortar. Isso influenciou bastante muitas pes-
soas adeptas de filosofias orientais que bus-
cam uma vida com maior desapego em rela- FC_Artes_6A_04.indd 24 14/01/2023 09:26:50 FC_A

ção às coisas materiais. É bastante comum Independentemente do motivo que Anotações


vermos viajantes e mochileiros utilizando leva uma pessoa a adotar os dreadlocks,
esse estilo de cabelo, independentemente hoje ele está presente em todas as cultu-
de sua origem étnica. Assim como também ras do mundo. Seja símbolo de resistência,
se tornou bastante comum o uso desse es- de uma vida desapegada a bens materiais
tilo de cabelo entre pessoas que transitam, ou simplesmente de escolha estética, os
por exemplo, entre escritórios e universida- dreadlocks são sinônimo de liberdade.
des. Se até alguns anos atrás podiam causar Disponível em: http://www.afreaka. com.br/notas/drea-
dlocks-estilo-negritude-e-historia-reunidos-em-um-pentea-
estranhamento ou preconceito, atualmen- do-milenar/. Acesso em: 20/01/2021. Adaptado.
te os dreads se tornam cada vez mais corri-
queiros nas sociedades.

24 Manual do Educador

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Diálogos com o

tura dos egípcios não possuía perspectiva (não nos dá a


tema
stock.adobe.com/Mariia Agafonova

impressão de profundidade e não relaciona a disposição


dos elementos no espaço) e não exibia uma relação de Para aprofundar o assunto, a arte egíp-
proporcionalidade entre as figuras representadas. cia vem como meio de compreender um
grupo a partir de sua expressão artística.

stock.adobe.com/Takashi Images
Após ler e discutir sobre essa perspecti-
va, sugerimos que a turma seja dividida em
duplas ou grupos e que cada equipe seja
responsável por pesquisar sobre um grupo
(da Antiguidade ou da atualidade) e sua ex-
pressão artística a partir da seguinte ques-
tão: O que podemos aprender sobre sua cul-
tura a partir da sua arte?
Cada grupo deve mostrar o que apren-
Pintura egípcia que representa uma cena do cotidiano. deu na sala, apresentando a expressão ar-
A arte egípcia nasceu há mais de 3.000 anos a.C. e es- tística da cultura escolhida.
teve sempre relacionada aos aspectos religiosos dessa ci-
vilização, sendo realizada em função da sua crença, que
A atividade proposta na seção permite
era a certeza da continuidade da vida após a morte. Por a compreensão de que as emoções do ser
isso, os elementos arquitetônicos, as pinturas e as escul-
turas seguiam padrões e regras que estavam diretamen- humano estão presentes nas obras de arte.
te voltados para essa visão.
A arquitetura egípcia é composta por imensas cons-
Busto da Rainha Nefertiti, Museu Nacional da Escócia, Reino Unido. Sugerimos que as imagens sejam mostradas
truções, como as pirâmides, que serviam de túmulos pa- A escultura tinha grande importância para os egíp- por meio de um projetor para uma melhor
ra os faraós, os reis do Egito Antigo, que a tudo domina- cios. Devido à crença na vida após a morte, os egípcios,
vam e eram considerados deuses pelo seu povo; e por além de mumificarem os corpos dos mortos para que análise.
grandiosos templos, que eram construídos em homena- fossem preservados, também se utilizavam de escultu-
gem aos seus deuses. ras, que reproduziam esses corpos com o máximo de
A pintura realizada pelos egípcios tinha características detalhes. De acordo com a crença egípcia, esse “novo
Sugestão de
muito próprias, pois seguia algumas regras preestabele-
cidas. Uma delas, a regra da frontalidade, fazia com que
corpo” serviria para abrigar sua alma após a morte. As-
sim como na representação dos mortos, todas as outras abordagem
o corpo das pessoas fosse sempre retratado com o tronco esculturas também deveriam representar as caracterís-
e um dos olhos voltados para o observador, ficando ape- ticas físicas das pessoas e, ainda, a sua condição social. A cultura do Antigo Egito valoriza muito
nas a cabeça, as pernas e os pés representados de perfil. Hoje, além de possuir uma estrutura física diferente,
As pinturas eram utilizadas, geralmente, para decorar os o Egito é uma república; e a religião predominante é a o pós-morte. Convém salientar que a expec-
túmulos egípcios. Também podemos destacar que a pin- muçulmana.
tativa de vida no Antigo Egito era muito cur-
ta, durando em média 40 anos. Justamente
Arte – 6o ano 25
por considerarem esse período muito curto,
os egípcios afirmavam que a vida aqui na
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Terra seria uma fase de transição na qual o
Anotações indivíduo deveria provar ser merecedor de
recompensas ou sofrer punições caso tenha
levado uma vida repreensível aos olhos dos
seus deuses. Fazer com que os estudantes
compreendam essa particularidade facilita-
rá o processo de entendimento acerca dos
costumes dessa civilização.

Arte – 6o ano 25

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+ Informações sobre o
tema
Segundo a autora Sheila Finger, “a arte 1| Leia o texto a seguir. Procedimento:
1. Utilizando como base o alfabeto egípcio, você irá es-
sempre fez e sempre fará parte de nos- A Pedra de Roseta é um fragmento de um monólito e crever seu nome e frases.
sa vida; a criatividade e a criação artística frequentemente é citada como “a pedra mais importan- 2. Após a sua escrita, você trocará com a do colega e
te do mundo”. Isso ocorre porque até a sua descoberta, traduzirá o que ele escreveu.
nos enriquecem a alma e nos alimentam o em 1799, a escrita egípcia era considerada um mistério 3. Depois de traduzido, junte-se ao seu colega e apre-
quase indecifrável, pois as últimas pessoas que conhe- sente para a turma o que os dois escreveram, informan-
coração”. A proposta do texto e da atividade ciam aquela linguagem tinham desaparecido havia sécu- do se conseguiram acertar o que cada um escreveu.
presentes na seção é estimular a busca da los. No fragmento, no entanto, havia um decreto estabe-
lecendo o culto ao faraó Ptolomeu V Epifânio escrito em Alfabeto hieroglífico
arte na nossa vida, suas informações, trans- três linguagens diferentes: na parte superior, estava re-
gistrada na forma hieroglífica típica do Antigo Egito; na
formações e contribuições cotidianas. parte central, a mensagem aparecia em demótico, uma
forma de linguagem utilizada no Egito tardio; e, na par-
te inferior, estava escrita em grego antigo. Foi graças à
Anotações comparação entre as três linguagens que os estudiosos
puderam decifrar os hieróglifos egípcios e a humanidade
pôde, enfim, compreender muito sobre a cultura dessa
magnífica civilização. Os hieróglifos são caracteres uti-
lizados como escrita que são baseados na representação
de figuras ou símbolos.
stock.adobe.com/Andrea Izzotti

+ Informações
sobre o tema
A arte e a vida
Já reparou que:
Na imagem, detalhe da Pedra de Roseta – 196 a.C.
• Tem gente que canta no banheiro, que dança de alegria?
Atualmente, a Pedra de Roseta faz parte do acervo do • Tem quem escreva poemas quando está com sauda-
Museu Britânico, na Inglaterra, e é o item mais visitado des, com tristeza ou em um momento excepcional
da vasta coleção. de felicidade?
Ciente disso, vamos realizar a atividade a seguir, ex- • Tem gente que desenha enquanto fala ao telefone
plorando o alfabeto egípcio hieroglífico. para passar o tédio de uma espera, por falta do que
fazer ou para se desligar do mundo?
Material necessário:
• Lápis de cor. • Tem gente que faz qualquer coisa virar um objeto
de arte: uma flor feita de guardanapo, um arranjo
• Tinta. de flores silvestres e capim, uma linda decoração
• Pincel. em uma sala bagunçada ou até mesmo uma obra
• Papel. de arte em um prato de salada?

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26 Manual do Educador

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acessórios únicos e com os quais as pes-
soas se identifiquem. Assim, graças à ação
Dança, música, pintura, escultura…
de estilistas e profissionais especializados
Fotografia, desenho, design gráfico, decoração... Repensando nesse segmento, as peças de roupas que
Moda, poema, poesia, romance…
Teatro, cinema, shows, espetáculos, exposições… estavam no fundo das gavetas voltaram a
Customização é um termo que significa adaptar ou
Diferentes formas de criação!
adequar algo ao gosto de alguém. No mundo da moda, ser incorporadas ao vestuário urbano.
essa é uma técnica muito utilizada, pois além de criar
É que a arte sempre fez e sempre fará parte de nossa um sentimento de satisfação em quem usa a peça do
Sem dúvida, uma das maiores vanta-
vida. A criatividade e a criação artística nos enriquecem vestuário, ainda possibilita transmitir a ideia de perten- gens da customização está na diminuição
a alma e nos alimentam o coração! cimento a uma cultura, além de ser uma prática ecologi-
E essa arte é bem-vinda. Estejamos na posição de es- camente positiva, visto que é possível reaproveitar mui- dos impactos ambientais causados pela in-
pectadores de manifestações artísticas (como ir ao cine- tas peças que seriam descartadas.
ma e ao teatro, visitar exposições de arte, shows de mú- O processo de customização de roupas pode ocor-
dústria da moda, considerada a segunda
sicas, etc.) ou como agentes, atores, artistas — buscando rer de diversas maneiras: podemos criar uma nova es- mais poluente do mundo, com seus proces-
formas de tocar o mundo através da arte. [...] tampa utilizando tinta de tecido, bordando, cortando,
Disponível em: http://www.institutodoamor.com.br/instituto/?p=1412. Aces- acrescentando utensílios como bottons, entre outras sos de tingimento de roupas e elevado gasto
so em: 12/02/2012. Adaptado. técnicas.
de água. Com a customização, muitos teci-
Com base nesses conhecimentos, para realizar a ati-
1| Você já produziu algo que considera uma obra de
arte? O quê?
vidade a seguir, você precisará dos seguintes elementos: dos podem ser reaproveitados e terem uso
Resposta pessoal. Material necessário: diferente das peças originais. Além disso, o
• Uma peça de vestuário antiga que você não utili- processo estimula a criatividade e tende a
za com frequência, como: camiseta, boné, lenço,
calça, algum tecido, etc. ser uma prática prazerosa, pois as pessoas
2| Em que momentos você percebe que sua vida se mis- • Tintas de tecido, tesoura sem ponta, bottons, etc.
tura com a arte?
podem dar um acabamento bastante carac-
Resposta pessoal. Procedimento: terístico a uma nova peça e assim ter algo
1. Registre, por meio de fotografias, a aparência da
peça de vestuário antes do procedimento. que reflita sua personalidade.
3| Escreva, em seu caderno, em que momentos você se
2. Realize o trabalho utilizando a técnica mais ade-
vê como: Resposta pessoal. Disponível em: https://www. arranjosexpress.com.br/por-que-
quada para a peça escolhida.
-investir-na-customizacao-de-roupas-conheca-4-motivos/.
a. Espectador da obra de arte. 3. Use a criatividade e faça a customização seguindo
Acesso em: 20/01/2021. Adaptado.
b. Autor ou pessoa que interage com a obra de arte. uma tendência com a qual você se identifique.
4. Após o término do trabalho, faça um registro fo-
4| Em grupo, reflita sobre o modo como a arte está pre-
sente no nosso cotidiano e sugira novas possibilidades
tográfico da peça ou de si mesmo vestindo o item
customizado. Importante: caso utilize tintas de teci-
Anotações
para a inclusão de manifestações artísticas em ativida- do, é recomendável esperar dois dias e lavar a peça
des do dia a dia. Resposta pessoal. antes de utilizá-la.
5. Compartilhe as fotos tiradas da peça com seus co-
5| Crie cartazes para divulgar as ideias elaboradas na ques- legas e professor e faça uma comparação entre o
tão anterior. Para a confecção dos cartazes, é essencial antes e o depois da customização.
pensar em elementos como a paleta de cores, a comunica- 6. Durante o compartilhamento do resultado, expli-
ção textual e o uso de ilustrações atrativas. Com a ajuda do que detalhes como as técnicas e as referências usa-
professor, espalhe os cartazes pelo ambiente escolar. das para a confecção da peça customizada.
Resposta pessoal.

Arte – 6o ano 27

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preocupação cada vez maior em criar mate-


Repensando riais duráveis e reaproveitar aqueles que se-
riam descartados. Uma das alternativas mais
Por que investir na customização viáveis é a customização de roupas.
de roupas? Embora muitas pessoas possam ver
a prática como mero hobby que não terá
Com a exploração desenfreada de recur- grande impacto no mercado da moda, a
sos naturais e a crescente preocupação mun- grande verdade é que existe uma clien-
dial em torno de conceitos como sustenta- tela cada vez mais interessada em mate-
bilidade e consumo consciente, o mundo da riais customizados, seja pelo ponto de vis-
moda passou a ser um nicho onde há uma ta ambiental, seja para adquirir peças e

Arte – 6o ano 27

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BNCC
Capítulo

5
Habilidades trabalhadas no capítulo

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes A arte de contar histórias


estilos visuais, contextualizando-os no tem-
po e no espaço. A leitura do universo livro um sucesso de vendas. Do ponto de vista pessoal,
Evangeline se diz bastante realizada e pretende investir
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as literário em novos lançamentos literários.
linguagens das artes visuais se integram às Com uma carreira consagrada e repleta de sucessos

linguagens audiovisuais (cinema, anima- de audiência, a atriz canadense Evangeline Lilly, que de-
sempenhou o papel da elfa Tauriel no filme O Hobbit e da
Registre suas
ções, vídeos, etc.), gráficas (capas de livros, heroína Vespa em Vingadores: Ultimato, também desen- ideias
volve trabalhos em outra linha artística: a literatura in-
ilustrações de textos diversos, etc.), ceno- fantil. Seu primeiro livro foi lançado em 2013 e surgiu du- O que ouvir histórias pode nos proporcionar? Com a
rante um período em que a artista quis parar de atuar na ajuda do professor, que tal criar um espaço onde você
gráficas, coreográficas, musicais, etc.
indústria cinematográfica, pois os anos de sucesso como possa escrever as ideias a respeito desse questionamen-
(EF69AR05) Experimentar e analisar dife- atriz a fizeram desenvolver problemas emocionais por to? Siga as instruções a seguir.
conta da enorme exposição a que era sempre submeti-
rentes formas de expressão artística (dese- da nos veículos de comunicação.
1. Em uma cartolina, escreva o que você pensou sobre
ouvir histórias.
nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- O desejo de escrever, segundo ela, nasceu bem cedo.
2. Faça um desenho para ilustrar a sua resposta.
A ideia para o enredo de seu primeiro trabalho, intitula-
3. Junto com seus colegas, procure um local na sala
dura, escultura, modelagem, instalação, ví- do The Squickerwonkers (Os Molambolengos), foi pensa-
para expor a cartolina. Deve ser um espaço onde o car-
da quando ela tinha 14 anos. O livro conta a história de
deo, fotografia, performance, etc.). Selma, uma garota mimada que encontra um sombrio
taz esteja à vista, possibilitando adicionar novas respos-
tas durante a unidade.
(EF69AR07) Dialogar com princípios con- teatro de fantoches e, no desenrolar da trama, vai apren-
dendo que as coisas nem sempre acontecem da manei-
ceituais, proposições temáticas, repertó- ra que ela quer.
A experiência literária foi bastante positiva para
O que as outras
rios imagéticos e processos de criação nas Evangeline Lilly, que também dedicava boa parte do tem- pessoas pensam
suas produções visuais. po durante os eventos de divulgação para contar um pou-
sobre
co sobre a sua história. A

Reprodução.
(EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dra- plateia reunia pessoas de
todas as idades, já que, se-
Tradição oral
maturgias e espaços cênicos para o acon-
gundo ela, seu trabalho, A tradição de contar histórias sempre fez parte de todas
tecimento teatral, em diálogo com o teatro além de ser feito para as as culturas ao redor do mundo. Como boa parte das nar-
crianças, também indu- rativas era contada através da tradição oral, diversas ver-
contemporâneo. zia os adultos a refletirem sões eram criadas a partir das modificações ocorridas con-
(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e sobre a vida deles. A obra forme as histórias eram repassadas verbalmente. Muitas ve-
traz ilustrações feitas pelo zes, essas mudanças ocorriam para que as histórias fossem
as construções corporais e vocais de manei- premiado designer Johnny adaptadas aos costumes de cada época. Um bom exemplo
Fraser Allen, o que contri- Evangeline Lilly em um dos seus lança- desse fenômeno é a lenda do Rei Artur, que se consagrou
ra imaginativa na improvisação teatral e no buiu muito para tornar o mentos do livro The Squickerwonkersc. por ter duas versões: a versão mais antiga, contada por po-
jogo cênico.
28 Arte – 6o ano

Expectativas de
aprendizagem FC_Artes_6A_05.indd 28 14/01/2023 09:26:29 FC_A

• Perceber que a arte de contar histórias é Registre suas O que as outras pessoas
uma forma de comunicação. ideias pensam sobre
• Utilizar o corpo adequadamente no pro-
Para exercitar a imaginação dos estudantes, No texto, é apresentada a tradição de
cesso de comunicação/expressão, tentan-
propomos a construção de cartazes, por meio contar histórias como meio de transmitir
do superar seus limites e ampliando suas
de recortes e colagens, utilizando gravuras de conhecimentos e culturas. Converse com a
possibilidades.
jornais e revistas. A intenção é reproduzir a turma sobre o tema e questione se ainda te-
• Transformar o espaço real em espaço cê-
compreensão do grupo no que diz respeito à mos o costume de compartilhar sabedoria
nico por meio do exercício da imaginação e
história contada. É interessante que, ao longo por meio da oralidade.
da memória.
da unidade, possam ser adicionadas novas res-
postas para que, ao final, compreenda-se a mu-
dança de pensamento sobre o tema.

28 Manual do Educador

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sucesso como atriz, guardava dentro de si
o desejo de compartilhar uma história que
vos de cultura celta, afirmava que Artur recebeu a espada A partir das experiências de Dona Fiota, a Fundação há um bom tempo desejava colocar no pa-
Excalibur da Dama do Lago e com ela defendeu o país dos Guimarães Rosa desenvolveu um projeto que visa difundir
ataques promovidos por invasores anglo-saxões; a segun- a cultura afro-brasileira entre as crianças da comunidade. pel. Tal como ela, muitos estudantes tra-
da versão, no entanto, contada quando a Inglaterra já tinha São realizadas oficinas e palestras, e várias cartilhas são zem dentro de si ideias que gostariam de
se tornado um país cristão, relatava que Artur retirou a es- distribuídas em escolas públicas da região. Muito conhe-
pada de uma rocha e isso lhe garantiu o título de nobreza cimento é repassado para os estudantes de forma bastan- expor ao mundo, porém podem sentir di-
reconhecido pela igreja. te lúdica, com o intuito de resgatar toda a riqueza cultural
existente na memória dessa sábia senhora.
ficuldades em encontrar uma maneira de
Tradição oral: Transmissão de saberes (lendas, realizar esse desejo. Explore as possibili-

Reprodução.
orações, canções, etc.) feita oralmente pelo povo,
de geração em geração. dades que a contação de histórias propor-
ciona, e, provavelmente, o resultado será
Yuliia/AdobeStock.com

muito satisfatório.

Diálogos com o
tema
Neste momento, é importante frisar
Diálogos com o que uma história pode ser originada de
tema fontes diversas: livros, vídeos, animações
Literatura e história ou de forma oral.
1| Você se lembra de alguma história popular que mar- O formato literário é o mais clássico, no
cou a sua infância? Se sim, compartilhe seu conhecimen-
to a seguir. Se você não se lembra, pesquise na Internet entanto não deve ser utilizado como refe-
uma história popular do folclore brasileiro e relate-a em
rência máxima. Recomenda-se que seja
seu caderno.

2| Leia o texto a seguir.


dada liberdade para que o estudante pos-
Capa de cartilha da coleção Histórias da Dona Fiota, produzida pela Funda-

Várias histórias e tradições chegaram até a atualidade


ção Guimarães Rosa. sa escolher o formato que mais lhe agra-
Disponível em: https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/o-ensino-ludico-da-africa-1.255766#.
sendo transmitidas, muitas vezes, por pessoas que não sa- dar, pois, como sabemos, a receptividade
Acesso em: 21/09/2020.

biam ler. Uma história que chama bastante atenção é a de Inspirado na experiência de Dona Fiota, peça para um adul-
Maria Joaquina da Silva, a Dona Fiota, como é conhecida to de sua convivência contar alguma história que ele tenha de determinado formato de mídia pode ser
no município de Bom Despacho. Moradora de uma comu- ouvido ou presenciado há muito tempo. Em seguida, faça
nidade quilombola localizada em Tabatinga, Minas Gerais, um resumo do que você ouviu e registre-a em seu caderno.
diferente entre uma pessoa e outra.
Dona Fiota é uma das últimas falantes da gira, como é co-
3| Uma epopeia é um gênero literário narrativo bastante ex- Recomenda-se também que se tenha
nhecida a língua utilizada pelos povos escravizados para
tenso que conta, por meio de versos, as aventuras históricas
se comunicar nas senzalas sem que pudessem ser com- precaução quanto à escolha de temas que
e heroicas de personagens reais ou lendários. Uma das epo-
preendidos pelos senhores de engenho.
possam ser polêmicos, como aqueles que
Espera-se que o estudante, ao compartilhar a experiência escutada, perceba a importância
histórica da cultura transmitida por meio da oralidade. Arte – 6o ano 29 refletem elementos como preconceito, se-
gregacionismo e violência. Para isso, sem-
pre é recomendável haver um breve diálo-
go a fim de esclarecer o porquê de não se
9:26:29 FC_Artes_6A_05.indd 29 14/01/2023 09:26:30

Considerações bom exemplo disso são os contos de fadas, abordar histórias que tragam temáticas ne-

iniciais criados há vários séculos, que foram modi-


ficados e adaptados à medida que os cos-
gativas, mesmo que elas tenham sido mui-
to populares em épocas passadas.
Quem não gosta de ouvir histórias? tumes mudavam. Por fim, salientamos que cada estu-
Essa prática milenar e que está enraizada Criar e contar uma história é uma ex- dante possui particularidades e, portanto,
em todas as culturas ao redor do mundo é periência bastante pessoal que envolve pode não se sentir confortável em se apre-
o tema deste capítulo. A exemplo do que vários elementos marcantes da vida e da sentar diretamente para os colegas. Nes-
ocorre com as demais obras de arte, a con- realidade vivenciada pelo contador. No pri- se caso, estude possibilidades como ado-
tação de histórias tende a apresentar ca- meiro momento, pudemos conhecer o tra- tar fantasias ou utilizar bonecos, pois isso
racterísticas que variam bastante de acor- balho da atriz consagrada Evangeline Lilly, pode ajudá-los a realizar a atividade com
do com a cultura e o contexto histórico. Um que, embora já tivesse alcançado grande maior desenvoltura.

Arte – 6o ano 29

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+ Informações sobre o
tema peias mais famosas da história, servindo de inspiração para b. Uma epopeia geralmente era narrada de forma lí-
filmes, é atribuída ao poeta grego Homero, que teria vivido rica, ou seja, o poeta declamava os poemas ao som
No texto desta seção, a famosa auto- por volta do século IX a.C. Trata-se da Ilíada, obra que narra de flautas e liras para potencializar os sentimentos
os acontecimentos ocorridos no final da guerra de Troia na transmitidos. Você já passou por alguma situação na
ra Fanny Abramovich nos permite uma re- qual muitos heróis travaram uma batalha para recuperar qual uma expressão visual acompanhada de música
Helena, rainha de Esparta que havia sido sequestrada por lhe rendeu uma agradável sensação? Em seu caderno,
flexão sobre a riqueza das histórias conta-
Páris, príncipe troiano. Para recuperar a rainha, os gregos descreva a experiência em detalhes. Resposta pessoal.
das e teatralizadas nos contos de fadas. Seu tiveram a ideia de construir um cavalo de madeira como um
presente para os troianos, porém dentro dessa escultura
objetivo é levar o aluno a viajar no mundo havia soldados prontos para atacar a cidade de Troia, du-
rante a noite, enquanto todos dormiam.
+ Informações
da imaginação, conhecendo lugares, tem- sobre o tema
pos, jeitos de agir e de ser, além de ampliar

Reprodução.
Por uma arte de contar
a percepção da importância em ouvir e con-
histórias
tar histórias.
Ah, como é importante para a formação de qualquer
Em seguida, são propostas questões so-
criança ouvir muitas histórias! Escutar histórias é o iní-
bre o tema para aprofundar a discussão. cio da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter
todo um caminho de descobertas e de compreensão do

Anotações mundo absolutamente infinito.


O primeiro contato da criança com um texto é feito,
Pintura Procissão do Cavalo de Troia (1773), de Giovanni Domenico Tiepolo. As pa- em geral, de forma oral. É pela voz da mãe e do pai que
lavras Paladi Votum, que aparecem no cavalo, são escritas em latim e significam
“uma oferenda a Palas” (deusa Atena). Por ser um presente para Atena, os troia-
são apresentados contos de fada, trechos da Bíblia, his-
nos não poderiam recusá-lo, pois poderia significar uma ofensa à deusa. tórias inventadas, narrativas de épocas passadas e tanta,
tanta coisa mais... Contadas durante o dia, em uma tar-
a. A Guerra de Troia teria culminado com a derrota dos de de chuva ou à noite, antes de dormir, preparando pa-
troianos e a destruição de sua cidade, porém muitos he- ra o sono gostoso e reparador, embaladas por uma voz
róis gregos, como Aquiles e Ajax, morreram no conflito, que amada... É poder rir, sorrir, gargalhar com as situações
durou dez anos. Mesmo saindo como vencedores, os gregos vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com
iriam enfrentar perigos no retorno à Grécia, e parte deles o jeito de escrever de um autor e, então, poder ser um
morreria durante a viagem ou quando chegasse em suas pouco cúmplice desse momento de humor, de gozação.
cidades. Epopeias geralmente transmitem lições para a for- Ler histórias para as crianças é suscitar o imaginário,
mação moral das pessoas. Pensando no contexto histórico é ter a curiosidade respondida em relação a tantas per-
da Guerra de Troia e analisando o momento atual, quais as guntas e encontrar muitas ideias para solucionar ques-
consequências que esses conflitos provocam na sociedade? tões — como os personagens fizeram —, é estimular pa-
Sugestão de resposta: O mais prejudicado, em qualquer ra desenhar, para musicar, para teatralizar, para brincar...
guerra, é o povo, que foi e permanece sendo explorado Afinal, tudo pode nascer de um texto.
por reis, nobres e pessoas das elites. Vemos que a guer- O significado de ouvir histórias é tão amplo... É uma
ra desempenha um papel de grande importância, pois é possibilidade de descobrir o mundo imenso dos confli-
um instrumento final de uma negociação, mas que pro- tos, das dificuldades, dos impasses, das soluções, que
voca fatores de mudanças por onde passa. Logo, acon- todos atravessamos e vivemos, de um jeito ou de outro,
tecimentos assim devem ser lembrados como um perío- através dos problemas que vão sendo defrontados, en-
do de sofrimento na história da humanidade. frentados (ou não), resolvidos (ou não) pelos persona-

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Repensando
gens de cada história (cada um a seu modo). Assim, é O teatro de bonecos é uma forma de expressão ar-
possível esclarecer melhor os nossos problemas ou en- tística milenar e existe em várias partes do mundo. Sua
contrar um caminho possível para a resolução deles. apresentação é feita por atores que manipulam, com di- Agora é o momento em que os estudan-
Ouvindo histórias, podemos sentir emoções impor- versas técnicas, e dão vida a bonecos confeccionados tes terão a oportunidade de criar as próprias
tantes: tristeza, raiva, irritação, medo, alegria, pavor, im- com os mais variados materiais. Algumas das técnicas
potência, insegurança e tantas outras mais; as narrativas utilizadas são a da manipulação indireta, em que os histórias. Organize um espaço aconchegan-
provocam e suscitam tudo isso em quem as ouve ou as bonecos são movimentados por meio de varas ou de
lê, com toda a amplitude, significância e verdade que ca- fios; a da manipulação direta, com os atores movimen-
te para que eles se sintam verdadeiros conta-
da uma delas faz (ou não) brotar. tando o boneco e segurando cada parte do seu corpo; dores de histórias e fiquem confortáveis para
Através de uma história, podemos descobrir outros lu- e a com luvas, quando o manipulador “veste” o bone-
gares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, ou- co na sua mão e o movimenta. Os bonecos têm nomes compartilhar com o resto da turma.
tras regras, outra ética, outra ótica... É aprender história, diferentes em todo lugar do mundo. No Brasil, são co-
geografia, filosofia, direito, política, sociologia, antropo-
logia, etc., sem precisar saber o nome disso tudo e, mui-
mumente conhecidos como fantoches, marionetes ou
mamulengos.
Anotações
to menos, achar que tem cara de aula... Porque, se tiver,
deixa de ser literatura, deixa de ser prazer e passa a ser a. Qual das técnicas de manipulação de fantoche conti-
didática, que é um outro departamento (não tão preo- das no texto você considera mais interessante? Por quê?
cupado em abrir todas as comportas da compreensão
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno tenha com-
do mundo) [...].
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo Scipione, 1989. Adaptado.
preendido as três principais técnicas de manipulação e
1| Converse em sala com seus colegas e professor sobre
o texto lido, levando em consideração os seguintes ques- consiga diferenciá-las: a indireta, a direta e a com luvas.
tionamentos: Respostas pessoais.
b. Você já assistiu a uma apresentação teatral de bone-
a. Após a leitura, que novas concepções foram acres-
cos? Lembra do enredo? Foi uma experiência agradável?
centadas aos seus conhecimentos?
Compartilhe suas impressões com a turma.
b. Você já havia refletido sobre o tema principal do Resposta pessoal.
texto? Qual é a sua opinião a respeito das ideias trans-
mitidas no texto?
Repensando
c. Você discorda de alguma das afirmações feitas no
texto? Se sim, qual? Comente a respeito.
1| Que tal criar um teatro de bonecos para interpretar
2| Observe a imagem abaixo e leia o texto a seguir. em grupo? Pode ser baseado em um poema, um conto,
uma música. Vocês podem adaptar ou mesmo criar uma
stock.adobe.com/Paolo Gallo

história. Caso não tenha a obra disponível em sua esco-


la, acessem o site www.dominiopublico.gov.br e encon-
trem diversas obras. Veja o site no QR Code a seguir.

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Arte – 6o ano 31

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BNCC
Capítulo

6
Habilidades trabalhadas no capítulo

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes Vivendo o real e o imaginário


estilos visuais, contextualizando-os no tem-
po e no espaço.
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as Dos versos aos palcos e Febre do Rato. O filme participa do espetáculo como se
os bailarinos transitassem entre o palco e a tela.
linguagens das artes visuais se integram às

Reprodução.
A carioca Deborah Colker, considerada uma das mais
importantes coreógrafas contemporâneas, foi honrada
linguagens audiovisuais (cinema, anima- em 2001 com o prêmio Lawrence Olivier na categoria
ções, vídeos, etc.), gráficas (capas de livros, “realização mais notável em dança”. Também foi a pri-
meira mulher a dirigir um show do Cirque du Soleil, onde
ilustrações de textos diversos, etc.), ceno- também escreveu e coreografou o espetáculo Ovo. Após
uma premiada carreira como bailarina, fundou a Com-
gráficas, coreográficas, musicais, etc.
panhia de Dança Deborah Colker.
(EF69AR06) Desenvolver processos de cria-
ção em artes visuais, com base em temas Cena do espetáculo Cão sem Plumas, Companhia de Dança Deborah Colker. Cão sem Plumas: Poema de João Cabral de Me-
lo Neto publicado em 1950 que narra a situação de
ou interesses artísticos, de modo individual, A dança permite que exercitemos formas diferentes pobreza da população ribeirinha que vive às mar-
de movimentos corporais com finalidades que podem ser gens do rio Capibaribe, no estado de Pernambuco,
coletivo e colaborativo, fazendo uso de ma- artísticas, cerimoniais ou para puro divertimento. Prati- além de denunciar o descaso das elites com relação
cada pela humanidade desde a Pré-História, evoluiu em
teriais, instrumentos e recursos convencio- várias correntes diferentes ao longo do tempo e se tor-
àquelas pessoas marginalizadas.

nais, alternativos e digitais. nou símbolo cultural em todas as partes do mundo. Basi-
camente, a dança se desenvolve seguindo uma coreogra-
(EF69AR25) Identificar e analisar diferentes fia (movimentos previamente estabelecidos) ou de forma

estilos cênicos, contextualizando-os no tem- livre (movimentos improvisados). Embora seja bastante Registre suas
ligada à música, a dança pode aparecer integrada a ou- ideias
po e no espaço de modo a aprimorar a ca- tras formas de expressão artística, como o teatro e o ci-
nema. Também pode ser desenvolvida em praticamen-
pacidade de apreciação da estética teatral. te todos os ambientes possíveis, como casas de espetá-
Como vimos no início do capítulo, o espetáculo Cão
Sem Plumas une o cinema, a dança e a poesia. Enquan-
culos ou ao ar livre.
(EF69AR26) Explorar diferentes elementos to podemos usar a dança para contar histórias com mo-
O espetáculo Cão sem Plumas, da Companhia de
vimentos do nosso corpo, o cinema nos conta histórias
envolvidos na composição dos aconteci- Dança Deborah Colker, mostra uma excelente interação
por meio de uma sequência de imagens. A respeito dis-
entre várias correntes artísticas. Baseado no poema ho-
mentos cênicos (figurinos, adereços, cená- mônimo de João Cabral de Melo Neto (1920–1999), o tra-
so, responda às questões a seguir.

rio, iluminação e sonoplastia) e reconhecer balho é desenvolvido por uma equipe de dançarinos, que 1| As expressões corporais podem transmitir sentimen-
seguem uma coreografia inspirada nos versos do poema tos como dor, alegria, tristeza, saudade, entre outros.
seus vocabulários. enquanto é exibido ao fundo do palco um filme realiza- Você já viu uma apresentação que te fez sentir algum
do pelo premiado cineasta pernambucano Cláudio Assis, sentimento específico? Relate a sua experiência em seu
autor de filmes como Amarelo Manga, Baixio das Bestas caderno. Resposta pessoal.
Considerações
iniciais 32 Arte – 6o ano

Neste capítulo, iremos fazer uma via-


gem pelo real e o imaginário do nosso co­ FC_Artes_6A_06.indd 32 14/01/2023 09:26:18 FC_A

tidiano, pela fantástica arte do cinema e outras apresen­tações. Acesse o QR Code a se- Expectativas de
também refle­tir sobre o que ela nos pro­
porciona por meio do lazer, do divertimen-
guir para conhecer mais sobre os pro­jetos.
aprendizagem
to, da arte, da informação e da cultura. No • Compreender o contexto das formas de
primeiro momento, é apre­sentado o espe- comunicação, entretenimento e arte.
táculo Cão Sem Plumas, que usa a dança e • Sensibilizar-se para entender a dança e o
o cinema de forma simultânea e integrada cinema como forma de arte.
para contar sua história, baseada no poe- • Reconhecer a mistura das linguagens ar-
ma de João Cabral de Melo Neto. tísticas ― artes integradas.
No site da Companhia de Dança Deborah
Colker, é possível encontrar cenas dessa e de

32 Manual do Educador

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Registre suas
ideias
2| No quadro a seguir, do pintor Nicolas Lancret, pode-
mos ver pessoas presenciando um casal dançando balé.
O que as outras
Esse estilo de dança fazia parte da etiqueta burguesa e pessoas pensam A partir das respostas dos alunos às ques-
também era uma oportunidade para as bailarinas de
origem humilde ascenderem socialmente. Você acredita
sobre tões da seção, promova uma dinâmica sobre
que a dança pode modificar a vida das pessoas? Por quê? a transmissão de sentimentos por meio das
A sétima arte expressões corporais. Você poderá, por
Reprodução.

Música, dança, pintura, escultura/arquitetura, teatro e exemplo, convidar alguns alunos para reali-
literatura eram as seis expressões artísticas consagradas
desde a Antiguidade. No final do século XIX, uma novida- zarem apresentações que utilizem a expres-
de que encantaria o mundo surgia e assumia o posto de
sétima arte: o cinema, que integra várias formas de ex-
são corporal de forma artística. Durante a di-
pressão: com a música para a trilha sonora; as artes cê- nâmica, escolha frases para serem interpre-
nicas são representadas pela atuação dos atores; a lite-
ratura aparece na produção dos roteiros; e os cenários tadas artisticamente pelos alunos a partir de
Pintura La Camargo Dancing (1730), de Nicolas Lancret. Na composição, espec-
englobam a pintura, escultura e arquitetura.
tadores elegantemente vestidos se reúnem em grupos para assistir a um casal movimentos do corpo. Esse momento é im-
executar uma dança de balé. O esquema de cores atribui à pintura uma qualida- Criada na França, a técnica de fazer filmes consis-
de mágica, na qual a ideia da natureza e a fantasia do teatro se unem para criar
um cenário suave e ideal para o público no estilo rococó. A obra está localizada tia em projetar várias fotografias, chamadas fotogra- portante para compreender detalhes sobre o
na Galeria Nacional de Arte de Washington, DC, capital dos EUA. mas, que representavam imagens de momentos se-
quenciais de objetos ou personagens, criando, assim, a assunto de forma prática e divertida.
Espera-se que o aluno perceba que a dança melhora a
ilusão de que eles estavam em movimento. Essa técni-
ca foi aperfeiçoada pelos irmãos Lumiére: Louis (1864–
qualidade de vida das pessoas. Muitos praticantes usam
1948) e Auguste (1862–1954).
O que as outras pessoas
a dança como meio de ascender financeiramente. Além
pensam sobre
disso, o ato de se movimentar contribui para uma boa
Para a sociedade atual, que conhece fil-
saúde física e mental, já que a dança também combate
mes e animações muito antes de frequentar
a ansiedade, o estresse, etc.
a escola, o cinema já está tão presente em
3| Entre as expressões artísticas trabalhadas (dança, nosso cotidiano que não conseguimos ima-
cinema e poesia) no espetáculo Cão sem Plumas, de
ginar um mundo sem ele. Tente, através de
Deborah Colker, qual a que te chama mais atenção?

Resposta pessoal.
sugestões, criar um ambiente no qual os es-
Cada quadro de imagem representa um movimento daquilo que é represen- tudantes possam imaginar um mundo onde
tado. Com a passagem rápida dos quadros, a imagem toma velocidade e nos
dá a impressão de movimento. a exibição de imagens em movimento em
No início, o cinema era em preto e branco e não pos- uma tela seria algo novo e surpreendente.
suía som das cenas e das falas dos personagens. Para sa-
ber o que era dito ao longo do filme, além das expressões

Arte – 6o ano 33

9:26:18 FC_Artes_6A_06.indd 33 14/01/2023 09:26:19

Anotações

Arte – 6o ano 33

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Indicação de
filme e movimentos que os atores faziam, apareciam cartazes c. Um festival de cinema que aconteça fora do Brasil.
com frases escritas entre uma imagem e outra. Era o cha-
A invenção de Hugo Cabret mado cinema mudo. Havia músicas, mas sua função era 2| Pesquise sobre algumas das áreas e funções para a
realização de um filme.
Direção: Martin Scorsese apenas de acompanhar as cenas e suas mudanças. O pri-
meiro filme a produzir sons ambientes e diálogos entre os
a. Direção.
Tudo começa quando Hugo descobre um personagens foi produzido em 1927 e foi uma grande evo-
b. Produção.
lução para o gênero.
segredo deixado pelo seu pai e inicia uma Nos dias atuais, a tecnologia nos permite ver filmes
c. Direção de arte.
d. Diretor de som.
missão que vai transformar todos ao seu re- com cores e sons, além de utilizar computação gráfica
e. Edição e montagem.
para realizar efeitos especiais, envolvendo cada vez mais
dor. O filme é um convite para conhecermos o enorme público, que lota salas para assistir às novas 3| Uma das primeiras produções cinematográficas foi
produções. o clássico francês Viagem à Lua, de 1902. Considera-
a história de George Méliès, mágico e ator do o primeiro filme de ficção científica da História, foi

Fotos: Reprodução.
de teatro que sedimentou as bases do cine- 1 2 muito popular em sua época e encantava o público
graças aos efeitos especiais que a produção propor-
ma fantástico, criando efeitos especiais con- cionava. O filme encontra-se disponível no QR Code a
seguir. Após assistir ao filme, responda às perguntas a
siderados espetaculares naquela época, no seguir em seu caderno.
início do século XX.

Anotações 1 – Harold Lloyd (1893–1971), ator considerado um dos gênios do cinema mu-
Canal da Elvira
Viagem à Lua / A trip to the
do, na cena do relógio em O homem mosca, de 1923, uma das mais famosas
cenas do cinema mudo. moon (1902) – Georges Melies
2 – Cena do filme A Invenção de Hugo Cabret. O filme faz uma homenagem ao
cineasta Georges Méliès, um dos precursores do cinema por usar efeitos vi-
suais para criar mundos fantásticos.
a. Faça uma breve descrição da história dele.
b. O que mais chamou a sua atenção no filme?
Diálogos com o c. Levando em consideração que o filme foi produzido
tema há mais de 100 anos, em sua opinião qual deve ter sido
a reação do público? Resposta pessoal.
Cinema 4| Após o cinema ser considerado a sétima arte, ou-
tras quatro expressões artísticas também foram inse-
Festivais de cinema são eventos que contemplam
ridas no grupo: fotografia, histórias em quadrinhos,
premiações, palestras e exibição de filmes. Esses even-
videogames e arte digital. Muitos filmes adaptam
tos são realizados para divulgar e valorizar os trabalhos
histórias originais e depois as reproduzem com outro
feitos na área cinematográfica.
tipo de expressão artística. Em seu caderno, cite três
Usando jornais, revistas e a Internet ou com a ajuda
filmes a que você já assistiu cuja história e persona-
do professor, pesquise sobre as temáticas a seguir e re-
gens originais foram reproduzidas em um formato de
gistre as informações em seu caderno.
mídia diferente.
1| Pesquise sobre festivais de cinema.
a. Um festival de cinema em seu estado. 5| Atualmente, as inovações tecnológicas permitem que
b. Um festival de cinema brasileiro em um estado dife- determinadas produções dispensem atores e cenários
rente do que você mora. físicos, fazendo com que todo o conteúdo seja produzi-

34 Arte – 6o ano

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Diálogos com o
tema
Nesta seção, será muito importante dis- der um pouco do processo artístico, sugeri-
cutir sobre a origem do cinema. Outro pon- mos uma pesquisa sobre as diferentes fun-
to interessante é o papel dos festivais de ções na produção de um filme e seus gêneros.
arte. É muito comum festivais de cinema Por fim, iremos elaborar um gráfico com a
acontecerem por todo o mundo. Por que o preferência de estilos. Nesse momento, será
cinema encanta tanto a todos? importante o trabalho interdisciplinar com o
Primeiro, vamos pesquisar festivais de ci- professor(a) de Matemática, a fim de levantar-
nema e suas variedades. Depois, para enten- mos dados estatísticos referentes ao cinema.

34 Manual do Educador

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quanto as mãos e braços eram manipula-
dos com varetas, ficando as pernas balan-
do por meios digitais. São as chamadas animações, que células de papel ou acetato, em que o criador faz os de-
podem ser obtidas por meios tradicionais ou digitais. O senhos. Após finalizar todos os detalhes da animação, é
çando livremente a partir do joelho.
filme Toy Story, de 1995, revolucionou a maneira de pro- possível optar por fotografar ou digitalizar os desenhos À medida que os navios mercantes eu-
duzir animações. Pesquise na Internet e explique o por- por meio de um scanner.
quê de esse filme ter um grande destaque na indústria O clássico Branca de neve e os sete anões, da Disney, ropeus navegavam em busca de rotas ma-
cinematográfica. é um dos vários exemplos de filmes famosos que utiliza-
rítimas para a Índia ou China, traziam várias
ram a técnica tradicional de animação para ilustrar o ro-
Sugestão de resposta: Foi a primeira produção total-
teiro e dar vida aos personagens. novidades para a Europa, entre elas as dife-
mente feita através do processo de computação gráfica.
2D rentes formas de arte e entretenimento que
A técnica de animação 2D caracteriza-se pela utiliza- eram comuns no Oriente. A partir de então,
ção de traços combinados, cores uniformes e repetição
+ Informações de gráficos. Como o próprio nome já indica, 2D quer dizer os fantoches também foram incorporados à
sobre o tema bidimensional, um desenho formado por imagens planas
e sem profundidade.
cultura europeia e posteriormente exporta-
Dessa maneira, as animações só se movem por meio dos para outros continentes colonizados.
Animação: do lápis ao de dois eixos: horizontal e vertical, o que pode resultar
computador em limitações para o criador que utiliza esse método.
Como são animações em 2D, a sua visualização de-
Animação é um processo no qual os fotogramas são pende de apenas um ângulo. Dessa maneira, a produção Indicação de
preparados individualmente através de desenhos feitos
repetidamente ou fotografando imagens tridimensionais
em sequência, como ocorre com a animação digital. Em-
2D é um pouco menos trabalhosa que a 3D, que apresen-
ta perspectivas, como o próprio nome sugere, de três ân-
gulos distintos e consequentemente leva mais tempo pa-
filme
bora tenha se popularizado no último século, alguns pro- ra ser desenvolvida. Sucessos de bilheteria como Cinde-
Um pequeno passo
cessos de animação já eram conhecidos e serviram de rela, A pequena sereia e 101 dálmatas são exemplos de
inspiração para os primeiros trabalhos voltados para o animações em 2D. Direção: Andrew Chesworth e Bobby
cinema. Popular no final do século XIX e início do XX, o
flip-book, também conhecido como folioscópio, é um 3D Pontillas
conjunto de imagens organizadas em sequência, que, ao Durante a década de 1990, um novo tipo de anima- O curta de animação traz a história inspi-
serem folheadas de maneira rápida, causam a impressão ção começou a ganhar o mercado: o 3D. Foi em 1996,
de movimento. por meio da parceria entre a Disney e a Pixar, que te- radora de um pai que educa sua filhinha
ve como resultado o primeiro longa de sucesso utili-
zando essa técnica, iniciando uma nova era no setor
alimentando seus sonhos e acompanhan-
de animação. do seus momentos de frustrações. Por ter
O 3D caracteriza-se pela elaboração de personagens,
cenários e objetos em softwares (aplicativos) e ferramen- uma meta muito difícil de alcançar, em vá-
tas de efeitos. Dessa maneira, a modelagem e o trata-
mento das imagens formam imagens realistas que se as-
rios momentos ela sente grande desânimo,
1 2 3 4 5
semelham aos ambientes naturais. Essa técnica possui mas continua seguindo em frente, pois a fi-
muitas aplicações dentro do universo cinematográfico,
As técnicas de animação tais como nos longas-metragens, live actions e na elabo- gura carinhosa de seu pai sempre se mostra
ração de cenários e efeitos especiais.
Animação tradicional como uma grande inspiração. O curta é um
Uma das técnicas de animação mais conhecidas é a
tradicional. O método caracteriza-se pela utilização de
Disponível em: https://blog.saga.art.br/saiba-como-funcionam-as-tecnicas-
-de-animacao/. Acesso em: 22/07/2021. Adaptado.
excelente trabalho que aborda questões co-
mo amor e perseverança.
Arte – 6o ano 35
Anotações
9:26:20 FC_Artes_6A_06.indd 35 14/01/2023 09:26:20

+ Informações sobre o minadas com luzes de velas ou lamparinas.

tema Para dar maior destaque à apresentação,


tudo era realizado à noite e com acompa-
nhamento de música. Por volta de 200 a.C.,
O teatro de sombras
na Índia, as figuras em tecido foram substi-
Muito antes das animações comerciais tuídas por marionetes. As apresentações a
surgirem no início do século XX, o teatro de partir de então passaram a ser executadas
sombras surgiu, provavelmente na China ou atrás de uma tela fina com fantoches planos
na Índia, no primeiro milênio a.C. Consistia e articulados, feitos de couro transparente
em uma apresentação repleta de cenas nar- e colorido. Esses fantoches eram mantidos
rativas pintadas em tecidos que eram ilu- próximos à tela e iluminados por trás, en-

Arte – 6o ano 35

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Repensando
Para criar o folioscópio (flipbook), o ideal
Repensando
é utilizar blocos de papel, pois possuem
Vamos criar um folioscópio (flipbook)?
lombadas que permitem a fixação dos pa-
péis de forma a criar uma sequência mais
homogênea. Entretanto, como as folhas se
encontram sobrepostas, é provável que, em
alguns casos, não seja possível visualizar o
próximo desenho da sequência com clare-
za. Para evitar esse impasse, é mais indica-
do que iniciantes utilizem as folhas soltas.
Material necessário:
Convém orientar os estudantes quanto à • Folhas de papel-sulfite. • Lápis. você deseja animar. Lembre-se de que a transição entre
complexidade dos trabalhos, pois desenhos • Caneta hidrográfica preta. • Tesoura sem ponta. uma cena e outra não deve ser tão desigual.
• Régua. 3. Após finalizar a sequência, enumere cada quadrado no
com muitos detalhes exigirão que todos os verso para não correr o risco de trocar a ordem em que
Procedimento: cada figura deve aparecer.
outros que forem feitos em sequência sigam 1. Utilizando a régua e o lápis, desenhe vários quadrados 4. Recorte a sequência e a organize em formato de bloco.
o mesmo padrão, o que pode tornar a ativi- do mesmo tamanho, como no exemplo a seguir. 5. Folheie rapidamente e veja o resultado.
2. Com a caneta hidrográfica, desenhe a sequência que 6. Compartilhe com a turma e o professor.
dade longa e exaustiva. Para evitar esse pro-
blema, uma possibilidade é utilizar os tra-
dicionais bonecos palito ou outras formas
mais simples, como a sequência de uma
gota caindo, uma flor nascendo, o Sol se
pondo no horizonte, etc.
Por fim, a utilização das cores também
deve seguir um padrão mais enxuto, dando-
-se preferência às formas monocromáticas,
por apresentarem maior facilidade e velo-
cidade de serem desenhadas. É importan-
te explicar aos estudantes que, no processo
de animação, a velocidade para conclusão 36 Arte – 6o ano

de uma tarefa é muito importante.


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Anotações

36 Manual do Educador

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ras diversas, em especial a brasileira, in-
cluindo suas matrizes indígenas, africa-
Capítulo nas e europeias, de diferentes épocas, e

7 A arte de brincar
favorecendo a construção de vocabulário
e repertório relativos às diferentes lingua-
gens artísticas.
A arte como conceito e nistas europeus, o que influenciou bastante a sua produ-
ção a partir de então. Apesar da distância da sua terra na-
imagem tal, suas telas retratavam a realidade social brasileira, fa- Expectativas de
to que iria marcar sua carreira.
aprendizagem
Reprodução.

De volta ao Brasil, suas pinturas rapidamente ganham no-


toriedade. Aos poucos, deixou a produção com telas e óleo e
passou a dedicar-se à pintura de murais e afrescos. Sua fama • Analisar as brincadeiras pelo ponto de vis-
rapidamente ultrapassou as fronteiras, e seu nome ecoou em
ta sociocultural.
grandes centros artísticos, como o Museu de Arte Moderna de
Nova York. A paixão pela pintura, no entanto, rendeu-lhe um • Interagir com os colegas por meio de ati-
grande problema: o chumbo presente nas tintas acabou o in-
toxicando, e os médicos lhe recomendaram parar de pintar vidades lúdicas e prazerosas.
para que se recuperasse. Desobedecendo a essas ordens, se- • Compreender diversas formas de brinca-
guiu produzindo e acabou morrendo no dia 6 de fevereiro de
1962. Portinari continua sendo considerado um dos maiores deira em contextos específicos.
Pintura Futebol (1935), de Candido Portinari. Óleo sobre tela. pintores brasileiros de todos os tempos.

Filho de imigrantes italianos, Candido Portinari nasceu


em 30 de dezembro de 1903 em uma fazenda de café nos
Registre suas Considerações
arredores de Brodowski, interior de São Paulo. Embora não
tivesse tido muito tempo de estudo, desde cedo o jovem
Portinari manifestava grande talento para a pintura. No iní-
ideias iniciais
cio da adolescência, conheceu uma equipe de pintores e es-
1| Observe atentamente a pintura de Candido Portinari. Neste capítulo, é importante valori-
cultores italianos que trabalhavam restaurando igrejas bar-
Responda, em seu caderno, às questões a seguir. zarmos o ato de brincar. O artista escolhi-
rocas pela região. Admirados com a habilidade do jovem de
Reprodução.

14 anos, decidiram contratá-lo como ajudante para a rea-


lização das obras. A experiência deixou bem claro para ele
do para dar início ao capítulo foi Candido
o que desejaria fazer pelo resto da vida. Dois anos depois, Portinari, com sua obra Futebol, pois repre-
seguiu para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacio-
nal de Belas Artes, onde se destacou e chamou atenção dos senta uma forma bem brasileira de crescer
professores e da imprensa. No entanto, seu interesse aca-
brincando.
bou se voltando para um estilo rejeitado pelos acadêmicos
da época: o modernismo. Questione os alunos a respeito das brin-
Em 1928, após vencer um concurso promovido pela
escola, embarcou para Paris, onde passou dois anos es- cadeiras contemporâneas e promova um
tudando. Lá, conheceu a uruguaia Maria Martinelli, com debate sobre os diferentes conceitos possí-
quem se casou e viveu o resto da vida. Também manteve
contato com artistas participantes de movimentos moder- Pintura Menino do tabuleiro, 1947, de Candido Portinari. Óleo sobre tela. veis para a palavra infância a partir de dife-
rentes contextos sociais e culturais.
Arte – 6o ano 37

Registre suas
ideias
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vros, ilustrações de textos diversos, etc.),


BNCC cenográficas, coreográficas, musicais, etc. Professor (a), sabemos que o contexto
(EF69AR07) Dialogar com princípios con- social brasileiro está distante de uma ho-
Habilidades trabalhadas no capítulo
ceituais, proposições temáticas, repertó- mogeneidade, o que acaba sendo refletido
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferen- rios imagéticos e processos de criação nas em diversas fases da vida, inclusive na in-
tes estilos visuais, contextualizando-os no suas produções visuais. fância. Nessa fase, o cuidado com o que está
tempo e no espaço. (EF69AR32) Analisar e explorar, em proje- sendo ensinado deve ser ainda maior, pois,
(EF69AR03) Analisar situações nas quais tos temáticos, as relações processuais en- desde cedo, os mais novos aprendem a re-
as linguagens das artes visuais se integram tre diversas linguagens artísticas. produzir comportamentos, incluindo a prá-
às linguagens audiovisuais (cinema, ani- (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimô- tica da segregação social. Uma problemá-
mações, vídeos, etc.), gráficas (capas de li- nio cultural, material e imaterial, de cultu- tica da sociedade atual é a delimitação de

Arte – 6o ano 37

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espaços, públicos e privados, sendo assim,
uma criança de classe média dificilmente
frequentará os mesmos ambientes de uma a. Ao analisar a pintura, qual seria a sua reflexão sobre Martins trazem vários benefícios por se tratar de ques-
as condições e o contexto em que o menino se encontra? tões sociais. Quais pontos positivos você pode identifi-
criança com vulnerabilidade financeira, se- Resposta pessoal.
car nessa ação?
b. O que o tabuleiro sobre a cabeça do menino indica?
jam eles ambientes formais ou de diversão.

Reprodução.
Você acha que ele consegue exercer o direito que é dado
às crianças, como o de brincar, de estudar, ter direito à
Promova um debate com os estudantes e
saúde, etc.? Por quê? Resposta pessoal.
pergunte como eles se divertem e se eles c. O pintor escondeu os olhos do garoto sob o tabuleiro.
se sentem seguros e livres em qualquer lu- Em sua opinião, por que ele fez isso? Resposta pessoal.

gar. Aproveite também para falar das suas 2| O músico, poeta e artista visual Arnaldo Antunes há
um bom tempo produz trabalhos com a dupla Paulo
experiências e o que mudou na socieda- Tatit e Sandra Peres, criadores do Palavra Cantada. A
de entre a sua geração e a geração de seus parceria rendeu várias canções que marcaram uma ge-
ração, como Lavar as mãos, que passou a ser entoada
estudantes. em lares e escolas em todo o País. Com forte presença
em ações sociais, um dos maiores sucessos dessa par-
Você pode aproveitar a ocasião para fa- Sugestão de resposta: A ação proporciona o aproveita-
ceria é a canção Criança não trabalha. Após assistir ao
zer um passeio a um parque público que vídeo disponível no QR Code a seguir, responda às ques- mento do material que poderia ser descartado, promove
tões em seu caderno.
exista na cidade e propor que os estudan- o conhecimento e ajuda a fortalecer vínculos culturais.
tes analisem as instalações e o estado de
4| Muitos países adotam um período do ano dedicado à
Palavra Cantada Oficial
conservação do local para verificar se o lu- Palavra Cantada | Criança
brincadeira e diversão. Entre eles, está o Brasil, que cele-
não trabalha bra o Carnaval. Já os países de língua inglesa celebram
gar é atrativo para todos os moradores da o Dia das Bruxas, uma data dedicada a pregar peças nas
cidade, se está restrito a uma parcela da co- pessoas e comer muitos doces. Sobre as duas festas, res-
ponda aos questionamentos a seguir. Caso seja necessá-
munidade ou se está em situação precária e a. As brincadeiras que aparecem no vídeo fazem ou
rio, pesquise em fontes como livros, Internet, etc.
fizeram parte da sua vida? Quais as suas brincadeiras
não convidativa. favoritas? Resposta pessoal.
a. A tradição de usar máscaras tem o mesmo motivo
b. Qual a principal mensagem que a canção quis tanto no Carnaval como no Dia das Bruxas?
transmitir? Resposta pessoal.
Anotações Espera-se que o aluno identifique que, no Brasil, o cos-
c. Por que se diz que “criança não trabalha, criança dá
trabalho”? Resposta pessoal. tume de usar máscaras está associado à diversão, um

adereço para embelezar uma fantasia, por exemplo. Já


3| Abayomi é o nome que se dá a uma boneca de pano
produzida com retalhos sem utilizar cola ou costura,
no Dia das Bruxas, o seu uso é voltado à crença de que, ao
sendo feita de forma bastante rápida. O nome tem ori-
gem congolesa e quer dizer “encontro precioso”. Criada
utilizar a máscara, os espíritos malignos não reconhece-
pela maranhense Lena Martins, a abayomi virou símbo-
lo do Movimento Negro, que divulga a técnica para en-
riam os humanos, então seria uma forma de despistá-los.
fatizar suas raízes africanas. Iniciativas como a de Lena

38 Arte – 6o ano

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38 Manual do Educador

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O que as outras pessoas

b. O México é um país da América Latina que também O que as outras


pensam sobre
celebra o Carnaval. No entanto, a celebração mais co-
nhecida desse país é o Dia dos Mortos, uma celebração
pessoas pensam Fale sobre as brincadeiras do passado,
vivenciada no início de novembro. Países como o Brasil sobre mostrando seus objetivos e regras. As crianças
também adotam o Dia de Finados em seu calendário,
porém por aqui não se realizam festejos. Pesquise e regis- Jogos eletrônicos: uma poderão fazer correlações com os jogos eletrô-
tre o motivo pelo qual os dois países celebram essa data
de maneira tão diferente.
indústria do entretenimento nicos que conhecem. Mostre a diferença entre
Sugestão de resposta: No Brasil, a tradição de celebrar o
Criado no final dos anos 1940, o primeiro jogo eletrô- brincar na rua e estar na frente de uma tela de
nico trazia simples pontos que podiam ser guiados por
um dispositivo. A partir de então, projetos mais comple- computador ou TV e diga os benefícios dos jo-
Dia de Finados é associada aos ritos religiosos da Idade
xos foram surgindo, e, durante a década de 1950, apare-
ceram desde jogos simulando o tradicional jogo da velha
gos e esportes para a saúde e o bem-estar fí-
Média. É comum a celebração de missas em igrejas ou a
até outros que mostravam um rato tentando encontrar o sico e mental. Leve-as para o pátio da escola
caminho para chegar a um pedaço de queijo.
ida ao cemitério para rezar pelos falecidos. No México,
O primeiro grande jogo a conquistar o público foi para que pratiquem as brincadeiras que foram
Spacewar, que tinha uma temática intergaláctica, sur-
o Dia dos Mortos celebra a memória e a vida dos fami- explicadas em sala. Você poderá dividir a tur-
gido em 1961. A partir da década de 1970, apareceram

liares que já faleceram, pois os mexicanos acreditam


os primeiros aparelhos eletrônicos para uso doméstico. ma em grupos e distribuir brincadeiras dife-
Baseados inicialmente em Spacewar, ao longo do tem-
po os gráficos foram se expandindo, resultando em ima- rentes para cada um.
que, durante esse período de três dias de celebração, os
gens cada vez mais realistas. Fale da importância de se preservar al-
Na década de 1980, os videogames começaram a fazer
falecidos podem retornar para visitar seus familiares e
parte do cotidiano das crianças e dos adultos ao redor do guns hábitos do passado e mencione o
mundo. Muitos dos personagens marcantes que fazem
amigos. Por isso, a festa é tão alegre e bem produzida:
sucesso até hoje surgiram nesse período. A influência foi
que mudou nos valores das crianças atuais
para receber seus entes amados.
tão grande que os jogos eletrônicos passaram a ser te- quando comparamos as brincadeiras do
mática de filmes, como em Resident Evil e Detona Ralph.
Na década de 1990, os aparelhos domésticos pas- presente e do passado, sem perder o foco
5| A arte de observar e desenhar é um exercício muito
saram a trabalhar com plataformas cada vez maiores,
interessante, mesmo para um desenhista amador, pois
o que permitiu a criação de jogabilidades mais comple-
do teor artístico delas e da capacidade de
possibilita o desenvolvimento de habilidades como a
concentração e a capacidade de aprender a observar
xas. Nesse período, os novos lançamentos costumavam fazerem parte da cultura infantil e da ma-
surpreender o público por conta dos gráficos. É o mo-
com detalhes, a ter um olhar sensível à arte, e para mui-
mento em que surgem jogos como Mortal Kombat, Super turidade dos adultos.
tos atua como uma forma de relaxamento.
Mario World e Tomb Raider. A popularidade desses jogos
Para esta atividade, você precisará do seu caderno de
acabou rendendo adaptações para outras mídias artísti-
desenho ou folhas de papel, lápis comum, lápis de cor ou
cas, como os quadrinhos, que durante a década de 1990 Anotações
giz de cera. Observe com atenção o que há em sua volta.
dominavam o mercado de entretenimento. Era bastan-
O objetivo é que você desenvolva um olhar sensível pa-
te comum, por exemplo, pessoas se fantasiarem como
ra as coisas. Escolha um elemento e comece a desenhá-
seus personagens favoritos em eventos voltados para o
-lo, seja detalhista e observe-o com calma, percebendo
público geek. Tamanho sucesso também renderia adap-
os detalhes, as formas e cores que compõem esse obje-
tações para o cinema. E mesmo atualmente é comum
to. No final, compartilhe a sua obra de arte com o pro-
ver lançamentos sobre personagens que já existem há
fessor e a turma.
mais de vinte anos.
Professor, espera-se que os alunos percebam a importância de ampliar o repertório de imagens e treinar a prática do dese-
nho de observação, além de promover habilidades de concentração e desenvolver o senso de observação.
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Diálogos com o
tema As inovações tecnológicas foram grandes responsá- b. Você se considera um gamer? Em sua opinião, os
veis por alterar o perfil do chamado gamer. Atualmente, jogos contribuem positivamente para sua formação so-
A banda de música Pato Fu possui um os jogos eletrônicos abrangem múltiplas plataformas, cial? Explique o seu ponto de vista levando em conside-
projeto no qual todos os instrumentos to- como consoles, computadores, tablets e smartphones. ração as informações presentes no texto.
Os gráficos evoluíram a um nível que simula a realida-
cados nas músicas são brinquedos. de com incrível precisão. Esse rápido crescimento aca-

Na realidade, a música é muito presente


bou se refletindo na vida social de muitas pessoas, que Diálogos com o
nas brincadeiras de crianças, seja pra contar
hoje consomem esses produtos quase diariamente. Isso
contribuiu para mudar muitos hábitos tradicionais, pois
tema
muitas vezes os jogos eletrônicos acabam ocupando mui-
o tempo, para definir quem começa, para to espaço no dia a dia de algumas pessoas, fazendo com Brincadeiras populares
que muitas se tornem sedentárias ou tenham dificulda- Brincadeiras populares geralmente fazem parte da
dar ritmo. de para estabelecer relações sociais. Quando isso acon- tradição oral e são transmitidas de geração em geração.
Estimule os estudantes a pensarem em tece, é sinal de que o hábito pode ter se tornado um ví- Em várias ocasiões, as brincadeiras populares envolvem,
cio. Em janeiro de 2018, o vício em jogos eletrônicos pas- além de regras, movimentos corporais e música cantada
todas as brincadeiras que eles conhecem sou a ser incluído no Catálogo Internacional de Doenças. pelos participantes. Logo, associar música à brincadei-
ra acaba fazendo parte do cotidiano de muitas crianças
que envolvem música. É uma oportunida-

REDPIXEL/AdobeStock.com
e adolescentes. Esse fato se repete em praticamente to-
de de perceber a arte no nosso cotidiano. das as culturas do mundo.
Com um projeto inovador, a banda mineira Pato Fu
foi além: integrou brinquedos a um de seus projetos
musicais. No projeto Música de brinquedo, a banda re-
Anotações cria canções nacionais e internacionais. Entretanto, em
vez de usar os instrumentos que estamos acostuma-
dos a ver, a banda utiliza apenas instrumentos infan-
tis e brinquedos.
Atualmente, seus integrantes são Fernanda Takai,
John Ulhoa, Ricardo Koctus, Glauco Nastacia e Richard
Neves. Em sua discografia, encontramos músicas do rock
alternativo à música experimental.
Você pode ouvir trechos das músicas em plataformas
Em que fase do jogo você está? digitais como o YouTube e o Spotify.

1| Conforme você pôde ver, os jogos que são familiares


para você atualmente seriam impensáveis para gera- Rock alternativo: Qualquer tipo de música de
ções passadas. Tal fato demonstra o quanto as inova- rock tocado por bandas que não estão no circuito co-
ções tecnológicas se refletem na cultura e, consequen- mercial e que não se encaixam estética ou estilisti-
temente, na vida das pessoas. Ciente disso, faça uma camente nos padrões do pop, pop/rock ou rock mais
pesquisa com seus familiares ou parentes e registre as comuns ou radiofônicos.
informações em seu caderno. Resposta do entrevistado. Música experimental: Música que utiliza sons
não convencionais de instrumentos musicais, de
a. Entreviste alguém que tenha a partir de trinta anos e objetos ou do próprio corpo humano sem a preo-
pergunte como eram os jogos eletrônicos da época dela, cupação de atender às regras e aos padrões de har-
se tinha o hábito de jogar, se ainda joga e qual a sua opi- monia e ritmo da música ocidental.
nião sobre a contribuição deles na vida das pessoas.
Resposta pessoal.

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vos de um mesmo país que até então viviam separados:
Shosholoza, uma música quase sagrada nos jogos da se-
Sobre o Tempo - Pato Fu leção da África do Sul. Originalmente era cantada por ho-
- Música de Brinquedo ao mens zulus que eram enviados para realizar trabalhos for-
vivo | Pato Fu
çados em minas. Para amenizar a dor do trabalho, eles
cantavam a Shosholoza, cujo coro, em dialeto zulu, quer
dizer: “Seguindo adiante através destas montanhas, trem
1| A música está presente em todos os lugares, na rádio,
da África do Sul”. No dia da final, precisando vencer o for-
na TV, na rua, em shows, na Internet, etc. Por isso, essa
tíssimo time da Nova Zelândia, o então presidente do país,
linguagem artística é tão presente no nosso cotidiano.
Nelson Mandela, pediu para que o povo negro apoiasse a
Sabendo disso, as atividades que você pratica envolvem
seleção, formada em sua maioria por brancos. Em retribui-
a música? Quais são elas?
ção, a população branca aprendeu a cantar a Shosholoza e,
Resposta pessoal. durante o jogo, entoou o canto no estádio Ellis Park. Soava
como um pedido de desculpas pelos anos de segregação
racial. O jogo terminaria sendo vencido pela África do Sul,
e a celebração uniria finalmente todos os povos desse país.
O evento histórico acabou virando um filme, lançado
em 2009: Invictus, que foi indicado a vários prêmios in-
ternacionais de cinema.
2| No dia 28 de maio, é comemorado o Dia Mundial do
Brincar, data que celebra o direito e a importância da
Tradução da música Shosholoza
brincadeira na infância. Mais do que um direito, brincar
é essencial para o desenvolvimento social, emocional Shosholoza Seguindo adiante
e cognitivo das crianças. Brincadeiras tradicionais não
são apenas diversão, mas também são oportunidades Shosholoza
Seguindo adiante
de expressar sentimentos, praticar habilidades e apren- Kule … Zontaba
Através destas montanhas
der de diversas formas. Sabendo disso, como as ativida- Stimela siphume South
Trem da África do Sul
des que você pratica modificam a sua maneira de agir e Africa
de se relacionar com as pessoas?
Espera-se que o aluno possa perceber que praticar de- Shosholoza
Seguindo adiante
Kule … Zontaba
Através destas montanhas
terminadas atividades auxilia tanto fisicamente, au- Stimela siphume South
Trem da África do Sul
Africa
mentando a disposição, o rendimento, etc., quanto
Wen’uyabaleka
psicologicamente, melhorando a autoestima, o humor, Você está indo embora
9:26:09 Kule … Zontaba
Através destas montanhas
Stimela siphume South
Trem da África do Sul
auxiliando na forma de se expressar, etc. Africa

Wen’uyabaleka
3| Leia o texto abaixo. Você está indo embora
Kule … Zontaba
Através destas montanhas
Stimela siphume South
Trem da África do Sul
No dia 24 de junho de 1995, uma canção ecoaria em Africa
um estádio durante uma final de rúgbi e uniria dois po-

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+ Informações sobre o
tema A Shosholoza é cantada a cappella, ou seja, uma música Qualquer sacanagem ser coisa normal
vocal sem acompanhamento de instrumentos. Abaixo Bola de meia, bola de gude
O texto presente nesta seção aborda al- você pode acessar o QR Code e assistir ao clipe da música O solidário não quer solidão
gumas manifestações do folclore brasileiro, original em dialeto zulu. Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
as quais contribuem para a construção cul- Disponível em: https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/102443/. Acesso em: 27/07/2021.

tural da nossa sociedade. Beyond Zulu TV a. Que brincadeiras ou brinquedos você poderia desta-
Shosholoza
car na música?
Que tal possibilitar uma pesquisa em
b. Como você interpreta os versos:
grupo sobre as brincadeiras do folclore bra-
Como a música pode contribuir na formação cultural dos
sileiro e as manifestações citadas no texto? povos?
“Há um menino, há um moleque, morando sempre
no meu coração”?
Peça para que os estudantes apresentem os
Espera-se que os alunos percebam que a música, por ser “Há um passado no meu presente”?
resultados das pesquisas (as narrativas, os “Toda vez que a tristeza me alcança/ O menino me
um meio de traduzir sentimentos, ideias e valores cultu-
personagens e a origem dessas histórias) dá a mão”?

em forma de seminário. rais, possibilita a união dos povos e auxilia na constru- “Pois não posso, não devo/ Não quero viver como to-
da essa gente insiste em viver”?
ção da identidade da sociedade.
Anotações “O sol bem quente lá no meu quintal”?

+ Informações
4| Acompanhe a letra da música Bola de Meia, Bola de sobre o tema
Gude, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Em se-
guida, responda, em seu caderno, às questões.
Folguedos populares
Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração Os folguedos populares são manifestações que reú-
Toda vez que o adulto balança nem diversas modalidades artísticas, como a música, a
Ele vem pra me dar a mão dança e o teatro. São representações autênticas da cultu-
Há um passado no meu presente ra popular brasileira, que, assim como o seu povo, tiveram
Um sol bem quente lá no meu quintal origem e influências indígenas, portuguesas e africanas.
Toda vez que a bruxa me assombra Antes de serem chamadas de folguedos pelos estudiosos
O menino me dá a mão e pesquisadores da cultura popular, essas manifestações
E me fala de coisas bonitas receberam diversos nomes, entre eles o de brincadeira.
Que eu acredito que não deixarão de existir São exemplos dessas manifestações o maracatu, o bum-
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade ba meu boi, o reisado, o pastoril, o cavalo-marinho e tantos
Alegria e amor outros. Assim como os brinquedos e as brincadeiras, as ma-
Pois não posso, não devo, não quero nifestações variam de nome de acordo com a região. Suas
Viver como toda essa gente insiste em viver apresentações ocorrem, geralmente, na rua e pertencem,
E não posso aceitar sossegado originalmente, a uma determinada festividade do ano, co-

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Repensando
mo Natal, Carnaval ou festas juninas, muito embora pos- mente. O desafio é, ao mesmo tempo, manter atenção às
sam acontecer em qualquer uma delas. partes e manter as proporções do todo.
Integram o folguedo popular os chamados brincan- Disponível em: https://quantaacademia.com/voce-ja-sabe-o-que-e-desenho-de-observacao/.
Professor(a), a atividade dessa seção
Acesso em: 28/07/2021. Adaptado.
tes, que são personagens que dão vida a essas manifesta- visa à reflexão acerca da perspectiva de
ções. A figura dos brincantes tem importância fundamental 1| Com base nesses conhecimentos, realize a atividade
no folguedo, pois se trata dos personagens que conduzem abaixo, seguindo as orientações a seguir. imagem e da importância do ponto de vis-
as apresentações, sendo os grandes interlocutores entre a
brincadeira e o público. Podemos citar o Mateus do bumba
Material necessário: ta do artista para a composição de uma
• Papel ou cartolina.
meu boi, o Capitão do cavalo-marinho, o Velho do pasto-
• Lápis comum e lápis de cor. obra. Além disso, desperta o olhar para
ril e muitos outros personagens que representam a cultura
popular brasileira com suas brincadeiras cheias de alegria.
• Tesoura sem ponta. o cotidiano, convidando o aluno a repre-
sentar o mundo ao seu redor e expandir os

Reprodução.
stock.adobe.com/ericatarina

seus horizontes a partir de uma nova óti-


ca: a artística.
Reforce aos estudantes a importância
dos planos dentro de uma imagem ou de-
senho, destacando, por exemplo, a mudan-
ça de foco da moldura. Ademais, incentive
a turma a perceber as mudanças que ocor-
Procedimento:
Festa do bumba meu boi em São Luís do Maranhão, Brasil.
1. Escolha um objeto e faça uma moldura com as mãos
reram nas sequências das imagens criadas
para observá-lo através delas. Descreva o que você por eles e estimule o compartilhamento dos
pode ver para a turma ou registre as informações em
Repensando seu caderno. trabalhos realizados.
2. Agora faça uma moldura de papel. O que você pode

Você sabe o que é desenho


ver? Observe em diferentes distâncias o mesmo objeto
e registre-o.
Anotações
3. Em um papel separado, desenhe o objeto através da
de observação? moldura em primeiro plano, ou seja, em um ângulo mais
Há uma diferença fundamental entre simplesmente aproximado, em que ele seja o foco da cena.
olhar para alguma coisa (sem um lápis na mão e sem a von- 4. Depois, desenhe-o em segundo plano, isto é, em uma
tade de representá-la) e observar essa mesma coisa com o perspectiva na qual o objeto da cena não seja o único
intuito de desenhar. Há quem diga que são duas coisas mui- elemento que chame atenção.
to diferentes que vemos. Nossa visão desinteressada não 5. Na sequência, desenhe o objeto em um plano de
nos revela todas as particularidades daquilo que se apre- fundo, de maneira que todo o cenário onde ele se en-
senta à nossa frente cotidianamente. Até mesmo as coisas contra seja enquadrado.
mais familiares se tornam completamente diferentes quan- 6. Por último, junte os desenhos e contemple a sua pro-
do as desenhamos. Percebemos aspectos que antes igno- dução artística! Compartilhe-a com os colegas, profes-
rávamos e descobrimos que não conhecíamos aquilo real- sor ou com a família!

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BNCC
Capítulo

8
Habilidades trabalhadas no capítulo

(EF69AR05) Experimentar e analisar dife- As maravilhas da arte


rentes formas de expressão artística (dese-
nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra-
dura, escultura, modelagem, instalação, ví- Da Antiguidade à soléu de Halicarnasso (Turquia). Destes, apenas as pirâ-
mides permanecem de pé atualmente.
deo, fotografia, performance, etc.). Modernidade Pesquisadores apontam o grego Antípatro de Sídon co-
mo autor principal dessa lista. No entanto, hoje só restam
(EF69AR06) Desenvolver processos de cria- Ao longo da História, a humanidade foi capaz de rea-
as Pirâmides de Gizé, pois as outras não duraram com o
lizar proezas surpreendentes e intrigantes. Dominando
ção em artes visuais, com base em temas vários campos do conhecimento e sempre em busca de
tempo, foram destruídas por terremotos ou deformadas
por saqueadores. Assim, podemos apenas analisar ma-
ou interesses artísticos, de modo individual, novas descobertas, muitos registros de suas façanhas
quetes ou imagens digitais feitas por artistas contempo-
maravilharam várias gerações. Diante disso, é bastante
râneos, que se basearam em registros históricos e constru-
coletivo e colaborativo, fazendo uso de ma- comum que haja uma seleção das criações que mais en-
ções relativas ao mesmo período que conservam caracte-
cantam nossos olhares. Isso ocorre desde a Antiguida-
teriais, instrumentos e recursos convencio- de, quando grandes empreendimentos artísticos origi-
rísticas semelhantes.
Nota-se que Antípatro apenas levou em consideração
nais, alternativos e digitais. navam verdadeiras perfeições arquitetônicas. A primeira
as obras realizadas nas proximidades do Mar Mediterrâ-
lista criada com esse intuito foi feita pelo poeta grego An-
(EF69AR07) Dialogar com princípios con- típatro de Sídon por volta do século II a.C. Nela estavam
neo, norte da África e leste da Ásia, ou seja, para o poeta
aquele era o único mundo conhecido. Para os gregos, o
assim descritas as sete coisas dignas de serem vistas:
ceituais, proposições temáticas, repertó- Extremo Oriente ainda era um grande mistério, e a ideia
A Grande Pirâmide de Gizé (Egito), o Farol de Alexandria
de que poderia haver outro continente além do Oceano
rios imagéticos e processos de criação nas (Egito), o Templo de Ártemis ou Diana (Turquia), a Está-
Atlântico era inimaginável. Logo concluímos que sua lis-
tua de Zeus no Olimpo (Grécia), os Jardins Suspensos da
suas produções visuais. Babilônia (Iraque), o Colosso de Rodes (Grécia) e o Mau-
ta se baseia excepcionalmente nas obras erguidas duran-
te a Antiguidade Clássica.
stock.adobe.com/EdNurg

Expectativas de Registre suas


ideias
aprendizagem
1| Como vimos, uma das Sete Maravilhas da Antiguidade
• Perceber as maravilhas da arte nos dife- era o templo de Ártemis. Essa deusa grega, no entanto,
aparecia sendo subestimada em vários momentos, como
rentes espaços e tempos históricos. na Ilíada e em outros registros gregos que chegaram até
nós. Ártemis (Diana, para os romanos) é a deusa da caça,
• Compreender que os fatores históricos e da Lua, da castidade, do parto e dos animais selvagens.
culturais exercem grande influência no reco- Irmã gêmea de Apolo, não aceitava a ideia de ser tratada
As Sete Maravilhas estão localizadas por toda a costa do Mediterrâneo. Seu com menor destaque em relação a seu irmão e manteve-
nhecimento de uma obra artística. entorno serviu de palco para o nascimento de civilizações e testemunhou o
-se sempre virgem por não aceitar se submeter ao domí-
fim de impérios. Foi no Mar Mediterrâneo onde a história de três continentes
se cruzaram: África, Ásia e Europa. Na imagem, Acrópole de Lindos, Grécia. nio de figuras masculinas. Em sua opinião, o que levava

Considerações 44 Arte – 6o ano

iniciais
Chegamos ao final do nosso livro e, nes- FC_Artes_6A_08.indd 44 14/01/2023 09:25:52 FC_A

ta viagem didática, percebemos que pode- Registre suas Anotações


mos visualizar a arte em qualquer espaço ideias
e tempo. Ao estudar a cultura de outras civilizações, é
Assim, em vez de sugerirmos um artista interessante questionar aos estudantes o que eles
em particular, consideramos que é a vez de conhecem sobre as tradições dessas localidades.
o estudante ser o artista principal deste ca- Neste momento, converse com os alunos a respei-
pítulo. Por isso, sugerimos que você, profes- to da influência das divindades gregas na cultu-
sor, estimule os estudantes a criarem pro- ra pop e, se oportuno, promova um debate a res-
duções artísticas criativas e caprichadas a peito desse intercâmbio cultural e destaque pro-
partir do tema proposto para este momen- duções artísticas recentes cuja temática possua
to final. relações com a Antiguidade Clássica.

44 Manual do Educador

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O que as outras pessoas

os gregos a cultuarem essa deusa, tanto a ponto de o Kufu (ou Quéops), Quéfren e Menkaure (ou Miquerinos),
pensam sobre
maior templo ser erguido em sua homenagem? respectivamente pai, filho e neto. Nesse caso, os monu-
mentos foram construídos para que servissem de tum-
Resposta pessoal, porém espera-se que os estudantes
ba aos reis.
O texto desta seção trata de um dos mo-
atentem para a representatividade da liberdade femini- Essas pirâmides seguiam a ideia de que os raios so- numentos antigos mais conhecidos: as Pi-
lares iluminavam os momentos. Dessa forma, as estru-
turas de pedra foram construídas com base nos raios do râmides de Gizé. Converse com os estudan-
na presente na personalidade da deusa.
Sol. Além disso, tinham as margens do rio Nilo como re-
tes sobre os motivos que levam à criação de
ferência para a construção. Dessa forma, ao enterrar um
2| Leia o texto a seguir.
rei nas pirâmides, os egípcios acreditavam que a alma do listas como a que elenca as maravilhas do
rei seria elevada junto aos raios solares.
No ano de 1999, foi lançado o filme A múmia. Ne- mundo antigo e do mundo moderno. Você
le, um grupo de arqueologistas encontra uma tumba
contendo o corpo de um antigo sacerdote egípcio, co- Você sabia? pode questionar se essas listagens ajudam
nhecido como Imhotep, que, no decorrer da trama,
volta à vida trazendo consigo uma terrível maldição
As Pirâmides de Gizé foram erguidas pelas ordens de a preservar os patrimônios artístico-cultu-
uma das famílias mais poderosas do Egito.
por ter causado a morte do Faraó. Na obra cinema-
Elas são consideradas como um dos monumentos
rais ou se são inconsistentes e superficiais.
tográfica, Imhotep é retratado como vilão. Apesar de
mais famosos do mundo, além de serem um dos mais
a ambientação do filme usar como base a história do
antigos, datados de 2700 anos a.C.
Antigo Egito, não podemos pensar que o contexto do
filme representa a realidade acerca do fato histórico.
Os egípcios acreditavam que os faraós eram divinda- Anotações
des e que, ao serem enterrados nas tumbas, os raios so-
Imhotep, segundo estudiosos, foi um homem de inú-
lares os levariam ao encontro de outros deuses.
meros conhecimentos que viveu durante a dinastia do
Os mistérios sobre a construção das pirâmides ainda
faraó Djoser e, devido aos seus feitos nos campos da
geram muitos estudos e curiosidades.
arquitetura e medicina, foi considerado uma divinda-
de depois de sua morte. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/piramides-de-gize/.
Acesso em: 03/08/2021. Adaptado.
Sabendo disso, pesquise sobre as contribuições de

Pius Lee/AdobeStock.com
Imhotep para a história do Antigo Egito e registre as in-
formações em seu caderno.

O que as outras
pessoas pensam
sobre
Os monumentos mais conhecidos
do Egito: as Pirâmides de Gizé
As Pirâmides de Gizé são um complexo de três pirâmides
localizadas na cidade de Gizé, no Egito. Foram construí-
das para a família de faraós
As pirâmides de Gizé são um conjunto de três pirâ-
mides construídas no Antigo Egito. As estruturas de pe-
dra foram destinadas a três faraós antigos, sendo eles
Sugestão de resposta: Imhotep foi o arquiteto responsável por projetar
a primeira pirâmide em degrau do Egito, e seu domínio sobre a escrita
egípcia aperfeiçoou a comunicação do reinado de Djoser. Arte – 6o ano 45

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Arte – 6o ano 45

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Diálogos com o
tema 2| No período da Antiguidade, o ser humano perce-
Diálogos com o beu que a água suja e o acúmulo de lixo disseminavam
Neste momento, os estudantes poderão
tema doenças. Assim, foi preciso desenvolver algumas técni-
conhecer um pouco sobre as maravilhas do cas para obter água limpa e livrar-se dos resíduos. Como
exemplo, os babilônicos foram os primeiros a criar um
mundo antigo. As maravilhas do mundo sistema de água corrente e drenagem. Pensando nisso,
1| Escolha uma das Sete Maravilhas da Antiguidade e, qual a importância do saneamento básico para o desen-
Esta é uma ótima oportunidade para de- em sala, faça uma pequena apresentação para a turma, volvimento humano?
senvolver nos alunos a autonomia para rea- considerando os seguintes aspectos a serem estudados.
Sugestão de resposta: A importância do saneamento
lizar uma pesquisa. Para isso, é fundamen- • Onde esse monumento foi construído e por quê?
• Qual a importância desse monumento para contar a básico começa por sua influência na saúde, qualidade
tal que você, professor, oriente os estudan- história da sociedade em que ele está localizado?
de vida e no desenvolvimento da sociedade.
tes quanto à organização das informações Para ajudá-lo nessa atividade, listamos a seguir as Ma-
ravilhas do Mundo Antigo.
obtidas. Nesse sentido, solicite que, na des-

Reprodução.

stock.adobe.com/Michael Rosskothen
1 2
crição da maravilha escolhida, os estudan-
tes indiquem o local em que o monumento
se encontra/encontrava, como foi feito, qual
3| O pombo, atualmente conhecido como um dos sím-
o seu estado atual, entre outros detalhes. bolos da paz, está presente no cotidiano do ser huma-
no desde a Antiguidade. Há antigos registros que con-
Também peça que os alunos adicionem
firmam que os povos persas utilizavam esse animal,
imagens que complementem o texto verbal, que foi chamado de pombo-correio, como meio de
Reprodução.

Reprodução.
3 4 comunicação entre diversas cidades, através de men-
as quais podem ser ilustrações feitas pelos sagens que eram presas ao seu corpo. Ele também de-
próprios alunos a partir de imagens digitais sempenhou um papel importante na Primeira Guerra
Mundial, levando informações sigilosas sobre a guer-
produzidas por artistas contemporâneos. ra na época. Com base nessas informações, quais são
as formas de comunicação que hoje estão presentes
na nossa sociedade e qual a importância delas para o
Anotações nosso dia a dia? Responda em seu caderno.
Reprodução.

Reprodução.

stock.adobe.com/alexseika
5 6 7
4| Escolha uma das sete maravilhas do mundo moder-
no e, em sala, faça uma pequena apresentação para
a turma, considerando os seguintes aspectos a serem
estudados.

1 – A Grande Pirâmide de Gizé (Egito). • Onde esse monumento foi construído e por quê?
2 – Farol de Alexandria (Egito). Ilustração em 3D.
3 – Maquete do Templo de Diana ou Ártemis (Turquia).
• Qual a importância desse monumento para contar a
4 – A Estátua de Zeus no Olimpo (Grécia). Ilustração em 3D. história da sociedade em que está inserido?
5 – Os Jardins Suspensos da Babilônia (Iraque). Ilustração em 3D.
6 – Colosso de Rodes (Grécia). Ilustração em 3D. • Para ajudá-lo nessa atividade, listamos a seguir as
7 – Mausoléu de Halicarnasso (Turquia). Ilustração, em 2D. maravilhas do mundo moderno.
Sugestão de resposta: As formas de comunicação de hoje são: o telefone, a TV, o rádio, a
46 Arte – 6o ano Internet, etc. Espera-se que os alunos percebam que as diversas formas de comunicação são
importantes para transmitir ideias, relacionar-se com as pessoas e resolver conflitos.

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46 Manual do Educador

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Sugestão de
leitura
100 Grandes maravilhas do mundo
moderno
Autor: Ciranda Cultural
O livro apresenta 100 modernas maravilhas
da arquitetura e da engenharia, ilustradas
Muralha da China (China).
Machu Picchu (Peru).
com belíssimas fotos e descritas com infor-

Crédito das imagens, de cima para baixo: stock.adobe.com/Taras Vyshnya, ChiccoDodiFC, eyetronic, javarman, Aleksandr Volkov, Roop Dey e 9parusnikov
mações detalhadas e estatísticas. Mapas
dos continentes e uma centena de localiza-
dores individuais assinalam a região de ca-
da obra.
Entre as obras extraordinárias descritas,
Petra (Jordânia). estão arranha-céus e esculturas, torres e
Taj Mahal (Índia).
barragens de maré e até mesmo hotéis
luxuosos.

Anotações

Cristo Redentor (Brasil).


Coliseu (Itália).
5| No passado, viveram inúmeras civilizações complexas
na região da América Latina, como os maias, astecas e
incas, fato que tornou a região um dos locais mais visita-
dos por pesquisadores e estudiosos, para o estudo dessas
civilizações. A nossa maneira de conhecer a história se deu
pelo ponto de vista do europeu, o chamado eurocentris-
mo. Buscar compreender como viviam outras civilizações
possibilita desconstruir a visão eurocêntrica que adquiri-
mos em nossa formação dentro da sociedade. Esses ou-
tros povos dominaram técnicas de construção, agricultura
e desenvolveram sua própria escrita, arte e leis. Pesquise
Chichén Itzá (México). sobre o assunto e discuta com seus colegas.

Arte – 6o ano 47

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Arte – 6o ano 47

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+ Informações sobre o
tema 6| As Sete Maravilhas do Mundo Moderno foram con- 1| Durante seus estudos sobre as maravilhas do mundo,
sideradas patrimônio material e mundial pela Unesco. você percebeu algo que não foi construído com inten-
Como sabemos, qualquer produção, Sabendo disso, escreva, em seu caderno, um breve ção artística, mas que mesmo assim foi considerado
artística ou não, mantém profundo diálo- texto sobre a importância da preservação dos patrimô- arte? Justifique.
nios históricos.
go com o contexto sociocultural do qual faz 2| Converse com seus colegas e seu professor sobre
7| Em 2007, o Cristo Redentor foi eleito como uma das quais são os motivos para essas obras serem considera-
parte. Assim sendo, é fundamental levar os Sete Maravilhas do Mundo Moderno, em um concurso in- das maravilhas do mundo. Registre as ideias nas linhas
alunos a refletirem sobre os motivos que in- formal que movimentou mais de cem milhões de votos, a seguir.
pela Internet e por telefone. Para conhecer um pouco mais
fluenciaram a escolha e nomeação de de- sobre esse monumento, foi disponibilizado um tour virtual Resposta pessoal.
em 360 graus. Depois da visita, escreva em seu caderno,
terminadas construções à categoria de ma- quais foram as impressões que você teve ao observá-lo.
ravilhas. Aproveite o momento para discu-
tir quais são as linguagens artísticas mais Para fazer um tour pelo Cristo
Redentor, acesse o QR Code a
comuns entre as obras consideradas como seguir.
Santuário Cristo Redentor
maravilhas. Paisagem 360º

O texto disponível no QR Code a seguir


Александр Довянский/AdobeStock.com

é uma sugestão de leitura para guiar as dis-


cussões a respeito do assunto. Repensando
Existem diversas formas de adquirir conhecimen-
to, de conhecer e interpretar o mundo. Seja por meio
de livros, filmes, desenhos, passeios turísticos e ou-
tras formas. Um recurso muito utilizado atualmente é a
Internet. Por meio do celular, por exemplo, você pode ter ex-
periências que antes só seriam possíveis fisicamente. Pen-
sando nisso, foi disponibilizada uma forma de conhecer as
sete maravilhas do mundo através de um tour virtual. Aces-
+ Informações se o QR Code a seguir e vivencie essa experiência.
Depois de visitar os monumentos, reflita sobre como a
sobre o tema tecnologia pode contribuir para a construção do conheci-
mento e registre as suas conclusões em seu caderno.

Repensando Diferentes formas de arte


Já percebemos que o conceito de arte se diferencia Nossa UOL
bastante de sociedade para sociedade. Em alguns casos, Tours virtuais exploram as
Atualmente, a tecnologia tem sido uma estruturas ou ações que não foram feitas com o intuito sete maravilhas do mundo
moderno
artístico acabam sendo consideradas obras de arte com
grande aliada na construção do conheci- o passar dos anos. Resposta pessoal.
mento. No campo artístico, o avanço tec-
nológico tem possibilitado a democratiza- 48 Arte – 6o ano

ção do acesso a diversas obras de arte a par-


tir dos tours virtuais. FC_Artes_6A_08.indd 48 14/01/2023 09:26:00

A atividade proposta neste momento fi-


nal tem como objetivo levar os estudantes Ao fim, peça para que os alunos criem
a refletirem sobre como a tecnologia pode uma lista de obras que, para eles, são con-
nos aproximar de artefatos e monumentos sideradas maravilhas. Tais obras podem
artísticos tão distantes fisicamente. No QR ser encontradas nos espaços de visita vir-
Code a seguir, estão disponíveis outros si- tual ou não. Nesse momento, é interessan-
tes que possibilitam visitas digitais a diver- te estimular os estudantes a selecionarem
sas coleções de arte. Apresente alguns de- obras de linguagens diversas (música, foto-
les aos estudantes e ofereça um espaço, em grafia, dança, etc.), a fim de ampliar o con-
sala de aula, para que eles compartilhem as ceito de maravilha da arte.
suas experiências.

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MANUAL DO EDUCADOR
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