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GRUPO II
O DIREITO À INVEJA
3
0
in Notícias Magazine, 08/05/2016 –
http://www.noticiasmagazine.pt/2016/o-direito-a-inveja/ (acedido em 14/10/2020).
VOCABULÁRIO
1
vulnerável: frágil; indefeso.
2
equívoco: engano.
3
despenalizada: isenta de penalização.
4
espectrais: fantasmagóricos.
1. Seleciona, em cada item, a alínea que completa cada frase de forma adequada,
de acordo com o sentido do texto.
1.1. A expressão “são uma praga que não descansa” (linha 4) refere-se aos
(A) programas de televisão.
(B) que se lamentam dos invejosos.
(C) invejosos.
(D) que são invejados.
2
1.2. Na expressão “propiciou o nascimento de uma modéstia entre aspas.” (linhas 7-
-8), José Luís Peixoto pretende evidenciar
(A) o aparecimento de um novo sentimento.
(B) uma das consequências da inveja.
(C) a humildade das pessoas.
(D) a ausência de humildade das pessoas.
1.3. De acordo com as afirmações do autor nos 5.º e 6.º parágrafos, a inveja é
(A) um sentimento desprezível.
(B) algo a que todas as pessoas têm direito.
(C) prejudicial a quem é invejoso.
(D) um sentimento que não existe.
1.4. Com a frase “Com tantos a serem invejados, sobram poucos para se
dedicarem a invejar.” (linha 31), o autor pretende dizer que
(A) não há invejosos, mas apenas vítimas de inveja.
(B) há mais pessoas a serem invejadas do que invejosos.
(C) as pessoas tendem a afirmar que são invejadas.
(D) a inveja está cada vez mais presente no dia a dia.
1.5. A frase “Talvez esse seja um ofício em vias de extinção, como os amola-
-tesouras.” (linhas 31-32) contém
(A) uma metáfora e uma comparação.
(B) uma hipérbole e uma comparação.
(C) uma metáfora e uma hipérbole.
(D) uma ironia e uma personificação.
3
Texto B
A Galinha
Minha mãe e minha tia foram à feira. Minha mãe com o meu pai e minha tia com o
meu tio. Mas todos juntos. Na camioneta da carreira. Na feira compraram muitas coisas e
a certa altura minha mãe viu uma galinha e disse:
– Olha que galinha engraçada.
5 E comprou-a também. Estava agachada como se a pôr ovos ou a chocá-los. Era
castanha nas asas, menos castanha para o pescoço, e a crista e o bico tinham a cor de
um bico e de uma crista. Nas costas levara um corte a toda a volta para se formar uma
tampa e meterem coisas dentro, porque era uma galinha de barro. Minha tia, que se
tinha afastado, veio ver, estava a minha mãe a pagar depois de discutir. E perguntou
10 quanto custava. A mulher disse que vinte mil réis, minha tia começou aos berros, que
aquilo só se o fosse roubar, e a mulher vendeu-lhe uma outra igual por sete mil e
quinhentos. Minha mãe aí não se conformou, porque tinha regateado mas só conseguira
baixar para doze e duzentos. A mulher disse:
– Foi por ser a última, minha senhora.
15 Minha tia confrontou as duas galinhas, que eram iguais, achando que a de minha
mãe era diferente.
– Só se foi por ser mais cara – disse minha mãe com a ironia que pôde.
Minha tia aqui voltou a erguer a voz. Não se via que era diferente? Não se via que
tinha o bico mais perfeito? E o rabo?
20 – Isto é lá rabo que se compare?
E tais coisas disse e tantas, com gente já a chegar-se, que minha mãe pôs fim ao
sermão, por não gostar de trovoadas:
– Mas se gostas mais desta, leva-a, mulher.
Foi o que ela quis ouvir. Trocou logo as galinhas, mas ainda disse:
– Mas sempre te digo que a minha é mais dura, basta bater-lhe assim (bateu) para
4
25 se ver que é mais forte.
– Então fica com ela outra vez – disse minha mãe.
– Não, não. Trafulhices, não. Está trocada, está trocada.
Meu tio estava a assistir mas não dizia nada, porque minha tia dizia tudo por ele e,
se dissesse alguma coisa de sua invenção, minha tia engolia-o. Meu pai também estava
30 a assistir, mas também não dizia nada, por entender que aquilo era assunto de
mulheres. Acabadas as compras, minha mãe voltou logo com o meu pai na carroça do
António Capador, que tinha ido vender um porco. Mas a minha tia ficava ainda com o
meu tio, porque precisavam de ir visitar a D. Aurélia, que era uma pessoa importante e
merecia por isso uma visita para se ser também um pouco importante. E como ficavam e
35 só voltavam na camioneta da carreira, a minha tia pediu a minha mãe que ela lhe
trouxesse a galinha, para não andar com ela o dia inteiro num braçado1, que até se podia
partir. [...]
Minha mãe trouxe, pois, as duas galinhas na carroça do António Capador, e a minha
tia ficou.
40 Vergílio Ferreira, Contos, “A Galinha”, Quetzal, 2009.
VOCABULÁRIO:
1
braçado: nos braços.
5
3. Explicita o valor expressivo das sucessivas interrogações da tia (linhas 18-20),
evidenciando dois traços do seu carácter.
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4. “minha mãe pôs fim ao sermão, por não gostar de trovoadas” (linhas 21-22).
4.1. Esclarece o sentido desta afirmação, usando palavras tuas.
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GRUPO III
Coluna A Coluna B
(1) sujeito
(2) predicado
(a) A tia cobiçou a galinha de barro. (3) complemento direto
(b) O tio do narrador gritava ao pai colericamente. (4) complemento indireto
(c) Um polícia, careca e barrigudo, conduziu o Catrelha (5) modificador apositivo do
à esquadra. nome
(d) A galinha de barro foi partida em mil pedaços (6) predicativo do sujeito
pelo narrador. (7) modificador restritivo do
(e) A aldeia ficou novamente tranquila. nome
(8) complemento agente da
passiva
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7
3. Transforma para o discurso direto a passagem do texto
“ Minha tia aqui voltou a erguer a voz. Não se via que era diferente? Não se via
que tinha o bico mais perfeito? E o rabo?
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GRUPO IV
8
COTAÇÃO DO TESTE
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1.1. 2.1 2.2 2.3 2.4
I
3 2 1 2 2 10
4.1 5.1 6.1
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5 2.1. 3
II . . .
3 3 3 3 3 5 5 5 5 5 40
2
1 2b) 3
a)
III 10 2 2 6 20
Item único
IV
30
TOTAL 100
9
COTAÇÃO DO TESTE
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5. 2.1. 3. 4.1. 5.1. 6.1.
I
4 4 4 4 4 6 6 6 6 6 50
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2.1. 3.1. 4.
II
3 3 3 3 3 2 3 20
Item único
III
30
TOTAL 100
ITENS DE RESPOSTA
1.1. (C)
1.2. (D)
1.3. (B) 4 x 5 = 20
1.4. (C)
1.5. (A)
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2.1. A tia cobiçou a galinha de barro da mãe e comprou uma idêntica por um valor
mais baixo, motivo pelo qual a mãe do narrador se sentiu defraudada,
chamando a atenção da feirante do seu desagrado. Por sua vez, a tia justificou
essa diferença de preço afirmando que as galinhas não eram iguais, que a da 4+ 2 = 6
mãe era mais perfeita, o que acabou por gerar uma discussão em torno deste
assunto, levando a mãe a trocar as galinhas, para evitar (eventuais) conflitos.
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3. Perante a ironia da mãe, a tia exaltou-se e, sob a forma de interrogações
sucessivas, numa atitude conflituosa, procurou chamar a atenção para a
qualidade dos acabamentos de uma galinha em relação à outra, revelando o 4+2=6
seu carácter cobiçoso, cujo intuito era o de ficar com a galinha da mãe, pois
parecia-lhe ser mais perfeita.
10
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4.1. Uma vez que a mãe não gostava de conflitos, resolveu acabar com a
discussão em torno das galinhas. 4+2=6
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5.1. Exemplos de ironia: “se dissesse alguma coisa de sua invenção, minha tia
engolia-o” (linha 30) – o narrador evidencia o carácter conflituoso da tia mesmo
com o marido; “por entender que aquilo era assunto de mulheres” (linhas 31-32) – 4+2=6
o narrador salienta a passividade do pai perante a esposa e/ou a mentalidade
conservadora de certos homens; “merecia por isso uma visita para se ser
também um pouco importante” (linha 35) – o narrador denuncia o carácter
superficial de algumas pessoas pelos valores que defendem.
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6.1. O provérbio “A galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha” transmite
a ideia de que, tal como a tia do narrador, há pessoas que nunca estão 4+2=6
satisfeitas com as coisas que possuem e acreditam que as dos outros são
sempre melhores. Por isso cobiçam constantemente as coisas dos outros.
Grupo II – Gramática
1.1. (B)
1.2. (C)
1.3. (D) 3 x 4 = 12
1.4. (A)
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2.1. Talvez a mulher lhe vendesse uma outra igual. 3
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3.1. “que a de minha mãe era diferente” 2
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4. (D) 3
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