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04/03/2024, 18:06 Vestibulotoxicidade associada à quimioterapia à base de platina em sobreviventes de câncer: uma revisão do escopo - PMC
Conclusões: Vá rios estudos relataram evidê ncias significativas de toxicidades vestibulares as‐
sociadas à quimioterapia à base de platina, especialmente cisplatina. Esta revisã o de escopo en‐
fatiza que a toxicidade vestibular precisa de mais atençã o e avaliaçã o abrangente.
Especificamente, sã o necessá rios estudos que analisem a dose cumulativa de quimioterapia à
base de platina, os locais de lesã o afetados nos ó rgã os terminais vestibulares e a correlaçã o e
os padrõ es temporais de toxicidade coclear e vestibular.
Introduçã o
Mais de 15,5 milhõ es de sobreviventes do cancro vivem apenas nos Estados Unidos, e este nú ‐
mero deverá aumentar para 20 milhõ es até 2026 devido aos avanços na detecçã o precoce, no
tratamento eficaz e no envelhecimento e crescimento da populaçã o ( 1 ). Como consequê ncia
deste aumento das taxas de sobrevivê ncia, está a ser dada mais atençã o à s melhorias nos efei‐
tos a longo prazo, na qualidade de vida relacionada com a saú de e nos cuidados de acompa‐
nhamento apó s o tratamento do cancro ( 2 ).
A quimioterapia à base de platina é uma intervençã o antineoplá sica eficaz que é usada para
uma variedade de doenças malignas humanas, incluindo câ ncer de testículo, ová rio, bexiga, ca‐
beça e pescoço e câ ncer de pulmã o de cé lulas nã o pequenas ( 3 ). A perda auditiva irreversível
apó s o tratamento com medicamentos à base de platina, especialmente a cisplatina (que causa
perda auditiva permanente de grau variável em 40-80% dos pacientes tratados) está bem do‐
cumentada ( 4 ). O monitoramento a longo prazo dos efeitos cocleotó xicos da quimioterapia à
base de platina é , portanto, recomendado ( 5 ) e implementado na prá tica clínica ( 6 ). Há tam‐
bé m algumas evidê ncias de que a cisplatina tem retençã o a longo prazo na có clea ( 7 ). Dado
que os ó rgã os auditivos e vestibulares do ouvido interno partilham os mesmos fornecimentos
de sangue, nervos e fluidos, este achado tem implicaçõ es potenciais para as funçõ es de ambos
os compartimentos ( 8 ). No entanto, existem algumas diferenças na fisiologia e funçã o entre os
ó rgã os terminais cocleares e vestibulares, e estas podem mediar o impacto da toxicidade asso‐
ciada aos compostos de platina. Á reas específicas de interesse incluem o papel da estria vascu‐
lar na có clea ( 9 ), já que nenhuma estrutura aná loga está presente no labirinto vestibular, e o
possível papel de transportadores como a megalina ( 10 ). Existe um forte potencial para a to‐
xicidade coclear ser acompanhada por toxicidade vestibular em pacientes que recebem quimi‐
oterapia à base de platina. No entanto, os relatos clínicos de toxicidade no ouvido interno sã o
limitados em grande parte aos sintomas auditivos.
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O potencial de toxicidade vestibular ainda nã o está claro, embora os dados clínicos sugiram
que é problemá tico ( 12 , 13 ). Há uma sé rie de explicaçõ es potenciais para o motivo pelo qual
a vestibulotoxicidade da quimioterapia à base de platina é descrita com menos frequê ncia do
que os sintomas auditivos. Primeiro, alguns dos sinais clínicos e sintomas relatados pelos paci‐
entes podem ser subestimados pelos mé dicos. Notavelmente, a perda vestibular induzida por
medicamentos pode afetar ambos os ouvidos de forma simé trica e gradual, resultando em de‐
sequilíbrio insidioso, desequilíbrio postural e oscilopsia (ilusã o de movimento do mundo visí‐
vel durante o movimento da cabeça). É menos provável que esses sintomas sejam submetidos
a avaliaçã o clínica, em comparaçã o com o início sú bito de vertigem girató ria, como vertigem
posicional paroxística benigna (VPPB), neurite vestibular e doença de Mé niè re ( 14 , 15 ). Em
segundo lugar, a disfunçã o do ó rgã o vestibular pode ser mascarada pela compensaçã o central
ou pela substituiçã o pela visã o e propriocepçã o, obscurecendo o dano vestibular em compara‐
çã o com o dano coclear mais perceptível ( 16 ). Em terceiro lugar, os agentes quimioterá picos à
base de platina sã o usados em combinaçã o com vá rios outros medicamentos, e alguns deles
podem ter propriedades ototó xicas, como antibió ticos aminoglicosídeos ( 17 ) e diuré ticos de
alça ( 18 ). Assim, a atribuiçã o específica de vestibulotoxicidade aos compostos à base de pla‐
tina pode ser obscurecida. Finalmente, sintomas inespecíficos de desequilíbrio podem ser atri‐
buídos a doenças cancerígenas subjacentes e ao descondicionamento geral dos pacientes du‐
rante e apó s o tratamento, tais como desidrataçã o, ná useas e vó mitos, fadiga cró nica e anemia.
Enquanto a metodologia da revisã o sistemá tica procura reunir todas as evidê ncias para abor‐
dar uma questã o de investigaçã o específica, a metodologia da revisã o do â mbito visa mapear
os conceitos-chave subjacentes a uma á rea de investigaçã o e as principais fontes e tipos de evi‐
dê ncias disponíveis ( 26 ). Uma revisã o do â mbito pode ser realizada como um projeto autó ‐
nomo por direito pró prio, especialmente quando uma á rea nã o tenha sido previamente revista
de forma abrangente ( 26 ). Esta revisã o de escopo examinou a extensã o da literatura de pes‐
quisa atual sobre os efeitos adversos vestibulares associados à quimioterapia à base de platina
em sobreviventes de câ ncer para resumir os resultados da pesquisa e identificar lacunas na
pesquisa.
Método
O mé todo desta revisã o de escopo é amplamente baseado nas etapas da estrutura proposta
por Arksey e O'Malley ( 26 ): (1) identificar estudos relevantes, (2) selecionar estudos, (3) ma‐
pear os dados, (4) agrupar , resumir e relatar os resultados e (5) consultar especialistas clíni‐
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As seguintes bases de dados foram pesquisadas: Medline, EMBASE, TOXLINE, IPA (Internatio‐
nal Pharmaceutical Abstracts), Science Citation Index-Expanded, ProQuest Dissertations & The‐
ses A&I, ClinicalTrials.gov, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) e Interna‐
tional Clinical Trials Registry. Plataforma (ICTRP). A literatura cinzenta també m foi considerada
atravé s do Banco de Dados de Notificaçõ es de Eventos Adversos [Austrá lia], Drug Safety Up‐
date [Reino Unido], Relató rios Pú blicos Europeus de Avaliaçã o via Agê ncia Europeia de Medi‐
camentos [Europa] e Medwatch [EUA]. As etapas seguiram o Manual Cochrane ( 27 ) e as Ex‐
pectativas Metodoló gicas Cochrane de Revisõ es de Intervençã o Cochrane (MECIR) ( 28 ) para
conduzir a pesquisa, a diretriz PRISMA ( 29 ) para relatar a pesquisa e a diretriz PRESS para
revisar a pesquisa por pares estraté gias ( 30 ). A estraté gia de busca seguiu recomendaçõ es
para otimizar a sintaxe de busca para identificar efeitos adversos ( 31 – 34 ). Termos e pala‐
vras-chave padronizados foram combinados na busca por conceitos de quimioterapia à base
de platina e toxicidade vestibular. As palavras-chave foram coletadas por meio de opiniõ es de
especialistas, revisõ es de literatura, vocabulá rio controlado (Medical Subject Headings = MeSH
e Excerpta Medica Tree = EMTREE) e revisã o dos resultados preliminares da pesquisa. Foram
aplicados filtros para bases de dados eletrô nicas sempre que possível para recuperar artigos
no idioma inglê s, com participantes humanos, e tempo de publicaçã o desde 1978, é poca em
que a cisplatina, o primeiro medicamento do grupo de quimioterapia à base de platina, foi
aprovado pela Food and Drug Administraçã o (FDA) para uso humano ( 3 ). Limitá mos a nossa
pesquisa ao idioma inglê s devido a restriçõ es de recursos. As estraté gias de busca sã o relata‐
das no Apê ndice 1.
Seleção de estudos
Duas etapas de triagem foram realizadas de forma independente por dois autores. A primeira
etapa verificou se cada título e resumo estavam dentro do escopo da questã o de pesquisa.
Exemplos de decisõ es “fora do â mbito” foram aquelas em que nã o houve mençã o à quimiote‐
rapia à base de platina, estudos in vitro ou in vivo , ou artigos de revisã o ou documentos de
conferê ncias. A segunda etapa da triagem do texto completo considerou os registros elegíveis
que continham dados pertinentes ao assunto da revisã o, especificamente sintomas vestibulares
e/ou resultados de exames em pacientes adultos e/ou pediá tricos com câ ncer submetidos a
quimioterapia à base de platina (como cisplatina, carboplatina e oxaliplatina) em qualquer tipo
de câ ncer (isoladamente ou em combinaçã o com outros tratamentos, como radioterapia ou ci‐
rurgia). Os estudos elegíveis foram ensaios clínicos randomizados (ECR), ensaios clínicos nã o
randomizados, estudos observacionais, estudos transversais, estudos de coorte, estudos de
caso-controle, sé ries de casos e relatos de casos. As discrepâ ncias foram resolvidas por meio
de discussã o e um terceiro revisor foi consultado sempre que nã o se chegou a um consenso. A
saturaçã o da literatura foi ainda realizada por meio de busca manual adicional nas listas de re‐
ferê ncias de todos os estudos incluídos e també m dos artigos de revisã o excluídos.
Mapeando os dados
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Os itens de dados pré -especificados incluíram ano, desenho do estudo, dados demográ ficos e
características dos participantes, tamanho da amostra, intervençã o no tratamento do câ ncer,
dose do medicamento e avaliaçã o do paciente. Esses itens de dados forneceram informaçõ es
ú teis sobre o escopo e os detalhes de cada registro, permitindo aos autores procurar temas
comuns e identificar possíveis lacunas na literatura. Vá rios relató rios pertencentes a um ú nico
estudo foram tratados como um só , mas a extraçã o de dados considerou as informaçõ es apre‐
sentadas em todos os registros. Os dados de cada estudo incluído foram extraídos de forma in‐
dependente por dois especialistas clínicos da equipe (PP, otorrinolaringologista e DB, fonoau‐
dió logo). As discrepâ ncias foram identificadas e resolvidas por meio de discussã o.
Com o propó sito de compreender os conceitos-chave desta literatura, a aná lise temá tica foi re‐
alizada apó s a revisã o dos artigos para resumir a literatura em temas pelos dois membros da
equipe de pesquisa (PP e DB). Os autores revisaram de forma independente o conjunto de da‐
dos final traçado e identificaram temas, e entã o se reuniram para discutir possíveis estruturas
temá ticas, usando o crité rio de que os temas deveriam ser aspectos clínicos importantes e de‐
veriam representar adequadamente todos os registros. Os temas específicos identificados fo‐
ram testes objetivos da funçã o vestibular e/ou equilíbrio, sintomas dos pacientes, exame físico,
fatores associados e consideraçõ es gerais. Os autores entã o agruparam todos os estudos de
acordo com esses temas. O conteú do dos registros individuais nã o se enquadra necessaria‐
mente exclusivamente em um tema ou outro; portanto, os registros poderiam contribuir para
mais de um tema. Os resultados da investigaçã o foram resumidos e foram identificadas lacunas
na investigaçã o.
Resultados
Um resumo dos processos de seleçã o dos estudos com os motivos de exclusã o está represen‐
tado na Figura1. Um total de 2.620 registros foram recuperados das bases de dados eletrô ni‐
cas e cinco artigos adicionais foram encontrados por meio de busca manual nas listas de refe‐
rê ncias dos registros incluídos na triagem do texto completo. A maioria dos registros foi ex‐
cluída porque nã o mencionavam efeitos colaterais vestibulares, nã o mencionavam quimiotera‐
pia à base de platina ou eram estudos in vitro ou in vivo . No geral, 75 estudos individuais fo‐
ram incluídos para extraçã o de dados. O tamanho da amostra dos participantes do estudo va‐
riou de 1 a 952. A idade relatada variou de 11 a 83 anos. Os pacientes do estudo tinham uma
variedade de locais de câ ncer, incluindo câ ncer de cabeça e pescoço, câ ncer testicular, câ ncer
ginecoló gico, câ ncer pulmonar, câ ncer de mama, câ ncer cerebral e outros locais. Os pacientes
també m receberam irradiaçã o craniana concomitante, que pode envolver á reas dos ó rgã os do
ouvido interno no cé rebro e câ ncer de cabeça e pescoço ( 12 , 35-38 ) . Os medicamentos à
base de platina relatados nos estudos incluídos foram cisplatina, carboplatina, oxaliplatina e
compostos de platina nã o especificados.
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figura 1
Análise temática
A partir da extraçã o de dados e aná lise temá tica, foram definidos cinco temas para determinar
á reas de interesse para uma visã o geral da vestibulotoxicidade à base de platina: (1) testes ob‐
jetivos da funçã o vestibular e/ou equilíbrio, (2) sintomas dos pacientes, (3) testes físicos
exame, (4) fatores associados, como dosagem, perda vestibular pré -existente e cocleotoxici‐
dade associada, e (5) consideraçõ es gerais. Os resultados sã o apresentados de acordo com es‐
ses temas.
Dez estudos individuais relataram resultados usando um ou mais testes objetivos de funçã o
vestibular ou de equilíbrio (Tabela1).
Destes, houve mú ltiplas publicaçõ es baseadas no mesmo
estudo; um relatando um estudo prospectivo antes e depois, alé m de trê s relatos de casos cor‐
respondentes ( 12 , 36 – 38 ), e outro relatando o mesmo estudo prospectivo antes e depois
em duas publicaçõ es ( 42 , 43 ). Outros estudos foram quatro estudos prospectivos antes e de‐
pois ( 13 , 39 – 41 ) e quatro estudos transversais ( 35 , 44 – 46 ). Quase todos esses relató rios
focaram nas toxicidades da cisplatina. Desses 10 estudos, foram relatadas diversas té cnicas ob‐
jetivas para avaliar a funçã o vestibular ou de equilíbrio.
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tabela 1
tratamento.
20,6% tiveram
resultados
alterados no
teste rotató rio
apó s o
tratamento.
8,8% tiveram
redução
transitó ria nos
resultados da
prova caló rica.
36,5% tiveram
redução
transitó ria do
ganho do VOR
no teste
rotacional.
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mesa 2
Teste caló rico VOR via SCC Á gua fria e quente ou - Localização, - Não fisioló gico
horizontal em ar são irrigados no testes separados de devido a testes de
estímulo de conduto auditivo cada orelha frequência
baixa externo. O nistagmo relativamente baixa
frequência é detectado e os dois - Pode induzir
(0,002–0,004 lados são sintomas intensos
Hertz) comparados. de
vertigem/tontura
- Equipamento
volumoso
- Mais
problemático na
interpretação da
disfunção
vestibular bilateral
Teste de VOR via SCC O paciente senta-se - Ú til para perda - Falta de
cadeira rotativa horizontal em em uma cadeira vestibular bilateral localização
estímulo de computadorizada e - Pode ser realizado - Equipamento
frequência usa ó culos de vídeo. em crianças volumoso
média-baixa Os movimentos
(0,01–0,7 oculares são
Hertz) registrados durante a
rotação da cadeira.
Teste de VOR através O paciente senta-se - Canal e lado - Não pode atuar
impulso de todos os em uma cadeira e é específico em pacientes com
cefálico de seis SCC em instruído a olhar - Pode detectar problemas na
vídeo (vHIT) estímulo de fixamente para um sacada encoberta coluna cervical
alta frequência alvo na parede. São (movimento - Existe curva de
Fonte ( 47 ) .
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Tabela 3
Fonte ( 47 ) .
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O intervalo de teste variou entre os estudos. Alguns estudos relataram testes antes de cada
dose subsequente ( 12 , 36 , 40 , 42 , 43 ), um estudo testou em momentos diferentes ( 39 ) e
alguns estudos nã o especificaram o intervalo de testes ( 13 , 41 ). Estudos transversais avalia‐
ram os efeitos colaterais a longo prazo sem disponibilidade de comparaçã o inicial ( 35 , 44-46 )
.
Setenta e quatro estudos mencionaram algumas formas de sintomas relatados pelos pacientes
relacionados a possíveis problemas vestibulares ou de equilíbrio. É difícil distinguir com segu‐
rança a disfunçã o vestibular da disfunçã o do equilíbrio com base apenas nos sintomas ( 8 ).
Como resultado, os sintomas sã o relatados coletivamente. Os termos usados pelos autores do
estudo para descrever os efeitos colaterais vestibulares sã o frequentemente usados de forma
intercambiável e inespecífica, por exemplo, “tontura” inclui “desequilíbrio”, “tontura” e “verti‐
gem” de acordo com os Crité rios de Terminologia Comum para Eventos Adversos (CTCAE) ( 48
). Nenhum dos relató rios incluídos esclareceu explicitamente a definiçã o destes termos, o que
pode levar a algum grau de ambiguidade.
A maioria dos estudos nã o relatou os mé todos utilizados para avaliaçã o dos sintomas dos paci‐
entes, tais como relató rios espontâ neos, listas de verificaçã o dos pacientes, entrevistas ou rela‐
tó rios dos mé dicos. O ú nico estudo que utilizou um questioná rio padronizado de resultados
relatados pelo paciente foi o estudo de Camet ( 44 ), que relatou 21 de cinquenta sobreviven‐
tes de câ ncer pediá trico (42%) com pontuaçã o anormal no Pediatric Vestibular Symptom Ques‐
tionnaire (PVSQ).
Em relaçã o aos resultados desses estudos com testes objetivos de funçã o vestibular, a taxa de
sintomas vestibulares relatados variou de 0% ( 13 , 40 , 42 , 43 ) a 41,7% ( 35 ). Embora algum
comprometimento vestibular tenha sido detectado por um teste objetivo, os pacientes nã o rela‐
taram qualquer sensaçã o subjetiva de distú rbio vestibular ( 13 , 40 , 42 , 43 ). Os sintomas ves‐
tibulares relatados foram tontura transitó ria ( 12 , 36 ), instabilidade ( 41 ) e vertigem ( 35 ).
Um paciente compensou bem sua perda vestibular, exceto no escuro ( 36 ). Os sintomas dos
pacientes nã o foram relatados em um estudo, apesar de uma alta taxa de resultados anormais
de testes vestibulares ( 39 ).
Exame físico ( N = 4)
Fatores associados ( N = 8)
A toxicidade vestibular definida por um teste de funçã o vestibular anormal foi acompanhada
de toxicidade coclear (deficiê ncia auditiva ou zumbido) em trê s estudos ( 12 , 35 , 36 , 41 ), en‐
quanto nenhuma perda auditiva foi encontrada em trê s pacientes com resposta caló rica e rota‐
tó ria reduzida em um relató rio ( 40 ), e nenhum status auditivo foi declarado nos outros estu‐
dos ( 13 , 39 , 42 , 43 ). Nenhum desses estudos afirmou a correlaçã o temporal dos sintomas
vestibulares e cocleares.
Consideraçõ es gerais
Ao reunir detalhes dos itens de dados, algumas das consideraçõ es gerais sobre o desenvolvi‐
mento de literatura relevante e modalidades de tratamento para o câ ncer emergem da
literatura.
Discussã o
Esta revisã o de escopo explorou questõ es relacionadas aos efeitos vestibulares da quimiotera‐
pia à base de platina, a fim de identificar o conhecimento estabelecido e as lacunas de pesquisa
que justificam mais pesquisas.
Vestibular function loss may not be recognized until the patient loses other cues from vision
and somatosensory such as when walking in the dark or develops concomitant peripheral
neuropathy. Balance function tests such as posturography, testing overall balance system func‐
tion in various conditions, can provide additional information on balance in real life and
dynamic situations. Subclinical vestibular toxicity is a concern because its effect may only be
evident in patients with other impaired sensory inputs, previous vestibular problems, or it may
lead to earlier onset of age-related vestibular impairment (52).
The distinction between “objective tests of clinical signs” that can be measured by the clinicians
and “subjective clinical symptoms” that can only be reported by the patients should be empha‐
sized. The existing literature showed that objective test findings and patient symptoms did not
always correspond to one another. Multiple studies reported abnormal vestibular function
tests in asymptomatic patients (13, 40, 42, 43), therefore it is quite clear that clinicians cannot
rely solely on symptoms to detect vestibular toxicity. It is not surprising that most patients did
not have intense symptoms due to the potential bilateral symmetrical insidious nature of ototo‐
xic medication. Symptoms such as vertigo, dizziness, headache, nausea, double vision, pho‐
tophobia, ataxia, and light-headedness have previously been reported in patients with bilateral
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vestibular impairment (53, 54). Balance symptoms such as dizziness and unsteadiness are as‐
sociated with vestibular dysfunction; however, the relationship between vestibulotoxicity and
non-specific balance symptoms may not always be clear.
Dizziness and other balance problems can be difficult to describe for the patient and to catego‐
rize by the physician. Hence, clarification of the terminology used is important for the interpre‐
tation. These non-specific symptoms of balance problems might automatically be associated
with cancer diseases and general deconditioning of patients. Comorbid factors such as pe‐
ripheral neuropathy, fatigue, and anemia, including brain pathology in brain cancer patients
can cause some elements of postural unsteadiness in cancer patients. Clinical symptoms are of‐
ten underappreciated by both patients and clinicians. For example, vestibular toxicity may be a
subtle complaint presenting as nausea, vomiting, or dizziness, which are not uncommon in can‐
cer patients receiving chemotherapy.
Known risk factors of cochlear ototoxicity are aging, the cumulative dose of chemotherapy,
poor renal function, and co-administration of other ototoxic medications (55). Possible poten‐
tial risk factors of vestibular toxicity identified in the literature are cumulative dose and pre-
existing vestibular loss. Decreased vestibular function occurred as cumulative dose of cisplatin
increased, which supports the assumption of dose-related response (39, 42, 43). There is some
evidence to tentatively support that patients with pre-existing loss of vestibular function are
prone to cisplatin vestibular toxicity, for instance, the additional loss of vestibular impairment
also occurred in patients with previous abnormal vestibular function (12, 36, 39).
Knowledge gaps
The rate of abnormal vestibular function test findings associated with platinum-based
chemotherapy in the existing literature varied from 0 to 50% after chemotherapy treatment
and 4.3–36.5% during chemotherapy pathway. These should be viewed as preliminary reports
due to variable methodology, limited reported information and the relatively small number of
patients. Therefore, the incidence and prevalence of vestibular abnormality after platinum-ba‐
sed chemotherapy warrant further research.
None of the studies evaluated vestibular function using vHIT to test all six semicircular canals,
nor vestibular evoked myogenic potentials (VEMPs) to test otolith organs. A single test may not
be a good indicator of the true vestibular function and findings from a comprehensive vestibu‐
lar test battery have not been yet reported. Limitations of vestibular and balance function tests
are summarized in Tables 2, 3. The current review gleaned sparse information and details on
the procedure of the physical examination. Baseline testing is required to evaluate prior vesti‐
bular impairment and to detect subtle changes. Based on the existent information, data on af‐
fected sites of lesions in vestibular end organs, and the impact on higher frequency function as‐
sociated with vestibulotoxicity in clinical studies is still lacking.
Most of the included reports did not mention the methods used for patient symptom evalua‐
tion. The approaches utilized in detecting or monitoring adverse effects, such as spontaneous
reporting, patient checklist, questionnaire, diary, systematic survey of patients or report by the
investigators, are known to have an influence on the frequencies of adverse effects identified
(56). For example, passive monitoring based on spontaneous reports might yield lower rates
of adverse events, while active surveillance using specific questioning could find a higher rate.
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The association between cochlear impairment and vestibular toxicity is still unknown. Cochlear
function deficit is more frequently described in the literature (4), potentially because it is more
common, or it is recognized earlier and before vestibular impairment, symptoms of which tend
to occur after complete bilateral loss or asymmetrical loss (14).
BPPV is common in the general population, including subjects receiving ototoxic drugs (57).
BPPV presenting in subjects receiving ototoxic drugs may complicate the clinical identification
of ototoxicity and obscure the clinical decision. Nevertheless, the possible role of ototoxicity in
the pathophysiology of BPPV was not clear from the literature.
At present, there are methodological limitations in the published literature about vestibular ef‐
fects of ototoxic medications. Some limitations of the current review are that a significant por‐
tion of included studies reported limited information, and only publications in the English lan‐
guage were included; thus, language bias may have occurred.
Conclusion
A number of studies reported significant evidence of cisplatin vestibular toxicities with objec‐
tive tests, although not always corroborated by patient symptoms. Multiple studies also repor‐
ted non-specific imbalance symptoms which are possible complaints of vestibular dysfunction;
however, the nature of these symptoms is unclear without any objective test. There was very li‐
mited clinical research data to date on the vestibular side effects of platinum-based
chemotherapy in terms of incidence, evaluation and impact on health-related quality of life of
the patients. The data of physical examination was reported in only a few studies and was not
comprehensive. The current evidence was based solely on the horizontal semicircular canal
evaluation using the caloric tests or rotational tests; therefore, the information of vertical semi‐
circular canals and otolith organs is still lacking.
In conclusion, this scoping review summarizes the current research findings that vestibular
toxicity needs more attention and emphasizes the need for future high-quality studies in this fi‐
eld. Comprehensive evaluation of vestibular toxicities, identifying risk factors such as cumula‐
tive dose, pre-existing abnormal vestibular function and aging, including the correlation with
cochlear toxicity and peripheral neuropathy warrant further research. Another challenge tends
toward which test would be the most sensitive and appropriate for early detection and monito‐
ring changes before, during and after platinum-based chemotherapy treatment.
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Author contributions
PP conducted the review and wrote the manuscript. DB conducted the review and helped re‐
vise the manuscript. JT, SP, RG, PMP, DH, and AK conducted the study selection and helped re‐
vise the manuscript.
All datasets for this study are included in the manuscript and the Supplementary Files.
The authors declare that the research was conducted in the absence of any commercial or fi‐
nancial relationships that could be construed as a potential conflict of interest.
Acknowledgments
Footnotes
Funding. This work was funded by the Faculty of Medicine, Prince of Songkla University, Songkhla, Thailand and
the National Institute for Health Research (NIHR). DH is an NIHR Senior Investigator.
Supplementary material
The Supplementary Material for this article can be found online at:
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fonc.2018.00363/full#supplementary-material
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