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Teoria da arquitetura do urbanismo e

paisagismo

AULA 7
Arquitetura Americana e a
Funcionalista na Europa
Na América
• Pavilhão da Agricultura na Exposição de 1893, em
Chicago.
• Durante a exposição os pavilhões de uso
governamental recorreram diretamente ao
partido arquitetônico neoclássico (Novo Clássico)
para reafirmar seu passado arquitetônico em
associação aos "passados" europeus, validando a
importância de sua arquitetura nos antigos
cenários de civilizações europeias.
• Nas duas últimas décadas do século XIX, as propostas
do movimento Arts& Crafts ainda fomentam o
chamado Gothic Revival, na Inglaterra, dentro dos
princípios do Racionalismo Estrutural. Esta corrente
separa a ciência de construir da emoção que o edifício
deve suscitar. Ou seja, admite decoração aplicada de
qualquer estilo sobre uma estrutura que utiliza os
novos materiais – mais frequentemente o aço – e é
projetada a partir de princípios racionais, com vistas à
industrialização. O Arts & Crafts teve grande influência
na chamada Escola de Chicago e na arquitetura
de Frank Lloyd Wright e, em geral, na arquitetura
residencial que se constrói desde então, nos EUA.
Escola de Chicago 1830
• O núcleo urbano já existente nos EUA surge
após a conquista do território pelo exército
americano em 1804.
• A expressão Escola de Chicago, entre 1912 e
1922 refere-se a escolas e correntes do
pensamento de diferentes áreas e épocas que
ficaram conhecidas por serem discutidas e
desenvolvidas na cidade norte-americana de
Chicago.
• A morfologia encontra-se disposta sobre uma
malha quadriculada (tabuleiro de xadrez).
Neste período surge o deslocamento vertical,
o elevador e o sistema construtivo, adota o
ferro como sistema estrutural (concreto se
desenvolve paralelamente).
• Em 1871, um grande incêndio destrói
praticamente toda a cidade de Chicago, as
antigas construções em madeira são
devastadas. A cidade, que naquela época já
constitui um grande centro financeiro e polo
industrial, investe na reconstrução, que ocorre
entre os anos de 1880 e 1900.
Escola de Chicago
• Essa reformulação urbana transforma a cidade
numa grande metrópole com edifícios para
escritórios, grandes magazines, hotéis,
adotando novas tecnologias construtivas e
novos materiais nos projetos. Uma das
inovações é a utilização de painéis de vidro
como sistema de vedação.
• As características principais destas
construções são a estrutura metálica, a
manifestação externa de elementos
estruturais e funcionais. A conjugação destas
características resultou em um vocabulário
próprio e inovador, muito diferente do que se
fazia nos edifícios de “Nova York”, por
exemplo.
• A arquitetura surge na malha quase que
inteira a ser construída, explode a especulação
imobiliária. A ideia é ocupar o máximo do
terreno e da altura. A volumetria cúbica toma
conta da morfologia e a rigidez formal e
volumétrica, produz edifícios com formas
semelhantes que se diferenciam apenas pelos
detalhes das fachadas.
• Na arquitetura, o vidro e a estrutura são o
foco de inovação. A fachada é o resultado da
‘ossatura’ da construção. A arquitetura tem
caráter unitário, principalmente no que diz
respeito à utilização do material e adoção de
uma nova linguagem e o surgimento da
tipologia conhecida como arranha-céu.
• As várias indústrias de ferro existentes
próximas à cidade favoreceram, e ampliaram
nessa reconstrução. O esqueleto de aço com
paredes de vidraças contínuas, e os
elevadores hidráulicos ou elétricos, marcam a
nova forma de projetar.
Cook County Courthouse and City Hall, 1885.
• A partir dessas tendências, surge o momento
em que a arquitetura começa a introduzir uma
linguagem nova, com utilização de novos
materiais construtivos e novas tecnologias
pioneiras.
• A Escola de Chicago marca uma ruptura,
baseando-se numa arquitetura nova, numa
nova tipologia, numa arquitetura mesclada a
um novo sistema estrutural onde a forma
segue a função e é definida pela estrutura.
Principais arquitetos
William Le Baron Jenney
• Foi William Le Baron Jenney que descobriu a
solução estrutural capaz de suportar cargas e
resistir a incêndios, pelo revestimento de
perfis laminados de aço com elementos
metálicos com alvenaria de tijolos. Era a
chamada “gaiola equilbrada”, na qual trocou
o ferro fundido, então solução vigente, pelo
ferro laminado..
• O preenchimento desta grade estrutural se dá
com as janelas conhecidas como Janela
Chicago: um retângulo de dominância
horizontal, dividido em três – a parte central
fixa e as laterais com janelas tipo guilhotina.
Em contraste deliberadamente buscado a esta
composição tão comedida se introduz uma
ornamentação orgânica de ferro fundido, nos
pavimentos inferiores.
Louis Sullivan
• Sem dúvida esta é a obra mais representativa
da Escola de Chicago. O espaço interior
definido por superfícies contínuas não se
diferençava tanto dos congêneres. A
originalidade está na fachada, constituído de
uma retícula tensa de horizontais e verticais
que enfatiza a estrutura do edifício criando
um dos padrões de composição de fachada
mais característicos: a grade fenestrada
Edifício Carson, Pirie &
Scott. 1899. Adler e
Sullivan.
Louis Sullivan

• “É lei das coisas orgânicas e inorgânicas, de


todas as coisas físicas e metafísicas, das coisas
humanas e sobre-humanas, de todas as
verdadeiras manifestações da mente, do
coração e da alma, que a vida é reconhecida
na sua expressão, que a forma sempre segue à
função.”
• Louis Sullivan foi autor do movimento
conhecido como Movimento sullivanesco,
cujas características principais contribuíram
muito para o movimento moderno que se dá
principalmente pela "forma segue a função” o
que se torna lei no modernismo.
Auditorium Building Chicago
• Este é o ato de se retirar os elementos
decorativos das fachadas, Louis Sullivan
consolidou um novo modelo de edifícios de
escritórios, em forma de arranha-céus, no
qual aplicava um esquema compositivo de raiz
classicista que acentuava a expansão vertical
do volume.
Stock Exchange, Chicago, 1903
• Por isso ele artista de vanguarda que
buscavam realizar uma arte verdadeiramente
americana.
edifício Auditorium em Chicago (1889),
• Arquiteto norte-americano, o pai da arquitetura moderna
dos EUA. Sullivan foi aceito na Ecole des Beaux-Arts em
Paris, mas era um estudante inquieto.

• Depois de trabalhar por vários escritórios de Chicago, ele se


juntou ao escritório de Dankmar Adler (1844-1900) em
1879, tornando-se sócio de Adler aos 24 anos sua
associação de 14 anos produziu mais de 100 edifícios,
muitos deles marcos. Seu primeiro trabalho importante foi
o edifício Auditorium em Chicago (1889),
• Deste período, Sullivan já estava convicto em
fazer uma arquitetura completamente
diferente de seus contemporâneos
image source: The Guaranty
Building: owned and
operated by the Guaranty
Building Company, Buffalo,
NY. Chicago: Adler &
Sullivan, 1896.
• Retirar os elementos decorativos das
fachadas, Louis Sullivan consolidou um novo
modelo de edifícios de escritórios, em forma
de arranha-céus, no qual aplicava um
esquema compositivo de raiz classicista que
acentuava a expansão vertical do volume.
Henry Hobson Richardson
• Henry Robson Richardson, que havia estudado
na École de Beaux-Arts .
• Nos Estados Unidos projetou vários edifícios
neo-românicos de grande pureza e
expressividade, como os Loja de
Departamentos Marshall & Field, um edifício
de tijolos, com um trabalho de rusticação na
fachada de grande emotividade.
Loja de Departamentos Marshall Field & Co.
1882. Henry Hobson Richardson.
Burnham e Root
• Em escala mais reduzida seguiram o modelo
de Richardson nos edifícios Rookery e
Monadnock. Se era tecnologicamente
atrasado para os padrões de Chicago, este
edifício seria, entretanto, o mais avançado em
relação à forma mural, pois eliminou
completamente os apliques decorativos.
• Deixando as paredes completamente lisas,
prática que seria obrigatória a partir do
Movimento Moderno. Notável também é o
uso, muito comum em Chicago dos ressaltos
em forma de bay-window, elemento
tradicional da arquitetura inglesa.
Edifício Monadnock . 1889-91. Burnham &
Root.
Arquitetura funcionalista –Na
Europa com reflexos nas Américas
arquitetura das indústrias, projetos
de habitação social – Sec. XX
• A arquitetura e o urbanismo abrangem tanto
aspectos plásticos, como aspectos funcionais.
A partir do século XIX, a estética veio
perdendo importância para a ciência e
tecnologia. Assim nascem os ideais
funcionalistas e racionalistas.
• Os antecedentes imediatos das ideias que os
arquitetos do Movimento Moderno focam na
cidade, estão muito vinculados à sociedade da
primeira Europa Industrial, ao grande
crescimento das cidades sem uma organização
específica e ao marco geral dos grandes
artistas e pensadores da época.
• O trabalho dos urbanistas ingleses em relação
à moradia de interesse social, o movimento
Arts and Crafts, foram antecedentes
importantes para a origem do Movimento
Moderno, é na Europa onde estas ideias vão
se estruturar e tomar corpo, criando o que
poderíamos chamar de urbanismo
funcionalista, cujos princípios são expostos na
Carta de Atenas.
A CARTA DE ATENAS
• Para sintetizar os princípios do urbanismo
funcionalista podemos utilizar o texto escrito
por Le Corbusier na introdução à Carta de
Atenas: “O urbanismo é a ordenação dos
diversos lugares e locais que devem abrigar o
desenvolvimento da vida humana em seus
aspectos materiais, sentimentais e espirituais,
em todas suas manifestações, individuais e
coletivos.”
• Podemos considerar três fatores como os
fundamentais na gênese do pensamento
urbanístico da Carta de Atenas por Le Coubusier:
• 1. O problema da moradia, devido ao
adensamento das cidades, falta de condições
de saneamento e a precariedade das moradias
da maioria dos habitantes.
• 2. O funcionamento da cidade que parece
decompor- se devido à insalubridade e
congestão de seus espaços, sobretudo de suas
vias que não haviam sido feitas para os novos
meios de transporte.
• 3. A admiração pela máquina. A indústria é a
grande força da nova ordem, o grande
paradigma da nova sociedade – do racional e
do funcional.
• Acolhe tanto as aglomerações urbanas como
os agrupamentos rurais. Já não pode estar
submetido a um esteticismo gratuito. Por sua
própria essência é funcional.
Urbanismo segundo a Carta de Atenas
• As três funções fundamentais pelas quais
deve velar o urbanismo são: 1º habitar. 2º
trabalhar. 3º recrear- se. Seus objetivos são:
a) a ocupação do solo, b) a organização da
circulação e c) a legislação”.
• Essas questões aparecem tratadas com mais
detalhes ao longo dos pontos constitutivos da
Carta de Atenas, que está estruturada em três
partes: uma que trata das relações entre a
cidade e sua região, outra, dedicada ao estudo
do estado atual das cidades e, finalmente, a
terceira parte recolhe as conclusões, ou
pontos doutrinais a respeito do urbanismo
funcional.
Le Courbiser
• Nascido em La Chaux-de-Fonds, Suíça, aos 6
de Outubro de 1887 considerado um dos
maiores arquitetos do século XX, delimitando
com nitidez a arquitetura moderna e
causando grande impacto na história.
• O primeiro projeto de Le Corbusier foi a Villa
Fallet (1905-1906), uma residência em La
Chaux-de-Founds. Nessa ocasião, o arquiteto
tinha apenas 17 anos e seu projeto seguiu os
preceitos do Arts & Crafts, ensinados pelo seu
mestre Charles L’Eplattenie.
• 1925 Savoye (umas das residências mais
famosas do mundo).
• Criou o sistema Dom-Ino, que se tornaria a
base estrutural da maioria de suas casas até
1935 e o fundamento de sua teoria de casas
em série, na qual a casa é vista como uma
“máquina de morar”. A estrutura consistia em
componentes simples, retangulares e
produzíveis em série.
• Le Corbusier tinha esperança de que essas
casa-modelos servissem de base para um
amplo programa habitacional que buscasse
superar o déficit habitacional pelo qual
passava a Europa naquela época.
• Mas mesmo com muito empenho conseguiu
construir apenas um conjunto habitacional em
Pessac (1924-26) entre as primeira e segunda
grandes guerras.
Pessac Housing, France- Le Corbusier
Pessac Housing, France- Le Corbusier
Poltrona - 1928
Chaise Le Courbisier - 1928
• É na Alemanha que surge o Movimento
Moderno
• Em 1876, Rheinhardt Baumeister introduz
pela primeira vez o conceito de zoneamento,
que é aplicado na regulamentação para o
desenvolvimento de Berlim e, em 1891, no
plano de desenvolvimento de Frankfurt.
A urbanística germânica
(1870-1914)
Internacionalização de
uma prática
• É no seio desta organização e através dos
debates nascidos das grandes exposições que
realizou que germinaram os principais
conceitos do Movimento Moderno.
Weissenhofsiedlung, modelo referente ao primeiro estudo, 1926
NEUMEYER, Fritz. "Mies van der Rohe. La palabra sin artificio". [Madrid: El
Croquis Editorial, 1995, p. 246]
• Mas foi no período entre as guerras que se
desenvolveram as noções básicas que
nortearam o pensamento modernista. Em
1919, Walter Gropius fundou a Bauhaus, em
Weimar, e neste mesmo ano Le Corbusier
começa a publicar sua revista L’Esprit
Nouveau.
• Bruno Taut, Ernest May, Hugo Haring, Walter
Gropius e Hilberseimer entre outros, exercem,
neste período, uma intensa atividade
profissional que culmina com o CIAM.
• (CONGRESSO INTERNACIONAL DE
ARQUITETURA MODERNA) Le Corbusier foi o
impulsor das posições assumidas pelos
participantes dos CIAM.
• Le Corbusier publica, em 1922, sua “Ville
Contemporaine pour 3 millions d’habitantes”,
em 1923, “Vers une architecture” e em 1925
seu livro: “Urbanisme” e o “Plan Voisin”, para
Paris. Uma produção prolífica de livros e
projetos para a cidade.
• Em 1928, reúnem- se no Castelo de Sarraz os
principais arquitetos europeus convocados
por Le Corbusier. Na declaração que constitui
os CIAM define- se o urbanismo como “a
organização de todas as funções da vida
coletiva na cidade e no campo”.
• Durante 30 anos os CIAM foram o palco
mundial do intercambio de ideias que
puseram a descoberto as tarefas do
urbanismo.
• Em 1929 o CIAM II se reúne em Frankfurt e
versa sobre a “Moradia mínima”. Em 1930, em
Bruxelas, o CIAM III tratará dos “Métodos
racionais de construção” e em 1933, a bordo
do Patris em sua viagem de Marselha a
Atenas , terá lugar o CIAM IV que definirá “A
cidade funcional” e cujo conteúdo e discussões
serão recolhidos por Le Cobusier em um livro
publicado em 1943: “A Carta de Atenas”.
Mies van der Rohe, blocos de apartamentos na Afrikanischestrasse, Berlin-
Wedding, 1925-1927
NEUMEYER, Fritz. "Mies van der Rohe. La palabra sin artificio". [Madrid: El
Croquis Editorial, 1995, p. 257]

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