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º ano Maria Antónia Monterroso Rosas · Célia Pinto do Couto · Alfredo Costa · Ana Cristina Santos
Resolução das Questões do Manual
Oo
Índice
Módulo 4 ................................................................................. 3
Unidade 1 ........................................................................................... 3
Unidade 2 ........................................................................................... 10
Unidade 3 ........................................................................................... 18
Módulo 5 ................................................................................. 24
Unidade 1 ........................................................................................... 24
Unidade 2 ........................................................................................... 30
Unidade 3 ........................................................................................... 39
Módulo 6 ................................................................................. 44
Unidade 1 ........................................................................................... 44
Unidade 2 ........................................................................................... 50
Unidade 3 ........................................................................................... 58
Unidade 4 ........................................................................................... 59
Unidade 5 .......................................................................................... 67
Módulo 4 Unidade 1 (1.1.) 2. Funções:
− Ministros e conselheiros de Estado;
− juízes/magistrados;
Págs. 12 e 13
− embaixadores.
1
3. Provém da nobreza, como atesta o seu brasão familiar
DOC.
− não são julgados nos tribunais comuns – beneficiam de 5. As atividades produtivas: comércio e ofícios.
um tribunal eclesiástico ou, em matéria criminal, do julga- 6. Os nobres:
mento no Parlamento de Paris (Doc. A); − recebem pensões do Estado;
− os seus bens não podem ser confiscados (Doc. A); − ocupam os altos cargos administrativos;
− estão isentos da obrigação de alojar exércitos (Doc. A); − cobram impostos aos que habitam nas suas terras;
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− beneficiam da proteção real, tendo o direito de colocar − vivem luxuosamente e frequentam a corte;
à porta as armas do rei, em sinal dessa mesma proteção − não são penalizados por comportamentos abusivos,
(Doc. A); como a destruição de searas e vinhas em prol de uma
− estão isentos do pagamento de impostos (Doc. B). caçada.
3
7. Na mesma altura em que as comunidades camponesas − A noiva mostra tristeza e o noivo indiferença.
tal, a subversão da estrutura social: “só confundindo as 1. Escudados na dignidade da sua condição, os nobres
ordens [as isenções pessoais e as distinções da nobreza] assumem um comportamento displicente, desprezando o
poderiam ser atacados ou destruídos”. trabalho e a valorização pessoal; inversamente, os bur-
gueses empenham-se no estudo e no trabalho, enrique-
Págs. 18 e 19 cendo e tornando-se úteis ao Estado.
DOC. 4
Págs. 22 e 23
1. O estudo. No topo da hierarquia do Terceiro Estado,
encontram-se os indivíduos com formação universitária, Analisar… um documento iconográfico
“homens de letras” e advogados.
Retrato do duque de Richelieu
2.
1. c) Antigo Regime.
– Os artesãos ou gente dos ofícios “exercem as artes me-
2. a) estratificada em ordens ou estados, com regimes ju-
cânicas”, sendo estas definidas como “aquilo que é vil e
rídicos diferenciados.
abjeto”.
3. Nobreza OU alta nobreza.
− Os trabalhadores braçais são “os mais vis entre o povo-
-miúdo”. 4. O duque assume uma pose encenada que transmite
uma imagem de grandeza: de pé, pernas de perfil e corpo
3. Aos “trabalhadores braçais” e aos “mendigos válidos”.
torcido, cabeça virada para o espetador, que fita com uma
Vauban refere aqueles que “trabalham à jorna ou à tarefa”,
serenidade altiva, mão no punho da espada. O seu traje é
o que corresponde aos “trabalhadores de jornada” elenca-
magnífico, a irradiar o brilho da prata, capa de veludo
dos nos trabalhadores braçais do Doc. A. Afirma também
preto adornada com uma luxuosa corrente. Evidenciam-
que os anos de fome reduziram muitas pessoas à mendici-
-se, também de prata e pedrarias, as grandes fivelas dos
dade, o que remete para os “mendigos válidos”, ilustrados
sapatos e o florão que decora as ligas das meias de seda.
pela imagem.
Chapéu emplumado na mão direita, ostenta uma grande
4. Os camponeses pagam numerosos impostos, tanto em
cabeleira empoada, que lhe desce pelas costas.
numerário como em espécie, à Igreja, ao clero e ao Estado.
5. A proeminência do retratado. O pajem encontra-se
As ordens privilegiadas não só não pagam impostos como
também ricamente vestido, mas ajoelhado, em sinal de
os recebem.
subserviência face ao duque.
6. a) −1; b) − 5; c) − 3.
Págs. 20
7. Atributos:
DOC. 5
− o título distintivo da nobreza, neste caso da alta nobreza
1. A compra de terras senhoriais a uma nobreza empobre- (duque), que atesta a sua posição numa ordem privilegiada;
cida; a ligação às famílias nobres por meio do casamento. − a riqueza (evidenciada em todos os elementos do re-
2. trato);
− O dinheiro e valores que se encontram sobre a mesa − as funções militares (de que a espada é símbolo);
indicam que o contrato de casamento envolveu o paga- − o desempenho de altas funções do Estado (o duque foi
mento de um avultado dote. marechal de França).
− Lord Squander assume uma pose altiva e aponta para a
sua árvore genealógica; o pintor põe assim em evidência Pág. 24
o seu orgulho de aristocrata.
DOC. 7
− Sendo a gota uma doença degenerativa, o pé pode sim-
bolizar a progressiva decadência da alta nobreza. 1. Sobre o estrado, por trás do rei, é visível um trono.
4
Pág. 25 – implementava, na corte, um luxo excessivo, que tornava
os nobres dependentes da magnanimidade do rei;
DOC. 8
– rodeava-se de luxo, prazeres e protocolo, fazendo da
1. A primeira característica, que remete para o carácter sa-
vida de corte um “espetáculo” que seduzia a nobreza.
grado da monarquia.
2. As hierarquias eram reforçadas por um protocolo rígido
e minucioso, em que cada um, de acordo com o seu esta-
Pág. 26 tuto, assumia funções definidas, que considerava como
“fazendo parte dos seus direitos”. Por exemplo, as prince-
DOC. 9
sas de sangue real tinham precedência sobre as outras
1. Luís XIV põe em contraste o exercício direto do poder, damas para vestir a camisa à rainha, devendo fazê-lo,
que ele próprio pratica, ocupando-se pessoalmente dos caso se encontrassem presentes.
assuntos da governação e a delegação da autoridade real
num primeiro-ministro, que exerce o poder com funções
delegadas do rei. Pág. 30
Pág. 27
Pág. 31
DOC. 10
DOC. 13
1. O rei jura manter os privilégios dos grandes, neste caso
da Igreja, perpetuando assim a ordem estabelecida no 1. Afirmações:
reino (“[…] manterei os privilégios canónicos, a lei e a jus- – “Esta sociedade de prazeres que dá às pessoas da
tiça”); jura também defender o povo das violências (“defen- corte familiaridade connosco […] toca-as e encanta-as
derei [o povo] de todas as rapinas e iniquidades”), bem mais do que é possível dizê-lo.”;
como exercer o poder judicial de forma justa e misericor- – “Na verdade, todos se deleitam com o espetáculo, com
diosa (“[…] em todos os julgamentos farei prevalecer a jus- o qual, no fundo, procuramos agradar-lhes”;
tiça e a misericórdia”).
– “Relativamente aos estrangeiros […] o que se gasta nes-
sas despesas, que podem parecer supérfluas, provoca
Pág. 28 e 29 uma impressão muito favorável de magnificência, poderio,
opulência e grandeza”.
DOC. 11
– valorizava a sua pessoa, fazendo de pequenos gestos 1. a) na Europa dos Estados absolutos do século XVIII.
autênticas honras concedidas aos nobres que o rodeavam; 2. Luís XV (Docs. 10 e 13) e Maria Antonieta (Doc. 11C).
5
3. Palácio de Versalhes. Pág. 36
DOC. 14
Pág. 39
1. Filipe III de Portugal (Filipe IV de Espanha).
2. 28 anos (1640-1668). DOC. 20
6
2. Reunião das Cortes: – as equipagens da rainha eram “de extrema magnificên-
– nos 10 anos subsequentes à Restauração: 4; cia”
– na segunda metade do século XVII: 4; – o palácio-convento em construção era “soberbo” e cus-
– em todo o século XVIII – 0. taria “quantias fabulosas”;
Destes números conclui-se a progressiva perda de prota- – o seu gosto pelo luxo chegava ao ponto de encomen-
gonismo destes conselhos, da Restauração (1640) ao fim dar no estrangeiro “uma banheira de prata maciça […]
do século XVII, e o seu apagamento total, no século XVIII. dourada por dentro e por fora”, que encheu de admiração
a nobreza inglesa.
Pág. 40
DOC. 21 Pág. 42
1. DOC. 23
– O rei reunia duas vezes por dia com o secretário de
1. Os embaixadores dos outros países não conseguiam
Estado;
ombrear com a riqueza das embaixadas joaninas, pelo
– o autor refere que o monarca se inteirava “dos mais pe- que preferiam entrar discretamente em Roma.
quenos pormenores”;
2. Aspetos:
– para além dos membros do Governo, o rei dava audiên-
– a imponência do clero, “o mais nobremente composto e
cia aos súbditos, dos mais importantes aos mais humildes,
trajado de toda a Europa;
ouvindo todas as queixas e pedidos que entendessem fa-
zer-lhe. – os ricos materiais de construção da igreja (lápis-lazuli,
ágata, mármores, etc);
2. Aspetos que evidenciam a superioridade do rei:
– as imagens e alfaias sagradas, elaboradas em metais
– a posição de subserviência dos súbditos – a nobreza di-
preciosos e pedrarias, pesadíssimas.
rigia-se ao rei de pé, os elementos do Terceiro Estado, de
joelhos – sendo o rei o único que se encontrava sentado;
– o trono do rei estava encimado por um dossel, o que
Págs. 44 a 47
reforçava a imponência do trono e da figura régia;
– o rei distribuía dinheiro, magnanimamente, pelos mais Dossiê
necessitados. O Convento de Mafra
3. Evidências:
1. Facilmente identificáveis (os três primeiros por associa-
– os desmandos da nobreza diminuíram com a subida ao ção aos símbolos discriminados na página 24 do manual),
trono de D. João V; encontram-se os seguintes emblemas régios:
– a nobreza apresentava-se ao rei “bastante submissa”; – a coroa;
– D. João V enfatizava a sua superioridade face aos no- – o ceptro;
bres, afirmando não os temer e só lhes conceder “a mercê”
– a espada;
da sua estima se se mostrassem dignos dela;
– a orbe;
– o rei reprimia severamente qualquer atropelo à sua au-
toridade, chegando ao ponto de banir da corte 35 nobres – a águia imperial.
de uma só vez; 2. Embora tudo leve a crer que o voto real se deveu à
– apesar do desagrado dos comerciantes face ao exílio longa espera por um filho que assegurasse a sucessão
dos nobres, “ninguém protestou”. ao trono, a inscrição não é explícita quanto a essa espera.
3. A forma como a construção afetou a vida dos Portu-
gueses:
Pág. 41
– um grande número de portugueses, dos campos e das
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7
– a agricultura ressentiu-se do desvio de recursos e mão 9.
– a variedade dos mármores (de diferentes cores); – Contra a construção poderão apresentar-se, entre ou-
tras razões, as grossas somas despendidas em detri-
– as rosas de mármore branco;
mento de investimentos mais proveitosos para a econo-
– os capitéis coríntios.
mia portuguesa (Doc. J-1), o sofrimento humano causado
5. Requisitos:
pelo esforço da sua construção (Doc. B), a excessiva di-
– execução primorosa, ”sem pintura alguma” que acen- mensão do edifício, quer em termos absolutos, quer em
tuasse a sua verosimilhança; comparação com o projeto inicial de um convento para
– reprodução fiel das insígnias/símbolos dos santos que 13 monges, bem como argumentos de carácter estético
representavam; que dependem da perceção pessoal do aluno.
– execução célere, dentro do prazo definido.
6. As duas opiniões discordam relativamente à música
produzida: enquanto Marco António Baretti (texto 1) a
classifica como “pouca e mesquinha música”, conside-
rando um desperdício a enorme quantidade de materiais
que se aplicou nos carrilhões, Karol Dembowsky (texto 2) Módulo 4 Unidade 1 (1.2.)
considera que é indispensável ouvir um concerto de car-
rilhões em Mafra, acentuando a variedade de obras que Pág. 48
os sinos podem produzir e considerando os seus sons
uma “majestosa harmonia” que “toca a alma”. DOC. 24
7. A possibilidade de, no seu acervo, a biblioteca poder 1. De acordo com a sentença, Carlos I:
contar com os livros proibidos pela Igreja só pode inter- – não governou “de acordo com a lei do país”, chamando
pretar-se como um privilégio e uma distinção concedida
a si um poder ilimitado e tirânico;
pelo Papa à biblioteca real de Mafra.
– desrespeitou os “direitos e liberdades” dos seus súbdi-
8. A sala do trono é, com toda a sua policromia, a mais
tos;
exuberante: os frescos, os lustres, a talha dourada, os re-
– privou o Parlamento dos mecanismos “de reparação do
posteiros e tapeçarias contribuem para a sua imponência;
a biblioteca, embora mais discreta, recebeu uma decora- mau governo”;
ção rica, patente nas estantes e nos mármores do pavi- – desencadeou uma guerra contra o Parlamento, órgão
mento; já o refeitório espelha a austeridade que deve pre- representativo do povo inglês, causando inúmeras mor-
sidir à vida conventual. tes.
8
Pág. 50 de impostos ou a constituição de um exército, por exemplo.
Ao rei competia o poder executivo, isto é, a aplicação das
DOC. 25
leis. Deste modo, os Ingleses não se encontravam subme-
1. Poderes atribuídos ao Parlamento:
tidos ao poder discricionário do monarca, mas sujeitos às
– alterar e ratificar as leis; leis, que lhes garantiam os seus direitos e liberdades.
– autorizar o “levantamento de dinheiro” (impostos) pelo 3. O Doc. A2 refere expressamente “a hierarquia que se
rei;
desenha da cabana até ao trono”; o facto de o Parla-
– autorizar o recrutamento e manutenção de um exército, mento se dividir em duas câmaras cuja composição se
em tempo de paz.
alicerça na posição social evidencia também a hierarqui-
2. Na prática, o rei vê-se privado de fundos para qualquer zação da sociedade.
atuação que não agrade ao Parlamento e perde o poder
4. Falhas:
de intervir pela força, já que não lhe é possível organizar
um exército sem autorização parlamentar. – o reduzido número de eleitores. Para se ser eleitor era
necessário possuir um rendimento de 40 xelins por ano;
DOC. 26
– a possibilidade de aliciamento dos eleitores com dádivas
1. A liberdade. No seu estado “natural” os homens encon- e outros benefícios, dado que o voto não era secreto.
tram-se “em perfeita liberdade”, podendo dispor livremente
5. John Locke.
da sua pessoa e dos seus bens.
6.
2. Sim. Segundo Locke, quando os governantes exorbi-
tam o seu poder desrespeitando as regras do mandato Aspetos que diferenciam o parlamentarismo inglês das
que lhes foi confiado, perdem o direito de governar. monarquias absolutas:
O poder, que reside no povo, naturalmente livre, regressa – enquanto no sistema parlamentar inglês se afirma que,
então a este, que tem o direito de instituir novos órgãos por força da Natureza, os homens nascem livres e, por
governativos. isso, neles reside originalmente o poder transferido para
o rei, nas monarquias absolutas considera-se que o poder
provém de Deus, que o transmite diretamente ao rei;
Pág. 51 – o rei inglês detém apenas o poder executivo, enquanto
DOC. 27 nas monarquias absolutas o rei detém a totalidade dos
poderes;
1. O sistema inglês consagra o primado da lei, que ocupa
o lugar cimeiro (correspondente ao do rei, nas monar- – na Inglaterra funciona, como órgão de poder, um Parla-
quias absolutas). mento representativo do povo inglês que assume funções
legislativas, entre outras (Doc. A).
– periodicamente, realizam-se na Inglaterra eleições para
Págs. 52-53 escolher os deputados à Câmara dos Comuns (Doc. B).
– o sistema inglês reforça o primado da Lei e os direitos
Dossiê
dos indivíduos, que se encontram, nas monarquias abso-
O sistema parlamentar em Inglaterra
lutas, à mercê da vontade do rei (Doc. C).
1. Afirmações:
Aspetos em que o sistema inglês se aproxima do modelo
– “Ele (o rei) é a alma da constituição” OU “Ele (o rei) é a sociopolítico do Antigo Regime:
alma da constituição, aquele que liberta da tirania da aris-
– mantém-se a monarquia como forma de governo;
tocracia e da anarquia da democracia ”;
– a autoridade real mantém muito do seu prestígio, a ava-
– “Que o rei não atua mal, que o rei nunca morre, que o
trono nunca está vago, são ideias […] que se tornam ne- liar pelo texto de R. Ackermann (Doc. A), pela cerimónia so-
cessárias à existência da nossa Constituição e da nossa lene de abertura do Parlamente pelos monarcas (Doc. A,
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liberdade”. fig. 1), ou pelo símbolo da autoridade real (a maça) que re-
2. No sistema político inglês, a autoridade do monarca en- pousa na mesa da Câmara dos Comuns (Doc. A, fig. 2);
contrava-se limitada pelos amplos poderes do Parlamento. – persiste a sociedade estratificada, em cujo topo se en-
Era o Parlamento que legislava, autorizava o levantamento contra o rei (“[…] da cabana até ai trono” – Doc. A).
9
Fragilidades do sistema parlamentar: escala no Cabo da Boa Esperança; daí dirigiu-se a São
10
Pág. 62 Pág. 65
DOC. 3 DOC. 5
1. Argumentos: 1. A Companhia:
– o dinheiro é essencial para o poderio de um Estado e a – obtém o monopólio do comércio com o Oriente, durante
magnificência do rei; 50 anos;
– reter parte do dinheiro em circulação implica reduzir o – recebe o direito de governar, “para sempre”, os territórios
dinheiro disponível aos demais estados, diminuindo o seu que venha a conquistar no Oriente;
poderio. – usufrui da exploração económica desses mesmo terri-
2. tórios;
O comércio externo: – recebe, na sua área de comércio, poderes de represen-
– permite acumular metal precioso (“aumentar a nossa ri- tação do Estado francês podendo, em nome do rei, decla-
queza e tesouro”), desde que as exportações ultrapassem, rar guerra e negociar tratados de paz;
em valor, as importações; – tem o direito de armar navios e manter um exército, em
– contribui, com a riqueza gerada, para o prestígio do nome do rei de França.
reino e a riqueza do rei; O rei decreta ainda que a participação na Companhia não
– permite aos mercadores exercer a sua “nobre vocação”; afeta a condição nobre dos que nela entrarem.
– cria postos de trabalho;
– forma os marinheiros e financia a guerra.
Págs. 66 e 67
As manufaturas:
DOC. 6
– fazem entrar moeda no reino, já que fornecem mercado-
rias para exportação; 1. O Ato de Navegação determinava que:
– proporcionam trabalho aos que “definham na ociosidade”; – todas as mercadorias oriundas das ilhas britânicas ou
– estimulam o comércio externo e, por essa via, a “navega- de qualquer território sob domínio inglês na “Ásia, Amé-
ção e os portos”; rica e África” fossem transportadas em barcos pertencen-
– aumentam, por via do estímulo à navegação, o número tes a súbditos britânicos;
de embarcações, contribuindo para “a grandeza e o po- – pelo menos três quartos da tripulação dos navios de
derio do Reino”. transporte fosse inglesa, bem como o capitães dos na-
3. A supressão das tarifas alfandegárias sobre as exporta- vios;
ções torna-as mais competitivas no estrangeiro, já que – nenhum estrangeiro poderia exercer o “ofício de mer-
não onera o seu preço; inversamente, as taxas alfandegá- cador ou de transportador” nos territórios ingleses;
rias sobre os produtos importados têm como efeito o au- – as mercadorias importadas só poderiam ser expedidas
mento dos preços, tornando-os mais difíceis de vender diretamente dos portos dos países de origem;
no reino. Em suma, esta política procura fomentar as ex-
– os produtos coloniais só poderiam ser vendidos para os
portações e reduzir o volume de produtos importados.
territórios britânicos.
2. No período considerado, o valor da carga saída dos
Pág. 64
portos ingleses aumentou cerca de 500%. Crescimento
DOC. 4 semelhante se registou na tonelagem dos navios britâni-
cos que, entre 1663-69 e 1749-51 mais do que sextupli-
1. Ofícios, manufaturas.
cou, enquanto a tonelagem das embarcações estrangei-
2. Reduzir as importações.
ras registou apenas um ligeiro aumento – menos de 8%.
3. O rei:
3. O Doc. B evidencia:
– autoriza um estrangeiro a montar a sua manufatura em
– o papel do grande comércio como motor da economia;
França;
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4. Módulo 4 Unidade 2 (2.2.)
2. As colónias: DOC. 10
– estão politicamente submetidas à metrópole, que as 1. Entre 1751 e 1801, a população britânica cresceu quase
deve proteger; 50% (48,6%). O maior crescimento, em termos absolutos,
– não gozam de autonomia económica – a metrópole defi- verificou-se na Inglaterra: passou de 5,8 para 8,7 milhões
nirá, segundo as suas conveniências, as produções da co- de habitantes (+ 2,9 milhões de habitantes), o que corres-
lónia; ponde a um crescimento de 50%; em termos percentuais,
– estão impedidas de comerciar com outros países – não foi, porém, a Irlanda que mais cresceu – passou de 3,2
podem fazer trocas (importar ou exportar) senão com a para 5 milhões de habitantes, o que corresponde a um
metrópole. crescimento de mais de 56%.
3. A disputa por territórios na América do Norte. Pela po- 2. Londres é, nesta data, a maior cidade europeia.
sição geográfica das suas colónias, a França impede a 3. A vitalidade das cidades inglesas está patente:
Inglaterra de, numa faixa contínua, se expandir para o in-
– na diversidade dos grupos sociais, todos eles abasta-
terior. Por sua vez, os territórios ingleses constituem um
dos, que frequentam a praça (texto);
bloqueio no acesso dos Franceses à costa.
– na referência explicita do autor à “bela amostra de
energia e negócios, de saúde e riqueza, de prosperidade
e prazer”;
– no extenso recinto da praça do mercado, que o docu-
mento iconográfico nos revela;
– no animado bulício da mesma praça;
– na imponência dos edifícios que a circundam.
12
Págs. 74 e 75 – novas ruas e praças, ladeadas de edifícios imponentes
(Doc. A);
Dossiê – Londres enquanto capital política, onde se encontram
Londres, a grande metrópole “os diferentes departamentos” do Governo (Doc. A3);
1. Evidências: – habitantes e bulício das ruas (Docs. A3 e B)
– entre 1700 e o início do século XIX, o perímetro urbano – intensa atividade económica (Docs. A3 e B);
de Londres cresceu muito significativamente, tanto na – lazeres e vida cultural (Doc. A3);
margem direita como na margem esquerda do Tamisa
– imponência da Catedral de São Paulo (Doc. C);
(planta da cidade, Doc. A1), de tal forma que “a própria Lon-
– beleza e frequência das novas zonas de passeio, como
dres parece querer deixar a cidade” (Doc. A2);
Ranelagh (Doc. D1);
– áreas anteriormente rurais tornaram-se ruas e praças
– miséria dos bairros mais pobres (Doc. D2).
de nomeada (Bond Street, por exemplo) – “Onde ervilhas,
couves e nabos cresciam antigamente / Estão agora
Bond Street e as praças mais recentes” (Doc. A2); Pág. 76
– a expansão urbana foi muito intensa, como se comprova
DOC. 11
pelos versos transcritos, em que o autor destaca o grande
número de novos edifícios: “Mais altos ou mais baixos os 1. Vantagens:
edifícios são em tal quantidade […]” (Doc. A2). – o transporte mais rápido e fácil intensifica a circulação
2. Londres não só é a capital do reino, a “sede do governo” de mercadorias e dinamiza os mercados interno e ex-
(Doc. A3), de onde lhe vem a sua importância política, como terno – as mercadorias chegam às várias regiões do país
um centro económico muito ativo. A sua população faz dela e aos portos;
“um enorme mercado de consumo” (Doc. A3), suscitando a – o menor custo do transporte torna as mercadorias mais
perplexidade dos visitantes – “de que forma e por que mé- acessíveis à generalidade da população e mais competiti-
todo a abundância é mantida nos mercados e como se for- vas no mercado externo;
necem regularmente os habitantes das coisas que lhes são – os setores produtivos (agricultura, indústria, mineração)
necessárias para viver” (Doc. B). Na cidade realiza-se “uma desenvolvem-se, não só porque facilmente escoam as
quantidade de trocas prodigiosa” (Doc. A3), dedicando-se os suas produções, mas também porque têm acesso fácil
seus habitantes a “inumeráveis ocupações” que “fornecem aos materiais necessários à produção (caso dos adubos,
trabalho a todo o tipo de pessoas” (Doc. B). referidos no texto);
3. “Foi então decidida a construção de uma nova catedral – a especulação diminui ou desaparece, dado o fácil
muito mais imponente do que a antiga”. Na imagem é evi- acesso da população aos bens de consumo.
dente a grandiosidade da catedral.
DOC. 12
4. A descrição de Tobias Smolett e a imagem que Canaletto
fixou da Rotunda dos Jardins de Ranelagh coincidem: 1. “Este átrio está geralmente a barrotar de comerciantes,
capitães dos navios e outros requerentes, de tal forma
– na imponência da construção, a fazer lembrar um palácio;
que é difícil transitar ali.”
– nos candeeiros que a iluminam;
2. A Europa, que tinha em 1700 um peso esmagador
– nos dourados que decoram as paredes;
como destino das exportações britânicas (82%), no fim do
– nos frequentadores, que Canaletto nos mostra bem século XVIII representava apenas cerca de um quinto das
vestidos, aparentando pertencer à elite social descrita no mercadorias exportadas. Em contrapartida, as exporta-
texto. ções para os espaços coloniais (incluindo a América do
5. O título (Contrastes) contrapõe o brilho da alta sociedade Norte pós-independência) mais do que quadruplicaram
londrina, que frequenta os jardins de Ranelagh, à miséria no decurso do século XVIII (de 15% do total para 69%).
dos que, nos bairros pobres, vivem das esmolas e morrem
de fome ou de “doenças que aparecem em consequência
Pág. 78
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– grande extensão da cidade, nas duas margens do Ta- 1. Os Ingleses aproveitaram-se das rivalidades entre os go-
misa (Doc. A); vernantes locais a fim de se apossarem do território: em
13
caso de conflito entre dois príncipes, aliavam-se a uma das Págs. 82
3. No comércio interasiático.
Pág. 83
DOC. 18
Pág. 79
1. A descida de preço explica-se pelos sucessivos aper-
DOC. 14
feiçoamentos da máquina de fiar que aumentaram signifi-
1. Todas as referências ao comércio inglês com a África e cativamente a produtividade OU diminuíram o tempo de
a América, com relevo para o tráfico de escravos, se inse- fiação.
rem nas rotas do comércio triangular. A pujança da indústria algodoeira explica-se pelo preço
2. Açúcar, café, algodão, tabaco, indigo. mais acessível do algodão relativamente à lã, o que o
torna num produto de maior consumo. Releva também a
capacidade de aumento de produção da matéria-prima,
Pág. 80 mais reduzida na lã do que no algodão, que afluía em
grandes quantidades das colónias inglesas.
DOC. 15
1. O Banco:
Pág. 85
– fornece os instrumentos financeiros necessários às ati-
vidades comerciais que se concentram na City; DOC. 20
14
– produzem-se materiais (chapas de ferro fundido, folhas Pág. 89
de Flandres) que “tornam a França tributária da Inglaterra”;
– abunda o carvão de pedra, extraído das minas, que ali-
Analisar… um mapa histórico
menta os altos-fornos. A Grã-Bretanha no fim do século XVIII – transformações
agrícolas e arranque industrial
15
– fruto deste dinamismo, a população converge para os Pág. 92
Pág. 90
DOC. 23 Pág. 93
1. O tabaco: DOC. 26
– era considerado uma planta benéfica para a saúde, 1. Pragmática – lei antissumptuária que define o que cada
capaz de retirar “a fleuma supérflua e os maus humores grupo social pode ou não usar no seu vestuário e no do
do corpo abrindo todos os poros e passagens”; seu séquito.
– era recomendado por “ser usado por tantos homens e Companhia monopolista – companhia geralmente desti-
mulheres de alta posição, assim como por excelentes mé- nada ao comércio à qual era concedido o exclusivo comer-
dicos”; cial de determinadas áreas ou produtos. Estas companhias
– o seu uso tornou-se comum, como nos mostra o Clube detinham, muitas vezes, direitos soberanos nas áreas em
de Fumo, retratado na imagem. que operavam.
2. A imagem mostra escravos negros a trabalharem no
engenho.
Pág. 94
DOC. 27
Pág. 91
1. A expedição procurava capturar nativos para o trabalho
DOC. 24 forçado; inesperadamente, descobriu jazidas de ouro.
1. A afirmação “as nossas mercadorias, por falta de valor, DOC. 28
não têm saca” é reforçada pelo progressivo decréscimo
dos preços dos produtos coloniais, as “mercadorias” a 1. A barra de ouro reproduzida evidencia não só a exis-
que se refere Duarte Ribeiro de Macedo. O açúcar, que tência das “casas de fundir” criadas por D. João V, como a
foi o produto que menos se desvalorizou, perdeu quase gravação das armas, do peso, do toque do ouro – “quila-
dois terços do seu valor, entre 1650 e 1688. O tabaco, tes do seu ouro” – bem como o ano em que foram fundi-
nesta última data, vendia-se a cerca de um quarto do das. Mostra também “outras cautelas”, como a identifica-
preço de 1650, e o preço do cravo-da-índia desceu de ção do ensaiador que certificou a barra.
18 000 para 5000 cruzados, entre 1668 e 1688.
2. A implantação das culturas do tabaco e do açúcar nas
Antilhas, por mão dos Holandeses e outras nações.
16
Págs. 96 e 97 Pág. 98
29
Dossiê DOC.
ETHA11RQM-2 17
– a descoberta de minas de ouro no Brasil. As remessas “Os grandes subsídios dados pelo Governo, para a introdu-
Pág. 108
Págs. 102 e 103
DOC. 1
DOC. 32
1. Na capacidade de pensar. É o pensamento racional, a
1.
perceção e compreensão do mundo que elevam o
– O Doc. A alude, repetidamente, à importância do comér- Homem acima das demais criaturas da Natureza e do
cio: “considerando de quanta utilidade e importância é próprio Universo.
para o bem comum de todos os seus domínios animar e
2. No século XVII, os autores antigos continuavam a ser
proteger o comércio de seus bons e leais vassalos”; “faci-
encarados como “autoridades” nos mais variados assun-
litar os meios de conservar e aumentar o mesmo comér-
tos. Pascal afirma que basta um texto de um único desses
cio.”; “[…] tão importante objetivo”.
autores “para destruir as mais sólidas argumentações”.
– Institui-se um organismo coordenador da atividade co-
3. No raciocínio e na experimentação.
mercial – a Junta do Comércio (Doc. A).
– Criam-se companhias monopolistas (Doc. B). DOC. 2
18
Pág. 109 Ano: 1610 (descoberta das luas de Júpiter) – relaciona-se
com o nome dado à sonda (Galileu) enviada a Júpiter
DOC. 3
(1995).
1. Na experimentação, conduzida segundo um método ri- 2. A publicação foi acolhida com estupefação, provocando
goroso. entusiasmo e alvoroço (“Tomo a liberdade de contar estas
2. Descartes propõe-se duvidar de todo o conhecimento coisas a Vossa Senhoria uma vez que, aqui, se fala delas
até ter demonstrado, com certeza, a sua veracidade. por todo o lado”). O livro de Galileu destruía uma séria de
ideia feitas sobre o Universo: “De modo que, em primeiro
Pág. 110 lugar, derrubou toda a antiga astronomia”.
3. As conclusões de Galileu foram refutadas com argu-
DOC. 4
mentos religiosos, com excertos retirados da Bíblia.
1. Harvey tem consciência de que as suas descobertas
4. Afirmação: “empenharam-se a negar e a condenar as
contradizem os autores antigos e as convicções dos seus
coisas novas que, se se dessem ao trabalho de ver por
pares.
eles próprios, os próprios sentidos lhes demonstrariam.”
DOC. 5 5. Galileu é acusado de heresia pelo facto de afirmar que
1. “[…] antes de ter realizado todas as experiências que aqui é o Sol, e não a Terra, que se encontra fixo “no centro do
descrevo e que me satisfizeram completamente sobre as Mundo”. Esta afirmação contradizia a interpretação que, à
Leis da refração e a composição das cores”. data, se fazia de algumas passagens bíblicas.
6. Trata-se de mais um verso pelo de ironia, em que Antó-
nio Gedeão contrapõe a inteligência dos homens co-
Págs. 112 e 113
muns, que não põem em causa a perceção dos sentidos,
DOC. 6 à genialidade de Galileu.
1. Instituições: 7. Ao movimento de translação da Terra, provado por Gali-
– academias científicas; leu.
– “Parecia aos mais sábios uma temeridade imaginar se- – abalou a comunidade científica da época com desco-
quer que poderíamos conhecer que leis regem a movimen- bertas que contradiziam o saber estabelecido, o que fez
tação dos corpos celestes e a forma como atua a luz”; progredir as ciências (Docs. B, C e D);
– “A circulação do sangue nos animais e da seiva nas – enfrentou, já idoso, um processo por heresia, em resul-
plantas mudou a nossa conceção da Natureza.”; tado das suas observações. Este processo tornou-se o
símbolo do avanço imparável da ciência, mesmo em con-
– “o que Newton descobriu sobre a luz é digno de tudo o
dições adversas (Doc. E);
que a curiosidade humana podia esperar de mais ousado”.
– o seu contributo científico e a sua tenacidade foram ra-
3. O caderno em que regista o seu trabalho; o compasso;
pidamente reconhecidos, tendo-lhe sido prestadas nu-
a esfera armilar, que se vislumbra do lado direito.
merosas homenagens, entre o século XVIII e os nossos
dias (Docs. A e F).
Págs. 114 a 116
Dossiê
ETHA11RQM @ Porto Editora
19
Módulo 4 Unidade 3 (3.2.) Pág. 121
Argumentos:
Pág. 117
– não se tendo provado a acusação, a tortura pode ser
7
DOC.
infligida a um inocente, que assim se castiga por um de-
1. Segundo Kant, as Luzes (ou o Iluminismo) representam lito que não cometeu;
a emancipação do Homem. Até então sujeito a ideias que – caso se prove a culpa do acusado, este deverá ser pu-
lhe são impostas e sem coragem para se libertar da tutela nido apenas com o castigo que a lei prescreve;
que as autoridades lhe impõem, o Homem das Luzes fará – a tortura, pela dor que inflige, pode dar origem a confis-
uso da Razão de que a Natureza o dotou, reivindicando sões falsas, pelo que não é um meio de interrogatório fiável.
liberdade de pensamento.
Pág. 122
Pág. 118
DOC. 11
DOC. 8
1. Os salões literários eram locais de reunião frequente da
1. A igualdade natural é a partilha, por todos os homens, elite intelectual da época. Para além do convívio mun-
da mesma natureza (humana). Assim, nenhum homem é, dano, neles se liam obras dos autores mais destacados
por natureza, superior a outro, pelo que todos nascem da época e se debatiam as questões filosóficas. Relata o
iguais e livres. autor do Doc. A: “é aí que se disserta, que o espírito desa-
2. O objetivo é a vida em sociedade, estabelecendo leis brocha; […] aqui endeusa-se Fontenelle, ali Montesquieu,
que protejam os mais fracos, assegurando-lhes os direi- acolá Voltaire”.
tos e garantindo-lhes a posse dos seus bens. 2. Evidências:
3. A perda da legitimidade. Quando um governo não cum- – nos cafés, de que são exemplo os cafés londrinos, reu-
pre “o pacto” que presidiu à sua constituição, a sua autori- niam-se literatos e cientistas; neles se debatiam as notícias
dade torna-se ilegítima e a soberania regressa ao povo. do país e do estrangeiro (“A poesia, para o Will’s Coffee-
4. A separação de poderes evita o abuso de poder, já que -house. As questões que dizem respeito ao conhecimento
equilibra a autoridade de várias pessoas ou órgãos. Deste pertencem ao Graecian. Para notícias do país e do estran-
modo, quando um órgão de poder exorbita a sua autori- geiro temos o St. James’s Coffee-house”);
dade, outro órgão o trava: “Para que não se possa abu- – Joseph Addison refere expressamente que lhe cabe o
sar do poder, é preciso que […] o poder faça parar o mérito de ter levado a poesia para os cafés;
poder”. – Ainda em pleno século XVIII, numa gravura de homena-
gem ao célebre café parisiense Procópio, os autores expli-
citam que foi neste recinto que nasceu “a nova Filosofia”.
Pág. 120
DOC. 9
Pág. 123
1. Classifica-a de assassínio: “O assassinato de Jean
12
Calas, cometido em Toulouse, com o gládio da Justiça”.
DOC.
20
2. Contribuirá para “as luzes gerais que se espalharam – organiza-se sob a forma de um dicionário, a fim de facili-
pela sociedade”, isto é, para fomentar o conhecimento e tar a consulta (Docs. A, B e D);
cultivar os espíritos: – foi editada progressivamente, ao longo de mais de vinte
– impulsionará a ciência (“[…] bem como o germe da ciência”); anos (Doc. A).
– proporcionará materiais de estudo “sobre todos os as- Ideias veiculadas (tópicos de resposta):
suntos”, tanto aos autodidatas como aos professores; A Enciclopédia veicula as ideias inerentes ao Iluminismo,
– permitirá uma panorâmica geral dos progressos do co- nomeadamente:
nhecimento humano em todos os domínios. – a crença no valor da Razão, capaz de iluminar a socie-
3. A Enciclopédia propunha-se reunir os conhecimentos da dade no seu caminho rumo ao progresso (Doc. B);
época, “uma obra que possa ser consultada sobre todos os – o valor do conhecimento e da ciência (Doc. B);
assuntos”, nas palavras de Diderot (Doc. B). Abordava temá- – a igualdade entre os homens – igualdade natural (Doc. D);
ticas tão diversas como os métodos de fabrico (está docu-
– a separação dos poderes do Estado (Doc. D);
mentado nas gravuras do Doc. C o fabrico de lentes e de
– a condenação da superstição e do fanatismo religioso
papel) e conceitos de índole filosófica, como os transcritos
(Doc. D).
no Doc. D.
Impacto nos espíritos da época (tópicos de resposta):
4. Ao Iluminismo. Os três artigos veiculam ideias basilares
da filosofia iluminista, como a tolerância religiosa, que – a Enciclopédia foi amplamente lida e comentada pela
condena a violência que advém do fanatismo, a igual- sociedade culta da época (Doc. E1 e 2);
dade (natural) entre os homens, patente na condenação – foi bem acolhida por muitos, incluindo personalidades
dos impostos desajustados aos rendimentos de cada um, ligadas ao poder (Doc. E1);
e a limitação do poder real através da separação dos po- – suscitou o repúdio dos meios intelectuais mais conserva-
deres do Estado – “a monarquia limitada hereditária pa- dores, tendo sido mesmo alvo da repressão das autorida-
rece ser a melhor forma de monarquia”. des, que queimaram, simbolicamente, os seus volumes
5. A de uma mulher sofisticada e culta, conhecedora das (Doc. E3);
obras mais emblemáticas do seu tempo. – dada a variedade dos temas e a vastidão da obra, contri-
6. As opiniões extremaram-se em virtude das fortes rea- buiu para a difusão do pensamento das Luzes (Docs. A, B,
ções (a favor ou contra) suscitadas pela Enciclopédia. Na D e E).
famosos do Iluminismo (Introdução e Doc. A); convergir para a igualdade”; “Uma constituição que esta-
– procura compilar o conhecimento da época (científico, belece a igualdade política jamais será duradoura e pací-
técnico, filosófico) através de texto e de ilustrações (Docs. B, fica se a misturarmos com instituições que mantêm pre-
C e D); conceitos favoráveis à desigualdade”.
21
5. ministrada em comum e confiada a um mesmo mestre
Tipo de ensino a ser Virado para a prática e Ensino igual para os dois Pág. 128
ministrado às mulheres para o concreto sexos
DOC. 13
radica em fatores como a “severidade religiosa”, “a avareza 1. Frederico II advoga o “fortalecimento e a ampliação” do
e o orgulho”. poder do governo, o mesmo é dizer, do soberano, já que
– [Capacidades da mulher] Rousseau distingue as capaci- o sistema que conduz ao bom governo “só pode brotar
dades cognitivas dos dois sexos. Na sua opinião, a natu- de uma única mente”.
reza feminina não se coaduna com o pensamento abstrato 2. O apreço de Frederico II pelas Luzes está patente:
(“A pesquisa de verdades abstratas e especulativas, de – na ideia de que o governo tem por fim assegurar o pro-
princípios e axiomas científicos, tudo o que tende a gene- gresso e a felicidade dos governados, através de leis sá-
ralizar ideias não é do domínio das mulheres”; “a mulher bias e do fomento das atividades económicas (“a pre-
observa, o homem raciocina”); já Condorcet afirma que a guiça, o hedonismo e a estupidez são causas que
mulher tem as mesmas capacidades do homem, argumen- desviam os soberanos da nobre missão de trazerem feli-
tando com o exemplo de “várias mulheres que ocuparam
cidade aos seus súbditos – Doc. A; “Estive na Prússia para
cátedras nas mais célebres universidades de Itália e cum-
abolir a servidão, reformar leis bárbaras” (Doc. B); “Mandei
priram com êxito as funções de professoras nos mais ele-
rasgar grandes caminhos nas montanhas para facilitar o
vados ramos da ciência”;
comércio e restaurar duas aldeias incendiadas” (Doc. B);
– [Direitos da mulher] Rousseau afirma com clareza que
– no apreço que demonstra por Voltaire, que convida
a mulher está submetida ao homem (“ […] o espírito dos
para o seu palácio (Doc. C) e de quem se confessa admira-
homens aos quais está submetida, quer pela força da lei
dor (“Mandei rasgar grandes caminhos nas montanhas
quer pelo costume”), pelo que os direitos dos dois sexos
para facilitar o comércio e restaurar duas aldeias incen-
não são iguais; Condorcet argumenta em sentido contrá-
diadas”);
rio, afirmando que “as mulheres têm os mesmos direitos
– na designação de “filósofo”, que a si mesmo atribui (“[…]
que os homens” e que “nas instituições de uma nação
não esqueça o filósofo de Sanssouci” – Doc. B).
livre, tudo deve convergir para a igualdade”;
– [Tipo de ensino] Rousseau é de opinião que homens e
mulheres “não devem ter a mesma educação”. Considera Pág. 130
que as mulheres “devem aprender muitas coisas, mas so-
DOC. 16
mente as que lhe convém saber”. Inversamente, Condor-
cet advoga igual educação para homens e mulheres (“[As 1. O rei é protegido pela Sagrada Família (a Virgem, o Me-
mulheres] têm pois o direito aos mesmos meios para ad- nino e São José), que do céu observam o atentado, e
quirir as Luzes”), não distinguindo os dois sexos nem pelos anjos. A imagem enfatiza a proteção divina de que
mesmo quanto aos professores: “A instrução deve ser o rei goza e diaboliza os que atentam contra a sua vida.
22
2. Os supostos regicidas são membros da mais alta no- – praças de planta regular, com destaque para a grande
breza, mas nem isso impede que sejam declarados apá- praça que se abre para o Tejo.
tridas (Doc. B) e condenados a uma morte violenta e igno- 2. A gaiola tinha por objetivo evitar o desmoronamento
miniosa (Doc. C). A violência do castigo ofende os preceitos dos prédios, em caso de novo sismo.
iluministas, que condenavam a tortura dos acusados. 3. As medidas económicas tomadas pelo Marquês Pombal,
de cariz mercantilista, valorizaram o grande comércio como
Pág. 131 motor do enriquecimento e da prosperidade dos estados.
DOC. 17 Daí que não seja de estranhar o nome dado à grande praça
da capital.
1. Os jesuítas:
– desviaram-se “do seu santo estatuto”, incorrendo em Pág. 136
“abomináveis vícios”;
DOC. 20
– traíram o rei, contra o qual se rebelaram;
– conspiraram contra a paz pública e o bem comum do 1. Com uma educação adequada, os nobres portugueses
reino. aprenderiam:
2. A coroa simboliza o poder temporal, isto é, o poder dos – a moderar, desde cedo, a sua impetuosidade (“Que es-
monarcas; a mitra, o poder religioso, neste caso a Igreja colas temos no Reino onde a Fidalguia, na primeira idade,
Católica. O globo remete para a vastidão geográfica da possa aprender a moderar as suas paixões?”);
“conspiração” dos jesuítas. – a reconhecer os verdadeiros meios de engrandeci-
mento da pátria (“ama a sua pátria aquele que podendo
Págs. 132 e 133 comprar um vestido de pano de Inglaterra o manda fazer
de pano da Covilhã”);
DOC. 18
– a “refletir maduramente”, abandonando a vida fútil e sem
1. Aspetos salientados pelos dois relatos: sentido que encadeia “divertimentos, caças, jogos, danças,
– a cidade em ruínas; bailes”.
– a eclosão de incêndios; 2. Os Filósofos antigos chegaram às suas conclusões
– o palácio real arrasado. “por via da conjetura”, enquanto os “filósofos modernos”
2. Para a Igreja Patriarcal de Lisboa. O Papa agraciou usam o método experimental, “o único para descobrir a
D. João V com o instituição do Patriarcado de Lisboa verdade”, socorrendo-se de “máquinas” que permitem
(págs. 42-43). uma observação rigorosa dos fenómenos.
3. O padre Malagrida exclui as causas naturais como razão DOC. 21
do terramoto, atribuindo-o ao castigo de Deus, fruto dos
1. A reforma:
“intoleráveis pecados” cometidos. Inversamente, Ribeiro
– tinha “uma amplitude nacional”, pretendendo dotar todas
Sanches considera que os terramotos não decorrem da ira
as cidades e vilas do Continente de postos de ensino;
divina, acreditando que, uma vez conhecidas as suas cau-
sas, eles deixarão de ser vistos como um castigo do céu, – estendia-se também às possessões portuguesas de
para serem encarados como os fenómenos naturais que além-mar;
realmente são. – contemplava diversos saberes, das primeiras letras ao
4. A imagem mostra uma forca, de onde pendem vários estudo da retórica, como está patente no quadro.
cadáveres e para onde outros presos estão a ser condu-
zidos (“Muitos foram os que padeceram a última pena, Pág. 137
morrendo suspensos em diversos patíbulos”).
DOC. 22
DOC. 19
Comprovam-no:
1. Características do projeto aprovado: – o teatro anatómico e a dissecação de cadáveres previs-
– ruas largas, que se entrecruzam em ângulos retos; tos para o curso de Medicina;
– quarteirões perfeitamente alinhados e simétricos; – a valorização da Matemática como chave das ciências;
23
– a referência explícita à “Física experimental”, aos “fac- Pág. 14
1. Órgãos:
– Congresso, composto pelo Senado e pela Câmara dos
Representantes (poder legislativo);
Módulo 5 Unidade 1 (1.1.) – Presidente e vice-presidente (poder executivo);
– Tribunal Supremo (poder judicial).
Pág. 12
DOC. 1
Págs. 16 e 17
1. John Adams não reconhece autoridade ao Parlamento
britânico para cobrar impostos nas colónias inglesas da Dossiê
América do Norte. Portugueses na jovem nação americana
2. No dia 16 de dezembro de 1773, no porto de Boston, 1. Razões:
um grupo de colonos disfarçados de índios lançou ao mar
– alistamento no Exército Continental (Docs. A e B);
a carga de chá transportada por navios ingleses. Este epi-
sódio ficou conhecido por Boston Tea Party. – participação em batalhas decisivas, como as de Guilford
e de Camden (Docs. A, B e C);
3. Ideais iluministas presentes na Declaração de Inde-
pendência: – coragem revelada durante a guerra, com consequências
físicas visíveis (Docs. A e B);
– Igualdade natural (“que todos os Homens nascem
iguais”); – reconhecimento de George Washington (Docs. B e C);
– liberdade (“direitos inalienáveis, entre os quais […] a Li- – serviços prestados ao país, mesmo após a Guerra da
berdade”); Independência (Doc. B).
24
cumprimento, ele pega na mão, pergunta pela saúde”; “à Módulo 5 Unidade 1 (1.2.)
saída não se lhe fez outro cumprimento que uma vénia com
a cabeça a que ele correspondeu igualmente.”;
– a ausência de um código de etiqueta: “estão todos con- Pág. 18
fundidos sem ordem ou arranjamento de etiqueta”; “à ex-
DOC. 4
ceção dos ministros estrangeiros, todo o resto respirava
muito pouca civilização e maneiras polidas”; 1. Evidências:
– vestuário e comportamentos informais: “Os senadores – a miséria do Terceiro Estado, com destaque para os
e pessoas mais classificadas vinham uns de botas, outros camponeses sobrecarregados com pesadas cargas tribu-
sem pós no cabelo, casacos velhos quase todos, vieram a tárias (Doc. 4A);
pé a maior parte”. – elevadas despesas do Estado, nomeadamente civis, mi-
3. Revolução Francesa. litares e diplomáticas, e a dívida pública (Doc. 4B);
4. Com tal afirmação, o Abade Correia da Serra pretende – receitas mais baixas do que as despesas, o que se tra-
demonstrar a forte ligação aos meios políticos e científicos duz num défice orçamental (Doc. 4B);
norte-americanos resultante da sua estadia naquele país, – os baixos salários dos trabalhadores das manufaturas
entre 1812 e 1820, e que, mesmo regressando à Europa, (Doc. 4C).
continuaria a acompanhar com interesse a evolução da- 2. Razões:
quela jovem nação.
– procurar soluções para a crise económico-financeira
5. Tópicos de resposta (o professor deve aceitar outros em que a França se encontrava: “Temos necessidade da
tópicos que o aluno julgue pertinente desenvolver, desde colaboração dos nossos fiéis súbditos para nos ajudarem
que cientificamente corretos): a superar todas as dificuldades em que nos achamos, re-
– participação de Pedro Francisco em batalhas decisivas lativamente ao estado de nossas finanças”; “estabelecer,
para a derrota inglesa na América do Norte, como a de segundo os nossos desejos, uma ordem constante e in-
Guilford (Docs. A e B) e a de Camden (Doc. C) OU como tes- variável em todas as partes do governo que interessam à
temunha da rendição dos ingleses na batalha de York- felicidade dos nossos súditos e à prosperidade do nosso
town (Doc. B); reino”; “seja achado, o mais rapidamente possível, um re-
– Pedro Francisco desempenhou, após a guerra, o cargo médio eficaz para os males do Estado”;
de Sargento de Armas da Casa dos Delegados da Virgí- – aconselhar-se junto dos representantes de cada ordem
nia, continuando a defender os ideais de liberdade e social: “tanto para nos aconselharem e nos assistirem em
igualdade (Doc. B); todas as coisas que analisaremos”;
– reconhecimento das qualidades de Pedro Francisco – conhecer as queixas de cada grupo social: “para nos
por personalidades da época como George Washington fazer conhecer os desejos e queixas do nosso Povo”;
(Docs. B e C) OU através de diferentes homenagens nos – travar o ambiente de contestação social: “que os abu-
EUA: Dia de Peter Francisco (Doc. B), selos comemorativos sos de toda espécie sejam reformados e prevenidos”.
e monumentos (Doc. C);
– contactos entre os nossos diplomatas e os presidentes
norte-americanos: Hipólito José da Costa com John Pág. 20
Adams (Doc. D) e o Abade Correia da Serra com Thomas
DOC. 5
Jefferson (Doc. E);
– contacto direto com a conjuntura política, económica, 1. O autor do texto toma o partido do Marquês de Lau-
social e cultural americana, como se pode perceber pelo nay, o governador da Bastilha, ao afirmar: “Este infeliz
vívido relato de Hipólito José da Costa do seu encontro governador foi bem castigado pela sua imprudência”
com o presidente John Adams (Doc. D); OU “A tal se resume a tomada da Bastilha, tão cele-
brada pela multidão parisiense. Pouco risco e muitas
– relação de profunda amizade entre o Abade Correia da
atrocidades da sua parte, e uma pesada imprudência
Serra e Thomas Jefferson bem visível na intensa corres-
ETHA11RQM @ Porto Editora
da parte de M. de Launay”.
pondência que trocaram e nas visitas regulares do diplo-
mata português a Monticello (Doc. E).
25
Pág. 21 Págs. 22
multidão que ostenta em piques duas cabeças e um edifí- 1. O principal objetivo da Festa da Federação foi promo-
cio em fase de destruição; esta cena retrata a Tomada da ver a união nacional, bem patente no número de partici-
Bastilha, a 14 de julho de 1789; estabelece-se, assim, uma pantes (100 000 oriundos de toda a França) e na pre-
relação deste plano com o primeiro, pois foi nesta forta- sença dos mais altos representantes da Nação: o rei e os
leza-prisão que o povo parisiense, liderado pela burgue- deputados.
sia, procurou as armas necessárias à prossecução da re-
2.
volução.
– soberania nacional – “Nação: 28 milhões de habitantes”
(a nação como fonte do poder político);
– sufrágio censitário – “cidadãos ativos” (restrição do
voto aos cidadãos que pagavam um determinado im-
posto); “cidadãos passivos” (não pagavam imposto);
26
– sistema representativo – “745 deputados” (políticos – Vergniaud declara-se um apoiante da revolução, contra-
eleitos como representantes da nação). pondo às acusações de Robespierre os excessos dos mon-
tanheses, os quais considera responsáveis pelos atos de
Pág. 26 “assassínio” e “pilhagem”.
DOC. 9
Pág. 29
1. Luís XVI demonstrou uma posição ambígua relativa-
mente à monarquia constitucional: se, por um lado, jurou DOC. 12
1. c) República.
Pág. 27
2. b) o julgamento de Luís XVI.
DOC. 10
3. “Disseram que aqueles que, a 10 de agosto, tivessem
1. De acordo com o manifesto do duque de Brunswick, imolado Luís XVI teriam praticado uma ação virtuosa.”
qualquer ameaça sobre a família real, na sequência de 4. b); d); c); a).
um assalto ao Palácio das Tulherias, conduziria à ocupa- 5.
ção de Paris por parte das tropas austríacas e prussianas
e a consequente punição dos revoltosos. Robespierre Desèze
Aspetos
(Doc. A) (Doc. B)
DOC. 11
Constituição As leis da natureza Defesa do “governo
sobrepõem-se à Constituição. monárquico”, da
1. O Decreto de 10 de agosto de 1792 concretiza as se-
“separação de poderes”
guintes aspirações dos parisienses que invadiram o Palá- e da “inviolabilidade” do
rei consagrados na
cio das Tulherias:
Constituição de 1791.
– constituição de uma nova Assembleia Nacional Consti-
tuinte, a Convenção (“O povo francês é convidado a for- Inviolabilidade O rei deve ser imediatamente Convicção de que o rei
do rei condenado à morte, visto que não pode ser julgado
mar uma Convenção nacional”); foi deposto por uma como um cidadão, dada a
insurreição popular. inviolabilidade da sua
– suspensão do rei pela Assembleia Legislativa (“O chefe
A “salvação do povo” pessoa. Caso o seja, tem
do poder executivo é provisoriamente suspenso das suas sobrepõe-se, assim, ao direito a um julgamento
princípio da inviolabilidade justo.
funções”).
do rei.
ETHA11RQM @ Porto Editora
2. Acusações:
– Robespierre acusa os “moderados”, nomeadamente os 6. Tópicos de resposta:
girondinos, de conspirarem com vista à restauração da – [caracterização do rei] enquanto no Doc. A – perspetiva
monarquia constitucional; de Robespierre – o rei é caracterizado como traidor e
27
conspirador (“Luís denunciava o povo francês como re- – apresentação de petições à Convenção – as lavadeiras
Pág. 32 Págs. 36 a 39
DOC. 13
Dossiê
1. Formas:
A Revolução no feminino
– vestuário e acessórios que os distinguiam dos grupos
1. Semelhanças:
privilegiados, como por exemplo a calça comprida (Doc. A);
– proximidade da rainha Maria Antonieta;
– manifestações cívicas de apoio aos ideais revolucioná-
rios, de que é exemplo a dança em volta da árvore da li- – partida para o exílio com o eclodir da Revolução Fran-
berdade (Doc. A); cesa.
28
3. Théroigne de Méricourt e Claire Lacombe intervêm no Gogel, relatam o entusiamo inicial dos povos submetidos
processo revolucionário através dos seus discursos nos relativamente aos invasores franceses (“7/8 da nação esta-
clubes e nas tribunas das assembleias, mas também pela vam contentes com a entrada dos franceses” – Doc. B),
força das armas (“Generosas cidadãs, armemo-nos” – vendo neles os difusores dos ideais de liberdade e igual-
Doc. C) e pela instigação à reação contra as fações mais dade (“Quem não sentiu o seu coração bater mais acele-
conservadoras (“Nascida […] com o ódio aos tiranos, fica- rado mal surgiram no céu os primeiros raios do novo sol,
rei feliz de contribuir para a sua destruição.” – Doc. D). logo que se ouviu falar dos direitos comuns a todos os ho-
4. Luís XVI. mens, da liberdade […] e da […] igualdade?” – Doc. A). No
5. Aspetos: entanto, numa segunda fase, Goethe realça o desânimo
dos seus conterrâneos com os abusos e prepotência dos
– defesa de direitos iguais para homens e mulheres (art. 1.º);
invasores (“a dor e a raiva tomaram conta das almas […] e
– contributo das mulheres para a elaboração das leis, atra-
todos passaram a alimentar uma só ideia […], vingar-se de
vés do exercício de cargos políticos ou do direito ao voto
todas as injúrias e da amarga perda de esperança”), senti-
(art. 6.º);
mento que Gogel também exprime na seguinte passagem:
– igualdade de acesso a cargos e empregos (art. 13.º). “Em poucos dias, […] começou-se a odiar e a olhar como
6. Terror OU Convenção. opressores os Franceses que, pouco tempo antes, tinham
7. Charlotte Corday alega que a morte de Marat, para ela sido celebrados como libertadores”.
o principal instigador das divisões entre os franceses, tra- DOC. 17
varia o clima de guerra civil que grassava no país.
1. Laços de parentesco entre Napoleão e os reis repre-
8. Tópicos de resposta (o professor deve aceitar outros
sentados no mapa:
tópicos que o aluno julgue pertinente desenvolver, desde
que cientificamente corretos): – José Bonaparte – irmão mais velho (1768-1844);
DOC. 16
29
Pág. 42 Pág. 49
1. 1. Consequências:
Excerto: – fuga da família real para o Brasil, na sequência da pri-
– “De Milão a Budapeste, de Veneza a Berlim, de Roma a meira invasão francesa, salvaguardando a independência
Poznan, escorreu a lava revolucionária.” do Estado português: “o exército francês [chefiado por
Razão: Junot] já estava em Vila Franca e S. A. embarcava no cais
de Belém […], na sua longa viagem para o Brasil”;
– Mazzini atribui esse fracasso à “falta de organização”.
– descontentamento dos súbditos (OU sentimento de or-
fandade), com a permanência da família real no Brasil:
Pág. 43 “Por tudo tem passado este desgraçado país!”;
– hostilidade “contra os franceses”, surgindo “movimen-
Analisar… um mapa histórico
tos revolucionários nas províncias” OU “reação contra os
A emancipação da América latina
franceses”, refletida nas “manifestações a favor da dinas-
1. c) no 1.º quartel do século XIX. tia de Bragança e da nacionalidade”;
2. b); d); a); c). – mobilização do país contra os franceses, com o apoio
3. Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina dos ingleses: “Os nossos aliados ingleses, aproveitando
e Chile. os movimentos populares, desembarcaram em força con-
4. Tópicos de resposta: siderável”; “Assinou-se uma convenção em Sintra, tendo
– a influência da revolução americana nos movimentos cessado as hostilidades, comprometendo-se os france-
independentistas da América Latina; ses a abandonar Portugal”; “Pela segunda vez veio a Por-
tugal Sir Wellesley, comandante em chefe das forças bri-
– as revoluções liberais em Espanha e Portugal, no con-
tânicas e portuguesas, trazendo consigo o marechal
texto da primeira vaga do surto revolucionário da Europa
Beresford para tomar o comando do exército português”;
pós-Congresso de Viena, estiveram na origem da liberta-
ção das respetivas colónias americanas; – exercício do poder autoritário por Beresford, desrespei-
tando a soberania portuguesa OU quebra de prestígio do
– na década de 20 do século XIX, já quase toda a Amé-
exército nacional, no contexto do domínio britânico (“Pela
rica espanhola tinha rompido os laços com a metrópole;
segunda vez veio a Portugal Sir Wellesley, comandante em
– o Brasil torna-se independente de Portugal em 1822.
chefe das forças britânicas e portuguesas, trazendo con-
sigo o marechal Beresford para tomar o comando do exér-
cito português”).
30
7. Tópicos de resposta: Pág. 53
– impacto demográfico das invasões devido ao elevado DOC. 5
número de perdas militares e civis;
1. A visão otimista de D. Rodrigo de Sousa Coutinho de que
– desorganização económica decorrente do rasto de
o tratado punha “a navegação portuguesa em perfeita
destruição deixado pelos confrontos entre os invasores
igualdade com a inglesa” acabou por ser contrariada pela
franceses e o exército anglo-português;
balança de trocas comerciais entre Portugal e o Reino
– liderança do exército anglo-português por oficiais britâ-
Unido, sendo que entre 1811 e 1820 as perdas portuguesas
nicos OU quebra de prestígio do exército nacional, no
registam valores históricos (é o caso do quinquénio 1811
contexto da presença britânica;
‑1815, com um saldo negativo para Portugal de 2200 libras
– difusão das ideias liberais OU dos princípios da Revolu- esterlinas).
ção Francesa devido à presença de soldados franceses
no território português.
Pág. 54
6
Pág. 52
DOC.
1. Beresford.
DOC. 3
2. Objetivos:
1. Nascido em Viena de Áustria, a 27 de janeiro de 1757,
– acompanhar os desenvolvimentos da revolução liberal
foi um estrangeirado culto consagrado à carreira das
na “vizinha Espanha”;
armas. Falava várias línguas, desenhava, pintava e escre-
via. Não casou nem se lhe conhecem filhos. Matilde de – realizar reuniões mensais, no Porto;
Mello terá sido a sua companheira até ao fim da vida. Du- – liderar um futuro movimento revolucionário;
rante o domínio de Junot, integrou a “Legião Portuguesa” – manter “a fidelidade à dinastia da Casa de Bragança”.
que combateu ao serviço de Napoleão, mas, ao contrário 3. Conspiração contra a regência e as autoridades britâni-
de outros oficiais afrancesados, recusou-se a tomar parte cas que resultou no processo que conduziu à execução
nas expedições contra Portugal. Esta atitude permitiu-lhe de Gomes Freire de Andrade e de mais 11 oficiais do exér-
a reabilitação quando regressou ao país, em 1815. Maçon cito.
desde 1790, ainda em Viena, foi um dos fundadores da 4. Os regentes temiam que a revolução liberal espanhola
Maçonaria portuguesa, estando na origem da criação do de 1820 e a consequente restauração da Constituição de
Grande Oriente Lusitano, onde será Grão-Mestre de 1815 1812 (Doc. C) pudessem servir de motivação aos “encobertos
a 1817. Acusado de conspirar contra a regência e as auto- revolucionários” (Doc. D) que, em Portugal, desejavam a ins-
ridades britânicas, foi preso e condenado à morte, em tauração de um regime liberal.
1817. Posteriormente, foi, com os outros réus, absolvido
pelas Cortes Constituintes.
Pág. 55
DOC. 4
DOC. 7
1. O comércio com o Brasil era muito superior ao comér-
cio com o resto das possessões coloniais portuguesas da 1. “Era a este tempo que, do Campo de Santo Ovídio, des-
época. No caso do porto de Lisboa, para o período apre- filava na maior ordem e com não comparável alegria o
sentado no quadro, a percentagem de produtos prove- Regimento n.º 18 de Infantaria de Linha […].”
nientes do Brasil representa entre 94 e 100% do total de 2. Monarquia constitucional.
mercadorias aí desembarcadas.
2. Disposições:
– permissão da entrada, no Brasil, de produtos transpor-
tados por navios estrangeiros;
– autorização da exportação por comerciantes estrangei-
ETHA11RQM @ Porto Editora
31
Módulo 5 Unidade 2 (2.2.) Pág. 58
Razão:
– a governação da regência OU a ingerência inglesa na Pág. 59
governação de Portugal (“uma administração inconside-
DOC. 11
rada, cheia de erros e de vícios”);
– a permanência de D. João VI no Brasil (“Para cúmulo de 1. Com este manifesto, a Junta Provisional do Governo Su-
desventura deixou de viver entre nós o nosso adorável premo do Reino pretenderia legitimar a revolução liberal
soberano”). portuguesa perante os governos e a opinião pública es-
trangeiros, salientando o seu carácter ordeiro e pacífico
Objetivos:
(“sem derramar uma só gota de sangue”). No contexto da
– convocar Cortes (“Imitando nossos maiores, convoque-
restauração monárquica pós-Congresso de Viena, procu-
mos as Cortes”);
rava-se, assim, evitar uma reação contrarrevolucionária dos
– preservar a autoridade régia (“A mudança que fazemos “grandes e poderosos monarcas” europeus.
não ataca as partes estáveis da monarquia” OU “uma
Constituição que segure solidamente os direitos da mo-
narquia”); Pág. 60
– manter o respeito pela religião católica (“A religião santa DOC. 12
de nossos pais ganhará mais brilhante esplendor”);
1. “[…] o coronel Galvão Mexia […] disse que bem sabia ele
– garantir o direito à propriedade (“As leis do Reino […]
há muito que o Exército era sacrificado aos bacharéis e
segurarão a propriedade individual”);
desembargadores; pois se via das instruções que estes
– instaurar uma monarquia constitucional (“haveis de es- eram favorecidos e preferidos nas eleições de deputados
tabelecer outra forma de governo”); em dano e com exclusão dos militares […].”
– elaborar uma Constituição (“empregaremos todas as
DOC. 13
nossas forças para [elaborar] uma Constituição”).
1. Burguesia.
Pág. 57
Pág. 61
DOC. 9
DOC. 14
1.
1. “Chegou por fim o dia venturoso que os portugueses
Argumentos:
tão ansiosamente desejavam […]; dia para sempre glo-
– o perigo de o país resvalar para um período de “guerra
rioso e memorável, que fará a mais brilhante época na
civil” ou “anarquia”;
História da Monarquia […].”
– a precipitação da fação militar defensora de uma solução
revolucionária (“cegueira momentânea de uma parte desse
mesmo Exército”);
– a defesa de “uma reforma e não uma revolução” que
permitisse “os melhoramentos necessários”, sem implicar
a “subversão” da monarquia;
– o reconhecimento da “lealdade” e do “valor” do povo
português por parte das “nações estrangeiras”, do “sobe-
rano” e da “nação”.
32
Págs. 62 – direitos individuais: liberdade, segurança e propriedade;
– soberania da nação;
Comparar… dois documentos iconográficos
– separação de poderes.
D. João VI, no Brasil
D. João VI, regressado a Portugal
1. Elementos: Pág. 65
– trono;
DOC. 17
– cetro;
1. Aspetos:
– coroa;
– a supressão dos privilégios da nobreza e do clero rela-
– manto;
tivamente à propriedade (arts. 1.º e 6.º);
– espada;
– a abolição da censura, instituindo a liberdade de ex-
– insígnias das ordens militares.
pressão (art. 7.º);
2. Luís XIV OU Luís XVI.
– o fim da sociedade de ordens, declarando a igualdade
3. c); a); b); d).
perante a lei (art. 9.º) e a admissão a cargos públicos pelo
4. d) monarquia absoluta para a monarquia constitucional.
mérito (art. 12.º);
5.
– a substituição do poder régio absoluto pela soberania
Aspeto semelhante: da Nação (art. 26.º) e pela separação e independência de
– [atributos de poder] em ambos os retratos, são repre- poderes (art. 30.º);
sentados distintivos que simbolizam o poder do monarca, – a transição de uma monarquia absoluta para uma mo-
nomeadamente a coroa, o cetro, o manto, o trono e as narquia constitucional (art. 29.º).
insígnias das ordens militares.
Aspeto diferente:
– [poder régio] enquanto no Doc. A – D. João VI, no Brasil Págs. 66 e 67
– todo o contexto do retrato remete para o poder abso-
luto do rei, bem patente no sumptuoso manto e na pose Dossiê
do monarca que segura o cetro com a mão direita e sus- Ser ou não ser cidadão, eis a questão
tenta a mão esquerda na espada, no Doc. B – D. João VI,
1. Sufrágio censitário.
regressado a Portugal – há uma clara alusão à transição
para a monarquia constitucional, passando o rei a colocar 2. Robespierre argumenta contra o sufrágio censitário
a mão direita sobre o livro das Cortes pousado sobre o (“Os partidários do sistema que eu ataco […] limitaram-se
cetro e à frente da coroa. a dissimular o princípio da igualdade com a distinção
entre cidadãos ativos e cidadãos passivos”), defendendo
a adoção do sufrágio universal (“Todos os homens nasci-
Pág. 63
dos e residentes em França são […] cidadãos franceses”).
DOC. 15 3. Argumentos:
1. A vontade do presidente de registar em ata o juramento – defesa dos direitos humanos da liberdade e da igual-
às Bases da Constituição proferido por D. João VI justi- dade perante a lei, princípios consagrados em documen-
fica-se pela necessidade de provar aos portugueses e às tos como a Declaração dos Direitos do Homem e do Ci-
nações estrangeiras que o monarca não se opunha ao dadão, os textos constitucionais e a legislação emanada
trabalho até então desenvolvido pelas Cortes Constituin- pelas assembleias eleitas na sequência das revoluções
tes, nem à sua nova condição de monarca constitucional. liberais (de que é exemplo o decreto de 15 de maio de
1791 da Assembleia Nacional Constituinte francesa);
Pág. 64 – razões económicas, uma vez que muitos indígenas e li-
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ETHA11RQM-3 33
4. Não obstante os direitos alcançados com a eclosão das – o peso da religião católica na sociedade portuguesa
– a falta de instrução da população portuguesa (“Parece- – a presença da família real e da corte no Brasil, colónia
-me que a nação não está preparada, nem pela opinião, que foi transformada em sede da monarquia portuguesa;
nem pela instrução, para tamanha largura de liberdade.”); – elevação do Brasil a reino, em 1815 (Doc. A);
– o contacto secular do povo português com a censura – revoltas dos brasileiros contra a presença portuguesa
(“Um povo que geme há três séculos debaixo do regime no Brasil, manifestando o desejo de autonomia (Doc. B).
inquisitorial, um povo que longo tempo sujeitou o seu
pensamento a triplicada censura”);
34
Págs. 71 a 73 7. Tópicos de resposta:
A transferência da Corte para o Brasil
Dossiê – decisão do príncipe regente D. João de embarcar “com
Um rei no Novo Mundo toda a real família” (Doc. A) para o Brasil na sequência da
1. primeira invasão francesa;
– personalidades: Napoleão Bonaparte e D. Maria I; – partida de Lisboa da família real e da corte, em novembro
de 1807 (Doc. A);
– decisão: o príncipe regente decidiu transferir a corte para
– chegada ao Brasil no mês de janeiro de 1808, depois de
o Brasil;
uma viagem marcada por vários contratempos (Doc. B);
– motivos: evitar um conflito sangrento com as tropas na-
– desembarque no Rio de Janeiro, em março de 1808
poleónicas e preservar a segurança do príncipe regente.
(Doc. C).
2. Dificuldades: O impacto da presença da família real no Rio de Janeiro
– uma tempestade; – alojamento dos recém-chegados da metrópole nas ha-
– a falta de mantimentos; bitações dos colonos, por imposição ou pela doação de
– a grande quantidade de pessoas a bordo, aliada à falta proprietários como Elias António Lopes (Doc. C);
de higiene, “favoreceu a proliferação de pragas”. – criação de instituições, como o “Banco Nacional” (Doc. D),
3. Reações: que contribuíram para a modernização do Brasil;
– desenvolvimento cultural, acolhendo artistas provenien-
– descontentamento de muitos colonos do Rio de Janeiro
tes da Europa (Doc. D) e dotando o Brasil de estabelecimen-
perante a imposição de cederem as suas propriedades
tos de ensino e de um Jardim Botânico (Doc. E);
para alojar os recém-chegados;
– elevação do Brasil a reino em 1815 (Doc. E);
– a atitude de Elias António Lopes de oferecer ao Príncipe
– reconhecimento dos colonos do contributo de D. João VI
Regente D. João uma das suas propriedades, a Quinta da
para o progresso do Brasil (“Depois de Sua Majestade
Boavista.
haver dado tantas e tão evidentes provas de amor aos seus
4. Evidências: vassalos […] – Doc. F).
– criação de um “Banco Nacional”;
– criação de instituições de ensino; Pág. 74
22
– D. Carlota Joaquina – “Sua Majestade a Rainha Nossa
DOC.
Senhora”; 1.
– D. Pedro – “Real pessoa de seu muito amado filho, o – “sua majestade fidelíssima” – D. João VI;
Príncipe Regente”. – “sua majestade imperial” – D. Pedro I, imperador do Brasil.
35
2. Portugal receava a possibilidade de outras colónias se- – garantia de que a Carta Constitucional outorgada por
DOC. 23 Págs. 80 e 81
1. O marquês de Marialva intercedeu junto dos monarcas
da “Áustria, França, Grã-Bretanha, Prússia e Rússia”, no Comparar… dois documentos escritos
sentido de os sensibilizar para as consequências que a Distinguir aspetos em oposição
revolução liberal portuguesa poderia ter para a “tranquili- A Constituição de 1822
dade da Europa”, pedindo-lhes que colocassem as respe-
A Carta Constitucional de 1826
tivas cortes a par do sucedido.
1. c) monarquia constitucional.
2. Acúrsio das Neves manifesta o seu repúdio pela forma
injusta como D. Carlota Joaquina, por não ter “prestado o 2. Vintismo.
juramento à Constituição”, estava a ser tratada pelos mi- 3. b); d); a); c).
nistros. Na opinião deste deputado, a Constituição estava 4.
a ser “violada” por não haver um processo nem uma sen-
tença que justificassem o facto de a rainha ser privada Constituição de 1822 Carta Constitucional
Aspetos
(Doc. A) de 1826 (Doc. B)
“dos seus direitos civis e políticos, dos rendimentos da
sua casa e até da sua liberdade”. Forma de “As Cortes Extraordinárias “D. Pedro, por graça de Deus Rei
elaboração e Constituintes da Nação de Portugal e dos Algarves, faço
3. (autoria) Portuguesa” saber […] que sou servido
– “partidos” em oposição – absolutistas e liberais; decretar, dar e mandar jurar […]
a Carta Constitucional abaixo
– a solução encontrada para evitar um conflito – altera- transcrita”
ção da Constituição OU uma reforma das instituições.
Composição e “A Nação Portuguesa é “As Cortes compõem-se de duas
4. Vila-Francada. funcionamento representada em Cortes, Câmaras: a Câmara de Pares e a
das Cortes isto é, no conjunto dos Câmara de Deputados”
Deputados que a Nação
para esse fim elege”
Pág. 78
Eleição dos “Na eleição dos “As nomeações dos Deputados
DOC. 24
deputados Deputados têm voto os para as Cortes Gerais serão
Portugueses que feitas por eleições indiretas: a
1. A sucessão de D. João VI não foi um processo simples,
estiverem no exercício massa dos cidadãos ativos elege
porque D. Pedro, o filho mais velho, era imperador do Bra- dos direitos de cidadão” […] os eleitores de Província,
e estes os representantes da
sil, enquanto D. Miguel, o mais novo, estava exilado por
Nação”
ter liderado os movimentos contrarrevolucionários da
Vila-Francada (1823) e da Abrilada (1824). Organização dos “Estes poderes são o “Os poderes políticos
poderes do legislativo, o executivo e reconhecidos […] são quatro:
DOC. 25 Estado o judicial. O primeiro o legislativo, o moderador,
reside nas Cortes […]. o executivo e o judicial.”
1. Através do poder moderador, considerado a “chave de O segundo está no Rei e
nos Secretários de Estado
toda a organização política” (art. 71.º), a figura real era en- […]. O terceiro está nos
grandecida. Juízes.”
2. Sufrágio censitário. Poderes do rei “Ao Rei pertence dar “O poder moderador […]
sanção à lei”; compete privativamente ao Rei,
“O Rei não pode impedir como Chefe Supremo da
as eleições dos Nação”; “O Rei exerce o poder
Pág. 79
Deputados, nem opor-se moderador […] sancionando os
à reunião das Cortes, decretos e resoluções das
DOC. 26 prorrogá-las, dissolvê-las Cortes Gerais […], prorrogando
ou protestar contra as ou adiando as Cortes Gerais e
1. Meios: suas decisões” dissolvendo a Câmara de
Deputados, nos casos em que o
– D. Pedro abdicou do direito ao trono português em
exigir a salvação do Estado.”
favor da sua filha D. Maria da Glória;
36
5. Tópicos de resposta: constitucional, o “legislativo, o executivo e o judicial” (OU em
– [Contexto político] enquanto o Doc. 1 – Constituição de que o poder executivo, da competência do “Rei” e dos “Se-
1822 – foi o primeiro texto constitucional, elaborado no se- cretários de Estado” é fiscalizado pelas Cortes), no Doc. 2
guimento da revolução liberal de 1820, “a fim de assegurar estabelecem-se quatro poderes, valorizando-se a figura do
os direitos de cada um e o bem geral de todos os Portu- rei (OU atribuindo ao rei o exercício do poder moderador
gueses” (OU representou a materialização legislativa do como “chave de toda a organização política” OU como
liberalismo radical (OU vintista), que procurou introduzir “Chefe Supremo da Nação”);
reformas profundas na sociedade portuguesa, baseadas – [Poderes do rei] enquanto no Doc. 1 se limitam as prerro-
em leis “ampliadas e reformadas”), o Doc. 2 – Carta Consti- gativas reais, retirando ao rei o veto político sobre os pro-
tucional de 1826 – foi um novo diploma constitucional ou- jetos das Cortes que, desde que por elas confirmados,
torgado no seguimento da morte de D. João VI (OU no terão de ser sancionados (OU não permitindo ao rei “opor-
contexto das tensões entre liberais e absolutistas causadas -se à reunião das Cortes, prorrogá-las, dissolvê-las”), no Doc.
pela questão da sucessão) para assegurar os direitos de 2 atribui-se ao rei a possibilidade de recusar as delibera-
“D. Pedro I, imperador do Brasil, legítimo herdeiro e suces- ções das Cortes, através do veto com “efeito absoluto” (OU a
sor do Senhor D. João VI” (OU representou uma tentativa possibilidade de dissolver a “Câmara de Deputados”).
de apaziguamento do clima de oposição ao liberalismo
causado pelos excessos do vintismo, garantindo a manu-
tenção da “independência, equilíbrio e harmonia dos mais Pág. 82
poderes políticos”); DOC. 27
– [Forma de elaboração] enquanto o Doc. 1 foi elaborado
1. Argumentos:
pelos representantes do povo nas “Cortes Extraordiná-
– D. Miguel, como filho “primogénito”, era o legítimo su-
rias e Constituintes da Nação Portuguesa” e foi apresen-
cessor de D. João VI;
tado ao rei para que o jurasse, o Doc. 2 foi um diploma
outorgado pelo rei D. Pedro IV à Nação, que devia ser ju- – aclamação de D. Miguel como rei pelas Cortes de Lisboa
rado “pelas três ordens do Estado”; reunidas de forma tradicional, isto é, na presença dos “três
estados do reino”;
– [Conceito de soberania] enquanto no Doc. 1 se afirma o
princípio da soberania popular como única fonte de poder – a comunicação às nações estrangeiras da subida ao
exercido pelas “Cortes” (OU pelos “representantes legal- trono de D. Miguel “por direito e aclamação”;
mente eleitos”), no Doc. 2 defende-se uma soberania popular – a nulidade da Carta Constitucional, em virtude de ter sido
moderada, com maior importância da instituição monárquica outorgada por “um príncipe que se declarou estrangeiro”
(OU com o poder partilhado entre o “Rei e as Cortes Gerais”); (D. Pedro).
– [Composição e funcionamento das Cortes] enquanto no 2. Objetivos:
Doc. 1 se institui um sistema parlamentar, com uma única – libertar Portugal do “jugo tirânico” imposto pelo regime
Câmara, composta pelo “conjunto dos Deputados que a absoluto de D. Miguel;
Nação para esse fim elege” (OU que não reconhece qual-
– restituir à filha o trono português;
quer situação de privilégio político à nobreza e ao clero), no
– restaurar a Carta Constitucional;
Doc. 2 institui-se o modelo parlamentar bicamaral, composto
pela “Câmara de Pares”, nomeados pelo rei, e pela “Câ- – “restabelecer a ordem”, procurando evitar uma guerra
mara de Deputados”, eleitos pela nação (OU em que a “Câ- civil.
mara de Pares” representa o reconhecimento de privilégios
políticos das ordens superiores);
Pág. 83
– [Eleição dos deputados] enquanto no Doc. 1 se estabe-
28
lece um sistema de eleição direta dos deputados das Cor- DOC.
tes por todos os eleitores que estivessem no “exercício dos 1. Os liberais preferiram o termo Concessão, porque a Con-
direitos de cidadão”, no Doc. 2 institui-se um sistema de elei- venção de Évora Monte foi extremamente generosa para
ção indireta da Câmara de Deputados, em que “a massa com os vencidos, concedendo-lhes, inclusivamente, uma
ETHA11RQM @ Porto Editora
dos cidadãos ativos elege […] os eleitores de Província, e “amnistia geral por todos os delitos políticos cometidos” e
estes os representantes da Nação.”; a possibilidade de saírem de Portugal sem quaisquer con-
– [Organização dos poderes do Estado] enquanto no Doc. 1 trapartidas. Tratamento semelhante teve D. Miguel, a quem
apenas se reconhecem três poderes políticos da monarquia até foi atribuída uma pensão anual de 60 contos de réis.
37
Módulo 5 Unidade 2 (2.3.) – a concessão de títulos de nobreza à alta burguesia
1. Aspetos:
– defesa do direito à propriedade: “Cometem delito con- Pág. 87
tra a propriedade do cidadão aqueles que invadem e DOC. 31
destroem os edifícios, muros, plantações, sementeiras ou
1. Vintismo.
máquinas e outros estabelecimentos de agricultura, in-
dústria ou manufatura”; “Qualquer indivíduo […] que julgar
os seus direitos ofendidos […] tem a faculdade de lhes Pág. 88
obstar pelos meios legais”;
32
– defesa da livre circulação de produtos e mercadorias em
DOC.
DOC. 34
Pág. 86
1. Áreas:
DOC. 30 – ensino secundário – criação de liceus (“hei por bem apro-
1. Fatores: var e decretar o Plano dos Liceus Nacionais”);
– a miséria das camadas populares no final da guerra civil – ensino artístico – instituição da Academia das Belas-Artes
(Docs. A e B); (imagem).
38
Pág. 90 3. Repercussões:
DOC. 35
– condenação de liberais a penas de prisão, de degredo
e de morte (Doc. D);
1. “[…] sou servida declarar que se acha em vigor a Carta
– exílio de liberais, nomeadamente para a ilha Terceira
Constitucional de 1826, como Lei Fundamental do Es-
(Doc. E).
tado”.
4. Argumentos:
– usurpação por parte de D. Miguel do trono português;
Pág. 91 – interrupção das “relações diplomáticas e comerciais com
a Europa”;
DOC. 36
– instituição de uma monarquia absoluta (“a tirania man-
1. As mulheres da Póvoa de Lanhoso foram presas, por- chando o Trono”);
que desrespeitaram o artigo 73.º do Decreto Régio de 18
– clima de “miséria e opressão”;
de setembro de 1844, segundo o qual era “expressa-
– restituição do trono português a D. Maria da Glória.
mente proibido enterrar os mortos dentro de qualquer
igreja” (Doc. 35D). De acordo com o testemunho do padre 5. Guerra civil (1832-1834).
Casimiro Vieira, além de terem sepultado uma defunta na 6. Versos:
igreja, várias mulheres armadas revoltaram-se contra as – ódio à governação de Costa Cabral – “Para matar os
autoridades responsáveis pelo exame dos corpos antes Cabrais / Que são falsos à nação”;
de serem enterrados (Doc. 36). – o carácter insurrecional do movimento – “Com as pisto-
las na mão” OU “Com as pistolas à cinta”;
– a origem geográfica da revolta – “Glória ao Minho que
Pág. 92
primeiro / O seu grito fez soar”.
DOC. 37 7. Tópicos de resposta:
1. Revolta da “Maria da Fonte”. – 1807-1811 – invasões francesas (Doc. A);
2. O excerto do jornal O Espectro revela o comprometi- – 24 de agosto de 1820 – revolução liberal no Porto (Doc. B);
mento deste periódico com a causa dos revoltosos que – 15 de setembro de 1820 – revolução liberal em Lisboa
se opunham à administração cartista e aos apoiantes de (Doc. C);
Costa Cabral, como atestam as seguintes expressões: – 1828 – D. Miguel, rei absoluto (Docs. D e E);
“[…] há muito patriotismo encoberto debaixo dessas cor-
– 1832-1834 – guerra civil (Docs. F, G e H);
reias cabralistas, muito coração ardente que só deseja
– 1846 – revolta da “Maria da Fonte” (Doc. I).
ver chegado o momento da aproximação das forças po-
pulares para se unir a elas e ajudá-las na nobre empresa
de libertar o país.”; “Os erros da administração Cabral
trouxeram-nos a crise financeira, e com ela a revolução”.
– convocar Cortes;
– liberdade de expressão e reunião (“É o direito de cada
– elaborar uma Constituição; um exprimir a sua própria opinião […]” OU “[…] o direito de
– manter a monarquia na pessoa de D. João VI; se reunir a outros indivíduos, seja para discutir opiniões
– preservar a religião católica. […])”;
39
– liberdade de acesso ao mercado de trabalho (“É o di- Pág. 103
1. Funções:
Pág. 102
– “controlar o governo” e exigir aos governantes a justifica-
DOC. 3 ção dos seus atos, afastando-os “se abusarem do seu cargo”;
1. A gravura representa a cedência de vários reis absolu- – permitir a livre expressão de opiniões (“[…] ser uma arena,
tos à perda de poder imposta pela adoção de textos onde a opinião das diferentes categorias da nação […]
constitucionais nos seus territórios. Quase todas as figu- possa exprimir-se livremente […]”).
ras caricaturadas demonstram uma atitude de resistência, DOC. 6
dado que a transição para monarquias constitucionais foi
1. “[…] pretendo manter essa antiga e salutar separação
uma consequência dos vários movimentos revolucioná-
entre a Igreja e o Estado, […] tanto no interesse da Igreja,
rios que grassaram na Europa da primeira metade do sé-
como no interesse do Estado.”
culo XIX.
2. O casamento e o divórcio.
2. Enquanto a Constituição de 1822 foi elaborada pelos
representantes da nação nas “Cortes” (Doc. B) e foi apre-
sentada ao rei D. João VI para que a jurasse e promul- Pág. 105
gasse, a Carta Constitucional foi um diploma outorgado DOC. 7
pelo rei D. Pedro IV à nação (Doc. C).
1.
Evidências da adoção de um ensino laico em França:
– a publicação de leis que retiraram poder à Igreja sobre
o ensino, nomeadamente as de 16 de junho de 1881 e de
28 de março de 1882 (Docs. A e B);
40
– a instrução religiosa passou a ficar a cargo dos pais e – os liberais moderados, como Benjamin Constant (Doc. B),
não mais das escolas primárias públicas (Doc. A, art. 2.º); subordinavam a elegibilidade a critérios como a riqueza,
– a proibição da interferência da Igreja nos estabelecimen- a instrução ou ainda a diferença de sexo; porém, foi a de-
tos de ensino primário públicos e privados (Doc. A, art. 3.º). fesa de sistemas representativos pelos liberais da pri-
meira metade do século XIX que motivou a ideia demo-
Evidência do anticlericalismo do governo de Jules Ferry:
crática de que todos os cidadãos podem ser candidatos,
– expulsão dos Jesuítas e de outras congregações reli-
como determina a atual Constituição portuguesa no seu
giosas (Doc. B).
artigo 150.º (Doc. B);
– a relação entre o liberalismo e a religião foi tensa (Doc. C)
Págs. 106 e 107 e, muitas vezes, resvalou para o anticlericalismo, mas a
ideia de um Estado laico acabou por ser uma antecipação
Dossiê das leis de separação da Igreja e do Estado dos inícios do
O caminho para a democracia século XX e das atuais leis de liberdade religiosa (Doc. D);
pois as mulheres continuavam arredadas do direito ao 1. Adam Smith defende a construção de boas vias de co-
voto; municação (“boas estradas, canais e rios navegáveis”)
41
para que se possa colocar “as partes remotas do país em o Estado deveria abdicar de toda e qualquer intervenção
2. b) protecionismo. DOC. 11
3. Liberalismo económico. 1. François Dominique Toussaint nasceu na ilha de S. Do-
4. Excertos: mingos, atual Haiti, provavelmente em 1743. Filho de pais
– princípio da soberania nacional – “[…] que os vários ma- escravos, adquiriu alguns conhecimentos da língua fran-
gistrados do Estado fossem os seus inquilinos ou delega- cesa através do contacto com os Jesuítas. O desempe-
dos, destituíveis a seu bel-prazer.”; “[…] que os governantes nho de funções de algum relevo, como cocheiro e mor-
se identificassem com o povo; que o seu interesse e a sua domo, valeram-lhe a atribuição da liberdade, em 1776.
vontade fossem o interesse e a vontade da nação.”; “Sendo Casou e teve dois filhos. Em 1791, após a Revolução Fran-
os governantes efetivamente responsáveis perante a cesa, os escravos de S. Domingos iniciaram uma revolu-
nação e prontamente removíveis por ela, a nação podia ter ção que duraria doze anos. Toussaint reuniu, então, um
condições para lhes confiar um poder cuja aplicação ela exército próprio, treinando os seus seguidores nas táticas
própria pudesse ditar.”; “[…] o “governo de si” de que se fala de guerrilha. Em 1793, acrescentou “Louverture” (aber-
não é o governo de cada um por si mesmo, mas sim o go- tura, em francês) ao seu nome original. O decreto da Con-
verno de cada um por todos os outros.” venção que, em 1794, aboliu a escravatura nas colónias
– conceção de um Estado laico – “Não é quase uma ver- fez com que Toussaint Louverture moderasse a sua veia
dade indiscutível que o Estado devia impor uma escolari- revolucionária e passasse a colaborar com o governo
dade mínima obrigatória a todos os seus cidadãos?”; “[…] francês. No entanto, logo a partir de 1795, encetou uma
se o progenitor não cumpre esta obrigação, o Estado tem luta pela autonomia de S. Domingos. Em 1802, Napoleão
o dever de se certificar de que é cumprida […].” enviou uma expedição de reconquista comandada pelo
5. Argumentos: seu cunhado, o general Leclerc, que levou à capitulação
de Louverture e à sua prisão em França, na fortaleza de
– concretização da soberania nacional, em que a nação,
Joux, onde viria a morrer, em 7 de abril de 1803. A lide-
como entidade coletiva, era soberana, ainda que, na prá-
rança do movimento passou para Jean-Jacques Dessali-
tica, esta soberania fosse exercida por uma minoria de
nes, a quem se deve a proclamação da independência do
cidadãos, os representantes da nação (“Sendo os gover-
Haiti, a 1 de janeiro de 1804.
nantes efetivamente responsáveis perante a nação e
prontamente removíveis por ela, a nação podia ter condi- DOC. 12
ções para lhes confiar um poder cuja aplicação ela pró-
1. Na gravura (Doc. A), a ideia de liberdade dos escravos é
pria pudesse ditar”);
representada pelo barrete frígio e no quadro (Doc. B) essa
– instituição de um sistema representativo em que o go- mesma ideia é transmitida quer pelo decreto de abolição
verno era exercido por um corpo especializado de cida- da escravatura de 27 de abril de 1848, empunhado pelo
dãos eleitos (“O povo que exerce o poder não é sempre o deputado Victor Schoelcher, quer pelas grilhetas quebra-
mesmo povo sobre quem o poder é exercido”); das nas mãos da figura central da pintura.
– responsabilidade do Estado na instrução dos cidadãos,
afastando-se, assim, da tutela da Igreja (“Não é quase uma
verdade indiscutível que o Estado devia impor uma escola- Pág. 113
ridade mínima obrigatória a todos os seus cidadãos?”);
DOC. 13
– defesa do liberalismo económico, doutrina que assen-
tava na livre procura do lucro (livre concorrência) e no 1. Argumentos:
afastamento dos obstáculos à iniciativa privada, pelo que – a ideia de que o comércio tem “limites morais”;
42
– a defesa dos “direitos morais” aplicáveis a todos os Módulo 5 Unidade 3 (3.2.)
seres humanos;
– a abolição do tráfico de escravos por grandes potên-
Pág. 118
cias como a Inglaterra e os Estados Unidos serviria de
exemplo para a “alteração de costumes” de outros países DOC. 16
esclavagistas. 1. Características:
– solidão (“vagueava eu às horas mortas”; o monge re-
presentado na pintura);
Pág. 114
– cenários naturais austeros (“o gemer das selvas”; “al-
DOC. 14 cantis das arribas do mar”; “rugido do mar”; “fragas”);
1. Argumentos: – sentimentos extremos (“E eu pude, enfim, chorar”);
– razões de ordem económica, defendendo a aposta no – atração pelo passado (“E o meu espírito atirava-se para
desenvolvimento das colónias africanas (“Promova-se o as trevas do passado”; a ruína representada na pintura).
estabelecimento dos europeus, o desenvolvimento da
DOC. 17
sua indústria, o emprego dos seus capitais […]”;
1. O poema de Almeida Garrett foi escrito no contexto da
razões de ordem “moral”.
Revolução Liberal portuguesa, que eclodiu no Porto a
DOC. 15 24 de agosto de 1820. Não é, por isso, de admirar que o
1. A palavra “secessão” significa afastamento. Aplicado à tema central seja a liberdade, perpassando por todo
guerra civil americana, este termo refere-se à separação o poema a ideia do fim de um ciclo (o Absolutismo) e a
dos 11 estados esclavagistas do sul dos EUA, os Estados transição para um tempo novo (o Liberalismo).
Confederados, dos estados abolicionistas do norte, os
Estados da União. Pág. 119
DOC. 18
Págs. 116 e 117
1. Época medieval OU Idade Média.
43
Baladas, Noturnos, Prelúdios); peças diversas (Fantasia em − obra literária pautada pela expressão da sua alma ro-
DOC. 20
Dossiê DOC. 1
44
Pág. 15 4. A “guerra” travou-se pela conquista do mercado de
eletricidade e desenvolveu-se, sobretudo, junto da opi-
DOC. 3
nião pública. Cada uma das partes envolvidas tentava
1. O conversor Bessemer: convencer o comum dos cidadãos das vantagens do seu
− é muito mais rápido (realiza, em 30 min um processo que sistema elétrico e, no caso de Edison, dos perigos que a
demorava “dez dias e dez noites”; corrente alternada representava.
− permite transformar uma maior quantidade de ferro, de 5. O Doc. 4B, datado de 1889, reflete o temor que tanto
uma só vez. Edison como a campanha de Harold Brown (1888) incutiu
2. Em 1850, com cerca de 5 milhões de toneladas, o nos jornalistas e na opinião pública.
Reino Unido ocupava o primeiro lugar na produção de 6. Tópicos de correção
aço; em 1913, posiciona-se em terceiro lugar: produz Em disputa estiveram:
cerca de 16 milhões de toneladas, contra os 25 milhões − Thomas Edison, talvez o maior inventor do século XIX.
da Alemanha e os 50 milhões dos Estados Unidos. Nasceu em 1847 e, para além de inventor, foi também um
notável empresário. Registou a sua primeira patente aos
Pág. 16 22 anos e, só nos Estados Unidos, conta 1093 patentes.
Foi o inventor da lâmpada elétrica incandescente, entre
DOC. 4
muitos outros aparelhos.
1. A eletricidade trouxe consigo uma série de novos Nota: os dados biográficos de Edison poderão incluir informação da biografia inse-
rida na pág. 13.
procedimentos e de novos maquinismos: substituiu o
gás, tanto na iluminação pública como privada (Docs. B − Nikola Tesla, de origem sérvia, emigrou para os Estados
e C); tornou-se a fonte de energia tanto de máquinas Unidos em 1884. Depois de trabalhar numa das empresas
industriais como de veículos de transporte (Doc. A); pos- de Edison, regista o seu motor de corrente alternada, cuja
sibilitou a invenção de aparelhos diversos, como o tele- patente vem a ser comprada pelo empresário George Wes-
fone (Doc. A). tinghouse. Inventor visionário, Tesla terminou a vida votado
ao esquecimento.
2. A ilustração (Doc. B) diaboliza a eletricidade, tanto no tí-
tulo (“um diabo à solta”), como no quadro de pânico e − O duelo conhecido como “guerra das correntes” travou-
morte que ressalta do desenho. Inversamente, o Doc. C -se não só entre dois inventores (Edison e Tesla), mas so-
apelida a eletricidade de “fada”, realçando as suas poten- bretudo entre dois sistemas elétricos (corrente contínua e
cialidades e o encantamento que ela exerce sobre os ho- corrente alternada) e duas empresas concorrentes (a Edi-
mens de 1900. son Electric Light Company e a Westinghouse Electric).
Atingiu o pico em 1888-89 e envolveu a manipulação da
opinião pública, que foi confrontada com eletrocussões
Pág. 17
de animais ( a fim de provar a perigosidade da corrente
DOC. 5 alternada) e com encenações espetaculares, por parte de
1. Serão consideradas corretas as comentários pertinen- Tesla, para provar o contrário.
tes e bem fundamentados, independentemente da opi- Poucos anos passados, a corrente alternada de Tesla pro-
nião veiculada pelo aluno. vou a sua valia, ao iluminar a Exposição Universal de Chi-
cago (1893).
− A “guerra das correntes” enquadra-se na onda de pro-
Págs. 18 e 19
gressos muito rápidos, que marcou a segunda metade do
Dossiê século XIX. Entre esses progressos conta-se o advento
Iluminar o mundo: Edison e Tesla
da eletricidade como fonte de energia. Muito versátil, ra-
pidamente substituiu o gás na iluminação pública, impul-
1. Personalidades: Thomas Edison; Nikola Tesla; George
sionou o movimento das máquinas e permitiu o apareci-
Westinghouse; Harold P. Brown.
mento de novos aparelhos, como o telégrafo elétrico, o
2. A corrente alternada trabalha com altas voltagens, po- telefone, o fonógrafo, entre outros.
ETHA11RQM @ Porto Editora
tencialmente perigosas.
3. O sistema de Tesla conseguia transportar energia a
grandes distâncias, alcançando locais onde o sistema de
Edison não chegava.
45
Pág. 20 Pág. 24
Pág. 21 Pág. 25
DOC. 7 DOC. 11
46
− em 1914, o Reino Unido era, de longe, o país com mais − na capacidade de uma empresa alemã, neste caso a
investimentos no estrangeiro. Totalizavam 20 900 milhões Siemens, vencer as suas congéneres inglesas, mesmo
de dólares, mais do dobro dos investimentos da França, quando se trata de fornecimento de energia a uma coló-
que detinha o segundo lugar (Doc. B – quadro). nia britânica.
2. A Alemanha e os Estados Unidos. O texto atesta a con-
corrência alemã, enquanto a imagem representa “o cão”
dos Estados Unidos com a mesma dimensão do da Ingla- Págs. 30 e 31
terra.
DOC. 16
3. A estratégia alemã consistia em ir ao encontro dos gos-
1. Os documentos evidenciam uma alteração muito signifi-
tos e necessidades dos clientes, isto é, adaptavam-se ao
cativa da posição da indústria americana: enquanto o Doc. A
mercado, quer no que toca às produções, quer no que se
mostra os Estados Unidos numa posição subalterna relati-
refere à divulgação dos seus produtos.
vamente à Inglaterra, que organiza a exposição, o Doc. B dá
conta de que a indústria siderúrgica americana consegue
Pág. 28 vencer a concorrência inglesa, mesmo no fornecimento do
DOC. 13 próprio Império Britânico (Índia, Austrália, Canadá).
2. O nordeste dos Estados Unidos.
1. Inglaterra, França, Alemanha, Países Baixos.
3. A informação dos documentos reforça-se mutuamente,
DOC. 14 já que o gráfico mostra o crescimento intenso da indústria
1. As exposições universais: siderúrgica americana, cuja produção, entre 1870 e 1906
− mostram os progressos da indústria e da técnica, contri- (data do Doc. B), se multiplica por 200 (aprox.).
buindo para a sua divulgação: “Os contemporâneos, 4. Thomas Edison.
franceses e estrangeiros, fascinados, viram na torre de 5. O autor deixa patente, ao longo de todo o texto, a sua
300 metros […] a manifestação de um progresso irresistí- enorme admiração pela cidade: o frémito das ruas, a altura
vel”. A visita à Exposição é publicitada pelos comboios dos edifícios, os meios de transporte, tudo provoca o seu
franceses; entusiasmo. Chega ao ponto de afirmar que Paris, se com-
− estimulam novos progressos, ao valorizar as capacida- parada com Nova Iorque, se assemelha a uma cidade de
des técnicas, que são equiparados por Eiffel aos triunfos província.
dos conquistadores;
− alimentam, pelas obras que expõem, o orgulho nacional
dos países industrializados, como comprova a construção Pág. 32
da Torre Eiffel, “o mastro simbólico onde se hasteia a ban- DOC. 17
deira francesa”.
1.
Evidenciam a ocidentalização do Japão:
Pág. 29
− o aspeto físico e o traje do imperador: no retrato de
DOC. 15 1873, mostra-se com a cara rapada, o cabelo comprido,
1. A pujança da indústria alemã evidencia-se: penteado e traje tradicionais; quatro anos mais tarde,
apresenta-se de acordo com os padrões de moda oci-
− na liderança em novas tecnologias, como a da eletrici-
dentais: cabelo curto, barba, traje militar;
dade, que suscita ao autor do texto, um engenheiro fran-
cês, o comentário: “quanto mais uma indústria exige o − os trajes ocidentais que se vislumbram na imagem do
contributo da ciência, mais os Alemães se destacam”; Doc. B;
− na implementação de um ensino técnico: “[…] cobriram − a Constituição: “O seu governo tornou-se constitucional”;
o país de escolas eletrotécnicas”; − a aposta no ensino, que foi uma característica do sé-
− na capacidade de inovar e realizar grandes projetos, culo XIX europeu: “a educação nacional atingiu um alto
ETHA11RQM @ Porto Editora
47
Evidenciam a industrialização: − a Inglaterra foi o primeiro país a industrializar-se e, du-
DOC. 18
Pág. 34 DOC. 20
1. Para além das casas e dos trajes tradicionais, a fotogra- − para otimizar os recursos de cada uma das regiões do
fia mostra instrumentos de lavoura arcaicos, em que a mundo, já que cada uma se dedicaria ao que pode produ-
madeira predomina, a tração animal e até as típicas vas- zir com mais facilidade;
souras de giesta. − para unir as nações pelos laços do comércio e do inte-
resse mútuo.
48
bem-sucedidas e geram lucros, o volume de transações − na inculcação de valores culturais presentes no livro
cresce, os preços sobem. A letra “B” reporta-se ao período “Educação – Religião”, que o Tio Sam transporta.
em que este cenário se inverte: o crédito escasseia, o co-
mércio retrai-se, os produtos não se vendem, pelo que os
Pág. 42
preços descem. Sucedem-se as falências e aumenta o de-
semprego. DOC. 25
2. Gerou-se o pânico quando se tornou conhecida a fa- 1. A Europa é o continente mais industrializado; não está
lência de uma grande casa bancária londrina. Esta falên-
presente qualquer país de África.
cia punha em risco os pagamentos devidos pelo banco,
bem como o dinheiro dos que nele tinham confiado as
suas poupanças. Pág. 43 e 44
3. A caricatura refere-se à inconstância das ações bolsitas.
Nos períodos de prosperidade, estas sobem e geram lu-
Analisar… dois documentos escritos
cros ao investidor (La Hausse – A Alta); inversamente, em A política colonial, segundo Jules Ferry
tempos de crise económica e financeira, os negócios re- A política colonial, segundo G. Clemenceau
traem-se e as falências sucedem-se, pelo que a cotação 1. O assunto central comum aos dois textos é a política
dos títulos bolsistas cai a pique, gerando grandes prejuízos colonial francesa.
(La Baisse – A Baixa).
2. b) capitalismo industrial.
3. Argumentos:
Pág. 40
− o crescimento económico deve fazer-se pela via da
DOC. 23 competitividade e não dos mercados coloniais: “se que-
1. Os Europeus dominavam extensos territórios que su- rem mercados de exportação, procurem-nos pela via dos
bordinaram aos seus interesses económicos: exploravam preços de fabrico baixos e dos transportes baratos”;
o trabalho das populações locais que, por vezes, se viram − a colonização implica despesas militares muito avulta-
mesmo privadas dos seus direitos sobre a terra (Doc. B); das, que sobrecarregam os contribuintes franceses e reti-
adquiriam produtos alimentares e matérias-primas a pre- ram riqueza ao país: “Porque, quando se gasta uma cen-
ços baixos (Doc. C) e asseguravam um mercado para os tena de milhões em expedições guerreiras, o que se faz?
seus produtos industriais (“O domínio colonial assegura Não se faz mais do que sobrecarregar o orçamento,
encomendas crescentes de produtos industriais”). onerar o trabalho [com impostos] e diminuir o poder de
2. Afirmações: compra”; “Pegamos no dinheiro francês, no dinheiro dos
− “Transportava nos seus navios os produtos dos países contribuintes, que seria produtivo em França e vamos
mais longínquos”; gastá-lo além-mar, de onde nunca mais voltará”.
− “Atraía aos seus portos o comércio dos produtos exóticos”. 4. c) Rebate a tese de Jules Ferry, considerando que os
Europeus semearam a violência e oprimiram os povos
conquistados.
Pág. 41
5. Jules Ferry refere-se, muito provavelmente, às nações
DOC. 24
ibéricas, Portugal e Espanha.
1. A crise económica de 1890 ( “A depressão económica 6. Tópicos de resposta:
de 1890 trouxe a atenção dos comerciantes americanos
− [valor económico das colónias] enquanto Jules Ferry
para a China, como nunca antes tinha acontecido”).
(Doc. A) considera que as colónias constituem mercados de
2. A dominação americana fazia-se sentir: exportação essenciais ao desenvolvimento económico das
− na posse de territórios, como as Filipinas, cujo domínio nações industrializadas (“a política de expansão colonial
colonial recebeu da Espanha (note-se a bandeira ameri- justifica-se pela necessidade, cada vez mais imperiosa-
cana implantada na ilha); mente sentida pelas populações industriais […] de merca-
ETHA11RQM @ Porto Editora
− na conquista de mercados vastos, como a China, país dos de exportação”; “não é isto uma necessidade esma-
não industrializado onde seria possível realizar grandes gadora, podemos dizer, o grito da nossa população
negócios (construção de pontes, caminhos de ferro…) e industrial?”), Georges Clemenceau (Doc. B) vê nas colónias
vender os seus excedentes industriais; um sorvedouro de dinheiro e recursos da nação, que em
ETHA11RQM-4 49
nada beneficia o crescimento económico ( “Porque, quando Módulo 6 Unidade 2 (2.1.)
50
Pág. 51 5. A imensidão do seu território (terras agrícolas e recur-
sos minerais), oportunidades de negócios e investimen-
DOC. 4
tos (os caminhos de ferro, o fio do telégrafo e o dina-
1. mismo dos portos indiciam o desenvolvimento do país) e
– [Origem] famílias da Europa de Leste (“croatas”; “eslo- a liberdade proporcionada pelo seu regime político (fi-
vacos, húngaros”; russos “mujiques”); gura feminina).
– [Características] são homens jovens (“na força da idade”; 6. As inúmeras comunidades de imigrantes que residiam
“não se veem com mais de 50 anos”) e famílias (“Em baixo, em Nova Iorque, as ruas apinhadas de gente e de negó-
as crianças”) pobres (“fazer esquecer aos infelizes o horror cios, os estabelecimentos comerciais.
de tanta miséria”; “Alguns estão descalços”) que emigram 7. Tópicos de resposta:
à procura de novas oportunidades de vida na América (“São – os Estados Unidos foram o principal destino da emigra-
eles que, com as suas pequenas poupanças, estão na ori- ção europeia no século XIX (Doc. 1);
gem da companhia Hamburgo-América”).
– entre 1850 e 1910 os Estados Unidos receberam cerca de
2. Dos cerca de 60 milhões de europeus que emigraram 11 milhões de imigrantes, dos quais 9 milhões eram euro-
no século XIX, mais de 90 % rumou ao continente ameri- peus (Doc. C);
cano: EUA, Canadá, Argentina, Brasil. Os Estados Unidos
– aos Estados Unidos chegavam famílias de camponeses
foram o principal destino, com cerca de 57% desse con-
europeus vítimas do desemprego tecnológico, ou sim-
tingente. Muito longe destes números, encontra-se a emi-
plesmente fugindo à pobreza (Doc. A); judeus, vítimas de
gração para a Sibéria e Turquemenistão, seguidos da
perseguições (Doc. B); empresários que procuravam ex-
Austrália e Nova Zelândia.
pandir os seus negócios e população urbana em busca
de emprego nos serviços (Doc. B), na indústria de no co-
mércio (Doc. D);
Págs. 52 e 53
– os progressos nos transportes marítimos (navio a vapor,
Dossiê Doc. A)promovem a emigração. As viagens mais rápidas e
as carreiras regulares com os Estados Unidos, estabeleci-
Os Estados Unidos, terra das oportunidades
das pelas companhias de navegação (como por exemplo
1. Famílias camponesas, pobres, membros das classes
a Hambugo-América, Doc. 4, pág. 51) favoreceram partidas
populares urbanas e indivíduos de condição social mais
em massa para os Estados Unidos (Docs. B e C);
elevada (classes médias) em busca de novas oportunida-
– o grande fluxo migratório para os Estados Unidos justifi-
des de vida.
cou a criação de um novo centro de inspeção de imigra-
2. O imigrante sueco elogia a aparência cuidada e modos
ção na ilha Elis Island, no porto de Nova Iorque (Doc. B);
formais do que ele imagina ser um simples condutor de um
– as grandes comunidades de imigrantes, em Nova Ior-
transporte urbano (“tudo denotava o cavalheiro que havia
que, distribuem-se segundo a região de origem: “China
nele” – diferente do aspeto pobre e simples dos trabalha-
Town” e da “Little Italy” (Doc. B);
dores suecos); a imigrante russa critica o excessivo forma-
lismo e a lentidão dos funcionários do porto: “A cada pas- – a cidade de Nova Iorque era uma cidade de imigrantes
sageiro foi feita uma centena de perguntas parvas […] de todas as regiões do mundo: italianos, russos, alemães,
anotadas por um homem extraordinariamente lento.” judeus, croatas, franceses, chineses, espanhóis… (Doc. C);
3. Estabeleciam-se no centro da cidade, próximo das – o extenso território e as riquezas de solo e subsolo, o
áreas de negócios (Wall Street; Broadway). Agrupavam-se dinamismo da sua economia capitalista e o seu regime li-
por comunidade, designando os bairros: “China Town”; beral, tornaram os Estados Unidos no país das oportuni-
“Little Italy”. dades (Docs. B e C).
4. Entre 1850 e 1910, os EUA receberam mais cerca de – muitas famílias camponesas contribuíram para o povoa-
9 milhões de imigrantes europeus. Em 1850, a Irlanda e mento e exploração do Oeste e do interior do território
da Inglaterra forneciam os maiores contingentes de imi- (imagem do Doc. C), outros criaram os seus próprios negó-
cios, no comércio de rua (imagem da “Litle Italy”) e outros
ETHA11RQM @ Porto Editora
51
Módulo 6 Unidade 2 (2.2.) Págs. 56
Pág. 54 1.
DOC. 5
− a atividade dos negócios: “àquele que não deve os
seus recursos ao trabalho das suas mãos”;
1. O proletariado urbano (a lavadeira e as filhas) e a bur-
− o poder económico: “àquele cujos rendimentos […] per-
guesia (vários estratos): membros das profissões liberais
mitem um desafogo de meios”;
ou pequenos empresários (o homem de chapéu alto que
lê o jornal e a rapariga da sombrinha, provavelmente de − o grau de instrução: “àquele cuja instrução […] ultrapassa
uma família da média burguesia); membros do funciona- o padrão de comum”;
lismo (a enfermeira), do comércio e serviços (a costu- − a participação na vida política: “se sente pertencer a
reira). uma classe destinada a dirigir à nação”;
− o estilo de vida: “o traje, a linguagem, a decência, se
DOC. 6
sentem vinculados a este grupo”.
1. A perseverança; a disciplina; o trabalho; a poupança; a
instrução; o casamento. Pág. 56 e 57
DOC. 9
Pág. 55 1.
DOC. 7 − a educação/formação: “Estudos na escola de Artes e
Ofícios”;
1.
− a solidariedade familiar: “Eugéne e o irmão Adolphe
– [condições de vida] enquanto a burguesia (Doc. A) dis-
compram as antigas fundições”;
põe de rendimentos que lhe permite usufruir de boas re-
feições, vestir roupas da moda, morar em residências am- − o casamento em famílias com interesses/níveis sociais
plas, cómodas e com espaços verdes, o proletariado comuns “[…] casa-se com a neta deste” [industrial Neu-
(Doc. B), era pobre devido aos baixos salários e à precarie- flize, dono das fundições];
dade do seu trabalho, habitava em espaços acanhados e − as relações de amizade com pessoas do mesmo meio.
insalubres, a alimentação era insuficiente, o vestuário “apoiado do banqueiro Seillières […]”;
pobre e exíguo e a miséria obrigava-o à mendicidade; − o envolvimento na vida política “Ministro do Comércio e
– [família] para a burguesia (Doc. A), a família é o alicerce da Agricultura” […].
das virtudes burguesas, por isso os momentos de pausa 2.
e lazer são vividos em união, os rapazes são orientados − na industria, como diretor das fundições Creusot, repre-
para o estudo e interessam-se pelos negócios e pela po- sentada na imagem pela fábrica e pelos instrumentos pá,
lítica, as raparigas são acompanhadas pelas mães que picareta, martelo;
lhes ensinam os preceitos da vida doméstica e social; no − na política, como presidente da Câmara dos deputados,
proletariado (Doc. B), as dificuldades económicas impelem representado na imagem pelo edifício do parlamento, pela
o pai, a mãe e as crianças a longas jornadas de trabalho insígnia da ordem de mérito ao lado das “leis” e da sineta
que desarticulam a vida familiar; usada para dirigir o corpo legislativo.
– [valores] enquanto a burguesia promove a união familiar, 3. Mobilidade social.
o respeito pelas convenções e pela ordem, a moral aus-
4.
tera, o estudo e o trabalho, no proletariado, a unidade fami-
André Carnegie é um exemplo de um self-made man,
liar é quebrada pelas exigências laborais, o trabalho subs-
pois personaliza mito do êxito individual:
titui a escola, desilusão conduz à revolta e a miséria ao
desregramento. − origem humilde: emigrante escocês “veio para os Esta-
dos Unidos num barco de emigrantes”;
− começou como um simples operário: “empregado na
bobinagem de fiação e nas caldeiras”;
− perseverante no trabalho: “carregador de despachos
em Filadélfia”;
52
− estudou: “aprendeu código de Morse”, tornando-se “te- – garantir futuros serviços da Casa: “[…] pode ser cha-
legrafista militar”; mada a prestar novos serviços nas circunstâncias atuais.”
− rentabilizou o “pé de meia” que poupava investindo na
“compra de ações […] quando estavam baratas”;
Pág. 59
− investiu nos “caminhos de ferro, nas comunicações, nos
transportes, no ferro” e ampliou os seus investimentos, DOC. 12
53
Pág. 62 2. Objetivos:
54
mundana”); afastava-se do luxo e da ostentação típicos 2.
da aristocracia (“será capaz de se habituar à nossa hu- − Duração da jornada: 12 a 13 horas por dia “logo que co-
milde terra? Será, ainda, capaz de se sujeitar aos nossos meça o dia e que não abandonem a mina antes de termi-
hábitos modestos?” OU “está na hora de voltarem, para narem os trabalhos do dia”;
poderes ainda apreciar a tranquilidade do nosso inte- − Tipo de tarefas: “abrir e fechar as portas de ventilação
rior”); fazia questão que os seus filhos crescessem num das galerias” [das minas]; nas fábricas de fiação e tecela-
ambiente despretensioso (“à noite irás remendar as mi- gem, alinhando e consertando os fios (imagem);
nhas meias […] comer um prato de papas de leite, depois
− Condições de trabalho: nenhumas, mal alimentados e
irás para a cama.”).
esfarrapados e sem calçado, trabalhavam as mesmas
– Motte-Bossut assume pertencer ao grupo dos homens horas que os adultos, com pouco tempo de descanso,
de negócios (“Estás interessado nos negócios; pergun- nas minas estavam sujeitos ao frio, aos desabamentos e
tas-me se tudo está a correr ao meu agrado. […], é impos- explosões, nas fábricas executavam tarefas minuciosas e
sível, que tudo corra sempre como sonhamos”) cujo traço perigosas, em cima dos teares ou entre as máquinas.
comum é o “trabalho, muitas vezes árduo” que lhes gran-
jeia o sucesso.
Pág. 68
Pág. 66 DOC. 21
DOC. 19
1. O sustento da família era garantido pelo trabalho de
homens, mulheres e filhos, ainda que crianças. Ao final do
1. O proletariado nasce com o capitalismo industrial. À me- dia, depois do trabalho nas fábricas, mulheres e meninas
dida que este se desenvolve, a burguesia aumenta o seu costuravam, engomavam, lavavam roupa… para ajudar no
capital (os meios de produção). Ao proletariado pertencem orçamento familiar. Ainda assim, este pouco chegava
todos aqueles que não dispõem de capitais (“os seus capi- para cobrir as despesas com os bens essenciais. O orde-
tais não lhes permitem empregar os processos da grande nado de um empregado comercial era de mais 3650 F.
indústria”), nem qualificações (“habilidade técnica se acha
2. As despesas com a saúde e a educação, por exemplo.
desvalorizada”) e que, para sobreviverem, são obrigados a
3. As más condições de habitabilidade dos bairros operá-
vender a única coisa que têm – a força dos seus braços, em
rios (espaços exíguos, má qualidade dos materiais, falta
troca de um salário. Por necessidade de trabalho (“apenas
de ventilação, água potável, saneamento…), ruas não pa-
vivem sob a condição de encontrarem trabalho”), os operá-
vimentadas, falta de limpeza das ruas, ausência de sa-
rios sujeitam-se a baixos salários pois só o encontram
neamento… condições propícias à propagação de doen-
desde que o seu trabalho aumente o “capital”, isto é, garan-
ças e epidemias.
tindo lucro à burguesia. Marx compara os operários a “mer-
cadorias”, “artigos de comércio” sujeitos à concorrência e
às flutuações do mercado. Pág. 69
2. O trabalhador é visto como uma máquina que acarreta
DOC. 22
“custos de manutenção”, ou seja, traduz-se no “custo da
produção”. Para reduzir esses custos, o empregador paga 1.
baixos salários (“a subsistência mínima do trabalhador”). − a criminalidade: “delitos contra a propriedade”; “3221
processos criminais dos quais 1115 por roubo”;
− o alcoolismo: “crimes mais grosseiros devem ser atribuí-
Pág. 66 e 67
dos à embriaguez.”;
20
− o suicídio: “suicídio e o número destes cresceu nos últi-
DOC.
55
Pág. 70 e 71 − a miséria do proletariado traduz-se também no aumento
56
– [sociabilidade] a burguesia podia usufruir de momentos Pág. 74
de lazer, em concertos e bailes privados (Doc. A1), em reu-
DOC. 25
niões familiares (Doc. A2), nos bailes públicos (Doc. B1), nas
confeitarias e cafés da moda, o proletariado trabalhava 1. Ambos (Robert Owen e Karl Marx) denunciam os exces-
“desde a alvorada até ao crepúsculo” durante toda a se- sos da exploração capitalista e o estado de pobreza e mi-
mana e o desespero era aliviado num copo de absinto séria em que vivia o proletariado. Apresentam propostas
numa qualquer taberna do subúrbio onde vivia (Doc. B1). para a criação de uma sociedade mais justa e igualitária.
Distinguem-se nas estratégias de transformação da socie-
dade: R. Owen recusava a violência, defendia que a socie-
dade podia ser melhorada através de políticas reformistas
assentes na “razão e na educação”, nomeadamente, atra-
vés da criação de comunidades cooperativas (exemplos de
Módulo 6 Unidade 2 (2.3.) New Lanark e New Harmony); ao contrário, K. Marx consi-
dera que todas as transformações da História resultaram
da “luta de classes” entre “opressores e oprimidos”, pelo
Pág. 72
que a transformação da sociedade capitalista resultaria da
DOC. 23 luta entre o proletariado e a burguesia.
1. Temendo que a introdução das novas máquinas “de 2. Ao operariado. Este, deveria servir-se da sua “suprema-
tecer” a “vapor” os atirasse para o desemprego, os “ludi- cia política” para organizar uma revolução e conquistar o
tas” destruíam as máquinas, incendiavam as fábricas e poder (“retirar a pouco e pouco todo o capital à burgue-
tomavam de assalto as casas dos patrões. sia”). “Organizado em classe dominante”, estabeleceria a
ditadura do proletariado “destruindo todas as anteriores
garantias da propriedade privada”, “centralizando [naciona-
Págs. 72 e 73 lizando] todos os instrumentos de produção nas mãos do
Estado”, isto é, do proletariado.
DOC. 24
3. Excertos:
1. Desde cedo, os operários reagiram contra as duras con-
– “Os proletários nada têm de próprio, […] a sua missão é
dições de trabalho e de vida. Os primeiros movimentos
a de destruir todas as anteriores garantias da proprie-
operários nasceram espontaneamente, eram violentos e
dade privada.”;
foram brutalmente reprimidos, – foi o caso dos “luditas” em
– “O proletariado servir-se-á da supremacia política para
Inglaterra. As primeiras greves e ressurreições (Docs. 24A e B)
retirar a pouco e pouco todo o capital à burguesia”.
eram organizadas pelos próprios trabalhadores. Nas fábri-
cas e nas minas, os operários tentavam negociar melhores
salários e melhores condições de trabalho (“Nós queremos Pág. 75
que as coisas continuem como eram e exigimos ainda que
DOC. 26
nos deem cinco cêntimos a mais por vagonete…. Doc. 24A).
Os operários não estavam “bem organizados” (Doc. 24C) e, 1. Embora socialistas, defensores de uma sociedade mais
por isso, este “espírito de rebeldia” (Doc. 24C) era severa- justa e igualitária, Proudhon e K. Marx diferem nos métodos
mente abafado pelos “disparos mortais sobre os trabalhado- (“momento da ação”) para a transformação da sociedade.
res” (Doc. 24C), cujas reivindicações raramente eram ouvidas. Enquanto Marx defende a “ação revolucionária” do prole-
Os fracassos destes primeiros “motins”, fez os operários tariado para retirar o poder à burguesia, para Proudhon, a
perceberem a necessidade de se organizarem em associa- “revolução” proposta por Marx, conduziria ao “uso da
ções. Assim, nascem as primeiras organizações sindicais, força”, o que, no seu entender, é uma “contradição” à ideo-
como as “Trade Unions” em Inglaterra, ou os “Knights of La- logia socialista. Proudhon defende a implementação de
bour” (Doc. 24C) nos Estados Unidos que, de forma coorde- reformas económicas que façam “entrar na sociedade as
nada, organizavam grandes greves e manifestações pela riquezas que dela saíram”; pela criação de “comunidades”
onde todos trabalhariam para o bem comum, a sociedade
ETHA11RQM @ Porto Editora
57
Pág. 76 Pág. 84
1. 1.
[Art. 1.º] “Estabelece-se uma Associação para conseguir Zonas da Europa onde o liberalismo registou mais pro-
um posto central de comunicação e cooperação entre os gressos: Europa do norte e do noroeste, na forma de mo-
operários de diversos países aspirando a um mesmo fim, narquias constitucionais e repúblicas;
a saber: o concurso mútuo, o progresso e a completa li- Zonas da Europa onde ainda predominava o autorita-
bertação da classe operária.”
rismo: Europa central e de Leste, onde predominavam
2. Estabeleceu-se o 1 de Maio, como dia internacional dos monarquias autoritárias.
trabalhadores.
DOC. 4
1. Características:
Pág. 78
− o exercício de um poder pessoal (autocrático);
DOC. 28
− o domínio de extensos territórios com uma população
1. Bernestein considera necessária uma revisão da pro- muito diversificada;
posta revolucionária de Marx (“Manifesto Comunista”). No − a opressão das minorias étnicas.
seu entender, a “revolução” não se justifica, pois, ao contrá-
2. Pretensões:
rio do que previa o Manifesto Comunista, “a situação eco-
− a aspiração de liberdade (contra o domínio Austro-Hún-
nómica” do proletariado não se agravou. A pressão do
sindicalismo (“movimento operário”) e os progressos da garo);
democracia (“conquistas das instituições democráticas”) − a constituição de um Estado independente do povo es-
permitiram a afirmação dos partidos socialistas (Doc. B) e lavo (“união dos povos jugoslavos”).
importantes progressos na legislação social e laboral
(Doc. 27 B) fazendo ceder o poder político (“privilégios”) da
burguesia e “contrariar a exploração capitalista”.
DOC. 5
Pág. 82
1.
DOC. 1
Motivações económicas: o domínio de novos territórios
1. A igualdade de direitos (“condições”). garantia o alargamento dos mercados de escoamento
2. As reformas eleitorais inglesas alargaram o direito de (“O que falta à nossa grande indústria são os mercados
voto a um número cada vez maior de eleitores (500 000 para os seus produtos” – texto 1) e, ao mesmo tempo, per-
antes de 1832, para 5 milhões em 1884). Garantindo uma mitia a obtenção de terras agrícolas (“Um povo tem ne-
representatividade cada vez mais proporcional do povo cessidade de terra para a sua atividade, para a sua ali-
inglês, o sistema político inglês encaminhava para uma mentação” – texto 3) e de matérias-primas indispensáveis
“democracia realmente igualitária.” à produção industrial;
A missão civilizadora: as nações europeias consideravam-
Pág. 83 -se culturalmente mais desenvolvidas, por isso, entendiam
ser seu dever “civilizar as raças inferiores.” (texto 1) e garan-
DOC. 2
tir os benefícios da “paz, segurança e riqueza” (texto 2);
1. Objetivos: A pressão demográfica e a necessidade de territórios:
− “a igualdade completa dos dois sexos perante a lei”; (“o povo alemão que se multiplica rapidamente e cujo es-
− “direitos políticos para as mulheres”. paço se tornou perigosamente estrito” – texto 3).
58
2. Motivações sociais: o domínio de novas áreas territoriais
Duas decisões relativas às populações africanas: permitia aos governos dispor de novas áreas de emigra-
− zelar pela segurança das populações indígenas; ção e resolver problemas sociais como o desemprego
que a modernização tecnológica e o forte crescimento
− promover a educação e a melhoria das condições de
demográfico tinham despoletado;
vida da população (“melhorar as suas condições morais e
materiais de existência”); Motivações políticas: o desejo de controlar pontos estra-
tégicos em certas regiões do mundo e a vontade de afir-
− erradicar a escravatura e o tráfico de escravos.
mar o seu poder face a outras potências europeias.
Duas obrigações das potências signatárias relativas aos
territórios ocupados em África:
− assegurar a ocupação efetiva dos territórios (assegurar
uma autoridade suficiente para fazer respeitar os direitos
adquiridos”;
− garantir a liberdade de comércio e de trânsito; Módulo 6 Unidade 4 (4.1.)
− a ocupação de outros territórios fora das áreas defini-
das na Conferência ou o estabelecimento de protetora-
dos obrigava a potência requerente a notificar as outras Pág. 92
potências a fim de fazer valer eventuais reivindicações. DOC. 1
3.
1. Objetivos:
− Em África prevaleceu o colonialismo (domínio político,
− derrubar o governo ditatorial de Costa Cabral;
económico e cultural) exercido pelas potências euro-
peias; − restaurar a Carta Constitucional;
2.
− região disputada pelas potências europeias: a China; Pág. 93
− o principal rival das potências europeias: os Estados DOC. 3
Unidos;
1. Objetivos:
− as regiões onde este último exerce a sua influência: Cuba
e Porto Rico, no continente americano e as Filipinas, no − a melhoria das vias de comunicação: “A feitura de boas
sudeste asiático. vias de comunicação”; “a reforma do importante ramo da
viação pública”;
3.
− a melhoria dos transportes: “em promover a barateza de
Motivações económicas: as potências europeias dispu-
todos os transportes”; “os trabalhos do caminho de ferro”;
nham de capitais e de tecnologias superiores, necessita-
vam de matérias-primas e de novos mercados para o es- − o desenvolvimento industrial: “criação do ensino técnico
ETHA11RQM @ Porto Editora
59
− o desenvolvimento do comércio: “facilitar todas as tran- do comboio e o alargamento da rede ferroviária (Doc. B); a
− a ligação entre as várias regiões do país, permitindo a 1. “os resultados excederam as expectativas”:
circulação de produtos, pessoas, capitais, ideias e conhe-
− em termos de velocidade: “Entre aqueles pontos, cuja
cimentos; o telégrafo e o comboio (imagem).
distância é de 1200 m, carro subia sem o mais leve incon-
− a modernização do país: eletricidade, tecnologias, in- veniente, atingindo velocidades de 15 km/h”; “Em 7 minu-
fraestruturas industriais (imagem). tos percorreu por várias vezes aquela extensão”;
− em termos de segurança do veículo: “dando aos obser-
Pág. 94
vadores a mais evidente prova de completa segurança”.
DOC. 4
3. Vantagens:
1884-1997: Ligação da linha do Leste com a Linha da – Ao derrubar as barreiras físicas que isolavam as popula-
Beira Alta (Alto Alentejo interior); ções, os transportes contribuíram para unificação do país:
− Ligação ao Algarve (Faro); facilitando a circulação de pessoas e mercadorias; permi-
tindo o mais fácil o escoamento dos produtos e o abaste-
1898-1911: Ligação da Linha do Douro a Trás-os-Montes.
cimento uniforme das populações; estimulando o con-
sumo e a produção.
Pág. 95 − Os diversos sistemas e medidas constituíam um entrave
DOC. 5 ao comércio. Os transportes e a uniformização dos pesos
e medidas contribuíram para a unificação do país e para a
1. Pontes, túneis, viadutos, estações ferroviárias.
criação de um mercado nacional.
2. 296,5 km por ano.
DOC. 9
60
Pág. 100 2.
DOC. 10
− facilitou as comunicações entre populações das cida-
des do Porto e Vila Nova de Gaia;
1. Argumentos:
− facilitou a circulação de pessoas e mercadorias entre as
− Portugal acompanharia o que já se fazia em “todas as
duas cidades;
nações cultas da Europa”;
− estreitou as relações comerciais.
− a formação de quadros especializados, necessários à
3.
modernização da agricultura e da indústria; “o aumento
da riqueza pública”. O êxito da exposição pode comprovar-se:
– a introdução do “ensino agrícola e industrial” (Doc. A) − pela representação “de mais de 25 países” e dos “paí-
permitia a formação de técnicos especializados, necessá- ses industrializados, incluindo Estados Unidos e Japão”;
rios à modernização destes setores; − pela diversidade de artigos expostos: “matérias-primas,
− a difusão da máquina a vapor (Doc. B) permitia a moder- máquinas, produtos industriais, agricultura e horticultura”;
nização da indústria e agricultura; − pelo número (“milhares”) de visitantes;
− as sociedades anónimas (Doc. C) permitiam o aumento − pelo impacto que teve na opinião pública (“conversas e
de capitais a investir nas atividades produtivas; discussões”);
− as exposições (Doc. C) possibilitavam a divulgação dos − pela divulgação das “indústrias portuguesas”, ainda que
progressos técnicos e favoreciam os contactos e os ne- algumas não estivessem “devidamente representadas”.
gócios. 4. A fundição de Massarelos estava “habilitada a produ-
zir” e fornecer “máquinas e geradores de vapor” para a
Pág. 101 agricultura e indústria e a prover materiais para a constru-
ção civil.
DOC. 11
5. Pelo crescente desenvolvimento industrial (“a maioria
1. Aspetos: da população do Porto é industrial”), o autor considera a
− o incremento da mecanização: aumento do n.º de paten- cidade do Porto o motor do processo industrializador de
tes registadas e a crescente utilização da força a vapor; Portugal, tal como Manchester o foi na Inglaterra da
− a diversificação dos ramos industriais (fundição, conser- 2.ª metade do século XVIII.
vas). 6. O processo de modernização do país impulsionado
pelos governos da Regeneração evidencia-se na cidade
do Porto.
Págs. 102 e 103
Tópicos de resposta:
Dossiê Progressos nas infraestruturas e transportes:
O Porto, uma cidade em progresso – Vias de comunicação e transportes ferroviários: inaugu-
ração, a partir de Campanhã, da linha férrea do Minho e
1.
do Douro (1875); inauguração da ponte ferroviária D. Maria
− a abertura da Estrada da Circunvalação (inclusão das
Pia (1877); a chegada do comboio ao Porto, S. Bento
freguesias de Ramalde, Nevogilde e Aldoar); construção
(1896); construção da nova estação ferroviária de S. Bento
do 1.° bairro operário;
(1900);
− o Mercado Ferreira Borges; Armazéns Hermínios; aber-
– Rede viária: inauguração da ponte rodoviária D. Luís I
tura da Alfândega Nova, em Miragaia; inquérito industrial:
(1886); abertura da Estrada da Circunvalação (1895);
cerca de 1/3 da população trabalha na indústria.
– Transportes marítimos: construção do Porto de Leixões
− a introdução dos carros americanos; introdução do carro
(1884-1895);
elétrico; chegada do comboio à estação de S. Bento;
ETHA11RQM @ Porto Editora
61
– Expansão urbana: anexação das freguesias de Ramalde, − a falta de competitividade dos artigos nacionais devido
62
para 20 000 em 1890); aumento das importações (c. de Págs. 110 e 111
35 000 contos de réis em 1886 para c. de 42 000 contos
de réis em 1890); défice de c. de 22 000 contos de réis Analisar… um texto longo
em 1890; Discurso de Oliveira Martins na Câmara dos Deputados
– “Portugal importa anualmente 40 000 contos de merca- a 20 janeiro de 1892
dorias e não exporta mais do que 20 000, […] empobre- 1. A crise financeira de 1880-1890.
cido na razão de 20 000 contos em cada ano” (Doc. A); 2. b); c); a); d).
– aumento do défice das finanças públicas no período de 3.
1885-1889 (gráfico do Doc. A); – défice da balança comercial: “[…] por uma importação
– (tabela do Doc. C) agravada pelos juros da dívida: “dívida anual 40 000 contos de réis temos uma exportação que
flutuante interna e é para pagamento da dívida consoli- pouco excede a 20 000 contos de réis.”
dada externa! Este empréstimo que nos está às costas – défice orçamental: “[…] para receitas ordinárias na soma de
para pagamento no fim de três meses sai na razão de 39 877 contos de réis, nós tivemos […], despesas totais na
13/2%.” (Doc. B). soma de 51 427 contos de réis” OU “o défice líquido de 11 550
contos de réis, […] que é de quase 30 por cento das receitas!”
4. b) à pauta alfandegária livre-cambista.
Págs. 108 e 109 5.
DOC. 14 − “O desequilíbrio orçamental” (“défice líquido de 11 550
contos de réis”) que advinha da diferença entre o valor
1. Estratégias:
das receitas (“39 877 contos de réis”), muito inferior ao
− a concentração horizontal: “resultou da fusão da Com-
valor das despesas totais (“55 427 contos de réis”).
panhia Aliança Fabril com a Aliança Fabril dedicadas à
– O recurso constante “a capitais estrangeiros” para co-
produção de sabão e óleos”;
brir as despesas fazia aumentar “os encargos com a dí-
− a diversificação da produção, com vista a suprir as ne-
vida pública” que cresciam regularmente desde 1852
cessidades do mercado: além dos sabões e óleos, a CUF
(“hoje esta soma está multiplicada dez vezes”), agravando
apostou também na produção de pesticidas e adubos
ainda mais o estado das finanças públicas: “a soma que
para a agricultura (imagem);
correspondente à capitação desta diferença de encargos
− a modernização da empresa: aposta no setor químico e […] representa uma quantia de cerca de 10 000 contos de
na mecanização (imagem), valeu a distinção pelo júri da réis levantados anualmente, por meio de empréstimos”.
Exposição agrícola e de Produtos Minerais em 1903; − “O desequilíbrio capitalista ou económico”, ou seja, o
− o alargamento da área de negócios: “expandiu os seus saldo negativo da balança comercial, pois o valor das im-
negócios à produção e comercialização”; portações (“40 000 de réis contos” anuais), era o dobro do
− o investimento: “Nas vésperas da 1.ª Guerra Mundial, a valor das exportações (“20 000 contos de réis” anuais).
Companhia era proprietária de seis estabelecimentos fa- – A política livre-cambista inundou os nossos mercados de
bris, na zona de Lisboa, Porto e Abrantes e era a terceira produtos estrangeiros mais competitivos, e os portugueses
maior empresa industrial portuguesa”. preferiam “consumir exclusivamente produtos estrangeiros,
2. aumentando o valor das importações: “sucedia que nós
Para o aumento de capitais: chegámos a afirmar a tese, por exemplo, de que Portugal
– formaram-se companhias que resultaram da fusão de era um país que não podia cultivar trigo porque estava fora
várias empresas; constituição de sociedades anónimas; da zona da cultura dos cereais, e que, portanto, tínhamos
de mandar vir de fora o pão para a nossa alimentação”;
Evidências da modernização industrial:
– O recurso a empréstimos fazia aumentar os encargos
− a aposta em novos setores industriais da 2.ª geração
com a dívida: “a diferença entre a importação e a exporta-
industrial (químicos e cimentos);
ção havia de ser paga em espécie, isto é, com o dinheiro
− investimento na mecanização e aplicação de novas tec- recebido por empréstimos”.
ETHA11RQM @ Porto Editora
63
empréstimo a Portugal que se viu sem meios para fazer − nos moradores, que se distinguem claramente das “au-
1. Afirmações:
Pág. 112 – “Disse que a Sociedade devia felicitar-se […] por os tra-
balhos do audacioso explorador terem levado o nome de
DOC. 15 Serpa Pinto à admiração dos séculos, ao lado de nomes
1. ilustres dos modernos lutadores africanos, como Livings-
“Os partidos acabaram há muitos anos”: tone, Cameron, Stanley e outros”;
− não há diferenças significativas entre os programas par- – “Que o cometimento do nosso intrépido e corajoso con-
tidários; sócio havia dado à história do nosso país mais uma página
brilhante e honrosa, como aquelas que descreviam as des-
− as eleições são manipuladas pelas autoridades locais e
cobertas marítimas dos nossos maiores”.
pelos eleitores mais abastados.
“As fontes íntimas da vida nacional estão obstruídas ou
Pág. 115
secas”:
− o povo, que o demoliberalismo considera essencial à DOC. 19
representatividade da nação, alheia-se das eleições e da 1. A cedência ao Ultimato representou o fim do projeto
política (“a vontade popular é muda e passiva”). português de domínio de uma extensa faixa contínua de
2. O eleitor hesita, já que se apercebe não haver diferenças território africano, unindo Angola a Moçambique.
entre o Programa do Partido Progressista e do Partido Rege-
nerador. Simbolicamente, a caricatura mostra-os numa banca Pág. 116
idêntica, na mesma atitude, a publicitarem a mesma oferta de
DOC. 20
3$500 réis pelo voto, e oferecerem a mesma “ementa”.
1. A onda nacionalista que assolou o país evidenciou-se:
DOC. 16
− em manifestações públicas de repúdio pela cedência
1. A pobreza está patente: ao Ultimato (“esses gritos” – Doc. A; as manifestações rela-
− nas casas e na rua escalavrada; tadas na legenda do Doc. C);
64
− em atos simbólicos de luto por uma pátria que se acre- − o reconhecimento da necessidade de um governo de
ditava ter recebido um golpe mortal – daí que se tenha ditadura por todos os partidos: “os outros partidos, aque-
coberto de crepes a face de Camões, símbolo da pátria les que mais gritam, também me pediram uma ditadura”;
(Doc. A); − a personalidade firme e adequada às circunstâncias do
− no repúdio de tudo quanto era inglês, desde tecidos ministro João Franco;
importados de Inglaterra ao ensino da língua inglesa − o “interesse nacional”;
(Doc. A); − a necessidade de equilibrar as finanças públicas:
− na composição de hinos patrióticos, apelando ao res- “vamos restaurar o equilíbrio orçamental e acabaremos
surgimento de Portugal através da resistência armada com o défice”.
(Doc. B); 2. Segundo as suas palavras, o rei propõe-se assumir um
− na mobilização patriótica dos cidadãos com o fim de an- papel muito ativo no governo. O rei diz claramente que
gariar fundos para a guerra (as senhoras doaram joias – trabalha “em conjunto” com João Franco e chega a afir-
mar que o ministro põe em prática as suas ideias (“Preci-
Doc. A; o cruzador foi adquirido com o dinheiro de subscri-
sava de uma vontade sem vacilação para conseguir reali-
ções públicas – Doc. C).
zar as minhas ideias”).
2. A “afronta” remete para o Ultimato, que suscitou uma
3. Na capital, como afirma D. Manuel, “estava tudo num
onda patriótica capaz de retirar o país do seu marasmo e
estado de excitação extraordinária”. A corroborar esta
fazê-lo “ressurgir” com toda a grandeza do passado.
afirmação, o rei lembra a tentativa revolucionária que
ocorrera alguns dias antes do regicídio e que tivera como
Pág. 117 objetivo terminar com o governo de João Franco.
DOC. 21
Págs. 120 e 121
1. A frase exprime o sentimento pessoal e o sentimento
político do republicano João Pinheiro Chagas. A Repú- Dossiê
blica era vista como a única via capaz de restaurar a dig-
Revolução em Portugal
nidade do país e de lhe trazer uma vida nova, pelo que a
1. Evidências:
cidade mostrava o luto da derrota.
− um elemento destacado do Partido Progressista, um
dos partidos monárquicos que alternavam no poder, con-
Pág. 118 sidera que “a monarquia não se salva”, apesar da revolu-
DOC. 22 ção parecer perdida. Atribui esse fim inevitável “ao san-
gue, aos ódios” que marcaram os últimos reinados;
1. Afonso Costa apresenta a questão num tom inflamado,
− aceita-se “entre o povo”, como possível, que o assassí-
muito agressivo, chegando mesmo a afirmar que “o
nio do Dr. Miguel Bombarda tenha sido ordenado pela
crime” cometido por D. Carlos é superior aos que condu-
rainha D. Amélia;
ziram Luís XVI à guilhotina. O deputado republicano
− Raul Brandão acredita que a rainha corre risco de vida,
acusa o rei do “maior desprezo pela miséria em que o
caso seja “apanhada”.
país se debate”, contrapondo aos gastos excessivos do
2. “Há quem ache ridículo que as mulheres tenham ideias
monarca, que já usufruia de uma dotação “absoluta-
avançadas…”
mente fabulosa para o nosso orçamento e para a nossa
pobreza”, a miséria do “pobre povo, que vive sem pão, 3. O relato dá conta da emoção dos populares que presen-
que sua, que padece de fome” e que suporta pesados ciaram o embarque, na Ericeira: muitos foram os que acor-
reram à praia, assistindo num silêncio compungido (“A
impostos.
afluência nas Ribas era imensa. Tudo silencioso, mas de
muitos olhos corriam lágrimas”). Inversamente, os revolu-
Págs. 118 e 119 cionários teriam mostrado uma forte malquerença pela fa-
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portugueses, temos a obrigação de antepor às paixões po- interferir nos poderes executivo e judicial. Tem ainda ca-
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Anticlericalismo: são reativadas as medidas do Marquês Pág. 132
de Pombal que expulsavam os jesuítas e os decretos libe-
DOC. 3
rais que extinguiam as ordens religiosas; confiscam-se os
bens da Igreja, que revertem a favor do Estado; faz-se de- 1. Marie Curie é pioneira enquanto cientista, já que se en-
pender os atos de culto em espaços públicos (procissões, trega à descoberta de um novo metal radioativo, e é pio-
por exemplo) da autorização do Estado. neira enquanto mulher, uma vez que, como é evidente na
foto – é a única mulher presente –, nessa época a ciência
tinha muito poucas protagonistas femininas.
Pág. 126
DOC. 4
DOC. 28
1. Afirmações:
1. O artigo do jornal contrapõe o “exibicionismo de elo- − “Os naturalistas mais eminentes aceitam como satisfa-
quência balofa” dos congressos pedagógicos dos tem- tória a ideia de que cada uma das espécies animais […] foi
pos monárquicos às medidas concretas do congresso de criada de forma independente das outras.”;
1912, que transcreve.
− “E a maioria dos naturalistas defende […] que os indiví-
A caricatura mostra uma universidade envergonhada e
duos da mesma espécie têm determinadas características
arrependida da sua atuação anterior ao 5 de Outubro,
em comum que nunca se alterarão”;
isto é, anterior à implantação a República.
− “Confessamos as nossas dúvidas e o desconforto que
nos causam estas afirmações.”;
− “O otimismo natural, uma fantasia bem-vinda”.
DOC. 5
− faz progredir a Humanidade (“o futuro da Humanidade − a instituição do sufrágio universal exige “eleitores quali-
reside no progresso da Razão através da ciência”); ficados”, capazes de usar o seu voto “no lado da paz” (e
não no da guerra), “no lado da glória” (e não no da infâ-
− equipara-se ao divino (“a procura da verdade através da
mia);
ciência é o ideal divino que o homem deve ter em mente”);
− a educação é imprescindível para que os homens de-
− é valiosa e perene (“[…] verdades científicas que foram
sempenhem, de forma competente, “as muitas tarefas da
lentamente adquiridas e que nunca se perderão”);
vida”;
− contribui para a felicidade humana (“acabará por dar ao
− cada homem influencia a comunidade em que vive e a
homem […] pelo menos a serenidade, senão a felicidade”).
influência que exerce, boa ou má, resulta da educação
DOC. 2 que recebeu.
1. O texto refere-se ao laboratório como um local de cria- 2. “[…] agora que o Estado gasta pesadas somas na instru-
ção de “um mundo novo”, símbolo de um progresso im- ção secundária e superior dos rapazes”.
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pensável algumas décadas atrás. O quadro evidencia a 3. Embora realçando o tradicional papel da mulher na famí-
importância do laboratório pelo facto de o tomar como lia, Camille Sée defende os progressos da instrução femi-
tema, detendo-se nos seus utensílios como se de uma nina, considerando que contribuirão para um melhor de-
nova paisagem se tratasse. sempenho das funções de esposa e mãe. Já o articulista do
67
jornal Le Gaulois rejeita por completo o acesso das mulhe- “Nas ruas, a luz pálida dos candeeiros públicos havia sido
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[…] a compreensão racional e independente da minha pró- sociedade”); observa o facto e realiza experiências a fim
pria individualidade”; “ser não somente um pintor mas tam- de determinar os mecanismos que regem o fenómeno
bém um homem”); observado (“partiu dos factos observados, fazendo de-
− a intenção de se focar na realidade do presente, em pois a sua experiência […]”; “depois estuar os mecanis-
detrimento dos temas académicos, virados para o pas- mos dos factos agindo sobre eles […]); finalmente, chega
sado (“Ser capaz de traduzir os costumes, as ideias, o as- ao conhecimento científico (“No final, obtém-se o conhe-
peto da minha época, da forma como a vejo”; “tornar viva cimento do homem, o conhecimento científico”).
a arte, tal foi o meu objetivo”).
Aspeto que aproxima Courbet da arte oficial: Págs. 142 e 143
− o estudo das obras e das técnicas académicas (“Estudei DOC. 12
[…] sem preconceitos a arte dos antigos”; “[…] no perfeito
1. Os críticos referem:
conhecimento da tradição”).
− a “liberdade de execução”, resultante, em parte, da falta
2. Courbet aparece à direita e é facilmente identificável
de desenho prévio, essencial a uma composição cuidada,
pela sua mochila com os apetrechos de pintura, bem
à maneira académica;
como pelo protagonismo que assume no quadro;
− o esbatimento das formas que, reduzidas a manchas,
− Alfred Bruyas enverga a casa verde. Olha diretamente
evidenciam o” desprezo pela linha”, mencionado pelo crí-
Courbet e esboça um gesto de saudação. A personagem
tico Émile Cardon;
à esquerda, que olha humildemente o chão, não se coa-
− a ausência de “modelado”, substituído por pinceladas
duna com a imagem de um “patrono”, remetendo para
grossas e aparentemente descuidadas de cores sobrepos-
um serviçal que o acompanha.
tas.
2. Todas as obras apresentam, quer como tema principal,
Pág. 140 quer como cenário, vistas do exterior: marinhas, paisa-
gens campestres, paisagens urbanas. O retrato está tam-
DOC. 10
bém presente em duas das telas reproduzidas (Docs. B
1. As obras reproduzidas detêm-se nos grupos sociais mais e C).
desfavorecidos, retratando-os sem filtros que suavizem a
realidade: o cansaço da pobre lavadeira que sobe penosa-
mente a escada, carregando num braço a trouxa da roupa Pág. 144
enquanto, com o outro, ajuda a criança; o mundo da pros- DOC. 13
tituição alimentado pela burguesia, materializada no cliente
1. Enquanto o Realismo e o Impressionismo de detêm no
de cartola; o trabalho inumano dos miseráveis rebocadores
mundo visível que rodeia os pintores, os simbolistas mer-
do Volga.
gulham no mundo da interioridade, valorizando o invisí-
2. Tanto a tela de Daumier como a de Manet foram execu-
vel, o sonho, o transcendente.
tadas com pinceladas grossas e sobrepostas; a tela de
2. Serão consideradas corretas as respostas devidamente
Ylya Repin mostra uma pincelada mais fina, uma maior
fundamentada, que se enquadrem no âmbito da questão.
atenção ao perfeito acabamento das figuras, pelo que,
quanto à técnica, é a que mais se aproxima do acade-
mismo. Pág. 146
DOC. 14
Pág. 141 Características:
DOC. 11 − predomínio da linha curva, ondulante – visível tanto nas
linhas da fachada da Casa Milá, como nas decorações ex-
1. O positivismo valoriza a ciência e o método experimen-
teriores e interiores;
tal, centrando-se no estudo dos factos. Zola procura apli-
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69
Pág. 147 acabamento minucioso do quadro; a paisagem impressio-
e uma mulher, provavelmente uma transeunte, que pa- 1. A crença de que o século XIX corresponde a um tempo
rece esboçar um gesto de ajuda, que o polícia rejeita. A de progresso evidencia-se no texto de Antero de Quen-
mãe segue de cabeça baixa, com o filho mais novo ao tal, Bom Senso e Bom Gosto (Doc. A), quando condena a
colo e o mais velho a chorar, agarrado à sua roupa. Na repetição incessante dos modelo antigos, apela à produ-
parede, os cartazes afixados anunciam um baile. ção de ideias novas e exalta o trabalho científico das aca-
A obra de Sisley é uma pintura de paisagem. Em primeiro demias de Paris, Londres e Berlim; no Programa das Con-
plano, uma colina coberta de vegetação; ao fundo, o ca- ferências do Casino (Doc. B), que repetidamente alude à
sario de uma vila. modernidade (o ”movimento moderno”), destacando o
3. a) – 1, 4, 5; b) – 2, 3, 6, 7. século XIX do tempo que o precedeu; na afirmação de
4. a) no Realismo e no Impressionismo. mudança que o Realismo constitui (Doc. C).
70
Pág. 152 Págs. 154 e 155
DOC. 17 DOC. 19
DOC. 18
Pág. 156
– O tema enquadra-se nos temas gratos aos naturalistas:
o retrato das gentes simples, sem a marcada denúncia DOCS. 20 e 21
social que caracterizou o Realismo. 1. Independentemente da técnica que utilizam, as duas
– A técnica utilizada no tratamento da figura em primeiro obras centram-se na fisionomia das retratadas, transmi-
plano evidencia o respeito pelos cânones académicos: tindo ao espetador os traços e a expressão do rosto, a
pincelada fina, perfeita modulação do volume, linha defi- postura e até o retrato psicológico das duas mulheres.
nida, atenção ao pormenor, acabamento perfeito da fi- Ambas são apresentadas tal como são, sem idealização
gura. O fundo, esbatido e sem pormenor, em que tanto o da figura, o que faz das duas obras um retrato “realista”.
mar como a figura humana se encontram reduzidos ao
DOC. 22
essencial, realça a personagem central, a rapariga que,
sentada na areia, espera o regresso dos pescadores. 1. No Simbolismo.
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