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8.1 INTRODUÇÃO
Designa-se por Trabalho Contabilístico de Fim de Exercício aquele que é necessário executar, depois
da extracção do último balancete de verificação, para se apurar e demonstrar os resultados, apresentar o
balanço e encerrar as contas (Pereira 1987:286).
No nosso país (Moçambique), o exercício contabilístico tem a duração de 12 meses e coincide com o ano
civil, isto é, começa em 01 de Janeiro e termina em 31 de Dezembro, podendo ter menos de 12 meses,
nos casos em que a unidade económica começa ou encerra definitivamente suas actividades no meio do
ano.
Para se proceder a reconciliação entre os registos contabilísticos e a realidade evidente, é importante que
se faça uma inventariação física geral de todo o património da entidade que sirva de base para
lançamentos de rectificação/regularização/ajustamento de algumas contas.
Depois da correcção efectuada em algumas contas e registos típicos do final de exercício, extrai-se um
novo balancete designado de Balancete Rectificado ou de Inventário.
Com base nesse balancete, procede-se ao apuramento de diversas categorias de resultados, transferindo-
se os saldos das contas de gastos e perdas (classe 6) e de rendimentos e ganhos (classe 7) para as
contas de resultados (classe 8). Nesta fase, também podem ser apresentadas as Demonstrações de
Resultados (por natureza e por funções).
Depois dos lançamentos de apuramento de resultados, elabora-se outro balancete denominado Balancete
Final ou de Encerramento que apresenta, logicamente, contas de gastos e perdas (classe 6) e
rendimentos e ganhos (classe 7) saldadas, isto é, com saldos nulos. As contas ainda não saldadas irão
compor o Balanço Final.
Com base no Balanço Final ou Balancete Final procede-se, então ao encerramento da escrita.
Outros mapas podem ser elaborados, tal como é o caso da Demonstração de Fluxo de Caixa, Mapa de
Origem e Aplicação de Fundos, Demonstração das Variações no Capital Próprio entre outros que,
juntamente com o Balanço e a Demonstração de Resultados constituem as Demonstrações Financeiras.
Para complementar as Demonstrações Financeiras existem os Anexos compostos por Notas Explicativas
cuja função é explicar ou desenvolver de forma cruzada, valores constantes nas peças contabilísticas.
O Esquema apresentado a seguir ajuda a compreender os passos e fases fundamentais do trabalho de fim
de exercício:
Lancamentos de Regularização/Ajustamentos/Correcção/Rectificação
Balancete Ajustado/Corrigido/Regularizado/Rectificado
De acordo com a prática de cada unidade económica, faz-se o inventário das disponibilidades, de dívidas
a receber e a pagar, das imobilizações ou investimentos de capital, de existências entre outros elementos.
A reunião destes inventários parciais forma o inventário geral. Estas práticas são notáveis na maioria das
empresas do nosso sistema económico. No final do ano, fecham as portas e deixam informações para
seus clientes, nos portões com o seguinte conteúdo “Fechado por Motivos de Inventariação”.
1.1 Caixa
Debitar a conta 4.5 Outros Devedores (se existir alguém por responsabilizar) e creditar a
conta 1.1 Caixa, pela diferença
4.5 Outros Devedores 1.1 Caixa
Si Si X
X
1
Os motivos podem ser de roubo, falhas não percebidas na conferência perante clientes, entre outros.
Geralmente os Caixas têm subsídios de falhas devido a natureza da função que desempenham. Depois da
conferência, se existir diferença significativa entre o saldo real e o contabilístico, os seus subsídios podem
ser chamados para cobrir a diferença, se esta estiver além da margem permitida pela instituição.
1.2 Bancos
No final do exercício, é preciso fazer uma reconciliação bancária entre o saldo de 1.2 Bancos apresentado
pelo balancete de verificação e o saldo conforme o extracto bancário fornecido pelo Banco (instituição na
2
Os clientes podem se esquecer de exigir seus trocos e o Caixa ou Tesoureiro também não se aperceber
da situação;
qual a conta esteja domiciliada). Neste processo, podem ser dectetados movimentos registados pelo
Banco mas que ainda não foram reflectidos na contabilidade da empresa. A reflexão desses movimentos
depende da sua natureza mas, em geral, segue-se o seguinte procedimento:
c) Transferências de Clientes:
Debitar 1.2 Bancos e creditar 4.1 Clientes pelo seu valor:
1.2 Bancos 4.1 Clientes
Si Si X
X
Se o valor transferido não provem de clientes regulares da empresa, pode se creditar a conta 4.5 Outros
Devedores, ao invés de 4.1 Clientes.
No mundo moderno, clientes podem celebrar contratos de “over drafts” (descobertos bancários) que
possibilitam pagamentos através de suas contas bancárias, de valores ou despesas para além do saldo
disponível. Como resultado destas operações, o saldo da conta 1.2 Bancos pode ser credor/negativo.
Contudo, no balanço final da contabilidade da empresa, a conta 1.2 Bancos não pode ter saldo
credor/negativo. A correcção correspondente para esta situação é transferir o saldo credor da conta 1.2
Bancos para a conta 4.3 Empréstimos Obtidos:
Debitar a conta 1.2 Bancos e creditar a conta 4.3 Empréstimos Obtidos, pelo saldo:
Os “over drafts” permitidos pelos Bancos constituem um tipo especial de empréstimo que os clientes
contraem junto daquelas instituições ao efectuar pagamentos nos “Point Of Sale 3” ou “Automatic Teller
Machine4” . Assim que o cliente depositar algum valor na sua conta, o Banco terá de debitar
automaticamente o valor em dívida para regularizar a situação.
Instrumentos financeiros registados na conta 1.3 são activos financeiros (acções, obrigações, derivados,
opções, entre outros) detidos pela empresa para efeitos de especulação 5.
a) No final do exercício, se as cotações6 fornecidas pelo mercado (Bolsa de Valores) forem inferiores
aos valores pelos quais os instrumentos financeiros foram adquiridos/comprados (valores
contabilísticos pelos quais estão registados na contabilidade) deve ser reconhecida uma perda,
embora não realizada:
3
POS
4
ATM
5
Termo que significa “comprar a preço baixo para revender a preço alto”
6
Preços pelos quais os instrumentos financeiros são transaccionados no mercado bolsista.
Debitar a conta 6.7 Perdas por Redução do Justo valor e creditar a conta 1.3 Outros
Instrumentos Financeiros:
2.2 Mercadorias, 2.3 Produtos Acabados, 2.6 Matérias Primas, Auxiliares e Materiais e 2.7 Activos
Biológicos
Se a empresa opera pelo sistema de inventário permanente, o primeiro ajustamento que deve ser feito
nestas contas é referente ao saldo patente na conta subsidiária 2.8 Regularizações. O saldo desta última
conta deve ser transferido, consoante a sua natureza, para a conta 2.2 ou 2.3 ou 2.6 ou 2.7, conforme a
natureza da actividade da empresa:
Empresas Industriais:
Empresas Rurais:
Empresas Industriais:
Empresas Rurais:
Ao longo do exercício, a conta 2.8 Regularizações regista as variações de inventários que não estejam
relacionadas com compras, vendas ou consumos, nomeadamente, as decorrentes de quebras ou sobras
anormais e saídas ou entradas de ofertas.
Depois da regularização efectuada acima, falta a comparação do saldo de 2.2, 2.3, 2.6 ou 2.7 com os
valores reais fornecidos pelo inventário físico.
c) No caso em que os saldos contabilísticos daquelas contas são superiores aos saldos fornecidos
pelo inventário físico, significa que alguns bens (mercadorias, produtos acabados, matérias
primas, auxiliares e materiais ou activos biológicos desapareceram descontroladamente da
empresa. Regra geral, prevalece o saldo do inventário físico, devendo se reduzir os os respectivos
saldos de 2.2, 2.3, 2.6 ou 2.7 pelos seguintes lançamentos:
Debitar 6.8 Outros Gastos e Pedas Operacionais e creditar 2.2 ou 2.3 ou 2.6 ou 2.7 pela
diferença (se não existir alguém por responsabilizar):
Empresas Comerciais:
Empresas Industriais:
Empresas Rurais:
Existindo alguém por responsabilizar deve se debitar 4.5 Outros Devedores e creditar 2.2 ou 2.3 ou 2.6 ou
2.7, conforme se trate de mercadorias ou produtos acabados ou matérias-primas ou activos biológicos,
pelas diferenças apuradas.
d) Se os saldos contabilísticos das contas 2.2, 2.3, 2.6 ou 2.7 forem inferiores aos valores fornecidos
pela inventariação física, existem sobras de bens a favor da empresa. Os lançamentos de
ajustamento para esta situação consistem no débito (aumento) das contas 2.2, 2.3, 2.6 ou 2.7
pelas diferenças apuradas e crédito de 7.6 Outros Rendimentos e Ganhos Operacionais:
Empresas Comerciais:
Empresas Industriais:
2.6 Matérias Primas, Auxiliares e Materiais 7.6 Outros Rendimentos e Ganhos Operacionais
Si Si
X X
Empresas Rurais:
No sistema de inventário permanente, as contas 2.2, 2.3, 2.6 e 2.7 não variam ao longo do exercício.
Estas contas ostentam saldos iniciais desde o início (01 de Janeiro) até ao fim (31 de Dezembro),
momento em que se faz a regularização. As variações motivadas pelas compras são reflectidas na conta
2.1 Compras e as saídas geradas pelas vendas não são objecto de registo contabilístico.
As variações de inventários que não estejam relacionadas com as compras ou vendas, nomeadamente, as
decorrentes de ofertas são reflectidas na conta 2.8 Regularizações.
O primeiro (1º) ajustamento a ser feito, neste sistema de inventário, consiste em transferir os saldos de 2.1
Compras e 2.8 Regularizações para as contas 2.2 ou 2.3 ou 2.6 ou 2.7, conforme se trate de mercadorias,
produtos acabados ou matérias-primas, auxiliares e materiais ou activos biológicos:
O segundo (2º) ajustamento tem a ver com a transferência do custo dos bens vendidos ou consumidos ao
longo de todo o exercício, creditando-se 2.2 ou 2.3 ou 2.6 ou 2.7 e debitando-se a conta 6.1, conforme
ilustra o lançamento seguinte:
Empresas Comerciais:
(1)P/ transferência do saldo devedor de 2.1 (X) e saldo devedor de 2.8 (Y) para 2.2
O valor (Z) corresponde ao custo das mercadorias vendidas ao longo de todo o periódo calculado pela
equação básica de stocks ou de contabilidade analítica:
O valor de Existências Finais é fornecido pelo inventário físico, e as Existências Iniciais, Compras e
Regularizações estão patentes nas contas 2.2 Mercadorias, 2.1 Compras e 2.8 Regularizações.
Depois dos lançamentos demonstrados acima, o saldo da conta 2.2 Mercadorias corresponde ao valor de
existências finais a ser patenteado no balanço final.
Empresas Industriais:
(X) saldo devedor de 2.1 e (Y) saldo devedor de 2.8 transferidos para 2.6
O valor (Z) das matérias-primas consumidas na fabricação de produtos e o custo dos produtos vendidos
(W) são calculados pela equação de contabilidade analítica apresentada acima, com algumas adaptações
das variáveis.
Depois dos lançamentos apresentados acima, o saldo de 2.6 e 2.3 reflectem os valores de existências
finais de matérias-primas, auxiliares e materiais e de produtos acabados, respectivamente, a serem
patenteados no balanço final.
Alguns bens que as empresas possuem nas suas instalações estão sujeitos a processos químicos
acelerados de desintegração e podem também, possuir prazos de validade, principalmente se forem de
consumo humano. No final do exercício, a empresa deve investigar e identificar itens que estejam com
prazos de validade para consumo humano ou outros objectivos afins, prestes a expirar e registar o seu
valor a débito na conta 6.4 Perdas por Imparidade do Período e a crédito na conta 2.9 Ajustamentos para
Valor Realizável Líquido.
Para além da verificação da situação referida anteriormente, faz-se análise do preço de mercado dos
inventários disponíveis para venda.
No caso em que o preço do mercado, em 31 de Dezembro, seja inferior relativamente ao custo com que
os bens se encontram registados na contabilidade, existe forte probabilidade de não se recuperar o custo
desses inventários. Assim, a diferença deve ser reconhecida como um gasto temporário a débito na conta
6.4 Perdas por Imparidade do Período e a crédito na conta 2.9 Ajustamentos para o Valor Realizável
Líquido, conforme se demonstra:
Este lançamento visa ajustar o valor dos inventários (Mercadorias, Produtos Acabados, Matérias Primas,
Auxiliares e Materiais e Activos Biológicos) para o justo valor que se possa recuperar.
“É possível integrar nas contas um grau de precaução ao fazer as estimativas exigidas em condições de
incerteza sem, contudo, permitir a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada
quantificação de activos e proveitos por defeito ou de passivos e custos por excesso. Devem também ser
reconhecidas todas as responsabilidades incorridas no período em causa ou num período anterior, mesmo
que tais responsabilidades apenas se tornem patentes entre a data a que se reporta o balanço e a data
em que este é elaborado.”
O lançamento apresentado é baseado em contas gerais. Dentro daquelas contas existem subcontas
específicas para reflectir perdas potenciais de mercadorias, matérias primas, auxiliares e materiais,
produtos acabados e activos biológicos.
No final do exercício, todos os investimentos de capital, incluindo os activos biológicos são submetidos a
testes de imparidade.
Conforme a NCRF, no parágrafo 4, diz-se que um elemento patrimonial está em imparidade quando a sua
quantia escriturada (valor contabilístico) supera a sua quantia recuperável (justo valor fornecido pelo
mercado numa certa data).
a) Externas:
Variações significativas do preço do bem no mercado durante o período;
Alterações tecnológicas significativas;
Variações de taxas de juros ou de retorno no mercado;
b) Internas:
Evidências de obsolescência económica ou danos físicos do bem;
Alterações significativas na forma e extensão como o activo é usado;
Fraco desempenho esperado do bem, no futuro.
Justo valor é a quantia pela qual um activo pode ser trocado entre partes conhecedoras, dispostas a isso,
numa transacção em que não exista relacionamento entre as mesmas.
Por exemplo, um equipamento adquirido a 1,000,000MT no início do exercício 200X, depreciado a uma
taxa de 10% anualmente, a sua quantia registada em 31 de Dezembro de 200X é o seu valor
contabilístico, de 900,000MT. se nesta data (31 de Dezembro), o seu justo valor for de 750,000MT, o
equipamento está em imparidade e deve ser registada a diferença (X) correspondente a 150,000MT,
como um gasto a débito na conta 6.4 Perdas por imparidade do Período, em contrapartida de 3.9
Imparidade Acumulada de Investimentos de Capital:
Repare que, a empresa espera que o valor do equipamento reduzirá de 900,000MT para 750,000MT no
próximo exercício. Se esta situação não se verificar, então, a diferença que foi anteriormente registada
como gasto na conta 6.4 e 3.9 será revertida como um rendimento, debitando a conta 3.9 Imparidade
Acumulada de Investimentos de Capital e a creditando a conta 7.4 Reversões do Período:
7.4 Reversões do
3.9 Imparidade Acumulada de Investimentos de Capital Período
X Si Si
X
A redução do valor deve se ao desgaste functional – sempre que estiver a funcionar sofre desgaste,
perdendo assim o seu valor original.
Mas se a máquina não estiver em funcionamento, também perde valor por simples decorrer do tempo.
Em ambas situações pode haver interferência de fenómenos externos (calor, frio, humidade, ambiente
corosivo, etc) que intensifiquem a perda do valor da máquina.
Por outro lado, a máquina pode envelhecer rapidamente – obsolescência económica devido ao
progresso tecnológico que gerou novas máquinas mais eficientes. A Tabela apresentada a seguir
resume as causas que geram a perda de valor de bens de capital nas unidades produtivas:
Causas
Técnicas Económicas
Agora, pensemos novamente, no custo (V) de contrato de concessão, realizado entre uma empresa e o
Estado, referente à exploração de bens de domínio público, por tempo determinado (n anos). Também
aqui compreendemos que aquele valor (V) se vai reduzindo com decorrer do tempo, precisamente à
medida que se vai reduzindo o respectivo período de utilização.
O registo contabilístico da redução de valor de um bem destinado a utilização por vários anos designa-se
por:
O termo amortização é o mais genérico em termos de aplicação. Em condições mais rigorosas de gestão,
a depreciação/amortização também corresponde a depósitos de valores monetários em instituições
financeiras para que logo após depreciação/amortização total do bem, a unidade económica tenha fundos
destinados a reposição do respectivo bem.
Métodos de Depreciação/Amortização
Para a estimativa de quotas de depreciação/amortização existem três métodos mais usados: método de
quotas constantes, método da soma dos dígitos e o método das unidades de produção/utilização.
Se não se conhece a vida útil do bem, tal como pode acontecer com bens adquiridos em “segunda mão”,
podem ser usadas taxas constantes da lei 72/2013 que aprova o regime de amortizações e reintegrações.
Calculadas as depreciações/amortizações cujo valor é (X), o seu registo contabilístico pode ser feito
seguindo dois métodos:
a) Método Indirecto7:
Debitar a conta 6.5 Amortizações do Período e creditar a conta 3.8 Amortizações
Acumuladas, pelo valor do desgaste:
6.5 Amortizações do Período 3.8 Amortizações Acumuladas
X Si
X
b) Método Directo:
Debitar a conta 6.5 Amortizações do Período e creditar 3.2 Activos Tangíveis ou 3.3
Activos Intangíveis, 3.6 Activos Tangíveis de Investimentos ou 2.7 Activos Biológicos,
conforme as depreciações/amortizações se relacionem com elementos registados
naquelas contas:
7
Mais preferencial porque previlegia o Custo Histórico dos bens. Os bens são apresentados nas
demonstrações financeiras pelos seus custos originais.
Nas empresas rurais, as depreciações de máquinas e equipamentos usados directamente para cuidar
culturas ou animais em formação são debitadas nas respectivas contas desses elementos, ao invés da
conta 6.5. Este procedimento é também observado em muitas empresas industriais. A teoria geral de
contabilidade analítica descreve que, o custo industrial de produção de um bem integra a matéria directa
mais mão-de-obra directa e os gastos gerais de fabricação. As depreciações de máquinas usadas ao
serviço de um produto integra a componente de gastos gerais de fabricação, no modelo citado
anteriormente.
São factores que podem contribuir na formação de dúvidas quanto ao recebimento de uma dívida do
cliente ou outro devedor:
A morte do cliente/devedor;
Localização do cliente/devedor em parte incerta;
Facturas vencidas há muito tempo e não recebidas;
Falência do cliente/devedor.
No exercício seguinte, se de facto não se cobrar o valor considerado como de cobrança duvidosa, no
exercício anterior, então procede-se ao seu anulamento na respectiva conta a receber (procedimento
conhecido por “write off”), debitando a conta 4.7 Perdas por Imparidade Acumuladas de Contas a Receber
e creditando a conta 4.1 Clientes ou 4.5 Outros Devedores. Neste momento, não necessitamos de registar
esse valor nas contas de gastos porque, isso já foi feito no exercício anterior.
No caso em que, o valor de cobrança duvidosa for recebido no exercício seguinte, procede-se ao
lançamento de reversão dos efeitos.
Se no exercício anterior, o valor foi registado como gasto na conta 6.4, assumindo-se que poderia não ser
recuperado, então, neste momento em que é recuperado, deve ser registado como rendimento/proveito,
debitando a conta
4.7 Perdas por Imparidade Acumuladas de Contas a Receber e creditando a conta 7.4 Reversões do
Período. Pelo recebimento, debita-se 1.1 Caixa ou 1.2 Bancos em contrapartida de 4.1 Clientes.
Existindo provas seguras e suficientes (sem dúvidas) de que um certo valor em dívida, não será
efectivamente recebido, o montante deve ser debitado directamente numa conta de gasto definitivo (6.8
Outros Gastos e Perdas Operacionais) em contrapartida da conta 4.1 Clientes ou 4.5 Outros Devedores:
6.8 Outros Gastos e Perdas Operacionais 4.1 Clientes
Si Si X
X
Neste momento, após aturadas tentativas, a empresa acaba convencendo-se de que não vai recuperar o
valor. Este registo, também é conhecido por “write off” de uma dívida.
O lançamento mais usado para “write off” tem sido de débito de 4.7 e crédito de 4.1 ou 4.5 porque,
frequentemente, as dívidas incobráveis começam por ser de cobrança duvidosa.
Exemplo:
A empresa Tronco de Aço, Lda emitiu, em 25 de Dezembro de 2014 uma factura s/cliente Ryon, Ltd da
Europa, a 30 dias, no valor de USD 5,000.00 pela venda de madeira. Nesta data, o mercado cambial
apresentava os seguintes preços de USD: Compra 30.00MT e Venda 32.00MT. Em 31 de Dezembro do
mesmo ano, a taxa de câmbio de USD era a seguinte: Compra 28.00MT e Venda 31.50MT.
Pretende-se:
As facturas emitidas pela empresa sobre terceiros (clientes e outros devedores) em moeda estrangeira
são convertidas pela taxa de câmbio de compra.
* Sempre que haja redução da taxa de câmbio de compra, existe uma diferença de câmbio desfavorável
nas facturas a receber em moedas estrangeiras;
* Sempre que haja aumento da taxa de câmbio de compra, existe uma diferença de câmbio favorável nas
facturas a receber em moedas estrangeiras.
Lançamento:
Se recebesse a factura nesta data (25 de Dezembro), a empresa teria USD 5,000.00 e ao converter
obteria 150,000.00MT.
10 Cenário
Imaginemos que, pela conjuntura económica, em 31 de Dezembro de 2014, as taxas cambiais sofreram
uma redução, tendo odólar registado os seguintes preços no mercado cambial: Compra 28.00MT e Venda
29.40MT.
Se recebesse a factura nesta data (31 de Dezembro), a empresa teria USD 5,000.00 e obteria apenas,
140,000.00MT após conversão. Nesta data, deve ser reduzido valor da dívida a receber de 150,000.00MT
registado no dia 25 creditando a respectiva conta (4.1 Clientes) por 10,000.00MT referentes a redução da
taxa de câmbio de compra.
20 Cenário
Agora, suponhamos que, em 31 de Dezembro, pelas mesmas razões citadas no 1 0 cenário, as taxas de
câmbio sofreram agravamento (aumento) em comparação com as do dia 25 de Dezembro, estando o dólar
cotado da seguinte forma: Compra 31.10MT e Venda 32.40MT.
Lançamento de Regularização:
Uma diferença de câmbio favorável traduz a ideia de ganho gerado por oscilações cambiais.
facturas emitidas por terceiros sobre a empresa também geram diferenças de câmbio (des)favoráveis que
devem ser reconhecidas na conta 6.9 ou 7.8 conforme sejam desfavoráveis ou favoráveis.
Exemplo:
Pela compra de uma máquina de climatização da sala laboratorial, a empresa GreenHealth, Lda que
fabrica e vende medicamentos, recebeu, no dia 28 de Dezembro de 2014, a factura nr 2318 da
PowerTechnology, Ltd da RSA, no valor de ZAR 120,000.00, com vencimento em 30 dias úteis. Nesta
data, o mercado cambial apresentava os seguintes indicadores do ZAR: Compra 3.50MT e Venda
4.00MT.
Valor da factura a pagar, 120,000.00 ZAR é convertido pela taxa de câmbio de venda: ZAR
120,000.00 x 4.00MT = 480,000.00MT.
As facturas emitidas por terceiros (fornecedores e outros credores) sobre a empresa em moeda
estrangeira são convertidas pela taxa de câmbio de venda.
* Sempre que a taxa de câmbio de venda sofre aumento, existe diferença de câmbio desfavorável nas
facturas a pagar em moedas estrangeiras;
* Sempre que a taxa de câmbio de venda sofre redução, existe diferença de câmbio favorável nas facturas
a pagar em moedas estrangeiras.
Lançamento:
Se fosse para pagar o valor da factura nesta data (28 de Dezembro), a empresa iria a casa de câmbios e
esta por sua vez “venderia” os 120,000.00 ZAR à empresa, pelo preço de 4.00MT cada ZAR. Recorde-se
que, as referênciais cambiais de uma certa moeda são analisadas e interpretadas na óptica da instituição
financeira (casa de câmbios, banco comercial) que tem direito de comercializar as moedas. Por isso,
quando aparece nos “medias” expressões como:
Taxa de câmbio do dólar: Compra 30.00MT e Venda 32.00MT. Isto quer dizer que, a casa de câmbios
compra o dólar por 30.00MT cada unidade e vende a unidade de dólar por 32.00MT. Logo, se tivermos
uma factura por pagar em dólares, nós iriamos à casa de câmbios e esta, por sua vez, vender-nos-ia uma
unidade de dólar por 32.00MT.
10 Cenário:
Imaginemos que, já em 31 de Dezembro (fecho do exercício de 2014), as taxas de câmbio sofreram
agravamento (aumento) pela conjuntura económica. Assim, o mercado cambial fornecia os seguintes
preços de ZAR: Compra 4.20MT e Venda 4.80MT
Se fosse para pagar a factura da PowerTechnology, Ltd, nesta data (31 de Dezembro), a empresa iria a
casa de câmbios e, esta por sua vez, venderia uma unidade de ZAR por 4.80MT. Podemos claramente
perceber que, agora a empresa GreenHealth, Lda precisaria de muitos meticais para poder adquirir os
ZAR 120,000.00 comparativamente ao dia 28 de Dezembro.
O valor da factura ZAR 120,000.00 é convertido pela taxa de câmbio de venda: ZAR 120,000.00 x 4.80MT
= 576,000.00MT
Uma diferença de câmbio desfavorável traduz a ideia de que “serão necessários meticais adicionais para
se poder comprar os ZAR 120,000.00 no dia 31 de Dezembro, em comparação com o valor do dia 28 de
Dezembro”. A diferença é registada como perda financeira, a débito na conta 6.9. Por isso, deve-se
aumentar o valor em dívida através de um lançamento contabilístico de regularização:
Lançamento de Regularização:
20 Cenário:
Imaginemos que, em 31 de Dezembro (fecho do exercício de 2014), ao invés de aumento, houve redução
de taxas cambiais. Assim, o mercado cambial fornecia os seguintes preços de ZAR: Compra 2.80MT e
Venda 3.10MT:
Nesta situação, a GreenHelath, Lda precisaria de “poucos” meticais para adquirir os ZAR 120,000.00 em
comparação com o dia 28 de Dezembro.
O valor da factura ZAR 120,000.00 é convertido pela taxa de câmbio de venda: ZAR 120,000.00 x 3.10MT
= 372,000.00MT
Uma diferença de câmbio favorável traduz a ideia de que “serão necessários poucos meticais para se
poder comprar os ZAR 120,000.00 no dia 31 de Dezembro, em comparação com o valor do dia 28 de
Dezembro”. A diferença é registada como ganho financeiro, a crédito na conta 7.8. Por isso, deve-se
reduzir o valor em dívida através de um lançamento contabilístico de regularização:
Lançamento de Regularização:
As regularizações descritas nesta secção são válidas apenas para facturas emitidas pela empresa sobre
terceiros e ainda não recebidas e as emitidas pelos terceiros sobre a empresa, ainda não pagas até a data
do fecho do exercício (31 de Dezembro).
Se existir forte indício de perda do caso e a empresa prever indemnização a contraparte, o respectivo valor
deve ser debitado na conta 6.6 Provisões do Período em contrapartida de 4.8 Provisões.
Os valores previstos (por experiência própria da empresa) para gastos de assistência técnica a bens
vendidos com garantia devem ser debitados na conta 6.6 Provisões do Período em contrapartida da conta
4.8 Provisões.
Tal como, as perdas por imparidade, as provisões também são susceptíveis a reversão, no caso em que
os fins para os quais foram constituidos não se materializem no exercício seguinte.
O princípio de prudência exprime a ideia de precaução ou cautela de situações que, tendo origem em um
certo exercício, não possam afectar os resultados do outro exercício.
Acréscimos de Gastos - são gastos relativos ao periodo em curso que apenas serão pagos e
contabilizados como tal nos períodos seguintes. Representam passivos ainda sem documentos
vinculativos. Como exemplos podemos apresentar as férias e subsídios de férias, comunicações,
electricidade etc.
Valores estimados de gastos de electricidade, água, transportes, comunicações, segurança entre outros
do mês de Dezembro devem ser debitados na conta 6.3 Fornecimentos e Serviços de Terceiros em
contrapartida da conta 4.9 Acréscimos e Diferimentos:
(X) FST do mês de Dezembro (por estimativas) mas ainda sem documentação vinculativa
b)
Os valores registados a crédito na conta 4.9 constituem passivos “especiais” ainda sem documentação
vinculativa (factura da EDM e folha de salário). Logo que os documentos estiverem disponíveis, aqueles
valores serão transferidos da conta 4.9 para a conta 4.6, passando assim a ser passivos efectivos.
Seguros que beneficiam exercícios seguintes mas que tenham sido registados como despesas na conta
6.3; Transportes, Segurança, Electricidade (credelec que transita para o período seguinte),
Comunicações (Crédito que transita para o período seguinte) etc.
Sabe-se que, pelo pagamento, por exemplo, de prémio anual de seguros, no meio do ano, a contabilidade
deve respeitar o princípio de especialização no registo desta operação, independentemente do momento
em que for pago.
O referido princípio obriga ao Contabilista a registar nas contas de gastos apenas valores correspondentes
a consumos de um único exercício. E os valores a serem consumidos no exercício seguinte devem ser
diferidos, isto é, não devem ser debitados nas contas de gastos mas sim na conta 4.9 Acréscimos e
Diferimentos.
Se não for respeitado o princípio de especialização nos registos contabilísticos ao longo do período
(devido a natureza das operações que não possibilitam o conhecimento de valores a diferir), no final do
ano deve se fazer ajustamento por que já será possível conhecer valores consumidos e os
remanescentes.
Por exemplo, uma empresa compra recarga de credlec de 10,000MT (correspondente a 5,000 KW/h) no
dia 25 de Dezembro, através de numerário. Nesta data, não é fácil conhecer o valor de electricidade que
será gasto até 31 de Dezembro e o que poderá transitar para o exercício seguinte. Por isso, o
procedimento contabilístico de registo da operação é debitar a conta 6.3 Fornecimentos e Serviços de
Terceiros e creditar 1.1 Caixa, pelo valor total de 10,000MT.
No final do ano (dia 31 Dezembro) já é fácil conhecer o valor gasto e o que transita para o exercício
seguinte, pela leitura directa do contador. Neste caso, o valor que transita deve ser debitado na conta 4.9
Acréscimos e Diferimentos e creditado (reduzido) da conta 6.3 Fornecimentos e Serviços de Terceiros:
Debitar 1.1 Caixa por 100,000MT, creditar a conta 7.8 Rendimentos e Ganhos Financeiros
por 20,000MT e creditar 4.9 Acréscimos e Diferimentos por 80,000MT;
Ou
Debitar 100,000MT na conta 1.1 Caixa, creditar 100,000 na conta 7.8 Rendimentos e Ganhos
Financeiros.
O primeiro lançamento é o mais correcto porque não necessita de ajustamentos no final do ano. O valor de
20,000MT é de facto receita para o ano de 2014. Mas os 80,000MT só serão receitas em 2015 por isso diz
que são rendimentos diferidos na conta 4.9.
O segundo lançamento é menos prático porque exige que, no final do ano (31 de Dezembro) se faça
correcção, debitando a conta 7.8 Rendimentos e Ganhos Financeiros e creditando a conta 4.9 Acréscimos
e Diferimentos por 80,000MT como valor de rendimentos diferidos para o ano de 2015:
4.9 Acréscimos e
7.8 Rendimentos e Ganhos Financeiros Diferimentos
X Si Si
X
Depois destas e outras correcções, pode ser elaborado o Balancete Ajustado/Regularizado/Corrigido que
permitirá o apuramento correcto dos resultados do período.
Se o saldo de 8.3 for credor, isso evidencia um lucro corrente/contabilístico sujeito ao imposto sobre
rendimento de pessoas colectivas (IRPC). Neste caso, 32% do saldo credor de 8.3 é creditado na conta
8.5 e o remanescente é creditado na conta 8.8 como resultado líquido do período. O imposto provisionado
na conta 8.3 é posteriormente transferido para a conta 4.4 que é de balanço.
No caso em que, o saldo de 8.3 é devedor, exprime um prejuizo corrente/contabilístico e não está sujeito
ao imposto. O valor é transferido e debitado totalmente na conta 8.8 como resultado líquido do período a
ser patenteado no balanço patrimonial final da empresa.
Transporte
8.3 RESULTADOS CORRENTES LC
a 8.5 IMPOSTO SOBRE RENDIMENTO t
a 8.8 RESULTADO LIQUIDO DO PERIODO LL
P/transferência do saldo credor de 8.3 para 8.5 e 8.8
--------------------------------//------------------------------------
LC-Lucro Corrente; t-Imposto e LL-Lucro Líquido
O processo de apuramento de resultados obdece a regras de contabilidade. Sempre que debita a conta
deve, em contrapartida, creditar uma outra conta.
Desde o início do exercício até ao final, a contabilidade sempre regista os factos patrimoniais nas contas.
No fim do exercício é preciso resumir esta actividade em mapas especiais cujo conjunto completo
denomina-se relatório contabilístico.
De acordo com Plano Geral de Contabilidade (PCG) aprovado pelo Decreto nr 70/2009, um conjunto
completo de Demosntrações Financeiras (DFs) inclui:
PGC-NIRF PGC-PE
Balanço Balanço
Demonstração de Resultados por Natureza Demonstração de Resultados por Natureza
Demonstração de Resultados por Funções Demonstração de Resultados por Funções
Demonstração de Fluxo de Caixa
Demonstração das Alterações no Capital Próprio
Notas às Demonstrações Financeiras Notas às Demonstrações Financeiras
As Notas Explicativas incluem um resumo de políticas contabilísticas mais significativas.
A compilação do relatório contabilístico é a útlima fase do trabalho contabilístico do fim de exercício.
9.1 BALANÇO
O Balanço é um mapa que reflecte a posição financeira em determinado período, normalmente no final
do ano ou de um período prefixado (Iudícibus e Marion (2004:184). O balanço é constituido por dois
membros (10 Membro – Activo e 20 Membro – Capital Próprio e Passivo).
O Activo é o conjunto de bens e direitos, o Passivo é o conjunto de obrigações (dívidas) e o Capital Próprio
é a diferença entre Activo e Passivo e reflecte a riqueza líquida da empresa.
a) Activo é:
Um recurso;
Controlado pela entidade;
Como resultado de evento(s) passado(s);
Do qual se esperam que benefícios económicos fluam para a entidade.
b) Passivo é:
Uma obrigação presente (não cometimento futuro);
De uma entidade;
Como resultado de evento(s) passado(s);
Cuja resolução implicará um exfluxo ou defluxo de benefícios económicos da entidade.
c) Capital Próprio é:
Interesse residual sobre os Activos depois de deduzir todas as obrigações.
Pela óptica contabilística, a equação básica de contabilidade impoe que, a soma dos elementos do 1 0
membro seja igual a soma dos elementos do 2 0 membro, isto é:
Conforme o Decreto 70/2009, a estrutura do balanço deve ser vertical e os elementos de Activo (10
membro) dispostos pela ordem crescente de liquidéz (do menos líquido para o mais líquido). Isto implica
que, na secção de activos, primeiro sejam arroladas as contas de activos não correntes e de seguida
apresentam-se contas de activos correntes (terminando sempre com as contas de disponibilidades). Os
elementos do Capital Próprio e Passivo (2 0 membro) devem ser dispostos pela ordem crescente de
exigibilidade (do exigível a longo e médio prazo para o exigível a curto prazo). Esta regra implica que, na
secção de passivo sejam apresentadas, em primeiro lugar, as contas de passivos não correntes e de
seguida as contas de passivos correntes. É importante recordar que, as classes de contas que compoem o
balanço são: classe 1, classe 2, classe 3, classe 4, classe 5 e a conta 8.8 Resultado Líquido do Período.
As contas 2.1 e 2.8 são subsidiárias de 2.2, 2.3, 2.6, 2.7 por isso os seus saldos (as primeiras duas
contas) são transferidos no acto do apuramento de custo de inventários ou de resultados, no final do
exercício, para as últimas contas. Não figuram no balanço final. As contas 2.9, 3.8, 3.9 e 4.7 subtraem os
activos brutos. Por isso, no Balanço, os seus saldos entram na secção de activo com sinal negativo. Mas a
prática do nosso PGC é de apresentar os activos já líquidos/ajustados e assim sem necessidade de
apresentar contas de ajustamentos.
Repare que algumas contas fazem parte do grupo de activos e de passivos simultaneamente. Essas
contas são mistas e o seu posicionamento no balanço depende da natureza do saldo final. Por exemplo,
se no final do exercício, a conta 4.9 evidencia a seguinte situação:
Neste caso, a conta 4.9 tem saldo devedor de 500.00MT e integra a secção de activos. Mas se no final do
exercício, a conta 4.9 evidenciar um acumulado a débito e a crédito conforme se mostra a seguir, então a
conta passa a integrar a secção de passivos com um saldo credor de 1,100.00MT.
5.5 RESERVAS
5.6 EXCEDENTES DE REVALORIZAÇÃO DE ACTIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS
5.8 OUTRAS VARIAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO
5.9 RESULTADOS TRANSITADOS
8.8 RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO
Qualquer conta desta secção que ostente um saldo devedor, o seu valor tem efeitos dedutivos, devendo
carregar sinal negativo, no Balanço.
Pela óptica financeira, o Activo (10 membro) reflecte as aplicações de recursos e o Capital Próprio e
Passivo (20 membro) são as origens de recursos, isto é, as fontes de proveniência dos fundos aplicados
no primeiro membro. Portanto, as aplicações são iguais as origens.
Aplicações = Origens
Informações Adicionais:
Os activos devem ser apresentados por valores líquidos, evitando introduzir contas de ajustamentos,
nomeadamente: 2.9, 3.8, 3.9 e 4.7. A informação detalhada destas contas é divulgada nas Notas.
Neste novo modelo de Balanço existem rubricas que agregam mais de uma conta. Por exemplo: Outras
Activos Correntes e Outras Contas a Pagar.
Vamos descrever, de forma resumida, o conteúdo de cada rubrica do Balanço. Os detalhes podem ser
apreciados em outras unidades deste manual:
a) Activos Tangíveis – são activos que sejam detidos para uso na produção ou no fornecimento de
bens e serviços, para arrendamento ou para fins administrativos e que se esperam que sejam
utilizados por mais de um período;
b) Activos Tangíveis de Investimentos – são terrenos e/ou edifícios, ou partes deles, que sejam
detidos para obtenção de rendas e/ou valorização do capital investido e que não sejam para uso na
produção ou no fornecimento de bens ou serviços, com fins administrativos ou venda no decorrer
normal do negócio;
c) Goddwill – activo não monetário, sem substância física de que se esperam benefícios económicos
futuros resultantes de activos que não são individualmente identificáveis e separadamente
reconhecíveis;
d) Activos Intangíveis – Activos não monetários, sem substância física, mas identificáveis;
e) Activos Biológicos (de Produção) – valores de animais ou plantas com vida destinados a
produção ou exploração de seus derivados e que possam viver mais de 12 meses. Ex: Gado – numa
empresa de extracção de leite; Plantas de Coqueiro – numa empresa que explora copra. Caso a
sua vida seja de até 12 meses, então são classificados na secção de activos correntes;
f) Investimentos em Associadas – Investimentos financeiros em entidades sobre as quais o
investidor tenha influência significativa e que não sejam subsidiárias nem interesses em
empreendimentos conjuntos;
g) Outros Activos Financeiros – instrumentos financeiros não correntes que não tenham sido
inclusos noutros itens dos activos;
h) Activos por Impostos Diferidos – impostos sobre rendimentos recuperáveis ou pagáveis em
periódos futuros respeitantes a diferenças temporárias dedutíveis e tributáveis, reporte de perdas
fiscais não utilizadas e reporte de créditos fiscais não utilizados;
i) Activos Não Correntes Detidos para Venda – são activo não correntes que a entidade tenha em
sua carteira de alienação. Para que um item seja classificado nesta categoria, deve satisfazer certas
condições: (i) a entidade tenha um plano de venda do activo (ii) o activo esteja imediatamente
disponível para venda e (iii) a venda seja provável nos próximos 12 meses;
j) Inventários – são activos detidos para venda, no decurso normal da actividade empresarial, ou para
consumo no processo de produção de bens e serviços para venda. Esta rubrica inclui saldos de
todas as contas de classe 2, nomeadamente: 2.2, 2.3, 2.4, 2.5 e 2.6 com a excepção da conta 2.7
que aparece de forma separada, e das contas transitórias (2.1 e 2.8) assim com as de ajustamentos
(2.9);
A ligação entre Balanço e Demonstração de Resultados é feita pela conta 8.8 Resultados Líquidos do
Período e o Imposto provisionado na conta 8.5 que deve ser transferido para a conta 4.4 Estado.
Gastos de Distribuição
Gastos Administrativos
Rendimentos/Gastos Financeiros
Outros Ganhos/Perdas Operacionais
Ganhos/Perdas Imputadas de Associadas
Resultados Antes de Impostos
Imposto sobre Rendimento
Resultados do Período de Operações Continuadas
Resultados Líquidos das Operações Descontinuadas
Resultados Líquidos do Período
Resultados Líquidos do Período Atribuídos a:
Detentores do Capital da Empresa - Mãe
Interesses Minoritários
O valor de “Resultados Líquidos do Período” evidenciado nas duas versões deve ser o mesmo.
9.3.1 Definições
Para efeitos de eleboração deste mapa, Caixa – compreende o dinheiro existente nos cofres e em
depósitos a ordem. Por abrangir até depósitos bancários, alguns autores preferem dar a denominação de
Demonstração de Fluxos de Disponibilidades.
Equivalentes de Caixa – são investimentos a curto prazo, altamente líquidos, que sejam prontamente
convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de
alterações de valor.
Fluxos de Caixa – são influxos (recebimentos ou entradas) e exfluxos (pagamentos ou saídas) de caixa e
seus equivalentes.
Actividades Operacionais – são as principais actividades produtoras de rédito da entidade e outras
actividades que não sejam de investimentos ou financiamento.
Actividades de Investimentos – são actividades que provocam pagamentos pela compra de imobilizado e
recebimentos pela alienação do imobilizado.
O Gestor deve compreender que o resultado de um período está relacionado com os rendimentos e gastos
ocorridos no mesmo, e que isto pode não ter relação com as variações no “cash flow” durante o período. A
explicação das diferenças pontuais entre Recebimentos e Receitas é apresentada na tabela a seguir que,
retrata operações ocorridas na empresa M & Y, Lda, no ano N:
(valores em milhares de meticais)
Valores Ano N
Recebimentos Receitas
1 Vendas a pronto, efectuadas no ano N 5,000.00 5,000.00 5,000.00
2 Vendas a crédito, do ano N-1, recebidas do ano N 1,000.00 1,000.00 -
3 Vendas a crédito do ano N, recebidas no ano N 50,000.00 50,000.00 50,000.00
4 Vendas a crédito do ano N, recebidas no ano N+1 50,000.00 - 50,000.00
Total 56,000.00 105,000.00
Esta tabela mostra que, a empresa teria de declarar uma receita de 105,000MT no ano N. Contudo, o valor
dos recebimentos do mesmo período é apenas de 56,000MT. Não seria de estranhar que esta empresa
apresentasse um óptimo resultado líquido do período mas estando sob pressões de tesouraria (falta de
dinheiro). A Demosntração do Fluxo de Caixa mostra a diferença entre Recebimentos e Pagamentos feitos
em “Caixa e Bancos” durante o período em análise.
a) Cabeçalho
Denominação da Empresa;
Título do Mapa;
Data de encerramento:
Exemplo:
Balanço da Empresa Alfa & Ómega, Lda em 31 de Dezembro de 2014, ou Demonstração de Resultados
da Alfa & Ómega, Lda em 31 de Dezembro de 2014.
b) Corpo
No corpo, faz-se a descrição das contas do 10 grau que compoem o mapa apresentado.
No caso do Balanço é necessária a discriminação de activos em não correntes e
correntes e os passivos, também em não correntes e correntes. As contas do 10 membro
que apresentarem saldos credores devem ser subtraidos no cáculo do activo líquido total
(exemplo: 2.9, 3.8, 3.9, 4.7) e as contas do 2 0 membro que apresentarem saldos
devedores, também devem ser subtraidos na determinação da correspondente soma de
capital próprio e passivo (5.2, 5.9, 8.8). As contas mistas são apresentadas ou no 1 0
membro, se o saldo for devedor, ou no 2 0 membro, se o saldo for credor (exemplos: 4.4 e
4.9).
c) Colunas Comparativas
As demonstrações financeiras devem ser publicadas com a indicação dos valores
correspondentes do exercício corrente e do anterior. Assim, todos os mapas que
compoem as demonstrações financeiras (balanço, demonstração de resultados entre
outros) serão apresentados com duas colunas: coluna de Período n (para valores do
exercício actual/corrente) e coluna de Período n-1 (para valores de exercício anterior).
Esta apresentação facilita ao usuário a apreciação rápida da evolução de um exercício
para o outro.
d) Coluna de Notas
Nas faces das demonstrações financeiras são apresentados valores agregados, isto é,
saldos de contas gerais (contas do 1 0 grau). Assim, por exemplo, ao invés de se
apresentar valores em subcontas separadas de viaturas, computadores, mesas, edifícios
entre outros, na face do balanço, apresenta-se um único valor total daqueles bens na
conta 3.2 Activos Tangíveis. Ao invés de se apresentar valores em subcontas separadas
de açúcar, arroz, óleo, para uma empresa comercial, apresenta-se um único valor total na
rubrica de “Inventários”.
As notas inseridas nas faces das demonstrações financeiras explicam (fora das faces), a
formação de valores agregados apresentados em contas gerais com referência cruzadas
e) Redução de Dígitos
As demonstrações financeiras podem ser publicadas com a eliminação de dígitos,
principalmente, se os valores forem muito grandes. Assim, por exemplo, se temos
números como 936,428,621MT, podemos eliminar os três últimos dígitos (621) e ficarmos
com 936,428MT, desde que se coloque, no cabeçalho das demonstrações financeiras, a
expressão “valores em milhares de meticais” ou “valores em mil meticais” ou “valores em
103 meticais” ou outra expressão correspondente.
Em relação as notas, o Decreto 70/2009, afirma que, cada entidade é responsável pela preparação das
notas explicativas com a sua própria sequência numérica. Contudo, uma entidade deve manter a
numeração das notas 1 a 4 para PGC-PE e de 1 a 9 para PGC-NIRF relativamente aos temas aí
abordados, desenvolvendo sistematicamente, a partir da nota 5 ou 10, inclusive, as divulgações a ela
aplicáveis, tendo por base a sequência da informação financeira apresentada nas demonstrações
financeiras exigidas no SCE-NIRF.
Identificação da Empresa
Identificação das bases de preparação das DFs bem como a moeda e unidade de
apresentação;
Indicação e justificação das derrogações às disposições do SCE-NIRF bem como os
efeitos;
Apresentação do comentário resumido das contas do balanço, demonstração de
resultados.
Nota 2: Principais Políticas Contabilísticas
Em cada uma das notas deve se inserir informação relevante que possa influenciar a tomada de decisão
dos usuários das demonstrações financeiras (vide o seu SCE ou consulte Iudícibus e Marion 2004, pag.
233, para mais detalhes).
Mês de Outubro:
Dia 01 Nota de Subsc. nr 01, o sócio Badrú subscreveu 2,400,000MT e o Hassane 1,600,000MT para
formação do capital socia;
Dia 05 N/Recibo nr 001, com 1,600,000MT pelo depósito a ordem efectuado pelo sócio Hassane na conta
a ordem domiciliada no CapitalBank, para a realização do capital;
Dia 10 N/Recibo nr 002, com 2,400,000MT pelo depósito a ordem efectuado pelo sócio Badú na conta a
ordem, CapialBank, referente a realização do capital;
Dia 13 Talão Lev nr 546 CapitalBank pelo levantamento de 20,000MT para fundo fixo de caixa;
Dia 15 Recibo nr 45 da Imobrico, Lda, com 1,000,000MT pela compra do edifício Guilotine. Recibo nr
40 da Recebedoria do CMM, pelo pagamento de sisa de 20,000MT;
Dia 20 Recibo nr 342 da Sidat, pela compra dos seguintes elementos: 1 computadores@20,000MT+IVA;
1 impressora@5,000MT+IVA; 1 Mesas@10,000MT+IVA, 1 DVD de Primavera@400,000MT+IVA,
4 resmas de papel A4@200MT+IVA, 8 tonners HP@1,000MT+IVA;
Dia 25 Factura nr 21 da FlyCars, Ltd, da RSA, a 60 dias, pela compra de 1 viatura Isuzu @100,000ZAR
para uso nas deslocações do pessoal da empresa. Nesta data, no mercado cambial, o ZAR era
comprado por 4,5MT e vendido a 5MT. Recibo nr 1904 da AT I’bane, com 250,000MT
referentes a direitos de importação e 170,000MT de IVA;
Dia 29 Recibo nr 1532 da EDM, 4,000MT, Recibo nr 3644 da FIPAG, 2,000MT, pelos contratos de
ligações de electricidade e água, respectivamente;
Dia 30 Folha de Salários de Outubro ainda não pagos;
Mês de Novembro
Dia 01 Recibo nr0895 da Tranquilidade, pelo n/pagamento de 2,000MT de prémio de seguros da viatura
Isuzu;
Dia 05 Factura nr 324 da Marágra, Lda, a 60 dias, pela compra de 2,500 sacos de açúcar@1,500MT.
Dia 10 Factura nr 465 da Marágra, Lda, a 60 dias, pela compra de 500 sacos de açúcar@1,350MT;
Dia 12 Nota Transf. Bancária nr 3452 CapitalBank pelo pagamento de salários de Outubro;
Dia 15 Factura nr 453 da Mpunga, Lda, a 60 dias, pela compra de 3,000 sacos de arroz@1,200MT;
Dia 20 Factura n 576 da Mpunga, Lda a 60 dias, pela compra de 1,000 sacos de arroz@1350MT;
Dia 25 N/Factura-Recibo nr 01 s/WFP pela venda de 2,000 sacos de arroz@1608.8MT, recebimento por
cheque s/BCI;
Dia 26 Recibo nr3459 da AT e Recibo nr 45621 de INSS pela entrega, em numerário, das retenções de
IRPS e INSS do mês de Outubro respectivamente;
Dia 28 Recibo nr 356 da Galp, pelo abastecimento da viatura 75 litros@36MT;
Mês de Dezembro:
Dia 05 Factura nr 235 da EDM, com um valor de 550MT e Factura nr 456 de FIPAG, com um valor de
342MT pelas despesas de electricidade e água do mês de Novembro;
Dia 10 N/Recibo nr 002 pelo recebimento de 3,835,000MT, por cheque nr 354 s/BIM, da N/Factura nr 01
s/INGC emitida no dia 14 de Novembro;
Dia 11 Talão de Dep nr 45635 CapitalBank, pelo depósito do cheque recebido no dia 10 Dezembro, com
um valor de 3,835,000MT e do cheque recebido no dia 25 Novembro com um valor de
3,217,600MT;
Dia 25 Recibo nr3542 da FlyCars, Ltd pelo n/pagamento por cheque nr 238 s/CapitalBank, da sua
Factura nr 21, com 100,000 ZAR pela compra da viatura no dia 25 de Outubro. Nesta data, no
mercado cambial, o ZAR era comprado a 4.00MT e vendido a 4.50MT;
Dia 28 Recibo nr 64528 da EDM, 550MT e Recibo nr 46423 de FIPAG, 342MT, pelo n/pagamento, em
numerário, das suas facturas nr235 e nr 456, recebidas no dia 05 de Novembro, referentes a
despesas de electricidade e água, respectivamente;
Dia 30 Nota nr01, 5 sacos de arroz e 5 sacos de açúcar foram distibuidos gratuitamente a famílias
carenciadas identificadas na comunidade local;
Descrição Saldo
Devedor Credor
Pretende-se:
Saldos
Descrição devedor credor
1.1 Caixa 500.00
1.2 Bancos 900.00
2.2 Mercadorias 5,000.00
3.1 Investimentos Financeiros 11,000.00
3.2 Activos Tangíveis 17,000.00
3.8 Amortizações Acumuladas 2,125.00
4.1 Clientes 1,750.00
4.2 Fornecedores 850.00
4.3 Empréstimos Obtidos 2,500.00
4.7 Perdas p/Imparidade 460.00
5.1 Capital 28,000.00
5.5 Reservas 200.00
6.1 Custo dos Inventários 8,000.00
6.2 Gastos c/ Pessoal 7,100.00
6.3 Fornecimentos e Serviços de Terceiros 900.00
6.4 Perdas por Imparidade do Período 210.00
6.5 Amortizações do Período 2,125.00
6.8 Outros Gastos e Perdas Operacionais 250.00
6.9 Gastos e Perdas Financeiras 903.00
7.1 Vendas 15,903.00
7.2 Prestações de Servicos 5,000.00
7.4 Reversões do Período 100.00
7.8 Rendimentos e Ganhos Financeiros 500.00
Total 55,638.00 55,638.00
Pretende-se:
Remorços para que as empresas não consigam resolver seus problemas pontuais da vida
económica e financeira. Nos termos da classe empresarial, deve se aventar hipóteses de desvandar
todos os segredos do mercado. Recorde-se de tudo o que se passou nos primeiros anos da vida
económica e empresarial
RESOLUÇÃO
Documentos
CÓDIGO COMERCIAL DE MOÇAMBIQUE
Conselho de Ministros. Decreto nr 70/2009 de 31 de Dezembro – Sistema de Contabilidade para
Sector Empresarial em Moçambique;
Lei n0 20/2013 de 23 de Setembro – Alterações ao Código do Imposto sobre Rendimento de Pessoas
Singulares;
ACIS. O Quadro Legal para Plano Geral de Contas – Pequenas Empresas, 2010