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A classificação em cada um dos grupos referidos depende, regra geral, do tipo da empresa e ou actividade que a
mesma desenvolve.
Nas demonstrações financeiras, os bens são enquadrados em secções distintas conforme a classificação feita pela
entidade. Mas importa referir até então que, os bens adquiridos, ou são investimentos de capital (activos fixos) ou
inventários. Ainda podem-se reflectir directamente nos resultados da empresa para casos de bens ou serviços cujo
consumo ocorre exactamente com a compra (combustível, crédito de celulares, electricidade entre outros).
Empresas Comerciais – são caracterizadas pelo facto de comercializar os bens que adquirem para
o efeito. Vendem-nos nas mesmas condições físicas em que os adquirem, isto é, não são
submetidos a qualquer transformação dentro da empresa. Por exemplo, uma mercearia que compra
e vende produtos alimentares. O custo das vendas corresponde ao custo de aquisição dos bens
que são vendidos. No balanço, os bens não vendidos figuram como inventários – mercadorias na
secção de activos correntes;
Empresas Industriais – são aquelas que transformam matérias primas e outros componentes em
produtos acabados. O custo de um produto acabado não engloba somente os preços de compra de
matérias primas, mas também outros gastos (mão de obra e gastos gerais de fabricação) que directa
ou indirectamente estejam relacionados com a produção do bem – Custo Industrial do Produto
Acabado. Neste tipo de empresas, as existências poderão ser de três tipos: matérias primas,
auxiliares e materiais, produtos em curso e produtos acabados;
Empresas de Serviços – aquelas que fornecem serviços e não bens. Estas empresas também
podem ter existências/inventários que correspondem a gastos ainda não facturados a clientes.
Exemplo de empresas de serviços são hotéis, consultoria de auditoria, consultoria de advocacia,
bancos, seguradoras, entre outras empresas.
7.3 Inventários
Inventários são bens adquiridos para utilização no processo produtivo ou imediata comercialização num período de
até 12 meses. Dependendo do tipo de utilização que se prevê dar ao bem, teremos, antão os seguintes tipos de
inventários:
Mercadorias – bens adquiridos para posterior vende sem submete-los a qualquer transformação
física. Estão associadas a empresas comerciais;
Matérias Primas – bens que se destinam a ser incorporadas nos produtos no decorrer do processo
produtivo (empresas industriais)
Matérias Auxiliares/subsidiárias – bens que, apesar de necessários ao processo produtivo
proporcionam um contributo menor ao produto final, tanto em termos de quantidade como do valor
(empresas industriais);
Produtos em Curso/Intermédios – bens que se encontram numa fase intermédia do processo de
produção, não estando, por isso aptos a serem vendidas;
Produtos Acabados – bens resultantes do processo produtivo qua atingiram a sua fase final e, por
isso, estão aptos a serem vendidos.
No Sistema de Contabilidade para Sector Empresarial em vigor no nosso país, os inventários são registados nas
contas de Classe 2 – Inventários e Activos Biológicos, conforme a descrição mostrada a seguir:
2.1 COMPRAS
2.1.1 Mercadorias
2.1.2 Matérias Primas, Auxiliares e Materiais
2.1.2.1 Matérias Primas
2.1.2.2 Matérias Auxiliares
2.1.2.3 Materiais
2.1.2.3.1 Combustíveis e Lubrificantes
2.1.2.3.2 Embalagens Comerciais
2.1.2.3.3 Peças e Sobressalentes
2.1.2.3.9 Materiais Diversos
2.1.7 Devoluções de Compras
2.1.8 Descontos e Abatimentos em Compras
A conta 2.1 é debitada pelo valor da compra de bens destinados a venda (subconta 2.1.1) ou transformação (subconta
2.1.2) no processo normal da actividade. Esta última subconta é usada nas empresas industriais. Por exemplo, numa
panificadora, o valor do trigo é debitado na conta 2.1.2.1 e o do royal, sal e manteiga é debitado na conta 2.1.2.2. O
valor dos sacos plásticos usados para embalar pão de forma será debitado na subconta 2.1.2.3.2.
Quando uma entidade compra bens e depois devolve uma parte por alguma razão (inconsistência com as descrições
da nota de encomenda, qualidade, entre outras), o correspondente valor é creditado na subconta 2.1.7 em
contrapartida de 4.2 ou 1.1 ou 1.2. Os descontos e abatimentos obtidos em compras são creditados na subconta 2.1.8
em contrapartida de 4.2 ou 1.1 ou 1.2.
No sistema de inventário permanente a conta 2.1 é creditada sistematicamente, em contrapartida de 2.2 ou 2.6 pela
transferência dos respectivos saldos. No sistema de inventário intermitente, a conta 2.1 é creditada no final do período
em contrapartida de 2.2 ou 2.6. Por isso, diz-se que, a conta 2.1 é transitória ou subsidiária porque seus valores
são depois transferidos para outras contas destinatárias.
Nos sistemas informatizados, a ligação entre subcontas e as correspondentes contas gerais/integradoras é feita de
forma automática pela conveniência de codificação, de tal forma que, ao debitar ou creditar uma subconta, o sistema
reflecte estes movimentos também na conta geral. Para perceber melhor, analise o esquema apresentado a seguir:
2.1 COMPRAS
200.00 50.00
120.00
As contas nas quais se registam os movimentos a débito e a crédito são subcontas de grau mais elevado. No
computador, não é aconselhável movimentar directamente a conta 2.1 existindo as subcontas específicas de
movimento. As subcontas 2.1.1, 2.1.2, 2.1.2.1 e 2.1.7 formam razões auxiliares e a conta 2.1 é razão geral.
Quando se debita a conta 2.1.1 por 200.00MT, este valor será, de forma automática, debitado na conta geral 2.1
porque a primeira (2.1.1) é “filha” da segunda (2.1) pela conveniência dos códigos.
Um débito de 120.00MT registado directamente na subconta 2.1.2.1 será reflectido de forma automática na subconta
2.1.2 e depois na conta 2.1 pelas mesmas razões descritas. De forma análoga, um crédito de 50.00MT na subconta
2.1.7 será reflectido também no lado dos créditos da conta 2.1.
No passado, os Técnicos de Contas tinham muito trabalho de registar, manualmente, os movimentos, primeiro, nos
razões auxiliares e depois nos correspondentes razões gerais. Com aparecimento das primeiras máquinas de
contabilidade, o trabalho ficou ligeiramente reduzido uma vez que, o sistema mecânico permitia registo em série com
apoio de papéis químicos. Depois emergiu a informática que tanto reduziu significativamente o trabalho e possíveis
falhas devido a operações lógicas de concatenação entre as informações introduzidas.
NOTA
A compra de activos fixos tangíveis e intangíveis destinados ao uso por um período superior a 12 meses na
empresa implica débito directo de contas de classe 3 e nunca na conta 2.1
2.2 MERCADORIAS
2.2.1 Mercadorias em Transito
2.2.2 Mercadorias em Poder de Terceiros
A conta 2.2 é debitada em contrapartida de 2.1 pelo valor de bens destinados a venda no ciclo normal da actividade
da empresa, numa subconta a ser criada pela entidade, por exemplo, 2.2.3 Mercadorias Disponíveis.
As mercadorias que ainda não tenham chegado nas instalações da empresa são registadas na subconta 2.2.1 e o
valor das que forem entregues em regime de consignação é debitado na subconta 2.2.2.
No sistema de inventário permanente, a conta 2.2 credita, ao longo do exercício, em contrapartida de 6.1, pelo custo
das mercadorias vendidas a clientes. E no sistema de inventário intermitente é creditada no final do exercício em
contrapartida de 6.1. Será também debitada ou creditada em contrapartida de 2.8 pelas regularizações no final do
exercício.
É uma conta também usada nas empresas industriais. Regista a débito, o valor dos produtos secundários, que surgem
no processo de fabrico dos produtos principais. Por exemplo, na carpintaria, o processo de transformação de madeira
em mobílias provoca o surgimento de serradura (subproduto) que pode ter valor comercial. Na indústria de óleos e
sabão surge o bagaço. Nas refinarias de petróleo, surgem lubrificantes e outros subprodutos que são vendidos para
gerar receitas.
A conta 2.5 é debitada por contrapartida de 2.6 pelo valor dos bens ainda em transformação para se obter o produto
final destinado a venda. É usada nas empresas com ciclo de produção muito longo. Por exemplo, na indústria de
automóveis, na indústria imobiliária, na aeronáutica, naval entre outras.
É creditada em contrapartida de 2.3, pela transferência do valor do produto já concluído. Note que, o valor dos produtos
ainda em fabrico, mas que após conclusão serão usados pela entidade por mais de 12 meses, é debitado na conta
3.4 e não 2.5.
A conta 2.6 é debitada em contrapartida de 2.1 pelo valor de matérias primas, auxiliares e materiais adquiridos para
transformação. Os movimentos são feitos nas respectivas subcontas de acordo com o destino dos bens e ou suas
características. Assim, a subconta 2.6.1 debita em contrapartida de 2.1.2.1. A subconta 2.6.2 debita em contrapartida
de 2.1.2.2.
A conta 2.6 é creditada em contrapartida de 2.3 ou 6.1 pela saída de bens do armazém para o sector fabril onde serão
transformados em produtos acabados. Pode ser debitada em contrapartida de 6.1 ou 2.3 pelo valor dos bens remetidos
ao sector fabril, mas que não foram usados (existências finais) até ao final do exercício.
A conta 2.7 é debitada, nas respectivas subcontas, pelo valor de animais ou plantas adquiridas ou produzidas com
vida, em contrapartida de 1.1 ou 1.2 ou 4.2 conforme a compra seja a pronto ou a prazo. O valor dos animais e ou
plantas completamente formadas com destino a reprodução e que possam durar mais de 12 meses é debitado na
subconta 2.7.1 nas correspondentes classificações. O valor dos animais e plantas ainda em formação e dos que
estejam completamente formados, mas que se destinem a venda é debitado na subconta 2.7.2 nas respectivas
categorias. Pela transferência do valor dos animais e plantas completamente formados, debita-se a subconta 2.7.1
em contrapartida de 2.7.2.
Nas empresas rurais, os gastos incorridos ao longo do período em animais e plantas ainda em formação são debitados
na subconta 2.7.2. Os gastos de manutenção de animais e plantas completamente formados são debitados na conta
2.5.
A conta 2.7 pode ser creditada em contrapartida de 6.1 pelo custo de animais e ou plantas vendidas a clientes.
No Balanço, a conta 2.7 pode integrar a secção de activos não correntes e de activos correntes devido a presença
das subcontas 2.7.1 e 2.7.2 que registam valores de animais e plantas de reprodução e consumíveis, respetivamente.
2.8 REGULARIZAÇÃO
2.8.2 Mercadorias
2.8.3 Produtos Acabados e Intermédios
2.8.4 Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
2.8.5 Produtos ou Serviços em Curso
2.8.6 Matérias Primas, Auxiliares e Materiais
2.8.7 Activos Biológicos
Esta conta regista as variações (entradas e saídas) nos inventários que não estejam relacionadas com as compras,
vendas ou consumos próprios, nomeadamente, as decorrentes de quebras e sobras anormais, ofertas de terceiros e
ofertas a terceiros.
A conta 2.8 é debitada em contrapartida de 7.6, nas respectivas subcontas, pelo valor de sobras e ofertas de
mercadorias, produtos acabados e intermédios, produtos em curso, matérias primas, auxiliares, materiais e activos
biológicos recebidos de terceiros.
A conta 2.8 é creditada em contrapartida de 6.8, nas respectivas subcontas, pelo valor de quebras e ofertas
concedidas a terceiros de mercadorias, produtos acabados e intermédios, produtos em curso, matérias primas,
auxiliares, materiais e activos biológicos.
No final do exercício, o saldo desta conta é transferido, de acordo com a sua natureza (devedor ou credor) para a
conta 2.2 ou 2.6 ou 2.7, nas respectivas subcontas. Por isso, diz-se, à semelhança de 2.1, que a conta 2.8 é subsidiária
ou transitória.
A conta 2.9 é creditada, no final do exercício, em contrapartida de 6.4, nas respectivas subcontas, pelo valor da perda
esperada nos inventários. No final do exercício (31 de Dezembro), quando o preço do mercado de inventários é inferior
em relação ao custo com que se encontram registado na contabilidade, existe uma perda potencial esperada. Isto
quer dizer que, se fossem vendidos nesta data, a empresa poderia registar uma perda, tendo em conta que o preço
de mercado é inferior ao seu custo. Por isso, em obediência ao princípio de prudência, a contabilidade deve antecipar
reconhecer a perda esperada.
A conta 2.9 é creditada, também, em contrapartida de 6.4 pelo valor de inventários que se encontram com o prazo de
consumo ou utilização prestes a expirar, a data de 31 de Dezembro.
A conta 2.9 é debitada, no exercício seguinte, em contrapartida de 7.4 pelo valor de ajustamentos registado no
exercício anterior mas que não se tenha concretizado como perda, em virtude de o preço de mercado ter- se elevado
ou os bens terem sido vendidos antes de atingirem o prazo de expiração previsto.
CASO PRÁTICO:
A Modas & Fashion, Lda é uma alfaiataria localizada na Av. Paulo S. Nkankomba, cidade da Maxixe, com um capital
social de 100,000.00MT que, para além de comprar e vender factos masculinos, também projecta produzi-los
internamente. No início de Dezembro de 2015 (início da sua actividade) o inventário do seu património era o seguinte:
Dia 01: Factura nr 01 da Usual, a 30 dias, pela compra, de 50 factos@1,000.00MT e 300 metros de tecido@120.00MT;
Dia 04: Nossa Factura nr01, sobre o cliente Elegância, Lda, a 15 dias, pela venda de 5 factos@1,500.00MT;
Dia 20: Nota nr 01, a Modas & Fashion, Lda ofereceu 10 factos comprados no dia 01 ao centro de pessoas idosas
“Hanha”;
Dia 31:
1. Nota nr 02, referente a 200 metros de tecido que foram transformados em 30 factos completos e 60
metros ainda em transformação;
2. Nota nr 03, o preço de mercado de tecido é de 80.00MT cada metro.
No lançamento número 7, consideramos o custo do produto acabado apenas o valor da matéria-prima. Nas empresas
industriais que possuem um sistema de contabilidade analítica, o custo industrial do produto acabado integra, não só,
a matéria-prima, mas também, a mão-de-obra directa e outros gastos gerais de fabricação.
No lançamento número 8, os 1,600.00MT resultam da diferença entre o custo do tecido existente no armazém da
empresa, nesta data (40 metros) valorizado ao preço de compra e o valor de mercado. Caso a empresa vendesse o
tecido, nesta data, não recuperaria o custo de compra. Por isso, a diferença deve ser reconhecida temporariamente
como gasto na conta 6.4.
A gestão contabilística de entradas e saídas de inventários é tratada em dois tipos de sistemas que passamos a
descrever as características contabilísticas de cada um a seguir.
Características Contabilísticas:
20 Debitar a conta 2.2 Mercadorias ou 2.6 Matérias Primas, Auxiliares e Materiais e creditar a conta 2.1
Compras pela transferência do saldo de 2.1 para aquelas contas.
Se o valor de compras é sistematicamente transferido da conta 2.1 para a conta 2.2 ou 2.6 então, a conta 2.1 FICA
SEMPRE COM SDALDO NULO. Se lhe é fornecido um balancete de verificação, para saber se a empres aplica
inventario permanente ou não, basta analisar o comportamento da conta 2.1. Se não tiver saldo ou estar ausente,
então é SIP e se tiver saldo trata-se de SII.
Uma vez que, o custo dos inventários é registado sistematicamente, então no SIP EXISTEM MOVIMENTOS NA
CONTA 6.1. No SII a conta 6.1 não tem movimentos porque só será movimentada no final do período.
A MaputoPlasticos, Lda é uma sociedade que se dedica a comercialização de cadeiras plásticas na cidade de
Maputo deduzindo e liquidando IVA nos termos legais, tendo sido criada no mês de Novembro de 2015. No início do
mês de Dezembro de 2015, tinha o seguinte inventário patrimonial:
c) 10 Cadeiras@250MT----------------------(2.2)---------------------------2,500MT
d) Edifício Comercial-------------------------- (3.2) ----------------------500,000MT
e) Depósitos Bancários-----------------------(1.2)-------------------------50,000MT
f) Dívidas ao FNB------------------------------(4.3)-------------------------15,000MT
Durante o referido mês de Dezembro, ocorreram as seguintes operações:
Dia 10: Factura nr 45 da ARKAY, a 30 dias, pela compra de 140 cadeiras@250MT+IVA;
Dia 20: VD nr 056 pela venda de 80 cadeiras@300MT+IVA;
Dia 25: Nota nr 01, oferta de 5 cadeiras plásticas@250MT à Escola Primária do Infulene;
Dia 30: Nota nr 02, recebimento de 7 cadeiras plásticas@250MT de bónus do fornecedor ARKAY.
Dia 31: A inventariação física apurou existências finais de 72 cadeiras@250MT.
Pretende-se:
RESOLUÇÃO
(2)
1.2 Bancos 42XX Fornecedores-ARKAY
Si 50,000.00 40,950.00 (10)
(1)
(1)
4.4.3.2.1 Inventários 2.1 Compras
(10) 5,950.00 (10) 35,000.00 35,000.00 (10)
(4)
(3)
a) Debitar 2.1 por 35,000MT (140 cadeiras@250MT); debitar 4.4.3.2.1 Inventários por 5,950MT (17%
de 35,000MT) e creditar 4.2 por 40,950MT (soma de 35,000MT com 5,950MT).
Se o balancete de verificação de uma certa empresa incluir a conta 2.1 com saldo nulo ou não incluir 1 a
conta 2.1, essa empresa utiliza o sistema de inventário permanente.
c) Debitar 1.1 pela receita total com IVA, 28,080MT (80 cadeiras@300MT+IVA); creditar 7.1 por
24,000MT (80 cadeiras @300MT) e creditar 4.4.3.3.1 Operações Gerais pelo IVA de 4,080MT.
20 Lançamento: Registo da saída de mercadoria vendida ------------------------- (4)
d) Debitar 6.1 por 20,000MT (80 cadeiras@250MT) e creditar 2.2 por 20,000MT.
Dia 25: Nota nr 01, oferta de 5 cadeiras plásticas@250MT à Escola Primária do Infulene--------------------------------------
------------------------------------------------------ (5)
Dia 30: Nota nr 02, recebimento de 7 cadeiras plásticas@250MT de bónus do fornecedor ARKAY-------------------------
--------------------------------------------------- (6)
Neste sistema de inventário, a conta 6.1 é sistematicamente movimentada pela saída de bens, a cada operação de
venda.
1
Nos sistemas informatizados de contabilidade existem opções para extrair/imprimir balancetes que não
mostrem contas com saldos nulos.
LIVRO DE DIÁRIO
-------------------------------//-----------------------------------
2.1xx Compras - Cadeiras 35,000.00
4.4.3.2.1 Inventários 5,950.00
COMPRA
Note que, a informação apresentada nas primeiras duas colunas deste diário não provem de alguma regra fixa. Trata-
se apenas de um procedimento didáctico para criar compreensão do conteúdo abordado. Vide as colunas que
compõem o traçado de diário nas secções anteriores.
A informação do dia 31 de Dezembro não é objecto de registo contabilístico, uma vez que, o saldo da conta 2.2
coincide com valor da contagem física. Se houvesse qualquer diferença entre os dois seria necessário um
ajustamento. Isto é, se a inventariação física fornece um valor superior ao saldo de 2.2, então credita-se 7.6 e debita-
se 2.2 pela diferença entre os dois. Caso a inventariação física forneça um valor menor ao saldo de 2.2, então, debita-
se 6.8 e credita-se 2.2 pela diferença.
Neste balancete estão patentes as características que nos permitem detectar o tipo de sistema de inventário que a
empresa aplica, embora não tenhamos informação directa. A conta 2.1 tem movimento a débito igual ao movimento
a crédito. Portanto, seu saldo é zero (nulo). Poderia não aparecer esta conta, e isso seria uma base também para
concluirmos que a empresa opera por sistema de inventário permanente.
A conta 6.1 tem movimentos a débito que reflectem o custo das mercadorias vendidas. Na altura do apuramento dos
resultados, o saldo da conta 2.8 será transferido para 2.2 de tal forma que, o valor de existências finais será de
18,000.00MT = [2,500.00MT+35,000.00MT -1,250.00MTMT+1,750.00MT – 20,000.00MT] ou [10 cadeiras2 + 140
cadeiras3 + (-5 cadeiras4 + 7 cadeiras5) – 80 cadeiras6] x 250MT.
2
Existências Iniciais;
3
Compras do dia 10 de Dezembro;
4
Ofertas a Terceiros do dia 25 de Dezembro;
5
Ofertas recebidas de terceiros no dia 30 de Dezembro;
6
Vendas do dia 30 de Dezembro.
Assim, por cada compra ou venda de inventários são feitos os dois lançamentos contabilísticos demonstrados no
exemplo anterior.
O outro tipo de sistema de inventário que é abordado a seguir não tem estas características.
Características Contabilísticas:
Na operação de compra, no SII o valor dos bens debitado na conta 2.1 não é transferido imediatamente para contas
de inventários como acontece no SIP.
Quando se efectua uma venda, o custo dos bens vendidos não é registado imediatamente na conta 6.1 em
contrapartida de 2.2 como acontece no SIP.
Apesar de não serem feitos sistematicamente os registos do custo da mercadoria vendida , estes serão feitos de forma
global, no fim do período depois de se fazer a contagem física no armazém para se apurar o valor da mercadoria
remanescente e com informação patente na conta 2.1 e saldo inicial na conta 2.2 ou 2.6 ou 2.3. A determinação do
custo global de toda a mercadoria vendida ou produto acabado vendido ou matéria-prima, auxiliar e material
consumido durante o período é feita aplicando a Equação Fundamental de Contabilidade Analítica/Custos:
1. Mercadorias Vendidas
2.2 2.1 2.8 6.1 incógnita Contagem Física
A nossa incógnita é o Custo dos Inventários que deve ser calculado e registado na conta 6.1.
Aquela equação pode ser aplicada, nas empresas industriais para:
Vejamos o mesmo exemplo do sistema anterior para facilitar a comparação das práticas:
RESOLUÇÃO
(1)
(1)
4.4.3.2.1 Inventários 2.1 Compras
(10) 5,950.00 (10) 35,000.00
(2)
g) Debitar 2.1 por 35,000MT (140 cadeiras@250MT); debitar 4.4.3.2.1 Inventários por 5,950MT (17%
de 35,000MT) e creditar 4.2 por 40,950MT (soma de 35,000MT com 5,950MT).
Repare que, o outro lançamento de transferência do saldo de 2.1 para 2.2 não é efectuado, neste momento. Será
feito no final do exercício, no acto de apuramento de resultados. Portanto, a conta 2.1 tem saldo não nulo. Então,
conclui-se que:
Alerta!
h) Debitar 1.1 pela receita total com IVA, 28,080MT (80 cadeiras@300MT+IVA); creditar 7.1 por
24,000MT (receita sem IVA de 80 cadeiras @300MT) e creditar 4.4.3.3.1 Operações Gerais pelo
IVA de 4,080MT.
A conta 6.1 não movimentada sempre que se efectua a venda. O custo global das vendas será calculado no final do
exercício.
Dia 25: Nota nr 01, oferta de 5 cadeiras plásticas@250MT à Escola Primária do Infulene-------------------------------- (3)
Dia 30: Nota nr 02, recebimento de 7cadeiras plásticas@250MT de bónus do fornecedor ARKAY---------------------- (4)
LIVRO DE DIÁRIO
Transporte
2.2 Mercadorias 2,500.00
3.2 Activos Tangíveis 500,000.00
1.2 Bancos 50,000.00
a 4.3 Empréstimos Obtidos 15,000.00
a 5.1 Capital 537,500.00
Pelo registo de saldos iniciais
ou Pela Abertura de Contas
-------------------------------//-----------------------------------
1 lançamento
COMPRA
Neste Balancete, a conta 2.1 não tem saldo nulo e a conta 2.2 ostenta o valor de existências iniciais de 2,500MT.
Dia 31 de Dezembro
Nesta data, altura em que começa o trabalho de fim de exercício, deve-se conhecer o custo das cadeiras vendidas e
debitar-se na conta 6.1. E isto só é possível depois de fazer a contagem da mercadoria remanescente no armazém.
Pela informação fornecida, a contagem física efectuada no armazém em 31 de Dezembro apurou existências finais
de 72 cadeiras@250MT correspondente a 18,000.00MT, vamos determinar o custo de cadeiras vendidas pela
equação fundamental de contabilidade analítica:
2.2 2.1 2.8 6.1 incógnita Contagem Física
Ou
Sempre que estiver a operar exercícios de determinação de custo das vendas, no SII, e não tiver à sua disposição
informação sobre existências iniciais e ou regularizações, assume-se que os seus valores são nulos (zero).
Após determinação do custo dos inventários, deve ser feito um lançamento contabilístico:
2.1 Compras
(10) 35,000.00 35,000.00 [A]
35,000.00 35,000.00
2.2xx Mercadorias- Cadeiras 6.1 Custo dos Inventarios
Si 2,500.00 20,000.00 [C] [C] 20,000.00
[A] 35,000.00 18,000.00 SD
2.8 Regularizações [B] 500.00
(30) 1,750.00 1,250.00 (25) 38,000.00 38,000.00
500.00 [B]
1,750.00 1,750.00
Conforme se pode notar, se a empresa não tivesse recebido ofertas de cadeiras e concedido ofertas a terceiros, o
valor de regularizações seria zero. Adicionalmente, se o valor das ofertas recebidas de terceiros fosse inferior a das
ofertas concedidas a terceiros, a conta 2.8 teria um saldo credor e para transferi-lo seria necessário debitá-lo pelo
saldo e creditar a conta 2.2. O custo dos inventários registado na conta 6.1 pelo SIP é de 20,000.00MT igual ao do
SII. O valor de existências finais, também é igual nos dois sistemas (18,000.00MT).
implementação deste sistema são maiores relativamente aos benefícios poderá rejeitá-lo e optar pelo SII que
envolve poucos gastos.
A utilização do SII não significa ausência total do controlo de entradas e saídas de bens na empresa. Existe sempre
o controlo nos dois sistemas. A única diferença é que no SIP a reflexão desses movimentos de saídas e entradas é
feita em tempo real enquanto, no SII faz-se no fim do exercício.
Para uma empresa que comercializa eletrodomésticos, deverá criar uma ficha para cada tipo de produto. Assim,
haverá uma ficha para fogões, uma para chaleiras, uma para ventoinhas, uma misturadoras e assim por diante.
Na primeira coluna, escreve-se a data de entrada ou saída do bem, na segunda, a descrição que pode ser o
documento (guia de entrada ou saída). Nas colunas de entradas saídas e existências registam-se quantidades (Q),
preços de compra junto de fornecedores acrescidos de outros gastos incorridos até a chegada do bem no armazém
da empresa (P) e os respetivos valores (V). As unidades podem ser Kg, litros, sacos, metros, caixas, garrafas entre
outras, dependendo do tipo do artigo em causa.
As mercadorias, matérias primas e auxiliares devem ser mensurados pelos custos de compra que incluem o preço de
compra, direitos de importação e outros impostos não dedutíveis, custos de transporte, custos de manuseamento e
outros custos directamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, de materiais e de serviços. Os descontos
comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes são deduzidos na determinação do custo de compra. Os produtos
acabados são mensurados pelo custo industrial de produção. No final do exercício, os inventários são mensurados
pelo custo de compra/ produção ou seu valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.
Exemplo Prático:
A empresa Equipamentos Desportivos, SA fabrica bolas de futebol.
Custo total com inclusão dos custos adicionais incorridos para adquirir os materiais em 25 de Novembro de 2014:
1. Compra de 50,000 metros quadrados de pele@400.00MT---20,000,000 MT
1. Frete ------------------------------------------------------------------------2,000,000 MT
2. Manuseamento--------------------------------------------------------------500,000 MT
CustoTotal----------------------------------------------------------------22,500,000 MT
Contudo, não basta somente preencher essas fichas, é preciso respeitar algumas políticas contabilísticas
denominadas métodos de custeio ou critérios de valorimetria.
1. FIFO
Expressão que provém do Inglês - First In, First Out – que significa, as primeiras mercadorias a entrarem no
armazém são as primeiras a serem vendidas. A tradução literal é PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair).
Se a Ferragem do exemplo anterior aplica FIFO, então, as 80 chapas vendidas no dia 30 são aquelas compradas no
dia 15 ao preço de 300.00MT. A conta 6.1 será debitada por 24,000.00MT (80 chapas x 300.00MT).
Vejamos o preenchimento da Ficha pelo método FIFO:
Nome do Artigo___CHAPAS DE ZINCO____ Unidade_______________M étodo____FIFO____
Preencher uma ficha de armazém não significa fazer lançamento contabilístico. O procedimento aplicado na ficha não
carece de obediência do método contabilístico de débito e crédito. As fichas são usadas, posteriormente, no sector
de contabilidade como fontes de informação para a realização dos lançamentos contabilísticos. Por isso denominam-
se também de livros auxiliares de inventários.
Lançamentos Contabilísticos:
O custo de 24,000.00MT debitado na conta 6.1 foi obtida a partir da ficha de armazém.
No dia 20 entram no Armazém 140 chapas adquiridos a um novo preço de 250.00MT. Começa neste momento a
validade do CMP. Vamos calcular o preço médio ponderado entre os dois, do dia 15 e 20 (300.00MT e 250.00MT):
O CMP é mais prático e adaptado aos sistemas informáticos. No Excel, por exemplo, é possível introduzir uma fórmula
que calcule de forma automática o CMP sempre que se registe nova compra com preço distinto da anterior. Também
atenua as inconveniências apresentadas pelo FIFO e LIFO uma vez que gera informações que se encontram na zona
intermédia entre os dois métodos.
3. Custo Específico
A cada bem é atribuído um montante que corresponde ao seu custo de aquisição sendo, perfeitamente identificável
com o próprio bem. É mais aplicado em empresas com um número de bens relativamente reduzido e com valores
unitários elevados. Com o advento da informática tornou-se comum a utilização deste critério pois, cada item pode
ser facilmente codificado com informações sobre custo e preço de venda ao cliente utilizando-se, para isso, os leitores
de códigos de barras. No nosso exemplo, cada chapa que entra no Armazém, receberia uma etiqueta contendo
informações sobre custo e preço de venda ao cliente. Na altura da venda, far-se-ia a leitura da etiqueta para extrair
informações sobre seu custo assim como preço.
4. LIFO
Last In, First Out é um termo de origem britânica que significa, o último bem a entrar no armazém é o primeiro a
ser vendido. A tradução literal é UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair).
Este critério é o oposto do FIFO. As quantidades vendidas são as compradas recentemente. No armazém, as
existências finais são bens mais antigos uma vez que, os mais recentes são os primeiros a serem vendidos. Contudo,
as empresas, mesmo as que comercializam bens não perecíveis tendem a vender, primeiro, as quantidades mais
antigas. Esta é uma das razões de não aplicabilidade deste critério no nosso sistema contabilístico.
Em comparação com FIFO, a diferença nota-se, somente no dia 30 em que as 80 chapas vendidas, são, pelo LIFO,
as compradas no dia 20 de Dezembro ao preço de 250.00MT
Por isso, no dia 30 debita-se a conta 6.1 por 20,000.00MT em contrapartida de 2.2. As existências em armazém, no
final do dia 30 são 100 chapas adquiridas no dia 15 por 300.00MT cada uma e as restantes 60 chapas@250.00MT
do segundo lote depois de retirar 80 para venda.
Lançamentos Contabilísticos
NOTA
Nas fichas de armazém nunca se deve registar preço com IVA porque, este não faz parte do custo dos bens uma vez
que se trata de um imposto recuperável para empresas. Contudo, outros gastos incorridos até trazer as mercadorias
no armazém devem integrar o valor desses bens na ficha. Exemplo mais comum é de gastos de transporte, seguros,
direitos aduaneiros, inspecção e entre outros, desde que não se refiram ao IVA.
O Sistema de Contabilidade para Sector Empresarial incentiva a utilização do FIFO ou CMP ou Custo Específico com
consistência para inventários da mesma natureza e uso.
Para consolidar a informação da nota apresentada anteriormente consideremos as operações realizadas pela
empresa PoloFrio, Lda que comercializa geleiras importadas do Japão, na cidade de Tete:
Dia 10 Dezembro: Compra de 140 geleiras@500.00USD, factura nr 946 da Sharp, a 30 dias. A PoloFrio, Lda teve de
pagar por transferência bancária 20,000.00MT de transporte por navio, Japão-Porto de Nacala, Recibo nr
745 da Carry, Lda e direitos aduaneiros correspondentes a 15% do preço de compra e IVA de 17%, Recibo
nr 946 AT, Beira. Taxa de câmbio era 35.00MT/USD;
Dia 20 Dezembro: Nossa Factura nr 56 s/cliente Cool, Lda, a 30 dias, pela venda de 20 geleiras@30,000.00MT+IVA.
Preço em Meticais = 500.00USD x 35.00MT = 17,500.00MT
O custo unitário já não é de apenas 17,500.00MT por causa do transporte e direitos aduaneiros. No armazém, cada
geleira está registado pelo custo de 20,267.86MT conforme a demonstração que segue:
Preferimos registar cada documento em separado para permitir a melhor compreensão possível sobre a mecânica
contabilística.