Contabilidade Financeira

Classe3 - Inventários

Esta classe inclui os inventários (existências):

- Detidos para venda no decurso da atividade empresarial;
- No processo de produção para essa venda;
- Na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no
processo de produção ou na prestação de serviços.
Esta classe integra também os ativos biológicos (animais e
plantas vivos), no âmbito da atividade agrícola, quer
consumíveis no decurso do ciclo normal de atividade, quer de
produção ou regeneração. Os produtos agrícolas colhidos são
incluídos nas apropriadas contas de inventários.
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A Norma Contabilística e de Relato Financeira (NCRF) nº 18 prescreve

o tratamento contabilístico para os inventários, sendo que o aspeto
primordial na contabilização dos inventários prende-se com a quantia
de custo a ser reconhecida como um ativo e a ser escriturada até que
os réditos relacionados sejam reconhecidos.
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Mensuração dos inventários

Os custos de compra de inventários incluem:
- O preço de compra;
-Direitos de importação e outros impostos
-Custos de transporte, manuseamento e outros custos
diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de
materiais e de serviços;
-Os descontos comerciais, abatimentos e outros itens
semelhantes deduzem-se na determinação dos custos de
compra.
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Mensuração dos inventários

Fórmulas de custeio
O custo dos inventários, que não seja possível identificar
o custo específico, deve ser atribuído:
-Pelo uso da fórmula “primeira entrada, primeira saída”
(FIFO);
-Pelo uso da fórmula custo médio ponderado.
Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio
para todos os inventários que tenham uma natureza e
um uso semelhante na sua atividade.
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Reconhecimento como gasto

Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses
inventários deve ser reconhecida como um gasto do período em que o
respetivo rédito seja reconhecido.
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SISTEMAS DE INVENTÁRIO
A movimentação das contas de inventários tem
como objetivo fornecer dois tipos de informação:
-A quantidade dos inventários (stocks) propriedade
da empresa e o seu valor;
-O custo das mercadorias vendidas e das matérias
consumidas, de modo a poder determinar qual o
resultado bruto obtido nas vendas realizadas.
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Estes objetivos podem ser apurados na contabilidade

através de dois sistemas de informação diferentes:
- Sistema de inventário permanente, que permite
conhecer em todo o momento:
-O valor dos stocks em armazém;
- O custo das mercadorias vendidas em cada venda que
seja realizada;
-O custo da matéria-prima consumida cada vez que a
fábrica requisita ao armazém matérias-primas.
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Sistema de inventário periódico ou intermitente,

neste caso, a contabilidade só dá a conhecer o valor
dos stocks em armazém quando se efetuam
contagens físicas dos valores em armazém. Em
consequência, só depois de se conhecer este valor se
pode apurar o custo das mercadorias vendidas e da
matéria-prima consumida no período.
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Contas da classe 3 - Inventários

31 – Compras
32 – Mercadorias
33 - Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
34 – Produtos acabados e intermédios
35 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
36 – Produtos e trabalhos em curso
37 – Ativos biológicos
38 – Reclassificação e regularização de inventários e ativos
biológicos
39 – Adiantamentos por conta de compras
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CONTA 31 – COMPRAS
De acordo com o SNC, a conta 31 apresenta as
seguintes subcontas:
- 311 – Mercadorias
- 312 – Matérias-primas, subsidiárias e de
consumo
- 313 – Ativos biológicos
- 317 – Devolução de compras
- 318 – Descontos e abatimentos em compras
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Conta 31 – Compras

Debita-se:
- pelo valor das compras e das despesas adicionais de compras,
por crédito da conta 11 – Caixa ou 12 – depósitos à ordem, caso
se trate de compras a pronto pagamento, ou da conta 221 –
Fornecedores c/c ou 225 - Faturas em receção e conferência,
caso as compras sejam efetuadas a crédito.

Credita-se:
- pela transferência para as respetivas contas de inventários
(mercadorias, matérias-primas, subsidiárias e de consumo, ou
ativos biológicos).
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Conta 32 – Mercadorias
As mercadorias correspondem aos inventários
adquiridos para revenda, não sofrendo qualquer
transformação significativa na entidade.

Nesta conta podem criar-se as subcontas adequadas ao

negócio da entidade.
Foram identificadas duas subcontas específicas:
325 – Mercadorias em trânsito
326 – Mercadorias em poder de terceiros
329 – Perdas por imparidade acumuladas
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A conta 325 – Mercadorias em trânsito regista as

compras de mercadorias que ainda não deram
entrada na empresa mas que, de acordo com as
condições de compra, são já de propriedade da
empresa. Inclui ainda as despesas de compra já
incorridas com essas mercadorias.
A conta 326 – Mercadorias em poder de terceiros
evidencia as mercadorias que se encontram à guarda
de terceiros, ou que foram enviadas à consignação.
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Conta 32 - Mercadorias
Debita-se:
- Pelas compras de mercadorias, por contrapartida da conta 311.
Credita-se:
- Pelo custo das mercadorias vendidas por crédito da conta 611.
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Conta 33 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

Matérias primas são os principais inventários objeto de

transformação no processo industrial.
Matérias subsidiárias são os inventários necessários
para a produção mas que não tem peso relevante no
processo fabril.
Materiais de consumo são os inventários que se
destinam a consumo corrente e as embalagens para
transporte ou acondicionamento dos bens.
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Conta 33 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

Esta conta possui as seguintes subcontas:

331 – Matérias primas
332 – Matérias subsidiárias
333 – Embalagens
334 – Materiais diversos
335 – Matérias em trânsito
339 – Perdas por imparidade acumuladas
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Conta 33 – Matérias-primas, subsidiárias e de

consumo

Debita-se pelas compras de MPSC, por

contrapartida da conta 312.
Credita-se pelo consumo de MPSC, por
contrapartida da conta 612.
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Conta 34 – Produtos acabados e intermédios

Esta conta regista inventários produzidos pela empresa e que se
encontram prontos para venda, bem como inventários que,
normalmente, retornam ao processo produtivo mas que podem
também ser comercializados tal como se encontram.
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Conta 35 – Subprodutos, desperdícios resíduos e

refugos
Os subprodutos são bens provenientes da atividade
produtiva e que são também comercializados, tal
como os produtos principais, embora representem
uma pequena parcela do rédito da entidade.
Os desperdícios, resíduos e refugos são os bens
derivados do processo produtivo que não sejam
subprodutos.
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Conta 36 – Produtos e trabalhos em curso

Os produtos e trabalhos em curso são os inventários que se
encontram em processo de fabrico ou de produção.
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Movimentação das contas 34, 35 e 36

Creditam-se pelo valor das existências iniciais por contrapartida

da conta 73 – Variação nos inventários da produção.

Debitam-se pelo valor das existências finais por contrapartida da

conta 73 – Variação nos inventários da produção.
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Conta 37 – Ativos biológicos

Os ativos biológicos correspondem a animais e plantas
vivos que se enquadrem na atividade agrícola.
Ao ativos biológicos dividem-se em consumíveis, que
são aqueles que destinam à venda ou à produção.
Os ativos biológicos de produção são os animais
reprodutores, o gado leiteiro, as vinhas ou as árvores de
fruto.
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Conta 37 – Ativos biológicos

Subcontas da conta 37:
371 – Consumíveis
3711 – Animais
3712 – Plantas
372 – De produção
3721 – Animais
3722 – Plantas
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Conta 37 – Ativos biológicos (consumíveis):

Debita-se: pelas compras de ativos biológicos por
contrapartida da conta 313, e pelos por aumento do
justo valor, por contrapartida da conta 774.
Credita-se: pelo custo dos ativos biológicos vendidos
ou consumidos, por contrapartida da conta 613, e
pelas perdas por reduções do justo valor, por
contrapartida da conta 664.
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Conta 37 – Ativos biológicos (de produção):

Debita-se: pelas compras de ativos biológicos por contrapartida
da conta 313, e pelos por aumento do justo valor, por
contrapartida da conta 774.
Credita-se: pelo custo dos ativos biológicos vendidos ou
consumidos, por contrapartida da conta 613, e pelas perdas por
reduções do justo valor, por contrapartida da conta 664.
Os animais e plantas vivos que não se enquadrem na atividade
agrícola são contabilizados na conta 436 – Equipamentos
biológicos.
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Conta 38 – Reclassificação e regularização de

inventários e ativos biológicos
Esta conta destina-se a registar as quebras, sobras,
saídas e entradas por ofertas, bem como quaisquer
outras variações nas contas de inventários não
derivadas de compras vendas ou consumos.
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Conta 38 – Reclassificação e regularização de inventários e

ativos biológicos
De acordo com o SNC a conta 38 apresenta as seguintes
subcontas:
382 – Mercadorias
383 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
384 – Produtos acabados e intermédios
385 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
386 – Produtos e trabalhos em curso
387 – Ativos biológicos
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Conta 38 – Reclassificação e regularização de

inventários e ativos biológicos
Debita-se: pelas sobras em inventários, por crédito
da conta 7842; pelas ofertas de terceiros, por
crédito da conta 7848 – Outros ganhos.
Credita-se: pelas ofertas de inventários a clientes,
por débito da conta 6884; pelas quebras em
inventários por débito da conta 6842; pelos
sinistros por débito da 6841.
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Conta 39 – Adiantamentos por conta de compras

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a
compras cujo preço esteja previamente fixado. Pela
receção da fatura estas verbas devem ser transferidas
para a conta 221 – Fornecedores c/c.
Se o preço não estiver previamente fixado, os
adiantamentos por conta de compras debitam-se na
conta 228 – Adiantamentos a fornecedores.
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Conta 39 – Adiantamentos por conta de compras

Debita-se: pelos adiantamentos efetuados, por
contrapartida da conta 12 – Depósitos à ordem;
Credita-se: pela receção da fatura por débito da
conta 221 – Fornecedores c/c ou da conta 225 –
Faturas em receção e conferência.