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Estudo do Sistema de

Normalização Contabilística

Classe 3. Inventários e Activos


Biológicos
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 1

Classe 3.
Inventários e Activos Biológicos
1. Conceitos, valorimetria, e normas contabilísticas
aplicáveis.
2. Contabilização das operações relacionadas com:
compras e outras operações com fornecedores;
Vendas e outras Operações com Clientes.
3. Reclassificação e Regularização de Inventários e
Activos Biológicos.
4. Os sistemas de inventário.
5. Fórmulas de custeio.
6. O IVA nas operações com inventários.
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1
Classe 3.
Inventários e Activos Biológicos
Esta classe inclui os inventários (existências), que são activos:
 detidos para venda no decurso da actividade empresarial;
 no processo de produção dessa venda; ou
 na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no
processo de produção ou na prestação de serviços.
Integra também os activos biológicos (animais e plantas vivos),
no âmbito da actividade agrícola, quer consumíveis no decurso
do ciclo normal da actividade, quer de produção quer de
regeneração. Os produtos agrícolas colhidos são incluídos nas
apropriadas contas de inventários.
NCRF aplicáveis: NCRF 18 – Inventários e NCRF 17 -
Agricultura

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Classe 3.
Inventários e Activos Biológicos
Utilizadas em
 31 Compras empresas industriais
 32 Mercadorias
 33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
 34 Produtos acabados e intermédios
 35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
 36 produtos e trabalhos em curso
 37 Activos biológicos
 38 Reclassificação e regularização de inventários e
activos biológicos
 39 Adiantamentos por conta de compras

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NCRF 18 -Inventários
Mensuração: os inventários devem ser mensurados pelo custo
ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. (§9)
Custo dos inventários (§§ 10-22):
 Custo de compra: incluem o preço de compra, direitos de
importação e outros impostos (que não sejam os
subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela entidade)
e custos de transporte, manuseamento e outros custos
directamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais
e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens
semelhantes deduzem-se na determinação dos custos de compra.
 Custos de conversão: incluem os custos directamente relacionados
com a actividade de produção, tais como mão de obra directa.
Também incluem uma imputação sistemática de gastos gerais de
produção fixos e variáveis que sejam incorridos ao converter
matérias em bens acabados.
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NCRF 18 -Inventários
Custos dos inventários (§§ 10-22):
 Outros Custos: somente são incluídos nos custos dos inventários até
ao ponto em que sejam incorridos para os colocar no seu local e na
sua condição actuais.
Exemplos de custos excluídos:
 Quantias anormais de materiais desperdiçados, mão-de-obra ou de
outros custos de produção;
 Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários
ao processo de produção antes de uma nova fase de produção;
 Gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os
inventários no seu local e na sua condição actuais; e
 Custos de vender.

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NCRF 18 -Inventários
Exemplo 1:
 Uma empresa adquire matérias primas a um fornecedor.
Na factura figura um preço bruto de 500€, tendo sido
obtido sobre o preço anterior um desconto de quantidade
de 30€, e um desconto por pronto pagamento de 40€. A
empresa compradora é também responsável pelo
transporte das matérias primas que ascende a 10€.
Qual é o custo de aquisição destas matérias
primas ?

Custo de aquisição = 500 –30 + 10 = 480 €


O desconto de pronto pagamento de 40 € é um rédito.
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Compras e outras Operações


com Fornecedores
Conta 31 Compras:
 Regista-se nesta conta o custo das aquisições de matérias primas e
de bens armazenáveis destinados ao consumo ou à venda.
 Devem também nela ser incluídas as despesas adicionais de
compras.

31 Compras 31 Compras
311 Mercadorias 311 Mercadorias
312 Mat. primas, subsidiárias e de consumo 3111 Mercado nacional
313 Activos biológicos 3112 Países comunitários
.... 3113 Países terceiros
317 Devoluções de compras
318 Descontos e abatimentos em compras

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Compras e outras Operações
com Fornecedores
Conta 22 Fornecedores:
 Regista os movimentos com os vendedores de bens e serviços, com
excepção dos destinados ao imobilizado.
 Enquadra-se na definição de passivo financeiro,
financeiro enquanto
obrigação contratual de entregar dinheiro a outra entidade (NCRF
27, §5).
22 Fornecedores

- Pagamentos • Saldo inicial

- Notas de crédito de - Facturas de fornecedores


fornecedores
- Notas de débito de
- Devolução de compras fornecedores

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Compras e outras Operações


com Fornecedores
Registos Contabilísticos
1. Pela Compra
 A prazo 221 Fornecedores c/c 31X Compras

€ €
Factura

 A pronto
11 Caixa/ 12 Dep. Ordem 31X Compras

€ €
Factura - Recibo

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Compras e outras Operações
com Fornecedores
Registos Contabilísticos
2. Pelas despesas adicionais de compra
11 Caixa/ 12 Dep. Ordem/ 221
Fornecedores c/c 31X Compras

€ €

3. Pelas devoluções de compras


317 Devolução de Compras 221 Fornecedores c/c

€ €
Nota de crédito
do fornecedor

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Compras e outras Operações


com Fornecedores
4. Pelos descontos
 Comerciais: Descontos obtidos na compra de mercadorias, tais como:
- Descontos de quantidade
- Abatimentos de revenda
- Bónus
Normalmente estão relacionados com quantidades.
Incluídos na factura
factura:
Contabiliza-se a factura pelo valor líquido: (Valor Mercadoria –
Desconto)
31/a 221.........Valor Líquido

Fora da factura
factura:
O fornecedor emite uma Nota de Crédito com o desconto. Este
desconto vai diminuir o valor da compra através da subconta de
compras 318.
221/a 318.........Valor do desconto
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Compras e outras Operações
com Fornecedores
4. Pelos descontos (cont
(cont..)
 Financeiros: Descontos de pronto pagamento ou de
antecipação de pagamento. Estão relacionados com
prazos de pagamento.

Incluídos na factura/ Fora da factura :


221/a 782.........Valor do desconto

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Compras e outras Operações


com Fornecedores
 A conta Compras não é uma conta de Balanço; é
uma conta transitória, daí que o seu saldo seja
transferido para a adequada conta de existências (32
– Mercadorias; 33 Matérias-primas, subsidiárias e de
consumo).
 O momento de tal transferência depende do sistema
de inventário adoptado:
 Sistema de inventário permanente: a transferência é
feita aquando da entrada dos bens em armazém;
 Sistema de inventário intermitente: a transferência é
efectuada no final do período.
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Compras e outras Operações
com Fornecedores
Conta 225 Fornecedores – Em recepção e conferência
 Regista as compras cujas facturas, recebidas ou não, estão por lançar
na conta 221 Fornecedores c/c, por não terem chegado à empresa até
essa data ou ainda não terem sido conferidas.

Pelas facturas recebidas e não conferidas, ou cuja chegada se aguarde


aguarde::
225 Fornecedores-Facturas em
recepção e conferência 31 Compras

€ €
Pela contabilização definitiva da factura:
factura :
225 Fornecedores-Facturas em
221 Fornecedores c/c recepção e conferência

€ €

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Compras e outras Operações


com Fornecedores
Adiantamentos a Fornecedores
 Adiantamentos monetários:
monetários: adiantamentos efectuados a
fornecedores relativamente a transacções cujo preço não
esteja previamente fixado;
fixado
 Registados na Conta 228 Adiantamentos a Fornecedores. Pela
recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas
contas na rubrica 221- Fornecedores c/c.

 Adiantamentos não monetários:


monetários: adiantamentos efectuados a
fornecedores relativamente a transacções cujo preço está
previamente fixado.
fixado.
 Registados na Conta 39X Adiantamentos por conta de compras.
Pela recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as
respectivas contas na rubrica 221- Fornecedores c/c.

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Compras e outras Operações
com Fornecedores
Adiantamentos monetários (sem preço fixado)
Pela entrega adiantada ao fornecedor:
11Caixa /12 DO 228 Adiant. a Fornec.

€ €

Pela contabilização da factura do fornecedor


fornecedor::
221 Fornecedores c/c 31X Compras

€ €

Pela regularização do adiantamento aquando da recepção da factura


factura::
228 Adiant. a Fornec. 221 Fornecedores c/c

€ €
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Compras e outras Operações


com Fornecedores
Adiantamentos não monetários (com preço fixado)
Pela entrega adiantada ao fornecedor:
11Caixa /12 DO 39X Adiant. p.c. Compras

€ €

Pela contabilização da factura do fornecedor


fornecedor::
221 Fornecedores c/c 31X Compras

€ €

Pela regularização do adiantamento aquando da recepção da factura


factura::
39X Adiant. p.c. Compras 221 Fornecedores c/c

€ €
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Compras e outras Operações
com Fornecedores- Exemplo 2
A empresa comercial AAA, que vende um único produto - A-, realizou
as seguintes operações:
1. Compra de mercadorias a crédito no valor de 1.000 € (100 unidades a 10
€/ud). Os custos de transporte ascendem a 100 € são da responsabilidade
da empresa e pagos imediatamente.
2. A empresa obtém um rappel, relacionado com a compra anterior, no valor
de 50 €.
3. Parte das mercadorias adquiridas no ponto 1 apresentam um defeito, o que
faz com que a empresa devolva 10 unidades, obtendo a correspondente
Nota de Crédito do fornecedor.
4. A empresa efectua um adiantamento ao fornecedor BB no valor de 200€,
correspondente a 10% das mercadorias encomendadas.
5. Factura recibo do fornecedor CC, relativa à compra de mercadorias no valor
de 600€ (50 unidades a 12€/ud.), obtendo um desconto de pronto
pagamento de 10%.
Pedido: Efectuar o registo, dos factos patrimoniais anteriores, no
razão.

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Vendas e outras Operações


com Clientes
Conta 71 Vendas
 Regista-se nesta conta os réditos resultantes da venda a clientes dos
bens decorrentes da actividade normal da empresa.

 Os valores inscritos nesta conta representam a principal fonte de receitas


da empresa.

71 Vendas
711 Mercadorias
712 Produtos acabados e intermédios
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
714 Activos biológicos
...
717 Devoluções de vendas
718 Descontos e abatimentos em vendas

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NCRF 20 - Rédito
Rédito é o influxo de bens económicos durante o período
proveniente do curso das actividades ordinárias da entidade
quando esses influxos resultem de aumentos do capital
próprio, que não sejam aumentos relacionados com
contribuições de participantes no capital próprio. (§7)

Poderão ser consideradas actividades ordinárias da empresa as


transacções e acontecimentos seguintes:
 Venda de bens: produzidos pela empresa com a finalidade de serem
vendidos e bens comprados para revenda, tais como mercadorias,
terrenos e outras propriedades para revenda;
 Prestação de serviços: que envolva tipicamente o desempenho por
uma entidade de uma tarefa contratualmente acordada durante um
período (único ou múltiplo) acordado;

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NCRF 20 - Rédito
Reconhecimento inicial:
 Venda de bens
Deve ser reconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as
seguintes condições:
1. A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens
significativos da propriedade dos bens;
2. A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com
grau geralmente associado com a posse, nem o controlo efectivo dos
bens vendidos;
3. A quantia do rédito possa ser mensurada com fiabilidade;
4. Seja provável que os benefícios económicos futuros associados com
a transacção fluam para a empresa; e
5. Os custos incorridos ou a incorrer referentes à transacção possam
ser fiávelmente mensurados. (§14)
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NCRF 20 - Rédito
 Prestação de serviços
Deve ser reconhecido com referência à fase de acabamento da
transacção à data de balanço e quando tiverem sido satisfeitas
todas as seguintes condições:
1. A quantia do rédito possa ser mensurada com fiabilidade;
2. Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção
fluam para a empresa;
3. A fase de acabamento da transacção à data do balanço possa ser
fiávelmente mensurada; e
4. Os custos incorridos com a transacção e os custos para concluir a
mesma possam ser mensurados com fiabilidade. (§20)
Quando não cumprir todas as condições mencionadas, o rédito
associado à prestação de serviços deve ser reconhecido somente na
medida em que sejam recuperáveis os gastos reconhecidos.

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NCRF 20 - Rédito
Elementos de mensuração:
 Inclui: os influxos brutos de benefícios económicos recebidos e a
receber pela empresa de sua própria conta.
 Não inclui: as quantias cobradas por conta de terceiros tais como
impostos sobre vendas, impostos sobre bens e serviços e impostos
sobre o valor acrescentado por não serem benefícios económicos
que fluam para a empresa e não resultarem em aumentos de capital.

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NCRF 20 - Rédito
Mensuração:
 Vendas de bens e prestação de serviços: Justo valor da
retribuição recebida ou a receber, ou seja o valor nominal da venda,
líquido de:
 Quaisquer descontos comerciais e de quantidades concedidos
pela entidade (§10);
 Custo associado ao crédito concedido aos clientes, calculado
através do desconto de todos os recebimentos futuros usando
uma taxa de juro imputada. Esta será a mais claramente
determinável das seguintes:
 A taxa dominante de um instrumento similar de um emitente com
risco de crédito similar;
 A taxa de juro que seja utilizada caso fosse concedido um desconto
de pronto pagamento.
A diferença entre o justo valor e quantia nominal da retribuição
é reconhecida como rédito dos juros. (§11)
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Vendas e outras Operações


com Clientes - Exemplo 3
 A empresa BB vendeu uma mercadoria (uma
máquina) a 31/01/x1 pela quantia de 12 000€.
 Foi acordado com o cliente que o recebimento da
dívida será feito em 12 prestações postecipadas
mensais de 1000€.
 Caso a empresa tivesse vendido esta máquina em
condições normais de crédito (50% imediato e o
restante a 4 meses), o preço de venda teria sido de
11000€. A taxa de juro anual implícita na transacção é
de 16,4%. O plano de recebimento é o seguinte:

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Exemplo 3 (cont.)
Períodos (Px) Capital dívida início Px Juros Amortização
1 11000 150 850
2 10150 139 861
3 9289 127 873
4 8416 115 885
5 7531 103 897
6 6634 91 909
7 5725 78 922
8 4803 66 934
9 3869 53 947
10 2922 40 960
11 1962 27 973
12 989 11 989
1000 11000
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Vendas e outras Operações


com Clientes - Exemplo 3
 Assim, no momento da venda (31/01/x1):
71 Vendas 21 Clientes
1) 11000 1) 12000

282 Rendimentos
a reconhecer

1) 1000

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Vendas e outras Operações
com Clientes - Exemplo 3
 Pelo recebimento da 1ª prestação:
21 Clientes 12 Dep. Ordem
1) 12000 2) 1000 2) 1000

7918-Juros, dividendos e outros 282 Rendimentos


Rend. Simil.-outros juros obtidos a reconhecer

3) 150 3) 150 1) 1000


Reconhecimento do rédito

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Vendas e outras Operações


com Clientes
Conta 21 Clientes:
 Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de
produtos e de serviços.
 Enquadra-se na definição de activo financeiro, enquanto direito
contratual de receber dinheiro de outra entidade (NCRF 27, §5).
21 Clientes

- Saldo Inicial - Pagamentos de clientes


- Facturas por Vendas - Notas de crédito
a crédito - Regularizações de
- Notas de débito Adiantamentos de clientes

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Vendas e outras Operações
com Clientes
Registos Contabilísticos:
1. Pelo rédito da Venda
71 Vendas 211 Clientes c/c

€ €
Factura

Pelo custo das mercadorias vendidas (nota: assunto a


desenvolver mais à frente, quando abordarmos os sistemas de inventário)

32 Mercadorias 611 CMV

€ €
Pelo custo

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NCRF 18 -Inventários
Reconhecimento como gasto (§34)
 Em caso de venda de inventários: no período
em que o respectivo rédito seja reconhecido,
pela quantia escriturada desses inventários.

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Vendas e outras Operações
com Clientes
2. Pelas despesas com a venda por conta do
vendedor
11/12/22
6253 Transporte de mercadorias

6263 Seguros

6268 Serviços diversos


Outros serviços

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 33

Vendas e outras Operações


com Clientes
3. Despesas por conta do cliente
3.1 Bens transportados por uma terceira empresa
Documento emitido pela transportadora

6253 Transporte de Mercadorias


11/12

Nota de débito enviada ao cliente

211 Clientes c/c


7888 Outros não especif.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 34

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Vendas e outras Operações
com Clientes
3. Despesas por conta do cliente
3.2 Bens transportados pela própria empresa
Nota de débito enviada ao cliente
725 Serviços Secundários 211 Clientes c/c

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 35

Vendas e outras Operações


com Clientes
4. Devoluções de vendas

Pela diminuição do rédito da venda


717 Devolução Vendas
211 Clientes c/c

Pela anulação do custo da mercadoria vendida

32 Mercadorias
611 CMV.

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Vendas e outras Operações
com Clientes
5. Pelos descontos
 Comerciais: Descontos concedidos na venda de mercadorias, tais como:
- Descontos de quantidade
- Abatimentos de revenda
- Bónus
Normalmente estão relacionados com quantidades.

Incluídos na factura
factura:
Contabiliza-se a factura pelo valor líquido (Valor Mercadoria –
Desconto)
211/a 711.........Valor Líquido

Fora da factura
factura:
A empresa emite uma Nota de Crédito ao cliente. Este descontos vão
diminuir o valor das vendas através da subconta de compras 718.
718/a 211.........Valor do desconto
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 37

Vendas e outras Operações


com Clientes
5. Pelos descontos
 Financeiros: Descontos de pronto pagamento
ou de antecipação de pagamento. Estão
relacionados com prazos de pagamento.

Incluídos na factura/ Fora da factura :


682/a 211.........Valor do desconto

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 38

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Vendas e outras Operações
com Clientes
SÍNTESE DA MOVIMENTAÇÃO DA CONTA DE VENDAS E CMV
Obtenção do rédito da Venda:
71 Vendas

717 Dev. Vendas 711 Vendas Merc.


718 Desc. e Abatimentos

Obtenção do Custo da Venda:


32 Mercadorias 611 CMV
- Ei

- Compras
-Custo da -Custo da
- Custo
Venda
Venda
da
- Custo da
devolução
devolução

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 39

Vendas e outras Operações


com Clientes
Adiantamentos de Clientes
 Adiantamentos monetários:
monetários: adiantamentos efectuados por
clientes, relativamente a transacções cujo preço não esteja
previamente fixado;
fixado
 Registados na Conta 218 Adiantamentos de Clientes. Pela
recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas
contas na rubrica 211- Clientes c/c.

 Adiantamentos não monetários:


monetários: adiantamentos efectuados
por clientes, relativamente a transacções cujo preço está
previamente fixado.
fixado.
 Registados na Conta 276X Adiantamentos por conta de vendas.
Pela recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as
respectivas contas na rubrica 211- Clientes c/c.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 40

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Vendas e outras Operações
com Clientes
Adiantamentos monetários (sem preço fixado)
Pela entrega adiantada do cliente:
218 Adiantam. de clientes 11Caixa /12 DO

€ €

Pela contabilização da factura:


factura:
711 Vendas 211 Clientes c/c

€ €

Pela regularização do adiantamento aquando da emissão da factura:


factura:
211 Clientes c/c. 218 Adiant. de clientes

€ €
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 41

Vendas e outras Operações


com Clientes
Adiantamentos não monetários (com preço fixado)
Pela entrega adiantada do cliente:
276 Adiant. p. c. vendas 11/12

€ €
Valor do adiantamento

Pela contabilização da factura :


711 Vendas 211 Clientes c/c

€ €
Valor da factura

Pela regularização do adiantamento aquando da emissão da factura:


factura:
211 Clientes c/c 276 Adiant. p. c.vendas

€ €
Anulação do adiantamento
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 42

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Vendas e outras Operações
com Clientes - Exemplo 4
 A Sociedade de Produtos Alimentares, S.A., registou durante o
passado mês de Outubro o seguinte movimento com o cliente
Fábrica de Chocolate Nacional, Lda.:
2/10- Venda, a 60 dias, de 2000 kg de manteiga de cacau; factura nº 516.
 Preço: €1/kg

 Desconto de quantidade: 10%

 Transporte efectuado pelos serviços de distribuição da empresa:


€100
4/10- Venda, a p.p., de diversas mercadorias; Factura-recibo nº 630.
 Valor das mercadorias: €2000

 Desconto: p.p. 5%

7/10- Devolução de 50 kg de manteiga de cacau por se encontrar


deteriorada; nota de crédito nº 215.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 43

Vendas e outras Operações


com Clientes - Exemplo 4
10/10- Recepção da nota de encomenda nº 105 referente à venda de
10.000 kg de leite em pó a €1,2/kg, nas seguintes condições:
 Pagamento de 10% no acto da encomenda, através de
cheque
 Pagamento de 40% na entrega

 Restante a 60 dias, a partir da data da factura

18/10- Factura nº 684, referente ao fornecimento de 10.000 kg de


leite em pó encomendado no dia 10. Nos termos acordados, o
cliente entregou um cheque correspondente a 40% da factura.

20/10- Nota de crédito nº 221, referente ao desconto de quantidade


de 5% que, por lapso, não foi incluído na factura nº 684.

Pedido: Efectuar o registo, dos factos patrimoniais anteriores,


no razão.
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 44

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Reclassificação e Regularização de
Inventários e Activos Biológicos
A CONTA 38 Reclassificação e Regularização de Inventários
e Activos Biológicos
Esta conta destina-se a registar todas as variações em
inventários que não sejam derivadas de compras, vendas
ou consumos.
Ex: quebras, sobras, saídas e entradas de ofertas, transferências entre
contas de existências, transferências para e do imobilizado.

Desdobramento

38 Reclassificação e Regularização de inventários e Activos Biológicos


382 Mercadorias
383 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
384 Produtos acabados e intermédios
385 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
386 Produtos e trabalhos em curso
387 Activos biológicos
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 45

Reclassificação e Regularização de
Inventários
 Esta conta não surge no Balanço, visto servir para
regularizar o saldo das contas 32, 33, 34 e 36.
 É uma conta transitória e, portanto, deve ser saldada. O
momento em que é saldada varia em função do sistema
de inventário utilizado.
 Assim:
 No final do exercício a conta 38 – Reclassificação e
regularização de inventários e activos biológicos
apresenta-se saldada.
 A transferência do saldo é permanente no caso do
inventário permanente, e será efectuada apenas no
final do exercício se Sérgio
o inventário for periódico.
Paulo Pereira Carmelo 46

23
Reclassificação e Regularização
de Inventários

1. Ofertas de fornecedores
7848 – Ganhos em inventários
382 – R. R. Inv. A. B.
- Outros ganhos Mercadorias

Valor da Oferta

2. Ofertas a Clientes de existências próprias


382 – R. R. Inv. A. B. 6884 – Ofertas e
Mercadorias Amostras de inventários

Custo dos inventários oferecidos

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 47

Reclassificação e Regularização
de Inventários

3. Sobras
7842 – Ganhos em inventários
382 – R. R. Inv. A. B.
Sobras
Mercadorias

Valor da Sobra

Nota:
 Se a empresa considerar as sobras normais, pode optar
por não fazer qualquer lançamento, pois assume-se que
afecta o custo unitário das restantes existências,
mantendo-se o valor global das mesmas. Caso opte por
registar, usará a conta 7842.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 48

24
Reclassificação e Regularização de
Inventários

4. Sinistros
4.1 Sinistro não coberto pelo seguro
382 – R. R. Inv. A. B. 6841 – Perdas em
Mercadorias inventários - sinistros

Custo dos inventários sinistrados

4.2 Sinistro coberto pelo seguro


Registo anterior (4.1) pelo sinistro + Registo da indemnização
recebida/a receber:
7841 – Ganhos em invent.
Sinistros 11/12/278

Valor da indemnização

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 49

Reclassificação e Regularização de
Inventários

5. Quebras
382 – R. R. Inv. A. B.
6842 – Perdas em
Mercadorias
inventários - Quebras

Nota:
 Se a quebra for considerada normal, a empresa pode
optar por não fazer qualquer lançamento, pois assume-se
que afecta o custo unitário das restantes existências,
mantendo-se o valor global das mesmas. Caso opte por
registar, usará a conta 6842.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 50

25
Reclassificação e Regularização de
Inventários

6. Afectação a activos fixos tangíveis


382 – R. R. Inv. A A. B.
Mercadorias 43 X- AF Tangíveis

Transf. para AFT


(valor contabilístico)

7. Beneficiação de inventários usados


74 - Trabalhos para a pp entidade
382 – R. R. Inv. A A. B.
74x – Inventários usados
Mercadorias

Valor acrescentado pela


empresa

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 51

Os Sistemas de Inventário

A movimentação das contas de inventários deve ser


efectuada tendo em atenção dois objectivos:
 conhecimento em qualquer momento da quantidade e
valor dos stocks de que a empresa é proprietária,
 apuramento do custo dos produtos vendidos e
consumidos, e consequentemente do resultado apurado
nas vendas ou na produção.

Tais objectivos são atingidos de duas formas:


1. Sistema de Inventário Permanente
2. Sistema de Inventário Intermitente ou
Periódico
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 52

26
Sistema de Inventário Permanente

 Através deste sistema é possível determinar


permanentemente o valor dos stocks em armazém e
apurar em qualquer momento os resultados obtidos nas
vendas ou produção.

 O resultado bruto das vendas (RBV) será igual à


diferença entre as vendas líquidas (VL) e o custo das
mercadorias vendidas e matérias consumidas (CMVMC).
RBV = VL - CMVMC
= Saldo conta 71- saldo conta 61

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 53

Sistema de Inventário Permanente

 A transferência da conta Compras para a conta


Mercadorias/Matérias-primas é feita pelas entradas dos
bens em armazém.

 O débito na conta 61, pelo custo dos bens


armazenados que foram vendidos ou consumidos, pelo
crédito das respectivas contas de inventários (32/33)
pode fazer-se por cada operação (venda ou saída de
materiais para consumo) ou por valores periódicos
(diários, mensais, etc.)

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 54

27
Sistema de Inventário Permanente
 O esquema de movimentação no S. I. Permanente é
o seguinte:
31-Compras Caixa/D.O/ Fornecedores/ Clientes 71-Vendas
1) 2) 3) 1) 3)

61 CMVMC 32- Mercadorias 38 Reg.


4) Ei) 4) 5) 6)
2) 5)
6)
1) Compra a pronto ou a crédito
2) Transferência de Compras para Mercadorias
3) Venda a pronto ou a crédito
4) Custo das mercadorias vendidas
5 ou 6) Transferência de Regularização de inventários para Mercadorias
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 55

S. I. Permanente
Variação da produção
 Embora nas empresas industriais a movimentação das existências se
processe normalmente no âmbito da contabilidade de custos, nada
impede que a contabilidade financeira registe as operações efectuadas
com produtos resultantes da produção.
 Em vez da entrada em armazém por via de compras passamos a ter as
entradas resultantes da produção.
 Também quando se vende há que registar o custo das vendas, custo
este que já engloba o custo das matérias-primas consumidas, a mão
de obra, etc. Quer dizer que se tal custo fosse contabilizado na classe 6
estaríamos perante uma duplicação de custos (a soma dos custos para
produzir uma unidade é igual ao custo de venda dessa unidade).
 A movimentação de tais existências é efectuada directamente
através da conta 73 – “Variação nos inventários”, a qual deverá
incluir a seguinte subdivisão:

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 56

28
Sistema de Inventário Permanente
Variação da produção
 A entrada em armazém de bens provenientes da produção dará lugar a
um movimento do tipo:
73 – Variação nos 34 – Produtos
inventários da produção Acabados

 Enquanto a venda originará o seguinte movimento:


34 – Produtos 73 – Variação nos
Acabados inventários da produção

 A variação da produção é dada pela diferença entre a existência final e


a existência inicial, corrigida por eventuais operações não relacionadas
com a produção ou a venda (ofertas, sinistros, quebras, etc.).

Sérgio Paulo Pereira Carmelo -


2009/2010 57

Sistema de Inventário Permanente

Dificuldades
 As mercadorias em armazém estão sujeitas a depreciações e
quebras e não se evita, portanto, a sua inventariação directa.
 No momento da venda, por vezes, não se conhecem certos
elementos do preço de custo (despesas de compra, abatimentos,
...) das mercadorias vendidas, ficando falseado o processo.

Obrigatoriedade de adopção do Sistema de Inventário


Permanente
O Decreto-lei n.º 98/2015, de 2 de Junho estabelece a
obrigatoriedade de adopção do Sistema de Inventário Permanente,
em determinadas situações (apenas exclui as microentidades), uma
vez que permite a determinação directa do custo das vendas, o
aperfeiçoamento do sistema de controlo interno e a melhoria da
qualidade da informação financeira.
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 58

29
Sistema de Inventário Intermitente
 O valor dos stocks em armazém e dos resultados apurados só é
determinado através de inventariações directas dos valores em
armazém, efectuadas periodicamente.
 Como no caso anterior o RBV = VL - CMVMC, mas apenas o
valor de VL é dado directamente pelo saldo da conta 71- VENDAS.
Para determinar o CMVMC deve-se utilizar a seguinte fórmula:
CMVMC = Existência Inicial + Compras + Regularização de
inventários - Exist. Final
Em que:
Exist. Inicial (Ei) - é obtida no balanço do início do período, pelo saldo da respectiva
conta de inventários
Compras - saldo da conta 31
Regularização de inventários – saldo das subcontas 382 e 383
Exist. Final (Ef) - determinada por contagem directa no armazém

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 59

Sistema de Inventário Intermitente


Assim durante o exercício:
 os saldos das contas Compras e Regularização de
inventários não são transferidos para
mercadorias/matérias-primas;

 quando se efectua uma venda apenas se regista o


“proveito” (rendimento) da venda, mas não o seu
“custo” (gasto);
 o CMVMC é determinado no final do período,
extracontabilisticamente, após a determinação do
valor da existência final, para o que se deverá fazer a
contagem física.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 60

30
Sistema de Inventário Intermitente
Variação da Produção
 No que respeita às existências provenientes da produção há que
substituir as existências iniciais pelas existências finais da conta
34, através da conta 73.
34 Prod. Acabados 73 – Variação nos
e intermédios inventários da produção

Ei Ei Ef
Ef

 Variação da produção (VP):


VP = Existência final ± Regularizações – Existência inicial
respeitante aos produtos acabados e intermédios
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 61

Sistemas de Inventário
Exemplo 5
Extracto do balancete de verificação da Sociedade GAMA, Lda., em 30 de
Setembro de n (em euros)

CONTAS Movimento a Movimento a


Débito Crédito
....

Compras 200 000


Mercadorias 15 000
Vendas 300 000
....

Pedidos:
1. Identificar qual o Sistema de Inventário utilizado pela Sociedade
Gama, Lda.
2. Determinar o valor da Existência Inicial.
3. Determinar o resultado das vendas (ou resultado bruto) obtido até
30 de Setembro de n, sabendo que a variação de inventários era de
5000 €.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 62

31
Sistemas de Inventário
Exemplo 5-resolução
1. Identificar qual o Sistema de Inventário utilizado pela
Sociedade Gama, Lda.
Sistema de Inventário Periódico ou Intermitente.

• Não se verificou qualquer transferência do saldo da


conta 31 para conta 32 até ao dia 30/09/n, o que
pressupõe que tal movimento será efectuado apenas no
final do exercício económico;
• A conta de mercadorias não é movimentada
durante o exercício económico;
• Não há qualquer registo do CMVMC.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 63

Sistemas de Inventário
Exemplo 5-resolução
2. Determinar o valor da Existência Inicial.
 A conta de mercadorias não é movimentada durante o exercício
económico, pelo que o seu saldo representa o valor da existência
inicial do período.

 Logo, o valor da Existência Inicial = 15 000

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 64

32
Sistemas de Inventário
Exemplo 5-resolução
3. Determinar o resultado das vendas (ou resultado bruto)
obtido até 30 de Setembro de n, sabendo que a variação de
existências era de 5 000 €.

Resultado Bruto das Vendas (RBV) = VL – CMVMC


= 300 000- 195 000 = 105 000

Sendo que:
CMVMC = Ei + Compras - Ef +/- RRIAB
= 15 000 + 200 000 - 20 000 = 195 000
 Var. existências = Ef - Ei ⇔ 5000 = Ef – 15 000
⇔ Ef = 20 000

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 65

Sistemas de Inventário
Exemplo 6
Extracto do balancete de verificação da Sociedade Beta, Lda, em 30 de Setembro
de n (em euros)

CONTAS Movimento a Movimento a


Débito Crédito
....

Compras 380 000 380 000


Mercadorias 400 000 392 000
Custo das Mercadorias Vendidas 392 000

Vendas 8 000 530 000


....

Pedidos:
1. Identificar qual o Sistema de Inventário utilizado pela Sociedade
Beta, Lda.
2. Determinar o valor da Existência Inicial, sabendo que a variação de
existências até 30/09/n era de 12 000 €, negativos.
3. Determinar o resultado das vendas (ou resultado bruto) obtido até
30 de Setembro de N.
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 66

33
NCRF 18 -Inventários
Fórmulas de custeio (§§ 23-27):
 Custo específico: o custo dos inventários de itens que não sejam
geralmente intermutáveis e de bens e serviços produzidos e
segregados para projectos específicos deve ser atribuído pelo uso da
identificação específica dos seus custos individuais. Significa que são
atribuídos custos específicos a elementos identificados de inventário.
Apropriado para os itens que sejam segregados para um
projecto específico, independentemente de eles terem sido
comprados ou produzidos.
Não é apropriado quando há grandes quantidades de itens de
inventário que sejam geralmente intermutáveis.
Nesses casos poderão ser aplicados:
FIFO ou Custo médio ponderado

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 67

NCRF 18 -Inventários
Fórmulas de custeio (§§ 23-27):
 “Primeira entrada, primeira saída” (FIFO): pressupõe que os itens de
inventário que foram comprados ou produzidos primeiro, sejam
vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os itens que
permanecerem em inventário no fim do período sejam os itens mais
recentemente comprados ou produzidos.
 Custo médio ponderado: o custo de cada item é determinado a partir
da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de
um período e do custo de itens semelhantes comprados ou
produzidos durante um período. A média pode ser determinada
numa base periódica ou à medida que cada entrega adicional seja
recebida, o que depende das circunstâncias da entidade.

Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos


os inventários que tenham uma natureza e uso semelhantes
para a entidade.
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 68

34
Fórmulas de custeio:
Inventários - Exemplo 7
A empresa CICLOS dedica-se à venda de bicicletas e à venda/substituição de
acessórios para as mesmas. Normalmente, numa empresa deste tipo, é possível
identificar-se separadamente cada bicicleta, uma vez que cada uma terá um
código de identificação. Deste modo, cada vez que se vende uma bicicleta
sabemos exactamente quanto custou, bem como a margem de lucro obtida na
venda.
No entanto, a empresa terá que efectuar algumas substituições de peças (por
exemplo, pastilhas para os travões), de pequeno valor individual, e que não são
objecto de controlo específico e separado. Estas pastilhas para os travões podem
ter sido adquiridas em distintos momentos no tempo e a distintos preços.
Suponha que a CICLOS efectuou as seguintes compras de pastilhas para os
travões:
• 01/03: 50 pastilhas a 2€/unidade = 100 €
• 01/05:10 pastilhas a 2,5€ unidade = 25 €
Se no dia 05/05 vende 40 pastilhas para os travões a 5€/unidade, qual o custo
que deve ser imputado a estas mercadorias? E qual é o resultado
obtido com esta venda? Sérgio Paulo Pereira Carmelo 69

Fórmulas de custeio: Inventários


Resolução Exemplo 7
1. Se a empresa utilizar como método de custeio o Custo Médio Ponderado:

CMP = [(50 x 2) + (10 x 2,5)] / (50+10) = 2,083 €/u


Custo das mercadorias vendidas = 40 x 2,083 = 83,33 €
Resultado da Venda = (40 x 5) - 83,33 = 116,67 €
Valor das existências finais = 20 x 2,083 = 41,67 €

2. Se a empresa utilizar como método de custeio o FIFO:

Custo das mercadorias vendidas = 40 x 2 = 80 €


Resultado da Venda = (40 x 5) - 80 = 120 €
Valor das existências finais = (10 x 2) + (10 x 2,5) = 45 €
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 70

35
Fórmulas de custeio:
Inventários - Exemplo 8
Dados:
 Existência Inicial = 500 u.m., que corresponde a um lote de 50 unidades da
mercadoria A a 10 u.m./unidade.
 Compras de A realizadas durante o exercício económico - 1000 unidades:
 Janeiro: 200 unidades a 11 u.m.;
 Maio: 600 unidades a 12 u.m.;
 Novembro: 200 unidades a 13 u.m.
 Vendas de A efectuadas durante o exercício económico - 1020 unidades:
 Fevereiro: 50 unidades;
 Junho: 520 unidades;
 Dezembro: 450 unidades.

Pedido: Cálculo do CMV atendendo a que a empresa utiliza:


1. Inventário Periódico: a)FIFO; b) Custo Médio Ponderado.
2. Inventário Permanente: a) FIFO; b) Custo Médio Ponderado.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 71

Fórmulas de custeio:
Inventários- Resolução Exemplo 8
1.Inventário Periódico
a. FIFO
Stock Final = 50 + 1000 -1020 = 30 unidades
Como as primeiras unidades a entrar são as primeiras a sair, o stock final
vem valorizado ao custo das últimas unidades a entrar:
Existência Final = 30 unidades x 13 u.m. = 390 u.m.

CMV = Ei + CMP - Ef., ou seja,


CMV = 500 + (200 x 11 + 600 x 12 + 200 x 13) - 390 ou
= 50 x 10 + 200 x 11 + 600 x 12 + 170 x 13 = 12 110 u.m.

Lançamentos a 31/12:
311 Compras Mercadorias 32 Mercadorias 611CMVMC Mercadorias

12.000 Ei. 500 12.110 12.110


12.000

Ef. 390
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 72

36
Fórmulas de custeio:
Inventários- Resolução Exemplo 8
1.Inventário Periódico
b. Custo Médio Ponderado
Stock Final = 50 + 1000 -1020 = 30 unidades
Custo médio ponderado = [ 500 + (200 x 11 + 600 x 12 + 200 x 13)] /
(50 + 1 000) = 11,9
Existência Final = 30 unidades x 11,9 u.m. = 357 u.m.
CMV = Ei + CMP - Ef., ou seja,
CMV = 500 + (200 x 11 + 600 x 12 + 200 x 13) - 357 ou
= 1020 unidades x 11, 9 u.m. = 12 143 u.m.
Lançamentos a 31/12:
311 Compras Mercadorias 32 Mercadorias 611CMVMC Mercadorias

12.000 Ei. 500 12.143 12.143


12.000

Ef. 357
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 73

Fórmulas de custeio:
Inventários- Resolução Exemplo 8
2.Inventário Permanente
Vamos ter que preencher a Ficha de Armazém da Mercadoria A.
FICHA DE ARMAZÉM DA MERCADORIA A

DATA DESCRIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS EXISTÊNCIAS


Q Pu Valor Q Pu Valor Q Pu Valor

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 74

37
FICHA DE ARMAZÉM DA MERCADORIA A - FIFO

DATA DESCRIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS EXISTÊNCIAS


Q Pu Valor Q Pu Valor Q Pu Valor
Existência Inicial 50 10 500

Janeiro Compra 1 200 11 2200 50 10 500


200 11 2200
Fevereiro Venda 1 (50 unidades) 50 10 500 200 11 2200

Maio Compra 2 600 12 7200 200 11 2200


600 12 7200

Junho Venda 2 (520 unidades) 200 11 2200 280 12 3360


320 12 3840

Novembro Compra 3 200 13 2600 280 12 3360


200 13 2600

Dezembro Venda 3 (450 unidades) 280 12 3360 30 13 390


170 13 2210

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 75

FICHA DE ARMAZÉMDA MERCADORIA A - Custo Médio Ponderado

DATA DESCRIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS EXISTÊNCIAS


Q Pu Valor Q Pu Valor Q Pu Valor
Existência Inicial 50 10 500
Janeiro Compra 1 200 11 2200 250 10,8 2700
Fevereiro Venda 1 50 10,8 540 200 10,8 2160
Maio Compra 2 600 12 7200 800 11,7 9360
Junho Venda 2 520 11,7 6084 280 11,7 3276
Novembro Compra 3 200 13 2600 480 12,2417 5876
Dezembro Venda 3 450 12,2417 5508,75 30 12,2417 367,25

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 76

38
Fórmulas de custeio:
Inventários - Exemplo 9
A empresa Alfa, Lda. comercializa a mercadoria M. Em 31 de Janeiro de
n apresentava em armazém uma existência de 400 unidades de
mercadoria M a 1,5 € /unidade. Durante o mês de Fevereiro realizou o
seguinte movimento relativamente a esta mercadoria:
1. Venda a pronto de 250 unidades de Mercadoria M a 1,75 €/unidade.
2. Compra a pronto de 400 unidades de Mercadoria M a 1,9 €/unidade. Despesas
de compra: 40 €
3. Compra a pronto de 200 unidades de Mercadoria M a 2,1 €/unidade.
4. Venda a pronto de 600 unidades de Mercadoria M a 2,5 €/unidade
5. Devolução de 80 unidades de Mercadoria M vendida no dia 4.

 Pedido: Sabendo que a empresa utiliza o SIP, preencha a ficha de


armazém para a mercadoria em causa, sendo as existências avaliadas
tendo por base o:
 a) FIFO e,
 b) Custo médio ponderado.
 Proceda ao registo destas operações (para as alíneas a) e b)).

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 77

Fórmulas de custeio:
Inventários – Exemplo 10
 Para o exemplo 2 (slide 19) assuma que as
empresas utilizam o SIP e preencha a ficha
de armazém para a mercadoria em causa,
sendo as existências avaliadas tendo por
base:
1. O FIFO;
2. O Custo Médio Ponderado.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 78

39
Repercussões das fórmulas de custeio
sobre a valorimetria das existências e
resultados

Valor das existências finais/ Custo das vendas


Resultado do período
Em presença de inflação FIFO > CMP FIFO < CMP

Em presença de deflação FIFO < CMP FIFO > CMP

Os métodos de valorimetria das existências não são neutros


relativamente ao valor do custo das vendas e Ef que
proporcionam. Como consequência, estes valores têm
repercussões do ponto de vista da avaliação patrimonial
(Balanço) e do cálculo do resultado, pelo que também terão
repercussão fiscal (imposto sobre o rendimento).
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 79

NCRF 18 -Inventários
 Referimos no slide 5 que os inventários devem ser
mensurados pelo custo ou valor realizável
líquido, dos dois o mais baixo. (§9)

 O Valor realizável líquido é o preço de venda


estimado no decurso ordinário da actividade
empresarial, menos os custos estimados de
acabamento e os custos estimados necessários para
efectuar a venda. Refere-se à quantia líquida que
uma empresa espera realizar com a venda do
inventário no decurso ordinário da actividade
empresarial. (§§ 6-7)

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 80

40
NCRF 18 -Inventários
O custo dos inventários pode não ser recuperável se
esses inventários estiverem danificados, se se tornarem
obsoletos ou se os seus preços de venda tiverem
diminuído.
 A prática de reduzir os custos dos inventários para o
valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista
de que os activos não devem ser escriturados por
quantias superiores àquelas que previsivelmente
resultariam da sua venda ou uso. (§28)
 Os inventários são geralmente reduzidos para o seu valor
líquido realizável item a item. Nalgumas circunstâncias,
porém, pode ser apropriado agrupar unidades
semelhantes ou relacionadas (§29).
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 81

NCRF 18 -Inventários
As estimativas do valor realizável líquido devem considerar:
 A finalidade para a qual o inventário é detido(§31);
 As provas mais fiáveis disponíveis no mercado (§30).

 Em cada período subsequente é feita nova avaliação


do valor realizável líquido.
 Quando as circunstâncias que anteriormente resultavam em
ajustamento ao valor dos inventários deixarem de existir ou
quando houver uma clara evidência de um aumento do valor
realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias
económicas, a quantia do ajustamento é revertida de modo a
que a nova quantia escriturada seja o valor mais baixo do
custo e do valor realizável líquido previsto (§33).

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 82

41
NCRF 18 -Inventários
Reconhecimento como gasto (§§ 34 e 35)
 Em caso de venda de inventários: no período em que o
respectivo rédito seja reconhecido, pela quantia escriturada
desses inventários;
 No caso da redução dos inventários para o valor realizável
líquido: no período em que a redução ocorra, pela diferença
entre o valor escriturado e o valor realizável líquido;
 Em caso de perdas de inventários: no período em que a perda
ocorra, pelo valor correspondente à perda;
 No caso de reversão de qualquer redução de inventários
(proveniente de um aumento do valor realizável líquido): no
período em que a reversão ocorra, no valor correspondente à
reversão, que deverá ser reconhecida como uma redução à
quantia de inventários reconhecida como gasto nesse período.
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 83

NCRF 18 –Inventários:
Exemplo 11
 A empresa ABC, que vende a mercadoria A,
verifica no final do ano n que o valor dos seus
inventários é de 400 000 €. O valor realizável
líquido desta mercadoria é, nesta data, de 390
000 €. O que deve ser feito?
 Se o valor realizável líquido fosse de 420 000 €
qual o procedimento que deveria ser adoptado?

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 84

42
O Imposto sobre o valor
acrescentado (IVA) – Conta 243
Esta subconta destina-se a registar as situações decorrentes da
aplicação do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
(CIVA).

Estão sujeitas a este imposto (art. 1º do CIVA):


 Transmissões de bens e prestações de serviços efectuadas em
território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo
agindo como tal;
 Importações dos bens, ou seja, as aquisições efectuadas a países
não pertencentes à União Europeia (países terceiros);
 Operações intracomunitárias efectuadas no território nacional, tal
como são definidas e reguladas no RITI .

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 85

O Imposto sobre o valor


acrescentado (IVA) – Conta 243
ISENÇÕES
 Regra Geral: Só quem liquida IVA nas vendas e prestação de
serviços é que tem direito a deduzir o IVA suportado nas aquisições.
 ISENÇÃO SIMPLES (art. 9º CIVA):
 sujeito passivo não liquida IVA, mas também não pode deduzir o
IVA suportado nas aquisições;
 O IVA suportado é uma componente do custo dos seus
produtos/serviços sendo repercutido no preço de venda (IVA
oculto).
Fornecedor Sujeito Cliente
Passivo

Vende 1000 + 230 Vende 2000 (não liquida IVA)

Suporta
Sérgio Paulo Pereira230 (IVA)
Carmelo 86

43
O Imposto sobre o valor
acrescentado (IVA) – Conta 243
 ISENÇÃO COMPLETA (art. 14º CIVA):
 É uma isenção na verdadeira acepção da palavra,
porque o sujeito passivo não liquida o IVA nas suas
operações, mas tem direito a deduzir o IVA
suportado nas aquisições;
 É o que sucede nas vendas de bens para países
comunitários ou terceiros.
Fornecedor Operador Isento Cliente

Vende 1000 + 230 Vende 2000 +0 (IVA)

IVA dedutível: 230


IVA liquidado: 0
IVASérgio
a recuperar: 230 Carmelo
Paulo Pereira 87

O Imposto sobre o valor


acrescentado (IVA) – Conta 243
CARACTERIZAÇÃO: O IVA é um imposto...

 sobre o consumo (incide sobre a despesa);


 plurifásico;
 que garante uma igualdade tributária;
 que assenta na compensação nas fronteiras;
 com pagamentos fraccionados;
 que geralmente não é suportado pela
empresa.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 88

44
O Imposto sobre o valor
acrescentado (IVA) – Conta 243
Valor Tributável: O valor sobre o qual incide a
taxa do imposto será constituído pelo valor
das vendas e serviços constantes da factura
com exclusão de descontos, bónus ou
abatimentos.

Apuramento do Imposto: O valor a pagar ao


Estado será a diferença entre o valor liquidado
nas vendas e o valor suportado nas compras.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 89

O Imposto sobre o valor


acrescentado (IVA) – Conta 243
Taxas
Estão previstas no art. 18º do CIVA e variam conforme:
 as operações são realizadas no continente ou nas regiões

autónomas;
 a natureza da transacção.

CONTINENTE REGIÕES AUTÓNOMAS

TAXA NORMAL 23% 18%A/22%M


TAXA INTERMÉDIA 13% 9%A/12%M
(lista II: serviços restauração)

TAXA REDUZIDA 6% 4%A/5%M


(lista I: educação, alimentação e
electricidade)

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 90

45
O Imposto sobre o valor
acrescentado (IVA) – Conta 243
Exemplo 12:
Agente Compra Venda IVA 23% IVA 23% IVA a pagar
Económico (C) (V) em C Em V ao Estado

Produtor - 100 - 23 23

Grossista 100 150 23 34,5 11,5

Retalhista 150 220 34,5 50,6 16,1

Consumidor
Final
220 50,6 - -
50,6

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 91

O Imposto sobre o valor


acrescentado (IVA) – Conta 243
Exemplo 12 (continuação):
 É o Consumidor final (CF) que suporta os 50,6 de IVA;
 O CF adquire o bem por 270,6 que resulta de 220 + 50,6;
 Os 50,6 são entregues nos cofres do Estado através de
pagamentos fraccionados efectuados pelos 3 primeiros agentes
económicos;
 O imposto final é proporcional ao preço de venda final do bem
(23% de 220);
 O imposto incide sobre todas as fases do circuito económico;
 O produtor e os intermediários do comércio não são afectados
pelo imposto, entregam ao Estado a diferença entre o que
cobram a jusante e o que pagam a montante.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 92

46
O Imposto sobre o valor
acrescentado (IVA) – Conta 243
Subcontas previstas para a contabilização do IVA:
 2431- IVA Suportado
 2432- IVA Dedutível
 2433- IVA Liquidado
 2434- IVA Regularizações
 2435- IVA Apuramento
 2436- IVA A Pagar
 2437- IVA A Recuperar
 2438- IVA Reembolsos pedidos
 2439- IVA Liquidações oficiosas

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 93

Conta 2431 IVA Suportado


 Esta conta é de uso facultativo.

 É debitada pelo IVA suportado em todas as


aquisições de existências, imobilizado ou outros bens
ou serviços .
 Credita-se por contrapartida da subconta 2432- IVA
dedutível pelas parcelas dedutíveis, e pelas parcelas
de imposto não dedutível por contrapartida das contas
inerentes às respectivas aquisições ou da subconta
6812 – Impostos Indirectos, quando for caso disso,
nomeadamente por dificuldades de imputação a
custos específicos.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 94

47
Conta 2431 IVA Suportado
 Pela aquisição de inventários
11/12/221 31 Compras

Valor dos
bens sem
imposto

2431 – IVA Suportado


Imposto
suportado 31 Compras

Imposto
não
dedutível

2432 – IVA Dedutível

Imposto
Dedutível

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 95

Conta 2431 IVA Suportado


 Pela aquisição de outros bens e serviços
11/12/221 62x FSE

Valor dos
bens sem
imposto

2431 – IVA Suportado


Imposto
suportado 62X/6812

Imposto
não
dedutível

2432 – IVA Dedutível

Imposto
Dedutível

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 96

48
Conta 2432 IVA Dedutível
 Registam-se nesta conta os montantes do imposto
suportado que, dada a sua natureza, sejam
susceptíveis de dedução (caso de aquisições que
estejam directamente relacionadas com a actividade da
empresa).
 Não há lugar a deduções de IVA nos seguintes
casos:
 despesas com viaturas de turismo, barcos de recreio,
helicópteros, aviões, motos e motociclos;
 despesas respeitantes a combustíveis, excepto no caso do
gasóleo, cujo imposto é dedutível na proporção de 50%;
 despesas de transporte e viagens de negócios, incluindo as
portagens;
 despesas com alojamento, alimentação, bebidas;
 despesas de divertimento e de luxo.
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 97

Conta 2432 IVA Dedutível


 Caso se utilize a conta 2431- IVA suportado:
2431 –IVA Suportado 2432 – IVA dedutível 2435 – IVA apuramento

Pelo imposto Apuramento do


dedutível IVA

 Caso não se utilize a conta 2431- IVA suportado:


11/12/221 31 Compras
Valor dos
bens sem
imposto +
imposto não
dedutível

2432 – IVA Dedutível 2435 – IVA apuramento

Imposto
Dedutível Apuramento do IVA
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 98

49
Conta 2432 IVA Dedutível
Exemplo 13
 Factura do fornecedor CC, relativa à compra de mercadorias no valor
de 1000 €. IVA à taxa de 23%.
a) A empresa utiliza a conta IVA suportado e o SIP.
22- Fornecedores 31- Compras 32- Mercadorias

1) 1230 1) 1000 3) 1000 3) 1000

2431- Iva Suportado 2432- Iva dedutível

1) 230 2) 230 2) 230

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 99

Conta 2432 IVA Dedutível


Exemplo 13
 Factura do fornecedor CC, relativa à compra de mercadorias no valor
de 1000 €. IVA à taxa de 23%.
b) A empresa utiliza a conta IVA Dedutível e o SIP.
22- Fornecedores 31- Compras 32- Mercadorias

1) 1230 1) 1000 2) 1000 2) 1000

2432- Iva dedutível

1) 230

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 100

50
Conta 2433 IVA Liquidado
 Esta conta será creditada pelas seguintes situações:
 IVA liquidado nas facturas emitidas pela empresa,
 autoconsumo externo (afectação/utilização de bens da
empresa para fins alheios aos da empresa, desde que, na sua
aquisição, tenha havido dedução total ou parcial do imposto
suportado);
 transmissão de bens ou prestação de serviços gratuitos pela
empresa;
 Ofertas de existências próprias.

 É debitada para transferir o saldo respeitante ao período de


imposto por crédito da conta 2435 - IVA apuramento.
 Esta conta evidencia a dívida ao Estado decorrente da venda de
bens (ou prestação de serviços) aos seus clientes.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 101

Conta 2433 IVA Liquidado


 O esquema de movimentação pela venda ou
prestação de serviços será:
11/12/211
71 /72

Valor do
bem/Prestação de
serviço

2433 IVA Liquidado

Imposto devido

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 102

51
Conta 2433 IVA Liquidado
 Ofertas de existências Próprias:

38x Recl. Regul. de Existências e


AB 6884 - Ofertas

2433 IVA Liquidado

 Não é obrigatória a liquidação de IVA quando a oferta não


exceda 5%0 do volume de negócios ou 50 €/unidade (IVA
excluído).

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 103

Conta 2434 IVA Regularizações


 Regista as correcções de imposto apuradas nos termos do CIVA
e susceptíveis de serem efectuadas nas respectivas declarações
periódicas.
 Estas regularizações, motivadas por erros ou omissões no
apuramento do imposto, devoluções, descontos e
abatimentos, rescisões ou reduções de contratos, anulações
e incobrabilidade de créditos, roubos, sinistros, etc.,
conforme situações previstas no Código do IVA, poderão originar
imposto a favor do sujeito passivo ou a favor do Estado.
 Nesta conta debita
debita--se o imposto resultante de operações que
reduzam os montantes liquidados pela empresa ou que aumentem
o imposto suportado e dedutível.
 Exemplos: Descontos concedidos a clientes; Devoluções de vendas
por clientes; Anulação de entregas dos adiantamentos dos clientes

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 104

52
Conta 2434 IVA Regularizações
717
 Devoluções de Vendas:
211 Valor dos bens
devolvidos

2434

Imposto
da devolução

 Descontos e abatimentos em vendas ou desconto de pronto


pagamento (fora da factura): 718/682

Desconto
211
concedido
2434

Imposto
do desconto
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 105

Conta 2434 IVA Regularizações


 Adiantamento de Clientes:
1. Pelo adiantamento 218/276 11/12

Valor do
adiantamento

2433 – IVA Liquidado


Imposto devido

2. Pela venda ou prestação de serviços


71/72
11/12/211
Preço dos bens

2433 – IVA Liquidado

Imposto devido

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 106

53
Conta 2434 IVA Regularizações
 Adiantamento de Clientes:
3. Pela regularização/anulação do adiantamento

211 218/276

Adiantamento

2434

Correcção do
imposto

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 107

Conta 2434 IVA Regularizações

 Nesta conta credita-se o imposto resultante


de operações que aumentem os montantes
liquidados pela empresa ou que reduzam o
imposto suportado e dedutível.
 Exemplos
 Descontos concedidos por fornecedores
 Devoluções de compras
 Anulação de adiantamentos a terceiros

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 108

54
Conta 2434 IVA Regularizações
 Devoluções de Compras:
317 221

Valor dos bens


devolvidos

2434

Correcção
Imposto

 Descontos e abatimentos em compras ou desconto de


pronto pagamento obtidos (fora da factura):
221
318/782
Valor do
desconto

2434

Correcção do Imposto
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 109

Conta 2434 IVA Regularizações


 Adiantamento a Fornecedores:
11/12 228/39
1. Pelo adiantamento
Adiantamento

2432

Imposto dedutível

2. Aquando da recepção da Factura do Fornecedor


221 31x

Valor dos bens

2432

Imposto dedutível

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 110

55
Conta 2434 IVA Regularizações
 Adiantamento a Fornecedores:
3. Pela regularização/anulação do adiantamento

228/39 221

Valor do
adiantamento

2434
Correcção
Imposto

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 111

Conta 2434 IVA Regularizações


 Sinistros em inventários

38x Rec. Regul.


Exist. e AB
6841 - Sinistros
Custo exist.
sinistradas

2434
Correcção
Imposto

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 112

56
Conta 2435 IVA Apuramento
 Esta conta destina-se a centralizar as
operações registadas em 2432, 2433, 2434 e
2437, por forma a que o seu saldo
corresponda ao imposto a pagar ou em
crédito, em referência a um determinado
período de imposto.
 Assim:
 Debita-se: pelos saldos devedores de 2432 –
IVA Dedutível, 2434 - IVA regularizações e
2437 – IVA a recuperar;
 Credita-se: pelos saldos credores de 2433 – IVA
liquidado e 2434 – IVA regularizações.
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 113

Conta 2435 IVA Apuramento


 O saldo final de 2435 é transferido para:
 2436 - IVA a pagar, no caso de ser
credor;
 2437 - IVA a recuperar, no caso de ser

devedor, podendo neste caso reportar


para o período seguinte ou pedir-se o seu
reembolso (transferindo-se o saldo da
conta para 2438 - Reembolsos Pedidos)

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 114

57
Conta 2435 IVA Apuramento
2435

2432 2433

Imposto Imposto
suportado liquidado
e
dedutível

2434 2434
Regularizações Regularizações
a favor da a favor do
empresa Estado

2437

Crédito s/ o
Estado
reportado ao
período
anterior
Sérgio Paulo Pereira Carmelo 115

Conta 2436 IVA A Pagar


11/12 2436 – IVA a pagar 2435 – IVA Apuramento

b) a)

a) Contabilização do IVA apurado pela Empresa (quando o saldo


da subconta IVA apuramento é credor) ⇒ imposto a pagar ao
Estado;
b) Pagamento do Imposto

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 116

58
Conta 2437 IVA A Recuperar
2438 – Reembolsos
2435 – IVA Apuramento 2437 – IVA a recuperar Pedidos

b)
a)
C)

a) transferência do saldo devedor da 2435, isto é, do crédito


de imposto apurado no período;
b) pedido de reembolso;
c) transferência no período seguinte do crédito de imposto
relativamente ao qual não foi solicitado o reembolso.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 117

O IVA nas transacções


intracomunitárias
 Nas operações efectuadas entre sujeitos passivos residentes no
território nacional, a liquidação do imposto é efectuada por
quem vende os bens / presta serviços.
 Nas transmissões de bens efectuadas entre sujeitos passivos
localizados em países diferentes, não funciona a regra da
origem mas do destino, sendo as operações tributadas no país
onde os bens são consumidos.
 Nas aquisições intracomunitárias, cabe ao adquirente
liquidar e deduzir o IVA.
 Nas aquisições a países terceiros, o IVA é liquidado no país
de destino (no nosso caso Portugal), pelos serviços
alfandegários.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 118

59
O IVA nas transacções
intracomunitárias
Exemplo 14:
A empresa ALFA, do Porto, vende à
empresa XPTO, de Lisboa, mercadorias
no valor de 500 €, sujeitas a IVA à taxa
de 23%.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 119

O IVA nas transacções


intracomunitárias - resolução
21 Clientes
21.1 Clientes, c/ c 615

71 Vendas
71.1 Mercadorias
71.1.1 Transmissões mercado nacional
71.1.1.1. Sujeitas a IVA
71.1.1.1.3 À taxa normal - 23% 500

24 Estado e Outros Entes Públicos


24.3 IVA
24.3.3 IVA Liquidado
24.3.3.1 Operações Gerais
24.3.3.1.1 Transacções Internas de bens e serviços
24.3.3.1.1.3 À taxa normal - 23%. 115

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 120

60
O IVA nas transacções
intracomunitárias
Exemplo 15:
A empresa ALFA, do Porto, adquiriu à
empresa XPTO, com sede em Londres,
mercadorias no valor de 1000 €. IVA à
taxa normal.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 121

O IVA nas transacções


intracomunitárias - resolução
31 Compras
31.2 Mercadorias
31.2.2 Aquisições em países comunitários
31.2.2.2.1 Com IVA dedutível 1000

24 Estado e Outros Entes Públicos


24.3 IVA
24.3.2 IVA Dedutível
24.3.2.1 Operações Gerais
24.3.2.1.2 Aquisições em países comunitários
24.3.2.1.2.3 À taxa normal - 23%. 230

22 Fornecedores
22.1 Fornecedores, c/c
22.1.2 Fornecedores comunitários 1000

24 Estado e Outros Entes Públicos


24.3 IVA
24.3.3 IVA Liquidado
24.3.3.1 Operações Gerais
24.3.3.1.1 Transacções Internas de bens e serviços
24.3.3.1.1.3 À taxa normal - 23% 230

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 122

61
Exemplo 16:
 A empresa CURSA, Lda. comercializa a mercadoria y,
utiliza o sistema de inventário intermitente, e
realizou as seguintes operações durante o último
trimestre do ano n:
1. Aquisição de mercadorias, a crédito de 30 dias, ao
fornecedor F1, no valor de 20 000 €. IVA à taxa de 23%.
2. Pagamento, por cheque, dos serviços de descarregamento e
embalagem das mercadorias adquiridas a F1, no valor de
500 €. IVA à taxa de 23%.
3. Venda da mercadoria y, ao cliente C1, no valor de 8 500 €.
IVA à taxa de 23%. O cliente tem vindo a efectuar
adiantamentos que totalizam 9 840 € (IVA incluído a 23%).
4. A empresa depositou no banco ABC 20.000 € pelo prazo de
2 anos à taxa de 4,2%.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 123

Exemplo 16:
5. A empresa devolveu ao fornecedor F1 mercadorias
defeituosas, no valor de 1 200 €. O fornecedor contestou a
devolução das mercadorias, afirmando que estas se
deterioraram por mau manuseamento. A empresa acordou
em receber de volta as mercadorias e obteve em
contrapartida um desconto de quantidade de 5%.
6. Devolução do banco B, de cheque do cliente AA, no valor de
7000 € por falta de provisão.
7. Pagamento de 61,5 € de gasóleo para abastecimento da
viatura (valor sujeito a IVA à taxa de 23%, dedutível a
50%).

 O registo das operações no razão analítico (operação


a operação) e o apuramento do IVA.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 124

62
Classe 3.
Inventários e Activos Biológicos-
Resultados de Aprendizagem
 Identificar e aplicar os critérios de mensuração dos inventários e activos
biológicos definidos na NCRF 18.
 Identificar e aplicar as condições de reconhecimento e mensuração do rédito
das vendas definidas na NCRF 20.
 Identificar, caracterizar e aplicar o tratamento contabilístico das operações
relacionadas com: compras e outras operações com fornecedores; Vendas e
outras Operações com Clientes Identificar, caracterizar os critérios de
valorimetria a aplicar.
 Caracterizar e contabilizar as operações relacionadas com a Reclassificação e
Regularização de Inventários e Activos Biológicos.
 Caracterizar e distinguir os sistemas de inventários.
 Identificar e caracterizar as fórmulas de custeio. Calcular e distinguir as
implicações da utilização das diferentes fórmulas de custeio.
 Caracterizar o IVA, identificar e utilizar as subcontas previstas para a sua
contabilização. Apurar o IVA e proceder à sua contabilização nas operações
intracomunitárias.

Sérgio Paulo Pereira Carmelo 125

63

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