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Haverâ hú més pouco mais, ou menos, que veio a minha caza o R.P.

e Mano-

el Martis Capellão de Dona Theresa Talles no sitio de Tararippe, e me dice, que

Francisco Correia Folgueyra cazado com Dona Maria de Sophia Morador no mês-

mo sitio de Tararippe estava infamado do pecado nefando com hú crioulo

seu escravo chamado Appolinário, e como me não nomeou testemunha qeu pode-

sse depor em cazo tão atrôs temendo infamar o deliquente julguei necessário

meter algú terreseo em meio para ver se este descobria algua testemunha.

No principio de janr.o deste presente anno falando eu com Na-

tonia Pinto molher parda soltr.a e liberta a cerca desta mesma matéria me dice

que estando esta em caza do deliquente criando húa sua filha a chamara

a mulher do dito para ver o que este fazia na caza de purgar com o dt.o escravo,

que estava cavando hú pão de asucar, e que ao depois de fallare hú pouco, e

baixo se retirarão ambos para hú canto secreto, e que ao depois de passado

algú tempo tornarão ambos, e o tal crioulo atando os calcões e q ellas virão

por estarem vigiando da parte de fora. Sahio me també Joceph da Sylva Pon

tes feitor môr do engenho de Dom Jeronimo da Silveira, e me dice, que este

homé vive em discórdias continuas com a mulher, e que esta gritando [ ]

publicas ele chama somitigo e que vive mal com ella por andar amancebado

com seu crioulo, oque tudo dice se ouvia na caza de Mathias da Fonseca

barboza seu vizinho.

Aos quatorze do mês de janeiro deste presente anno me busco a Luzia do

Sacramento m.er parda, lib; e soltr.a que vinha denunciar do dito deli-

quente, que uzava para a culpa nefanda do d.o esor.o Appolinario jâ desde antes

de cazar, e também no tempo prezente de outro mais chamado Joseph também

escr.o seo, o que ella sabia por ser fama constante e por lhe dizer hú crioulo,

que este deliquente comprara, que seo s.o queria usar dele p.a a mesma cul-

pa, como uzava dos mais . para que se enganava com ele porq antes houvera

de fugir, e não apareceu mais, e que de fato fugira o tal crioulo, de que não

havia noticia alguma. E mediu mais que vinha denunciar deste mesmo cazo
cazo da parte de Maria Correa mulher preta, liberta e fidedigna, que

não vinha pessoal.te por estar doente e me mandava dizer que era testemun-

há de vista, porq estando o deliquente em acto com o dito escr.o Appolinario

fora visto de huá negra escrava sem esta ser sentida, e que esta viera clamar

a ella M.a correa para ver que era certo porque se dizia, e que vindo, e vigiando

os achara no acto nefando, e que havião vários escravos do mesmo deliquente

que também sabião deste atrós pecado pelo ver. Tambem me conta por

me dizer o P.e Manoel Martins acima declarado, que o deliquente [ ]

desta culpa; porq quando o repreende dela, dis ter muito dinheiro.o para se livrar.

Para não incorrer nas, penas, que o santo Tribunal impõem

Aos que nãp denucião nos casos a ele pertencentes por mim e por todas as pes-

Soas acima declaradas e ditas denuncio a vim como comfir.o dignis-

Simo do Sanctos Tribunal para proceder como lhe parecer justiça. Freg.a e villa de N. Sr. Da
Purificação 3 de fevereiro de 1749

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