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20/01/2023

Aula
Aula 3 2 1
AULA 4

Conteúdo
• MÓDULO 01: - INTRODUÇÃO A TRIBUTAÇÃO E CTN (CONTRIBUENTE E • MÓDULO 12: - INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CUSTO INTEGRADO
OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS)
• MÓDULO 13: - GASTOS DEDUTÍVEIS, COST SHARING/ RATEIO DE
• MÓDULO 02: - IRPJ E CSL (OPERAÇÃO E RETIDO) DESPESAS

• MÓDULO 03: - RELATÓRIOS CONTÁBEIS / BALANÇO / PORTES DE • MÓDULO 14: - AJUSTES A VALOR JUSTO E VALOR A PRESENTE
EMPRESAS
• MÓDULO 15: - DEPRECIAÇÃO, IMPAIRMENT, ARRENDAMENTO:
• MÓDULO 04: - A RELAÇÃO FISCO X CONTABILIDADE: IFRS VERSUS NBC CONTÁBIL X IRPJ

• MÓDULO 05: - LEI N. 11.638/2007, LEI N. 12.973/2014 E IN RFB N. • MÓDULO 16: - JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO E REMUNERAÇÃO
1.700/2017 INDIRETA

• MÓDULO 06: - ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO CONTÁBIL • MÓDULO 17: - DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS / DIVIDENDOS

• MÓDULO 07: - APURAÇÃO E CÁLCULO DO LUCRO REAL TRIMESTRAL • MÓDULO 18: - TRIBUTOS SOBRE O LUCRO / DIFERENÇAS
TEMPORÁRIAS ENTRE A BASE FISCAL E BASE CONTÁBIL- IR
• MÓDULO 08: - APURAÇÃO E CÁLCULO DO LUCRO REAL ANUAL E DIFERIDO
ESTIMATIVA
• MÓDULO 19: - BASES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: TRIBUTOS
• MÓDULO 09: - LALUR – ADICÕES E EXCLUSÕES DIRETOS

• MÓDULO 10: - COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS • MÓDULO 20: - IMPORTÂNCIA DO COMPLIANCE / CRUZAMENTOS
FISCAIS E SPED
• MÓDULO 11: - APURAÇÃO E CÁLCULO DO LUCRO PRESUMIDO E 2
ARBITRADO

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Normas Gerais
• Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações
previstas ou autorizadas na legislação e corresponde à base de cálculo do imposto devido pelas pessoas
jurídicas.

• O lucro real trimestral é definitivo. A apuração deverá ser feita partindo-se do resultado líquido de cada
trimestre (encerrado nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro do ano-
calendário), determinado por meio de levantamento de balanço com observância das normas
estabelecidas pela legislação comercial e fiscal.

• Esse resultado será ajustado mediante escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) por todas as
adições, exclusões e compensações determinadas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda.

• Do mesmo modo, a Contribuição Social sobre o Lucro devida em cada trimestre deve ser determinada com
base no resultado trimestral apurado contabilmente, ajustado pelas adições, exclusões e compensações
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determinadas ou autorizadas pela legislação vigente.


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EMPRESAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL


• De acordo com a legislação atualmente em vigor, estão obrigadas à apuração do lucro real (e portanto, não podem optar pela tributação com base
no lucro presumido) as pessoas jurídicas:
• a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00, ou ao limite proporcional de R$ 6.500.000,00
multiplicados pelo número de meses do período, quando inferior a 12 meses, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º.01.2014;
• b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e
câmbio, sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades abertas de previdência
complementar;
• c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
• d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do imposto;
• e) que, no decorrer do ano-calendário, efetuem pagamento mensal do Imposto de Renda pelo regime de estimativa (veja procedimento
Recolhimento mensal do imposto com base na estimativa );
• f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e
riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring);
• g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio;
• h) que tenham sido constituídas como sociedades de propósito específico, formadas por microempresas e empresas de pequeno porte,
observado o disposto no art. 56 da Lei Complementar nº 123/2006 ; e
• i) que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da nº Lei 13.043/2014 . 4

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OPÇÃO PELO LUCRO REAL

• Qualquer pessoa jurídica, ainda que não enquadrada nas situações de


obrigatoriedade do lucro real, poderá optar por esta forma de tributação.

• O ano fiscal no Brasil coincide com o ano civil, indo de 1º /JAN a 31/DEZ.

• Portanto, qualquer que seja a forma de tributação escolhida pela empresa, o ano
fiscal será este.

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ALÍQUOTA DO IMPOSTO E PERÍODO DE APURAÇÃO

• O Imposto de Renda devido em cada período de apuração será calculado mediante


a aplicação da alíquota de 15% sobre a base de cálculo.

• A base de cálculo que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00


pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência do
adicional do Imposto de Renda à alíquota de 10%.

• O período de apuração da pessoa jurídica obrigada ou optante pela tributação com


base no lucro real poderá ser trimestral ou anual.
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ALÍQUOTAS: CSLL
• – 15%, para as pessoas jurídicas de seguros privados e de capitalização; bancos de qualquer espécie;
distribuidoras de valores mobiliários; corretoras de câmbio e de valores mobiliários; sociedades de crédito;
financiamento e investimentos; sociedades de crédito imobiliário; administradoras de cartões de crédito;
sociedades de arrendamento mercantil; cooperativas de crédito e associações de poupança e empréstimo.
• A partir de 03/2020 (EC n. 103/2019): 20% - IN RFB n. 1.942/2020.
• Lei nº 14.183 DE 14/07/2021 - Art. 1º O art. 3º da Lei nº 7.689 , de 15 de dezembro de 1988, passa a vigorar
com as seguintes alterações:"Art. 3º .....
• I - 20% (vinte por cento) até o dia 31 de dezembro de 2021 e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro
de 2022, no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos II,
III, IV, V, VI, VII, IX e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105 , de 10 de janeiro de 2001;II - (revogado);
• II-A - 25% (vinte e cinco por cento) até o dia 31 de dezembro de 2021 e 20%(vinte por cento) a partir de 1º de
janeiro de 2022, no caso das pessoas jurídicas referidas no inciso I do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº
105 , de 10 de janeiro de 2001; e....." (NR)
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• – 9%, no caso das demais pessoas jurídicas.


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APURAÇÃO TRIMESTRAL
• Consiste no cálculo do IRPJ e da CSLL sobre bases determinadas a partir de resultado
apurado em balanço levantado a cada trimestre do ano-calendário, para recolhimento
no trimestre seguinte, na forma da legislação vigente.

• No regime de apuração trimestral os recolhimentos do IRPJ e da CSLL são considerados


definitivos.

• Trimestres-Calendário

• A empresa que adotar a apuração trimestral do lucro real obriga-se a levantar balanço
ou balancete em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.
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ESCOLHA DA FORMA DE APURAÇÃO

• A adoção do lucro real trimestral ou a opção pelo regime de estimativa será


irretratável para todo o ano-calendário. A opção pelo regime de estimativa será
manifestada:

• a) com o pagamento do imposto, ainda que intempestivo, correspondente ao mês


de janeiro ou ao mês de início da atividade, calculado com base na receita bruta e
acréscimos ou no lucro real apurado em balanço/balancete de redução;

• b) com a transcrição, no Diário ou no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), do


balanço/balancete e da demonstração do prejuízo fiscal, respectivamente, relativos
ao mês de janeiro do ano-calendário.
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PRAZOS DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃO


• Se a empresa adotar a apuração trimestral, poderá recolher o IRPJ e a CSLL em quota única, até o último dia
útil do mês subsequente ao do encerramento do trimestre de apuração, ou optar pelo parcelamento em até
três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes ao de
encerramento do período de apuração a que corresponder.

• Em caso de parcelamento, as quotas do IRPJ e da CSLL ficarão sujeitas a juros calculados à taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente,
calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração
até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do pagamento.

• Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 e o imposto ou contribuição inferior a R$ 2.000,00
deverá ser pago em quota única até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de
apuração. 10

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EMPRESA ATINGIDA PELA CRISE MUNDIAL E A APURAÇÃO


TRIMESTRAL DE IR + CSLL

• A crise econômica que assolou o mundo a partir do final de setembro de 2008 é um exemplo do estrago
tributário que poderia atingir uma empresa lucrativa, que tivesse optado pelo lucro real trimestral e
apresentasse um resultado negativo de tal monta no 4o trimestre que deixasse o resultado anual
negativo.

• Por exemplo, uma empresa com lucro de R$ 100 milhões em cada um dos três primeiros trimestres de
2008 teria IR a pagar de R$ 24.994.000,00 nos meses de abril, julho e outubro, quando vencem os
tributos sobre os lucros apurados ao final dos trimestres encerrados em março, junho e setembro,
respectivamente.

• Admitindo um 4o trimestre horrível, com resultado negativo de R$ 510 milhões, a empresa terminaria o
ano de 2008 com prejuízo de R$ 210 milhões, cuja compensação seria lenta e gradual, por causa da
trava de 30% do lucro líquido ajustado na hora das compensações. Somente quando o somatório de
resultados positivos nos anos seguintes atingisse R$ 700 milhões, esta empresa conseguiria compensar
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todo o prejuízo fiscal.

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Desvantagem do Resultado Trimestral


• Sua grande desvantagem é que a apuração do imposto passa a ser trimestral,
prejudicando sensivelmente empresas que tenham resultados apresentando algum
desequilíbrio durante o ano.

• Para empresas com histórico de lucros constantes (desde que acima de R$ 60.000
por trimestre), a opção pelo lucro real trimestral pode se tornar interessante, desde
que o lucro seja próximo dos percentuais de presunção utilizados no cálculo pela
estimativa mensal.

• Perda temporária: compensação de prejuízos


• Perda definitiva: adicional de IR
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Códigos DARFs Trimestrais IRPJ e CSLL

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IFRS X IRPJ (ECD X ECF): LALUR

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Pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real trimestral - Ajustes para efeito
da legislação societária (balanço de 31 de dezembro)

• As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real devem pagar o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a
Contribuição Social sobre o Lucro (CSL):

• a) com base nos resultados efetivamente apurados em balanços/balancetes trimestrais encerrados nos dias 31 de
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário; ou
• b) calculados por estimativa, hipótese em que a empresa fica sujeita ao levantamento do balanço somente no
encerramento do ano calendário (não obstante, possa utilizar-se da faculdade de levantar balanços/balancetes de
suspensão ou redução da estimativa).

• Logo, as pessoas jurídicas não optantes pela estimativa mensal ficam obrigadas ao levantamento de
balanços/balancetes trimestrais como forma de apurar a base de cálculo do imposto e da contribuição.
• Entretanto, para fins societários, o exercício social permanece com duração de 1 ano (encerrando-se,
normalmente, em 31 de dezembro), o que torna necessário fazer alguns ajustes na contabilidade com a finalidade
de compatibilizar os resultados apurados trimestralmente, para fins fiscais, com aquele que deve ser apurado
anualmente, em atendimento à legislação societária.
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• (Lei nº 6.404/1976 , art. 175 ; Lei nº 9.430/1996 , arts. 1º e 2º )

RESULTADOS TRIMESTRAIS
• Os resultados trimestrais apurados para fins de determinação da base de cálculo
do Imposto de Renda e da CSL podem ser alocados:

• a) em conta transitória do Patrimônio Líquido (tendo como contrapartida a conta


de Apuração do Resultado do Exercício), se a empresa optar pelo encerramento
trimestral das Contas de Resultado; ou

• b) em Conta de Resultado, também transitória, se a empresa optar pelo


encerramento das Contas de Resultado somente por ocasião do encerramento do
ano-calendário.

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ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO

• Embora caiba à pessoa jurídica adotar procedimentos que permitam ao Fisco


constatar a veracidade do resultado apurado, a elaboração de balanços/balancetes
trimestrais não representa obrigatoriedade de encerramento das contas de resultado
a cada trimestre.

• APURAÇÃO DOS RESULTADOS TRIMESTRAIS

• Se a empresa optar por encerrar as contas de resultado a cada trimestre, os resultados


trimestrais serão apurados normalmente e registrados em conta transitória do
Patrimônio Líquido. Posteriormente, por ocasião do balanço anual, tais valores serão
transferidos para a conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados
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Observação
• Lembra-se que, no encerramento do exercício social, a conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados" não deve
apresentar saldo positivo. Eventual saldo positivo remanescente nesta conta deve ser destinado para
"Reserva de Lucros", nos termos da Lei nº 6.404/1976 , arts. 194 a 197 , ou distribuído como dividendo.

• O único inconveniente, nesse caso, será para fins de elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício
(DRE) societária, que deve evidenciar o resultado apurado durante todo o ano.

• Assim, será necessário elaborar uma demonstração que consolide os resultados trimestrais.

• A pessoa jurídica deve adotar procedimentos que permitam evidenciar com clareza os resultados trimestrais
apurados no decorrer do ano-calendário.

• Para a empresa que optar pelo não encerramento das Contas de Resultado por ocasião dos
balanços/balancetes trimestrais, uma maneira prática de apurar os resultados de cada trimestre é subtrair
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dos saldos acumulados das contas de receitas e despesas, em cada período-base trimestral, o saldo das
referidas contas no balanço/balancete anterior.

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RESULTADO ANUAL PARA FINS SOCIETÁRIOS

• Tratando-se de empresa que encerre as contas trimestralmente, a DRE, para fins


societários, será elaborada somando-se os valores constantes das demonstrações
trimestrais, elaboradas para fins fiscais.

• Desse modo, o lucro anual apurado para atendimento à legislação societária


corresponderá à soma dos resultados trimestrais apurados para fins fiscais.

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O lucro líquido do período (R$ 1.793.771,54) é o resultado do exercício pela legislação societária.

A empresa deveria, então, transferir os saldos das contas transitórias do Patrimônio Líquido,
representativas dos resultados trimestrais apurados no decorrer do ano-calendário, para a conta de
Lucros ou Prejuízos Acumulados

• D - Lucro Apurado no 1º Trimestre de 20X1 (Conta Transitória) R$ 369.222,31


• D - Lucro Apurado no 2º Trimestre de 20X1 (Conta Transitória) R$ 425.955,22
• D - Lucro Apurado no 3º Trimestre de 20X1 (Conta Transitória) R$ 487.481,22
• D - Lucro Apurado no 4º Trimestre de 20X1 (Conta Transitória) R$ 511.112,79
• C - Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) R$ 1.793.771,54

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Lucro real - Ganhos ou perdas de capital na venda de bens do ativo imobilizado


• Nas empresas tributadas com base no lucro real, os ganhos ou as perdas de capital apurados na alienação ou baixa de
bens do ativo não circulante são computados no resultado do período de apuração em que o bem for alienado ou
baixado, como ganho tributável ou perda dedutível ( RIR/2018 , art. 501 ).
• Casos de diferimento da tributação sobre o ganho de capital
• A legislação fiscal permite o diferimento da tributação sobre o ganho apurado na alienação de bens do ativo não
circulante nos seguintes casos:
• I - nas vendas de bens para recebimento do preço, no todo ou em parte, após o término do ano-calendário seguinte ao
da contratação, quando então o ganho apurado deverá ser oferecido à tributação na proporção da parcela de preço
recebida em cada período de apuração ( RIR/2018 , art. 503 ; Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017 , art. 39 , § 14)
• II - na baixa de bens desapropriados, desde que a empresa ( RIR/2018 , art. 504 ):
• a) transfira o ganho de capital para a reserva especial de lucros;
• b) aplique, no prazo máximo de dois anos do recebimento da indenização, na aquisição de outros bens do ativo não
circulante, importância igual ao ganho de capital;
• c) discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto da aplicação, em condições que permitam a determinação do valor
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realizado em cada período de apuração.

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Regime de Competência
• O regime de competência costuma ser definido como aquele em que as receitas são computadas a partir do
momento em que nasce o direito de recebê-las, e as despesas são computadas a partir do momento em que surge
a obrigação de pagá-las.

• De acordo com o RIR/2018 , arts. 258 e 286 , § 1º, as pessoas jurídicas submetidas à tributação com base no lucro
real deverão apurar o lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições da Lei nº
6.404/1976 (Lei das S/A), o qual será, no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), ajustado pelas adições, exclusões
ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda para a determinação do lucro real.

• A Lei 6.404/1976 , art. 177 determina que os resultados devem ser apurados com observância do regime de
competência.

• Apurar resultados com observância do regime de competência significa computar todas as receitas auferidas no
período, ainda que não efetivamente recebidas, e todos os custos e despesas incorridos no mesmo período,25ainda
que não efetivamente pagos.

Regime de Competência

• Despesas Operacionais: Na apuração do resultado, além dos custos das mercadorias ou produtos
vendidos e dos serviços prestados, são computadas as despesas operacionais, definidas como tais
as despesas, não computadas nos custos, que tenham sido pagas ou incorridas para a realização
das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa e que sejam usuais ou normais
nos tipos de transações, operações ou atividades da empresa ( RIR/2018 , art. 311 ), ressalvadas
as restrições expressamente previstas na legislação fiscal.

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• Portanto, não se inserem no conceito de despesa incorrida os dispêndios na aquisição de


bens mantidos em estoque, que só se tornam despesa incorrida quando consumidos,
como, por exemplo, materiais de escritório, de limpeza, de manutenção etc., cujo custo
de aquisição deve permanecer registrado em conta do Ativo enquanto os bens não
forem consumidos ou empregados, salvo quando se tratar de importâncias irrisórias
(regra contábil da materialidade ou relevância).

• São também despesas antecipadas os juros pagos antecipadamente, os descontos de


títulos de crédito e o deságio concedido na colocação de debêntures ou título de
créditos, os quais somente podem ser debitados ao resultado, pelo critério pro rata
temporis, nos períodos de apuração a que competirem ( RIR/2018 , art. 399 ).

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Dedução de despesa postergada


• A Lei das S/A determina, em seu art. 177, que os resultados da empresa devem ser apurados com observância do
regime de competência.

• Apurar resultados com observância desse regime significa computar todas as receitas auferidas no período, ainda que
não efetivamente recebidas, e todos os custos e despesas incorridos no mesmo, ainda que não efetivamente pagos.

• No entanto, é tolerada pela legislação tributária vigente a dedução, em período-base posterior, de uma despesa que
não tenha sido deduzida no período-base a que compete, desde que tal dedução não implique redução indevida do
imposto.

• Tal hipótese de prejuízo para o Fisco normalmente decorre da postergação de custo ou despesa em período no qual foi
apurado prejuízo fiscal, já que essa operação pode provocar redução indevida do lucro real em período subsequente,
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em virtude do limite de compensação de prejuízos fiscais (30% do lucro real de cada período de apuração - RIR/2018 ,
art. 580 ).

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Custos suportados para a obtenção de receitas

• Em primeiro lugar, observe-se que o regime de competência exige um paralelismo entre


as receitas auferidas e os custos e despesas suportados para a sua obtenção.

• Portanto, os dispêndios realizados ou suportados para a aquisição ou produção de bens


ou serviços, cuja venda ou prestação constituem o objeto da atividade operacional da
empresa, devem, num primeiro momento, ser ativados, para apropriação no resultado,
somente quando for efetivada a venda dos bens ou concluída a prestação dos serviços e,
consequentemente, apropriada a respectiva receita.

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Hipóteses em que constitui ilícito fiscal


• Para efeitos do Imposto de Renda, a inexatidão quanto ao período de apuração de escrituração de receita,
rendimento, custo ou dedução ou de reconhecimento de lucro somente tem relevância se dela resultar ( RIR/2018 ,
art. 285 ):
• a) postergação do pagamento do imposto para período de apuração posterior àquele em que seria devido; ou
• b) redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração.

• A postergação do pagamento do Imposto de Renda em decorrência de inobservância do regime de competência,


pode ocorrer se:
• a) a receita, o rendimento ou o lucro forem contabilizados em período de apuração posterior àquele em que foram
auferidos (pela realização da operação que lhe deu causa ou pela aquisição do direito ao seu recebimento);
• b) o custo de bens ou serviços for debitado ao resultado de período de apuração anterior ao da apropriação da
receita pela efetiva venda;
• c) a despesa for contabilizada em período de apuração anterior àquele em que foi considerada incorrida.
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Redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração

• A antecipação de receita ou a postergação de custo ou despesa ocorrida em período de apuração


no qual foi apurado prejuízo fiscal pode provocar redução indevida do lucro real em período
subsequente, em virtude do limite de compensação de prejuízos fiscais (30% do lucro real de cada
período de apuração, de acordo com o RIR/2018 , art. 580 ).

• Reflexos CSL: A inobservância do regime de competência no reconhecimento de receita,


rendimento ou lucro ou de custo ou despesa afeta também a base de cálculo da Contribuição
Social sobre o Lucro e pode implicar postergação indevida do pagamento da contribuição ou
redução indevida da sua base de cálculo, nos moldes do que ocorre em relação ao Imposto de
Renda (Parecer Normativo Cosit nº 2/1996 ).
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Perdão ou cancelamento de dívida - Indedutibilidade


• A legislação do Imposto de Renda exige que todas as despesas sejam devidamente escrituradas. Contudo, quanto à sua
dedutibilidade, há que se verificar o que dispõe o RIR/2018 , art. 311 , a seguir transcrito:

• Art. 311. São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da
respectiva fonte produtora (Lei nº 4.506, de 1964, art. 47).

• § 1º São necessárias as despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da
empresa (Lei nº 4.506, de 1964, art. 47, § 1º).

• § 2º As despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa
(Lei nº 4.506, de 1964, art. 47, § 2º) [...].

• Ressalta-se que, para o beneficiário do perdão, o valor perdoado se caracteriza como receita tributável. Esse valor, por se tratar
de uma obrigação, originalmente estará registrado no Passivo (normalmente, no Circulante). Cabe à empresa que recebe o
perdão efetuar lançamento de transferência do Passivo para uma conta de resultado que evidencie a receita auferida. 33

Omissão de receita

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Suprimentos de caixa
• Provada a omissão de receita, por indícios na escrituração do contribuinte ou qualquer outro elemento de prova, o
Fisco poderá arbitrá-la com base no valor dos recursos de caixa fornecidos à empresa por administradores, sócios da
sociedade não anônima, titular da empresa individual ou acionista controlador da companhia, se a efetividade da
entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas ( RIR/2018 , art. 294 ).

• Observe que, para afastar a presunção de omissão de receitas nessa hipótese, devem ser comprovadas tanto a
efetividade da entrega dos recursos à empresa, pelas pessoas citadas, quanto a origem dos respectivos valores.

• Nos termos do Parecer Normativo CST nº 242/1971 , a simples prova de capacidade financeira do supridor não basta
para comprovação dos suprimentos efetuados à pessoa jurídica. É necessária, também, a apresentação de
documentação hábil e idônea coincidente em datas e valores com as importâncias supridas.

• Também na linha da "dupla comprovação" (prova da origem e da efetividade da entrega dos recursos).

• A Decisão nº 195/2000 da SRRF da 8ª Região Fiscal assim concluiu:
• "SUPRIMENTO DE CAIXA. A comprovação da efetiva entrega do numerário à pessoa jurídica, bem como da origem
daquele, são requisitos cumulativos e indissociáveis, cuja comprovação incumbe ao contribuinte beneficiário dos
recursos fornecidos.“
• Ainda que o suprimento tenha decorrido de aumento de capital efetuado pelos sócios, a prova da efetividade
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entrega e da origem dos valores poderá vir a ser exigida pela fiscalização.

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