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Tarefa 3

Disciplina: Cultura e Patrimônio Material e Imaterial


Por: Sandro Pimentel

Festa de Yemanjá, um Patrimônio Imaterial a Ser Reconhecido pelo Iphan e Unesco

Salvador é famosa pelo ciclo de festas que iniciam em dezembro e só encerram com
o carnaval. No dia 02 de fevereiro, temos uma grandiosa festa, que se mantem
fortemente pulsante, e a única dedicada explicitamente a uma divindade de origem
africana: a Festa de Iemanjá, muitas vezes escrita com Y, Yemanjá, Orixá das águas
atlânticas. Surgiu no bairro do Rio Vermelho: “A tradição, segundo historiadores,
teve início em 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer
presentes para a ‘mãe das águas’ na expectativa de que ela pudesse resolver o
problema de escassez de peixes.” |3|

Em 1930, o padre da Igreja de Santana, na orla do bairro, recusou a celebrar a


missa no dia da festa, pois considerava práticas ignorantes, os ritos africanos e os
presentes dados a uma mulher com rabo de peixe. Os antigos moradores da praia
do Rio Vermelho, deixaram de pedir a celebração da missa no dia da entrega dos
presentes, e assumiram os aspectos do culto da Rainha do Mar, que somente seria
denominado como Festa de Iemanjá em 1960.

Hoje em dia as homenagens a esse orixá começam de madrugada, com devotos do


candomblé e da umbanda colocando as ofertas e bilhetes com pedidos, em balaios
que serão levados para o alto mar, para Mãe Yemanjá. Esses balaios são levados
por cerca de 300 embarcações, com o saveiro com a oferenda dos pescadores
sempre à frente do cortejo. As pessoas independentes de religião comemoram do
mesmo jeito, levando flores, perfume, espelhos, champanhe, velas. Participam dela
milhares de pessoas.

“A Festa de Iemanjá foi tombada em 2020 como Patrimônio Cultural de Salvador,


escrita no “Livro do Registro Especial dos Eventos e Celebrações”. O Registro
Especial de Patrimônio Imaterial pela Prefeitura Municipal de Salvador é uma
maneira de preservar a tradição, que ocorre desde os anos de 1920. Uma vez
tombada, é elaborado um plano de salvaguarda. A solicitação de tombamento foi
feita pela Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Bahia, e foi apoiada pelos
pescadores e atores sociais de toda a cidade. O dossiê técnico foi elaborado pela
Fundação Gregório de Mattos (FGM)”. |2|.

Segundo especialista do direito patrimonial: “Um bem imaterial somente poderá ser
tombado e assim adquirir a sua salvaguarda protegida por organizações nacionais e
pelo IPHAN, após ter sido convertido em patrimônio cultural nacional. Por isso, a
importância de proceder com o registro.” |3|

2023, centenário da Festa de Iemanjá, um bom tempo para agradecer a proteção


atlântica, pedindo esclarecimentos sobre a trajetória do reconhecimento nacional, da
beleza, da elevada contribuição no sentido espiritual e filosófico da cultura de origem
africana em nosso país, um patrimônio cultural imaterial, memória a ser preservada.

|1| - https://www.bahia.ws/festa-iemanja-rio-vermelho-salvador/

|2| - https://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_de_Iemanj%C3%A1

|3| - https://blog.peduti.com.br/registro-de-um-bem-cultural-imaterial/

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