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Preparação de efólio baseada em questões de folios antigos - Mediação e Gestão de Conflitos

Chrispino (2007)
1. De acordo com Chrispino, se o conflito é inevitável, devemos aprender o ofício da
mediação de conflitos e que esta técnica se aprimore facultando a cultura da mediação
de conflito. (efolioB 2020)
A. Explique a noção de mediação de conflitos de acordo com o autor.
R.: a resposta deve apresentar a noção da técnica de mediação de conflito como o
procedimento no qual os intervenientes no conflito com a assistência de um terceiro imparcial -
o mediador - apresentam as questões em disputa com a finalidade de desenvolverem opções,
considerarem alternativas e chegarem a um acordo que seja aceito pelas partes em conflito.

2. Considere as seguintes afirmações referentes às vantagens apontadas por Chrispino


para a mediação do conflito escolar e, posteriormente classifique cada uma delas como
verdadeira ou falsa. (efólio B 2020)
a. O conflito faz parte da nossa vida pessoal e está presente nas instituições. É melhor
evitá-lo do que tentar enfrentá-lo. F
b. Constrói um sentimento mais forte de cooperação e fraternidade na escola V
c. O uso de técnicas de mediação de conflitos pode melhorar a qualidade das relações
entre os atores escolares, mas não melhora o clima escolar. F
d. Permita que a vivência da tolerância seja um património individual que se manifestará
em outros momentos da vida social. V
3. Entre as diversas vantagens do conflito, Chrispino (2007) Identifica as seguintes: “ajuda a regular
as relações sociais” e “ensina a ver o mundo pela perspetiva do outro” (p.17). Explique as 2
vantagens do conflito identificadas pelo autor. (EfolioG, 2020/2021)
R. A resposta deve abordar os seguintes aspetos ou outros considerados pertinentes:

● O conflito é visto como uma manifestação mais natural e, por conseguinte, necessária às relações

entre pessoas, grupos sociais, organismos políticos e Estados. O conflito é inevitável e não se deve
eliminar os seus motivos. Da ocorrência dos conflitos surge a necessidade de criar normas que
regulem as relações entre os seres sociais.

● A educação não ocorre em determinados espaços, mas no movimento dos seres humanos uns com

os outros. O reconhecimento do outro ultrapassa apenas a escuta reduzindo-se à construção de um


saber a respeito do Outro. A sensibilidade para a escuta do outro é indispensável para a construção
de uma educação mais um íman Isadora, sendo o conflito uma oportunidade para descobrirmos o
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outro e o respeitarmos. O conflito é o resultado da diferença de opinião ou interesse de pelo menos


2 pessoas ou conjunto de pessoas. Para resolver o conflito é necessário colocar-nos no lugar do
outro e tentar perceber as suas razões e motivações, ou seja, tentar entender a perspetiva do outro.
4. Comente a seguinte afirmação de Chrispino (2007): “outro mito importante construído em torno
do conflito e que está também sendo superado é aquele que diz que o mesmo atenta contra a
ordem” (p.17) ( Efolio G De 29/09/2020)
5. Para Chrispino 2007 “O conflito é inevitável e não se devem suprimir seus motivos, até porque
ele possui inúmeras vantagens dificilmente percebidas por aqueles que veem nele algo a ser
evitado (página 17).
Relaciona a afirmação do autor com as conceções sobre o conflito defendidas pelas
escolas/modelos de mediação, identificadas por Oliveira e Freire, 2009. (3 valores, 20 linhas,
Global de 2022).
A resposta deve explicar a afirmação do autor e relacioná-la com as conceções das “escolas” /” modelos”
de mediação sobre o conflito:
O autor constata que existem ainda algumas pessoas que encaram o conflito como algo negativo e que
deve ser eliminado, o que se enquadra na posição da Escola tradicional linear de Harvard. O conflito é
acultural, atemporal e apessoal. O objetivo é chegar a um acordo mutuamente satisfatório. O processo
passa por apoiar as partes no sentido de chegarem a um compromisso (acordo).
O autor defende que não podemos existir sem conflitos porque eles fazem parte da natureza humana e
social, posição que se enquadra no modo como a escola transformativa encara o conflito, que entende que
este é uma oportunidade de crescimento; simplesmente acontece; é normal e está continuamente
presente nas relações humanas; não desaparece, transforma-se. O objetivo é transformar o conflito e as
relações; trabalhar as diferenças e transformar coletivamente a realidade. O processo passa por potenciar a
co-responsabilidade na situação, o empowerment individual e coletivo e a capacidade de lutar pelos
direitos e pelas tomadas de decisões próprias.

Martins (2005)
1.Tendo por base a reflexão teórica sobre o Tema da violência escolar efetuada por Martins
(2005), aprofunde e explore os elos entre os seguintes conceitos que com ela se podem
relacionar: indisciplina, conduta anti-social, delinquência, problemas de comportamento,
bullying. (EfolioG 20/21).
R. Indisciplina, subdivide se em 3 níveis: em disciplina de primeiro nível - perturbação que causa
ao bom funcionamento da aula. Indisciplina de segundo nível: conflitos Interpares, pode
manifestar comportamentos de alguma agressividade e violência (extorsão de bens), atingindo
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contornos de gravidade de atos delinquentes, portanto, do foro legal. Indisciplina de terceiro nível:
Conflitos na relação professor-aluno.
. Conduta antissocial- aquela que provoca dano físico psicológico ao outro; e/o perda ou dano de
propriedade. Podendo ou não constituir uma infração às leis vigentes.
. Delinquência juvenil - por ter conotação jurídica e designar os atos contrários à lei, cometidos
por um indivíduo abaixo da idade de responsabilidade criminal, isto é, que infringem as leis e
estabelecidas. Delinquência juvenil, embora relacionada com a conduta antissocial, porque a
primeira pressupõe em geral a segunda, podem diferenciar-se porque na designação de conduta
antissocial incluem-se os comportamentos que desrespeitam os outros e violam as normas de uma
determinada comunidade sem necessariamente infringirem as leis vigentes.
. Problemas de comportamento: é aplicado aos indivíduos mais do que aos seus atos e é
considerado como reflexo do diagnóstico de uma síndroma (conjunto de sintomas) que se aplica a
crianças e a adolescentes e são revelados por comportamentos que decorrem num dado período de
tempo, designadamente 6 meses. Inclui agressão contra pessoas e animais, destruição de
propriedade, mentira e roubo e transgressões graves de regras.
. Bullying: revelado pelo abuso do poder que os alunos exercem sobre outros mais vulneráveis, de
modo repetido ou ameaçando essa repetição e com intenção deliberada de prejudicar ou magoar o
outro. Este tipo de condutas podem ser ou não uma manifestação de distúrbio do comportamento,
podem ou não ser violentas, podem conduzir ou não a delinquência, porém são sempre uma
manifestação de conduta agressiva entre pares envolvendo algum tipo de domínio ou abuso de
poder de um indivíduo, o grupo de indivíduos, sobre alguém que se encontra indefeso. O bullying
pode ser visto como uma componente de um padrão de comportamento agressivo mais geral que
inclui a conduta anti-social e a sistemática infração de regras como é o distúrbio de conduta.

2. De acordo com Martins (2005) podem relacionar-se diversos conceitos com o tema da
violência escolar, tais como indisciplina, conduta antissocial ou agressiva, delinquência,
problemas de comportamento, e o bullying. Descreva uma situação concreta na qual se
identifiquem comportamentos de violência escolar enquadradas nos conceitos de indisciplina,
conduta anti-social, delinquência, distúrbios de conduta ou de comportamento e bullying.
Justifique a sua resposta. (Efólio G 29 de setembro de 2020)

3. Suponha a seguinte situação: (Efólio G de 2020) 3/12


Num agrupamento de escolas, a professora Catarina tem dificuldades em dar aulas à turma k
do décimo ano devido ao comportamento de 3 alunos que falam constantemente entre si
pretendendo perturbar o normal funcionamento das aulas.
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Aqueles alunos andam a extorquir dinheiro a outros alunos mais novos e ameaçam bater lhes
se não lhes entregarem o que pedem. Os outros alunos têm medo e alguns entraram em
depressão e não querem ir à escola. 2 dos agressores foram detidos por terem esfaqueado um
aluno que resistiu. Os pais têm um dos agressores alegaram que o filho sofre de uma síndrome
que lhe foi diagnosticado há vários meses.
Identifique os diversos comportamentos acima descritos que se enquadram no conceito de
violência e noutros conceitos afins referidos por Martins 2005. Justifique a sua resposta.
(efólio G de 19/06/2020)
- Identificação dos seguintes comportamentos e respetivos conceitos que se enquadram na
violência e noutros conceitos afins:

● 3 alunos que falam constantemente entre si pretendendo perturbar o normal funcionamento das

aulas: indisciplina de primeiro nível.

● Extorquir dinheiro a outros alunos mais novos e a ameaçam bater-lhes se não lhes entregam o que

pedem. Os outros alunos têm medo e alguns entraram em depressão e não querem ir à escola. -
bullying direto e físico.

● Dois dos agressores foram detidos por terem esfaqueado um aluno que resistiu. - Delinquência

juvenil.

● Os pais de um dos agressores alegaram que o filho sofre de uma síndrome que lhe foi diagnosticado

há diversos meses. - Distúrbio de conduta


- Sugestões de aspetos que consideramos justificação:

● Indisciplina de primeiro nível: perturbação que causa ao bom funcionamento da aula.

● Bullying direto e físico: revelado pelo abuso de poder que os alunos mais velhos exercem

sobre os mais novos, aproveitando-se da sua vulnerabilidade, ri tração do comportamento


e a ameaça que é dirigida a intenção deliberada de prejudicar e magoar os colegas.

● Delinquência juvenil: designa os atos contrários à lei, cometidos por um indivíduo abaixo da

idade de responsabilidade criminal. Ato delinquente grave contra pessoas ou bens, como
assaltos e roubos, no caso um ato de esfaqueamento contra pessoas.

● Distúrbio de conduta: comportamentos de crianças ou adolescentes verificados num dado

período, designadamente 6 meses, que é o caso do aluno que sofre de uma síndroma, e que
no caso se traduz na agressão a pessoas.
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3. Nos estudos desenvolvidos por Moffit e Caspi (2000) mencionados por Martins 2005, foram
identificados 2 padrões na atividade antissocial. Descreva as conclusões que moffitt e caspi chegaram na
sua investigação. (15 linhas, 2 valores) Global 2022
Os autores referenciados por Martins (2005) desenvolveram estudos onde realçaram a existência de 2
padrões na atividade social: um padrão de conduta antissocial de início precoce (infância) em um padrão de
conduta antissocial de início tardio (adolescência) prevenindo diferentes evoluções na vida adulta para
esses 2 grupos, nos 2 sexos (ver Moffitt e Caspi, 2000: 66).
Os autores constituíram 2 grupos de comparação a partir da mostra inicial (na ordem dos milhares de
indivíduos) que designaram por: delinquência persistente ao longo da vida” e” delinquência limitada à
adolescência”. O estudo permitiu verificar que: o comportamento antissocial com início na infância, mas
não o comportamento antissocial com início na adolescência, anda associado a estilos parentais
inadequados (aspeto que incluía medidas de criminalidade dos pais, natureza do vínculo com a mãe, dureza
e inconsistência da disciplina parental, nível socioeconómico muito baixo e viver só com um progenitor);
problemas neuro cognitivos (aspeto que reflete avaliações na infância da inteligência, níveis de leitura); e
há problemas relacionados com o autocontrolo (indicadores obtidos através de pais e técnicos sobre
temperamento difícil, hiperatividade, tendência a envolver-se em lutas, rejeição dos pares.
Os autores salientam que os 2 grupos parecem envolver-se no mesmo tipo de atividades delinquentes na
adolescência, mas diferem NOS fatores de risco (ver Moffitt e Caspi, 2020). Assim, os membros classificados
como’ delinquentes persistentes ao longo da vida’ apresentam um historial bastante pobre, cheio de
fatores de risco, entre os quais se incluem estilos parentais inadequados, riscos neuro-cognitivos,
temperamento difícil, bem como problemas de atenção e hiperatividade. Por sua vez, os membros do
grupo ‘delinquente limitado à adolescência’ apesar de apresentarem o mesmo grau de envolvimento em
comportamentos delinquentes que os seus pares do grupo, tendem a apresentar um historial normativo
ou, mesmo acima da média das outras crianças de Dunedin, para sendo que o principal produtor da
delinquência limitado a adolescência era o convívio com pares delinquentes e, eventualmente, a tendência
a aceitar valores não convencionais (ver Moffitt e Caspi, 2000).

Oliveira e Freire, (2009)


1. Tendo em mente os objetivos da mediação sociocultural, identifique as 3 palavras-chave
indicadas por Oliveira e Freire (2009) e esclareça a sua pertinência no processo de
mediação. (efólio B 2022). 1,5/4
R.: As palavras-chave são Relação, Integração, Comunicação
Uma melhor comunicação, procurando a sua promoção entre os indivíduos e os grupos e
desse modo facilitar o desenvolvimento de uma melhor relação entre os indivíduos para
evitar e melhor gerir a ocorrência de conflitos;
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Uma melhor relação, procurando facilitar a convivência entre os indivíduos e dar uma
nova orientação às relações sociais, a novas formas de cooperação, de confiança e de
solidariedade, de modo que, de um modo mais maduro, espontâneo e livre as pessoas
desenvolvam as suas diferenças pessoais ou grupais.
Uma integração intercultural e de participação social, de reforço de laços sociais
contribuindo para a construção de uma identidade comum, sem pôr em causa a legítima
diversidade numa sociedade cada vez mais heterogénea sob o ponto de vista social, cultural
e étnico.

2. Para Oliveira e Freire, 2009, “A mediação sociocultural tem vindo a impôr-se como um
recurso organizado, com o qual se pretende fortalecer os laços sociais numa sociedade
cada vez mais heterogénea sob o ponto de vista social, cultural e étnico.” (p.14)
(efolioB2020)
A. Identifique os objetivos da mediação sociocultural referidos por Oliveira e Freire.
(efólio B 2020)
R.: Mediação cultural como recurso que pretende contribuir para uma melhor:
COMUNICAÇÃO, RELAÇÃO; integração CULTURAL, entre pessoas ou grupos de um
determinado território ou de uma determinada cultura.
3. Atualmente existem 3 grandes orientações, designadas por uns de “escolas” e por outros
de “modelos” de mediação e que se baseiam em epistemologias e ideias diversas.
A. Apresente as conceções apresentadas por cada uma daquelas escolas/modelos sobre
o modo como encaram o conflito. (Efólio B, 2020)
R. A resposta deve descrever os seguintes modelos de mediação quanto ao modo como
encaram o conflito:

● Escola tradicional linear de Harvard - o conflito é negativo e deve eliminar-se. O

conflito é acultural, atemporal e apessoal.

● Escola circular narrativa - o conflito é um processo mental, com um potencial de

mudança através de outro processo mental.

● Escola transformativa - o conflito é uma oportunidade de crescimento;

simplesmente acontece; é normal e que está continuamente presente nas relações


humanas; não desaparece, transforma-se. O objetivo é transformar o conflito e as
relações; trabalhar as diferenças e transformar coletivamente a realidade.
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4. Conforme referem Oliveira e Freire (2009) “a mediação entendida como método de


resolução de conflitos obedece a vários princípios fundamentais para que a sua
operacionalização se concretize com sucesso” (p.20) (Efolio G 2020) 2/12 valores e efólio
g de Mediação em Contextos Educativos
Identifique esses princípios e explique a sua importância para o sucesso do processo de
mediação.
A resposta deve identificar os seguintes princípios que o processo de mediação deve respeitar e
explicar o modo como contribuem para o sucesso do referido processo:

● Voluntariedade- a intervenção do mediador deve ser aceite pelas partes em conflito. A

decisão de partir para uma mediação por parte dos litigantes deve, igualmente, ser um ato
livre e voluntário. Este princípio implica que as partes em conflito se possam retirar “em
qualquer momento e sem problemas”.

● Confidencialidade - as partes deverão cumprir com este dever mantendo as sessões em

segredo. No caso da mediação na área educativa, deve insistir-se no princípio de


confidencialidade quando se procede à formação dos mediadores. A garantia de
confidencialidade torna ambas as partes do conflito mais disponíveis para se manifestarem
acerca do conflito, para exprimir a forma como o encaram e mais aptas para propor
alternativas de resolução. Este dever é igualmente importante porque garante que tudo
aquilo que for dito pelas partes não poderá ser utilizado contra elas num futuro
procedimento sobre a mesma ou outra questão.

● Imparcialidade/neutralidade e Independência - o mediador deve manter-se independente,

tanto das partes como de qualquer outra instância. Desta forma, deve evitar as possíveis
estratégias de sedução ou cumplicidade de uma ou ambas as partes mantendo quanto
possível a sua identidade e evitando tomar partido.
5. Para Oliveira e Freire (2009), a mediação como método de resolução de conflitos
obedece a vários princípios fundamentais para que a sua operacionalização se
concretize com sucesso. Identifique e explique a importância do respeito dos princípios
na mediação para o sucesso da sua operacionalização como método de resolução de
conflitos. ( EfolioG 29 setembro 2020). (Efólio G de Mediação de Conflitos em
Contextos Educativos) 2/8 valores
Resposta igual à anterior.
6. Oliveira e Freire, 2009. “Ser mediador exige, (…) não só um conjunto de competências
técnicas, pessoais e sociais, mas também a assunção de um conjunto de atitudes e de
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princípios éticos indispensáveis à intervenção para o bem-estar e a coesão social nas


organizações, nas comunidades e na sociedade em geral”. (p.28) Explica a afirmação
das autoras. (Efólio G 29 de setembro de 2020 e efólio B de abril de 2023)

7. Explica a importância do respeito dos princípios da mediação identificados por Oliveira


e Freire 2009 para o sucesso da mediação como método de resolução de conflitos. (efólio
global, 2022) 2 valores/20
A resposta deve indicar os seguintes princípios que o processo de mediação deve respeitar e
explicar o modo como contribuem para o sucesso do referido processo:
Voluntariedade - a intervenção do mediador deve ser aceite pelas partes em conflito. A decisão de
partir para uma mediação por parte dos litigantes deve, igualmente, ser um ato livre e voluntário.
Este princípio implica que as partes em conflitos se possam retirar “em qualquer momento e sem
problema”;
Confidencialidade - as partes deverão cumprir com este dever mantendo as sessões em segredo. No
caso da mediação da área educativa, deve insistir-se no princípio de confidencialidade, quando se
procede à formação dos mediadores. A garantia de confissão confidencialidade torna ambas as
partes do conflito mais disponíveis para se manifestarem acerca do conflito, para exprimir a forma
como o encaram e mais aptas para propor alternativas de resolução. Este dever é igualmente
importante porque garante que tudo aquilo que for dito pelas partes “não poderá” ser utilizado
contra elas num futuro procedimento sobre a mesma ou outra questão.
Imparcialidade/neutralidade e Independência - o mediador deve manter-se independente, tanto das
partes como de qualquer outra instância. Desta forma, deve evitar as possíveis estratégias de
sedução ou cumplicidade de uma ou ambas as partes, mantendo quanto possível a sua identidade e
evitando tomar partido, assegurando, assim, a confiança dos mediadores na solução que vão
encontrar na resolução do conflito.

Extras – a relacionar com os autores que estudamos - questões retiradas da


UC Mediação em Contextos Educativos
Ribeiro (2015)
A. Tendo por base as leituras efetuadas, de acordo com Ribeiro (2015) aprofunde e explore os
elos entre os seguintes conceitos chave:
Escola Para todos, diversidade, educação inclusiva (2 valores/8)
a resposta deve abordar os seguintes aspetos:
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. A defesa de uma escola para todos implica que todas as crianças deveriam ter oportunidade de
aprender; enquanto a inclusão se baseia no princípio de que todas as crianças deveriam ter
oportunidade de aprender juntas, sem que haja discriminação ou exclusão para qualquer indivíduo
ou grupo dentro ou fora do sistema educativo
. A educação para todos dá especial importância aos alunos que estão mais sujeitos à
marginalização e à exclusão tendo a educação inclusiva como uma das principais estratégias
(UNESCO, 2005: 28).
Na escola existem diferenças resultantes de aspetos de natureza económica, social e cultural, bem
como incapacidades de foro individual.
. A educação inclusiva é uma estratégia para combater as atitudes discriminatórias, criando
comunidades abertas solidárias, devido às diferenças existentes entre os alunos resultantes das
Origens sociais e culturais dos alunos e das que decorrem de incapacidades.
. Através de educação inclusiva procura-se que todos os alunos participem na aprendizagem, na
vida escolar e na comunidade, implicando a remoção de barreiras nomeadamente ao nível das
atitudes, constituindo uma forma dinâmica de responder positivamente à diversidade, vendo a não
como problema, mas com uma oportunidade para enriquecer a aprendizagem e permitir o exercício
da cidadania por parte de todos.
. A organização escolar assume, assim, o conceito de educação, em sentido amplo, como
instrumento de promoção da igualdade de oportunidades, quer no acesso, quer nos resultados, e o
favorecimento da justiça social.
. Abrir as escolas a diversidade não produz, por si só nenhum fenómeno de democratização das
mesmas, uma vez que são necessárias transformações a nível da cultura organizacional, ao nível do
pensamento, atitudes e práticas, mas também no modo como se perspectivam os seus profissionais.
Existindo nas escolas novas necessidades, em função de mudanças socioculturais, económicas e
tecnológicas, então estas devem ser acompanhadas não só de novas práticas, mas também de
profissionais que colaborem nesse desafio. Este não é estritamente de natureza pedagógica, na
perspetiva da práxis do professor - associada à gestão curricular - mas essencialmente de ordem
comunicacional entre interlocutores – escola, alunos, famílias, parceiros - e concretizado em
práticas de natureza socioeducativa e cultural.

B.Para Silva (2011), “Apesar de, com frequência, existir uma relação negativa com os conflitos,

tanto a nível individual como no interior dos grupos e mesmo das organizações, facto que decorre

em grande medida de características culturais, muitas vezes acentuadas com educação - ao procurar
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ocultar a existência do conflito, reprimi-lo, o mesmo sancioná-lo - Não podemos existir sem

conflitos porque eles fazem parte da natureza humana e social” (p. 255).

Relacione a afirmação da autora com as conceções sobre o conflito defendidas pelas

escolas/modelos de mediação (2 valores/8)

R: A autora constata que, com frequência, os indivíduos, grupos e organizações, encaram o conflito

como algo negativo e que deve ser eliminado, o que se enquadra na posição da escola tradicional

linear de Harvard. O conflito é acultural, atemporal e apessoal. O objetivo é chegar a um acordo

mutuamente satisfatório. O processo passa por apoiar as partes no sentido de chegarem a um

compromisso ou acordo.

A autora defende que não podemos existir sem conflitos porque eles fazem parte da natureza

humana e social, posição que se enquadra no modo como a escola transformativa encara o conflito,

que entende que este é uma oportunidade de crescimento, simplesmente acontece, é normal e que

está continuamente presente nas relações humanas, não desaparece, transforma-se. O objetivo é

transformar o conflito e as relações, trabalhar as diferenças e transformar coletivamente a realidade.

O processo passa por potenciar a corresponsabilidade da situação, o empowerment individual e

coletivo e a capacidade de lutar pelos direitos e pela tomada de decisões próprias.

C.De De acordo com Bertaso e Prado (2017), a mediação comunitária “surge com o intuito de

restabelecer as ligações e as relações que são rompidas ou inexistentes entre as pessoas e a

pluralidade e diversidade de grupos, órgãos e instituições, que fazem viva uma comunidade” (p55).

Explique o contributo da mediação comunitária para o reforço da autoridade de acordo com os

autores acima referidos. (2 valores/8).

Da resposta deve abordar os seguintes aspetos:

o aumento de comportamentos individualistas, de negação do outro, é gerador de intolerância e

dificulta comunicação e sociedades complexas e diversificadas como as atuais sociedades. Posturas

e atitudes que favorecem e banalizam a agressividade, desencadeiam os mais diferentes e

inesperados conflitos.
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Além das dificuldades que resultam do diálogo entre as pessoas e grupos, junta-se o fato de que a

sociedade vive uma grande transformação de cunho social, económico e político, o que vem

acarretar o surgimento de conflitos diversos das mais variadas formas e nas variadas esferas da

comunidade.

Através da mediação procura-se o reconhecimento do outro, das suas identidades, bem como o

respeito da diversidade e o fortalecimento dos vínculos sociais e culturais da comunidade.

A mediação comunitária resgata o sentimento de inclusão social na comunidade, possibilitando que

as próprias pessoas encontrem por meio do diálogo a solução para o problema ali estabelecido, o

que proporciona autonomia para as partes conflitantes.

A mediação procura estabelecer uma cultura de paz e, também, tornar mais forte a cultura política

democrática, permite resgatar os valores de uma nação enraizada a partir da democracia e auxilia na

construção de uma sociedade mais justa, voltada para o respeito e para a tolerância. A mediação

aparece, então como uma forma de reencontro com o outro.

A importância do reconhecimento da alteridade, pela mediação, é o de recuperar o respeito pelo

outro e o convívio com as diferenças. Assim, os conflitos passam a ser considerados como

oportunidade de reaproximação das pessoas e e de todas elas com a comunidade.

A. Programa de avaliação de Pares -acho que não tem interesse (Nascimento, 2003).

Schnitman (2013) – Tema 2, capítulos 1, 2 e 8


1. Considere as seguintes afirmações referentes aos novos paradigmas na resolução de
conflitos e classifique-as em verdadeiras e falsas. Posteriormente, apresente os
vocábulos falsos, se for esse o caso, e sugira uns verdadeiros: (efólio B2022)
a) as metodologias para a resolução alternativa de conflitos favorecem o respeito às
diferenças, a coordenação na complexidade e a contradição, a estruturação de acordos
e a construção cultural de práticas democráticas não restritas exclusivamente a
experts. V
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b) As metodologias para a resolução alternativa de conflitos apoiam o funcionamento de


redes comunitárias e organizações em um amplo espectro, que compreende escolas,
justiça, administração, relações internacionais, negócios e comunidades. F (saúde)
c) Os novos paradigmas integram o valor pragmático de tais metodologias com a sua
capacidade constante. F (transformadora)
d) Os novos paradigmas podem guiar nas construções de futuros possíveis (…) e fornecer
uma conservadora visão para elaborar novos desenhos destinados a concretizar a
inércia profissional. F ( renovada ótica; prática)

Sebastião et al (2013)
Segundo Sebastião et al (2013), existe uma diferenciação no modo como as escolas abordam a
violência escolar, existindo uma variação elevada nos critérios de decisão na apreciação das
ocorrências e na aplicação de medidas disciplinares.
1.Explique de que modo o controlo disciplinar e o clima de escola podem ser potenciador da
violência na escola. (Efolio Global, 2020/21)
A resposta deve abordar os seguintes aspetos que contribuem para a potenciação da violência nas
escolas:

● Controlo disciplinar:

- Processo de regulação de conflitos pouco estruturados e marcados pela ausência de


uniformidade nas decisões tomadas, enquanto formas de atuação coerentes e justas. As
decisões ficam mais à mercê da opinião do responsável pela regulação do conflito ocorrido, do
que em função do estabelecido nos normativos da escola.
- Os diferentes níveis de intervenção e colaboração dos elementos escolares podem levar a
arbitrariedades e desigualdades na interpretação e tratamento das diversas situações.
- Medidas como a suspensão de alunos são reiteradamente utilizadas para “libertar” a escola
dos alunos identificados como Fontes de perturbação, por vezes provocando mesmo a expulsão
intencional desses alunos.
- Maioria dos alunos suspensos da escola esteve envolvida em atos que não poderão ser
considerados violentos ou criminosos, existindo críticas a estas medidas, pela perceção da
ineficácia e impactos negativos nos alunos visados.
- A suspensão ou a expulsão da escola podem conduzir a uma transferência de um problema
localizado nas escolas para as ruas e para a comunidade em geral, o que pode levar ao seu
agravamento e não a sua resolução.
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- A utilização frequente da suspensão ou da expulsão por algumas escolas reforça o absentismo


e o comportamento inadequado, uma vez que provoca a rutura com o percurso educativo do
aluno, falhando em lidar com as causas do comportamento disruptivo.

● Clima de escola

- As características da escola e o seu clima organizacional canal são importantes na produção


de maior ou menor número de incidentes e na resposta à violência (Kapari e Stavrou,2010;
Carra,2009b; Dupper e Meyer-Adams, 2008). Escolas com um clima mais positivo ou aquelas
em que o envolvimento dos grupos de pares e a intervenção dos professores tem efeitos na
redução de situações de conflitualidade, possuem menores taxas de vitimização (Kapari e
Stavrou,2010:93).
- Para Dupper e Meyer-Adams (2008), a proximidade dos funcionários é um fator importante
na construção de culturas e climas escolares positivos (tolerantes, acolhedores e cooperativos),
resultando no reforço de comportamentos mais adequados dos alunos e na prevenção e
redução da hostilidade.
- As escolas possuem uma margem de atuação para se adaptarem às características sociais
locais, pelo que Gottfredson (1998:7) destaca o reforço da capacidade da escola para
desenvolver e sustentar a inovação mediante a utilização de equipas escolares ou pelo
desenvolvimento organizacional mal de outras estratégias.
- A sobrelotação escolar, por exemplo põe a capacidade organizacional das escolas à prova na
procura de soluções inovadoras, mas que não afetem o seu clima escolar, nem potenciem os
incidentes de violência na e escola, ao que se associa frequentemente a degradação das
instalações escolares. Esta relação contribui para o enfraquecimento das relações e interações
sociais, assim como do empenhamento e dos níveis de aprendizagem.

2. Supondo que era diretor de uma escola e que se defrontava com fenómenos de violência
escolar, esboço um plano de intervenção com base em Sebastião et al (2013, anexoE), Para
a resolução da situação com as estratégias que visem: (EfolioG 2020/21 e de 2021/2022) 3
valores/12
A. Antecipar o aparecimento de situações violentas.
R.: sugestão de aspetos a considerar na resposta (vide p.11, anexo E):

● Criar e manter uma equipa de ação conjunta composta por elementos da escola (direção,

coordenação de departamento e direções de turma), da família e da comunidade com o


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objetivo fundamental de desenvolver um plano de atuação e que funcione como guia de


orientação e possibilite a supervisão das atividades promovidas.

● Desenvolver ações de sensibilização, por exemplo através de projetos ou atividades de

formação cívica, que sejam transversais a diferentes disciplinas, desenvolvidas por


iniciativa da escola ou dos parceiros, orientadas para a alteração de comportamentos e
melhoria do clima de escola.

● Simular situações de conflito, por exemplo através de dramatização, do recurso a grupos de

teatro da comunidade, ou a atividades de interpretação ou criação de banda desenhada em


sala de aula (Chrispino e Santos,2011) E analisar as resoluções possíveis. Confrontar os
participantes com uma situação simulada de conflito considerando as diferentes
possibilidades de resposta e as consequências para os sujeitos envolvidos.
B.Apoiar e orientar os intervenientes nas situações de conflito.
Sugestão de aspetos a considerar na resposta:
Algumas das estratégias mais eficazes identificadas são –

● Tutorias: acompanhamento escolar e do desenvolvimento individual do aluno (vítimas e

agressores) por um período alargado, no mínimo um ano. Este apoio, portanto, pode ser
dado por um professor ou técnico da escola designado para o efeito, como por técnicos das
entidades parceiras.

● Mediação: resolução de divergências de ordem relacional, com o papel ativo das partes na

tomada de decisão. Sugere-se a formação dos mediadores neste tipo de intervenção, que
podem ser professores, técnicos da escola ou da comunidade ou alunos formados para o
efeito. O mediador tua como um elemento que apoia os intervenientes na reconciliação,
promovendo uma justiça restaurativa, e pode contribuir ainda para evitar que as situações
de conflito degenerem em situações de violência.

● Treino de competências pessoais e sociais a alunos: estratégia usada particularmente em

situações de reincidência dos comportamentos violentos, em que se procura alterar de


forma gradual padrões de comportamentos agressivos através de um acompanhamento
prolongado do aluno, em que a rede de parceiros pode constituir um recurso fundamental.
C.Avaliar e monitorizar o processo
Propõe-se que haja uma coordenação entre os processos de monitorização da escola e entidades
locais, através de um conjunto de instrumentos que permita a:
15

● Avaliação regular do tipo de ocorrências - é necessário conhecer com pormenor as

situações existentes para se poderem tomar medidas de prevenção e intervenção, o que


muitas vezes significa analisar e sistematizar a informação já existente na escola.

● Avaliação e acompanhamento dos processos de regulação, com vista à redefinição de

estratégias. Realização de uma análise que permita verificar se os objetos propostos estão a
ser cumpridos, o que se poderá traduzir numa adequação do plano de intervenção aos
resultados encontrados. A avaliação deve ser realizada antes e depois da intervenção e/ou
no decurso do processo de implementação de acordo com o conhecimento existente sobre o
aluno e a gravidade da situação.

● Avaliação da eficácia das estruturas de apoio à intervenção e monitorização - esta

avaliação passa por uma análise dos resultados da intervenção e da eficácia dos
procedimentos disciplinares realizados pelas estruturas de regulação dos comportamentos
violentos (gabinete de intervenção escolares e/ou comunitários).

3. De acordo com Sebastião et al (2013) “A prevenção da violência é um aspecto essencial da


educação para a cidadania democrática2 (p. 169). Considerando que a prevenção da
violência na escola deve partir da escola abrangendo a comunidade envolvente, deve ser
utilizada uma abordagem integrada de prevenção e de intervenção.
Supondo que era diretora de um agrupamento de escolas idealize e descreva um plano de
atuação de prevenção e de intervenção sobre o fenómeno da violência nessa instituição,
seguindo os aconselhamentos do Observatório de segurança escolar. (Efolio G 2020 e Efolio
G de 29 de setembro de 2020) 4/12 valores
R. O plano de atuação de prevenção e de intervenção sobre o fenómeno da violência na
instituição, seguindo os aconselhamentos do Observatório de Segurança Escolar, deve ter em
consideração os seguintes princípios de atuação:
o Antecipar e prevenir- definindo estratégias de intervenção (de acordo com o
diagnóstico regular) e criando uma equipa para desenvolver ações de sensibilização
orientadas para a alteração de comportamentos e melhoria do clima de escola.
o Colaborar e envolver - lá atuação em rede, envolvendo a comunidade, de modo a
construir uma Visão alargada e a Tomar decisões baseadas numa liderança partilhada
e democrática.
o Articular e coordenar - a partir da elaboração participada de um documento de
orientação para a intervenção, é explícito as dimensões de intervenção e os atores mais
16

relevantes; prevendo a delegação de competências pelos diversos níveis; bem como a


comunicação sistemática entre os parceiros.
o Limitar e disciplinar - a partir da definição participada de regras claras e objetivas; de
critérios de decisão uniformes, coerentes e justos; da ação e resolução célere das
ocorrências; fazendo opção por medidas de caráter corretivo e pedagógico em
detrimento das sancionatórias;
o medir e acompanhar - através da criação de instrumentos de mediação; do
acompanhamento tutorial das vítimas e agressores e do treino de competências pessoais
e sociais dos alunos.
o Avaliar e monitorizar - partindo da uniformização dos processos para a avaliação
sistemática e acompanhamento da intervenção que permita a sua afinação estratégica e
para a avaliação da eficácia das estruturas de apoio.
o Reforçar e difundir - fundamental para o reforço e a divulgação dos objetivos e
estratégias definidos e a estabilização do plano de ação.
4. Tendo por base as leituras efetuadas de acordo com Sebastião et al, 2013, aprofunde e
explore os elos de ligação entre os seguintes conceitos palavras-chave:
transformações no sistema educativo e violência na escola (Efólio A 2022, 3/4 valores)
R: a adaptação da escola às transformações das sociedades contemporâneas é um elemento-chave
na compreensão da relevância social atribuída à violência na escola.

⮚ A massificação acelerada dos sistemas educativos, os efeitos da globalização sobre os

contextos nacionais e locais e a perceção do aumento das situações de risco na infância são
fatores isoladamente ou de forma cruzada conduziram a um aumento da preocupação sobre
a segurança nas escolas e se traduziram em políticas e medidas diversas num número
crescente de países (Sebastião, Alves e Campos, 2010)

⮚ também são desafios específicos para cada escola os efeitos do prolongamento generalizado

da escolaridade obrigatória e da real abertura da escola a todos, o que implica a redefinição


dos objetivos educativos, das formas de organização e de trabalho pedagógico tendo em
conta o impacto da crescente diversidade sociocultural.

⮚ O debate sobre a violência na escola expressa alguns dilemas societais, nomeadamente do

confronto das sociedades com a imprevisibilidade, pois instituições centrais, como por
exemplo a escola, parecem perder a capacidade para proporcionar um sentido de ordem e
continuidade no quadro de vida dos grupos e indivíduos.
17

⮚ A sensação de segurança face ao futuro que a escola dava às novas gerações converte-se

num sentimento de incerteza quanto aos benefícios potenciais da educação, uma procura
desencantada de educação (Grácio,2008), resultante das transformações radicais no
mercado de trabalho (Canário, 2008). Esta transformação teve efeitos particulares em
Portugal, uma vez que o desencanto ocorreu sobretudo em indivíduos provenientes de
grupos sociais pouco escolarizados cujas famílias realizaram esforços significativos para
que os seus filhos atingissem níveis elevados de escolaridade.

⮚ o aumento da atenção mediática da violência na escola leva a que se passe a encarar a

escola como um contexto cada vez mais heterogéneo e conflitual, um espaço inseguro ou
mesmo potencialmente perigoso, contribuindo deste modo para mudar as conceções sociais
sobre as condições em que a violência se desenvolve (Sebastião, Alves e Campos, 2010)

⮚ a difusão de interpretações parcelares de conceitos produzidos no campo científico

(Sebastião, Alves e Campos, 2003 )

⮚ Este conjunto de transformações sociais favoreceu o aumento da preocupação sobre a

segurança nas escolas, contribuindo assim para a construção de representações sociais


essencialmente negativas sobre a problemática da violência na escola

Serrate (2014) – capítulo 8 (Bullying)


1.Complete as frases abaixo sobre o conceito de bullying com a clarificação da visão de Serrate 2014
(efólio A 2022)
R.A-bullying é, habitualmente, a designação de uma forma de conflito (1)____________/violento, que se
distingue dos demais pela (2)______________/repetição e que assume diversas tipologias, desde a (3)
________________até à psicológica, passando pela verbal/imagética com recurso às redes sociais. ()
B. Clarificando a visão de Serrate, podemos afirmar que esta autora diferencia este conceito essencialmente
pelas consequências que inflige na (4)__________________, podendo ser tão graves que levam ao
(5)__________.
C. Sistematizando, devemos concluir que o bullying é um fenómeno com caráter (6) ________________, de
violência, que assume vários tipos (7)__________________,
(8)___________________(9)_______________, social, sexual e das redes sociais (cyber); acontecendo
sobretudo na idade (10)__________________, maioritariamente na escola ou em contextos a ela
relacionados.
A.(1) agressivo; (2) recorrência; (3) física.
B.(4) vítima; (5) suicídio.
18

C. (6) repetitivo; (7) físico; (8) verbal, (9) psicológico; (10) adolescente

Silva et al, ( 2010)


1. Identifique quem são os novos atores no trabalho em educação, de acordo com Silva et al,
e caracterize o seu perfil, demográfico e profissional, com base no estudo realizado pelos
referidos autores. (efólio B 2022)
R: Novos atores no trabalho em educação: mediadores socioeducativos.
No estudo foram distribuídos 530 questionários por diversas instituições e projetos cujos
responsáveis consideraram ter mediadores socioeducativos, tendo sido devolvidos 225
questionários (taxa de retorno de 42%).
Perfil demográfico e profissional dos mediadores socioeducativos:
-São predominantemente do sexo feminino (81,3%), com idades compreendidas entre os
23 e os 35 anos (91,1%);
- São sobretudo Mulheres, solteiras, jovens, a viver e a trabalhar na área de Lisboa e vale
do Tejo;
-É de salientar a proximidade entre o local de residência e de trabalho e que, para a
maioria, se localizam no mesmo concelho e/ou distrito;
-A grande maioria tem uma ligação recente ao trabalho que está a desenvolver;
- Exercem a atividade de mediação por motivações variadas que abarcam as de ordem
pessoal, profissional ou institucional, embora na sua grande maioria sem vínculo laboral
estável.
2. De acordo com Silva et al (2010) “As práticas de mediação orientam-se, assim, no sentido
da coesão social (Bonafé-Schmidt,2009) - dimensão social - e da cidadania ativa- dimensão
educativa (p.121). Explique a afirmação dos autores.
A resposta deve abordar os seguintes aspetos ou outros considerados pertinentes:

● A mediação encontra-se se associada a uma multiplicidade de práticas que têm um

denominador comum: ou serem fundamentalmente sociais e educativas.

● Atualmente, a mediação é muito mais do que uma técnica alternativa de resolução de

conflitos, constituindo uma modalidade de regulação social, promotora da emancipação e


da coesão social. Aplicada ao campo da educação, a mediação é ainda um meio de
educação para a participação das novas gerações na construção da democracia e de
educação para a paz.
19

● A mediação é uma atividade fundamentalmente educativa, pois o objetivo essencial é

proporcionar uma aprendizagem alternativa superando o estrito comportamento reativo ou


impulsivo, contribuindo para que os participantes no processo de mediação desenvolvam
uma postura reflexiva. Neste contexto, a mediação assume-se como uma cultura de
mudança social que promove a compreensibilidade entre os diferentes participantes no
processo de mediação, defende a pluralidade as diferentes versões sobre a realidade e
fomenta a livre tomada de decisões e compromissos, contribuindo para a participação
democrática. As práticas de mediação orientam-se, assim, no sentido da coesão social
(Bonafé-Schmidt,2009) - dimensão social - e da cidadania ativa - dimensão educativa.

● A mediação socioeducativa acontece nos contextos escolares, associativos e comunitários,

como método de resolução e gestão alternativa de conflitos, meio de regulação social e de


recomposição pacífica de relações humanas.

● A mediação socioeducativa é uma prática que ocorre em contextos educativos, tanto

escolares como de educação não formal e informal, cuja ação se pode centrar em
indivíduos - e no seu desenvolvimento e inserção social - ou em grupos - com uma dimensão
coletiva e de coesão social (Luison & Valestro,2004).

● A mediação facilita a ligação entre a escola, a família e a comunidade valorizando a

comunicação com vista ao (re)estabelecimento das relações e interações inexistentes ou


fragilizadas, conduzindo à aceitação e assunção das diferenças, trabalhando no sentido do
desenvolvimento de competências socio comunicacionais e sinergias mútuas.
2. De acordo com Silva et al (2010), a mediação aparece associada a um conjunto de práticas
que assumem uma dimensão social e uma dimensão educativa.
A. Explique a afirmação acima descrita de acordo com os autores referidos. (1/12 valor)
(Efolio G 2020)
R: A resposta deve abordar os seguintes aspetos ou outros que se considerem relevantes:
-Explica que as práticas de mediação orientam se no sentido da coesão social (Bonafé-
Schmidt,2009) - dimensão social - e da cidadania ativa - dimensão educativa.
-A mediação é uma atividade fundamentalmente educativa, pois pretende que os alunos
aprendam a adotar uma postura reflexiva face aos conflitos e não desenvolvam
comportamentos reativos ou impulsivos.
-A mediação também pode ser vista como uma cultura de mudança social (Munné & Mac-
Crag,2006; Torremorell,2008), promovendo a participação democrática, depois os
participantes no processo de mediação aprendem a importância da pluralidade,
20

desenvolvem diferentes perspetivas sobre a realidade social, assim como a liberdade de


tomada de decisões e compromissos.
B. Distinga a mediação enquanto método de resolução e gestão alternativa de conflitos, e
enquanto meio de regulação social e de recomposição pacífica de relações humanas. (1 /12
valor)
A resposta deve efetuar a seguinte distinção:
- Explica que a mediação, enquanto método de resolução e gestão alternativa de conflitos, é
uma técnica que através da intervenção de um terceiro imparcial, as pessoas em conflito colocam
as suas questões em disputa com o objetivo de arranjar opções de resolução do mesmo e chegar a
um acordo que seja aceitável entre as partes;
- Explica que a mediação enquanto meio de regulação social e de recomposição pacífica de
relações humanas procure facilitar a ligação entre a escola, a família, e a comunidade centrando
se na valorização da comunicação, na aceitação e Assunção das diferenças, trabalhando no
sentido do desenvolvimento de competências socio comunicacionais e sinergias mútuas,
valorizando positivamente o conflito e desenvolvendo competências para promover a cidadania e a
participação dos cidadãos na resolução dos seus problemas.

Vieira e Vieira (2014) – faltam orientações de resposta 2020 época de


recurso
1.Segundo Perrenoud (2011), “deve-se utilizar a diferença intencional entre benefício dos alunos
fazendo discriminações positivas com a finalidade de atenuar as desigualdades e criar alternativas para
ajudar os alunos com menos rendimentos escolar” (Vieira e Vieira, 2014: 115) (Efolio G 29 de setembro
de 2022)
A.explica a importância da prática de um ensino diferenciado como forma de construir uma
escola inclusiva e emancipatória.
B.Estabeleça a distinção entre os TEIP (territórios educativos de intervenção prioritária) e os
GAAF (Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família) enquanto territórios que pretendem desenvolver a
diferença pedagógica e a aprendizagem cooperativa.
2.Identifique e explique as condições que promovem a escola inclusiva, de acordo com Vieira e Vieira
tendo em consideração a pedagogia social e a mediação socio pedagógica.
Linhas orientadoras, sugestivas de possíveis itens a incluir e a desenvolver na resposta:
-Aplicar em pedagogia diferenciada tendo em conta as diferenças dos alunos sem deixar que cada
sujeito se feche na sua singularidade, no seu nível, na sua cultura de origem.
21

-Espírito de abertura da escola à comunidade obriga a outro trabalho socioeducativo com mediação
socio pedagógica e de trabalho social na escola. O professor, por muito multifacetado que seja, nem
sempre está preparado para este tipo de trabalho, embora, por vezes, o tento fazer por voluntarismo.

⮚ Criar condições materiais que permitam às escolas dotar-se de equipas de técnicos superiores

de trabalho social TSTS (educadores sociais, técnicos de serviço social, mediadores, outros
trabalhadores sociais…) que, em conjunto com os professores respondam à multiplicidade de
solicitações e responsabilidades que são pedidos á atualmente escola.

⮚ Mediação socio pedagógica e parcerias das escolas com instituições.

⮚ Maior reforço no investimento em recursos humanos (GAAF e TEIP).

-Mudança de paradigma onde o professor terá de pensar a educação também para além da sala de
aula. Urge uma pedagogia social e uma mediação intercultural no campo educativo.
-Igualdade, um dos fundamentos da educação inclusiva, onde as diferenças são valorizadas em vez de
criticadas e inibidas. Deste ponto de vista, o normal é o aluno diferente e o aluno padrão não existirem.
-A aprendizagem cooperativa pode ser considerada uma boa estratégia para fomentar a educação
intercultural na sala de aula assumindo o professor o papel de mediador de aprendizagens.
-O desafio que se põe à escola de Hoje é o de receber, ensinar e lidar com todos os alunos sem pôr uma
cultura homogeneizante (Rosales, 2009) para que ninguém se sinta excluído.
-Incluir todos nas suas diferenças possibilita aumentar o conhecimento, as aptidões cognitivas, bem
como a dimensão social e pessoal, concebendo oportunidades para que os alunos aprendam em conjunto
fazendo das diversidades a principal fonte de aprendizagem.
-Criar situações de aprendizagem perante a diferença passa a ser um desafio para a escola e para os
professores que devem aproveitar esta situação para desenvolver a sua criatividade. Trata-se de aprender a
trabalhar com a diferença para que cada um possa viver com a sua diferença é o grande desafio da escola e
dos seus profissionais e é isso que vai fazer mudar tudo.
4. Para Vieira e Vieira, 2014 “ A grande questão da pedagogia diferenciada é, justamente, é de como ter
em conta as diferenças de cada aluno sem deixar que cada um se faz na sua singularidade e
exclusivamente na sua cultura de origem” (página 114).
Explique a afirmação dos autores e que esclareça a importância das pedagogias diferenciadas para o
reforço da escola inclusiva de acordo com os autores acima referidos. (15 linhas, 2 valores, e fólio global
2022).
Linhas orientadoras, sugestivas de possíveis itens, itens a incluir e a desenvolver na resposta:
Perante a crescente multiculturalidade existente na escola, esta torna-se um meio importante para
atenuar as desigualdades sociais entre os diversos grupos sociais e também como meio de resposta às
22

necessidades destes grupos, no sentido de proporcionar equidade e autonomia, uma alternativa à


colonização cultural.
A escola deve garantir a todos oportunidades através das diversas modalidades de ensino aprendizagem
para permitir que todos possam ter sucesso na aprendizagem e na sua participação.
A escola não deve ficar indiferente à heterogeneidade cultural dos alunos que apresentam diferentes
religiões, modos de vida, e as experiências culturais diversas.
De acordo com Perrenoud, 2001: 26-27) deve fazer-se discriminações positivas dos alunos para atenuar as
desigualdades e criar alternativas para ajudar os alunos com menos rendimento escolar. Daí a importância
do ensino diferenciado.
Diferenciar e disponibilizar-se para construir estratégias para trabalhar com os alunos considerados mais
difíceis. Avaliação deve ser diferenciada e essencialmente qualitativa.
Diferenciar não deverá ser pondo autonomamente todos os semelhantes numa turma alternativa, como
ocorreu em parte com os currículos alternativos. Trata-se, antes, de flexibilizar, curricularmente, de forma
que o mesmo currículo possa fazer sentido para cada aluno.
Perrenoud (2001: 26-27) dá, mais recentemente, a seguinte definição possível de diferenciação do ensino:
“diferenciar é organizar as interações e as atividades de modo que cada aluno seja confrontado
constantemente, ou ao menos com bastante frequência, com as situações didáticas mais fecundas para
ele”.
O desafio que se põe à escola de Hoje é o de receber, ensinar e lidar com todos estes alunos sem impor
uma cultura homogeneizante (Rosales, 2009), para que ninguém se sinta excluído, ou desenquadrado num
espaço que é de todos e para todos, especialmente aqueles alunos que não se reconhecem na cultura da
escola.
Incluir todos, nas suas diferenças, possibilita aumentar o conhecimento, as aptidões cognitivas, bem como
a dimensão social e pessoal, concebendo oportunidades para que os alunos aprendam em conjunto,
fazendo da(s) diversidade(s) a principal fonte de aprendizagem.
A escola inclusiva deve ser para todos os alunos, independentemente do seu sexo, cor, origem religião,
condição física, social ou intelectual.
Criar situações de aprendizagem perante a diferença passa a ser um desafio para a escola e para os
professores, que devem aproveitar esta situação para desenvolver a sua criatividade.
Incluir não é tolerar o outro. Trata-se de respeitar. Como reforça Skiliar (2006:30), “tolerar o outro e deixar
claro que ele é moralmente censurável, detestável, e que nós somos generosos ao lhe permitir continuar
vivendo - ou sobrevivendo – nessa’ condição’ de diversidade de alteridade”

Bibliografia
Tema 1 SERRATE, R. (2014). Bullying na escola. Bookout Serviços.
23

SEBASTIÃO, J., CAMPOS, J., MERLINI, S. & CHAMBINO, M. (2013). Estratégias de Intervenção
Socioeducativa em Contextos Sociais Complexos. Relatório Final.

SEBASTIÃO, J. (2010). Violência na Escola. Tendências, contextos, Olhares. Garrido Artes


Gráfica.

Martins, M. (2005). O problema da violência escolar: uma clarificação e diferenciação de


vários conceitos relacionados. Revista Portuguesa de Educação, Universidade do Minho.
Braga, Portugal.
Tema 2 OLIVEIRA, A., FREIRE, I. (2009). Sobre... a mediação Sócio- Cultural. Alto Comissariado para a
Imigração e Minorias Étnicas (Acidi).

SILVA, A et al (2010). Novos actores no trabalho em educação: os mediadores socioeducativos.


Revista Portuguesa de Educação, Universidade do Minho.

Schnitman, D. & Littlejohn S. (1999) Novos Paradigmas em Mediação. WorldShare Books.

CHRISPINO, A. (2007). Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos
de mediação. Rio de Janeiro.
Tema 3 VIEIRA, A. & VIEIRA, R. (2011). Trabalho social e mediação sociopedagógica: análise
comparativa de 3 território escolares em Portugal. XI Congresso LAB de Ciências Sociais.
Salvador da Bahia.

VIEIRA, A. & VIEIRA, R. (2014). Pedagogia social e mediação sociopedagógica como processos
de emancipação. Investigação e ação em escolas portuguesas.

LAPPONI, S., SAINT-MEZARD, D. (2001). Conflicto y resolución de conflictos escolares: La


experiencia de mediación escolar en España. XXIII Escuela de verano del Concejo Educativo de
Castilla y León.

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