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Chrispino (2007)
1. De acordo com Chrispino, se o conflito é inevitável, devemos aprender o ofício da
mediação de conflitos e que esta técnica se aprimore facultando a cultura da mediação
de conflito. (efolioB 2020)
A. Explique a noção de mediação de conflitos de acordo com o autor.
Para Chrispino, conflito é “toda opinião divergente ou maneira diferente de ver ou interpretar algum
acontecimento” ((2007:17). Nesta ótica, o conflito é inerente ao ser humano que vive em sociedade,
seja ao nível existencial, da igualdade, ou da sua própria maneira de ser. O conflito apresenta
vantagens, por exemplo o reconhecimento das diferenças, as quais, cada vez mais são aceites de
forma natural sendo o conflito inevitável, há a necessidade de trabalhar a sua mediação de modo a
promover uma cultura de paz, fortalecendo os laços da coesão social e de uma cultura democrática.
A mediação, para o autor é “o procedimento através do qual os participantes, com a assistência de
uma pessoa imparcial – o mediador -colocam as questões em disputa com o objetivo de desenvolver
opções, considerar alternativas e chegar a um acordo que seja mutuamente aceitável”. Trata-se da
restruturação das relações humana no sentido de partilhar a perspetiva do outro, reconhecendo as
diferenças como oportunidades e não como ameaças de modo a chegar ao amadurecimento,
crescimento e desenvolvimento mútuo, onde todos ganham através de um método colaborativo que
objetiva uma nova ordem social. No contexto educativo, esta perspetiva tem subjacente a
necessidade de capacitar os estudantes para a compreensão do conflito, melhorando a empatia entre
os pares, bem como o respeito, contribuindo para um clima na escola com menos violência e onde
os alunos desenvolvem também o autoconhecimento e o pensamento reflexivo e crítico através do
convívio co a diferença.
R.: a resposta deve apresentar a noção da técnica de mediação de conflito como o
procedimento no qual os intervenientes no conflito com a assistência de um terceiro imparcial -
o mediador - apresentam as questões em disputa com a finalidade de desenvolverem opções,
considerarem alternativas e chegarem a um acordo que seja aceito pelas partes em conflito.
4. Comente a seguinte afirmação de Chrispino (2007): “outro mito importante construído em torno
do conflito e que está também sendo superado é aquele que diz que o mesmo atenta contra a
ordem” (p.17) ( Efolio G De 29/09/2020)
O autor considera que, ao contrário do veiculado por esse mito, “o conflito é a manifestação da
ordem em que ele próprio se produz e da qual se derivam suas consequências principais. O
conflito é a manifestação da ordem democrática, que o garante e o sustenta. Fazendo a ordem e
o conflito parte da relação entre os seres humanos, a ordem é a normalização do conflito. O
conflito apresenta inúmeras vantagens, como, por exemplo o reconhecimento das diferenças que
acabam por ser aceites como naturais por meio da interação entre os seres humanos. Sendo o
conflito inevitável e parte das relações humanas, as pessoas trabalham na sua mediação no
sentido de promoverem uma cultura de paz e de cidadania contribuindo para uma sociedade
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mais democrática. O conflito, contribui para a reestruturação das relações humanas, ensina a ver
o mundo pela perspetiva do outro reconhecendo nas diferenças uma oportunidade e não uma
ameaça, conduzindo ao crescimento e ao desenvolvimento mútuo através da promoção de
atitudes de empatia, respeito, , tolerância, espírito reflexivo e de autoconhecimento,
contribuindo para uma nova ordem social. Nas escolas, esta perspetiva, contribuiu para
capacitar os alunos para o entendimento do conflito bem como para a aceitação das diferenças,
melhorando as relações entre os pares e promovendo um ambiente escolar com menos violência.
5. Para Chrispino 2007 “O conflito é inevitável e não se devem suprimir seus motivos, até porque
ele possui inúmeras vantagens dificilmente percebidas por aqueles que veem nele algo a ser
evitado (página 17).
Relaciona a afirmação do autor com as conceções sobre o conflito defendidas pelas
escolas/modelos de mediação, identificadas por Oliveira e Freire, 2009. (3 valores, 20 linhas,
Global de 2022).
A resposta deve explicar a afirmação do autor e relacioná-la com as conceções das “escolas” /” modelos”
de mediação sobre o conflito:
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O autor constata que existem ainda algumas pessoas que encaram o conflito como algo negativo e que
deve ser eliminado, o que se enquadra na posição da Escola tradicional linear de Harvard. O conflito é
acultural, atemporal e apessoal. O objetivo é chegar a um acordo mutuamente satisfatório. O processo
passa por apoiar as partes no sentido de chegarem a um compromisso (acordo).
O autor defende que não podemos existir sem conflitos porque eles fazem parte da natureza humana e
social, posição que se enquadra no modo como a escola transformativa encara o conflito, que entende que
este é uma oportunidade de crescimento; simplesmente acontece; é normal e está continuamente
presente nas relações humanas; não desaparece, transforma-se. O objetivo é transformar o conflito e as
relações; trabalhar as diferenças e transformar coletivamente a realidade. O processo passa por potenciar a
co-responsabilidade na situação, o empowerment individual e coletivo e a capacidade de lutar pelos
direitos e pelas tomadas de decisões próprias.
Martins (2005)
1.Tendo por base a reflexão teórica sobre o tema da violência escolar efetuada por Martins
(2005), aprofunde e explore os elos entre os seguintes conceitos que com ela se podem
relacionar: indisciplina, conduta anti-social, delinquência, problemas de comportamento,
bullying. (EfolioG 20/21).
Indisciplina subdivide-se em 3 níveis: 1º nível refere -se a perturbações ao normal funcionamento
da aula; 2ºnível (conflitos entre pares, podendo incluir comportamentos com algum grau de
agressividade e violência, e extorsão de bens, podendo atingir limites de gravidade semelhantes aos
atos delinquentes, entrando já no domínio legal); 3º nível tem a ver com os conflitos na relação
entre o aluno e o professor. Conduta antissocial: tipo de comportamento que provoca dano físico
e/ou psicológico, e/ou perda ou dano de propriedade ao outro, podendo ainda constituir ou não
infração às leis vigentes. E é neste ponto que se pode confundir com Delinquência Juvenil, a qual
pressupõe um comportamento de conduta antissocial, mas diferencia-se dele porque naquele há,
necessariamente violação das leis vigentes e inclui atos contrários à lei, daí ter uma conotação
jurídica, muito embora o aluno, por ser menor, não poder ser responsabilizado criminalmente.
Problemas de Comportamento: aplica-se mais aos indivíduos que aos seus atos, considerando-se
“reflexo de um diagnóstico de uma síndroma (…) que se aplica a crianças e adolescentes” (Martins,
2005:97), sendo estes problemas diagnosticados a partir de problemas que decorrem num período
de 6 meses. Considera agressão contra pessoas e animais, destruição de propriedade, mentira,
roubo, e transgressões graves de regras (idem:98). Bullying é um comportamento agressivo que
pode inclui a conduta antissocial e o distúrbio de conduta, manifestando-se numa sistemática
infração de regras é revelando-se pelo abuso do poder é exercido sobre indivíduos ou grupos mais
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vulneráveis, de modo deliberado e repetido com a intenção de prejudicar e/ou magoar o outro,
podendo ter consequências psicológicas muito graves. O bullying também pode incluir a
delinquência.
2. De acordo com Martins (2005) podem relacionar-se diversos conceitos com o tema da
violência escolar, tais como indisciplina, conduta antissocial ou agressiva, delinquência,
problemas de comportamento, e o bullying. Descreva uma situação concreta na qual se
identifiquem comportamentos de violência escolar enquadradas nos conceitos de indisciplina,
conduta anti-social, delinquência, distúrbios de conduta ou de comportamento e bullying.
Justifique a sua resposta. (Efólio G 29 de setembro de 2020)
Numa turma de 6º ano, o aluno interrompe sistematicamente o professor para fazer observações que
nada têm a ver com o assunto que está a ser tratado, com o intuito de prejudicar o bom
funcionamento da aula (Indisciplina de 1º nível)
Conduta antissocial: Outro aluno atira as mochilas dos colegas para as poças de água no recreio
sempre que estes não lhe emprestam o material escolar (provoca dano físico, a bens, e psicológico,
constituindo infração às normas da escola).
Delinquência juvenil: um aluno dá uma facada a outro porque este se recusou a dar-lhe dinheiro (é
um ato que vai contra as leis vigentes, tem conotação jurídica, mas o aluno não se insere dentro da
faixa etária que se pode responsabilizar criminalmente)
Distúrbio de conduta ou de comportamento: um aluno, várias vezes envolvido em roubos, rouba a
carteira a uma colega. A diretora de turma teve conhecimento através dos pais que o aluno sofre de
uma síndrome diagnosticada há 1 ano ( a designação distúrbio de conduta é aplicado aos indivíduos
mais do que aos seus atos e é considerado dentro do contexto do diagnóstico de uma síndrome cujos
sintomas são revelados através dos seus comportamentos que decorreram num período de tempo de
6 meses, para além do roubo inclui mentira, transgressões de graves de regras, agressão contra
pessoas e animais, e destruição de propriedade.
aluno que resistiu. Os pais de um dos agressores alegaram que o filho sofre de uma síndrome
que lhe foi diagnosticado há vários meses.
Identifique os diversos comportamentos acima descritos que se enquadram no conceito de
violência e noutros conceitos afins referidos por Martins 2005. Justifique a sua resposta.
(efólio G de 19/06/2020)
No que diz respeito ao 1º comportamento apresentado ( 3 alunos falam constantemente
pretendendo perturbar a aula) estamos perante um caso de indisciplina de 1º nível porque é um
comportamento que denota um desvio às regras instituídas, afigurando-se como uma perturbação ao
normal funcionamento da aula; o segundo comportamento (extorsão de dinheiro a alunos mais
novos ameaçando bater-lhes, causando-lhes medo e provocando quadros compatíveis com
depressão) afigura-se como um caso de bullying físico e direto devido ao aproveitamento da
vulnerabilidade dos mais fracos e mais novos, revelando abuso de poder, intencional e deliberado
de magoar e prejudicar as vítimas, provavelmente recorrendo à manipulação e pressão psicológica;
no terceiro caso (esfaqueamento de um aluno e sequente detenção dos agressores) é um caso de
delinquência juvenil – esfaqueamento, assaltos contra pessoas e bens - porque os agressores se
situam num nível etário abaixo da idade de responsabilidade criminal; no último caso ( o agressor
sofre de uma síndrome diagnosticada há vários meses), estamos perante um caso de distúrbio de
conduta, que é um comportamento de crianças ou adolescentes, cujo diagnóstico partiu da
comprovação da presença de 3 ou mais sintomas desviantes durante um período de 6 meses, e que
neste caso se inclui no grupo de “agressões contra pessoas ou animais” (no caso, pessoas).
3. Nos estudos desenvolvidos por Moffit e Caspi (2000) mencionados por Martins 2005, foram
identificados 2 padrões na atividade antissocial. Descreva as conclusões que Moffitt e Caspi chegaram na
sua investigação. (15 linhas, 2 valores) Global 2022 p.99
Os autores definem 2 padrões na atividade antissocial - um com início na infância, outro na
adolescência - prevendo evoluções diferentes na idade adulta para os 2 grupos, de ambos os sexos.
Concluíram que o comportamento antissocial com início na infância é associado a estilos parentais
pouco próprios (associados a criminalidade, dureza ou falta de disciplina parental, baixo nível
socioeconómico, famílias monoparentais); problemas neuros cognitivos, e problemas relacionados
com o autocontrolo, têm tendência a continuar com esse tipo de comportamento durante a vida
adulta. Segundo os autores, os 2 grupos envolvem-se no mesmo tipo de delinquência na
adolescência, contudo divergem nos fatores de risco. O segundo grupo – delinquentes com início na
adolescência – muito embora apresentem o mesmo grau de envolvimento em comportamentos
desviantes que os seus pares do outro grupo, demonstram um historial menos propício a
continuidade da delinquência na idade adulta. Esta conclusão parece basear-se no modelo da
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influência dos pares na delinquência, que explica o papel “que afiliação com os pares tem na
delinquência limitada a adolescência e com o tipo de evolução que esta poderá ter,
comparativamente à delinquência de início precoce” (Martins, 2005:100)
2. Para Oliveira e Freire, 2009, “A mediação sociocultural tem vindo a impôr-se como um
recurso organizado, com o qual se pretende fortalecer os laços sociais numa sociedade
cada vez mais heterogénea sob o ponto de vista social, cultural e étnico.” (p.14)
(efolioB2020)
A. Identifique os objetivos da mediação sociocultural referidos por Oliveira e Freire.
(efólio B 2020
A ideia base que Oliveira e Freire (2009) nos transmitem é que a mediação é um processo
que regula que regiula e transforma a sas relações sociais de modo a promover uma cultura
de paz no mundo (p.9).. Esse processo assenta na criação de estratégias que provovam mais
compreesnsão, respeiti tolerância, justiça e empatia entre os indíviduos, dentro do respeito
pela identidade de cada um. A mediação pode contribuir para um ambiente de paz através de
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decisão de partir para uma mediação por parte dos litigantes deve, igualmente, ser um ato
livre e voluntário. Este princípio implica que as partes em conflito se possam retirar “em
qualquer momento e sem problemas”.
tanto das partes como de qualquer outra instância. Desta forma, deve evitar as possíveis
estratégias de sedução ou cumplicidade de uma ou ambas as partes mantendo quanto
possível a sua identidade e evitando tomar partido.
5. Para Oliveira e Freire (2009), a mediação como método de resolução de conflitos
obedece a vários princípios fundamentais para que a sua operacionalização se
concretize com sucesso. Identifique e explique a importância do respeito dos princípios
na mediação para o sucesso da sua operacionalização como método de resolução de
conflitos. ( EfolioG 29 setembro 2020). (Efólio G de Mediação de Conflitos em
Contextos Educativos) 2/8 valores
Resposta igual à anterior.
6. Oliveira e Freire, 2009. “Ser mediador exige, (…) não só um conjunto de competências
técnicas, pessoais e sociais, mas também a assunção de um conjunto de atitudes e de
princípios éticos indispensáveis à intervenção para o bem-estar e a coesão social nas
organizações, nas comunidades e na sociedade em geral”. (p.28) Explica a afirmação
das autoras. (Efólio G 29 de setembro de 2020 e efólio B de abril de 2023)
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d) Os novos paradigmas podem guiar nas construções de futuros possíveis (…) e fornecer
uma conservadora visão para elaborar novos desenhos destinados a concretizar a
inércia profissional. F ( renovada ótica; prática)
Sebastião et al (2013)
Segundo Sebastião et al (2013), existe uma diferenciação no modo como as escolas abordam a
violência escolar, existindo uma variação elevada nos critérios de decisão na apreciação das
ocorrências e na aplicação de medidas disciplinares.
1.Explique de que modo o controlo disciplinar e o clima de escola podem ser potenciador da
violência na escola. (Efolio Global, 2020/21)
Para os autores é necessária a regulação dos conflitos nos ambientes escolares por maio de
processos com normas claras, uniformes, e bem definidas para ajudarem na coesão e justiça das
tomadas de decisão. Não existindo critérios bem definidos, ocorrem diferentes interpretações
suscetíveis da livre interpretação e livre-arbítrio dos responsáveis. É mais comum do que o
desejável a aplicação de medidas sancionatórias, como a suspensão ou a expulsão, de alunos com
comportamentos perturbadores da ordem instituída, mas estas medidas não resolvem os problemas,
apenas os transferem do espaço da escola para o exterior, causando interrupções no percurso
educativo do aluno e não contribuindo para a compreensão das causas do problema e para a sua
resolução. O ambiente nas escolas tem influência no número de casos-problema e no
desenvolvimento do caminho para a sua resolução. Assim, se houver envolvimento por parte de
professores, funcionários, e até de outros alunos, bem como das famílias, instituições, etc, no
sentido da criação de um ambiente empático e positivo, estando todos atentos aos sinais de
comportamentos perturbadores, e se houver uma ação imediata, concertada, demonstrando atitudes
de tolerância, aconselhamento e compreensão, estar-se-á a contribuir para o melhor em ambiente
escolar. A escola também se deve adaptar às características sociais locais desenvolvendo e
sustentando equipas com estratégias inovadoras previamente definidas. A sobrelotação escolar bem
como a degradação das instalações põe à prova a capacidade de organização das escolas, devendo
estas tentar evitar que esses problemas despoletem mais casos de violência escolar perturbando o
bom ambiente escolar.
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A resposta deve abordar os seguintes aspetos que contribuem para a potenciação da violência nas
escolas:
● Controlo disciplinar:
● Clima de escola
2. Supondo que era diretor de uma escola e que se defrontava com fenómenos de
violência escolar, esboço um plano de intervenção com base em Sebastião et al (2013,
anexoE), Para a resolução da situação com as estratégias que visem: (EfolioG 2020/21
e de 2021/2022) 3 valores/12)
A. Antecipar o aparecimento de situações violentas
-A. Sebastião et al (2013) refere que antecipação e prevenção de conflitos nas escolas é o fator
chave que contribui para a construção de um ambiente seguro e pacífico nas escolas. Para construir
estratégias de intervenção eficazes a que identificar e delimitar o problema, com as suas fragilidades
e potencialidades através de um diagnóstico, sendo necessário definir claramente estratégias a
utilizar e a partilhar com todos, bem como definir objetivos e metas concretas. O objetivo principal
é tentar evitar o fator surpresa e encarar os acontecimentos com racionalidade. Torna-se necessário
definir estratégias e mecanismos de atuação.
Daí a importância de possuir uma estrutura organizada e bem articulada, com base na colaboração e
diálogo de todos os elementos da comunidade educativa (Direção, Coordenação, Diretores de
Turmas, professores, funcionários, famílias, autarquia e outros agentes sociais), uma vez que um
plano de intervenção para a prevenção de conflitos se deve estender a todos os aspetos da vida dos
alunos, de modo a promover processos de regulação que contribuam para a mudança do
comportamento de todos. Criaria uma equipa que seria responsável por colocar em prática o plano
estratégico de ação. Os seus elementos, diferentes agentes sociais, deveriam agir de forma
coordenada, em rede, com uma liderança baseada nos princípios da partilha e da democracia. A
equipa deveria então antecipar e prevenir desenvolvendo um plano de atuação com as funções de
guia para a orientação e supervisão das atividades a promover. Promoveria sessões de sensibilização
orientadas para a alteração de comportamentos e melhoria do ambiente escolar, recorrendo, por
exemplo, a intervenção da Escola Segura no sentido de proporcionar sessões de esclarecimento
acerca da violência e promovendo atividades multidisciplinares na sequência da dita intervenção
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dos agentes da Escola Segura. Seguidamente, e ainda dentro dessas atividades, com a colaboração
dos professores de Português e Cidadania, simularia situações de conflito a serem dramatizadas
pelos alunos partindo de imagens ou vídeos, dando lugar à discussão das diferentes possibilidades
de resposta e consequências para os indivíduos envolvidos, com o intuito de chegar a uma resolução
possível
uniformes e justos para que as ocorrências sejam resolvidas rápida e atempadamente; substituiria,
dentro do razoável, por medidas de caráter pedagógico e corretiva.
- Mediar e acompanhar: este princípio consiste no acompanhamento e mediação da escola e
instituições envolvidas através da uniformização de instrumentos de mediação participação dos
intervenientes na tomada de decisão, pelo acompanhamento tutorial das vítimas e agressores por
largos períodos através do treino de competências sociais e pessoais dos alunos reincidentes.
- Avaliar e monitorizar: procederia à uniformização dos processos de monitorização, de modo a
permitir a sua afinação e ajustamento estratégicos e também para avaliar a eficácia das estruturas
de apoio, como os gabinetes da intervenção comunitários ou escolares.
- Reforçar e difundir: este princípio consiste na difusão e reforço enquanto elementos essenciais
numa estratégia de intervenção com a intenção de estabilizar o plano de ação, difundir ações da
informação das estratégias e objetivos definidos, e promover o envolvimento das lideranças de
modo a obter mais apoios, ferramentas e recursos que proporcionem a melhoria da segurança na
escola.
Como diretora da escola apostaria na educação para a cidadania democrática e na prevenção da
violência , pois a escola constitui-se como um espaço privilegiado para a construção identitárias
dos estudantes, contando para isso com a participação e colaboração de parceiros exteriores à
escola – famílias, instituições, comunidades, autarquias, etc. - na medida em que estes programas
envolvem custos, principalmente a nível de recursos humanos.
4. Tendo por base as leituras efetuadas de acordo com Sebastião et al, 2013, aprofunde e
explore os elos de ligação entre os seguintes conceitos palavras-chave:
transformações no sistema educativo e violência na escola (Efólio A 2022, 3/4 valores)
R: a adaptação da escola às transformações das sociedades contemporâneas é um elemento-chave
na compreensão da relevância social atribuída à violência na escola.
contextos nacionais e locais e a perceção do aumento das situações de risco na infância são
fatores isoladamente ou de forma cruzada conduziram a um aumento da preocupação sobre
a segurança nas escolas e se traduziram em políticas e medidas diversas num número
crescente de países (Sebastião, Alves e Campos, 2010)
⮚ também são desafios específicos para cada escola os efeitos do prolongamento generalizado
confronto das sociedades com a imprevisibilidade, pois instituições centrais, como por
exemplo a escola, parecem perder a capacidade para proporcionar um sentido de ordem e
continuidade no quadro de vida dos grupos e indivíduos.
⮚ A sensação de segurança face ao futuro que a escola dava às novas gerações converte-se
num sentimento de incerteza quanto aos benefícios potenciais da educação, uma procura
desencantada de educação (Grácio,2008), resultante das transformações radicais no
mercado de trabalho (Canário, 2008). Esta transformação teve efeitos particulares em
Portugal, uma vez que o desencanto ocorreu sobretudo em indivíduos provenientes de
grupos sociais pouco escolarizados cujas famílias realizaram esforços significativos para
que os seus filhos atingissem níveis elevados de escolaridade.
escola como um contexto cada vez mais heterogéneo e conflitual, um espaço inseguro ou
mesmo potencialmente perigoso, contribuindo deste modo para mudar as conceções sociais
sobre as condições em que a violência se desenvolve (Sebastião, Alves e Campos, 2010)
escolares como de educação não formal e informal, cuja ação se pode centrar em
indivíduos - e no seu desenvolvimento e inserção social - ou em grupos - com uma dimensão
coletiva e de coesão social (Luison & Valestro,2004).
atitudes reativas ou agressivas. A mediação como método de recomposição pacífica de relações humanas
tem a expressão através das técnicas por via das quais as pessoas em conflito expõem os seus pontos de
vista, ouvem-se mutuamente, compreendem-se, respeitam-se, conversam, com o objetivo de encontrar
resoluções aceitáveis por ambas as partes de modo a chegarem a um acordo.
A resposta deve efetuar a seguinte distinção:
- Explica que a mediação, enquanto método de resolução e gestão alternativa de conflitos, é uma
técnica que através da intervenção de um terceiro imparcial, as pessoas em conflito colocam as
suas questões em disputa com o objetivo de arranjar opções de resolução do mesmo e chegar a um
acordo que seja aceitável entre as partes;
- Explica que a mediação enquanto meio de regulação social e de recomposição pacífica de
relações humanas procure facilitar a ligação entre a escola, a família, e a comunidade centrando
se na valorização da comunicação, na aceitação e Assunção das diferenças, trabalhando no
sentido do desenvolvimento de competências socio comunicacionais e sinergias mútuas,
valorizando positivamente o conflito e desenvolvendo competências para promover a cidadania e a
participação dos cidadãos na resolução dos seus problemas.
VIEIRA 2011
Para Vieira e Vieira, 2011, “o aumento da diversidade de públicos na escola portuguesa têm
originado políticas diferentes das respostas escolares habituais, procurando passar do ensino
uniforme, transmissivo e expositivo, indiferente à diversidade, para um ensino centrado na
organização e gestão de situações diferenciadas e interativas de aprendizagem que contemple o
trabalho social na própria escola” (p.1).
Explica afirmação e fundamente como se pode gerir as tensões socioculturais nas escolas de Hoje
de acordo com os autores.
Devido ao aumento exponencial da multiculturalidade e da universidade de alunos na escola,
assistiu se a alterações NOS métodos de ensino ditos tradicionais. De um ensino uniforme,
expositivo essencialmente transmissivo avô de conteúdos científicos, passou-se para um ensino
mais organizado em torno das necessidades do aluno e da escola e na diferenciação pedagógica, o
que inclui ações interativas com o trabalho social, contudo, ainda hoje há professores e escolas que
não acompanham esta necessária transformação. Criaram-se projetos de apoio às escolas, na medida
em que nem todos os professores têm competências para responder às necessidades de um leque tão
amplo de alunos com interesses, culturas e necessidades diferenciadas. Assim, tem vindo a dotar-se
ou de agrupamentos escolares com equipas de apoio com profissionais sociais como educadores
sociais, técnicos de serviço social, mediadores, e outros, que trabalhando cooperativamente com os
professores tentam responder às responsabilidades e solicitações da escola actual. A integração de
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equipas multidisciplinares, como o caso dos projetos TEIP (territórios educativos de intervenção
prioritária ao aluno e à família) e dos GAAF (gabinete do poio aos alunos e às famílias) têm sido
mais valias para as escolas, na medida em que fazem uma melhor ligação entre a escola, o aluno e a
família. Que diz respeito ao projeto TEIP, este ainda pode trazer vantagens não só do ponto de vista
pedagógico, mas também financeiro e económico, contribuindo para o financiamento de alguns
projetos da escola e até para o melhoramento das condições físicas da mesma.
1.Segundo Perrenoud (2011), “deve-se utilizar a diferença intencional entre benefício dos alunos
fazendo discriminações positivas com a finalidade de atenuar as desigualdades e criar alternativas para
ajudar os alunos com menos rendimentos escolar” (Vieira e Vieira, 2014: 115) (Efolio G 29 de setembro
de 2022)
A.explica a importância da prática de um ensino diferenciado como forma de construir uma
escola inclusiva e emancipatória.
Segundo os autores, o grande desafio que se põe às escolas, hoje, é o de lidar com a diversidade e a
multiculturalidade dentro da escola, sem impor uma cultura homogeneizante, de modo que ninguém
seja excluído numa escola que é de todos e para todos. Na escola inclusiva os alunos aprendem em
conjunto, independentemente da diversidade ou das dificuldades que apresentam. Aquela deve
adaptar-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem dos alunos de modo a garantir aprendizagens
significativas e profundas para todos através da flexibilização curricular, de uma boa organização
escolar, da cooperação com a comunidade, de uma boa utilização de recursos, e da diferenciação
pedagógica, através de práticas colaborativas e cooperativas. A diferenciação pedagógica consiste
na construção de estratégias diversificadas para trabalhar com cada tipo de aluno de acordo com os
seus processos cognitivos. Não passa pela colocação dos semelhantes em turmas alternativas, mas
sim de fazer flexibilização curricular de modo que o mesmo curriculum adquira sentido para todos e
para cada aluno. Para Perrenoud (2021), deve fazer-se discriminações positivas com o objetivo de
diminuir as desigualdades e criar alternativas para auxiliar os alunos com mais dificuldades ou
menos rendimento escolar, pelo que se devem orientar as tarefas para que o aluno tenha acesso a
situações didáticas significativas tendo em conta o seu background cultural. A diferenciação
pedagógica contribui para a escola inclusiva, para todos os alunos, independentemente do seu sexo,
cor, origem religião, condição física, social ou intelectual.
projeto que proporciona às escolas mais recursos facilitadores de novos projetos sociais e de
mediação socioeducativa, logo, beneficia alunos e os profissionais da escola podendo proporcionar
melhores condições físicas de trabalho para todos eles. Em comum têm o fato de ambos os projetos
privilegiarem o trabalho cooperativo e em parcerias, por imposição legal (TEIP) ou como meio de
subsistência do próprio projeto (GAAF).
2.Identifique e explique as condições que promovem a escola inclusiva, de acordo com Vieira e Vieira
tendo em consideração a pedagogia social e a mediação socio pedagógica.
Linhas orientadoras, sugestivas de possíveis itens a incluir e a desenvolver na resposta:
-Aplicar em pedagogia diferenciada tendo em conta as diferenças dos alunos sem deixar que cada
sujeito se feche na sua singularidade, no seu nível, na sua cultura de origem.
-Espírito de abertura da escola à comunidade obriga a outro trabalho socioeducativo com mediação
socio pedagógica e de trabalho social na escola. O professor, por muito multifacetado que seja, nem
sempre está preparado para este tipo de trabalho, embora, por vezes, o tento fazer por voluntarismo.
⮚ Criar condições materiais que permitam às escolas dotar-se de equipas de técnicos superiores
de trabalho social TSTS (educadores sociais, técnicos de serviço social, mediadores, outros
trabalhadores sociais…) que, em conjunto com os professores respondam à multiplicidade de
solicitações e responsabilidades que são pedidos á atualmente escola.
-Mudança de paradigma onde o professor terá de pensar a educação também para além da sala de
aula. Urge uma pedagogia social e uma mediação intercultural no campo educativo.
-Igualdade, um dos fundamentos da educação inclusiva, onde as diferenças são valorizadas em vez de
criticadas e inibidas. Deste ponto de vista, o normal é o aluno diferente e o aluno padrão não existirem.
-A aprendizagem cooperativa pode ser considerada uma boa estratégia para fomentar a educação
intercultural na sala de aula assumindo o professor o papel de mediador de aprendizagens.
-O desafio que se põe à escola de Hoje é o de receber, ensinar e lidar com todos os alunos sem pôr uma
cultura homogeneizante (Rosales, 2009) para que ninguém se sinta excluído.
-Incluir todos nas suas diferenças possibilita aumentar o conhecimento, as aptidões cognitivas, bem
como a dimensão social e pessoal, concebendo oportunidades para que os alunos aprendam em conjunto
fazendo das diversidades a principal fonte de aprendizagem.
-Criar situações de aprendizagem perante a diferença passa a ser um desafio para a escola e para os
professores que devem aproveitar esta situação para desenvolver a sua criatividade. Trata-se de aprender a
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trabalhar com a diferença para que cada um possa viver com a sua diferença é o grande desafio da escola e
dos seus profissionais e é isso que vai fazer mudar tudo.
4. Para Vieira e Vieira, 2014 “A grande questão da pedagogia diferenciada é, justamente, é de como ter
em conta as diferenças de cada aluno sem deixar que cada um se faz na sua singularidade e
exclusivamente na sua cultura de origem” (página 114).
Explique a afirmação dos autores e que esclareça a importância das pedagogias diferenciadas para o
reforço da escola inclusiva de acordo com os autores acima referidos. (15 linhas, 2 valores, e fólio global
2022).
Segundo os autores, o grande desafio que se põe às escolas, hoje, é o de lidar com a diversidade e a
multiculturalidade dentro da escola, sem impor uma cultura homogeneizante, de modo que ninguém
seja excluído numa escola que é de todos e para todos. Na escola inclusiva os alunos aprendem em
conjunto, independentemente da diversidade ou das dificuldades que apresentam. Aquela deve
adaptar-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem dos alunos de modo a garantir aprendizagens
significativas e profundas para todos através da flexibilização curricular, de uma boa organização
escolar, da cooperação com a comunidade, de uma boa utilização de recursos, e da diferenciação
pedagógica, através de práticas colaborativas e cooperativas. A diferenciação pedagógica consiste
na construção de estratégias diversificadas para trabalhar com cada tipo de aluno de acordo com os
seus processos cognitivos. Não passa pela colocação dos semelhantes em turmas alternativas, mas
sim de fazer flexibilização curricular de modo que o mesmo curriculum adquira sentido para todos e
para cada aluno. Para Perrenoud (2021), deve fazer-se discriminações positivas com o objetivo de
diminuir as desigualdades e criar alternativas para auxiliar os alunos com mais dificuldades ou
menos rendimento escolar, pelo que se devem orientar as tarefas para que o aluno tenha acesso a
situações didáticas significativas tendo em conta o seu background cultural. A diferenciação
pedagógica contribui para a escola inclusiva, para todos os alunos, independentemente do seu sexo,
cor, origem religião, condição física, social ou intelectual.
De acordo com Perrenoud, 2001: 26-27) deve fazer-se discriminações positivas dos alunos para atenuar as
desigualdades e criar alternativas para ajudar os alunos com menos rendimento escolar. Daí a importância
do ensino diferenciado.
Diferenciar e disponibilizar-se para construir estratégias para trabalhar com os alunos considerados mais
difíceis. Avaliação deve ser diferenciada e essencialmente qualitativa.
Diferenciar não deverá ser pondo autonomamente todos os semelhantes numa turma alternativa, como
ocorreu em parte com os currículos alternativos. Trata-se, antes, de flexibilizar, curricularmente, de forma
que o mesmo currículo possa fazer sentido para cada aluno.
Perrenoud (2001: 26-27) dá, mais recentemente, a seguinte definição possível de diferenciação do ensino:
“diferenciar é organizar as interações e as atividades de modo que cada aluno seja confrontado
constantemente, ou ao menos com bastante frequência, com as situações didáticas mais fecundas para
ele”.
O desafio que se põe à escola de hoje é o de receber, ensinar e lidar com todos estes alunos sem impor
uma cultura homogeneizante (Rosales, 2009), para que ninguém se sinta excluído, ou desenquadrado num
espaço que é de todos e para todos, especialmente aqueles alunos que não se reconhecem na cultura da
escola.
Incluir todos, nas suas diferenças, possibilita aumentar o conhecimento, as aptidões cognitivas, bem como
a dimensão social e pessoal, concebendo oportunidades para que os alunos aprendam em conjunto,
fazendo da(s) diversidade(s) a principal fonte de aprendizagem.
A escola inclusiva deve ser para todos os alunos, independentemente do seu sexo, cor, origem religião,
condição física, social ou intelectual.
Criar situações de aprendizagem perante a diferença passa a ser um desafio para a escola e para os
professores, que devem aproveitar esta situação para desenvolver a sua criatividade.
Incluir não é tolerar o outro. Trata-se de respeitar. Como reforça Skiliar (2006:30), “tolerar o outro e deixar
claro que ele é moralmente censurável, detestável, e que nós somos generosos ao lhe permitir continuar
vivendo - ou sobrevivendo – nessa’ condição’ de diversidade de alteridade”
.Bibliografia
Tema 1 SERRATE, R. (2014). Bullying na escola. Bookout Serviços.
SEBASTIÃO, J., CAMPOS, J., MERLINI, S. & CHAMBINO, M. (2013). Estratégias de Intervenção
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Tema 2 OLIVEIRA, A., FREIRE, I. (2009). Sobre... a mediação Sócio- Cultural. Alto Comissariado para a
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Tema 3 VIEIRA, A. & VIEIRA, R. (2011). Trabalho social e mediação sociopedagógica: análise
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VIEIRA, A. & VIEIRA, R. (2014). Pedagogia social e mediação sociopedagógica como processos
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