Possibilidades de Atuação No Sistema Único de Saúde - Práticas Cognitivas e Comportamentais - Secad

07/03/24, 01:00 POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PRÁTICAS COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS - SE…
PROPSICO 󰅖 󰐍 󰂜 󰘥
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Ciclo 8 󰅀
Ciclo 7 󰅀
󰅀
Ciclo 6
󰍝
POSSIBILIDADES DE
Volume 4
ATUAÇÃO NO
SISTEMA ÚNICO DE
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica
SAÚDE: PRÁTICAS
󱀉
Intervenção para crianças e adolescentes
com transtorno de ansiedade social COGNITIVAS E
Possibilidades de atuação no sistema único
COMPORTAMENTAIS
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e
comportamentais Antônio Gabriel Araújo Pimentel de Medeiros
Resiliência na infância: promoção e

󱀉 avaliação clínica
> OBJETIVOS
󱁯 Informações DOI do Volume Ao final da leitura deste capítulo, o leitor

será capaz de
reconhecer com clareza os princípios

󰍝 Volume 3
ideológicos e organizativos do Sistema
Único de Saúde (SUS) e suas
possibilidades de atuação;
󰍝 Volume 2
descrever os princípios das terapias
cognitivo-comportamentais (TCCs) que
podem ser aplicados no contexto de
󰍝 Volume 1
atendimento do SUS;
identificar as congruências e a
adequação das TCCs no SUS;
Ciclo 5 󰅀 utilizar estratégias interventivas
cognitivas e comportamentais;
Ciclo 4 󰅀
https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/possibilidades-de-atuacao-no-sistema-unico-de-saude-praticas-cognitivas-e-comportamentais 1/121
adequar e planejar atuações no SUS
PROPSICO 󰅖 fundamentadas nas TCCs; 󰂜

󰐍
explicar a necessidade de estimular a
󰘥
󰁍 ir para a página do programa atuação e a pesquisa para a construção
󰍉
de uma prática baseada nas TCCs no
Aa
âmbito do SUS.
Ciclo 8 󰅀
> ESQUEMA CONCEITUAL
Ciclo 7 󰅀 +
󰅀
Ciclo 6
󰍝
Volume 4

󱀉 com transtorno de ansiedade social

> INTRODUÇÃO
comportamentais
O SUS é um dos maiores sistemas públicos

de saúde do mundo e tem em sua
estrutura e políticas públicas um modelo
para outros países. Sendo o único a
󱁯 Informações DOI do Volume garantir em sua proposta assistência
integral e gratuita, foi criado em 1988 pela
Constituição Federal, teve seu
󰍝 Volume 3 funcionamento estruturado em 1990 com
a Lei Orgânica de Saúde,1 assim
permanecendo até os dias de hoje.
󰍝 Volume 2
Desde 1990, o SUS vem se desenvolvendo
em diversas atividades nos setores de
atenção à saúde. No campo das práticas
󰍝 Volume 1
psicossociais, em diferentes contextos e
níveis de complexidade, a atuação de
profissionais de psicologia vem crescendo
Ciclo 5 󰅀 em número e importância. Com
possibilidade de atuação da atenção
Ciclo 4 󰅀
básica, passando pela Rede de Atenção
PROPSICO 󰅖
Psicossocial (RAPS), à 󰂜
󰐍
hospitalar,
psicólogas e psicólogos atuam em prol da
󰘥
󰁍 ir para a página do programa promoção, da prevenção e da intervenção
em 󰍉
Aasaúde mental.
As intervenções realizadas por

Ciclo 8 󰅀 profissionais de psicologia não possuem
uma base teórica e prática predefinida,
mantendo-se apenas o respeito à política
Ciclo 7 󰅀
de saúde e a seus pilares éticos. Sousa e
󰅀 Pereira,2 há cerca de 10 anos, já
Ciclo 6 apresentavam prerrogativas para a
utilização da TCC no SUS, a favor da
󰍝 sustentação da visão de um usuário
Volume 4 autônomo, participativo e protagonista do
próprio cuidado. É sobre essas e outras
possibilidades que o presente capítulo se
ocupa. Como pode o campo das práticas
cognitivas e comportamentais inserir-se na
Intervenção para crianças e adolescentes atuação em saúde pública?
> COMO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Possibilidades de atuação no sistema único FUNCIONA?
comportamentais Universalidade, integralidade e equidade
são os três princípios ideológicos que dão
base para o funcionamento do SUS. Toda a
população tem direito de acesso a serviços
gratuitos de saúde, sendo suprida
󱁯 Informações DOI do Volume integralmente em todas as suas
necessidades a fim de prevenir doenças e
promover saúde nas diferentes fases da
󰍝 Volume 3 vida. Sustentar equidade como princípio é
reconhecer que diferentes serviços
precisam ser dispensados a diferentes
󰍝 Volume 2 pessoas.3
O olhar equânime não é o

󰍝 Volume 1
da igualdade, pois quando
usuários são vistos em sua
integralidade, alguns
Ciclo 5 󰅀
precisarão de mais ou
Ciclo 4 󰅀
menos e de diferentes
PROPSICO 󰅖 suportes.3
󰐍 󰂜 󰘥
󰁍 ir para a página do programa A criação do SUS, no fim da década de
1980,
󰍉
Aa não marca o começo de sua história,
que é construída desde a década de 1970
Ciclo 8 󰅀 pelos movimentos da Reforma Sanitária e
da Reforma Psiquiátrica. Ambos foram
compostos por profissionais, militantes, e
Ciclo 7 󰅀 pela população em geral, a fim de
democratizar e humanizar a saúde no
󰅀 Brasil. O primeiro culminou na VIII
Ciclo 6
Conferência Nacional de Saúde, em 1986,
a qual teve grande influência na
󰍝
Volume 4
Assembleia Constituinte de 1988.3 Já o
segundo teve como mote o fechamento
dos hospitais psiquiátricos, locais
oficialmente destinados ao cuidado de
pacientes com transtornos mentais.
Intervenção para crianças e adolescentes Operacionalmente, o SUS apresenta

󱀉 com transtorno de ansiedade social princípios organizativos:
Possibilidades de atuação no sistema único descentralização;

󱀉 de saúde: práticas cognitivas e regionalização;
comportamentais
hierarquização;
participação social.
󱀉 avaliação clínica Por ser um sistema que abarca um país de
dimensões continentais, destacam-se a
Emenda Constitucional nº 29, de 13 de
󱁯 Informações DOI do Volume
setembro de 2000,4 e a Resolução nº 322,
de 8 de maio de 2003, do Conselho
Nacional de Saúde (CNS).5 A primeira
󰍝 Volume 3
determina a administração e o
financiamento em um modelo tripartite:
União, Estados e Distrito Federal e
󰍝 Volume 2
municípios. O compartilhamento de gestão
dos recursos, implantação e manutenção
dos serviços e políticas favorecem maior
󰍝 Volume 1
área de cobertura, bem como a
possibilidade de que Estados e municípios
Ciclo 5 󰅀 possam atender às suas necessidades
específicas. Já a segunda garante a
correção dos repasses do Governo Federal
Ciclo 4 󰅀
de acordo com a variação do PIB, assim
PROPSICO 󰐍
atualizando o valor investido. 󰂜
󰅖 󰘥
O princípio da
Aa 󰍉 hierarquização traz ao
debate a organização da
Ciclo 8 󰅀 prestação de serviços por
níveis de complexidade. A
integralidade estimula a
Ciclo 7 󰅀
prevenção e a promoção de
󰅀 saúde como prioridades, as
Ciclo 6 quais são propícias para
uma maior participação
󰍝 popular na construção do
Volume 4 cuidado. O chamado
controle social possibilita
que a população esteja à
frente de decisões sobre o
próprio cuidado, dos
Intervenção para crianças e adolescentes familiares, bem como das
󱀉 com transtorno de ansiedade social decisões que gerenciam e
direcionam as políticas
Possibilidades de atuação no sistema único públicas e a prestação de
serviços.
comportamentais

󱀉 avaliação clínica A Figura 1 mostra uma representação dos
níveis de complexidade em saúde.
󱁯 Informações DOI do Volume +
󰍝 Volume 3
󰍝 Volume 2
CIAMS: Centro Integrado de Atenção
Médico Sanitária; CAIS: Centro de Atenção
󰍝 Volume 1 Integral à Saúde; CTA: Centro de Testagem
e Aconselhamento; RAPS: Rede de
Atenção Psicossocial; USF: Unidade de
Ciclo 5 󰅀 Saúde da Família; UBS: Unidade Básica de
Saúde; ESF: Estratégia Saúde da Família;
Ciclo 4 󰅀
NASF: Núcleo Ampliado de Saúde da
PROPSICO 󰅖
Família. 󰂜 󰐍 󰘥
FIGURA 1: Níveis de complexidade em
saúde. // Fonte: Adaptada de Faleiros e
Aa 󰍉
colaboradores (2006);3 Conselho Nacional
de Secretários de Saúde (2003);6 Conselho
Ciclo 8 󰅀 Nacional de Secretários de Saúde (2007).7
Ciclo 7 󰅀 É possível entender a atuação nos

diferentes níveis de complexidade a partir
󰅀 de diferentes níveis de tecnologias em
Ciclo 6
saúde, a saber: leve, leve-dura e dura.
󰍝
Volume 4 Merhy8 propõe que a
tecnologia leve seja
compreendida como aquela
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica que produz vínculo. Segundo
o autor, são práticas (práxis)
psicossociais, como
󱀉 com transtorno de ansiedade social acolhimento, autonomização
e gestão participativa. As
Possibilidades de atuação no sistema único leve-duras são saberes bem
estruturados e
comportamentais
operacionalizáveis, como a
Resiliência na infância: promoção e psicoterapia, a clínica médica
󱀉 avaliação clínica e os levantamentos
epidemiológicos. As
tecnologias duras
são"equipamentos
tecnológicos”, como
máquinas, normas, estruturas
󰍝 Volume 3
e organizações.
󰍝 Volume 2
As tecnologias leves são
consideradas “trabalho
vivo”, responsáveis por dar
󰍝 Volume 1
vida às tecnologias leve-
duras e duras, que são
“trabalho morto”. Além de
Ciclo 5 󰅀 promover controle social, o
trabalho vivo permite o uso
Ciclo 4 󰅀
dinâmico das demais
PROPSICO 󰅖 󰐍
tecnologias e um󰂜 melhor
uso dos recursos públicos,
󰘥
󰁍 ir para a página do programa evitando a hospitalização
Aa 󰍉excessiva.8
Ciclo 8 󰅀 O SUS busca, mas ainda tem um longo
caminho a percorrer em “[...] dar respostas
efetivas às questões de saúde,
Ciclo 7 󰅀 preservando, contudo, a descentralização e
a participação da sociedade”.3 Buscando
󰅀 contribuir para essa efetividade, sem
Ciclo 6
pretensão de esgotar o tema ou preencher
todas as lacunas, será apresentado como
󰍝
Volume 4
as TCCs, que vêm ganhando espaço nos
setores público e privado, podem
contribuir com esse cenário, passando
pelos diferentes níveis de complexidade.
Mas, antes disso, faz-se importante uma
revisão desse campo teórico e de atuação.
> PSICOLOGIA COGNITIVA E
COMPORTAMENTAL
O campo das práticas cognitivas e
comportamentais
comportamentais vem se expandindo há
Resiliência na infância: promoção e mais de 60 anos. Segundo a American
󱀉 avaliação clínica Psychological Association (APA),9 a
psicologia cognitiva e comportamental (em
inglês, Cognitive and Behavioral
Psychology) compreende o entendimento
e a prática
󰍝 Volume 3 da análise comportamental aplicada;

da terapia comportamental;
da terapia e da psicologia cognitiva;
󰍝 Volume 2 das teorias da aprendizagem social;
das teorias de processamento
emocional;
󰍝 Volume 1 das teorias do processamento de
informação.
Ainda segundo a APA,9 os psicólogos

Ciclo 5 󰅀
dessa área utilizam-se de tratamentos
baseados em evidências em pesquisas,
Ciclo 4 󰅀
que são adaptados às pessoas de forma
PROPSICO 󰅖 󰐍󰂜 com
individualizada. Além disso, trabalham
conceitualização de caso e avaliam
󰘥
󰁍 ir para a página do programa constantemente a efetividade de suas
intervenções,
Aa 󰍉
a fim de adaptar o
tratamento conforme as necessidades do
Ciclo 8 󰅀 paciente.
Com o objetivo de contribuir com a

melhora da qualidade de vida da
Ciclo 7 󰅀
população, psicólogos comportamentais e
󰅀 cognitivos auxiliam no manejo de
Ciclo 6 problemas nos níveis comportamental,
cognitivo e emocional. A partir da
󰍝 pesquisa, do treinamento, da formação e
Volume 4 da prática clínica, estão habilitados a
cuidar de diversas demandas em clínicas,
hospitais, escolas, empresas, instituições
prisionais ou socioeducativas,
comunidades e domicílios. No Brasil, já
Intervenção para crianças e adolescentes existem estudos focados na construção de
󱀉 com transtorno de ansiedade social evidências no contexto da saúde. Os
trabalhos de Toledo e colaboradores,10
Possibilidades de atuação no sistema único para tricotilomania, Salum e
colaboradores, 11 para transtornos de
comportamentais
ansiedade na infância, e El Rafihi-Ferreira e
Resiliência na infância: promoção e colaboradores,12 para insônia, são bons
󱀉 avaliação clínica exemplos disso.
Por critérios históricos e epistemológicos,

󱁯 Informações DOI do Volume costuma-se dividir a psicologia cognitiva e
comportamental em três “ondas”. Cada
uma composta por modelos explicativos e
󰍝 Volume 3 abordagens clínicas. Para uma maior
especificidade, a partir de agora, o termo
TCC será utilizado, visto que a discussão se
󰍝 Volume 2 direciona a esses modelos e abordagens.
Por extrapolar o objetivo deste capítulo,
será realizada uma breve apresentação de
󰍝 Volume 1 cada onda.13
A chamada primeira onda, análise

Ciclo 5 󰅀 comportamental clínica, concentra as
práticas alinhadas aos princípios da
aprendizagem do Behaviorismo. A partir
Ciclo 4 󰅀
dos esforços de nomes como Pavlov,
PROPSICO 󰅖 󰂜 󰐍
Thorndike e Skinner, foram desenvolvidas
técnicas a partir de métodos focados nos
󰘥
󰁍 ir para a página do programa condicionamentos respondente (estímulo
󰍉
ᾆ Aaresposta) e operante (estímulo ᾆ
resposta ᾆ consequência) para o
Ciclo 8 󰅀 tratamento de comportamentos-
problema. 13,14
Praticada a partir da década de 1950, é

Ciclo 7 󰅀
possível citar o desenvolvimento de
󰅀 técnicas como a de dessensibilização
Ciclo 6 sistemática, de Wolpe, a de exposição, de
Eysenck,13,14 ambas para comportamentos
󰍝 fóbicos e evitativos.
Volume 4
A segunda onda ganha força nos anos
1960 com a influência da psicologia
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica cognitiva e dos estudos sobre
processamento da informação. O foco
recai sobre a mudança cognitiva por meio
da reestruturação (mudança) do conteúdo
de crenças (estruturas cognitivas que
Possibilidades de atuação no sistema único determinam a percepção de si, dos outros
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e e do futuro, influenciando diretamente os
comportamentais
processos emocionais e
comportamentais). 13,14
󱀉 avaliação clínica A mudança cognitiva trazida pela segunda
onda surge, entre outras, da crítica da
suposta incapacidade de as terapias
antecessoras alcançarem comportamentos
complexos, pois esses seriam mediados
pela cognição. Fortemente influenciados
󰍝 Volume 3
por nomes como Albert Bandura, não seria
mais o ambiente o principal determinante
do comportamento, mas a mediação dos
󰍝 Volume 2
processos cognitivos.13,14
A TCC é uma das abordagens mais

󰍝 Volume 1
difundidas no Brasil. A partir do modelo de
Beck, inúmeros estudos para testagem da
sua eficácia no tratamento de diferentes
Ciclo 5 󰅀 transtornos mentais foram realizados. Com
o foco na construção de protocolos para
Ciclo 4 󰅀
diversos transtornos mentais, buscou
PROPSICO 󰅖
potencializar 󰂜 󰐍
intervenções
comportamentais também pela mudança
󰘥
󰁍 ir para a página do programa cognitiva (pensamentos, regras,
pressupostos
Aa 󰍉
e crenças disfuncionais).13,14
A terceira onda contempla as terapias

Ciclo 8 󰅀 comportamentais contextuais, que
retomam o foco no comportamento em
Ciclo 7 󰅀 seu contexto. Nesse “retorno” à psicologia
comportamental, ocorrido entre as
󰅀 décadas de 1980 e 1990, a mudança
Ciclo 6 cognitiva deixa de ser o foco na maioria
das intervenções.13,14
󰍝 Com práticas focadas na disposição em
Volume 4
aceitar sem julgamentos experiências
privadas desconfortáveis (pensamentos e
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica emoções) que não são passíveis de
controle ou alteração por si mesmas, as
terapias contextuais propõem
intervenções baseadas em aceitação e
mindfulness (ou atenção plena). Aqui, a
Possibilidades de atuação no sistema único mudança cognitiva e a regulação
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e emocional dependem da mudança
comportamentais
comportamental com foco no contexto, a
fim de alterar as consequências das ações
󱀉 avaliação clínica nele ocorridas. Para essas práticas, o foco
deixa de ser o conteúdo dos pensamentos
e passa a ser a forma como o sujeito se
󱁯 Informações DOI do Volume relaciona com eles.13,14
Os modelos citados alcançam uma maior

aproximação com a prática clínica,
󰍝 Volume 3
preenchendo parte das lacunas deixadas
pelas práticas comportamentais de
primeira onda, além de serem mais
󰍝 Volume 2
integrativos. A Terapia de aceitação e
compromisso (em inglês, Acceptance and
Commitment Therapy [ACT]) e a Terapia
󰍝 Volume 1
comportamental dialética (em inglês,
Dialectical Behavior Therapy [DBT]) são
Ciclo 5 󰅀 duas das principais representantes da
terceira onda das TCCs.13,14
Ciclo 4 󰅀
Apesar de partirem de diferentes raízes
PROPSICO epistemológicas, na prática há󰂜

󰅖 󰐍
um diálogo
entre as diferentes ondas. A segunda
󰘥
󰁍 ir para a página do programa geração já propunha um ecletismo prático.
󰍉
OAamesmo pode se dizer das terapias
contextuais. O olhar atual para as práticas
Ciclo 8 󰅀 cognitivas e comportamentais aponta para
o seu reconhecimento como uma grande
área em que orbitam diversos modelos
Ciclo 7 󰅀 teóricos distintos e práticas que se
aproximam em sua execução e objetivos,
󰅀 mas se diferenciam em suas interpretações
Ciclo 6
e desdobramentos.
󰍝 A fim de ilustrar o que fora apresentado

Volume 4 anteriormente, o Quadro 1 apresenta as
características centrais que definem o
campo aqui discutido.
QUADRO 1

comportamentais

󰍝 Volume 3
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
CARACTERÍSTICAS CENTRAIS DAS

PROPSICO 󰅖TERAPIAS COGNITIVAS E 󰂜 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa COMPORTAMENTAIS
Científica:
Aa 󰍉
compromisso com uma
abordagem científica precisa, avaliada e
Ciclo 8 󰅀 empiricamente apoiada.
Ativa: os pacientes devem fazer algo

Ciclo 7 󰅀 para lidar com seus problemas e não
somente falar sobre eles. Busca-se a
󰅀 ação, tanto dentro da sessão como fora
Ciclo 6
dela, pelo uso de tarefas de casa.
󰍝 Colaborativa: terapeuta e paciente

Volume 4 levantam hipóteses, discutem, definem
metas e realizam feedback de forma
conjunta. Uma boa aliança terapêutica é
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica um importante fator de mudança e
avanço no tratamento.
Intervenção para crianças e adolescentes Focada no presente: os terapeutas
partem da premissa de que os problemas
dos pacientes que ocorrem no presente
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e são influenciados por condições do
comportamentais
presente. Assim, os procedimentos
empregados visam à mudança de fatores
󱀉 avaliação clínica atuais que afetam o comportamento.
Focada na aprendizagem
(psicoeducativa): a ênfase na
aprendizagem, assumindo que a maioria
dos problemas comportamentais é
desenvolvida, mantida e mudada
󰍝 Volume 3
primariamente por meio da
aprendizagem.
󰍝 Volume 2
Individualizada: as circunstâncias
específicas perante as quais os
problemas ocorrem e as características
󰍝 Volume 1
pessoais dos pacientes são levadas em
consideração.
Ciclo 5 󰅀 Progressiva: com frequência se move do

mais simples ao mais complexo, do mais
fácil ao mais difícil, ou do menos ao mais
Ciclo 4 󰅀
ameaçador.
PROPSICO Breve: a abordagem 󰐍

󰅖 󰂜 󰘥
é relativamente
󰁍 ir para a página do programa breve, envolvendo, com frequência,
menos tempo global do que outras
Aa 󰍉
abordagens. A duração do tratamento e
das intervenções varia conforme a
Ciclo 8 󰅀 complexidade e a gravidade do
problema. Em geral, a duração será maior
Ciclo 7 󰅀 quanto mais complexo e grave o
problema for.
Ciclo 6
󰅀 // Fonte: Adaptado de Lucena-Santos e
colaboradores (2015).13
󰍝 Os critérios de escolha pela intervenção

Volume 4 devem seguir o que advoga o campo da
prática baseada em evidências (PBE):
melhor evidência disponível, perícia do
profissional e cultura e preferências do
paciente. As terapias de segunda e terceira
Intervenção para crianças e adolescentes gerações são mais ecléticas em sua prática
󱀉 com transtorno de ansiedade social e reconhecem a importância dos processos
cognitivos e verbais na psicopatologia e no
Possibilidades de atuação no sistema único tratamento.
comportamentais
A postura do terapeuta também é ponto-
chave no desenvolvimento de qualquer
󱀉 avaliação clínica intervenção. Identificada como vetor para
a mudança, é preciso estar atento para o
que a figura do profissional representa
󱁯 Informações DOI do Volume para o processo. Entre outras, algumas
competências do terapeuta cognitivo e
comportamental são ilustradas no Quadro
󰍝 Volume 3 2.
QUADRO 2
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
COMPETÊNCIAS BÁSICAS PARA

PROPSICO 󰅖TERAPEUTAS COGNITIVO- 󰂜 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa COMPORTAMENTAIS
Aa
Trabalho 󰍉
focado na resolução de
problemas e na psicoeducação do
Ciclo 8 󰅀 paciente.
Estruturação das intervenções, solicitar e

Ciclo 7 󰅀 trabalhar com feedback e manejo do
tempo de sessão.
󰅀 Aceitação radical do paciente (mas não
Ciclo 6
do problema) e confrontação empática.
󰍝 Identificação dos processos clínicos e

Volume 4
dos objetivos terapêuticos.
Identificação de fatores longitudinais

󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica (predisponentes e protetores),
transversais (desencadeantes e de
manutenção) e descritivos (problemas
󱀉 com transtorno de ansiedade social apresentados) das queixas do paciente.
Uso de linguagem direta, natural e

󱀉 de saúde: práticas cognitivas e reforçadora, a fim de abordar temas
comportamentais complexos com maior clareza ao
paciente.
󱀉 avaliação clínica Identificação de habilidades e de
recursos prévios do paciente que
possam ser utilizados no enfrentamento
do problema.
Promoção do desenvolvimento e da
󰍝 Volume 3 manutenção de habilidades e estratégias
de enfrentamento.
Orientação e manejo com familiares

󰍝 Volume 2
envolvidos no tratamento.
Criatividade e flexibilidade para adaptar

󰍝 Volume 1 as intervenções às características,
condições e preferências do paciente.
Ciclo 5 󰅀 Reforço a comportamentos próximos ou

que alcançam o alvo da intervenção a
fim de promover a modelagem do
Ciclo 4 󰅀
comportamento.
PROPSICO 󰅖 󰐍e estratégias
Apropriação de técnicas 󰂜 󰘥 a
serem utilizadas durante a intervenção
para realização em conjunto com o
Aa
paciente. 󰍉
Ciclo 8 󰅀 Formulação e conceitualização do caso
para maior clareza na escolha das
intervenções.
Ciclo 7 󰅀
Sensibilidade a questões culturais e
󰅀 socioeconômicas.
Ciclo 6
// Fonte: Adaptado de Alves (2016);15
Beck (2021);16 Roth e Pilling (2007);17
󰍝
Volume 4
Scotton e colaboradores (2021);18Young e
colaboradores (2008).19
O rico e plural campo de abordagens,

󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica técnicas e procedimentos construiu um
robusto corpo de pesquisas, ainda em
Intervenção para crianças e adolescentes crescimento e aprimoramento, que
󱀉 com transtorno de ansiedade social fortalece as evidências de eficácia para
diferentes quadros psicopatológicos,
Possibilidades de atuação no sistema único populações e contextos. Estabelecem-se
como centrais para diferentes
comportamentais
problemáticas e perfis de pessoas e
Resiliência na infância: promoção e intervenções focadas na
mudança do comportamento;
exposição a estímulos aversivos;
󱁯 Informações DOI do Volume aquisição de habilidades sociais (HSs);
modificação de pensamento e aceitação;
mindfulness.
󰍝 Volume 3
Apesar da efetividade das práticas nos
contextos de intervenção serem
amplamente testadas e sistematizadas,
󰍝 Volume 2
para o SUS, isso não é uma realidade. A fim
de atualizar e instigar o leitor, os próximos
tópicos objetivam argumentar, a partir de
󰍝 Volume 1
pesquisas em serviços públicos e
comunitários de saúde, assim como
Ciclo 5 󰅀 proposições a partir de práticas bem
estabelecidas, as possibilidades de
construção, adaptação e efetivação de
Ciclo 4 󰅀
intervenções cognitivas e
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜 para
comportamentais na saúde pública
além da psicoterapia.
󰘥
Aa 󰍉
ATIVIDADES
Ciclo 8 󰅀
Ciclo 7 󰅀
1. Qual o papel do pilar “equidade”
󰅀 do SUS?
Ciclo 6 A) Garantir o direito de acesso a
serviços de saúde de forma
󰍝 gratuita.
Volume 4
B) Suprir integralmente as
necessidades a fim de prevenir e
promover saúde aos usuários.
C) Reconhecer se os usuários
estão tendo cuidados de acordo
Intervenção para crianças e adolescentes com a sua demanda, recebendo
󱀉 com transtorno de ansiedade social diferentes cuidados.
D) Assegurar a igualdade de
cuidado para todos, seguindo um
comportamentais protocolo básico de atenção à
saúde.
Resiliência na infância: promoção e Confira aqui a resposta
2. Leia com atenção e relacione as

descrições a seguir às respectivas
características das TCCs.
I. Terapeuta e paciente levantam
󰍝 Volume 3
hipóteses, discutem, definem
metas e realizam feedback de
forma conjunta. Uma boa aliança
󰍝 Volume 2
terapêutica é um importante fator
de mudança e avanço no
tratamento.
󰍝 Volume 1
II. Os pacientes devem fazer algo
para lidar com seus problemas e
não somente falar sobre eles.
Ciclo 5 󰅀 Busca-se a ação, tanto dentro da
Ciclo 4 󰅀
sessão como fora dela pelo uso de
PROPSICO 󰅖 tarefas de casa.

󰐍 󰂜
III. As TCCs frequentemente se
󰘥
󰁍 ir para a página do programa movem do mais simples ao mais
Aa 󰍉
complexo, do mais fácil ao mais
difícil, ou do menos ao mais
Ciclo 8 󰅀 ameaçador.
Assinale a alternativa com as

relações corretas.
Ciclo 7 󰅀
A) I — Focada no presente, II —
󰅀 Breve, III — Científica.
Ciclo 6 B) I — Ativa, II — Breve, III —
Psicoeducativa.
󰍝 C) I — Feedback constante, II —
Volume 4 Ativa, III — Estruturada.
D) I — Colaborativa, II — Ativa, III
— Progressiva.
Confira aqui a resposta

3. As competências do terapeuta são
importantes para a efetividade de
Possibilidades de atuação no sistema único sua prática. Com relação a essas
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e competências, marque V
comportamentais
(verdadeiro) ou F (falso).
___ Foco na resolução de problemas
󱀉 avaliação clínica e na psicoeducação.
___ Psicoeducação e liderança nas
tomadas de decisão.
󱁯 Informações DOI do Volume ___ Criatividade e flexibilidade na
adaptação da atuação.
___ Formulação e conceitualização
󰍝 Volume 3 de caso.
Assinale a alternativa que apresenta

a sequência correta.
󰍝 Volume 2
A) V — V — F — F
B) V — F — V — V
C) F — V — F — V
󰍝 Volume 1
D) F — F — V — F
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
> ATENÇÃO BÁSICA: A “PORTA DE
PROPSICO 󰅖 󰂜DE
ENTRADA” DO SISTEMA ÚNICO
SAÚDE
󰐍 󰘥
Um dos diferenciais da atenção básica ou
Aa 󰍉
primária é o de ser capaz de suportar a
parcela dominante das demandas do SUS,
Ciclo 8 󰅀 evitando assim a superlotação de serviços
de média e alta complexidade, assim como
Ciclo 7 󰅀 o de encaminhar corretamente, caso seja
necessário.3,8
󰅀 O vínculo é o primeiro, e principal, vetor de
Ciclo 6
promoção e prevenção em saúde. As
equipes de Saúde da Família, em suas
unidades e no Núcleo Ampliado de Saúde
󰍝
Volume 4
da Família (NASF), utilizam-se dele para
favorecer o controle social e a adesão e a
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica autonomia no cuidado. Possui íntima
ligação com nível de autocuidado, relação
com o território (por exemplo, vizinhança,
rua ou bairro) e com a possibilidade de um
trabalho continuado de educação em
Possibilidades de atuação no sistema único saúde.3,8
Aqui, já é possível compreender uma
comportamentais
congruência de visões entre a atuação na
Resiliência na infância: promoção e atenção básica e as TCCs. Para a segunda,
󱀉 avaliação clínica a aliança terapêutica é um dos pilares para
uma intervenção bem-sucedida, podendo
ser estabelecida conforme a modalidade
de atuação.20
A construção colaborativa das

󰍝 Volume 3 intervenções fortalece o vínculo, processo
chamado aliança terapêutica, pois é a
partir do relato de vida, das
󰍝 Volume 2 potencialidades e problemáticas do
paciente (usuário, na linguagem do SUS)
que se faz possível uma relação de
󰍝 Volume 1 confiança e o intercâmbio de saberes para
a construção da intervenção.20 Apesar da
existência de uma gama de protocolos e
Ciclo 5 󰅀 técnicas, eles exigem a criatividade e a
colaboração para o fim único de ajudar
Ciclo 4 󰅀
quem recebe a intervenção a ser o seu
PROPSICO 󰅖
“próprio terapeuta”. 󰂜 󰐍 󰘥
O controle social e a
Aa 󰍉 educação em saúde são
processos
Ciclo 8 󰅀 interdependentes que se
reforçam reciprocamente. A
educação em saúde tem
Ciclo 7 󰅀
caráter informativo e
󰅀 formativo, não se reduzindo
Ciclo 6 à mera transmissão da
informação. Ela precisa ser
󰍝 discutida, apropriada e
Volume 4 transformada à realidade do
usuário. Pensar no sujeito
integral do SUS é
compreender que sua saúde
vai além dos sintomas e
Intervenção para crianças e adolescentes doenças, mas, em sua
󱀉 com transtorno de ansiedade social prevenção, está na
promoção de hábitos
Possibilidades de atuação no sistema único saudáveis e cidadãos, bem
como na qualificação e no
comportamentais
cuidado mútuo no
Resiliência na infância: promoção e território. 21 Essa lógica é
󱀉 avaliação clínica crucial para a mudança da
realidade e das condições
de bem-estar da população.
Os profissionais necessitam
conhecer a realidade do
território por quem lá vive.
󰍝 Volume 3
Em geral, as TCCs compreendem que o ser

󰍝 Volume 2 humano é reciprocamente influenciado
pelo ambiente. Ao passo que o indivíduo é
capaz de modificá-lo, para melhor ou pior,
󰍝 Volume 1 também tem seu comportamento alterado
por ele.22,23
Toda a aprendizagem de repertórios

Ciclo 5 󰅀
cognitivos e comportamentais é construída
por meio de mecanismos fisiológicos
Ciclo 4 󰅀
(respondente), experiência direta
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜 social e
(operante), observação (modelação
simbólica), bem como pelas relações
󰘥
󰁍 ir para a página do programa simbólicas construídas arbitrariamente por
meio 󰍉
Aa da linguagem, por três níveis de
determinação: filogenia (características
Ciclo 8 󰅀 evolutivas, mas também epigenéticas),
ontogenia (características pessoais) e
cultura (por exemplo, família, religião,
Ciclo 7 󰅀 cidade, país).22,23
Ciclo 6
󰅀 A inserção do profissional de psicologia
no território permite, pela observação e
pelo vínculo, realizar a leitura dos
󰍝 fatores psicossociais e sanitários que
Volume 4
influenciam na qualidade de vida e no
bem-estar. Faz-se possível compreender
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica crenças, conflitos, qualidade das
interações e comportamentos de risco
que visam a compensar o sofrimento e
󱀉 com transtorno de ansiedade social surgem enquanto problemáticas e
consequências da realidade em que se
Possibilidades de atuação no sistema único vive.
comportamentais
Toda intervenção exige uma compreensão
do território, pois é lá que o
󱀉 avaliação clínica comportamento é modelado, crenças são
construídas e vínculos são formados.
󱁯 Informações DOI do Volume > NÍVEIS DE COMPLEXIDADE E

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
󰍝 Volume 3
A seguir será discutida a atuação do
psicólogo no SUS na atenção secundária,
na atenção terciária e na RAPS, e serão
󰍝 Volume 2
apresentadas a referência no cuidado e as
modalidades de atendimento.
󰍝 Volume 1
> ATENÇÃO SECUNDÁRIA: A BUSCA
POR ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
Ciclo 5 󰅀 Para profissionais de psicologia, a atenção
secundária, ou de média complexidade,
Ciclo 4 󰅀
abraça os atendimentos em centros
PROPSICO 󰅖
especializados, como
󰐍
o 󰂜CTA,
ambulatórios, onde é comum a atuação em
e
󰘥
󰁍 ir para a página do programa psicoterapia individual e grupal. Há ainda a
possibilidade
Aa 󰍉 de acompanhamento do
paciente no leito em internações básicas.24
Ciclo 8 󰅀 Iniciando pelos centros especializados e
tomando o CTA como exemplo, a atuação
acontece por meio de entrevistas, escutas
Ciclo 7 󰅀
individuais e facilitação de grupos.
󰅀 Especializado em testagem e
Ciclo 6 aconselhamento de pessoas com infecções
sexualmente transmissíveis (ISTs), trata-se
󰍝 de um trabalho delicado e que pode
Volume 4 requerer maior tempo e atenção. O
caminho da revolta à aceitação do
diagnóstico, bem como da ressignificação
ao enfrentamento, pode durar um tempo
considerável.25
󱀉 com transtorno de ansiedade social Apesar de se propor como uma
intervenção breve, o trabalho com as
TCCs considera breve o período de
resposta mínimo do paciente,
comportamentais
levando em conta fatores protetores
Resiliência na infância: promoção e e desencadeantes de seu problema,
assim como as possíveis recaídas em
comportamentos de risco.

Os psicólogos recebem a demanda
encaminhada pela atenção básica, os
Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) e
󰍝 Volume 3
dispositivos de média e alta complexidade.
O encaminhamento geralmente vem da
equipe de referência, de um psiquiatra do
󰍝 Volume 2
ambulatório, da equipe do CAPS ou dos
profissionais que acompanharam o período
de internação.26,27
󰍝 Volume 1
O atendimento ambulatorial só deve

Ciclo 5 󰅀 ser acionado quando a demanda
extrapola as possibilidades dos
atendimentos na atenção básica ou
Ciclo 4 󰅀
não se configura como crise psiquiátrica,
PROPSICO 󰅖
CAPS.26,27
󰐍
do contrário, o cuidado󰂜cabe ao
󰘥
Aa 󰍉O processo
psicoterapêutico exigirá do
Ciclo 8 󰅀 profissional competência de
conceitualização de caso,
conhecimento da
Ciclo 7 󰅀
abordagem que melhor
󰅀 responda aos problemas do
Ciclo 6 usuário, bem como estar
atento à sua própria perícia
󰍝 e ao perfil do atendido. Vale
Volume 4 lembrar que no SUS é
comum o atendimento a
pessoas com menor nível
de instrução, o que precisa
ser visto de forma natural e
Intervenção para crianças e adolescentes apenas como uma variável
󱀉 com transtorno de ansiedade social para a construção do plano
de tratamento.
comportamentais
Por ser um processo mais amplo e
complexo, o conteúdo apresentado na
󱀉 avaliação clínica seção “Possibilidades de atuação”
representa procedimentos e processos
clínicos que podem fazer parte do plano de
󱁯 Informações DOI do Volume intervenção que compõe o tratamento.
O trabalho em internações básicas requer

um duplo acompanhamento: paciente e
󰍝 Volume 3
acompanhantes. Os processos de
hospitalização, mesmo os mais simples,
costumam atravessar a experiência
󰍝 Volume 2
psicoemocional. Diante disso, visitas aos
leitos, respostas às solicitações de
atendimentos pontuais, feedback com a
󰍝 Volume 1
equipe médica e diálogo com os familiares
são as suas principais atribuições.27
Ciclo 5 󰅀
/ ATUAÇÃO NA REDE DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL
Ciclo 4 󰅀
A RAPS é o coração da Saúde Mental no
PROPSICO 󰅖
SUS. As equipes normalmente
󰐍
󰂜 estão
alocadas nos CAPS, que são classificados
󰘥
󰁍 ir para a página do programa em três tipos: transtornos mentais, álcool e
outras
Aa 󰍉
drogas e infância e adolescência.
Desde o início dos anos 2000, a RAPS é
Ciclo 8 󰅀 inserida como modelo substitutivo aos
hospitais psiquiátricos. Graças à reforma
psiquiátrica, o cuidado é realizado em
Ciclo 7 󰅀 liberdade, no território e nos vários
dispositivos de saúde que o SUS oferece.26
󰅀
Ciclo 6 Alguns CAPSs estão abertos 24 horas por
dia e possuem leitos para internação. Esses
󰍝 são chamados “CAPS tipo III”. Além dos
Volume 4 CAPSs, há as residências terapêuticas,
onde residem antigos internos dos
hospitais psiquiátricos não direcionados às
suas famílias ou aos usuários da RAPS que
precisam desse cuidado específico. As
Intervenção para crianças e adolescentes residências são adaptadas para essas
󱀉 com transtorno de ansiedade social pessoas, acompanhadas 24 horas por dia
por equipes multidisciplinares, além de
Possibilidades de atuação no sistema único frequentarem o CAPS para inserção nas
atividades do serviço e avaliação
comportamentais
psiquiátrica.26
󱀉 avaliação clínica As equipes são responsáveis pelo
acompanhamento dos usuários em grupos
terapêuticos, atendimentos individuais
󱁯 Informações DOI do Volume pontuais e visitas domiciliares. Também
são acionadas e, em parceria com a
atenção básica, realizam matriciamento
󰍝 Volume 3 nas unidades para discussão de casos e
construção do projeto terapêutico singular
(PTS) e para facilitar ações psicoeducativas
󰍝 Volume 2 no território.26 Grande parte da demanda
são os transtornos mentais graves. Apesar
disso, toda condição considerada crise,
󰍝 Volume 1 para além do diagnóstico e em seu sentido
biopsicossocial, é demanda a esses
serviços.
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
Alguns usuários dos

PROPSICO 󰅖 serviços 󰐍 󰂜
da RAPS, 󰘥
em
󰁍 ir para a página do programa especial aqueles com

experiência nos hospitais
Aa 󰍉 psiquiátricos, costumam ser
estigmatizados e tendem a
Ciclo 8 󰅀 ocupar cada vez menos os
espaços públicos da cidade,
bem como tornam-se
Ciclo 7 󰅀
crônicos no serviço. Os
󰅀 CAPSs têm a importante
Ciclo 6 missão de abertura ao
território, à cidade. Todas as
󰍝 aproximações entre SUS e
Volume 4 TCCs também cabem aqui.
Por isso, as ações do CAPS
precisam ser realizadas
também no território, a fim
proporcionar oportunidades
Intervenção para crianças e adolescentes de autonomia para os
󱀉 com transtorno de ansiedade social usuários que, muitas vezes,
passam 10, 20, 30 ou mais
Possibilidades de atuação no sistema único anos sem frequentar
espaços públicos.28
comportamentais

󱀉 avaliação clínica / ATENÇÃO TERCIÁRIA: ATUAÇÃO NOS
SERVIÇOS DE ALTA COMPLEXIDADE
A atuação nos serviços de alta

complexidade compreende maternidades,
acompanhamento de pacientes
oncológicos, em hemodiálise e
󰍝 Volume 3
transplantados, unidade de terapia
intensiva (UTI) e acompanhamento no pré
e no pós-operatório, incluindo avaliação
󰍝 Volume 2
psicológica para autorização, quando
necessário, como em casos de cirurgia
bariátrica, laqueadura e transplantes de
󰍝 Volume 1
órgãos.27
No hospital, são encontrados outros

Ciclo 5 󰅀 settings pouco tradicionais para o
profissional acostumado com a clínica
Ciclo 4 󰅀
realizada em consultório: as enfermarias e
PROPSICO UTIs. O trabalho, assim como 󰂜

󰅖 󰐍
em todos os
outros níveis de atenção, é realizado por
󰘥
󰁍 ir para a página do programa equipes fixas ou itinerantes. Em contextos
específicos,
Aa 󰍉
como UTIs e centros de
tratamento de hemodiálise, é garantido
Ciclo 8 󰅀 por lei que haja profissional de psicologia
fixo na equipe.29,30
Ciclo 7 󰅀
O ambiente hospitalar tem
󰅀 a dupla função de ser um
Ciclo 6 lugar de nascimento e de
morte. Aqui as intervenções
󰍝 podem ser pontuais, muitas
Volume 4 vezes em caráter de
plantão, ou o
acompanhamento em
caráter ambulatorial e após
o tratamento. O profissional
Intervenção para crianças e adolescentes vai até o paciente, e não o
󱀉 com transtorno de ansiedade social contrário. Também há a
possibilidade do
Possibilidades de atuação no sistema único acompanhamento de
pacientes que se deslocam
comportamentais
ao hospital para
Resiliência na infância: promoção e tratamentos específicos,
󱀉 avaliação clínica como quimioterapia e
hemodiálise, assim como de
pacientes hospitalizados
(por exemplo, cuidados
paliativos).27
As práticas psicológicas no
󰍝 Volume 3
ambiente hospitalar ainda
contemplam os
acompanhantes, também
󰍝 Volume 2
chamados cuidadores
informais, sendo um
importante elo entre
󰍝 Volume 1
família, paciente e
instituição. Está nas
Ciclo 5 󰅀 atribuições do profissional
prestar apoio durante todo
o processo de adoecimento
Ciclo 4 󰅀
e luto, promovendo apoio e
PROPSICO 󰅖 󰐍 󰂜pessoas
segurança a essas
que em geral são familiares
󰘥
󰁍 ir para a página do programa ou amigos.27
Aa 󰍉
O sofrimento psicoemocional possui
Ciclo 8 󰅀 estreita relação com o processo de
adoecimento em si, sendo fator para
manutenção, agravo ou melhora no
Ciclo 7 󰅀 quadro. Nessa área, chamada de cuidados
paliativos, trabalhos que envolvam o
󰅀 manejo da dor, estratégias de alívio e
Ciclo 6
identificação e trabalho dos aspectos
cognitivos e emocionais que atravessam a
󰍝
Volume 4
experiência do adoecimento podem trazer
conforto e propiciar a aceitação enquanto
encorajamento.31,32
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica O trabalho de avaliação psicológica é

garantido pelo SUS como forma de
Intervenção para crianças e adolescentes propiciar segurança na execução de
󱀉 com transtorno de ansiedade social cirurgias, por exemplo, de laqueadura e
bariátrica. Recentemente, pessoas
Possibilidades de atuação no sistema único transexuais conquistaram o direito de
receber todo o tratamento, incluindo
comportamentais
cirurgia de redesignação sexual, de forma
Resiliência na infância: promoção e gratuita.33 No processo, o psicólogo é
󱀉 avaliação clínica chamado tanto para acompanhamento pré
e pós-operatório quanto para avaliação
psicológica, a fim de garantir que a escolha
não fora tomada atravessada por variáveis
além do próprio desejo de se reconhecer
em seu corpo.27
󰍝 Volume 3
/ CONSIDERAÇÕES À REFERÊNCIA NO
CUIDADO E AS MODALIDADES DE
󰍝 Volume 2
ATENDIMENTO
A lógica do SUS é a de uma grande rede

󰍝 Volume 1 que interliga todos os seus pontos. Por
isso, não há um dispositivo ou lugar
específico para o cuidado em saúde
Ciclo 5 󰅀 mental. Em um primeiro momento, tende-
se a pensar que o CAPS ou o ambulatório
Ciclo 4 󰅀
de psicologia ou psiquiatria seriam
PROPSICO prontamente referenciados. 󰂜

󰅖 󰐍 Mas uma
análise de fato alinhada à lógica da rede é:
󰘥
󰁍 ir para a página do programa nem sempre. Esses serviços podem ser
prontamente
Aa 󰍉
acionados, mas todo usuário
com alguma demanda de saúde mental
Ciclo 8 󰅀 está em crise para ser referenciado ao
CAPS? Ou tem perfil para psicoterapia?
As USFs e os NASFs estão também

Ciclo 7 󰅀
alinhados como dispositivos da RAPS. Essa
󰅀 é uma discussão que foge do objetivo do
Ciclo 6 capítulo. Entretanto, uma alternativa que
pode vir a ser efetiva e a identificar a
󰍝 necessidade de acompanhamento, para
Volume 4 além dos atendimentos na USF e
domiciliar, são as intervenções em grupo.
Essas práticas possibilitam uma melhor
organização dos processos de trabalho,
ampliam a capacidade assistencial,
Intervenção para crianças e adolescentes podendo também ampliar a sua
󱀉 com transtorno de ansiedade social qualidade.34 Aqui, o NASF tem um papel
de destaque.
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e Consistindo em uma equipe
comportamentais
multidisciplinar, as intervenções têm o
objetivo de apoiar na consolidação da
󱀉 avaliação clínica atenção básica, trabalhando na discussão
de casos, nas intervenções e na realização
de atendimentos conjuntos, seja na USF ou
󱁯 Informações DOI do Volume no território, proporcionando apoio
matricial. Esses encontros costumam
ocorrer nos diferentes dispositivos dos
󰍝 Volume 3 níveis de atenção. O cuidado com o
usuário é compartilhado e apoiado por
uma visão multiprofissional.34,35
󰍝 Volume 2
No SUS, as intervenções em grupo são as
mais incentivadas. Têm baixo custo, alto
alcance, fortalecem o vínculo e o
󰍝 Volume 1
protagonismo de seus integrantes e
promovem a formação de um saber
Ciclo 5 󰅀 popularmente construído. Elas não são
exclusivas de profissionais que orientam
suas práticas com as TCCs, tampouco de
Ciclo 4 󰅀
psicólogos. Entretanto, é essa categoria
PROPSICO profissional que costuma 󰂜

󰅖 󰐍
capitanear
grupos onde a saúde mental está em
󰘥
󰁍 ir para a página do programa foco.13
Aa 󰍉
Toda prática em TCCs é
Ciclo 8 󰅀 gradual, orientada a
objetivos, estruturada,
e busca ser breve.13
Ciclo 7 󰅀
Independentemente de
󰅀 o grupo ser
Ciclo 6 considerado aberto ou
fechado, precisará de
󰍝 algum nível de
Volume 4 planejamento e deverá
ser orientado a ter um
fim, mesmo que seja
reiniciado depois. E isso
independe da demanda,
Intervenção para crianças e adolescentes apesar de sua influência
󱀉 com transtorno de ansiedade social na duração e nos
procedimentos
Possibilidades de atuação no sistema único escolhidos.
comportamentais
Para além do protocolo orientado

󱀉 avaliação clínica para a queixa, é possível pensar em
grupos de acompanhamento
psicológico para gestantes, pessoas
󱁯 Informações DOI do Volume LGBTQIA+ e em reinserção à
sociedade, como os internos em
centros de ressocialização e ex-
󰍝 Volume 3 pacientes de hospitais psiquiátricos.
Serão levados em consideração os
estudos e experiências encontradas
󰍝 Volume 2 no Brasil, proposições de pesquisas
estrangeiras que podem ser
adaptadas ao contexto brasileiro,
󰍝 Volume 1 além de inferências e comunicações
com outros profissionais da área.
O nível de complexidade do caso,
Ciclo 5 󰅀 considerando fatores
biopsicossociais, será o principal
Ciclo 4 󰅀
marcador para avaliar o local de
PROPSICO 󰅖 referência no cuidado. A 󰂜

󰐍
preferência
sempre será a atenção básica e o
󰘥
󰁍 ir para a página do programa território, mas os CAPSs devem ser
Aa 󰍉
referenciados em situação de crise, bem
como convidados a comporem as
Ciclo 8 󰅀 intervenções nesse nível de assistência.
Os hospitais e CAPSs são dispositivos
transicionais, temporários e com maior
Ciclo 7 󰅀 fluxo de usuários.35
Após a constatação da remissão da crise
󰅀 ou alta do internamento, o usuário volta
Ciclo 6
ao território e pode ser encaminhado
também a um serviço ambulatorial a fim
󰍝 de receber cuidados especializados, como
Volume 4
psicoterapia. Essa dinâmica amplia o
processo de referência e
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica contrarreferência entre os dispositivos,
pois o cuidado deve permanecer
compartilhado. Esse é mais um exemplo
󱀉 de apoio matricial.35
com transtorno de ansiedade social

comportamentais É preciso ressaltar que as demandas
podem atravessar-se. Um usuário em uso
Resiliência na infância: promoção e problemático de substâncias pode estar
apresentando altos níveis de ansiedade ou
autoestigma. Uma pessoa com algum
󱁯 Informações DOI do Volume quadro, clínico ou subclínico (quadros em
que os sintomas não pontuam o suficiente
para determinado diagnóstico), ou de
󰍝 Volume 3 depressão, pode apresentar ou não
sintomas psicóticos positivos, como
alucinações. Diante disso, a intervenção
󰍝 Volume 2 precisa ser elaborada com base no perfil
do grupo, ou do indivíduo.36
Por mais que seja focal, há o risco de não

󰍝 Volume 1
se prestar um serviço efetivo sem estar
atento às diferentes manifestações do
sofrimento. Respeitando os limites da
Ciclo 5 󰅀 intervenção proposta da psicologia e do
serviço, a rede precisa ser articulada, e
Ciclo 4 󰅀
diferentes intervenções por diferentes
PROPSICO 󰅖 󰐍
profissionais são referenciadas󰂜ao usuário
em meio à sua participação ativa na
󰘥
󰁍 ir para a página do programa tomada das decisões.36
Aa 󰍉
No sentido estrito da palavra, a
psicoterapia (individual ou em grupo) será
Ciclo 8 󰅀 encontrada nos serviços ambulatoriais. As
chamadas escutas clínicas, o plantão
psicológico ou o atendimento
Ciclo 7 󰅀
multidisciplinar não se configuram como
󰅀 psicoterapia. O mesmo vale para os
Ciclo 6 grupos, voltados mais à promoção e
prevenção, à transmissão de informação,
󰍝 ao treino de habilidades, aos grupos
Volume 4 terapêuticos nos CAPSs e ao cuidado na
crise ou na urgência. De qualquer modo,
isso não inviabiliza a escolha por práticas
cognitivas e comportamentais.
As intervenções focais, progressivas e

potencializadoras do sujeito corroboram
todo o campo teórico e prático aqui
Possibilidades de atuação no sistema único discutido. O diferencial talvez esteja na
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e estruturação e no planejamento das
comportamentais
sessões ou encontros.

ATIVIDADES
4. Observe as afirmativas sobre os

󰍝 Volume 3
três níveis de complexidade em
saúde.
I. O CRAS está inserido entre os
󰍝 Volume 2
serviços de atenção secundária.
II. A atenção primária abarca a maior
parcela das demandas do SUS,
󰍝 Volume 1
sendo geralmente por ela o
acesso do usuário ao sistema.
Ciclo 5 󰅀 III. Os serviços ambulatoriais, como a
psicoterapia, são em geral
referenciados a partir das equipes
Ciclo 4 󰅀
de Saúde da Família nas UBSs e
PROPSICO 󰅖 USFs.
󰐍 󰂜
IV. Os CAPSs realizam matriciamento
󰘥
󰁍 ir para a página do programa no território, a fim de integrar o
Aa 󰍉
trabalho da RAPS e da atenção
básica.
Ciclo 8 󰅀 Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a IV
B) Apenas a I e a III.
Ciclo 7 󰅀
C) Apenas a II e a III.
󰅀 D) Apenas a II, a III e a IV.
Ciclo 6 Confira aqui a resposta
󰍝
Volume 4 5. Com relação à atuação dos
profissionais de psicologia na
atenção secundária, assinale a
alternativa correta.
A) A atenção secundária abarca
apenas atendimentos em CAPSs.
B) A atuação do profissional nesse
nível ocorre apenas sob a forma
Possibilidades de atuação no sistema único individual e em caráter
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e emergencial.
comportamentais
C) O trabalho em internações
básicas requer que o profissional
󱀉 avaliação clínica acompanhe exclusivamente o
paciente.
D) O atendimento ambulatorial
󱁯 Informações DOI do Volume deve ser acionado apenas quando
a demanda extrapola as
possibilidades de atendimentos na
󰍝 Volume 3 atenção básica ou não se
configura como crise psiquiátrica.
󰍝 Volume 2
6. Com relação à atuação do

psicólogo na RAPS, assinale a
󰍝 Volume 1
A) Nos últimos tempos, a RAPS foi
substituída pelos hospitais
Ciclo 5 󰅀
psiquiátricos.
Ciclo 4 󰅀
B) A RAPS foi criada e atua
PROPSICO 󰅖 󰐍
exclusivamente com 󰂜 pacientes
com transtornos mentais leves.
󰘥
󰁍 ir para a página do programa C) Toda condição considerada
Aa 󰍉
como crise, para além do
diagnóstico e em seu sentido
Ciclo 8 󰅀 biopsicossocial, é demanda desses
serviços.
D) Os CAPSs realizam suas
Ciclo 7 󰅀 atividades exclusivamente de
maneira interna, protegendo os
󰅀 usuários da estigmatização por
Ciclo 6
parte da sociedade.
󰍝
Volume 4
7. Quanto à atuação dos

profissionais de psicologia na
atenção terciária, é correto afirmar
que
Intervenção para crianças e adolescentes A) ela se concentra
󱀉 com transtorno de ansiedade social exclusivamente no apoio a
pacientes em cuidados paliativos.
Possibilidades de atuação no sistema único B) nela as intervenções podem ser
pontuais, muitas vezes em caráter
comportamentais
de plantão, ou o
Resiliência na infância: promoção e acompanhamento em caráter
󱀉 avaliação clínica ambulatorial e após o tratamento.
C) nela são atendidos os pacientes
que buscam o profissional, e não o
contrário.
D) nela o acompanhamento inclui
os acompanhantes, mas apenas
󰍝 Volume 3
enquanto dure o processo de
doença do paciente.
󰍝 Volume 2 Confira aqui a resposta
> POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO

󰍝 Volume 1
Serão agora apresentadas algumas
estratégias cognitivas e comportamentais
que podem ser utilizadas em diferentes
Ciclo 5 󰅀
serviços, demandas e contextos em saúde
pública.
Ciclo 4 󰅀
/ PSICOEDUCAÇÃO
PROPSICO 󰅖
A psicoeducação se apresenta 󰐍
󰂜enquanto 󰘥
󰁍 ir para a página do programa uma técnica que tem o objetivo de ofertar
informações sobre doenças e transtornos
Aa
mentais, 󰍉
tratamento, prevenção e
37
conscientização em saúde. Não se trata
Ciclo 8 󰅀 da transmissão de informação, o que já
pode ser considerado terapêutico e
Ciclo 7 󰅀 passível de insights, mas de sensibilizar
para a necessidade do cuidado, do
󰅀 tratamento, bem como da potencialização
Ciclo 6 de estratégias de enfrentamento,
comportamentos e hábitos saudáveis. Mais
󰍝 do que uma técnica, ser psicoeducativo
Volume 4
pode ser encarado como mais uma das
bases da postura do profissional que atua
com a visão alinhada às TCCs. Ser
colaborativo e psoeducativo e confrontar
empaticamente favorece a ação.
Em revisão de literatura, Lemes e Ondere
Neto apontam que a psicoeducação pode
Possibilidades de atuação no sistema único ser direcionada a cuidadores e demais
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e redes de apoio do usuário, que também
comportamentais
passam por uma experiência de
sofrimento. Os autores relatam
󱀉 avaliação clínica experiências que vão além da atenção
básica, por exemplo:37
󱁯 Informações DOI do Volume salas de espera;

CAPS;
profilaxia no pré e no pós-cirurgia;
󰍝 Volume 3 grupos de adolescentes em uso de
álcool e outras drogas.
É possível pensar a psicoeducação como

󰍝 Volume 2
possibilidade de intervenção de base em
diversos contextos e níveis de
complexidade, da “porta de entrada” ao
󰍝 Volume 1
hospital.
Ciclo 5 󰅀 O trabalho com

psicoeducação mais
direcionado à
Ciclo 4 󰅀
instrumentalização das
PROPSICO 󰅖 󰐍
TCCs irá variar 󰂜de acordo
com a demanda. Em geral, é
󰘥
󰁍 ir para a página do programa possível psicoeducar sobre
Aa 󰍉emoções e suas funções,
manejo de crises de
Ciclo 8 󰅀 ansiedade, estratégias para
organização de rotina,
identificação de
Ciclo 7 󰅀 pensamentos automáticos e
sua influência em como o
󰅀 indivíduo se sente e se
Ciclo 6
comporta. Essa influência
refere-se aos pensamentos
󰍝 reativos a uma situação, em
Volume 4
geral de teor negativo e
pessimista, podendo
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica interferir na percepção
sobre o próprio evento.
Sendo o nível mais
superficial de cognição,
quando reforçados ou
Possibilidades de atuação no sistema único naturalizados, esses
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e pensamentos tendem a
comportamentais
criar regras, pressupostos e
comportamentos
󱀉 avaliação clínica compensatórios que, por
sua vez, têm relação direta
com a forma como enxerga-
󱁯 Informações DOI do Volume se a si mesmo, os outros e o
futuro.38
󰍝 Volume 3 O Quadro 3, a seguir, mostra algumas

possibilidades de psicoeducação.
󰍝 Volume 2 QUADRO 3
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
ALGUMAS POSSIBILIDADES DE
PROPSICO 󰅖PSICOEDUCAÇÃO 󰂜 󰐍 󰘥
Qualidade de vida: aquisição e
Aa
manutenção 󰍉
de hábitos saudáveis e
organização de rotina.
Ciclo 8 󰅀
Manejo de crises de ansiedade: função
da ansiedade para o organismo,
Ciclo 7 󰅀 percepção dos sinais de pré-crise,
explicação sobre a função das emoções,
󰅀 higiene do sono, exercícios de respiração
Ciclo 6
diafragmática, relaxamento muscular
progressivo, grounding*, identificação de
󰍝 pensamentos automáticos e referenciar
Volume 4
equipe para continuidade do cuidado.
Problemas interpessoais: comunicação

󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica assertiva, identificação de pensamentos
automáticos e de gatilhos para o
estresse e a raiva, exercícios de
󱀉 com transtorno de ansiedade social respiração diafragmática e relaxamento
muscular e referenciar equipe para
Possibilidades de atuação no sistema único continuidade do cuidado.
comportamentais
Pensamento ruminativo e demais
sintomas de humor: identificação de
󱀉 avaliação clínica pensamentos automáticos e de
comportamentos de isolamento e
inatividade, higiene do sono, noções de
󱁯 Informações DOI do Volume AC e explicação sobre a função das
emoções, como elas podem alterar o
humor e referenciar a equipe para a
󰍝 Volume 3 continuidade do cuidado.
Identificação de situação de
vulnerabilidade e/ou conflito:
󰍝 Volume 2
apresentar os dispositivos do SUS e
SUAS que podem auxiliar no cuidado da
redução da vulnerabilidade e suas
󰍝 Volume 1
repercussões na saúde mental (alertar às
equipes de referência do território).
Ciclo 5 󰅀 AC: ativação comportamental; SUS:
Sistema Único de Saúde; SUAS: Sistema
Ciclo 4 󰅀
Único de Assistência Social;
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜 no
*Conjunto de estratégias para foco
momento presente, em estímulos privados
󰘥
󰁍 ir para a página do programa ou externos, a fim de extinguir o hiperfoco
󰍉
noAaconteúdo de pensamentos e emoções
geradoras de pânico e outras queixas de
Ciclo 8 󰅀 ansiedade aguda.
// Fonte: Adaptado de Carvalho e
colaboradores (2019);39 Linehan (2017).40
Ciclo 7 󰅀
A psicoeducação elucida dúvidas, reduz a
󰅀 ansiedade e a tensão, conscientiza e
Ciclo 6 direciona à ação e aumenta a motivação
para o cuidado, independentemente da sua
󰍝 complexidade. Pode ser utilizada junto a
Volume 4 outras estratégias, como recomendações
de leitura, sugestões e treino de exercícios
de respiração e relaxamento, organização
de rotina, tomada de decisão e resolução
de problemas e comunicação assertiva. É
Intervenção para crianças e adolescentes de suma importância para a adesão a
󱀉 com transtorno de ansiedade social intervenções individuais e grupais, que
pode ser apoiada por recursos multimídia e
Possibilidades de atuação no sistema único lúdicos.39,41
comportamentais
/ MANEJO DE CONTINGÊNCIAS
󱀉 avaliação clínica Grupos para tabagistas, alcoolistas e
usuários de outras drogas são comuns no
SUS. Eles podem ocorrer tanto na atenção
󱁯 Informações DOI do Volume básica quanto nos CAPSs especializados
em álcool e outras drogas (CAPS AD). A
decisão para o fluxo do usuário depende
󰍝 Volume 3 de alguns critérios, entre eles a relação
com a substância, a quantidade do uso e a
sua relação com outras condições de
󰍝 Volume 2 saúde mental. Enquanto o CAPS AD
acolhe a crise psicossocial, na atenção
básica os grupos têm caráter de
󰍝 Volume 1 manutenção e prevenção ao uso, incluindo
a redução de danos.
Uma das intervenções amplamente

Ciclo 5 󰅀
utilizadas é o manejo de contingências
(MC). Com base na teoria da aprendizagem
Ciclo 4 󰅀
operante, trata-se de um plano de
PROPSICO 󰅖
reforçamento de 󰂜 󰐍
comportamentos
desejados visando a um objetivo a ser
󰘥
󰁍 ir para a página do programa estipulado em grupo. O MC também pode
ser
Aa utilizado󰍉 individualmente, em
psicoterapia ou em acompanhamento
Ciclo 8 󰅀 individual no próprio CAPS. No entanto,
será focado em seu formato grupal.
Retomando, esse objetivo pode ser
Ciclo 7 󰅀 abstinência, redução dos índices de
substância no organismo por meio de
󰅀 exames toxicológicos em amostras de
Ciclo 6
sangue ou urina, ou extinção de
comportamentos nocivos (por exemplo,
󰍝 vender objetos, fazer dívidas ou faltar ao
Volume 4
trabalho).42

Para maior aprofundamento,
recomenda-se apropriação
Intervenção para crianças e adolescentes da teoria e práticas
󱀉 com transtorno de ansiedade social baseadas na aprendizagem
operante, como a análise
Possibilidades de atuação no sistema único comportamental clínica.42
comportamentais
Durante a intervenção, também

󱀉 avaliação clínica ocorre psicoeducação, escuta ativa e
confrontação empática. O
profissional deve, ao estabelecer
󱁯 Informações DOI do Volume juntamente aos usuários os alvos do
grupo, apresentar as recompensas
quando ocorrem comportamentos
󰍝 Volume 3 saudáveis a fim de reforçá-los.42
O incentivo, chamado reforçamento

󰍝 Volume 2 arbitrário, visa a aumentar as chances de
repetição do comportamento-alvo. Esse
reforçamento precisa ser simbólico, desde
󰍝 Volume 1 incentivos e palavras de motivação a
pequenos brindes. A intenção é que, ao
perceber os ganhos de se atingir o alvo, a
Ciclo 5 󰅀 própria consequência seja naturalmente
reforçadora.42
Ciclo 4 󰅀
Podendo o MC tanto ser utilizado como
PROPSICO 󰅖 󰐍
parte da terapia individual ou 󰂜
de grupo no
ambulatório, quanto como intervenção
󰘥
󰁍 ir para a página do programa única no contexto da atenção básica (ou de
CAPS 󰍉
Aa AD), o psicólogo no contexto de
grupo deve ficar atento aos usuários que
Ciclo 8 󰅀 apresentam dificuldades para atingir os
comportamentos-alvo. Aqueles que os
alcançam podem servir como reforçadores
Ciclo 7 󰅀 ou inibidores dos demais. Não é uma boa
estratégia reforçar com incentivos além
󰅀 dos verbais quando não se alcança alguma
Ciclo 6
meta estabelecida.40
󰍝 É comum que terapeutas se sintam

Volume 4
constrangidos em fornecer
recompensas a alguns e a outros não.
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica Entretanto, é preciso reforçar
verbalmente o esforço (o que já pode
ser considerado um reforço
arbitrário), buscar que o usuário com
dificuldade compartilhe sua
Possibilidades de atuação no sistema único experiência e possa ser ajudado
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e pelos demais, devendo a ausência da
comportamentais
recompensa ser debatida em
grupo. 40
󱀉 avaliação clínica Outro ponto de atenção: usuários em
crise, recaídas ou que não desejam
estar em grupo podem terminar
estimulando os outros a usarem
alguma substância a partir dos seus
relatos ou de diálogos antes, durante
󰍝 Volume 3
ou após a intervenção grupal.40
Nesses casos, é interessante
referenciá-los ao CAPS AD e
󰍝 Volume 2
conversar com o grupo para
reestabelecer o contrato de
convivência.
󰍝 Volume 1
Os familiares podem participar do
processo, de modo a serem estímulos
reforçadores no dia a dia. Além disso,
Ciclo 5 󰅀 é possível fazer parcerias com
instituições e propor cursos
Ciclo 4 󰅀
profissionalizantes e de geração de renda,
PROPSICO 󰅖
arbitrário que possa
󰐍󰂜
por exemplo, como um reforçamento
influenciar
󰘥
󰁍 ir para a página do programa positivamente no prognóstico. O
tratamento
Aa 󰍉 medicamentoso também
deve ser incentivado e monitorado.
Ciclo 8 󰅀
Para Higgins e colaboradores,42 os
cuidados na operacionalização do MC são
Ciclo 7 󰅀 os vistos no Quadro 4.
󰅀 QUADRO 4
Ciclo 6
󰍝
Volume 4


comportamentais

󰍝 Volume 3
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
CARACTERÍSTICAS DO MANEJO DE
PROPSICO 󰅖CONTINGÊNCIAS 󰂜 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa Explicar de maneira cuidadosa os
Aa
detalhes 󰍉
da intervenção antes do
tratamento e fornecer uma descrição por
Ciclo 8 󰅀 escrito sempre que possível.
Identificar previamente os métodos a

Ciclo 7 󰅀 serem usados para verificar que a
resposta-alvo ocorreu e definir
󰅀 objetivamente a resposta (por exemplo,
Ciclo 6 resultados toxicológicos de urina
negativos para drogas) que está sendo
󰍝 visada pela intervenção de MC (por
Volume 4
exemplo, abstinência de drogas).
Descrever com clareza o cronograma,

󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica estipular a duração da intervenção e
monitorar o progresso frequentemente,
para propiciar oportunidades de
󱀉 com transtorno de ansiedade social experimentar as consequências
programadas (reforçadoras).
Apontar um único alvo comportamental
comportamentais em vez de múltiplos. Esse único alvo
pode ser dividido em comportamentos
Resiliência na infância: promoção e menores que servirão de passos para o
alvo (uso de estratégias de resolução de
problemas) e explicitar as consequências
󱁯 Informações DOI do Volume de “sucesso” e “fracasso” em atingir os
objetivos.
Manter o menor tempo possível até o

󰍝 Volume 3
fornecimento do incentivo merecido
(reforçamento), visto que o efeito do
reforçador está relacionado com o
󰍝 Volume 2
tempo entre o comportamento e sua
consequência. O tamanho do efeito varia
inversamente ao valor do reforço.
󰍝 Volume 1
Entretanto, deve-se lembrar que o
objetivo é o estabelecimento de
contingências de reforçamento natural (a
Ciclo 5 󰅀 melhora dos sintomas, da qualidade de
vida e das relações como motivações
Ciclo 4 󰅀 para a sobriedade e/ou a redução de
para a sobriedade e/ou a redução de
danos).
// Fonte: Adaptado de Higgins e
󰁍 ir para a página do programa colaboradores (2020).42
Aa 󰍉
Ao final, espera-se que os usuários
observem a discrepância entre as
Ciclo 8 󰅀 consequências dos diferentes
comportamentos relativos ao uso da
substância, adquirindo assim a habilidade
Ciclo 7 󰅀
de automonitoramento (antecedente ᾆ
󰅀 comportamento ᾆ consequência) e de
Ciclo 6 manejo de suas contingências (naturais ou
não). O MC também pode ser uma escolha
󰍝 de intervenção para outras demandas,
Volume 4 como adesão ao tratamento e uso de
fármacos. Essa intervenção pode ser
realizada com adolescentes. No caso de
jovens infratores, as intervenções estão a
cargo dos profissionais do sistema
Intervenção para crianças e adolescentes socioeducativo, podendo haver parceria
󱀉 com transtorno de ansiedade social com o CAPS para crianças e adolescentes
(CAPS I).
/ ENTREVISTA MOTIVACIONAL
comportamentais
A entrevista motivacional, proposta

󱀉 avaliação clínica inicialmente por William Miller na década
de 1980, é considerada uma abordagem
breve para usuários de substâncias que
󱁯 Informações DOI do Volume não reconhecem o problema no qual estão
envolvidos. Não é exclusiva do profissional
de psicologia, sendo utilizada de maneira
󰍝 Volume 3 ampla em ambiente ambulatorial e
hospitalar por enfermeiros, assistentes
sociais e médicos. Seu objetivo é motivar a
󰍝 Volume 2 pessoa ao processo de mudança,
auxiliando-a a avaliar e resolver a
ambivalência da relação com o uso e com
󰍝 Volume 1 isso tornar possível a mudança de
comportamentos mal-adaptativos.43
A técnica da entrevista motivacional tem,

Ciclo 5 󰅀
em média, cinco sessões, sendo ideal para
a fase inicial do tratamento, mesmo
Ciclo 4 󰅀
quando não se apresenta maior resistência
PROPSICO 󰅖
a esse. Atualmente,
󰐍
a 󰂜entrevista
motivacional também é utilizada para
󰘥
󰁍 ir para a página do programa outros cenários, como violência doméstica
e Aa 󰍉
transtornos de humor, ou qualquer outra
situação de ambivalência ou resistência ao
Ciclo 8 󰅀 tratamento.44
Sendo a motivação um
Ciclo 7 󰅀
processo intrínseco, busca-
󰅀 se a partir das próprias
Ciclo 6 variáveis internas do sujeito
acender uma “fagulha” para
󰍝 que seja possível
Volume 4 contemplar o problema
como tal.45 É necessário
lembrar que usuários de
substâncias normalmente
são punidos diretamente
Intervenção para crianças e adolescentes pelo seu uso ou motivados
󱀉 com transtorno de ansiedade social a partir de fatores e
cobranças externas (por
Possibilidades de atuação no sistema único exemplo, você precisa parar
de envergonhar seus
comportamentais
familiares; você precisa ser
Resiliência na infância: promoção e um homem de Deus).
São princípios gerais da entrevista

󱁯 Informações DOI do Volume motivacional:45
expressar empatia (com o paciente, não

󰍝 Volume 3 com os seus comportamentos);
desenvolver discrepância (tornar o
paciente consciente e com isso “medir” a
󰍝 Volume 2 distância entre o comportamento atual e
o almejado na construção das metas de
tratamento);
󰍝 Volume 1 evitar argumentação (e com isso correr o
risco de ser mais uma relação punitiva; o
ideal é não confrontar diretamente,
Ciclo 5 󰅀 assumindo uma postura persuasiva
clareando os problemas que se colocam
frente à pessoa);
Ciclo 4 󰅀
acompanhar a resistência (estimular a
PROPSICO 󰅖 reflexão das

consequências atuais);
󰐍
󰂜
percepções e
󰘥
󰁍 ir para a página do programa promover autoeficácia (estimular a
󰍉
crença de que se é de fato capaz de
Aa
diminuir o uso e/ou se manter em
Ciclo 8 󰅀 abstinência a partir das metas
colaborativa e realisticamente traçadas).
A entrevista motivacional é passível de

Ciclo 7 󰅀
utilização em diferentes momentos e
󰅀 contextos. A mudança não é linear,
Ciclo 6 fazendo com que a entrevista motivacional
possa ser acionada quando necessário.
󰍝 Essa compreensão vem do modelo
Volume 4 transteórico de mudança proposto por
Prochaska e DiClemente nos anos 1980,
que compreendem a mudança como um
ciclo não linear, composto pelas fases
apresentadas no Quadro 5.46
󱀉 com transtorno de ansiedade social QUADRO 5

comportamentais

󰍝 Volume 3
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
FASES DO MODELO TRANSTEÓRICO

PROPSICO 󰅖DE MUDANÇA 󰂜 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa Pré- Percepção inexistente
Aa
contemplação 󰍉 dos comportamentos
mal-adaptativos.
Ciclo 8 󰅀 Contemplação Percepção inicial de seus
hábitos podem ser um
Ciclo 7 󰅀 problema.
Preparação Criação de metas,

󰅀 estratégias cognitivas,
Ciclo 6
comportamentais e
ambientais e de
󰍝
Volume 4 motivação para a
mudança.
Ação Execução do plano de

ação traçado.
Manutenção Manutenção dos

󱀉 com transtorno de ansiedade social comportamentos
adaptativos, hábitos
Possibilidades de atuação no sistema único saudáveis e treinamento
de prevenção de
comportamentais
recaídas
Recaída Elemento que pode
ocorrer em qualquer
momento do
󱁯 Informações DOI do Volume tratamento, não
significando
necessariamente
󰍝 Volume 3 fracasso. Após o período
de recaída, o tratamento
é retomado do ponto
󰍝 Volume 2 em que parou ou se
avalia sua
reconfiguração.
󰍝 Volume 1
// Fonte: Adaptado de Sutton (2007).46
Para a sua execução, é necessário ter

Ciclo 5 󰅀 atenção em alguns componentes que
caracterizam a entrevista motivacional:45
Ciclo 4 󰅀
fazer perguntas abertas, escutar
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜entendeu
reflexivamente, resumir o que
do discurso do usuário (repetir, refrasear
󰘥
󰁍 ir para a página do programa e/ou resumir);
󰍉
encorajar e demonstrar apreciação e
Aa
compreensão;
Ciclo 8 󰅀 resumir (suas próprias falas, as sessões e
o processo);
encorajar afirmações automotivacionais.
Ciclo 7 󰅀
É interessante compreender a entrevista
󰅀 motivacional para além do estágio inicial
Ciclo 6 do tratamento, mas também como uma
postura a ser tomada em riscos de recaída
󰍝 ou quando o processo de engajamento é
Volume 4 demorado.45
/ MANEJO DE ANSIEDADE E ESTRESSE

A ansiedade é uma resposta natural a
eventos aversivos, reais ou imaginados.
Sua intensidade pode gerar crises agudas,
como as de pânico.23 É um sintoma
Possibilidades de atuação no sistema único presente em diferentes quadros como, por
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e exemplo, nos transtornos de ansiedade, de
comportamentais
humor, traumáticos e uso de
substâncias.47
󱀉 avaliação clínica Seja em casos diagnosticados ou
subclínicos, a ansiedade é uma queixa
recorrente nos serviços de saúde, bem
como o estresse, em especial após a
instalação da pandemia da COVID-19 no
Brasil. Trata-se de uma queixa presente em
󰍝 Volume 3
todas as idades, podendo as intervenções
aqui apresentadas serem utilizadas com
crianças e adolescentes. Para os primeiros,
󰍝 Volume 2
algumas adaptações com atividades
lúdicas podem favorecer sua efetividade.
󰍝 Volume 1 Os grupos para manejo de ansiedade têm

o objetivo de ajudar o paciente a lidar com
momentos de ansiedade aguda, como
Ciclo 5 󰅀 crises de pânico, e com isso desenvolver
habilidades para o seu manejo. Além da
Ciclo 4 󰅀
sempre bem-vinda psicoeducação, são
PROPSICO 󰅖
utilizadas técnicas de 󰂜
󰐍
respiração,
relaxamento muscular e grounding registro
󰘥
󰁍 ir para a página do programa de pensamentos e práticas de mindfulness.
Aa 󰍉
Em uma lógica progressiva e
Ciclo 8 󰅀 colaborativa, é necessário identificar
as demandas do grupo. Diferentes
técnicas contribuem para diferentes
Ciclo 7 󰅀 problemas e a evolução dos treinos
precisa estar alinhada com a
Ciclo 6
󰅀 evolução dos pacientes, bem como
com a prática fora dos encontros
(tarefas de casa).
󰍝
Volume 4
A respiração diafragmática tem o papel de
regular os marcadores fisiológicos da
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica ansiedade, como respiração e frequência
cardíaca, e, com isso, reduzir a intensidade
e o fluxo de pensamentos. É a base para a
󱀉 com transtorno de ansiedade social realização de outros exercícios que buscam
relaxamento. O ensino e o treino da
Possibilidades de atuação no sistema único ativação do sistema nervoso
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e parassimpático (responsável pelo
comportamentais
relaxamento e pela digestão) em
detrimento do simpático (responsável pelo
󱀉 avaliação clínica “estado de alerta”) pode reduzir o impacto
fisiológico de situações estressoras.43

A consciência do fluxo de respiração,
em que o tempo da expiração é
maior do que o da inspiração, é o que
󰍝 Volume 3
deve ser psicoeducado e
progressivamente treinado. Deve-se
variar entre fluxos de 4–4–8 (inspirar
󰍝 Volume 2
por 4 segundos, prender o ar por 4 e
soltar por 8) e 5–5–10, de acordo
com o que for possível. O objetivo é
󰍝 Volume 1
que, com o tempo, o ritmo da
respiração diafragmática se torne
natural.48 Esse tipo de respiração
Ciclo 5 󰅀 pode ser combinado a estratégias
como o relaxamento muscular
Ciclo 4 󰅀
progressivo e o trabalho com imagens
PROPSICO 󰅖 mentais. 󰂜 󰐍
É aconselhável que se sobreponham as
󰘥
󰁍 ir para a página do programa mãos ao diafragma, para senti-lo inflar e
murchar,
Aa 󰍉
para garantir que não apenas o
pulmão seja preenchido de ar. O treino
Ciclo 8 󰅀 de uma ou mais técnicas de relaxamento
pode ser realizado também durante uma
exposição interoceptiva (exposição
Ciclo 7 󰅀 intencional aos sintomas de pânico).49
󰅀
Ciclo 6
O relaxamento progressivo muscular é
uma técnica comportamental que visa a
aumentar a tensão em alguns grupos
󰍝
Volume 4
musculares por alguns segundos,
geralmente 5, e depois relaxá-los (para
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica detalhes sobre a técnica ver: Vera e Vila,50
Zamignani51 e Quadro 6). Esses
movimentos podem diminuir o nível de
cortisol (hormônio do estresse) e ajudam
no relaxamento de pessoas que costumam
Possibilidades de atuação no sistema único ficar tensas após longos períodos de
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e estresse ou ansiedade. Também pode ser
comportamentais
utilizada durante o pico de estresse. A
depender da tensão em um músculo, o
󱀉 avaliação clínica exercício pode ser repetido. Para a
ansiedade mais aguda, apenas a respiração
diafragmática é recomendada.43
QUADRO 6
󰍝 Volume 3
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
EXEMPLO DE ROTEIRO DO
PROPSICO 󰅖RELAXAMENTO MUSCULAR󰂜 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa PROGRESSIVO
Instruções:
Aa 󰍉
realizar um exercício de cada
grupo muscular por vez, dando um
Ciclo 8 󰅀 intervalo de cinco segundos entre eles.
Não se faz necessário realizar todos os
exercícios, pois pode se tornar cansativo
Ciclo 7 󰅀 e com isso não se obter o resultado
desejado.
󰅀
Ciclo 6
GRUPOS EXERCÍCIOS
MUSCULARES
󰍝
Volume 4 Membros Fechar os punhos,
superiores pressionar os cotovelos
contra o braço da
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica cadeira e contrair
bíceps contra o braço.
Intervenção para crianças e adolescentes Fronte, couro Levantar as

cabeludo, sobrancelhas o máximo
olhos e nariz possível, fechar os
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e olhos com um pouco de
comportamentais força e pressionar as
narinas.
󱀉 avaliação clínica Boca e Abrir a boca o máximo
mandíbula possível, apertar a boca
para fora (fazer bico) e
sorrir com a boca
fechada.
󰍝 Volume 3 Pescoço Dobrar o pescoço para

ambas as direções.
Ombros, peito Respirar

󰍝 Volume 2
e costas profundamente
enquanto leva os
ombros para trás,
󰍝 Volume 1
tentando tocar as
omoplatas.
Ciclo 5 󰅀 Estômago “Encolher-se”,
prendendo a respiração
por alguns segundos, e
Ciclo 4 󰅀
p g g ,
logo após soltá-la.
PROPSICO 󰅖
Membros 󰐍 󰂜
Elevar as pernas sem 󰘥
󰁍 ir para a página do programa inferiores perder o contato com o
Aa 󰍉 chão e dobrar o pé para
cima (estirando os
dedos) sem perder o
Ciclo 8 󰅀
contato dos calcanhares
com o chão.
Ciclo 7 󰅀 // Fonte: Adaptado de Wenzel (2018).43
󰅀
Ciclo 6 Para crises de pânico, a respiração
diafragmática com imagens mentais é
uma alternativa interessante.
󰍝
Volume 4 Durante o pânico, com ou sem
agorafobia, a indução voluntária de
imagens mentais positivas, com
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica desfechos mais realistas da crise, ou
de paisagens e locais com valor
afetivo, podem ajudar em sua
󱀉 com transtorno de ansiedade social redução e, com o tempo, na extinção
de respostas relacionadas ao
Possibilidades de atuação no sistema único pânico.52
comportamentais
Inicialmente pensada para crises de pânico,
Resiliência na infância: promoção e a estratégia representada pelo acrônico
󱀉 avaliação clínica ACALME-SE48 pode ser efetivamente
ensinada e treinada. Mesmo que nem
todos os usuários se beneficiem, é valido
imprimir cartões com a breve descrição da
técnica para que possam ser utilizados em
meio à intensificação dos sintomas (Figura
󰍝 Volume 3
2). Outra alternativa é que o cartão
contenha apenas as iniciais coloridas, para
que sejam estímulos visuais que facilitem
󰍝 Volume 2
que a pessoa recorde cada um dos passos.
O ACALME-SE concentra elementos de
técnicas apresentadas anteriormente.
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
Aa 󰍉
Ciclo 8 󰅀
Ciclo 7 󰅀 FIGURA 2: Cartão de

enfrentamento ACALME-
󰅀 SE. // Fonte: Adaptada de
Ciclo 6 Rangé e Borba (2017).48
󰍝
Volume 4 Os treinos de respiração e relaxamento
podem durar, em média, 10 sessões, e o
seu sucesso depende da habilidade do
terapeuta em dar e receber feedback,
realizar ajustes e oferecer escuta ativa das
queixas para realizá-los.
A aliança terapêutica é
Possibilidades de atuação no sistema único de suma importância
para que os exercícios
comportamentais
realizados durante a
Resiliência na infância: promoção e semana venham a se
󱀉 avaliação clínica tornar hábito na vida
dos usuários.

Mindfulness, ou atenção plena, “é o ato de
conscientemente focar a mente no
󰍝 Volume 3 momento presente, sem julgamento, e sem
se apegar ao momento”.40 Pensado de
início como um programa para o manejo
󰍝 Volume 2 do estresse, sua prática desenvolveu-se
em meio a programas de treino de
habilidades, práticas meditativas e uma
󰍝 Volume 1 abordagem chamada Terapia cognitiva
baseada em mindfulness (TCBM). Estar em
um estado de mindfulness significa adotar
Ciclo 5 󰅀 uma “mente de principiante”,
Ciclo 4 󰅀
reconhecendo cada novo estímulo, interno
PROPSICO ou externo, com curiosidade.53󰂜

󰅖 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa A prática da atenção plena está ligada ao
exercício experiencial de manter a
Aa 󰍉
consciência no momento presente, no
esforço de libertar-se de julgamentos e do
Ciclo 8 󰅀 apego a pensamentos (seu conteúdo
gerador de sofrimento), emoções,
sensações, atividades, eventos ou
Ciclo 7 󰅀 40
situações de vida atuais. Comumente
󰅀 ligada à meditação, não é correto
Ciclo 6 considerá-los sinônimos. A meditação é
uma possibilidade de mindfulness,
󰍝 categorizada como uma prática formal,
Volume 4 assim como a TCBM. Em alguns contextos,
as práticas informais são mais adequadas,
bem como podem ser utilizadas como
ponto de partida em conjunto com
meditações breves.
O objetivo da atenção plena é ajudar a sair
do “piloto automático”, com a possibilidade
Possibilidades de atuação no sistema único de assumir uma postura de atenção plena,
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e focada no presente e aberta a
comportamentais
pensamentos e emoções. Nessa lógica, o
apego ao conteúdo do pensamento,
󱀉 avaliação clínica fortemente influenciado pelos estados
emocionais, bem como a tentativa de
suprimir a experiência subjetiva no foco
󱁯 Informações DOI do Volume excessivo em elementos externos, são
alvos das intervenções. Estresse,
ansiedade, conflitos interpessoais e uso de
󰍝 Volume 3 substâncias podem ser melhor entendidos
com a aquisição do mindfulness como
hábito.
󰍝 Volume 2
Enquanto prática informal, dois bons

exemplos de atividades são solicitar
󰍝 Volume 1
que o usuário se atente aos sons,
cores e objetos que chamarem sua
atenção no caminho de casa ao
Ciclo 5 󰅀 serviço de saúde, ou que conte
quantas árvores há no percurso.
Ciclo 4 󰅀
Outra possibilidade é, progressivamente,
PROPSICO 󰅖 implementar mindfulness em

󰐍
󰂜 algumas
atividades cotidianas, como escovar os
󰘥
󰁍 ir para a página do programa dentes, comer ou tomar banho. Para
práticas
Aa 󰍉
como essas, a respiração pode
ser usada como “âncora” para manter a
Ciclo 8 󰅀 atenção ou para retomá-la em caso de
distração.53
Nas práticas formais, existem meditações
Ciclo 7 󰅀 para abrir ou concentrar a mente.40 As
primeiras costumam ser meditações mais
󰅀 curtas, sem tantos comandos, focando na
Ciclo 6
respiração e observação dos eventos
internos (por exemplo, pensamentos e
󰍝 emoções). Já as segundas podem ser mais
Volume 4
estruturadas ou conter mais comandos, a
fim de manter a atenção em palavras ou
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica sons.
Intervenção para crianças e adolescentes Pesquisas realizadas ao longo das últimas

décadas apontam para uma melhora nos
níveis de estresse, ansiedade, humor, bem-
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e estar, concentração, efetividade
comportamentais interpessoal, tolerância ao mal-estar e
comportamento autolesivo com as
técnicas de meditação. Mais
recentemente, ensaios clínicos como o de
Grensman e colaboradores54 vêm
󱁯 Informações DOI do Volume apontando a efetividade também para
pessoas acometidas por burnout.
Tanto as estratégias de relaxamento

󰍝 Volume 3
quanto as baseadas em mindfulness
viabilizam a regulação emocional, também
podendo de ser utilizadas com populações
󰍝 Volume 2
que apresentam alta desregulação, a
exemplo do transtorno de personalidade
borderline e do transtorno afetivo bipolar.
󰍝 Volume 1
Em especial, a prática continuada de
mindfulness, compreendida e vivenciada
enquanto um estilo de vida, está ligada ao
Ciclo 5 󰅀
processo clínico de aceitação, componente
Ciclo 4 󰅀
emocional fundamental para a não
PROPSICO 󰅖
reatividade.
󰐍 󰂜 󰘥
󰁍 ir para a página do programa Em conjunto, estratégias de reestruturação
ou desfusão cognitiva (comentadas mais à
Aa
frente) 󰍉
podem ser implementadas.
Constantemente, quadros de ansiedade
Ciclo 8 󰅀 podem interferir na forma como o usuário
vê a si mesmo, os outros e o seu futuro.55
A experiência de sofrimento pode levar à
Ciclo 7 󰅀
construção de crenças manifestadas em
󰅀 um uso autodepreciativo e determinístico
Ciclo 6 da linguagem, assumindo um discurso
autoderrotista e desesperançoso, por
󰍝 exemplo.23 Isso também é visto em
Volume 4 quadros de depressão, tópico discutido na
próxima seção. Abordagens que fazem
bom uso da atenção plena são a TCBM, a
ACT e a DBT.
Intervenção para crianças e adolescentes / REAVALIAÇÃO COGNITIVA

A reavaliação cognitiva é um ponto-chave
Possibilidades de atuação no sistema único das terapias cognitivas de segunda
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e geração. Essas abordagens compreendem
comportamentais
que as cognições precisam ser trabalhadas
em três níveis. O primeiro trata das mais
󱀉 avaliação clínica “superficiais”, os pensamentos automáticos
(cognições “quentes”, de rápido fluxo e que
podem vir a ser distorcidas em seu
󱁯 Informações DOI do Volume conteúdo pela percepção imediata do
sujeito). Esses pensamentos são
influenciados e influenciam na formação
󰍝 Volume 3 de regras, pressupostos e comportamentos
compensatórios. São elementos que dizem
respeito às crenças intermediárias,
󰍝 Volume 2 responsáveis pela interpretação dos
eventos e das respostas
comportamentais.16,56
󰍝 Volume 1
As crenças intermediárias respondem a
uma crença central, ou nuclear. São
estruturas “frias”, estruturadas durante
Ciclo 5 󰅀
todo o desenvolvimento, influenciam na
formação da personalidade e determinam
Ciclo 4 󰅀
a visão de si, dos outros e do futuro, e
PROPSICO
desamparo, desvalor e desamor.
󰐍
podem ser classificadas em três󰂜
󰅖 categorias:
16,56
󰘥
Para Wenzel,56 são necessários três passos
Aa 󰍉
para a reavaliação de pensamentos mal-
adaptativos: identificação, avaliação e
Ciclo 8 󰅀 modificação. Para intervenções não
psicoterápicas ou de curta duração, o
Ciclo 7 󰅀 aprofundamento no trabalho com crenças
precisa ser repensado.
󰅀
Ciclo 6 A descoberta guiada de crenças leva
um determinado tempo, que varia de
󰍝 pessoa para pessoa. Diante disso,
Volume 4
pode ser de maior proveito focar nas
cognições “quentes” e em sua
influência em emoções, regras e
comportamentos, por exemplo.
Intervenção para crianças e adolescentes A abordagem cognitiva compreende que o

󱀉 com transtorno de ansiedade social processamento cognitivo influencia a
experiência emocional e, com isso, o
comportamento enquanto produto da
comportamentais mediação dos dois outros componentes.
Para quadros de humor ou de ansiedade, a
Resiliência na infância: promoção e aplicação da reavaliação cognitiva pode
auxiliar no processo clínico a partir da
compreensão desse modelo, chamado
󱁯 Informações DOI do Volume “cognitivo”.16
Em nível de instrumentalização, algumas

técnicas do modelo cognitivo serão
󰍝 Volume 3
brevemente apresentadas:
questionamento socrático e exame de
evidências, registro de pensamentos e
󰍝 Volume 2
cartões de enfrentamento.16,56
O questionamento socrático configura-se

como uma série de perguntas
󰍝 Volume 1
estrategicamente utilizadas a fim de
explorar os pensamentos evocados em
Ciclo 5 󰅀 sessão. Alguns exemplos são16,57
Ciclo 4 󰅀
“quais as evidências de que esse
PROPSICO 󰅖 pensamento é válido?”; 󰂜 󰐍

“quais os argumentos que apoiam esse
󰘥
󰁍 ir para a página do programa pensamento e os que não apoiam?”;
󰍉
“você poderia pensar em uma explicação
Aa
alternativa?”;
Ciclo 8 󰅀 “se isso for verdade, o que de pior pode
acontecer? Em outras situações
semelhantes, o que aconteceu?”;
Ciclo 7 󰅀 “o que é possível e o que é provável de
acontecer?”;
󰅀 “o que diria se um amigo estivesse em
Ciclo 6
sua situação?”.
󰍝 Além do questionamento socrático, o

Volume 4
exame de evidências pode ser feito
por um exercício de listagem de
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica vantagens e desvantagens ou da
técnica da torta. A primeira pode ser
facilmente feita em uma folha de
papel. Em duas colunas, pode-se
solicitar que o usuário elenque as
Possibilidades de atuação no sistema único vantagens de acreditar no
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e pensamento, ou grupo de
comportamentais
pensamentos distorcidos, bem como
as desvantagens e os possíveis
󱀉 avaliação clínica pensamentos alternativos. Para o
segundo, desenha-se um gráfico de
torta (também conhecido como
gráfico de pizza) e são “cortadas”
fatias referentes, por exemplo, às
responsabilidades por uma perda,
󰍝 Volume 3
separação ou algum outro evento
difícil, em um valor total de
100%.16,58
󰍝 Volume 2
Ambas as técnicas podem ser
adaptadas para auxiliar na tomada de
decisão, como as vantagens e
󰍝 Volume 1
desvantagens de tomar uma
determinada decisão e “cortar” as
fatias referentes às razões para tomar
Ciclo 5 󰅀 uma decisão.16,58
Ciclo 4 󰅀
Muitas das intervenções de
PROPSICO 󰅖 󰐍 󰂜 escrita.
reavaliação cognitiva exigem
A população que utiliza os serviços
󰘥
󰁍 ir para a página do programa do SUS é heterogênea, mas devido
󰍉
Aa ao uso de planos de saúde e serviços
particulares, boa parte dos atendidos
Ciclo 8 󰅀 na atenção básica e nos CAPSs
podem ter baixa escolaridade e
menor poder aquisitivo. Diante disso,
Ciclo 7 󰅀 é preciso pensar em formas criativas
de adaptação da parte gráfica das
󰅀 intervenções. O uso de desenhos e
Ciclo 6
símbolos, além da constante prática,
pode auxiliar na fixação e na
󰍝 aquisição dessas estratégias
Volume 4
enquanto habilidades de
enfrentamento.
Os cartões de enfrentamento são
lembretes confeccionados a partir de
Intervenção para crianças e adolescentes discussões do encontro. Podem ser frases
󱀉 com transtorno de ansiedade social motivacionais, respostas a pensamentos
automáticos ou lembretes de
Possibilidades de atuação no sistema único compromissos assumidos durante a
semana, a fim de exercitar a capacidade de
comportamentais
identificação, questionamento e
Resiliência na infância: promoção e modificação de pensamentos. Também
󱀉 avaliação clínica podem conter guias práticos de respiração
e relaxamento para momentos de crise. É
importante que seu uso seja incentivado
em situações reais a fim de reforçar a
implementação de respostas adaptativas
frente a situações aversivas.58
󰍝 Volume 3
O registro de pensamentos é uma

estratégia ampla para anotação de
󰍝 Volume 2 situações, pensamentos, emoções,
comportamentos e outros componentes
que façam sentido. Além de criar um
󰍝 Volume 1 histórico para a avaliação da evolução do
caso, proporciona a efetivação da
habilidade de automonitoramento e
Ciclo 5 󰅀 identificação entre diferentes eventos,
Ciclo 4 󰅀
tipos e conteúdo dos pensamentos,
PROPSICO 󰅖 󰂜󰐍
emoções e respostas alternativas.
󰘥
󰁍 ir para a página do programa A estrutura do registro varia de acordo
com o perfil do usuário, o tempo de
Aa 󰍉
intervenção e o objetivo. Indica-se iniciar
com três colunas simples, podendo mais à
Ciclo 8 󰅀 frente do tratamento conter espaço para
pensamentos e respostas alternativas, em
um total máximo de cinco. A Figura 3
Ciclo 7 󰅀
apresenta dois exemplos, o primeiro
󰅀 baseado em Wenzel56 e o segundo em
Ciclo 6 Beck.16
󰍝 +
Volume 4

󱀉 com transtorno de ansiedade social FIGURA 3: Modelos de registro de
pensamentos de Wenzel (acima) e Beck
(abaixo). // Fonte: Adaptada de Beck
comportamentais (2021);16 Wenzel (2020).56

󱀉 avaliação clínica Uma observação: quanto mais colunas no
registro, a execução torna-se mais
cansativa e há maior risco de pouca ou não
󱁯 Informações DOI do Volume efetivação da tarefa. O objetivo não é ser
cansativo, mas proporcionar ao usuário
capacidade de gerir com autonomia e
󰍝 Volume 3 protagonismo sua reestruturação
cognitiva. A reavaliação cognitiva também
pode ser utilizada no trabalho do psicólogo
󰍝 Volume 2 nos CAPSs com pacientes com sintomas
psicóticos. Nesse caso, é preciso segurança
no manejo da intervenção, pois o
󰍝 Volume 1 conteúdo de pensamentos e crenças
delirantes costuma ser mais sensível a
questionamentos. Diante disso, o trabalho
Ciclo 5 󰅀 precisa ser mais compreensível, incluindo o
uso de psicoeducação, da aliança
Ciclo 4 󰅀
terapêutica e da normalização de
PROPSICO pensamentos, discutida mais a 󰂜

󰅖 󰐍
seguir.
󰘥
Aa 󰍉
ATIVIDADES
Ciclo 8 󰅀
Ciclo 7 󰅀 8. A psicoeducação é uma técnica e

uma postura do profissional de
󰅀 saúde que podem ser assumidas
Ciclo 6 em diferentes demandas e
serviços, podendo aumentar a
󰍝 consciência do problema e o
Volume 4
engajamento no tratamento. Sobre
ela, marque V (verdadeiro) ou F
(falso).
___ A psicoeducação é basicamente
constituída da transmissão de
Intervenção para crianças e adolescentes informação e da indicação de
󱀉 com transtorno de ansiedade social leituras de livros, incluindo
autoajuda, sendo as leituras
discutidas nas intervenções a
comportamentais pensamentos ruminativos, na
identificação de pensamentos
Resiliência na infância: promoção e automáticos e na explicação sobre
a função das emoções e como elas
podem alterar o humor.
󱁯 Informações DOI do Volume ___ A psicoeducação pode ser
inserida em qualquer nível de
complexidade em saúde.
󰍝 Volume 3 ___ A psicoeducação tende a reduzir
a ansiedade e a tensão,
conscientiza e direciona à ação e
󰍝 Volume 2 aumenta a motivação para o
cuidado independente, podendo
ser utilizada junto a outras
󰍝 Volume 1 estratégias.
___ No SUS, a psicoeducação pode
ser utilizada em salas de espera,
Ciclo 5 󰅀 CAPSs, na atenção básica, em
grupos de adolescentes em uso de
Ciclo 4 󰅀
álcool e outras drogas e na
PROPSICO 󰅖 󰐍 󰂜
profilaxia na pré e pós-cirurgia.
󰘥
󰁍 ir para a página do programa Assinale a alternativa que apresenta
a sequência correta.
Aa 󰍉
A) F — V — V — V
B) V — F — F — V
Ciclo 8 󰅀 C) V — V — F — F
D) F — F — V — F
Ciclo 7 󰅀 Confira aqui a resposta
󰅀 9. Assinale a alternativa correta com

Ciclo 6
relação ao MC.
A) Quando o usuário não alcança
󰍝
Volume 4 uma meta estabelecida, o
profissional deve reforçar o
comportamento desse usuário
com estímulos que vão além dos
verbais.
B) O MC deve ser utilizado
exclusivamente em atendimentos
individuais no contexto do CAPS.
Possibilidades de atuação no sistema único C) O MC utiliza o processo de
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e modelação simbólica, com a
comportamentais
utilização de modelos para a
imitação de comportamentos.
󱀉 avaliação clínica D) O profissional deve buscar
reforçar os comportamentos
saudáveis, o que pode ser feito
󱁯 Informações DOI do Volume pela apresentação, ao estabelecer
juntamente aos usuários os alvos
do grupo, das recompensas aos
󰍝 Volume 3 comportamentos almejados.
󰍝 Volume 2
10. Assinale a alternativa correta
com relação às características do
MC.
󰍝 Volume 1
A) Deve-se sempre apontar o
máximo de alvos
comportamentais simultâneos,
Ciclo 5 󰅀
tornando assim mais fácil que o
Ciclo 4 󰅀
usuário possa atingir ao menos
PROPSICO 󰅖 um deles.
B) É necessário
󰐍 󰂜
descrever
󰘥
󰁍 ir para a página do programa claramente o cronograma,
Aa 󰍉
estipular a duração da intervenção
e monitorar o progresso com
Ciclo 8 󰅀 frequência, para propiciar
oportunidades de experimentar as
consequências programadas.
Ciclo 7 󰅀 C) O profissional deve evitar o
detalhamento acerca da
󰅀 intervenção para que os usuários
Ciclo 6
não desenvolvam expectativas
antes do início do tratamento,
󰍝 prejudicando o seu sucesso.
Volume 4
D) É necessário adiar o máximo
possível o fornecimento do
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica incentivo reforçador.

󱀉 com transtorno de ansiedade social 11. Sobre a EM e seus princípios
gerais, é correto afirmar que
Possibilidades de atuação no sistema único A) falar em postura persuasiva
significa confrontar e argumentar
comportamentais
com o usuário a lógica de
Resiliência na infância: promoção e permanecer no problema.
󱀉 avaliação clínica B) diminuir a discrepância
analisando a que existe entre os
comportamentos atuais e
almejados é um dos princípios da
entrevista motivacional.
C) promover a autoeficácia
󰍝 Volume 3
significa estimular a reflexão das
percepções e consequências
atuais dos comportamentos-
󰍝 Volume 2
problema.
D) trabalhar pré-contemplação,
contemplação, preparação, ação e
󰍝 Volume 1
manutenção são princípios da
entrevista motivacional.
Ciclo 4 󰅀
12. Sobre o relaxamento progressivo
PROPSICO 󰅖 󰐍 󰂜 que
muscular, é correto afirmar
A) ele tem como objetivo
󰘥
󰁍 ir para a página do programa aumentar a tensão em alguns
Aa 󰍉
grupos musculares por alguns
segundos, e depois relaxá-los.
Ciclo 8 󰅀 B) ele é recomendado para a
ansiedade mais aguda.
C) ele tem como objetivo
Ciclo 7 󰅀 proporcionar o relaxamento após
a ocorrência de eventos
󰅀 estressantes, portanto, sua
Ciclo 6
utilização não é recomendada
durante os períodos de estresse.
󰍝 D) sua prática determina que o
Volume 4
usuário deve buscar tensionar os
músculos pelo maior tempo
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica possível durante o exercício, para
só depois relaxá-los, conseguindo
assim um maior efeito da técnica.
󱀉 com transtorno de ansiedade social Confira aqui a resposta
Possibilidades de atuação no sistema único 13. A respeito da respiração

diafragmática, assinale a
comportamentais
Resiliência na infância: promoção e A) O objetivo da respiração
󱀉 avaliação clínica diafragmática é o de acelerar a
frequência cardíaca, reduzindo a
ansiedade.
B) Ela se fundamenta no ensino e
no treino da ativação do sistema
nervoso simpático e na supressão
󰍝 Volume 3
da atividade do sistema
parassimpático.
C) A consciência do fluxo de
󰍝 Volume 2
respiração, onde o tempo da
expiração é maior que o da
inspiração, é o que deve ser
󰍝 Volume 1
psicoeducado e progressivamente
treinado.
Ciclo 5 󰅀 D) O exercício deve ser feito com
uma inspiração por 8 segundos,
seguida da preensão do ar por 8
Ciclo 4 󰅀
segundos e da expiração por 6
PROPSICO 󰅖 segundos. 󰂜
󰐍 󰘥
Aa
/ NORMALIZAÇÃO󰍉
Ciclo 8 󰅀 A normalização é uma estratégia
comumente utilizada no tratamento da
esquizofrenia. Para Wright e
Ciclo 7 󰅀 58
colaboradores, normalizar o diagnóstico,
pensamentos delirantes e alucinações
󰅀 auxilia no processo de mudança.
Ciclo 6
󰍝 Normalizar sintomas não

Volume 4 significa solicitar que o
paciente deixe de levar o
que apresenta a sério, pelo
contrário: é a
conscientização de que os
Intervenção para crianças e adolescentes seus sintomas (em especial
󱀉 com transtorno de ansiedade social delírios e alucinações) são
comuns a outras pessoas
Possibilidades de atuação no sistema único que também os apresentam
e podem lidar bem com
comportamentais
eles. Pode-se iniciar com
Resiliência na infância: promoção e informações
󱀉 avaliação clínica epidemiológicas,
combinadas com
psicoeducação, para que o
paciente possa
compreender que
alterações da experiência
󰍝 Volume 3
sensorial podem ocorrer
por diversos motivos e
pessoas, incluindo aquelas
󰍝 Volume 2
não diagnosticadas com
algum transtorno psicótico.
󰍝 Volume 1
A normalização também pode incluir a

discussão para a descoberta de elos entre
Ciclo 5 󰅀 o conteúdo delirante e a história de vida.
Quando em grupo, os demais pacientes
Ciclo 4 󰅀
podem compartilhar histórias, acolher o
PROPSICO 󰅖 󰐍
sofrimento e identificar-se com󰂜sintomas e
trechos, seja do conteúdo delirante, seja da
󰘥
󰁍 ir para a página do programa história do locutor. Essas estratégias
auxiliam
Aa 󰍉
na formação do vínculo com o
terapeuta e em grupo, e abrem
Ciclo 8 󰅀 possibilidade para o engajamento em
outras estratégias, como as baseadas em
mudança cognitiva ou mindfulness.
Ciclo 7 󰅀
Em revisão sistemática, Sauvé e
󰅀 colaboradores59 apresentam uma
Ciclo 6 discussão sobre intervenções baseadas em
evidências para trabalhar vieses cognitivos
󰍝 em pacientes diagnosticados com
Volume 4 esquizofrenia. Destaca-se a importância de
se criar uma consciência metacognitiva,
ou seja, uma percepção sobre a percepção
delirante. Já a revisão de Wood e
colaboradores60 abre esse leque para
Intervenção para crianças e adolescentes intervenções baseadas em aceitação e
󱀉 com transtorno de ansiedade social mindfulness como segunda possibilidade
de escolha.
/ ATIVAÇÃO COMPORTAMENTAL
comportamentais
Hoje, o modelo de AC vem sendo

󱀉 avaliação clínica amplamente utilizado no tratamento da
depressão, sendo possível trabalhá-lo em
grupo. Seu objetivo é a diminuição de
󱁯 Informações DOI do Volume comportamentos evitativos, buscando o
bloqueio da esquiva e o aumento da taxa
de respostas contingentes ao
󰍝 Volume 3 reforçamento positivo. Outro objetivo é
aumentar a frequência de atividades
prazerosas ou que possam gerar
󰍝 Volume 2 motivação, a fim de reforçar um aumento
das atividades diárias e as chances de
melhorar a experiência emocional e a
󰍝 Volume 1 retomada de um ritmo que se contraponha
àquele imposto pela depressão.
Ciclo 5 󰅀
Antes de tudo, a AC busca a
aquisição de um repertório
Ciclo 4 󰅀
de enfrentamento que
PROPSICO 󰅖 󰐍 󰂜 e o
envolve a percepção
bloqueio de
󰘥
󰁍 ir para a página do programa comportamentos de
Aa 󰍉esquiva passiva e
ruminação. Por meio da
Ciclo 8 󰅀 psicoeducação e do
treinamento, o paciente
deve adquirir a habilidade
Ciclo 7 󰅀 de fazer análises funcionais
para a identificação de
󰅀 gatilhos, emoções negativas
Ciclo 6
(respondentes) e uso de
respostas de enfrentamento
󰍝 alternativas
Volume 4
(comportamento de esquiva
“ativa”) em substituição às
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica passivas.61
Intervenção para crianças e adolescentes Com a identificação de atividades

󱀉 com transtorno de ansiedade social que influenciam positivamente ou
negativamente o humor, é montado
Possibilidades de atuação no sistema único um plano progressivo de atividades.
Mesmo quando há anedonia, é
comportamentais
possível realizar o trabalho cognitivo
Resiliência na infância: promoção e de conscientizar o usuário de que
󱀉 avaliação clínica fisiologicamente os efeitos são os
mesmos, mesmo que ele não sinta o
prazer que deveria sentir. Para a AC,
a depressão ocorre pela diminuição
de contingências reforçadoras
naturais. Isso pode ocorrer por três
󰍝 Volume 3
motivos: diminuição real de
estímulos reforçadores, não os sentir
como reforçadores ou inabilidade
󰍝 Volume 2
para identificá-los. Em adição, há um
aumento de contingências punitivas
não contingentes (comportamentos
󰍝 Volume 1
que reforçam a depressão,
pensamentos e emoções mal-
Ciclo 5 󰅀 adaptativos).61
Com o tempo, é possível intercalar
atividades prazerosas com aquelas
Ciclo 4 󰅀
que não eram realizadas desde a
instalação do quadro. A motivação
bem-estar gerado pelas atividades
e o
󰘥
󰁍 ir para a página do programa prazerosas e os pequenos desafios bem-
sucedidos
Aa 󰍉 podem influenciar na
autoeficácia para retomar atividades
Ciclo 8 󰅀 importantes (por exemplo, trabalho,
estudo e resolução de conflitos
interpessoais). Durante o processo, é
Ciclo 7 󰅀 possível a construção de uma agenda
positiva, a fim de registrar as atividades
󰅀 realizadas e se atentar àquelas agendadas
Ciclo 6
para a semana. Quando realizada em
grupo, podem ser combinadas em duplas
󰍝 ou grupos. O suporte familiar também é
Volume 4
de suma importância.61
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica A seguir, no Quadro 7, são relacionadas

algumas instruções para uma intervenção
em AC com base na proposição de Abreu e
󱀉 com transtorno de ansiedade social Abreu.61
Possibilidades de atuação no sistema único QUADRO 7

comportamentais

󰍝 Volume 3
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
INSTRUÇÕES PARA A ATIVAÇÃO

PROPSICO 󰅖COMPORTAMENTAL 󰂜 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa Identificar as atividades que melhoram e
󰍉
Aaque pioram a experiência emocional e
as
resgatar atividades gratificantes ao longo
Ciclo 8 󰅀 da vida.
Estruturar colaborativamente um plano

Ciclo 7 󰅀 progressivo de atividades prazerosas
individuais e daquelas em que o grupo
󰅀 converge.
Ciclo 6
Realizar as atividades mesmo quando
não há vontade (aqui a importância do
󰍝
Volume 4 trabalho progressivo e da psicoeducação
é destacada).
Elaborar descrições específicas das

atividades, incluindo dias, horários, locais
e demais informações que forem
Intervenção para crianças e adolescentes necessárias.
Ter suporte familiar e comunitário
Possibilidades de atuação no sistema único constante.
comportamentais Criar uma agenda positiva que intercale
obrigações com atividades prazerosas
(que podem vir a ser a mesma coisa).
// Fonte: Adaptado de Abreu e Abreu

(2020).61
Abreu e Abreu61 apontam indicações para
unir a AC com a Terapia cognitiva e com a
󰍝 Volume 3 ACT. É possível, então, trabalhar a AC com
procedimentos de mudança cognitiva.
Além disso, a AC, enquanto abordagem de
󰍝 Volume 2 terceira onda, vem sendo amplamente
apontada como efetiva para a depressão.
A AC é uma ótima oportunidade de

󰍝 Volume 1
reconectar o usuário com o seu território,
explorando diversas possibilidades. É
necessário criatividade do terapeuta em
Ciclo 5 󰅀 unir o que desperta emoções positivas
com o que está disponível. No
Ciclo 4 󰅀
desenvolvimento do trabalho com AC, é
PROPSICO 󰅖 󰐍
possível inserir experiências󰂜total ou
parcialmente novas nas quais o usuário se
󰘥
󰁍 ir para a página do programa sente reforçado ou percebe que poderia
e/ou 󰍉
Aa deveria estar sendo. Por fim, é
preciso lembrar que a AC não virá de um
Ciclo 8 󰅀 “enriquecimento de agenda”, mas sim de
um trabalho, a fim de aumentar a
sensibilidade a reforçadores no ambiente,
Ciclo 7 󰅀 bem como de identificá-los como tais.
󰅀 / EXPOSIÇÃO E PREVENÇÃO DE
Ciclo 6
RESPOSTAS
󰍝 Essa é uma intervenção comportamental

Volume 4 amplamente difundida para o tratamento
de sintomas obsessivos e compulsivos
presentes, entre outros transtornos, no
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
No Brasil, intervenções grupais são
Intervenção para crianças e adolescentes comuns em serviços hospitalares de
󱀉 com transtorno de ansiedade social universidades, como na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e na
Possibilidades de atuação no sistema único Universidade de Pernambuco.
comportamentais
O TOC é considerado um transtorno
mental grave e de manejo desafiador. Não
󱀉 avaliação clínica é comum encontrar grupos especializados
para esse quadro nos serviços de saúde
mental. Devido a sua especificidade, os
󱁯 Informações DOI do Volume chamados grupos terapêuticos de CAPSs
podem não ser suficientes. Por sua
complexidade, é contraindicado realizar
󰍝 Volume 3 esse acompanhamento em serviços de
baixa complexidade, deixando tais tarefas
para os CAPSs e serviços ambulatoriais em
󰍝 Volume 2 hospitais. Essa escolha também ocorre
pela necessidade de tratamento
combinado com medicação, o que
󰍝 Volume 1 potencializa as chances de um tratamento
bem-sucedido.62
Ciclo 5 󰅀 A chamada terapia de Exposição e

Prevenção de Respostas (EPR) exige
Ciclo 4 󰅀
elevado nível de compreensão e manejo
PROPSICO 󰅖 󰐍
por parte do profissional,󰂜sobretudo
quando se tratar de uma intervenção
󰘥
󰁍 ir para a página do programa grupal. Ela envolve hierarquizar, por nível
de 󰍉
Aa sofrimento, situações e objetos que
alimentem as obsessões e compulsões
Ciclo 8 󰅀 dos usuários. A ideia é expor, no
ambiente seguro da intervenção, as
pessoas aos objetos “gatilho”
Ciclo 7 󰅀 (aumentando o nível de ansiedade)
enquanto são acompanhadas de perto
󰅀 pelos terapeutas para que se sintam
Ciclo 6
seguras para não manifestar rituais e
demais comportamentos
󰍝 compensatórios. 63,64
Volume 4
A intenção é comprovar que as crenças
que lançam previsões catastróficas sobre
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica um futuro em que os rituais fruto de
ideias obsessivas (por exemplo, morte da
mãe, se não der três pulos ao ver um
objeto ou se não conferir a tranca da
porta cinco vezes) não são realizados, não
Possibilidades de atuação no sistema único refletem a realidade e suas
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e consequências não são passíveis de
comportamentais
relação com essas ideias. Em conjunto
com a EPR, pacientes sobre os quais
󱀉 avaliação clínica sintomas obsessivos se sobrepõem aos
compulsivos podem ser engajados em
trabalho de reavaliação cognitiva e
󱁯 Informações DOI do Volume registro de pensamentos. Em geral,
também se utiliza um diário de
obsessões/compulsões para verificação
󰍝 Volume 3 do progresso.63,64
A psicoeducação é fator chave para
diminuir sentimento de culpa, comuns em
󰍝 Volume 2 pessoas com esse diagnóstico (utilizar
técnicas como a torta da
responsabilidade são alternativas
󰍝 Volume 1
viáveis).63,64
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
As intervenções necessitam de um máximo
de estruturação, devem ser progressivas
delimitadas no tempo. Em caso de um
e
󰘥
󰁍 ir para a página do programa usuário não atingir os resultados
esperados,
Aa 󰍉
é preciso que a rede mantenha
o mesmo nível de atenção e cuidado. Em
Ciclo 8 󰅀 remissão dos sintomas, a equipe deverá
negociar com o próprio usuário o cuidado
em psicoterapia ou na atenção básica. De
Ciclo 7 󰅀 maneira geral, a TCC para o TOC tem-se
mostrado efetiva também para crianças e
󰅀 adolescentes.65
Ciclo 6
/ TRABALHANDO O AUTOESTIGMA POR

MEIO DA ACEITAÇÃO E DA DESFUSÃO
󰍝
Volume 4
Grande parte dos usuários dos serviços de

saúde mental vêm a sofrer estigmatização,
seja pelo seu quadro, comportamento ou
uma condição que, quando estigmatizada,
Intervenção para crianças e adolescentes gera sofrimento.66
Possibilidades de atuação no sistema único A estigmatização é o ato de

󱀉 de saúde: práticas cognitivas e inferir que uma marca ou um
comportamentais
sinal torna um indivíduo ou
grupo inferior aos demais.
󱀉 avaliação clínica Essa marca pode ser corporal,
por alguma característica
pessoal ou por herança
󱁯 Informações DOI do Volume cultural.66 Quando
internalizado, a própria
pessoa pode assumir para si
󰍝 Volume 3 sua condição enquanto
estigma e carregar uma
diferença como um fardo,
󰍝 Volume 2 relacionando-se com
vergonha e autocriticismo.67
󰍝 Volume 1
Entre os comportamentos passíveis de
estigmatização, está o aditivo. Apesar de
ser um comportamento de risco,
Ciclo 5 󰅀
estratégias moralistas, como a postura
proibicionista, criminalizam a substância e
Ciclo 4 󰅀
o usuário, dificultando o engajamento no
PROPSICO 󰅖
tratamento.
estigmatização
As
do
󰂜󰐍
consequências
usuário
da
geram
󰘥
󰁍 ir para a página do programa consequências que diminuem
Aa 󰍉
progressivamente as chances de uma real
extinção do uso. Sentimento de culpa,
Ciclo 8 󰅀 desesperança, angústia, percepção de
autorreprovação e depressão são algumas
delas, que desencadeiam efeitos sociais,
Ciclo 7 󰅀 como restrição da rede social, antecipação
de rejeição em situações sociais,
󰅀 isolamento social e desemprego.68
Ciclo 6
Recentemente, Silveira e colaboradores68
󰍝 propuseram uma intervenção baseada na
Volume 4 ACT para usuários de um CAPS AD, a fim
de reduzir a estigmatização. Apesar de um
maior foco de atuação com usuários de
substâncias, é possível pensar em outras
populações estigmatizadas que são
Intervenção para crianças e adolescentes usuários frequentes no SUS: pessoas
󱀉 com transtorno de ansiedade social LGBTQIA+, pessoas negras, mães solteiras,
pessoas diagnosticadas com transtornos
Possibilidades de atuação no sistema único mentais graves, população de rua e idosos,
por exemplo. Um dos poucos trabalhos
comportamentais
publicados, de autoria de Tavares e
Resiliência na infância: promoção e Kuratani,69 propôs psicoterapia para duas
󱀉 avaliação clínica mulheres negras pelas repercussões do
racismo nelas, em um processo de
aceitação para “tornarem-se negras”.
A abordagem que vem sendo indicada para

o trabalho com autoestigma é a ACT. Ela
󰍝 Volume 3 busca compreender o ser humano em sua
flexibilidade psicológica, que é permeada
por seis processos:23
󰍝 Volume 2
aceitação;
desfusão cognitiva;
󰍝 Volume 1 contato com o momento presente;
self contextual;
valores;
Ciclo 5 󰅀 ações de compromisso.
Ciclo 4 󰅀
O trabalho com autoestigma permeia cada
PROPSICO um dos seis processos, sendo󰂜

󰅖 󰐍
dois deles
cruciais para alterar a experiência
󰘥
󰁍 ir para a página do programa emocional e cognitiva: aceitação e
desfusão
Aa 󰍉
cognitiva.
Ciclo 8 󰅀 Aceitação, enquanto um processo de

mudança, diz da disposição em
aceitar sentir emoções
Ciclo 7 󰅀 desconfortáveis sem tentar controlá-
las ou afastá-las. Tanto as emoções
Ciclo 6
󰅀 primárias ou o conteúdo emocional
dos pensamentos (secundárias)
podem gerar intenso desconforto,
󰍝 levando a comportamentos extremos
Volume 4
e mal-adaptativos. Aceitar significa
estar disposto a sentir e
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica compreender que a experiência
emocional influencia as nossas ações,
mas lutar para se livrar dela gera
ainda mais sofrimento, pela sua
impossibilidade. O uso de diários,
Possibilidades de atuação no sistema único metáforas e paradoxos são
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e procedimentos possíveis. 23
comportamentais
A desfusão engloba um processo de
mudança cognitiva, descentralizando
󱀉 avaliação clínica o conteúdo simbólico das palavras e
dos pensamentos, compreendendo-o
como produto de uma interrelação
entre estímulos, e não como
realidades fechadas. Distanciar-se do
próprio pensamento e pensar a
󰍝 Volume 3
respeito dele (metacognição) ajuda a
não se olhar a partir dele, mas sobre
ele. O foco das intervenções recai na
󰍝 Volume 2
quebra do poder simbólico das
palavras, na diminuição da confiança
nos pensamentos e na perda de uma
󰍝 Volume 1
relação de literalidade com o
conteúdo do pensamento, mudando
o foco para o contexto no qual ele
Ciclo 5 󰅀 aparece para que seja possível a
Ciclo 4 󰅀
compreensão da função que assume no
PROPSICO 󰅖 controle do comportamento.23

󰂜 󰐍
Esse trabalho é importante diante da
󰘥
󰁍 ir para a página do programa possibilidade de o conteúdo emocional
do 󰍉
Aa pensamento ser capaz de torná-lo
ainda mais desconfortável e levar o
Ciclo 8 󰅀 sujeito a tentar suprimi-lo por
comportamentos mal-adaptativos ou a
resignar-se e passar a se enxergar no
Ciclo 7 󰅀 conteúdo do estigma internalizado.23
São propostos exercícios verbais e a
󰅀 adoção de uma linguagem desfusionada
Ciclo 6
durante e entre as sessões. Pede-se que
se repita cansativamente uma palavra
󰍝 com conteúdo simbólico desconfortável,
Volume 4
como “louco”, até que essa palavra passe
apenas a soar como sílabas desconexas e
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica sem sentido. Descrever o pensamento no
máximo de detalhes, expressando
inclusive o que se sente ao descrevê-lo, e
ao final tentar materializar o pensamento
para questionar se de fato o é. Ou ainda
Possibilidades de atuação no sistema único adotar, ao falar sobre pensamentos,
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e verbalizações como “eu tive o
comportamentais
pensamento de que...”, “eu tive o
pensamento de que eu acho que sou...”
󱀉 avaliação clínica ou “eu observei o pensamento de que...”.
Silveira e colaboradores basearam-se no

󰍝 Volume 3 protocolo ACT original para autoestigma e
buscaram68
aumentar a consciência do estigma

󰍝 Volume 2
social, internalizado, da vergonha e de
seus efeitos;
introduzir e promover desfusão
󰍝 Volume 1
cognitiva; psicoeducação e
sensibilização do controle como um
Ciclo 5 󰅀 problema, e não a solução para a
experiência com pensamentos e
emoções;
Ciclo 4 󰅀
compartilhar experiências visando
aceitação, empatia e flexibilidade;
fazer uso de metáforas; clarificação de
󰘥
󰁍 ir para a página do programa valores de vida;
promover
Aa 󰍉 comprometimento com a
mudança.
Ciclo 8 󰅀 Operacionalmente, Tavares e Kuratani69
interviram em estabelecimento de vínculo,
identificação de comportamentos-
Ciclo 7 󰅀
problema, autorrevelação e abertura à
󰅀 vulnerabilidade, HSs, compaixão e
Ciclo 6 autocompaixão pelo autoestigma,
reforçamento de comportamentos de
󰍝 abertura e expressão de sentimento.
Volume 4
O trabalho com aceitação e desfusão
cognitiva continua e se relaciona com a
necessidade de70
foco no momento presente;

Intervenção para crianças e adolescentes um olhar para si de forma contextual
󱀉 com transtorno de ansiedade social (flexibilização de uma visão rígida sobre
si mesmo);
clarificação de valores de vida;
comportamentais comprometimento com valores e
objetivos.
󱀉 avaliação clínica À guisa de definição, valores são descritos
como comportamentos verbais que
qualificam uma ação. São consequências
escolhidas, verbalmente construídas e que
levam a padrões dinâmicos, contínuos e
progressivos. Quando valores são
󰍝 Volume 3
expressos, comunica-se o que motiva a
escolha por determinados
comportamentos e os alvos (objetivos)
󰍝 Volume 2
desses.70 Valores não se esgotam e estão
atrelados a áreas de vida, como família,
trabalho e espiritualidade. Para a ACT,
󰍝 Volume 1
quanto mais se tem nitidez sobre os
próprios valores nas diversas áreas de vida,
mais fácil ter flexibilidade para aceitar e
Ciclo 5 󰅀 comprometer-se com uma vida
significativa.
Ciclo 4 󰅀
/ TREINAMENTO DE HABILIDADES,
PROPSICO 󰅖 󰐍 󰂜E ROLE
ENSAIO COMPORTAMENTAL
PLAY
󰘥
No SUS, o trabalho com saúde mental não
Aa 󰍉
deve se restringir ao tratamento de
transtornos mentais, prevenção de agravos
Ciclo 8 󰅀 e encaminhamento para cuidados clínicos.
O processo de reabilitação psicossocial,
Ciclo 7 󰅀 muitas vezes encabeçado pelos CAPSs e
pela atenção básica também precisa atingir
󰅀 outras necessidades da esfera psicossocial,
Ciclo 6 como
qualificação profissional;
󰍝
Volume 4 educação;
ressocialização para pessoas em
cumprimento de pena ou medida
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica socioeducativa;
resolução de conflitos;
treinamento para entrevistas de
󱀉 com transtorno de ansiedade social emprego;
melhora nas relações interpessoais com
Possibilidades de atuação no sistema único fortalecimento da rede de apoio.
comportamentais
O aumento no
Resiliência na infância: promoção e repertório de HSs, bem
como sua execução
competente, contribui
󱁯 Informações DOI do Volume para a redução de
sintomas para quadros
de ansiedade e humor,
󰍝 Volume 3 por exemplo.
O SUS trabalha em rede entre os seus

󰍝 Volume 2
dispositivos, mas também precisa articular-
se com outros sistemas para a manutenção
da saúde de forma integral e universal. É
󰍝 Volume 1
possível citar o SUAS e os Sistemas
Socioeducativo e Prisional. Capacitar o
usuário para retornar ao mercado de
Ciclo 5 󰅀 trabalho, à escola ou ao convívio familiar
não é exatamente papel do profissional de
Ciclo 4 󰅀
psicologia do CAPS e da atenção básica.
PROPSICO Sendo o primeiro responsável󰂜

󰅖
na crise e o segundo
󰐍
pelo apoio
para
󰘥
󰁍 ir para a página do programa acompanhamento no território,
articulações
Aa 󰍉
podem ser desenvolvidas na
discussão do PTS para a inserção em
Ciclo 8 󰅀 treinamentos de HSs que auxiliem no
alcance do que fora estabelecido e
acordado com o usuário.
Ciclo 7 󰅀
O campo das HSs estuda os
󰅀 comportamentos socialmente desejáveis
Ciclo 6 em diferentes contextos, avaliando-os a
partir da competência em suas execuções.
󰍝
Volume 4
O comportamento
socialmente desejável é
aquele competente para um
desfecho positivo em
determinada situação. Para
󱀉 Del Prette e Del Prette,71
com transtorno de ansiedade social
posturas passivas ou
Possibilidades de atuação no sistema único agressivas podem gerar
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e efeitos negativos nas relações
comportamentais
interpessoais e, como
consequência, quadros
󱀉 avaliação clínica psicopatológicos que
reforçam comportamentos
com baixa competência social.
Del Prette e Del Prette71 construíram um

portfólio de classes de HSs e os
󰍝 Volume 3
comportamentos que as compõem.
Algumas delas estão no Quadro 8. A
assertividade, além de uma classe, é a
󰍝 Volume 2
postura esperada em qualquer
comportamento socialmente competente.
󰍝 Volume 1
QUADRO 8
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀
PORTFÓLIO DE HABILIDADES SOCIAIS

Comunicação: iniciar e manter
conversação, fazer e responder
Aa
perguntas, 󰍉
pedir e dar feedback, elogiar e
agradecer elogio e opinar.
Ciclo 8 󰅀
Civilidade: cumprimentar e responder
cumprimento, pedir “por favor”,
Ciclo 7 󰅀 agradecer e desculpar-se.
Fazer e manter amizade: iniciar

󰅀
Ciclo 6 conversação, ouvir e fazer confidências,
demonstrar gentileza, manter contato
󰍝 sem ser invasivo, convidar e aceitar
Volume 4 convites, manter contato e manifestar
solidariedade.
Empatia: manter contato visual,

aproximar-se do outro, escutar sem
interromper, tomar perspectiva (colocar-
Intervenção para crianças e adolescentes se no lugar do outro), expressar
compreensão, incentivar a confidência,
demonstrar disposição em ajudar,
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e compartilhar alegrias e realizações do
comportamentais
outro.
Resiliência na infância: promoção e Assertividade: defender direitos

󱀉 avaliação clínica próprios e de outrem, questionar, opinar,
discordar, solicitar explicações, fazer e
recusar pedidos, expressar raiva,
desagrado e pedir mudança de
comportamento, desculpar-se e admitir
falhas, manejar críticas, falar com
󰍝 Volume 3
pessoas que exercem autoridade.
Expressar Solidariedade: identificar

󰍝 Volume 2
necessidades do outro, oferecer ajuda,
expressar apoio, engajar-se em
atividades sociais construtivas,
󰍝 Volume 1
compartilhar alimentos ou objetos com
pessoas desconhecidas, expressar
compaixão, consolar, cooperar e motivar
Ciclo 5 󰅀 colegas a se engajarem em atividades
sociais.
Ciclo 4 󰅀
Manejar conflitos e resolver problemas
interpessoais: exercitar o autocontrole
diante de indicadores emocionais de um
󰁍 ir para a página do programa problema, reconhecer, nomear e definir
um 󰍉
Aa problema, identificar os
comportamentos seus e do outro que
Ciclo 8 󰅀 mantêm o conflito e os possam resolvê-
lo, elaborar e propor alternativas,
escolher, implementar e avaliar cada
Ciclo 7 󰅀 alternativa ou combiná-las em uma
única.
󰅀
Ciclo 6 Expressar afeto e intimidade (namoro,
sexo): aproximar-se e demonstrar
󰍝 afetividade por meio do contato visual,
Volume 4
sorriso e toque, fazer e responder
perguntas de interesse do outro, bom
humor, partilhar brincadeiras, manifestar
gentileza, demonstrar interesse pelo
bem-estar e estabelecer limites quando
Intervenção para crianças e adolescentes necessário.
Coordenar grupo: organizar atividades,
Possibilidades de atuação no sistema único distribuir tarefas, incentivar a
participação de todos, controlar o tempo
comportamentais
e o foco na tarefa, dar feedback, mediar
Resiliência na infância: promoção e interações, expor metas, elogiar,
󱀉 avaliação clínica parafrasear, resumir, explicar e pedir
explicações, cobrar desempenho e
verificar compreensão sobre os
problemas.
Falar em grupo: cumprimentar, distribuir

󰍝 Volume 3 o olhar pela plateia, uso e modulação do
tom de voz, fazer e responder perguntas,
uso mínimo de recursos audiovisuais,
󰍝 Volume 2 usar humor, relatar experiências
pessoais, relatar acontecimentos e
agradecer ao finalizar.
󰍝 Volume 1
// Fonte: Adaptado de Del Prette e Del
Prette (2017).71
Ciclo 5 󰅀 O treinamento é estruturado a partir do
perfil e das necessidades do indivíduo ou
grupo. No SUS, isso irá variar não só no
Ciclo 4 󰅀
tocante a objetivos e necessidades, mas a
PROPSICO contextos e especificidades da󰂜

󰅖 󰐍
população.
Nesse ponto, os grupos podem variar na
󰘥
󰁍 ir para a página do programa homogeneidade, o que precisa ser pensado
como
Aa 󰍉
uma variável importante. Os
encontros são estruturados, limitados em
Ciclo 8 󰅀 quantidade e possuem planejamento
prévio.71
Ciclo 7 󰅀
Para mais informações,
󰅀 recomenda-se a leitura de
Ciclo 6 Del Prette e Del Prette.71
󰍝
Volume 4 Entre as intervenções desenvolvidas,
destacam-se o ensaio
comportamental e o role play. O
primeiro trata-se da simulação de
uma situação real com alta
probabilidade de acontecer ou que
será provocada pelo usuário. Treina-
se com a participação de outros
Possibilidades de atuação no sistema único usuários do grupo, tendo todos a
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e chance de treinar uma habilidade
comportamentais
social alvo.58,71
O role play, também chamado de
󱀉 avaliação clínica dramatização, constitui-se em um
jogo de papéis, em geral
dramatizando uma situação
󱁯 Informações DOI do Volume hipotética ou passada a fim de que os
usuários assumam e se alternem
entre os diferentes atores para que
󰍝 Volume 3 possam explorar diferentes pontos
de vista, suas emoções e
comportamentos desejados e
󰍝 Volume 2 indesejados. Em ambos, faz-se
necessário um feedback por parte de
quem participou, bem como dos
󰍝 Volume 1 observadores.58,71
É possível pensar o treinamento em HS na

Ciclo 5 󰅀 mediação de conflitos, por exemplo.
Nesses casos, o trabalho costuma ser
Ciclo 4 󰅀
encabeçado por programas de
fortalecimento de vínculos e mediação
conflitos nos Centros de Referência em
de
󰘥
󰁍 ir para a página do programa Assistência Social (CRAS) e no Centro de
Referências
Aa 󰍉
Especializado em Assistência
Social (CREAS), sendo indicado o trabalho
Ciclo 8 󰅀 em rede com a atenção básica e até com a
RAPS, caso haja necessidade.
Há algumas variações de teorias e

Ciclo 7 󰅀
intervenções de treino de habilidades,
󰅀 como as
Ciclo 6
habilidades para a vida para
adolescentes, para diminuição de
󰍝
Volume 4 comportamentos de risco e aumento
nos cuidados com a saúde global,
propostas pela Organização Mundial da
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica Saúde (OMS)72 (as quais as HSs estão
inclusas);
habilidades parentais, para pais e
󱀉 com transtorno de ansiedade social responsáveis;
habilidades socioemocionais, geralmente
Possibilidades de atuação no sistema único trabalhadas com crianças e
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e adolescentes;
comportamentais
habilidades em DBTs, focados na
regulação emocional em pessoas com
󱀉 avaliação clínica forte desregulação, a exemplo do
transtorno da personalidade borderline e
do transtorno afetivo bipolar.
/ PRÁTICA DO ACOMPANHANTE
TERAPÊUTICO
󰍝 Volume 3
Com a reforma psiquiátrica, o
acompanhante terapêutico (AT) passou a
󰍝 Volume 2 aparecer como alternativa de cuidado em
liberdade (termo utilizado para práticas em
saúde após a reforma psiquiátrica que não
󰍝 Volume 1 contemplam o hospital psiquiátrico). O AT
é um profissional que acompanha o
usuário em momentos específicos do seu
Ciclo 5 󰅀 dia a dia, como consultas e passeios.73
Ciclo 4 󰅀
A inserção de um AT depende de que sua
PROPSICO atuação seja articulada com o󰂜

󰅖 󰐍usuário em
seu respectivo PTS. Por não ser uma
󰘥
󰁍 ir para a página do programa prática privativa da psicologia, é possível
encontrar
Aa 󰍉
outros profissionais buscando
essa formação. Em se tratando das TCCs,
Ciclo 8 󰅀 vem crescendo o campo de atuação,
sobretudo com o público infantojuvenil73
inserido no espectro autista, com
Ciclo 7 󰅀 problemas de aprendizagem, quadros
psiquiátricos, incluindo comportamentos
󰅀 aditivos e de risco, esse último também
Ciclo 6
para adultos. Para o primeiro,
particularmente, a análise do
󰍝 comportamento aplicada (em inglês,
Volume 4
applied behavior anlysis [ABA]) é a única
abordagem com indicações de efetividade
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica na prática do AT.
No pouco material disponível no país, a

Intervenção para crianças e adolescentes análise do comportamento é uma
󱀉 com transtorno de ansiedade social abordagem com destaque. Tolosa74 propõe
um modelo integrativo de
Possibilidades de atuação no sistema único acompanhamento terapêutico, utilizando
também o modelo cognitivo como base
comportamentais
para o trabalho em AT. Quando o trabalho
Resiliência na infância: promoção e é realizado com crianças e adultos com
󱀉 avaliação clínica comprometimento mental moderado ou
grave, a abordagem estritamente
comportamental se mostra mais adequada.
Quando intervém baseado

󰍝 Volume 3 nas TCCs, o AT empenha-se
em utilizar técnicas
específicas e treinar o
󰍝 Volume 2 paciente a fim de
instrumentalizá-lo.
Estratégias de mindfulness
󰍝 Volume 1 e relaxamento, exposição,
economia de fichas,
reavaliação e desfusão
Ciclo 5 󰅀 cognitivas são alguns
exemplos.
Ciclo 4 󰅀
O AT é mais um profissional de referência
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜 ao ideal
que, alinhado com outros, efetiva
de integralidade no cuidado em saúde.
󰘥
󰁍 ir para a página do programa Sendo uma atuação complementar, a RAPS
é Aa 󰍉
alternativa para diminuir sobrecarga e
filas de espera, não há grande oferta de
Ciclo 8 󰅀 ATs no SUS. No campo da educação, o
quantitativo de ATs é menos escassa. Pela
dificuldade de acesso de crianças e
Ciclo 7 󰅀 adolescentes ao CAPS I, visto que muitas
cidades menores não possuem um, e de
󰅀 psicólogos ambulatoriais capacitados, o AT
Ciclo 6
é a alternativa ideal para atuar junto a esse
público.
󰍝
Volume 4
/ INTERVENÇÕES EM CRISE
As intervenções em crise são pontos-

chave tanto na psicologia quanto no SUS.
Aqui é necessário entender crise no
Intervenção para crianças e adolescentes sentido amplo, desde aquele pessoal, com
󱀉 com transtorno de ansiedade social sofrimento agudo e intenso, à de sentido
mais amplo, envolvendo emergências e
Possibilidades de atuação no sistema único desastres. O que vai caracterizar a crise é o
contexto de impossibilidade do sujeito de
comportamentais
lidar com o seu sofrimento e do cuidado a
Resiliência na infância: promoção e partir dos recursos usuais.75
O plantão psicológico é um exemplo de
intervenção em crise. Trata-se de um
󱁯 Informações DOI do Volume atendimento pontual e focal, iniciado e
finalizado no mesmo encontro, direcionado
a identificar e cuidar daquilo que é mais
󰍝 Volume 3 urgente. Seu formato para acolher a
pessoa em crise costuma ser mais diretivo
e a condução do terapeuta é ativa.76 Assim
󰍝 Volume 2 como qualquer outro serviço de plantão, o
usuário poderá retornar, mas será atendido
pelo profissional disponível naquele dia e
󰍝 Volume 1 horário, não obrigatoriamente pelo mesmo
que realizou o primeiro atendimento. No
plantão psicológico, o terapeuta poderá,
Ciclo 5 󰅀 por exemplo:
identificar demandas;
Ciclo 4 󰅀
intervir na crise;
PROPSICO 󰅖 treinar e executar

relaxamento;
󰐍 󰂜
exercícios
󰘥de
󰁍 ir para a página do programa psicoeducar;
󰍉
encaminhar de forma precisa a outros
Aa
serviços (quando for o caso).
Ciclo 8 󰅀 Durante a pandemia da COVID-19, essa
modalidade mostrou-se uma importante
alternativa diante de um contexto de
Ciclo 7 󰅀
fechamento de alguns serviços e do medo
󰅀 e da incerteza que circundavam o
Ciclo 6 momento. A experiência de Medeiros e
colaboradores,76 em contexto de clínica
󰍝 escola, abriu espaço para o plantão em sua
Volume 4 modalidade on-line. No SUS, é possível
assumir um caráter híbrido, presencial e
on-line, tendo o Conselho Federal de
Psicologia permitido, até a data da escrita
deste capítulo, atendimentos a crianças,
Intervenção para crianças e adolescentes pessoas com violação de direitos e crises
󱀉 com transtorno de ansiedade social pela internet. A pandemia fora, em parte,
responsável pela popularização das
Possibilidades de atuação no sistema único teleconsultas em geral.
comportamentais
Além do plantão, é possível encontrar na
literatura trabalhos que propõem
󱀉 avaliação clínica intervenções com mais de um encontro,
focados em outras configurações de crise,
incluindo emergências e catástrofes.75
> ALGUMAS CONSIDERAÇÕES A
RESPEITO DAS INTERVENÇÕES EM
󰍝 Volume 3 TERAPIAS COGNITIVO-
COMPORTAMENTAIS NO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
󰍝 Volume 2
A seguir serão discutidas as intervenções
em TCCs no SUS, considerando o hospital
e os cuidados paliativos, o uso de
󰍝 Volume 1
instrumentos de rastreio e a supervisão
clínica. Por fim, será discutida a
necessidade de adaptações das propostas
Ciclo 5 󰅀 discutidas ao público idoso e
infantojuvenil.
Ciclo 4 󰅀
/ HOSPITAL E CUIDADOS PALIATIVOS
PROPSICO 󰅖
As intervenções realizadas em 󰐍
󰂜 contexto 󰘥
󰁍 ir para a página do programa hospitalar costumam ser breves devido ao
tempo de permanência do paciente. Em
Aa 󰍉
alguns casos, o acompanhamento pode
durar algumas semanas, como no caso de
Ciclo 8 󰅀 acidentes, pacientes oncológicos, grávidas
e puérperas. Não é exclusiva a realização
Ciclo 7 󰅀 de psicoterapia, sendo algumas vezes
inviável, ficando o psicólogo com maior
󰅀 flexibilidade em suas escolhas de
Ciclo 6 intervenção. Atendimentos pontuais,
grupos na enfermaria e psicoeducação são
󰍝 comumente realizados.27,77
Volume 4
A experiência no
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica hospital, lugar de vida e
de morte, pode exigir
apoio psicológico
mesmo quando a
enfermidade não é o
Possibilidades de atuação no sistema único motivo da estada.27,77
comportamentais
Em se tratando de cuidados paliativos, as
Resiliência na infância: promoção e intervenções passam a ser menos intensas
󱀉 avaliação clínica e buscam trazer conforto e bem-estar para
os quadros com pouca ou nenhuma
esperança de reversão. Há uma abertura
para a realização de psicoterapia breve,
além intervenções cognitivas e
comportamentais pontuais, por
󰍝 Volume 3
exemplo: 77,78
aceitação (da dor, do quadro);

󰍝 Volume 2
identificação de emoções;
automonitoramento;
EM;
󰍝 Volume 1
dessensibilização sistemática;
controle de atenção;
treino de relaxamento;
Ciclo 5 󰅀 mindfulness;
treino de estratégias de enfrentamento;
Ciclo 4 󰅀
orientação de pais e familiares.
PROPSICO 󰅖
Todo o trabalho é direcionado 󰐍
󰂜 a curto 󰘥
󰁍 ir para a página do programa prazo, focado no aqui e agora.77,78 As
intervenções em cuidados paliativos são
Aa 󰍉
delicadas, devido ao potencial grau de
sofrimento. Entretanto, assuntos delicados
Ciclo 8 󰅀 devem ser trabalhados de forma aberta e
franca com o estabelecimento do vínculo.
Ciclo 7 󰅀
/ USO DE INSTRUMENTOS DE RASTREIO
󰅀 Terapeutas cognitivos e comportamentais
Ciclo 6
costumam avaliar o progresso de suas
intervenções com mais de um método.
󰍝 Além do julgamento profissional e do
Volume 4
relato de quem está recebendo a
intervenção, o uso de instrumentos de
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica rastreio pode auxiliar na concretude da
evolução, além de fornecer especificidades
de sintomas, percepções e suas
respectivas intensidades.
Possibilidades de atuação no sistema único Escalas e inventários de

rastreio não são
comportamentais
instrumentos capazes de,
Resiliência na infância: promoção e por si só, confirmar um
󱀉 avaliação clínica diagnóstico, mas fornecem
informações importantes
para compreensão do caso,
auxiliam no processo de
diagnóstico diferencial, e
quando replicadas de
󰍝 Volume 3
tempos em tempos,
quantificam a diminuição
ou o aumento das variáveis
󰍝 Volume 2
contidas no instrumento.
Além disso, os enunciados
dão espaço para perguntas
󰍝 Volume 1
complementares ou para
explicações espontâneas
Ciclo 5 󰅀 relativas ao que fora
questionado, tornando o
momento um rico relato
Ciclo 4 󰅀
guiado e estruturado,
PROPSICO 󰅖 󰐍
complementando󰂜
qualitativamente o que fora
󰘥
󰁍 ir para a página do programa marcado.
Aa 󰍉É importante ressaltar que
esse tipo de instrumento
Ciclo 8 󰅀 não é equivalente a um
teste psicológico, embora
alguns sejam, no Brasil, de
Ciclo 7 󰅀 uso exclusivo do
profissional de psicologia.
󰅀 Enquanto alguns são de
Ciclo 6
domínio público, outros
necessitam ser comprados
󰍝 em editoras e livrarias
Volume 4
especializadas.
Instrumentos gerais e de domínio público

também são de suma utilidade na prática
clínica. Alguns exemplos são o Teste de
Intervenção para crianças e adolescentes triagem do envolvimento com álcool,
cigarro e outras substâncias (ASSIST),79 o
Teste de identificação do transtorno do
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e uso de álcool (AUDIT)80 e o Questionário
comportamentais
de qualidade de vida (WHOQOL),81 em
diferentes versões para populações
󱀉 avaliação clínica específicas, os quais são da OMS.
O rastreio de déficits cognitivos pode ser

realizado com o auxílio do miniexame do
estado mental (MEEM),82 ainda bastante
utilizado e aceito, apesar das críticas.
󰍝 Volume 3
A escolha de um instrumento precisa
ser feita de maneira estratégica.
Apesar de boa parte ser de
󰍝 Volume 2
autorrelato, pode-se optar pelo
formato de entrevista, seja por baixa
escolaridade (que pode levar à não
󰍝 Volume 1
compreensão do instrumento), para
diminuição da chance de viés nas
respostas ou para uso estratégico
Ciclo 5 󰅀
dos itens enquanto perguntas
Ciclo 4 󰅀
disparadoras de coleta de dados de
PROPSICO 󰅖 relato. 󰂜 󰐍 󰘥
󰁍 ir para a página do programa Outros pontos de atenção são a
necessidade de o instrumento estar
Aa 󰍉
traduzido e validado para a população
brasileira e ter sido construído para o
Ciclo 8 󰅀 público específico no qual será aplicado.
/ SUPERVISÃO CLÍNICA
Ciclo 7 󰅀
A supervisão clínica também é assunto de
󰅀 interesse de profissionais que atuam com
Ciclo 6
as abordagens cognitivas e
comportamentais em geral. Apesar de não
󰍝
Volume 4 haver uma unanimidade sobre um modelo
de supervisão, há uma generalidade entre
os diversos modelos sobre a visão do
supervisor enquanto consultor, terapeuta e
professor, e focos de atenção na
intervenção, conceitualização,
personalização e na relação entre
supervisionado e paciente, supervisor e
Possibilidades de atuação no sistema único supervisionado e supervisor e imagem do
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e paciente construída por ele.83
comportamentais
Uma visão progressiva e dinâmica da
Resiliência na infância: promoção e atuação do supervisionando, desde níveis
󱀉 avaliação clínica basais de insegurança e maior necessidade
de estruturação na reunião de supervisão à
autonomia de tomada de decisão, domínio
dos conceitos e confiança no próprio
trabalho, está alinhada aos modelos atuais
e mais pesquisados de supervisão.83
󰍝 Volume 3
No SUS, a supervisão é
󰍝 Volume 2 tratada como prioridade em
todos os níveis de
complexidade. Existem
󰍝 Volume 1 supervisões entre a equipe
de atenção básica, incluindo
o NASF, das equipes dos
Ciclo 5 󰅀 CAPS e dos setores dos
hospitais. Cruciais para a
Ciclo 4 󰅀
lógica de trabalho em rede,
PROPSICO 󰅖 os
󰐍 󰂜 são
matriciamentos
reuniões entre diferentes
󰘥
󰁍 ir para a página do programa equipes para pensar o
Aa 󰍉cuidado no território e nos
serviços. Os matriciamentos
Ciclo 8 󰅀 em saúde mental costumam
ser realizados pelos CAPSs
nas USFs para discussão do
Ciclo 7 󰅀 PTS, para alinhar o cuidado
no território, coletar
󰅀 informações e alinhar as
Ciclo 6
ações.
󰍝
Volume 4
Por sua lógica de trabalho, dificilmente a
supervisão clínica no SUS se constitui de
uma supervisão exclusiva entre psicólogos.
Muitas vezes, os profissionais precisarão
buscar supervisões por conta própria, em
especial os que realizam psicoterapia nos
Intervenção para crianças e adolescentes serviços ambulatoriais. Entretanto, a visão
geral de supervisão clínica relatada pode
ser inserida e adaptada aos contextos
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e multidisciplinares, a fim de estabelecer um
comportamentais
trabalho que visa ao progresso e à
estruturação das intervenções de forma
󱀉 avaliação clínica estratégica, educativa e que cuide do
profissional e de suas relações com os
usuários e com o próprio supervisor e a
󱁯 Informações DOI do Volume equipe.
/ CONSIDERAÇÕES SOBRE O PÚBLICO

󰍝 Volume 3 INFANTOJUVENIL E IDOSO
As propostas aqui apresentadas o foram

sem uma especificidade de público, mas
󰍝 Volume 2
pensando em diferentes demandas. Seja
para adultos, público-alvo da maioria das
publicações e pesquisas, ou para crianças,
󰍝 Volume 1
adolescentes e idosos, precisam ser
realizadas adaptações, a começar pelas
exigências do contexto no qual se
Ciclo 5 󰅀
pretende replicar uma intervenção.
Ciclo 4 󰅀
As TCCs para o público infantojuvenil são
PROPSICO 󰅖
amplamente divulgadas e várias
󰐍
󰂜 práticas
efetivas foram pensadas e amadurecidas
󰘥
󰁍 ir para a página do programa para as suas particularidades. Já as
pesquisas
Aa 󰍉
e publicações para a pessoa
idosa são mais escassas, mas vêm
Ciclo 8 󰅀 aumentando com o passar do tempo e das
demandas sociais advindas da longevidade
populacional. Para trabalhar com um
Ciclo 7 󰅀 público, incluindo o corte por faixa etária, é
preciso construir um corpo de
󰅀 conhecimento sobre aspectos
Ciclo 6
biopsicossociais para uma intervenção que
esteja preparada para acolher e
󰍝 proporcionar as mudanças necessárias.
Volume 4

ATIVIDADES

14. Com relação à normalização,

assinale a alternativa correta.
comportamentais A) O processo de normalização
pode ser iniciado com
Resiliência na infância: promoção e informações epidemiológicas
combinadas com psicoeducação,
para que o paciente possa
󱁯 Informações DOI do Volume compreender que alterações da
experiência sensorial podem
ocorrer por diversos motivos e
󰍝 Volume 3 pessoas, incluindo aquelas não
diagnosticadas com um transtorno
psicótico.
󰍝 Volume 2 B) A normalização é o processo,
alcançado por meio de
psicoeducação, de fazer com que
󰍝 Volume 1 o paciente deixe de levar os
sintomas que apresenta a sério,
fazendo com que ele passe a
Ciclo 5 󰅀 encarar sintomas, como delírios e
alucinações como meras
Ciclo 4 󰅀
manifestações do problema
psicológico que o aflige.
C) A normalização pressupõe a
󰘥
󰁍 ir para a página do programa conscientização do paciente de
Aa 󰍉
que seus sintomas não podem ser
controlados e de que ele não pode
Ciclo 8 󰅀 lidar com eles sozinho, o que
favorecerá a adesão a outros
tratamentos.
Ciclo 7 󰅀 D) A normalização pressupõe que
os sintomas apresentados pelo
󰅀 paciente são únicos e não podem
Ciclo 6
ser comparados com os sintomas
apresentados por outras pessoas.
󰍝
Volume 4 Confira aqui a resposta
15. Com relação à AC, é correto

afirmar que
A) ela se torna ineficiente nos
Intervenção para crianças e adolescentes casos de anedonia, pois o
󱀉 com transtorno de ansiedade social paciente não consegue sentir o
prazer com atividades que, de
Possibilidades de atuação no sistema único outra maneira, influenciariam
positivamente o seu humor.
comportamentais
B) ela ensina o paciente a buscar
Resiliência na infância: promoção e respostas de enfrentamento
󱀉 avaliação clínica passivas aos gatilhos e às
emoções negativas.
C) um dos seus objetivos é fazer
com que o paciente pare de
buscar a fuga em atividades que
considera prazerosas e passe a se
󰍝 Volume 3
concentrar em atividades
realmente úteis para a sua vida
cotidiana.
󰍝 Volume 2
D) ela busca a aquisição de um
repertório de enfrentamento que
envolve a percepção e o bloqueio
󰍝 Volume 1
de comportamentos de esquiva
passiva e ruminação.
Ciclo 4 󰅀
16. Acerca das instruções para a AC,
assinale a alternativa correta.
A) Deve-se evitar a realização de
󰘥
󰁍 ir para a página do programa atividades quando não houver
Aa 󰍉
ânimo ou vontade para realizá-las.
B) Deve haver suporte familiar e
Ciclo 8 󰅀 comunitário constante.
C) É necessário descrever as
atividades da maneira mais
Ciclo 7 󰅀 simples possível, evitando o uso
de muitos detalhes, para não criar
󰅀 expectativas e, com isso,
Ciclo 6
ansiedade.
D) Recomenda-se a criação de
󰍝 uma agenda positiva contendo
Volume 4
apenas atividades prazerosas e
suspendendo temporariamente
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica aquelas que são consideradas
como obrigações.
17. Com relação à EPR, assinale a
Possibilidades de atuação no sistema único alternativa correta.
A) Essa técnica consiste em uma
comportamentais
análise, por parte do profissional,
Resiliência na infância: promoção e das situações e objetos que
󱀉 avaliação clínica alimentam obsessões e
compulsões dos pacientes e a sua
eliminação por meio do desvio da
atenção e do pensamento para
outras coisas.
B) A intenção da técnica é
󰍝 Volume 3
comprovar que as crenças que
lançam previsões catastróficas
sobre um futuro em que os rituais,
󰍝 Volume 2
fruto de ideias obsessivas, não são
realizados, não refletem a
realidade e que suas
󰍝 Volume 1
consequências não são passíveis
de relação com essas ideias.
Ciclo 5 󰅀 C) A exposição dos pacientes aos
objetos “gatilho” de suas
Ciclo 4 󰅀
compulsões e obsessões deve ser
PROPSICO 󰅖 evitado.
󰐍
󰂜
D) A EPR deve ser realizada em
󰘥
󰁍 ir para a página do programa substituição a técnicas como
Aa 󰍉
reavaliação cognitiva e registro de
pensamentos para que tenha
Ciclo 8 󰅀 sucesso.
Ciclo 7 󰅀
18. Com relação aos processos de
󰅀 aceitação e desfusão, assinale a
Ciclo 6 alternativa correta.
A) A aceitação, enquanto um
󰍝 processo de mudança, consiste na
Volume 4 disposição em aceitar sentir
emoções desconfortáveis sem
tentar controlá-las ou afastá-las.
B) A desfusão é a compreensão de
que o conteúdo simbólico de
Intervenção para crianças e adolescentes palavras e de pensamentos se
󱀉 com transtorno de ansiedade social constitui em uma realidade
fechada.
Possibilidades de atuação no sistema único C) A aceitação não significa abrir
mão de lutar para se livrar de
comportamentais
nossas experiências emocionais
Resiliência na infância: promoção e causadoras de sofrimento.
󱀉 avaliação clínica D) O processo de aceitação
envolve o abandono de “muletas”
como o uso de diários, metáforas
e paradoxos.
󰍝 Volume 3
19. Várias das políticas públicas e

demais documentos instrucionais
󰍝 Volume 2 da prática no SUS sugerem o uso
de instrumentos de rastreio. Sobre
suas funções, é correto afirmar
󰍝 Volume 1 que
A) são instrumentos diagnósticos
que auxiliam no processo
Ciclo 5 󰅀 diferencial de entidades
nosológicas.
Ciclo 4 󰅀
B) são de uso exclusivo do
PROPSICO 󰅖 󰐍
psicólogo e devem ser 󰂜 sempre
acionados quando há intenção e
󰘥
󰁍 ir para a página do programa necessidade de aplicação.
Aa 󰍉
C) são utilizados somente para
acompanhamento e evolução do
Ciclo 8 󰅀 caso, pois são imprecisos no
rastreio do nível e da
especificidade de
Ciclo 7 󰅀 comportamentos e sintomas.
D) apesar de não terem poder
󰅀 diagnóstico, auxiliam no processo
Ciclo 6
diferencial, fornecendo
especificidades de sintomas,
󰍝 percepções e suas respectivas
Volume 4
intensidades.

󱀉 com transtorno de ansiedade social Mário, 40 anos de idade, foi referenciado
ao CAPS AD após internação em hospital
geral por ingestão de grande quantidade
de álcool. Ele não possui vínculo com a
comportamentais
USF de seu bairro. Sua esposa, Luciana, 43
Resiliência na infância: promoção e anos de idade, e seus dois filhos,
Alexandre, 18 anos de idade, e Patrícia, 16
anos de idade, frequentam a unidade de
forma irregular, mas possuem boa relação
com os profissionais.
Após acolhimento no CAPS AD, a equipe

󰍝 Volume 3 identificou que Mário possui histórico de
uso de álcool e sintomas depressivos, com
ambos os quadros se intensificando após
󰍝 Volume 2 perder o emprego, há 2 anos. Não buscara
tratamento por achar que seria mais uma
“fase ruim” e agora tem medo de ser uma
󰍝 Volume 1
decepção para a esposa e filhos por ser um
“fracassado”.
Ciclo 5 󰅀 Após matriciamento, e com a concordância

de Mário na construção de seu PTS,
agendou-se uma visita domiciliar à casa da
Ciclo 4 󰅀
família. O psicólogo do CAPS AD, a
PROPSICO psicóloga do NASF e a equipe󰂜

󰅖 󰐍
da ESF de
referência estiveram presentes. Mário
󰘥
󰁍 ir para a página do programa aparentou estar incomodado, mas não fez
Aa 󰍉
questionamentos em momento algum.
Luciana, Alexandre e Patrícia aparentavam
Ciclo 8 󰅀 estar ansiosos com a visita.
Após diálogo aberto com a família,

constatou-se que apenas Alexandre
Ciclo 7 󰅀
possuía renda, recebendo um salário-
󰅀 mínimo. Luciana, preocupada com a
Ciclo 6 situação do marido, passou a apresentar
ataques de pânico de forma recorrente
󰍝 quando ele saía de casa. A filha Patrícia
Volume 4 não aparentou apresentar nenhum sinal
agudo de agravo em sua ação mental, mas
está em um momento delicado de vida. Irá
prestar vestibular ao final do ano. A família
não recebe nenhum benefício e Mário tem
Intervenção para crianças e adolescentes feito dívidas em diversos bares e depósitos
󱀉 com transtorno de ansiedade social de bebidas do bairro. Alexandre e o pai não
se falam. Têm discutido com frequência e a
Possibilidades de atuação no sistema único relação entre os dois está prejudicada, pois
Alexandre não aceita os comportamentos
comportamentais
aditivos do pai e os taxa como “vadiagem”
Resiliência na infância: promoção e e “oportunismo” por ele estar trabalhando
󱀉 avaliação clínica para sustentar a casa.
Luciana refere que, antes do aumento do

󱁯 Informações DOI do Volume uso de álcool, nunca houve conflito na
família, mesmo nos momentos financeiros
mais delicados. Quando o marido sai para
󰍝 Volume 3 beber, não consegue dormir com medo de
que ele não volte, à espera de um
telefonema com a notícia de sua morte.
󰍝 Volume 2 Nenhum membro da família apresenta
histórico de problemas clínicos. Tem se
sentido sem forças ou coragem para
󰍝 Volume 1 conversar ou impor condições ao marido,
sempre com medo de ser abandonada.
Mário justifica a dificuldade de emprego
Ciclo 5 󰅀 por ter estudado apenas até o ensino
fundamental. Até ser demitido, trabalhou
Ciclo 4 󰅀
com vendas e tem longa experiência no
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜 de faltas
ramo. Fora demitido pelo excesso
e por ter diversos “lapsos de memória”.
󰘥
Aa 󰍉
ATIVIDADES
Ciclo 8 󰅀
Ciclo 7 󰅀
20. O cuidado a Mário necessita ser
󰅀 estendido aos outros membros da
Ciclo 6 família, especialmente a Luciana.
Quais são os primeiros
󰍝 encaminhamentos para ela no
Volume 4
cuidado a sua saúde mental?

21. O uso de álcool tem possível
relação com os sintomas
depressivos, conflitos familiares e
“lapsos de memória” (possível
Possibilidades de atuação no sistema único prejuízo cognitivo). Como essas
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e queixas podem ser melhor
comportamentais
investigadas pelo profissional de
psicologia do CAPS AD?
󱀉 avaliação clínica Confira aqui a resposta
22. Se constatado o diagnóstico de

transtorno do pânico em Luciana, a
quais serviços ela pode ser
referenciada e quais práticas
󰍝 Volume 3
cognitivas e comportamentais
podem ser empregadas em seu
tratamento?
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1 23. Se constatado o diagnóstico de

depressão comórbido ao
transtorno por abuso de
Ciclo 5 󰅀 substância, quais práticas
cognitivas e comportamentais
Ciclo 4 󰅀
podem ser empregadas em seu
PROPSICO 󰅖 tratamento? Em 󰂜󰐍
caso de
efetividade do tratamento no
󰘥
󰁍 ir para a página do programa CAPS AD, qual o possível
Aa 󰍉
prognóstico para os cuidados com
o usuário?
24. O ambiente familiar apresenta-se

Ciclo 7 󰅀
como um contexto de constante
󰅀 conflito, em especial de Alexandre
Ciclo 6 e Luciana com Mário. Para mediá-
los e tornar a casa um local de
󰍝 integração, quais cuidados podem
Volume 4 ser empregados com Alexandre?
Quais serviços podem unir forças
com a equipe de saúde da família
para tal mediação?
25. No trabalho com Mário,
Possibilidades de atuação no sistema único destaque três competências
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e terapêuticas para o profissional
comportamentais
que acompanha um caso como o
acima descrito e justifique suas
󱀉 avaliação clínica escolhas.
> CONCLUSÃO
󰍝 Volume 3
Este capítulo teve como proposta
possibilitar um diálogo entre a atuação
psicossocial no SUS e as TCCs, a fim de
󰍝 Volume 2
evidenciar uma aproximação e a abertura
para práticas cognitivas e
comportamentais no contexto da saúde
󰍝 Volume 1
pública. Trata-se de um importante passo
para a também aproximação entre políticas
públicas e práticas baseadas em
Ciclo 5 󰅀 evidências.
Ciclo 4 󰅀
O baixo número quantitativo de
PROPSICO 󰅖
publicações revela duas faces
󰐍
󰂜 de uma
mesma moeda: a necessidade de mais
󰘥
󰁍 ir para a página do programa estudos, experiências e publicização de
como 󰍉
Aa esses profissionais atuam com TCCs
no SUS, mas também um vasto campo a
Ciclo 8 󰅀 ser explorado por abordagens
amadurecidas por longas décadas de
pesquisa e atuação que construíram um
Ciclo 7 󰅀 robusto arcabouço de práticas e
evidências. Isso convoca os profissionais
󰅀 de psicologia no SUS a levantarem
Ciclo 6
evidências de eficácia (pesquisa) e
efetividade (prática).
󰍝
Volume 4 Para o amadurecimento profissional e o
uso efetivo e ético das práticas
introduzidas neste capítulo, recomenda-se
um aprofundamento dos modelos teóricos
explicativos por meio de leituras, diálogo e
Intervenção para crianças e adolescentes supervisão com profissionais mais
󱀉 com transtorno de ansiedade social experientes e, dentro do possível, a
conclusão de formações direcionadas à
Possibilidades de atuação no sistema único prática, para que a atuação não seja um
mero uso mecânico de tecnologias. Isso
comportamentais
beneficiará, além do profissional, o usuário
Resiliência na infância: promoção e que recebe a intervenção e que com ela
󱀉 avaliação clínica enfrentará suas queixas e se vinculará ao
serviço.
󱁯 Informações DOI do Volume A rede também é formada pelo usuário, e a

atuação do profissional é responsável pela
acessibilidade dele ao conhecimento e à
󰍝 Volume 3 tecnologia, a linha que tece essa enorme e
potente teia.
󰍝 Volume 2 > ATIVIDADES: RESPOSTAS
Atividade 1 // Resposta: C
Comentário: Os três pilares ideológicos do
󰍝 Volume 1
SUS são complementares, mas revelam
diferentes nuances do seu funcionamento.
Ciclo 5 󰅀 À equidade cabe, a partir do acesso
universal e da visão integral de ser
humano, a direcionalidade do cuidado a
Ciclo 4 󰅀
partir do que é demandado do usuário.
PROPSICO 󰅖
Isso inclui a
referenciados
󰐍
quantidade de󰂜 serviços
nos diferentes níveis de
󰘥
󰁍 ir para a página do programa complexidade, sempre guiado pelo que
está 󰍉
Aa indicado no PTS.
Atividade 2 // Resposta: D
Ciclo 8 󰅀
Comentário: As TCCs trabalham
colaborativamente levantando hipóteses,
Ciclo 7 󰅀 discutindo metas e com feedback
constante a fim de estruturar uma aliança
󰅀 terapêutica que seja motor de mudança no
Ciclo 6
tratamento. Essa dinâmica exige que o
paciente seja ativo na lida com os
󰍝 problemas, buscando transformar reflexão
Volume 4
em ação nos dias entre sessões. Por
último, é preciso trabalhar de forma
progressiva, aumentando a crença de
autoeficácia e a motivação para enfrentar
cognições e comportamentos
Intervenção para crianças e adolescentes problemáticos.
Atividade 3 // Resposta: B
Possibilidades de atuação no sistema único Comentário: Ser psicoeducativo é de suma
importância para um trabalho efetivo.
comportamentais
Entretanto, a tomada de decisão liderada
Resiliência na infância: promoção e pelo terapeuta ocorre apenas em casos de
󱀉 avaliação clínica extrema necessidade, como inação ou
comportamentos de risco. Fora isso, a
tomada de decisão é sempre realizada de
forma colaborativa, exigindo criatividade e
flexibilidade por parte do terapeuta.
󰍝 Volume 3
Comentário: Os CRAS compõem a política
de assistência social e são dispositivos do
󰍝 Volume 2
SUAS. Apesar de poderem unir forças com
serviços do SUS, respondem a outras
políticas públicas.
󰍝 Volume 1
Comentário: Para profissionais de
Ciclo 5 󰅀 psicologia, a atenção secundária, ou média
complexidade, inclui os atendimentos em
Ciclo 4 󰅀
centros especializados, como o CTA, e
PROPSICO ambulatórios, nos quais é 󰂜

󰅖 󰐍
comum
atuação em psicoterapia individual
󰘥a
e
󰁍 ir para a página do programa grupal. Ela também pode incluir o
acompanhamento
Aa 󰍉 do paciente no leito em
internações básicas. O atendimento
Ciclo 8 󰅀 ambulatorial só deve ser acionado quando
a demanda extrapola as possibilidades dos
atendimentos na atenção básica ou não se
Ciclo 7 󰅀 configura como crise psiquiátrica, do
contrário o cuidado cabe ao CAPS.
󰅀
Ciclo 6
Comentário: A RAPS é a principal estrutura
󰍝 de Saúde Mental no SUS, e tem suas
Volume 4
equipes alocadas normalmente nos CAPSs
que, por sua vez, dividem-se em
transtornos mentais, álcool e outras drogas
e infância e adolescência. Desde o início
dos anos 2000, a RAPS é inserida como
Intervenção para crianças e adolescentes modelo substitutivo aos hospitais
psiquiátricos, realizando o cuidado em
liberdade, no território e nos vários
dispositivos de saúde que o SUS oferece.
comportamentais As equipes são responsáveis pelo
acompanhamento dos usuários em grupos
Resiliência na infância: promoção e terapêuticos, atendimentos individuais
pontuais e visitas domiciliares, além de, em
parceria com a atenção básica, realizarem
󱁯 Informações DOI do Volume matriciamento nas unidades para
discussão de casos e construção do PTS e
de facilitar ações psicoeducativas no
󰍝 Volume 3 território. Grande parte da demanda são os
transtornos mentais graves, mas toda
condição considerada crise, para além do
󰍝 Volume 2 diagnóstico e em seu sentido
biopsicossocial, é demanda a esses
serviços.
󰍝 Volume 1
Comentário: A atuação na atenção terciária
Ciclo 5 󰅀 compreende maternidades,
acompanhamento de pacientes
oncológicos, em hemodiálise e
Ciclo 4 󰅀
transplantados, UTI e acompanhamento no
PROPSICO 󰅖 󰐍
pré e no pós-operatório,󰂜incluindo
avaliação psicológica para autorização,
󰘥
󰁍 ir para a página do programa quando necessário, como em casos de
cirurgia
Aa 󰍉
bariátrica, laqueadura e
transplantes de órgãos. As intervenções
Ciclo 8 󰅀 podem ser pontuais, muitas vezes em
caráter de plantão, ou o acompanhamento,
em caráter ambulatorial e após o
Ciclo 7 󰅀 tratamento. O profissional vai até o
paciente, e não o contrário. Há ainda a
󰅀 possibilidade do acompanhamento de
Ciclo 6
pacientes que se deslocam ao hospital
para tratamentos específicos, como
󰍝 quimioterapia e hemodiálise, bem como de
Volume 4
pacientes hospitalizados. As práticas
psicológicas no ambiente hospitalar
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica também contemplam os acompanhantes,
estando nas atribuições do profissional
prestar apoio durante todo o processo de
adoecimento e luto, promovendo apoio e
segurança a essas pessoas que em geral
Possibilidades de atuação no sistema único são familiares ou amigos.
comportamentais Atividade 8 // Resposta: A
Comentário: É comum que o profissional,
Resiliência na infância: promoção e ao realizar psicoeducação, indique leituras
e vídeos e entregue panfletos
informativos. Entretanto, apesar de haver
󱁯 Informações DOI do Volume aproximações, a prática da indicação de
leitura de livros como parte do tratamento
e suas possíveis discussões relacionando o
󰍝 Volume 3 conteúdo consumido com os desafios
pessoais é chamada biblioterapia.
󰍝 Volume 2
Comentário: O MC baseia-se na teoria da
aprendizagem operante, e é um plano de
reforçamento de comportamentos
󰍝 Volume 1
desejados visando a um objetivo a ser
estipulado em grupo. O MC também pode
Ciclo 5 󰅀 ser utilizado de modo individual, em
psicoterapia ou em acompanhamento
individual no próprio CAPS. No entanto,
Ciclo 4 󰅀
será focado em seu formato grupal. Os
PROPSICO 󰅖
objetivos estipulados 󰂜
podem
󰐍
abstinência, redução dos índices
󰘥
ser
de
󰁍 ir para a página do programa substância no organismo por meio de
exames
Aa 󰍉
toxicológicos por amostras de
sangue ou urina, ou a extinção de
Ciclo 8 󰅀 comportamentos nocivos relacionados ao
uso de substâncias. O profissional deve, ao
estabelecer juntamente aos usuários os
Ciclo 7 󰅀 alvos do grupo, apresentar as recompensas
quando ocorrem comportamentos
󰅀 saudáveis. O incentivo, chamado
Ciclo 6
reforçamento arbitrário, é um estágio
provisório do MC que visa a aumentar as
󰍝 chances de repetição do comportamento
Volume 4
alvo, e ele precisa ser simbólico, desde
incentivos e palavras de motivação a
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica pequenos brindes. A intenção é que, ao
perceber os ganhos de se atingir o alvo, a
própria consequência seja naturalmente
reforçadora.
Comentário: No MC, o profissional deve
comportamentais explicar de maneira cuidadosa os detalhes
da intervenção antes do tratamento e
Resiliência na infância: promoção e fornecer uma descrição por escrito sempre
que possível. Além disso, deve-se
descrever o cronograma claramente,
󱁯 Informações DOI do Volume estipular a duração da intervenção e
monitorar o progresso com frequência,
para propiciar oportunidades de
󰍝 Volume 3 experimentar as consequências
programadas. É necessário apontar um
alvo comportamental, e não alvos
󰍝 Volume 2 múltiplos, podendo esse alvo ser dividido
em comportamentos menores que servirão
de passos para atingir o alvo. Também se
󰍝 Volume 1 recomenda manter o menor tempo
possível até o fornecimento do incentivo
de reforço, visto que o efeito do reforçador
Ciclo 5 󰅀 está relacionado com o tempo entre o
comportamento e sua consequência.
Ciclo 4 󰅀
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜 com
Comentário: Confrontar o usuário
relação aos seus comportamentos-
󰘥
󰁍 ir para a página do programa problema, crenças com relação ao uso de
substâncias
Aa 󰍉
e prejuízo nas relações é parte
do tratamento. Entretanto, a EM é uma
Ciclo 8 󰅀 estratégia utilizada no início do
tratamento, tendo a sensibilização e o
engajamento como objetivos, o que a
Ciclo 7 󰅀 torna persuasiva. A autoeficácia diz
respeito à crença do próprio usuário de se
Ciclo 6
󰅀 reconhecer capaz de melhorar. Estimular a
reflexão das percepções e consequências
atuais corresponde ao princípio
󰍝 “acompanhar a resistência”. Por último,
Volume 4
pré-contemplação, contemplação,
preparação, ação e manutenção são
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica princípios da EM e estágios do modelo
transteórico de mudança, importantes para
a lógica da entrevista motivacional.
Atividade 12 // Resposta: A
Comentário: O relaxamento progressivo
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e muscular tem como objetivo aumentar a
comportamentais tensão em alguns grupos musculares por
alguns segundos, geralmente 5, e depois
relaxá-los. A técnica pode provocar uma
diminuição no nível de cortisol e auxiliar no
relaxamento de pessoas que costumam
󱁯 Informações DOI do Volume ficar tensas após longos períodos de
estresse ou ansiedade. A técnica também
pode ser utilizada durante o pico de
󰍝 Volume 3 estresse. Para a ansiedade mais aguda,
apenas a respiração diafragmática é
recomendada.
󰍝 Volume 2
Comentário: A respiração diafragmática é
capaz de regular os marcadores fisiológicos
󰍝 Volume 1
da ansiedade como respiração e frequência
cardíaca e, com isso, reduzir a intensidade
Ciclo 5 󰅀 e o fluxo de pensamentos. O ensino e o
treino da ativação do sistema nervoso
parassimpático em detrimento do
Ciclo 4 󰅀
simpático podem reduzir o impacto
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜
fisiológico de situações estressoras. A
consciência do fluxo de respiração, em que
󰘥
󰁍 ir para a página do programa o tempo da expiração é maior do que o da
inspiração,
Aa 󰍉
é o que deve ser psicoeducado
e progressivamente treinado. Deve-se
Ciclo 8 󰅀 variar entre fluxos de inspiração de 4
segundos, retenção do ar por 4 e expiração
por 8 segundos, e inspiração por 5
Ciclo 7 󰅀 segundos, retenção por 5 e expiração por
10 segundos. O objetivo é que, com o
󰅀 tempo, o ritmo da respiração diafragmática
Ciclo 6
se torne natural.
󰍝 Atividade 14 // Resposta: A
Volume 4
Comentário: A normalização não
pressupõe que o paciente deixe de levar o
que apresenta a sério, pelo contrário, é a
conscientização de que os seus sintomas
(em especial delírios e alucinações) são
Intervenção para crianças e adolescentes comuns a outras pessoas que também os
apresentam e podem lidar bem com eles.
O processo pode ser iniciado com
informações epidemiológicas, combinadas
comportamentais com psicoeducação, para que o paciente
possa compreender que alterações da
Resiliência na infância: promoção e experiência sensorial podem ocorrer por
diversos motivos e pessoas, incluindo
aquelas não diagnosticadas com algum
󱁯 Informações DOI do Volume transtorno psicótico.
Comentário: O objetivo da AC é
󰍝 Volume 3
proporcionar uma diminuição de
comportamentos evitativos, buscando o
bloqueio da esquiva e o aumento da taxa
󰍝 Volume 2
de respostas contingentes ao
reforçamento positivo. Além disso, ela
também objetiva aumentar a frequência de
󰍝 Volume 1
atividades prazerosas ou que possam gerar
motivação, a fim de reforçar um aumento
Ciclo 5 󰅀 das atividades diárias e as chances de
melhorar a experiência emocional e a
retomada de um ritmo que se contraponha
Ciclo 4 󰅀
àquele imposto pela depressão. A AC
busca a aquisição de um repertório de
enfrentamento que envolve a percepção e
󰘥
󰁍 ir para a página do programa o bloqueio de comportamentos de esquiva
passiva
Aa 󰍉
e ruminação. Pela psicoeducação e
pelo treinamento, o paciente deve adquirir
Ciclo 8 󰅀 a habilidade de fazer análises funcionais
para a identificação de gatilhos, emoções
negativas e uso de respostas de
Ciclo 7 󰅀 enfrentamento fundamentadas em um
comportamento de esquiva “ativa” em
󰅀 substituição às estratégias passivas. Com a
Ciclo 6
identificação de atividades que influenciam
positivamente ou negativamente o humor,
󰍝 é montado um plano progressivo de
Volume 4
atividades. Mesmo quando há anedonia, é
possível realizar o trabalho cognitivo de
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica conscientizar o usuário de que,
fisiologicamente, os efeitos são os
mesmos, mesmo que ele não sinta o prazer
que deveria sentir, visto que, para a AC, a
depressão ocorre pela diminuição de
Possibilidades de atuação no sistema único contingências reforçadoras naturais,
󱀉 de saúde: práticas cognitivas e acrescidas a um aumento de contingências
comportamentais
punitivas não contingentes
(comportamentos que reforçam a
󱀉 avaliação clínica depressão, pensamentos e emoções mal-
adaptativos).
󱁯 Informações DOI do Volume Atividade 16 // Resposta: B

Comentário: Entre as instruções para a
realização de uma intervenção em AC, é
󰍝 Volume 3 possível citar: identificar as atividades que
melhoram e as que pioram a experiência
emocional e resgatar atividades
󰍝 Volume 2 gratificantes ao longo da vida; estruturar
colaborativamente um plano progressivo
de atividades prazerosas individuais e
󰍝 Volume 1 daquelas em que o grupo converge;
realizar as atividades mesmo quando não
há vontade; fazer descrições específicas
Ciclo 5 󰅀 das atividades, incluindo dias, horários,
locais e demais informações que forem
Ciclo 4 󰅀
necessárias; buscar suporte familiar e
PROPSICO 󰅖 󰐍
󰂜 agenda
comunitário constante; criar uma
positiva que intercale obrigações com
󰘥
󰁍 ir para a página do programa atividades prazerosas (que podem vir a ser
a Aa 󰍉
mesma coisa).
Ciclo 8 󰅀
Comentário: A EPR envolve hierarquizar,
por nível de sofrimento, situações e
Ciclo 7 󰅀 objetos que alimentem as obsessões e
compulsões dos usuários, para assim
󰅀 expor, no ambiente seguro da intervenção,
Ciclo 6
as pessoas aos objetos “gatilho”, enquanto
são acompanhadas de perto pelos
󰍝 terapeutas para que se sintam seguras
Volume 4
para não manifestar rituais e demais
comportamentos compensatórios. A
intenção é comprovar que as crenças que
lançam previsões catastróficas sobre um
futuro em que os rituais, fruto de ideias
Intervenção para crianças e adolescentes obsessivas, não são realizados, não
refletem a realidade e suas consequências
não são passíveis de relação com essas
ideias. Em conjunto com a EPR, pacientes
comportamentais cujos sintomas obsessivos se sobrepõem
aos compulsivos podem ser engajados em
Resiliência na infância: promoção e trabalho de reavaliação cognitiva e registro
de pensamentos. Em geral, também se
utiliza de um diário de
󱁯 Informações DOI do Volume obsessões/compulsões para verificação do
progresso.
Atividade 18 // Resposta: A
󰍝 Volume 3
Comentário: A aceitação, enquanto um
processo de mudança, envolve a
disposição em aceitar sentir emoções
󰍝 Volume 2
desconfortáveis sem tentar controlá-las ou
afastá-las. Tanto as emoções primárias ou
o conteúdo emocional dos pensamentos
󰍝 Volume 1
(secundárias) podem gerar intenso
desconforto, levando a comportamentos
Ciclo 5 󰅀 extremos e mal-adaptativos, e aceitar
significa estar disposto a sentir e
compreender que a experiência emocional
Ciclo 4 󰅀
influencia as nossas ações, mas lutar para
PROPSICO 󰅖 󰐍
se livrar delas gera ainda mais󰂜sofrimento,
pela sua impossibilidade. Procedimentos
󰘥
󰁍 ir para a página do programa possíveis para auxiliar nesse processo são
o Aa 󰍉
uso de diários, metáforas e paradoxos. A
desfusão, por sua vez, é um processo de
Ciclo 8 󰅀 mudança cognitiva, descentralizando o
conteúdo simbólico das palavras e
pensamentos, compreendendo-o como
Ciclo 7 󰅀 produto de uma interrelação entre
estímulos, e não como realidades fechadas.
󰅀 Distanciar-se do próprio pensamento e
Ciclo 6
pensar a respeito dele auxilia o paciente a
não se olhar a partir dele, mas sobre ele. O
󰍝 foco das intervenções recai na quebra do
Volume 4
poder simbólico das palavras, na
diminuição da confiança nos pensamentos
󱀉 Avaliação psicológica em cirurgia bariátrica e na perda de uma relação de literalidade
com o conteúdo do pensamento, mudando
o foco para o contexto no qual ele aparece
para que seja possível a compreensão da
função que assume no controle do
Possibilidades de atuação no sistema único comportamento.
comportamentais Atividade 19 // Resposta: D
Comentário: Apesar de validado por
Resiliência na infância: promoção e pesquisas confiáveis, os instrumentos de
rastreio não têm intenção nem poder
diagnóstico. Alguns deles são de uso
󱁯 Informações DOI do Volume privativo do profissional de psicologia, com
a grande maioria sendo de uso
multiprofissional. Por último, são utilizadas
󰍝 Volume 3 para acompanhamento e evolução do caso,
e é isso que as torna precisas no rastreio
do nível e da especificidade de
󰍝 Volume 2 comportamentos e sintomas, bem como de
níveis de variáveis positivas (por exemplo:
bem-estar).
󰍝 Volume 1
Atividade 20
RESPOSTA: Luciana necessita ser
Ciclo 5 󰅀 reavaliada pela equipe de saúde da família
na USF, a fim de compreender suas
condições clínicas e identificar o
Ciclo 4 󰅀
diagnóstico (queixas de ansiedade podem
PROPSICO ter relação com problemas 󰂜

󰅖
saúde). Como um
󰐍
clínicos de
catalisador e
󰘥
󰁍 ir para a página do programa direcionador do cuidado, atenção básica é
o Aa 󰍉
primeiro passo. Não há referência direta
a serviços ambulatoriais e de crise, como o
Ciclo 8 󰅀 CAPS, apesar desse último também
receber usuários por demanda espontânea.
Pelas queixas de pânico, incluindo noturno,
Ciclo 7 󰅀 encaminhar para os ambulatórios de
psicologia e psiquiatria é uma decisão
󰅀 padrão para esses casos.
Ciclo 6
Atividade 21
󰍝 RESPOSTA: Durante o acolhimento e nas
Volume 4
posteriores avaliações, o profissional pode
utilizar técnicas de entrevista, como a
entrevista motivacional, e instrumentos de
rastreio para sintomatologia depressiva,
déficits cognitivos e uso de substâncias
Intervenção para crianças e adolescentes (incluindo para detectar se o uso de álcool
está associado a alguma outra substância).
Possibilidades de atuação no sistema único Atividade 22

RESPOSTA: Existe mais de uma
comportamentais
possibilidade de referência no cuidado.
Resiliência na infância: promoção e Entre outras variáveis, o nível de
󱀉 avaliação clínica sintomatologia, de apoio familiar e social, e
o quanto o caso se caracteriza enquanto
uma crise. Luciana pode ser encaminhada
aos ambulatórios de psicologia e
psiquiatria. Em caso de sintomatologia
grave, poderá ser acompanhada pela
󰍝 Volume 3
equipe do CAPS até a atenuação dos
sintomas e a detecção do ambiente
familiar e das relações de forma menos
󰍝 Volume 2
aversiva. Quanto às práticas, para
diminuição dos níveis de ansiedade geral,
podem ser usadas práticas de relaxamento,
󰍝 Volume 1
como a respiração diafragmática e o
relaxamento muscular progressivo. Como
Ciclo 5 󰅀 estratégia para crises, a respiração
diafragmática associada ao uso de imagens
mentais e o ACALME-SE são boas
Ciclo 4 󰅀
alternativas. Diante dos medos com
PROPSICO relação ao marido, pode-se 󰂜

󰅖 󰐍
trabalhar a
reavaliação cognitiva e a tomada de
󰘥
󰁍 ir para a página do programa decisão, visto que se tem mantido em
posição
Aa 󰍉
passiva no cuidado à família e na
resolução de conflitos com Mário.
Ciclo 8 󰅀 Ademais, todo o processo deve ser
acompanhado de psicoeducação.
Ciclo 7 󰅀 Atividade 23
RESPOSTA: No tratamento do abuso de
󰅀 substâncias, pode-se trabalhar o MC e a
Ciclo 6
entrevista motivacional. Apesar de não
estar inativo, sua atividade diária é
󰍝 reforçadora apenas de comportamentos
Volume 4
que buscam um alívio, como o uso de
álcool. Trabalhar a AC pode ser uma
alternativa para encontrar ou despertar
reforçadores que não estão sendo
encarados ou sentidos como tais. Ao estilo
Intervenção para crianças e adolescentes do usuário, poderá ser manejado um
trabalho voltado à reavaliação cognitiva ou
às práticas de aceitação e desfusão
cognitiva. Ambas acompanhadas de
comportamentais psicoeducação. Com o tratamento efetivo
e a impossibilidade de nomear seu quadro
Resiliência na infância: promoção e como crítico, o cuidado pode ser
referenciado à AB, com possibilidade de
acompanhamento ambulatorial. No
󱁯 Informações DOI do Volume território, poderá procurar por grupos de
saúde mental e até ser inserido, caso haja
em um trabalho com HSs para a mediação
󰍝 Volume 3 de conflitos em casa e para a reinserção no
mercado de trabalho. Para isso, o SUAS
também pode ser acionado referenciando
󰍝 Volume 2 o CRAS.
Atividade 24
RESPOSTA: Alexandre pode ser convidado
󰍝 Volume 1
pelos profissionais na referência ao
cuidado do pai para psicoeducação e
Ciclo 5 󰅀 inserção na rede de cuidado do pai.
Também pode ser encaminhado a uma
avaliação pela equipe da atenção básica
Ciclo 4 󰅀
para detectar a possível necessidade de
PROPSICO acompanhamento psicológico.󰂜

󰅖 󰐍
Em adição,
pelos vínculos fragilizados, o CRAS pode
󰘥
󰁍 ir para a página do programa ser acionado e a família inserida em um
programa
Aa 󰍉
de fortalecimento de vínculos.
Atividade 25
Ciclo 8 󰅀
RESPOSTA: No caso, qualquer uma das
competências descritas neste capítulo
Ciclo 7 󰅀 caberiam no trabalho do psicólogo. É
possível destacar a orientação e o manejo
󰅀 com familiares envolvidos no tratamento; a
Ciclo 6
formulação e a conceitualização de caso
para maior clareza nas escolhas de
󰍝 intervenção; a promoção do
Volume 4
desenvolvimento e a manutenção de
habilidades e estratégias de
enfrentamento. O SUS acompanha a
família em seus diferentes serviços,
entretanto, é comum que o profissional de
Intervenção para crianças e adolescentes psicologia seja referenciado a uma pessoa.
Por isso, a relação com os demais membros
da família é de acolhimento, orientação e
psicoeducação sobre o caso do familiar.
comportamentais Casos acompanhados por um psicólogo
orientado pelas TCCs necessitam de
Resiliência na infância: promoção e formulação e conceitualização de forma
estruturada. Isso aumentará a efetividade
no levantamento de hipóteses
󱁯 Informações DOI do Volume diagnósticas, na tomada de decisão clínica
e no prognóstico. No caso de Mário, no
qual há uma possível comorbidade com
󰍝 Volume 3 depressão, faz-se necessário reconhecer as
diferentes configurações de cada demanda
e como influenciam e são influenciadas por
󰍝 Volume 2 fatores biopsicossociais. Uso de álcool e
depressão são quadros que costumam
possuir tratamento mais longo, por suas
󰍝 Volume 1 configurações. Com alto índice de recaídas,
intervir objetivando prevenção é parte
indispensável do tratamento. Logo, é
Ciclo 5 󰅀 necessário promover o desenvolvimento e
a manutenção de estratégias que
Ciclo 4 󰅀
fortaleçam a abstinência e/ou a redução
PROPSICO de danos, a fim de que seja󰂜

󰅖 󰐍
possível a
mudança na relação com o álcool.
󰘥
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Brasileira de Psicologia, R. Gorayeb,
C. Miyazaki & M. Teodoro (Orgs.),
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Ciclo 7 󰅀 787-6.C0003
󰅀
Ciclo 6
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒
󰍝
Volume 4 Marcar ARTIGO
ARTIGO
󰅁 󰸞
intervenção comoresiliência 󰅂
para… concluído na


comportamentais

󰍝 Volume 3
󰍝 Volume 2
󰍝 Volume 1
Ciclo 5 󰅀
Ciclo 4 󰅀

Possibilidades de Atuação No Sistema Único de Saúde - Práticas Cognitivas e Comportamentais - Secad

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