Universidade Federal do Tocantins- UFT campus Palmas 2023/2
Acadêmico: Isaias Queiroz da Silva 1° Período
Professora: Ana Lucia Disciplina: Introdução à Economia Curso: Ciências da Economia
Título: Capítulo X: Precisam-se de Trabalhadores- Crianças de dois anos
podem candidatar-se.
A estrutura das corporações estava inicialmente voltada para o mercado
local, ou seja, os artesãos produziam para o comércio da região. No entanto, surgiu a necessidade de expandir o comércio para alcançar consumidores em locais distantes. Para que essa mudança ocorresse, eram necessárias alterações no meio de produção, uma vez que o mestre artesão estava encarregado de todas as etapas do processo produtivo. Dessa forma, as tarefas realizadas por esse artesão passaram a ser divididas e assumidas por um indivíduo chamado intermediário, posicionado entre o artesão e o comprador. O intermediário empregava um número de artesãos para trabalhar em sua residência, dando origem ao sistema de produção "doméstica". Esse sistema compartilhava algumas semelhanças com o sistema de corporações, porém se distinguia na forma de negociação no mercado, com o intermediário atuando como negociante. Segundo William Petty, um renomado economista do século XVII, a fabricação de roupas poderia ser mais econômica quando os trabalhadores se concentravam em etapas específicas do processo, especializando-se em suas tarefas e acelerando a produção. Contudo, as corporações resistiam a esse método de produção, pois mantinham o monopólio sobre a manufatura e venda de seus produtos. Embora fosse um processo mais demorado, resultava em custos elevados e mão de obra reduzida. Apesar das corporações se esforçarem para preservar seus métodos e tradições, elas foram superadas por não permitirem o avanço da indústria. Esse processo teve início na França após a Revolução e se espalhou para a Inglaterra a partir do século XIX. Para evitar conflitos com as corporações, os intermediários estabeleciam suas indústrias em áreas rurais, escapando de questões salariais e limitações de mão de obra. Isso levou ao surgimento de grandes indústrias, como a cidade industrial de Ambrose Crowley, um ferrageiro que foi nomeado cavaleiro em 1706. Com o crescimento das indústrias nas áreas rurais, a demanda por mão de obra aumentou, levando a oportunidades de emprego para homens, mulheres e crianças das aldeias. Muitos camponeses desempregados aproveitaram essas oportunidades, resultando no emprego de homens, mulheres e filhos. No entanto, o trabalho não era mais independente, muitos trabalhadores não possuíam suas próprias ferramentas e viviam em condições precárias. A manutenção dessas indústrias exigia grande capital, o que levou à criação de companhias por ações para financiá-las. Com a exploração de novas terras durante as Grandes Navegações, surgiram novas indústrias, como a refinação de açúcar e tabaco. Governos passaram a conceder monopólios a investidores dessas novas empresas. No fim, entre os séculos XVI e XVIII, os artesãos independentes da Idade Média desapareceram, cedendo lugar a trabalhadores assalariados. Analisando o panorama, é possível observar fases sucessivas de organização industrial: o sistema familiar, o sistema de corporações, o sistema doméstico e o sistema fabril. Nem todas as indústrias necessariamente seguiram esse processo linear, algumas entraram na terceira fase diretamente, enquanto outras pularam por várias fases. Além disso, cada fase não perdurava por muito tempo, pois quando atingia seu auge, já apresentava sinais de declínio. O sistema de corporações continuou a existir muito tempo após o surgimento do sistema doméstico. Isso indica que a ascensão de um sistema não implicava necessariamente no desaparecimento do sistema anterior. Um exemplo disso é um estudo sobre o trabalho doméstico na indústria de metal pré- fabricado, no qual se constatou que homens trabalhavam excessivamente por uma remuneração baixa, em condições precárias, inclusive com crianças menores de oito anos empregadas.