Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2023
Luciano V. G. de Matheus M. Lima
Rezende
Pedro H. S. Moreira
Beatriz B. C.
Cavalcante Pedro T. M. Leão
Maria R. Miranda
João P. S. Medrado
João V. S. P. S.
Barros
Maria C. N. Freitas
Este livro foi idealizado pelos ligantes da Liga Acadêmica de
Oftalmologia da Bahia – Medicina FTC. Esta primeira edição
trata-se de um compilado das principais literaturas, com o
intuito de propagar o conhecimento da oftalmologia e facilitar
a vida dos estudantes de Medicina durante a graduação.
Introdução:
o A órbita é uma cavidade óssea localizada na parte anterior do crânio, que abriga o globo ocular e as estruturas associadas. A órbita
é constituída por uma estrutura óssea complexa que protege e suporta o globo ocular, além de abrigar nervos e vasos sanguíneos
essenciais para a função visual. A compreensão da anatomia e fisiologia da órbita é fundamental para o diagnóstico e tratamento
de patologias oculares e orbitárias.
• Anatomia da Órbita:
o A órbita é composta por quatro paredes ósseas: a parede medial, a
parede lateral, o teto e o assoalho. Cada parede óssea contém forames
e fissuras ósseas que permitem a passagem de nervos e vasos
sanguíneos. A parede medial contém o forame óptico, por onde passa o
nervo óptico, e a fissura orbitária superior, por onde passa o nervo
oculomotor, o nervo troclear e o ramo oftálmico do nervo trigêmeo. A
parede lateral contém a fissura orbitária inferior, por onde passa o nervo
infraorbitário e o ramo maxilar do nervo trigêmeo. O teto contém a
fissura orbitária superior e o forame supraorbitário, por onde passam o
nervo supraorbitário e os vasos sanguíneos correspondentes. O
assoalho contém o canal infraorbitário, por onde passam o nervo
infraorbitário e os vasos sanguíneos correspondentes.
▪ O teto consiste em dois ossos: A asa menor do esfenoide e a placa
orbital do osso frontal. Localiza-se subjacente à fossa craniana
anterior e ao seio frontal. Um defeito no teto da órbita pode causar
proptose pulsátil devido à transmissão da pulsação do fluído
cerebrospinal para a órbita.
▪ A parede lateral também consiste em dois ossos: Asa maior do
esfenoide e o zigomático. A metade anterior do globo ocular é
vulnerável ao trauma lateral, uma vez que se projeta para além da
margem orbital lateral.
▪ O assoalho consiste em três ossos: zigomático, maxilar e palatino. A
porção posteromedial do osso maxilar é relativamente fraca e pode
estar susceptível a fraturas.
.
▪ A parede medial consiste em quatro ossos: Maxilar, lacrimal,
etmoidal e esfenoidal.
▪ A fissura orbital superior liga o crânio e a órbita, entre as asas maior
e menor do osso esfenoide, onde passam estruturas importantes. A
porção superior contém os nervos lacrimal, frontal e troclear, bem
como a veia oftálmica superior.
• A porção inferior contém as divisões superior e inferior do nervo
oculomotor, os nervos abducentes e nasociliar e fibras
simpáticas do plexo cavernoso.
• A inflamação da fissura orbital superior e do ápice (síndrome de
Tolosa-Hunt) pode, dessa forma, resultar em uma infinidade de
sinais, incluindo oftalmoplegia e obstrução do fluxo venoso.
▪ A fissura orbitária inferior localiza-se entre a asa maior do esfenoide
e o maxilar, conectando a órbita às fossas pterigopalatina e
infratemporal.
• Fisiologia da Órbita:
o A órbita é responsável por proteger e suportar o globo ocular e abrigar
estruturas essenciais para a função visual. A estrutura óssea da órbita
fornece uma proteção mecânica contra lesões externas e a pressão
intraocular. A órbita também desempenha um papel importante na
manutenção do equilíbrio e na coordenação dos movimentos oculares,
através da interação entre os músculos extraoculares e os nervos que
inervam esses músculos. Os nervos e vasos sanguíneos que passam
pela órbita fornecem o suprimento sanguíneo e inervação para o globo
ocular, as pálpebras, a conjuntiva e a córnea. A compreensão da
fisiologia da órbita é essencial para o diagnóstico e tratamento de
patologias que afetam a função visual e a saúde ocular, como tumores
orbitários, doenças vasculares e neuropatias oculares.
• Referências:
1. Oftalmologia Clínica - Jack J. Kanski 8ª Edição
2. Yanoff & Ducker - Oftalmologia - 3Ed
3. Figura 1: Anatomia orbitária - KANSKI
Introdução:
A principal função das pálpebras é a proteção do globo ocular, mas também
participam do processo de lubrificação do mesmo, através da distribuição do
filme lacrimal durante o piscamento. Com espessura de 700µ a 800µ, a pele da
pálpebra é a mais delgada do corpo. A pálpebra superior estende-se
superiormente para a sobrancelha, que a separa da testa. A pálpebra inferior
se estende abaixo da borda inferior orbital, formando dobras onde o tecido
conjuntivo frouxo da pálpebra é justaposto ao tecido mais denso da bochecha.
A dinâmica palpebral e suas interações musculares são de suma importância
para a dinâmica e o seguimento com a anatomia dessa região. A elevação da
pálpebra é realizada principalmente pelo músculo elevador da pálpebra
superior, que se origina no ápice da órbita, passando anteriormente pelo
músculo reto superior se inserindo na placa tarsal. A via nervosa aferente é
composta por um ramo do trigêmeo (V par), e a eferente, pelo nervo facial (VII
par).
A placa tarsal é uma faixa de tecido conjuntivo denso e situa-se, posteriormente, à pele
e ao músculo orbicular, é uma região bem delimitada, firmemente aderida e de maior
consistência, além disso, tem outro fato importante, a presença das glândulas que
estabilizam o filme lacrimal.
Os cílios vão estar presentes na parte anterior da pálpebra orifícios e glândulas na parte
posterior, em toda a sua extensão, mas existe uma estrutura em especial, presente na
região nasal, de maior diâmetro, que é o orifício lacrimal, responsável pela drenagem.
Outro marco anatômico importante é a linha cinzenta, que tem relevância cirúrgica, por
dividir as lamelas em anterior e posterior, “resguardando” as glândulas e os orifícios,
que possuem uma fisiologia importante, para a saúde ocular.
HISTOLOGIA :
A pele palpebral é ainda dividida em duas porções:
3. Figura 7: https://www.infoescola.com/glandulas/glandula-lacrimal/
4. Figura 8:
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/7317/Disserta%E7%E3o.pdf;jsessionid=0F6D
73D7077EE553C765995FDC467AD6?sequence=1
Introdução
A conjuntiva é uma membrana mucosa, transparente, que reveste posteriormente as
vascularizada, sendo irrigada pelas artérias palpebral e ciliar anterior, e também possui
uma grande rede linfática. Ela possui um papel fundamental na proteção do olho
autoimune.
• Nas dobras superior e inferior, entre o globo ocular e as pálpebras, ela forma
um fundo de saco, denominado “fórnice/fórnix”.
• Nas pálpebras ela está aderida de maneira firme (conjuntiva palpebral), mas
na região do globo ocular está aderida de maneira mais frouxa (conjuntiva
tarsal), estando livre na região de fórnice.
Figura 9
• A conjuntiva é composta de uma camada epitelial e de um estroma. Na
camada epitelial encontramos as células caliciformes, responsáveis pela
secreção de mucina (importante componente do filme lacrimal). Outras
glândulas conjuntivais contribuem ainda na formação das camadas aquosa e
lipídica do filme lacrimal.
Figura 10
• O epitélio é não queratinizado. As células caliciformes secretoras de muco estão
presentes no epitélio.
3. Figura 9: https://www.passeidireto.com/arquivo/48849479/anatomia-conjuntiva
• A sua função, assim como a esclera, é de conferir proteção e forma. Elas acabam se
movendo praticamente juntas dentro da gordura orbitária. Essa estrutura fina de
revestimento ocular é inserida na esclera em sua região anterior, se fundindo com as
meninges na porção posterior, ao redor do nervo óptico. A capsula de Tenon é
separada da Esclera por um tecido virtual, o qual iremos chamar de episclera.
Figura 11: Inserções musculares e nervosas oculares na esclera.
• Os músculos extraoculares penetram primeiramente a capsula de Tenon e, por
conseguinte se inserem na esclera.
Esclera
• A esclera é a estrutura opaca e branca que reveste os cinco sextos posteriores
externos do globo ocular, sendo mais espessa na região posterior e delgada na
região anterior. Na região posterior, acaba sendo perfurada pelo nervo óptico,
região chamada de forame escleral posterior.
1. PUTZ, Carla. Oftalmologia: Ciências Básicas. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
2. RIORDAN-EVA, P; WHITCHER, J. Oftalmologia Geral De Vaughan & Asbury. 17.ed. Porto Alegre:
AMGH, 2011.
• A dilatação da pupila é causada por contrações de fibras musculares lisas que são
inervadas pelo sistema nervoso simpático. Sua contração acontece quando um anel de
Figura 15 fibras musculares lisas em torno da pupila se contrai e esse anel é inervado pelo
sistema nervoso parassimpático.
• A pigmentação da íris reduz a lesão intra-ocular mediada pela luz. Olhos mais claros
(azuis, esverdeados…) tem uma predisposição maior a ocorrência de lesão.
O corpo ciliar é a estrutura que une a íris com a coróide. Tem a função de produzir o humor aquoso
e é ligado ao cristalino pela zônula.
A contração de fibras musculares presentes no músculo ciliar causa uma redução em sua
circunferência; reduzindo a tensão na zônula, fazendo com que a elasticidade natural do cristalino
gere um aumento em sua convexidade, proporcionando um melhor foco para a visão de perto ou
seja, o fenômeno de “acomodação”, controlado por fibras parassimpáticas do III par craniano.
O relaxamento das fibras é um processo passivo, aumentando a tensão na zônula, de forma que
aplaina o cristalino, gerando melhor visão para longe.
Epitélio
Localizado logo abaixo da cápsula anterior e equatorial, não é encontrado junto à cápsula
posterior. Suas células sofrem mitose na região equatorial formando continuamente as fibras
Figura 17: Estruturas do cristalino em corte vertical. do cristalino, que inicialmente são nucleadas, mas perdem seus núcleos à medida que
afundam no córtex, formando camadas semelhantes às lamelas de uma cebola. A medida
que vão sendo formadas, as fibras vão perdendo seus núcleos, inserções capsulares,
interdigitações e membrana celular, sendo dirigidas ao núcleo do cristalino, onde se tornam
mais compactas
Zônula
O corpo ciliar (CC), resumidamente, consiste em uma zona anterior (Pars Plicata) e
uma zona posterior (Pars Plana). As fibras zonulares se originam na lâmina basal do
epitélio não pigmentado da zona anterior do CC. O músculo ciliar é composto por
uma combinação de fibras longitudinais, circulares e radiais. A função das fibras
circulares do músculo ciliar é contrair e relaxar as fibras zonulares que se originam
na Pars Plicata e se inserem na cápsula 360° ao redor do equador do cristalino.
Durante a acomodação, ocorre o relaxamento do músculo ciliar e afrouxamento das
fibras zonulares, com espessamento momentâneo do cristalino. Quando danificadas,
podem propiciar complicações intra e pós-operatórias na cirurgia de catarata
Vítreo
O corpo vítreo é a estrutura anatômica que preenche o globo ocular, ocupando
80% do seu volume total. O vítreo preenche o espaço entre o cristalino e a
retina e é constituído por uma matriz tridimensional de fibras de colágeno tipo
II, um gel de ácido hialurônico e água. Apesar de 98% do complexo ser
constituído por água, a presença do ácido Hialurônico faz com que o vítreo
tenha uma viscosidade duas vezes maior que a da água. A superfície externa
do vítreo, conhecida como córtex, está em contato com o cristalino (córtex
anterior do vítreo) e é aderente em diferentes graus à superfície da retina
(córtex posterior do vítreo).
A porção central do vítreo possui uma organização frouxa, em que as fibras de
colágeno estão dispostas de modo esparso, separadas por moléculas de
hialuronato e água. Por outro lado, as fibras que se inserem na base vítrea,
apresentam maior concentração de colágeno e uma forte adesão à retina e à
pars plana, não podendo ser separadas mecanicamente desses tecidos.
Fatores como envelhecimento, hemorragia, inflamação, traumatismo, miopia e
outros processos frequentemente causam contração da matriz de colágeno
vítreo. O córtex posterior do vítreo, em seguida, separa-se das áreas de baixa
aderência à retina e pode produzir tração sobre as áreas de maior aderência.
Figura 19
Retina Neurossensorial
A região definida como mácula lútea é a zona posterior da retina sensorial, que
contém xantofila nos axônios dos fotorreceptores (pigmento amarelado). Os
principais pigmentos encontrados na mácula são a luteína e a zeaxantina, que
apresentam ação antioxidante e têm uma importante função de proteção dos
fotorreceptores contra o efeito adverso das reações fotoquímicas. Além disso,
esses pigmentos previnem contra o dano foto-oxidativo, uma vez que filtram a
luz azul.
Histologicamente, a mácula é definida como uma área que possui duas ou
mais camadas de células ganglionares, medindo aproximadamente 5,5 mm de
diâmetro.
A coróide se estende desde a cabeça do nervo óptico até o corpo ciliar, sendo
mais espessa no polo posterior, onde mede cerca de 220 pm, tornando-se
progressivamente mais fina até atingir 100 pm em seus limites anteriores.
Os vasos coroidianos estão dispostos em três camadas: