A maneira do professor lidar com essa situação, atraves do viés do pensamento de

Vigostsky, implica em aceitar que é plenamente possível que crianças de mesma idade
mental podem ter desenvolvimentos diferenciados e conviverem entre si rumo a um
desenvolvimento superior. Possibilitar que crianças em níveis diversos de aprendizado
convivam juntas, proporcionando a resolução dos problemas com a ajuda de um
companheiro mais experiente, irá revelar a zona de desenvolvimento proximal –
distância entre o nível de desenvolvimento real (NDR), aquilo que a criança sabe fazer
sozinha, e o nível de desenvolvimento potencial (NDP), aquilo que a criança faz com a
mediação de um adulto.

Nesse processo, a criança faz uso da linguagem como instrumento de socialização e

constituição de um novo modo de agir, cada vez mais próximo do modo de agir de seus
colegas mais experientes e dos adultos a sua volta. Ela vai interiorizando as formas de
agir, pensar e raciocinar com que convive. Isolar as crianças não as faria aproveitar
completamente o ambiente escolar, pois é a interação social que cataliza o aprendizado.
As crianças que estão com dificuldade no letramento, ao compartilharem suas atividades
com crianças que já dominam melhor esse processo, estarão tendo acesso não apenas
àquilo que já atingiram, mas também àquilo que está em processo de maturação.

Portanto, o caminho mais indicado depois das avaliações diagnósticas para identificar o
ponto de partida do que os alunos já conhecem e dominam, seria planejar estratégias
educacionais que levassem as crianças com dificuldade à superação do seu NDR, com
atividades didáticas dirigidas a sua zona de desenvolvimento proximal, para além do
que elas são capazes de fazer, e com a possibilidade delas participarem do mesmo
planejamento comum a toda a turma, com esta colaborando na resolução dos problemas.
A ação que, inicialmente, for realizada com ajuda de um colega, poderá ser realizada de
forma autônoma no futuro. Na diversidade vivenciada neste meio há efetiva interação
social, em que as crianças orientam e são orientadas, se promovem novas ações e a
descoberta de novos conceitos. Os alunos estarão interagindo com seus colegas através
da experiência coletiva compartilhada sob a mediação e intervenção do professor, que
irá impulsioná-los a alcançar novas aprendizagens uns com os outros, e,
consequentemente, um desevolvimento maior.