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SEST - Serviço Social do Transporte

SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

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Arrumação no Transporte de Cargas. – Brasília: Sest/Senat, 2016.

29 p. : il. – (Palestras)

1. Transporte rodoviário de cargas - Brasil. 2. Transporte de


mercadorias. 3. Segurança nos transportes. I. Serviço Social do
Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
III. Título.
CDU 656.125

SEDE:
SAUS Quadra 1 - Bloco “J” - Ed. Confederação Nacional do Transporte
12o andar, Brasília - DF 70.070-944 Fone: (61) 3315.7000
Site: www.sestsenat.org.br
Apresentação
O Brasil é um país com dimensões continentais, com uma
extensão territorial de aproximadamente 8,5 milhões de km2,
com diferentes modos de transporte, sendo o principal deles o
Brasília,com
rodoviário, 2014uma participação de mais de 60% do total de
transportes. Temos uma malha viária pavimentada de pouco
mais 200 mil quilômetros, segundo dados do Departamento
Nacional de Infraestrutura do Transporte - DNIT.

Entre os diversos tipos de veículos de carga (caminhões,


cavalos mecânicos, reboques e semirreboques), o Brasil
possui uma frota aproximada de 5 milhões de veículos. O
transporte rodoviário não é uma atividade isolada, mas
faz parte de uma cadeia logística, envolvendo tanto os
remetentes da carga, como os destinatários, até chegar ao
consumidor final.

Para que esta atividade seja executada de forma apropriada,


é de vital importância que a arrumação da carga seja algo
bem planejado e executado para que o transporte seja o mais
eficiente possível. A correta arrumação da carga fará com que
acidentes sejam evitados, custos sejam minimizados, gerando
eficiência e produtividade no desempenho do transportador,
fazendo com que todos ganhem na cadeia produtiva.

O tempo, nos dias atuais, é considerado como um bem muito


precioso e a perda de tempo representa desperdício de dinheiro.
Uma carga mal arrumada pode gerar diversos tipos de problemas
e dificuldades, desde um embarque e um desembarque mais
demorado como acidentes no seu transporte.

Para tanto, o motorista profissional deve entender que uma


arrumação de carga bem feita poderá fazer a diferença
na qualidade do trabalho, dando mais garantias de que o
transporte será realizado de maneira eficiente e eficaz,
garantindo uma viagem mais rápida, produtiva e segura,
com menos riscos de imprevistos.
PALESTRAS
O que você
vai encontrar
nesta cartilha:
Apresentação������������������������������������������������������������������������������������������������������5
Os Veículos de Carga�����������������������������������������������������������������������������������������9
Tipos de Carrocerias����������������������������������������������������������������������������������������� 11
Dimensões Máximas Para Veículos de Transporte de Cargas������������������ 14
Tipos de Carga ������������������������������������������������������������������������������������������������� 15
Unitização de Cargas �������������������������������������������������������������������������������������� 18
Embalagens������������������������������������������������������������������������������������������������������ 20
Técnicas de Movimentação e Arrumação das Cargas������������������������������ 22
Para Relembrar!����������������������������������������������������������������������������������������������� 27
Referências Bibliográficas����������������������������������������������������������������������������� 28
Os Veículos de Carga
A produção de veículos de carga segue padrões predefinidos, sendo
que as dimensões (comprimento, largura e altura) e o peso máximo
são controlados pela legislação. O órgão que regulamenta esse assunto
é o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, complementado pelo
Código de Trânsito Brasileiro – CTB.

O objetivo da legislação é padronizar o transporte de cargas, para


garantir a segurança nas vias do país. Uma carga com excesso
de dimensões ou de peso gera perigo nas rodovias ou danos na
pavimentação. O veículo só poderá trafegar nestas condições
mediante Autorização Especial de Tráfego - AET.

O transporte de carga pode ser efetuado por diferentes tipos de


veículos. No transporte rodoviário, o principal veículo é o caminhão,
que pode apresentar diferentes composições.

Existem algumas maneiras para classificar os caminhões de carga.


Uma delas consiste em dividi-los entre veículos rígidos e articulados.
Veículos rígidos são aqueles que trazem o motor e a unidade de
transporte em um só veículo. Veículos articulados são aqueles que têm
a cabine com o motor separada do reboque. Em geral, são formados
por um cavalo mecânico e um semirreboque.

De uma forma geral, os caminhões também podem ter a seguinte


classificação:

ƒƒ Veículo Urbano de Carga – VUC – é o caminhão de menor porte e


apropriado para áreas urbanas. Este tipo de veículo deve respeitar
características específicas estabelecidas pela legislação no que diz
respeito à largura máxima (2,2 metros), comprimento máximo (6,3
metros), capacidade de carga (3 toneladas) e limite de emissão de
poluentes. É considerado um veículo rígido.

ƒƒ Toco ou caminhão semi-pesado – é o caminhão que tem eixo


simples na carroceria, ou seja, um eixo frontal e outro traseiro
de rodagem simples. Sua capacidade é de até 6 toneladas, tem
peso bruto máximo de 16 toneladas e comprimento máximo de 14
metros. É considerado um veículo rígido.

9
ƒƒ Truck ou caminhão pesado – é o caminhão que tem o eixo
duplo na carroceria, ou seja, dois eixos juntos. O objetivo é poder
carregar carga maior e proporcionar melhor desempenho ao
veículo. Um dos eixos traseiros deve necessariamente receber a
força do motor. Sua capacidade é de 10 a 14 toneladas, possui peso
bruto máximo de 23 toneladas e seu comprimento é também de 14
metros, como no caminhão toco. É considerado um veículo rígido.

Para entendermos mais sobre os veículos de carga, é importante


conhecermos alguns conceitos:

ƒƒ Tara

Peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e


equipamentos, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda
sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento,
expresso em quilogramas.

ƒƒ Lotação

Carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o veículo


transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga.

ƒƒ Peso Bruto Total (PBT)

Peso máximo que o veículo transmite ao pavimento, constituído da


soma da tara mais a lotação.

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ƒƒ Peso Bruto Total Combinado (PBCT):

Peso máximo transmitido ao pavimento pela combinação de um


caminhão-trator mais seu semirreboque ou do caminhão mais o seu
reboque ou reboques.

ƒƒ Capacidade Máxima de Tração (CMT):

Máximo de peso que a unidade de tração é capaz de tracionar,


indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limitações
de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos
elementos que compõem a transmissão.

Tipos de Carrocerias
Carroceria ou Semirreboque é o equipamento que transporta as
cargas, tracionado por um caminhão-trator do tipo cavalo mecânico.

Os caminhões podem apresentar diferentes tipos de carrocerias,


sendo que cada modelo é usado para transportar cargas específicas.
A variedade é grande, mas existem algumas que são mais utilizadas.

ƒƒCarga seca ou gaiola:


compartimento simples, aberto
com grades laterais, frontais e
traseiras, destinado ao transporte
de caixas, sacarias, enlatados, etc.;

ƒƒ Lonado (sider):
compartimento
simples, fechado, do
tipo baú “furgão”
com laterais de
lona, que permitem
agilidade de carga e
descarga em locais
desprovidos de docas
de carregamento;

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ƒƒ Baú: compartimento sim-
ples, fechado, em que a
acomodação e a retirada
de carga se realizam por
meios humanos ou mecâni-
cos, tais como empilhadeira,
etc. O baú também pode ser
frigorífico (dotado de equi-
pamento de refrigeração,
destinado ao transporte
de mercadorias perecíveis
que necessitam de baixas
temperaturas para evitar
sua deterioração).

ƒƒ Caçamba Basculante:
compartimento funcional
constituído de espaço aberto
para o transporte de cargas
com sistema de basculamento
no sentido lateral ou traseiro,
para o rápido escoamento;

ƒƒ Fueiro: implemento
rodoviário, adaptado como
carroceria para caminhões
dos tipos bitren ou tritren,
para transporte de objetos
com longa extensão, como
tubos metálicos ou toras
de madeira retiradas de
áreas de colheita florestal.
Possui escoras laterais
metálicas verticais e suas
especificações técnicas
de tamanho, peso total
e comprimento são
regulamentas por lei.

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ƒƒ Tanque: compartimento simples,
fechado, específico para o
transporte de líquidos ou gases,
cujo carregamento e descarga se
dão por pressão e de forma especial
por conta da periculosidade de
suas composições.

ƒƒ Cegonha: O caminhão
conhecido como cegonha
possui carroceria utilizada
para o transporte
de automóveis, com
capacidade para
aproximadamente 10
veículos médios de
passeio. Os veículos são
dispostos em dois pisos e o
superior é basculante por
ação de um mecanismo
de macacos hidráulicos.

ƒƒ Plataforma: é composto por


uma plataforma para o transporte
de cargas de grandes dimensões
ou grande peso, sendo que as
mesmas devem ser unitárias, por
exemplo: conteineres, bobinas de
aço, veículos entre outros.

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Dimensões Máximas Para Veículos de
Transporte de Cargas
ƒƒ Comprimento:

a) Veículos não articulados: 14 m;

b) Veículos articulados (cavalo-trator/semirreboque): 18,60 m

c) Veículos articulados (caminhão/reboque): 19,80 m;

ƒƒ Largura: 2,60 m;

ƒƒ Altura: 4,40m.

ƒƒ Peso: O peso máximo autorizado dependerá do tipo de veículo,


podendo ser de até 57 toneladas de Peso Bruto Total Combinado,
sempre respeitando a Capacidade Máxima de Tração do veículo
tracionador. Veículos com peso acima destes valores, somente
poderão circular com prévia autorização dos órgãos executivos
rodoviários com circunscrição pela via, que expedirão uma
Autorização Especial de Trânsito (AET).

Devido à divergência que pode haver entre balanças, a legislação


estabelece uma tolerância de 5% na fiscalização de peso, ou seja,
se o peso constatado pela balança do embarcador da mercadoria
estiver dentro do limite regulamentar, poderá pesar até 5% a mais
na balança da fiscalização. Também haverá tolerância de até 7,5%
ou 10% na medição em cada eixo do veículo.

Além do limite de peso total do veículo, ele também deve ter uma
carga bem distribuída entre eixos, para que não sobrecarregue
a transmissão de peso em demasia para o solo e não provoque
desgastes maiores no eixo sobrecarregado.

14
Tipos de Carga
Carga Geral: é conhecida
também por carga seca e,
de modo geral, é embalada
e acondicionada em
embrulhos, engradados,
fardos, pacotes, sacas,
caixas, caixotes, tambores,
etc. Esse tipo de carga gera
baixo aproveitamento
do veículo transportador,
pela variedade de
peso e de formato
das embalagens.

Este tipo de carga também gera significativa perda de tempo na


manipulação, no carregamento e no descarregamento, provocado
pela grande quantidade de volumes. A carga geral (carga heterogênea
solta ou fracionada) pode ainda ser sub classificada em cargas
especiais, contêineres e granéis.

Carga a Granel: são mercadorias transportadas sem embalagem


individual, constituindo o veículo o elemento de contenção
(armazenamento) durante a viagem. São cargas embarcadas e
transportadas sem acondicionamento, sem marca de identificação e
sem contagem de unidades. Podem ser:

ƒƒ Graneis sólidos,
minerais ou agrícolas,
como grãos e minérios;

ƒƒ Graneis líquidos,
minerais ou vegetais,
como derivados
claros e escuros de
petróleo e óleos
vegetais; e

ƒƒ Graneis gasosos, de alta ou baixa pressão, como o GLP (gás de


cozinha) e o cloro.

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Carga Frigorificada: embora
pudesse ser classificada
em uma das categorias já
citadas, a carga frigorificada
forma uma classe à parte,
em função do manejo
diferenciado que exige, com
manutenção permanente
de temperaturas baixas
e controladas, visando
conservar as qualidades
essenciais do produto
durante o transporte
(exemplos: frutas frescas,
pescados, carnes, etc.).

Carga Especial: essa


classificação vem se tornando
usual no transporte para designar
produtos cujos elementos
apresentam, individualmente,
volume expressivo, como
bobinas de papel e de aço,
produtos siderúrgicos em barras
longas, tubos metálicos, toras
de madeira, veículos de grande
porte, etc. Também são tratadas
como especiais as cargas de
produtos perigosos.

Carga de Produto Perigoso: é aquela que, em função do risco que


oferece, tem procedimento especial para o manuseio, tendo um
regulamento específico (Resolução 402 da ANTT) no qual o motorista,
para poder transportá-la, tem que fazer um curso específico (MOPP -
Movimentação e Operação de Produtos Perigosos). Tanto o manuseio
incorreto, como qualquer derramamento da carga perigosa pode
gerar grandes transtornos para as pessoas envolvidas e também para
o meio ambiente, caso não se adotem os procedimentos padronizados
pelas normas. Ela é dividida nas seguintes classes:

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Classe 1 Explosivos

Classe 2 Gases

Classe 3 Líquidos
Inflamáveis

Classe 4 Sólidos
inflamáveis

Classe 5 Substâncias
oxidantes;

Classe 6 Substâncias
tóxicas
(venenosas) e
Substâncias
infectantes.
Classe 7 Materiais
Radioativos

Classe 8 Corrosivos

Classe 9 Substâncias
Perigosas
Diversas.

17
PERIGOSO
33
QUANDO
MOLHADO

4.3
1999
33
1999

33
1999 PERIGOSO
QUANDO
MOLHADO
33
1999
PERIGOSO
QUANDO
MOLHADO

4.3
4.3

Unitização de Cargas
A unitização é o processo de agrupamento de embalagens ou volumes
em uma carga maior, ou seja, é a arrumação de pequenos volumes de
mercadorias em unidades maiores e padronizadas, para que possam
ser movimentadas mecanicamente.

De forma objetiva, unitizar uma carga significa agrupar volumes, tendo


como principal objetivo a facilitação no manuseio, movimentação,
armazenagem e transporte da carga.

? CURIOSIDADE
A unitização de carga tem sido uma tendência no transporte de mer-
cadorias, para otimizá-lo, no seu carregamento e descarregamento.
Um bom exemplo disso é o transporte de tijolos, que agora também é
transportado embalado e unitizado. Imagine o tempo que é gasto em
carregar e descarregar um caminhão de tijolos, um por um. É muito
mais rápido manuseá-los se estiverem paletizados, ou seja, agrupado
em cima de paletas.

A unitização de cargas apresenta uma série de vantagens, tais como:

ƒ Redução de avarias e furtos de mercadorias;

ƒ Redução do manuseio das mercadorias, consequentemente, da


mão-de-obra e de equipamentos de movimentação;

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ƒƒ Embarques e desembarques de mercadorias mais rápidos,
reduzindo assim esses custos;

ƒƒ Número menor de volumes de mercadorias;

ƒƒ Utilização de recipientes de unitização padronizados


internacionalmente.

Os recipientes, ou formas de unitizar cargas mais utilizados são:

ƒƒ Paletes - são estrados planos de madeira, também podendo ser


feitos de outros materiais como plástico, aluminio polipropileno ou
outro material resistente, com determinadas características para
facilitar a unitização, armazenagem e transporte de pequenos
volumes. Sua movimentação é mecanizada por meio de veículos
com garfos (empilhadeira ou paleteira). O palete mais utilizado é
o PBR1, com dimensões de 1,00m X 1,20m. Há também o PBR2,
com 1,25m x 1,05m. Também apresenta duas ou quatro entradas
laterais para possibilitar o encaixe das paleteiras. Suportam até 2
toneladas de carga.

19
ƒƒ Contêineres - É um recipiente, construído em aço, alumínio
ou fibra, criado para o transporte unitizado de mercadorias e
suficientemente forte para resistir ao uso repetitivo. Possuem
identificações com informações pertinentes à carga estocada, ao
proprietário, dentre outras. Existe uma grande variedade de tipos
de contêineres, dependendo do tipo de produto a ser transportado
e da modalidade de transporte utilizada, tais como o fechado,
frigorificado, tanque, entre outros. Quanto às dimensões, a ISO
aprovou 10 tipos de containers, sendo que cada um está subdividido
em grupos de 2 ou 3 tipos. Atualmente, 62% dos contêineres
são de 20’, 36’% de 40’ e somente 2% de outras medidas. Tais
medidas citadas referem-se ao comprimento do conteiner, sendo
que as alturas mais utilizadas são de 8’ e 8’6” com largura de 8’.

Embalagens
A principal função da embalagem é proteger o produto ou mercadoria
contra danos. Para a maioria dos produtos a embalagem deve funcionar
como uma barreira contra os seguintes fatores: temperatura, odores,
luz, oxigênio e umidade. Se a embalagem não for corretamente
projetada, podemos ter a qualidade do produto comprometida,
principalmente se ele for perecível.

Mas a embalagem tem também outra função: facilitar o transporte e o


consumo, ou seja, manter a carga como uma unidade para manuseio
de transferência e transporte.

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Para a arrumação correta das mercadorias, é fundamental conhecer
os tipos de embalagens existentes. As mais comuns são:

ƒƒ Embalagem primária (ou


embalagem de venda):
qualquer embalagem que
esteja em contato direto com
o produto e que tenha contato
direto com o consumidor
final no ponto de compra.

ƒƒ Embalagem secundária (ou


embalagem agrupada): qualquer
embalagem que tenha por objetivo
agrupar um determinado número
de unidades de venda, sendo que as
características do produto não serão
alteradas se removido da embalagem.

ƒƒ Embalagem terciária (ou


embalagem de transporte):
qualquer tipo de embalagem
que tem por objetivo
facilitar a logística das
embalagens secundárias e/
ou primárias, contribuindo
para que não haja danos aos
produtos movimentados.
Aqui entram os estrados
ou paletes, que são bases
de apoio, geralmente
feitas de madeira, alumínio
ou plástico, utilizadas
para apoiar e unificar as
mercadorias dispostas
sobre elas.

21
ƒƒ Embalagem quaternária:
Agrupam várias embala-
gens terciárias, tais como
os contêineres, que são
caixas metálicas com
grande capacidade de
armazenamento - aproxi-
madamente 25 toneladas;

Além da função de proteção ao produto, as embalagens permitem a


inclusão de tecnologias de rastreamento do produto.

Você sabe o que é rastreamento?

É um serviço que permite acompanhar o histórico do produto ao longo


da cadeia logística. É possível conhecer suas características, saber por
onde ele passou e qual sua localização exata no momento da consulta.

Técnicas de Movimentação e Arrumação


das Cargas
A movimentação envolve toda a operação de mudança de um produto
de um local para outro, e pode ser feita de várias formas de acordo com
a origem do movimento: manual ou por equipamentos motorizados
ou não.

A movimentação manual é a mais fácil de executar e com o custo mais


baixo, porém depende da quantidade de material a ser movimentado,
bem como do peso desse material e a distância que será percorrida par
a sua movimentação. No Brasil, as NR – Normas Regulamentadoras,
expedidas pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, tratam de
alguns itens referentes às essas questões de movimentação manual
de cargas, e o National Institute for Ocupational Safety and Health –
NIOSH – Americano – apresentou alguns aspectos importantes nos
limites de peso recomendados:

ƒƒ Homens não podem manipular cargas de mais de 30 kg, e mulheres


não podem carregar objetos com peso superior a 10 kg;

ƒƒ Cargas acima de 50 kg não devem ser levantadas a uma altura


superior a um metro sem ajuda mecânica;
22
ƒƒ As cargas não podem
ser movimentadas,
manualmente, por
uma distância maior do
que 60 metros;

ƒƒ As áreas de carga e
de descarga devem
ser cobertas.

ƒƒ Os equipamentos não­motorizados servem para auxiliar a


movimentação, e são operados manualmente. São exemplos a
paleteira manual e o carrinho de mão. Para o uso desse tipo de
equipamento é recomendado:

»» Quando o volume a ser


transportado for limitado, ou a
atividade de transporte puder ser
realizada num período de tempo
mais longo;

»» Quando o tipo de construção do


deposito ou do armazém limitar o
uso de equipamento motorizado;

»» Quando as cargas forem leves


e o equipamento tiver de ser
movido manualmente.

Já a movimentação com equipamentos motorizados ou elétricos,


utiliza os seguintes equipamentos:

ƒƒ Transportadores contínuos: transportador de rolos, transportador


de correia, plano inclinado, transportador de correntes,
transportador de caçamba, transportador pneumático;

ƒƒ Equipamentos suspensos: ponte-rolante, pórtico-rolante, guindaste


giratório de lança, talha;

ƒƒ Veículos industriais: empilhadeiras, carrinhos hidráulicos


ou paleteiras.

23
Após conhecer as formas de movimentação de cargas e os
equipamentos utilizados para esse fim, é fundamental conhecer as
técnicas de arrumação de cargas nos veículos.

Alguns elementos podem definir a melhor maneira de executar essas


operações, porém, os principais a serem considerados são:

Peso da carga: define o tipo de equipamento a ser utilizado na carga


e na descarga. Também deve-se estar atento a distribuição do peso da
carga pelos eixos e ao longo da carroceria do veículo. Muitos acidentes
acontecem devido a colocação incorreta da carga nos caminhões;

Volume da carga: quando a carga é leve, geralmente, tenta-se


aproveitar ao máximo o espaço útil do veículo. Deve-se lembrar que
as cargas não podem ultrapassar uma determinada altura.

Dimensões da carga e/ou unidades de carga: se as unidades de carga


forem pequenas em relação à carroceria, as possibilidades de arranjo
e de aproveitamento de espaço são maiores. Já quando as unidades
de carga forem grandes, tem-se perda de espaço dentro dos veículos.
Algumas cargas podem apresentar dimensões muito diferentes,
dificultando o arranjo no veículo (toras de madeira, postes, etc.).

Fragilidade da carga: além de providenciar embalagens e cuidados


especiais para as cargas frágeis, como vidros e eletrodomésticos
delicados, devemos sempre procurar uma disposição mais adequada
para acondicionar cargas frágeis dentro dos veículos.

24
Perecibilidade da carga: representa o quanto a carga pode perder
sua utilidade antes de chegar ao consumidor final. Nos produtos
perecíveis devemos visualizar além de alimentos, como por exemplo
jornais diários.

Nível de periculosidade da carga:


algumas cargas podem por em risco
a saúde das pessoas e a integridade
do meio ambiente.

Compatibilidade entre cargas


diversas: alguns produtos não
podem ser transportados no mesmo
veículo que outros. Um exemplo é o
transporte de alimentos e inseticidas.

! SAIBA MAIS
A forma mais simétrica de uma carga é o cubo. Essa é considerada a forma
ideal por possuir as três dimensões iguais: altura, largura e profundidade.

Alguns cuidados importantes:

ƒƒ A carga e a descarga têm que ser realizadas de maneira cuidadosa,


controlada e planejada, para evitar danos por impacto;

ƒƒ Verificar as condições das embalagens antes de fazer o carregamento


e avisar o contratante sobre aquelas que estiverem danificadas;

ƒƒ Observar os símbolos de manuseio, os rótulos de risco e os de


segurança afixados nas embalagens;

ƒƒ Nas operações de carga, acomodar os recipientes e as embalagens


de forma que o peso seja distribuído uniformemente sobre os
eixos dianteiro e traseiro do caminhão;

ƒƒ Não sobrecarregar apenas um lado da carroceria. O excesso de


peso em um dos lados prejudica o equilíbrio do veículo e exige
maior esforço da suspensão e dos pneus, provocando condições
desiguais de frenagem, e deformações no quadro do chassi,
podendo ocasionar acidentes;

25
ƒƒ Arrumar cuidadosamente as embalagens, de modo que as
mercadorias mais leves fiquem sobre as mais pesadas, evitando
assim avarias;

ƒƒ Não colocar mercadorias líquidas sobre as secas;

ƒƒ As mercadorias que possuam algum grau de periculosidade devem


permanecer próximas a porta/grade para acesso mais fácil;

ƒƒ Ao empilhar as embalagens deve-se seguir a recomendação do


fabricante, no que diz respeito a altura máxima das pilhas de
caixas, latas, etc.

ƒƒ Os produtos colocados próximos as portas/grades deverão estar


bem amarrados, para evitar que caiam ao façam abrir as portas.

ƒƒ Assegurar-se de que a carga total esteja bem firme, de modo que


não possa mover-se no veículo durante o transporte;

26
Para Relembrar!
Como vimos, o transporte rodoviário de carga, é uma parte importante
na cadeia logística de um produto. Um produto fabricado terá a sua
qualidade avaliada, não só por suas características enquanto produto,
mas também pelos valores agregados a ele, como por exemplo,
a sua integridade física (sem avarias), a sua chegada ao destino no
tempo certo, etc. São nesses quesitos que o motorista profissional e o
arrumador de cargas farão toda a diferença para o produto.

O correto carregamento e descarregamento do produto vai permitir


uma viagem mais segura, vai evitar avarias no produto e na sua
embalagem e contratempos durante o trajeto da viagem.

Lembre-se sempre de que os veículos têm limites de peso e tamanho e


devem ser respeitados. O excesso de peso danifica o veículo, a rodovia e
pode gerar acidentes de trânsito. Dependendo do tipo de carroçaria do
veículo que será conduzido, o condutor terá procedimentos diferentes,
tanto no carregamento/descarregamento, como no transporte.

É importante que se conheça bem o produto que será transportado e


tenha a responsabilidade e o cuidado de organizá-lo de forma correta
e de acordo com suas características, evitando seu desperdício ou
perda de sua qualidade.

Não se esqueça de que o transporte de produtos perigosos só é


permitido a motoristas que tenham concluído o curso de MOPP. O
SEST SENAT oferta este curso especializado e outros que contribuem
para uma melhor capacitação dos motoristas profissionais. Informe-se
acessando o site www.sestsenat.org.br ou ligue 0800.7282891.

Não se aventure! Esperamos que suas viagens sejam sempre seguras.


Seja previdente e uma boa viagem!

27
Referências Bibliográficas
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distribuição física. São Paulo: Edgar Blucher, 2000.

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29

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