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Aula 2 – Resumo

Biologia Comparada e escolas sistemáticas

Na Biologia Geral, são estudados os processos biológicos dos organismos, caso a caso. Seu objeto
de estudo é um organismo, um órgão ou uma determinada molécula, não requerendo, na maioria
dos casos, um estudo comparativo que permita estabelecer grau de parentesco ou ancestralidade.

A Biologia Comparada representa o ramo que estuda diferentes grupos de organismos,


comparando-os quanto às suas formas ou estruturas. Estudos comparativos permitem avaliar se uma
determinada estrutura, ou um determinado comportamento, surgiu de forma independente nos
diversos grupos.

O estudo da Biologia Comparada pode expressar-se por duas formas: Diversidade de organismos
ou diversidade e caracteres dos organismos, ou seja, de estrutura, moléculas e comportamentos. Ela
compõe-se de três elementos distintos:

- Descrição dos organismos e das semelhanças e diferenças nas suas características;


- História dos organismos no tempo;
- História da distribuição destes organismos no espaço.

A Sistemática ou Taxonomia fazia a descrição por semelhanças e diferenças entre os organismos.


No Século XIX, começaram a surgir as primeiras idéias de que as espécies de organismos não eram
fixas, visto que até então acreditavam-se que as espécies não se modificavam ao longo do tempo.
Com o surgimento da Teoria da Evolução, em 1858-59, foi proposto por Charles Darwin e Alfred
Wallace que as espécies mudavam ao longo do tempo e essas mudanças eram transmitidas de uma
geração para outra.

Nas décadas de 1950/60, o Entomólogo alemão Willi Hennig lançou a Teoria da Sistemática
Filogenética, onde ele incorporou a evolução biológica em seu método. Suas principais
contribuições foram as de fornecer uma definição precisa de relacionamento biológico e de
desenvolver uma metodologia capaz de reconstruir as relações de parentesco entre as espécies.
Hennig mostrou como a Sistemática deve refletir a história evolutiva dos grupos em uma relação de
descendência com ancestralidade comum. O conceito de Sistemática foi ampliado tendo seus
principais objetivos:

- Descrever a diversidade biológica;


- Estudar e ordenar as relações filogenéticas entre grupos;
- Compreender como se originou a diversidade;
- Criar um sistema de classificação para ordenar a diversidade biológica

A Sistemática é a ciência da diversidade. Ela é importante não apenas para conhecer a diversidade
das formas, mas também para que se possa avaliar a história da vida no planeta.

Escolas Sistemáticas

Escola Tradicional: Esta escola entende que as atividades de classificação não necessitam de um
embasamento filosófico, ela não apresenta nem teoria nem método para ordenar o conhecimento.
As classificações são baseadas no conhecimento de taxonomistas profissionais e se realizam como
uma atividade catalogatória semelhante à de uma colecionador de selos.

Escola Fenética: A organização do conhecimento sobre a diversidade dos organismos se baseia em


um conjunto de métodos matemáticos bem claros, porém não está fundamentada em uma teoria
biológica. Este conjunto visa a reunir grupos animais com o maior número possível de semelhanças
observáveis. Em função das distâncias calculadas, os organismos são reunidos em grupos e sub-
grupos. Os feneticistas, ao trabalharem com o maior número possível de semelhanças, desvinculam-
se de um enfoque evolutivo e das relações filogenéticas dos grupos estudados. A principal diferença
desta escola para a Tradicional é o emprego de métodos quantitativos e pela utilização de um
número maior de características entre os organismos.

Escola Evolutiva: Escola embasada na Teoria Sintética da Evolução ou Neodarwinismo. Os


critérios para reunir os grupos de organismos têm como suporte o conceito de grados, ou passos
evolutivos. Tanto a taxonomia tradicional como a evolutiva utilizam-se da intuição como
ferramenta para estabelecer o relacionamento entre grupos de organismos, ou seja, não demonstram
claramente como e o que fazem, estabelecendo grupos com base em critérios muito subjetivos.

Escola Cladista: Esta escola sistemática trabalha com o método proposto com Willi Hennig, e é
fundamentado na teoria da evolução orgânica e apresenta uma metodologia comparada a ela. Os
grupos são formados por relações de parentesco estabelecidas através de um ancestral comum. A
meta principal desta escola é propor hipóteses testáveis de relacionamento genealógico entre grupos
naturais. Estes são definidos como grupos formados por organismos que possuem um mesmo
ancestral comum. O Cladismo tem por base a passagem, do ancestral comum para seu descendente.

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