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CURRÍCULO DE HISTÓRIA.
Rossano Rafaelle Sczip
SEED PR
Edilson Aparecido Chaves
IFPR – Campus Curitiba
Professor Colaborador ProfHistória - UFPR
Introdução
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Ver: BRASIL. MEC. Base Nacional Comum Curricular. Relatórios e Pareceres. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/relatorios-e-pareceres>. Acesso em 20 jan. 2021.
tanto a avaliação em larga escala, externa, padronizada, quanto à responsabilização
docente” (Idem, p. 162). Corroboram, assim, os argumentos daqueles que defendem
o currículo único não pelas suas pretensas qualidades, mas sim pelas possibilidades
reais de alinhá-lo aos testes padronizados e à responsabilização docente como
mecanismos de aferição da qualidade na educação.
No CNE, as críticas foram tecidas por Aurina Santana, Malvina Tuttman e
Márcia Aguiar (AGUIAR, 2018). Em seu pedido de vistas à Minuta de Parecer e Projeto
de Resolução que deu origem ao texto final da BNCC, as conselheiras criticaram: a
exclusão do Ensino Médio; o processo, que teria privilegiado contribuições
individualizadas em detrimento de “um processo coletivo”; a não inclusão de
contribuições ocorridas nas audiências públicas e mesmo aquelas apresentadas pelo
CNE; a metodologia de construção “linear, vertical e centralizadora” e o fato de que a
terceira versão não seguiu o caminho percorrido pelas versões anteriores, pois foi
construída pelo Comitê Gestor do MEC. (Idem, p. 14-17).
A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação –
ANPED criticou, através de ofício encaminhado ao CNE, a uniformização e
hierarquização curricular em detrimento da diversidade da realidade brasileira.
Ressaltou o risco do “Nacional” ser entendido como homogêneo e do “Comum” como
único, “contrariamente aos princípios de respeito e valorização da pluralidade” da
educação brasileira; criticaram a “centralidade conferida à lógica do ensino de
conteúdos” bem como a imposição da lógica da responsabilização das equipes
gestoras e dos docentes em detrimento da gestão democrática; e, ainda, a
metodologia de construção da BNCC “guiada pela pressa e pela indefinição sobre
etapas e critérios”. No ofício, a associação critica a antecipação de prazos, os “debates
minimizados, participações reduzidas a seminários de audiência muda e consultas
eletrônicas para legitimação de um processo sem roteiro definido”. (ANPED, 2015).
A Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação –
ANFOPE e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE
também expediram notas públicas com posições muito próximas as da ANPED.
Considerações finais.
Referências
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