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SÍNDROME DE DESMIELINIZAÇÃO OSMÓTICA (SDO): UMA

ABORDAGEM GERAL SOBRE SUAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


Osmotic Demyelination Syndrome (ODS): Na Overview of Its Clinical Manifestations

Rodrigo José Bumussa Freire, UNIFACISA


Alice Marques Alvim de Oliveira, Faculdade de Saúde Santo Agostinho
Breno de Amaral Gandini, UNAERP
Solano Kaluangila Andrelino Santiago, UFMA
Vitória Furtunato Bezerra, Universidade Federal de Rondônia
Barbara Bianca Soares Roland, UFMA
Tamires Cavalcanti Lukasavicus, UNINOVE
Vitória Cunha Silva, Centro Universitário FIPMoc
Marcelo Henrique Vaz de Lima, Universidade de Rio Verde
Thamires Mendes Gomes, CEUMA

rodrigo.bumussa@gmail.com

RESUMO
Introdução: Este artigo oferece uma análise abrangente da Síndrome de Desmielinização
Osmótica (SDO), focando nas suas manifestações clínicas e métodos diagnósticos.
Objetivo: elucidar as manifestações clínicas e a abordagem diagnóstica desta síndrome.
Metodologia: Revisão integrativa da literatura, realizada por busca em base de dados de
artigos que correspondessem ao tema proposto. Incluiu-se avaliação dos artigos elegíveis
na íntegra, excluindo aqueles que não se enquadram nos objetivos do estudo, teses e
dissertações, sem contabilizar duplicatas. Resultados e Discussões: abordam os sintomas
característicos da SDO, como disartria, paraparesia, e distúrbios comportamentais, além
da importância da ressonância magnética no diagnóstico. Conclusão: O reconhecimento
precoce dos sintomas e o diagnóstico preciso são fundamentais para um manejo adequado
e a prevenção de complicações graves. Este estudo visa contribuir para uma melhor
compreensão e abordagem clínica da SDO.

Palavras-chave: Mielinólise Pontina, Etiologia, Manifestações Clínicas

INTRODUÇÃO

A Síndrome de Desmielinização Osmótica (SDO) é uma condição neurológica


rara e potencialmente grave, caracterizada pela desmielinização dos neurônios,
especialmente nas regiões do tronco cerebral e do corpo caloso, em resposta a mudanças
rápidas na osmolaridade plasmática (AEGISDOTTIR, Hildur et al., 2019). Esta
desmielinização resulta em uma série de manifestações clínicas que podem variar em
gravidade e incluem disartria, alterações cognitivas, fraqueza muscular, alterações no
estado de consciência e até mesmo coma. Reconhecer prontamente essas manifestações
clínicas é crucial para um diagnóstico preciso e um manejo adequado da condição, uma
vez que o atraso no reconhecimento e na intervenção pode resultar em complicações
sérias, incluindo deficiência neurológica permanente e até mesmo óbito. Este artigo tem
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como objetivo principal analisar detalhadamente as manifestações clínicas da SDO,
fornecendo uma visão abrangente das características clínicas dessa síndrome, seus
mecanismos subjacentes e as estratégias de diagnóstico e manejo disponíveis.

METODOLOGIA

Este estudo consiste em uma revisão integrativa, conduzida em fevereiro de 2024


através da pesquisa e análise de artigos científicos coletados por meio de busca eletrônica
em bases de dados especializadas, como a MEDLINE (Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online). Os termos utilizados para pesquisa estão listados no Medical
Subject Headings (MeSH) e no DeCs (Descritores em Saúde), (Myelinolysis Central
Pontine) AND (pathology). Os critérios de inclusão estabelecidos consideraram artigos
completos publicados em qualquer data e em qualquer idioma, resultando em 546 artigos.
Em seguida, procedeu-se à análise minuciosa dos títulos e resumos, seguida pela
avaliação dos artigos elegíveis na íntegra, excluindo aqueles que não se enquadram nos
objetivos do estudo, teses e dissertações, sem contabilizar duplicatas. Desse modo, foram
selecionados ao todo 5 artigos para compor a amostra bibliográfica desta revisão.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As manifestações clínicas da Síndrome de Desmielinização Osmótica (SDO)


apresentam uma variedade de sintomas que refletem o comprometimento neurológico
subjacente resultante da desmielinização dos neurônios. Esses sintomas geralmente se
manifestam de forma retardada, surgindo dois a seis dias após uma rápida elevação na
concentração sérica de sódio (AEGISDOTTIR, Hildur et al., 2019). Os pacientes afetados
podem apresentar uma gama diversificada de sintomas, incluindo disartria, disfagia,
paraparesia ou quadriparesia, distúrbios comportamentais, distúrbios do movimento,
convulsões, letargia, confusão, desorientação, obnubilação e, em casos mais graves,
coma. É importante ressaltar que os sintomas podem ser persistentes e até mesmo
irreversíveis, especialmente em pacientes com mielinólise pontina ou extrapontina
documentada por ressonância magnética (RM).

Os pacientes gravemente afetados podem apresentar um estado conhecido como


"bloqueio", no qual permanecem acordados, mas incapazes de se mover ou se comunicar
verbalmente, embora ainda possam mover os olhos e piscar. A disfunção de deglutição é
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uma complicação comum, podendo levar à pneumonia por aspiração e insuficiência
respiratória. Apesar da gravidade dos sintomas, é possível uma recuperação significativa,
mesmo em pacientes que necessitam de suporte ventilatório (BRUNNER, John E. et al.,
1990).

Além disso, há uma série de achados físicos frequentemente associados à SDO,


incluindo aumento do tônus muscular, fraqueza facial e reflexos anormais, como reflexos
de focinho, preensão ou procura. O envolvimento extrapontino pode resultar em uma
variedade de sintomas adicionais, como distúrbios psiquiátricos, catatonia, tremor
postural dos membros, espasmos mioclônicos e um quadro parkinsoniano.

O diagnóstico da SDO requer uma suspeita clínica baseada nos fatores de risco do
paciente e nas manifestações clínicas apresentadas. É importante considerar a
possibilidade de SDO em todos os pacientes com história de correção rápida da
hiponatremia (MORITZ, M. L.; AYUS, J. C., 2003). A ressonância magnética cerebral é
a modalidade de imagem preferida para o diagnóstico, embora a tomografia
computadorizada (TC) também possa ser utilizada quando a RM não está disponível. É
crucial ressaltar que a ressonância magnética pode não mostrar lesões até semanas após
o início dos sintomas, e em alguns casos, os achados neurológicos podem desaparecer
antes da documentação radiológica. Portanto, a persistência dos sintomas neurológicos
deve sempre ser monitorada e novas imagens podem ser necessárias em intervalos
posteriores.

CONCLUSÃO

Em conclusão, este artigo destaca a importância do reconhecimento precoce e da


abordagem adequada das manifestações clínicas da Síndrome de Desmielinização
Osmótica (SDO). A análise detalhada das manifestações clínicas e dos métodos
diagnósticos ressalta a complexidade desta condição neurológica e a necessidade de uma
abordagem multidisciplinar para o seu manejo. A compreensão dos sintomas
característicos e a utilização adequada de ferramentas diagnósticas, como a ressonância
magnética, são fundamentais para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz. Ao
fornecer insights sobre a SDO, este estudo visa enfatizar a identificação e diagnóstico
dessa síndrome, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos pacientes afetados.

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REFERÊNCIAS
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