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Projecto - Educacao - Como - Pratica - Da - Liberdade - em - Freire Versao 3-1 (Guardado Automaticamente)
Projecto - Educacao - Como - Pratica - Da - Liberdade - em - Freire Versao 3-1 (Guardado Automaticamente)
Universidade Rovuma
Cabo Delgado
2023
1I
Universidade Rovuma
Cabo Delgado
2023
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II
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
2. Delimitação da pesquisa.........................................................................................................4
3. Problemas de investigação......................................................................................................4
4. Justificativa.............................................................................................................................5
5. Objectivos...............................................................................................................................6
6. Tese e argumentos...................................................................................................................6
7. Fundamentação teórica...........................................................................................................8
8. Metodologia............................................................................................................................7
9. Estrutura da monográfica......................................................................................................12
Referências bibliográficas.........................................................................................................14
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Introdução
Paulo Freire nasceu em Recife, Pernambuco no ano de 1921 e faleceu em 1997, foi um
educador brasileiro, criador de um método inovador para alfabetização de adultos. Ao mesmo
tempo que alfabetizava trazia um exercício de cidadania por meio de debates. O autor procura
orientar educador a conscientizar e capacitar a população, de modo que ela não seja
facilmente manipulada. Isto é, que desenvolva a consciência crítica.
2. Delimitação da pesquisa
A pesquisa que se pretende levar a cabo encontra-se na área de filosofia da educação e será
circunscrita com base no pensamento do filósofo brasileiro Paulo Freire, sobre a necessidade
de uma educação como prática de liberdade, em prol da superação da pedagogia tradicional
ainda vigente em Moçambique.
Paulo Freire é um filósofo da actualidade que tem reflectido sobre a situação actual da
educação, que se encontra mergulhada em uma situação em que precisa combater o
analfabetismo, uma posição daqueles que aprendem de forma passiva, e não conseguem
compreender o horizonte das suas capacidades intelectuais. Freire vê como o objectivo maior
da educação, conscientizar o aluno, isso significa, em relação as parcelas desfavorecidas da
sociedade, leva-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da sua libertação.
Pretende-se contextualizar a pesquisa em uma perspectiva Moçambicana, visto que os
problemas descritos por Freire são semelhantes a nossa realidade de oprimidos.
Como se pode facilmente deduzir, sob ponto de vista disciplinar, o tema enquadra-se na
cadeira de Filosofia da educação.
3. Problemas de investigação
Moçambique sempre caracterizou-se pela fraca qualidade de ensino, devido a era colonial,
onde o ensino não abrangia de forma significativa ao povo Moçambicano, sendo que o povo
simplesmente aprendia o que era a vontade do colonizador. Isso contribuiu para que até os
dias de hoje, a educação tradicional bancaria esteja presente na consciência dos que viveram
naquelas épocas, influenciando directa ou indirectamente na maneira de pensar da geração
actual. Partindo do pressuposto que outros países conseguiram desenvolver o seu sistema de
ensino colocando o educando no centro desse processo para a sua conscientização e colheram
resultados positivos, evidenciando que este é uma desafio que Moçambique pretende alcançar,
a questão que se coloca é a seguinte:
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Até que ponto, a educação libertadora em Paulo Freire pode constituir um princípio de
superação da pedagogia tradicional em Moçambique?
4. Justificativa
Tanto o âmbito teórico envolve o âmbito académico, que se caracteriza pela necessidade de
expandir o conhecimento que existe sobre essa área de pesquisa, para servir de base para as
futuras pesquisas.
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5. Objectivos
6. Tese e argumentos
Diante de qualquer problema, a pergunta que se coloca é a seguinte: qual é a sua causa? O que
provocou? Para a dificuldade em superar a educação tradicional, as causas podem ser:
internas e externas.
Todo o sonho sempre é alimentado por uma utopia, porque é a partir da utopia que
materializamos aquilo que nos parece possível e alcançável, daí que a implementação de uma
educação democrática rumo a liberdade de pensar do educando, deve ser visto como um
sonho possível de materializa-lo. Devemos criar em nós a crença de que a emancipação do
cidadão moçambicano a nível do conhecimento é alcançável.
Visto que existe a necessidade de orientar-se por uma ambição para superar este problema do
analfabetismo e do défice epistemológico em nosso contexto social moçambicano, essa
ambição só será possível mediante alguns desafios: reformulação das políticas de ensino
(reformulação do plano curricular, democratização do ensino, implementação do método de
alfabetização).
7. Fundamentação teórica
Três obras são essenciais para entender o contexto do pensamento de Freire "pedagogia do
oprimido", "pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido" e a obra
"educação como prática da liberdade". Os conceitos chaves do pensamento freiriano são os
de, educação bancária, educação dialógica e libertadora; e a democratização do ensino.
Na obra pedagogia do oprimido Freire enfatiza o conceito de educação bancaria, que se refere
a uma prática de ensino que reproduz a sociedade opressora, em que o educador se coloca em
posição superior, de dono do saber, um saber que se transfere, deposita nos educandos.
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"Na medida em que esta visão “bancária” anula o poder criador dos educandos ou o
minimiza, estimulando sua ingenuidade e não sua criticidade, satisfaz aos interesses
dos opressores: para estes, o fundamental não é o desnudamento do mundo, a sua
transformação" (Freire, 2020, p. 83).
Aos educandos, os recipientes, não resta outra coisa a não ser arquivar os depósitos,
memorizá-los, sem qualquer possibilidade de pensar autenticamente e de criar. Só lhes resta
se adaptar.
É importante destacar que nem todos os educadores que praticam a educação bancária sabem
que estão a seu serviço, já que também são fruto dessa mesma concepção de educação.
Esse tipo de prática educativa se fundamenta em uma relação horizontal entre educador e
educandos, superando a contradição entre os dois. Nesse contexto, educadores e educandos,
por meio do diálogo e em comunhão, se tornam educadores-educandos e educandos-
educadores, mediados pelo mundo.
"[…] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em
diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa […]" (Freire, 2020, p. 96).
Não se trata, porém, de excluir a autoridade do educador, mas de reconhecer que o verdadeiro
acto educativo, que não sirva à alienação e sim à libertação, não pode ser feito com base na
transferência de conhecimentos. A educação libertadora se funda no diálogo e na prática
reflexiva e transformadora.
Freire retoma a questão do diálogo, como forma de superar os traumas vividos na pedagogia
do oprimido:
O diálogo entre professoras ou professores e alunos ou alunas não os torna iguais, mas
marca a posição democrática entre eles ou elas. Os professores não são iguais aos
alunos por n razões, entre elas porque a diferença entre eles os faz ser como estão
sendo. Se fossem iguais, um se converteria no outro. O diálogo tem significação
precisamente porque os sujeitos dialógicos não apenas conservam sua identidade, mas
a defendem e assim crescem um com o outro. O diálogo, por isso mesmo, não nivela,
não reduz um ao outro. Nem é favor que um faz ao outro. Nem é tática manhosa
envolvente, que um usa para confundir o outro. Implica, ao contrário, um respeito
fundamental dos sujeitos nele engajados, que o autoritarismo rompe ou não permite
que se constitua. (Freire, 1997, citado por Sousa, 2021).
E é por isso que Freire enfatiza que a figura do professor é mais do que um simples professor,
ele é um alfabetizador e acima de tudo um educador.
Partindo de um princípio de que o educando trás consigo a “experiência feito”, que segundo o
autor é um conhecimento já adquirido da pessoa, é fundamental o educador estabelecer uma
troca dessas experiências. Mas que não seja uma estagnação nessa primeira etapa, que através
dessa abordagem a discussão cresça por meio de uma elaboração de conhecimento conjunto.
Dai que o autor afirma que:
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo; os homens educam-se entre si,
mediados pelo mundo” (Freire,1992 citado por Resenha 2012).
Na obra educação como prática de liberdade, sua principal linha de pensamento é a concepção
de uma educação democrática, que se baseia na importância do diálogo.
Por isso o sucesso na proposta pedagógica de Freire, uma educação voltada para uma
conscientização, democracia e diálogo. “[...] a dialogação implica na responsabilidade social e
política do homem. Implica num mínimo de consciência transitiva, que não se desenvolve nas
condições oferecidas pelo grande domínio.” (Freire, 1976, p. 70).
Entretanto, o que caracterizou este período, foi o mutismo do homem, a sua não participação
na solução dos problemas comuns.
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Em que a acomodação exige uma dose mínima de criticidade. A integração, pelo contrário,
exige um máximo de razão e consciência. É o comportamento característico dos regimes
flexivelmente democráticos. O problema do ajustamento e da acomodação se vincula ao do
mutismo, o homem não dialoga. Esta foi a característica de toda a nossa vida colonial, o
homem sempre foi esmagado pelo poder dos senhores das terras, nunca teve a sua
organização na vida comum.
No terceiro capítulo “Educação versus Massificação”, Paulo Freire busca respostas à luz de
uma pedagogia que pudesse auxiliar a sociedade brasileira a construir sua democracia. Para
tanto, era necessária uma educação que desenvolvesse a criticidade.
Dessa forma, teria que ser uma educação ousada que transformasse a postura do sujeito no
enfrentamento de problemas, apoiando no debate para a tomada de consciência. Uma
educação que se apartasse de modelos importados, do elitismo, da memorização de conceitos,
promovendo a criatividade e o pensamento crítico. Uma educação não mais arbitrativa,
antidemocrática, mas sim democrática que apoiasse no diálogo como forma de construção do
conhecimento e além de tudo que levasse em conta as discussões dos problemas económicos e
da realidade social brasileira. Para Freire, (1967):
Para Freire só seria possível formar uma mentalidade democrática por meio de um novo
modelo educacional que consentisse ao homem aquisição de autonomia no debate dos
problemas sociais. Era necessário desenvolver um pensamento democrático, pois à medida
que iam surgindo novas influências, o país dirigia para uma ascensão de pensamento popular.
Diante das influências da televisão, do rádio que acentuavam as percepções populares era
necessário promover uma conscientização por meio da educação.
Estávamos, assim, tentando uma educação que nos parecia a de que precisávamos.
Identificada com as condições de nossa realidade. Realmente instrumental, porque
integrada ao nosso tempo e ao nosso espaço e levando o homem a reflectir sobre sua
ontológica vocação de ser sujeito. E se já pensávamos em método activo que fosse
capaz de criticizar o homem através do debate de situações desafiadoras, postas diante
do grupo, estas situações teriam de ser existenciais para os grupos. Fora disso,
estaríamos repetindo os erros de uma educação alienada, por isso instrumental. (Freire,
1967, p.106).
8. Metodologia
Dois métodos serão amplamente essenciais para esta pesquisa: o método dialéctico e
fenomenológico; visto que segundo (Lakatos & Marconi, 1993 citados por Silva, 2002, p. 27)
“o dialéctico é um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Considera que
os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, económico”, as
contradições na analise dos factos, permitem a busca por novas soluções.
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E o método fenomenológico que segundo (Gil, 1999, citado por Silva, 2002, p. 27).
“preocupa-se com a descrição directa da experiência tal como ela é. A realidade é construída
socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. Então, a
realidade não é única: existem tantas quantas forem as suas interpretações e comunicações”.
9. Estrutura da monográfica
2.1.1. Educação
2.1.2. Diálogo
2.1.3. Liberdade
3.1. Os prós-Freireanos
3.2. Os Contra-Freireanos
Referências bibliográficas
Freire, Paulo (1967). Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra.