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MANUAL DE

TÉCNICA CIRÚRGICA
PARA A GRADUAÇÃO

LUÍS MARCELO INACO CIRINO

Professor Associado da Disciplina de Técnica Cirúrgica e


Cirurgia Experimental da FMUSP
Diretor Clínico do Hospital Universitário da USP

_- Sarvier Editora de Livros Médicos Ltda


Rua Or. Amâncio de Carvalho nll 459
CEP 04012-()9() Telefax (11) 5571-3439
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Sio Paulo - flrr--:•
1. AMBIENTE CIRÚRGICO

r.. .L• .J .J
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devem adotar são peculiares. É importante, para a obtenção de um bom resultado


do tratamento, estar atento a alguns detalhes próprios e sistematizados que vi-
sam a minorar as possibilidades de complicações, principalmente as relaciona-
das à infecção do sítio cirúrgico.
Os cuidados necessários podem ser agrupados em:
a) paramentação e escovação das mãos e antebraços
b)disposição da equipe cirúrgica
c) conhecimento dos instrumentos cirúrgicos

PARAMENTAÇÃO E ESCOVAÇÃO

Troca de roupa

Para participar de qualquer atividade no centro cirúrgico é necessário tra-


jar roupas específicas, dado que a roupa comum, ou mesmo o traje branco, serve
para a locomoção dentro e fora do hospital. Por serem contaminadas e, portan-
to, impróprias para a circulação no interior das salas cirúrgicas, quando o cirur-
gião ou outro profissional entrar na zona de proteção (vestiário) do ambiente
cirúrgico deve colocar a roupa específica: calça comprida e jaleco de manga cur-
ta (o tamanho desses trajes deve ser adequado para proporcionar conforto e
liberdade de movimentos). Consiste erro freqüente a utilização de camisetas ou
agasalhos debaixo do jaleco, prática que deve ser evitada. Após a troca de roupa
procede-se à colocação de gorro (Fig. 1.1) para as pessoas com cabelos curtos e
de touca (Fig. 1.2) para os portadores de cabelos longos, sendo que esta deve
envolver todo o cabelo. O uso da máscara deve abranger o nariz e a boca confor-
me ilustrado nas figuras 1.1 e 1.2 (constitui erro grosseiro de técnica cirúrgica a
colocação da máscara sem englobar as fossas nasais).

1
MANUAL DE TtCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

Figura 1.1 - Gorro para portador de cabelos Figura 1.2 - Touca para portador de cabelos
curtos e máscara envolvendo fossas nasais e longos e máscara envolvendo fossas nasais e
boca. boca.

Antes de adentrar a zona limpa do centro cirúrgico o profissional deve


colocar os pró-pés. Estes precisam ser sempre trocados por ocasião do retorno à
zona de proteção (Fig. 1.3).

Figura 1.3- Pró-pés para entrada na zona de proteção


(zona limpa do centro cirúrgico). ·

Escovação das mãos e antebraços


Para os integrantes da equipe cirúrgica que atuarão no campo operatório,
a escovação das mãos e antebraços constitui etapa fundamental do preparo da
paramentação. Ela tem importância por exercer papel fundamental na remoção
da flora bacteriana transitória e de parte da flora permanente, constituindo-se
em uma medida de assepsia (pois funciona como medida profilática da contami-
_nação do campo cirúrgico). A flora transitória localiza-se nas regiões mais ex-
postas, uma vez que as bactérias ficam agregadas a partículas de poeira que se
aderem à gordura.da pele, e pode ser removida com certa facilidade pela simples
lavagem com água e sabão ou mesmo pelo atrito da roupa. já a flora permanente
é de remoção mais difícil e encontra-se em número e variedade de agentes mais
ou menos constantes, sendo que sua redução é transitória, logo se restabelecendo

2
AMBIENTE CIRÚRGICO

seu nível anterior. A escova utilizada para a escovação deve possuir cerdas finas
e macias para não causar traumas e irritação na pele, principalmente na face
anterior do antebraço.
Recomenda-se o seguinte procedimento para a escovação:
1 Cortar as unhas e limpá-las.
2 Com o auxílio de escova e solução 4egermante, a escovação deve iniciar-
se nas mãos e terminar na região dos cotovelos da seguinte forma (Fig.
1.4): pontas dos edos e espaço subungueal, palma da mão, ace palmar
dos dedos, dorso da mão, face radial dos dedos, face cubital dos dedos,
espaços interdigitais, face anterior do punho, face anterior do antebra-
ço, face dorsal do punho, face dorsal do antebraço e cotovelos. .
3 O procedimento de escovação deve ter duração mínima de sete minutos
e ser entremeado com exposições à água corrente para remoção da solu-
ção ensaboada e nova aplicação de solução degermante.
4 O cirurgião deverá adotar a posição de ambos os antebraços e mãos
voltados para cima, a fim de evitar que a água escorra de local contami-
nado para áreas já corretamente escovadas (Fig. 1.5).

Figura 1.4 - Escovação de dedos, mãos e an-


tebraços. Os números indicam a seqüência de
lavagem: na figura superior a face palmar e na
inferior, a face dorsal.

Figura 1.5- Enxagüe das mãos e antebraços.

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MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

Paramentação para entrar no campo cirúrgico


Após a escovação das mãos e antebraços, os componentes da equipe cirúr-
gica adentram a sala operatória para efetuar a paramentação, ou seja, colocar
avental e luvas para participar da cirurgia. É necessário manter os antebraços
acima do nível da cintura e tomar cuidado para não esbarrar em nenhuma estru-
tura contaminada como portas, mesas ou mesmo pessoas presentes na sala de
operações.
Uma vez realizada a escovação, o circulante da sala abre o pacote estéril
contendo o avental cirúrgico e coloca as luvas de borracha do tamanho adequa-
do para cada membro da equipe. A sistematização da paramentação e colocação
das luvas é a seguinte:
1 O cirurgião enxuga as mãos e os dedos com compressa esterilizada.
Complementa, também, a secagem dos dois terços distais dos antebra-
ços (Fig. 1.6). Atenção: deve-se utilizar um lado da compressa para cada
antebraço.

B
A

c
Figura 1.6- Sistematização da paramentação.

4
AMBIENTE CIRÚRGICO

I
-------;
F

Figura 1.6 - Sistematização da paramentação (continuação).

5
AMBIENTE CIRÚRGICO

4 A circulante de sala, pela face interna do avental, ajusta-o e amarra na


seqüência os cadarços da gola e da cintura (Fig. 1.8).
Lembrar que essas manobras executadas pela circulante contaminam a
face posterior do avental cirúrgico. Essa face deve, posteriormente, ser
protegida por um avental estéril, parte do avental que será desdobrada
após a colocação das luvas estéreis.

Figura 1.8- Circulante amarrando o avental.

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MANUAL DE T~C N ICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

5 Colocação das luvas (Fig. 1.9) (cada membro da equipe deve conhecer o
número das luvas que se ajustam correta e confortavelmente às suas mãos,
pois elas não devem ficar apertadas e, muito menos, folgadas).

Abertura do pacote das luvas

Colocação de luva direita

Figura 1.9- Colocação das luvas.

8
AMB IENTE CIRÚRG ICO

Colocaçclo de luva esquerda

E
F

Ajuste final

Figura 1.9 - Colocação das luvas (continuação).

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MANUAL DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

6 Uma vez completado o ajuste das luvas, o cirurgião precisa recuperar a


esterilização de sua região dorsal que foi manipulada e contaminada
pela circulante. Atualmente, os aventais cirúrgicos dispõem de um pro-
longamento ao longo de toda a lateral direita do avental, que fica dobra-
do sobre ele, e amarrado com uma laçada entre dois cadarços, um na
extremidade dessa dobra de tecido e outro bem na lateral direita do
avental. Quando o participante conclui o ajuste das luvas, desamarra a
laçada entre os cadarços citados, desfaz a dobradura lateral direita do
avental e estica esse segmento em torno do seu dorso, cobrindo a face
posterior contaminada do avental por tecido estéril. Essa manobra pode
contar com o auxílio de outro membro da equipe, que já esteja, também,
paramentado. O membro da equipe, ao amarrar o cadarço da margem
lateral direita do avental com o outro cadarço fixado agora na lateral
esquerda do avental, consolida essa disposição que recupera a esteriliza-
ção de toda a superfície externa do avental cirúrgico (Fig. 1.10).

Figura 1.10- Proteção da região dorsal.

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AMBIENTE CIRÚRGICO

DISPOSIÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA

Barraca protetora

A equipe cirúrgica é formada pelo conjunto de profissionais que partici-


pam da atividade do cirurgião no campo operatório, englobando, portanto, o
cirurgião, primeiro e segundo auxiliares e o instrumentador.
A disposição da equipe varia de acordo com a cirurgia a ser realizada, o
segmento anatômico do corpo do paciente a ser operado e a dominância manual
do cirurgião (se destro ou canhoto).
De uma maneira geral, o primeiro auxiliar fica à frente do cirurgião tendo
a seu lado o instrumentador. O segundo auxiliar fica ao lado do cirurgião (Fig.
1.11).

Cirurgião e P•imei•o ao<ili"

Segundo auxiliar @---- lostrumeotado•

Figura 1.11 - Posição dos membros da equipe cirúrgica.

11
2. INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
E OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Os instrumentais cirúrgicos estão dispostos de maneira ordenada sobre a


mesa do instrumentador conforme a operação fundamental da qual participam.
Todos os procedimentos cirúrgicos podem ser decompostos em três operações
fundamentais: diérese, hemostasia e síntese.
A diérese consiste em atitudes cirúrgicas que visam à abertura, ao corte, à
divulsão e à exposição dos tecidos de estruturas e órgãos que serão operados. A
hemostasia é a atitude cirúrgica que visa a interromper, temporária ou definitiva-
mente, o sangramento ocasionado pela diérese. A síntese visa a reconstruir, re-
compor e restituir a integridade das estruturas, órgãos e tecidos que foram ex-
plorados.
Os instrumentos mais utilizados para a execução da diérese são: bisturi,
bisturi elétrico, bisturi harmônico; tesouras e ruginas (Fig. 2.1).
Os instrumentos mais utilizados para a execução da hemostasia são: pinças
de Halsted, pinças de Kelly, pinças de Crile, pinças de Rochester e pinças de
Moyniham (Fig. 2.2).
Os instrumentos utilizados para a síntese são os porta-agulhas, as pinças
anatômicas e dente de rato, as agulhas e os fios cirúrgicos (Fig. 2.3).
Em quase todas as cirurgias os instrumentos de diérese, hemostasia e sínte-
se são praticamente os mesmos. O que varia muito são os instrumentos ditos
auxiliares. Assim, em cirurgias urológicas, proctológicas, cardíacas, torácicas e
neurológicas, utilizam-se alguns instrumentos próprios para certos procedimen-
tos específicos.
Os instrumentos auxiliares mais utilizados são: afastadores de Farabeuf,
afastadores de Doyen, afastadores ortostáticos de Gosset, afastadores autostáti-
cos de Finocchietto, afastadores de Volkmann, pinça de Backaus, pinça de Allis,
pinça de Kocher e pinça de Mixter (Fig. 2.4).

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MANUAl DE TECNICA CI RÚRGICA PA RA A GRADUAÇÃO

3 5

1 2 4
Figura 2.1 -Material utilizado para diérese: (1) bisturi, (2) tesoura de Mayo curva, (3) tesoura de
Mayo reta, (4) tesoura para fios, (5) tesoura de Metzenbaum e (6) tesoura de Potts.

I
r

Figura 2.2 - Material de preensão e hemostasia: (1) pinça de Kelly, (2) pinça de Halsted curva,
(3) pinça de Halsted reta, (4) pinça de Allis.

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INSTRUMENTAL CIRÚRGICO E OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

\@ G•

C\
~
2

1 3
4 5

Figura 2.3 - Material de sfntese: (1) porta-agulhas de Mathieu, (2) agulhas, (3) porta-agulhas de
Hegar, (4) pinça dente de rato e (5) pinça anatômica.

Figura 2.4 - Material de exposiçM e preensM: (1) afastador de Doyen. (2) afastador de Volk-
mann, (3) afastador de Farabeuf, (4) afastador de Gosset, (5) afastador de Finocchietto, (6) pinça
de Kocher e (7) pinça de Backaus.

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MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

MESA CIRÚRGICA

A mesa cirúrgica é dividida em quatro quadrantes: em um deles ficam os


instrumentos de ·diérese, em outro, os de síntese; em um terceiro quadrante os
instrumentos de hemostasia e, no último, os instrumentos auxiliares.
Em uma laparotomia supra-umbilical executada por um cirurgião destro,
o instrumentador permanece à esquerda do paciente e sua mesa cirúrgica está
disposta como mostra a figura 2.5.

Instrumentos Instrumentos
auxiliares de sfntese

Instrumentos Instrumentos
de hemostasia de diérese

lnstrumentador

Figura 2.5 - Disposição dos instrumentos na mesa cirúrgica.

De uma maneira geral, os instrumentos mais delicados e menores estão


dispostos no quadrante mais próximo do cirurgião e paciente.
O objetivo dessa disposição é facilitar a instrumentação, podendo o instru-
mentador concentrar-se no quadrante correspondente ao tempo cirúrgico que
está sendo executado pelo cirurgião.

LEITURA RECOMENDADA
Goffi FS, Tolosa EMC- Operações fundamentais. In Gôffi FS: Técnica Cirúrgi-
ca: Bases Anatômicas e Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia. 4a ed., Atheneu,
Rio de Janeiro, 2001. pp. 52-53.
Tolosa EMC, Pereira PRB - Diérese. In Goffi FS: Técnica Cirúrgica: Bases
Anatômicas e Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia. 4a ed., Atheneu, Rio de
Janeirp, 2001. pp. 54-61.
Tolosa EMC, Pereira PRB- Hemostasia. In Goffi FS: Técnica Cirúrgica: Bases
Anatômicas e Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia. 4a ed., Atheneu, Rio de
Janeiro, 2001. pp. 62-66.
Tolosa EMC, Carnevale J, Pereira PRB- Síntese cirúrgicá. In Goffi FS: Técnica
Cirúrgica: Bases Anatômicas e Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia. 4a ed.,
Atheneu, Rio de Janeiro, 2001. pp. 67-74.

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3. TIPOS DE AGULHAS, FIOS DE
SUTURA E NÓS CIRÚRGICOS

AGULHAS CIRÚRGICAS
As agulhas cirúrgicas participam da operação fundamental síntese, pene-
trando os tecidos e levando consigo o fio de sutura. De maneira geral são mon-
tadas sobre o porta-agulhas, excepcionalmente, podem ser utilizadas diretamente

As agulhas para sutura cirúrgica, confºrme o seu ângulo interno, podem


ser classificadas em curvas (ângulo interno de 180º), semi—retas (ângulo interno
menor que 180º) e retas (Fig. 3.1).

__ -_-_--_--_U--_--------_
curva
-- ---r-_---_------
semi-reta
a

,;
1 80° »

, que 180° \
(I

Figura 3.1 — Tipos de agulhas de acordo corn 0 ângulo interno.

De acordo com a secção transVersal de sua ponta, as agulhas podem ser


classificadas em cilíndricas, triangulares e prismáticas (Fig. 3.2).

às»&. A
Cilíndrica
Prismática

Triangular
Figura 3.2 — Tipos de agulhas de acordo com a forma da secção transversal.
MANUAL DE
MANUAL DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA
TECNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

podem
Quanto àà íntima
Quanto
ser traumáticas,
relação que
íntima relação
quando for
traumáticas, quando
mantêm com
que mantêm com os fios
for necessário
necessário montar
osde sutura,
fios de
montar oo fio
sutura, as
na base
fio na
agulhas
as agulhas
da agulha,
agulha,
podem ser base da
atraumática, quando
ou atraumática,
ou fio já
quando oo fio montado pelo
vier montado
já vier fabricante.
pelo fabricante.

\ \
atraumático
Tipo atraumático
Tipo
Tipo traumático
Tipo traumático

Figura 3.3
Figura —
3.3 - Tipos de agulha
Tipos de de acordo
agulha de acordo com
com aa inserção
inserção do fio.
do fio.

As agulhas cirúrgicas
As agulhas cirúrgicas dede sutura foram projetadas
sutura foram projetadas para penetrar ee transpas-
para penetrar transpas-
sar tecidos levando, através destes, fios de sutura. Conforme a geometria
sar tecidos levando, através destes, fios de sutura. Conforme a geometria do do
corpo da
corpo agulha ee de
da agulha de sua
sua ponta, serão diferentes os
ponta, serão diferentes os tipos
tipos de lesões produzidos
de lesões produzidos
nos tecidos a serem suturados.
nos tecidos a serem suturados.
A agulha cirúrgica
A agulha possui uma
cirúrgica possui ponta, oo corpo
uma ponta, corpo ee oo olho, onde nas
olho, onde agulhas
nas agulhas
traumáticas são
traumáticas passados os
são passados fios. A
os fios. escolha do
A escolha do tipo de agulha
tipo de agulha aa ser utilizado
ser utilizado
depende do tipo de tecido que será submetido síntese. Assim,
depende do tipo de tecido que será submetido àa síntese. Assim, para suturaspara suturas
vasculares devem utilizadas agulhas mais delicadas do que
ser utilizadas
vasculares devem .ser agulhas mais delicadas do pele.
na pele.
que na

FIOS DE
FIOS SUTURA
DE SUTURA
Os fios de
Os fios de sutura podem ser
sutura podem utilizados tanto
ser utilizados tanto na fundamental
operação fundamental
na operação
síntese quanto
síntese quanto na hemostasia. Para
na hemostasia. hemostasia são
Para hemostasia são utilizados de forma
utilizados de isolada ee
forma isolada
para a síntese vêm montados em
para a síntese vêm montados em agulhas. agulhas.
fatores devem
Alguns fatores
Alguns devem ser levados em
ser levados conta para
em conta escolha do
para aa escolha do tipo de fio
tipo de fio
cirúrgico que
cirúrgico utilizado, tais
será utilizado,
que será tais como tecido aa ser
como oo tecido suturado, resistência
ser suturado, resistência tênsil
tênsil
do fio,
do fio, sua versatilidade ee reação
sua versatilidade tecidual que
reação tecidual que sua presença provocará.
sua presença provocará.
Os fios
Os de sutura
fios de sutura podem
podem ser classificados em
ser classificados em absorvíveis, inabsorvíveis -—
absorvíveis, inabsorvíveis
não biodegradáveis
não inabsorvíveis — biodegradáveis.
biodegradáveis ee inabsorvíveis- biodegradáveis. Os quadros 3.1,
Os quadros 3.1, 3.2
3.2 ee 3.3
3.3
explicam os tipos de fios, a composição deles, sua origem, o tipo
explicam os tipos de fios, a composição deles, sua origem, o tipo de construção,de construção,
método de
cor, método
cor, de esterilização, resistência tênsil,
esterilização, resistência modo de
tempo ee modo
tênsil, tempo de absorção.
absorção.
De acordo com o tipo de fio utilizado, as suturas também
De acordo com o tipo de fio utilizado, as suturas também podem ser podem clas-
ser clas-
sificadas em
sificadas absorvíveis, inabsorvíveis
em absorvíveis, inabsorvíveis ee não biodegradáveis,
não inabsorvíveis ee
biodegradáveis, ee inabsorvíveis
biodegradáveis.
biodegradá veis.

18
18
3.1 -— Fios
Quadro 3.1
Quadro Fios absorviveis.
absorviv 's. ...
o"'
V'

,.,
o
Categine
Categute Proteína COLAGENO
Pm na - COLÁGENO Animal Torcido Amarelo
Amarelo Cobalto 50
Cobalto 60 1 dia= 100% 70dias Fagocitose l>
simples
simples Camada serosa
Camada do intestino
sewsa do made
intesn‘no delgado 7 dias = 40%
C'l
c
....-
dos bovinos sadios. Essa camada
do.sbovinos sadios. Essa camada pos-
pos- 14 dias:
14dias=5% 5% :r
suiiibras
sui imgiiudimisque
fibras longitudinais
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l>
Y'
maiar resistência
lesístencia ao Via
~

nam uma
nam uma maior ao fio õ
V'
Categme
Categute Protefna CDLAGEND
Proteina -- COLÁGENO Animal
Animal Torcida
Torcido Marrom
Marrom cobalto 60
Cobalto60 I dia=
1 dia = 100%
100% 90 dias
90dias Fagoc'iiose
Fagocitose o
cromado
cromado Camada serasa
Camada serosa intestino delgado
do intestino
do delgado 7 dias = 65%
7dias=65% "'
V'
dos minas sadios Essa camada pos- c:
dos bovinos sadios. Essa camada pos- 14dias=40%
suinbias Iongiiudinais proporcio-
queproporcio- ~
sui fibras longitudinais que 21 dias= 10% l>
nem urna maior resistência
uma maior ri.—saem ao lio
ao fio
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Hidmlise o
Vicryi
Vicryl Nome técnico: Poliglactina
Nome técnico: 910
Poliglanina 910 sintam
Sintético Trançado
Trançado Violeta Il Incolor
Violeta incolor FIO
ETO 1 dia= 100% 56 70 dias
56 aa 70dias Hidrólise V'
,...,
Glicollda 90%
Glicolida 90% I/ Ladida
Laciida 170%
O% 14dias=65%
Cobertura de
Cobertura poligladina 370
de poliglactina 370 21 dias= 30/40% "'
C •

(50%) estearato de
(50%) ++estearato de calcio (50%)
(Aldo (50%)
28 dias = 5 I 1O%
"'
~
,...,
o
Vlcryl ID—O tecnico: Poliglactina
Nome técnico: Poliglanina 910
910 Sintético Mono Violets ETO 56 aa 70dias
70 dias Hidrólise

;(] a
Vicryi1Q-O Nome Sintético Mono Violeta ETO 1 dia= 100% 56 Hidrólise V>

m
'svmriº503") wn Snailsou soN
Glicolida 90%!Lac1ida
Glicolida 90% 10%
I Ladida 10% 14dias=65%
21 dias = 30 I 40%
28 dias= S/ 10%
Vicryl rápida
Wcryl rápida Nome técnico:
Nome técnico: Poliglactina 910
Poliglacllna 910 Sintético
Sintético Trançado
Trançado Incolor
Incolor Cobaltoõo
Cobalto 50 1I dia=
dia = 100%
100% 35 dias
35dias Hidrúlise
Hidrólise
absorção
absor~ Glicolida 90%
Glicolida Ladlda 10%
90% I/ Ladida 10% (somente p/
(somente p/ 3 dias = 81%
3 dias= 81% aprox.
aprox.
Cobertura de
Cobertura de poliglactlna 37D
poliglxtina 370 femamr de
fecham. de pele)
Pºlº) 5 dias=
5 dias 57%57%
(50%) estearato de
(50%) ++ estearato cálcio (50%)
de ~leio (50%) 7 dias 53%
7dias= 53%
14 dia = 0%
14dias=O%
ms ,l Allavés da polimerização do siniaico Mono Violeta no 1 dia 100% 180 dias Hidrólise
PDSII Através da polirnerizaçAo do Sintético Mono Violeta ETO 1 dia== 100% 180 dias Hidrólise
pallmem PP •- DIOXANONA
·pollmero DIDXANONA na na 14 dias:
14dias 70%
= 70%
de catalisador
presença de
presença (amlisadm . 28 dias 50%
28dias= 50%
42 dias=25%
42 dias
56 dias
56dias=O%
Monocryl
Monocryl Nnme técnico:
Nome técnico: Poliglecaprone 25
Poliglecaprone 25 Sintético
Sintético Mono
Mono Violeta I/ Ouro
Violeta Ouro ETO
ETO Viºletª
Violeta Ouro 90a 120 dlas
90 a 120dias Hidrólise
Hidrólise
Glicolida 75% leapmimona 25%
Glicolida 75% I Caproladona 25%
A caprulanana Elimina deito-me—
A caproladona elimina oo efeito-me-
': "ª“ ijffimmo’;
ld '
·100%
34:35,};
'º “ºº“'
ld•lOO%

-
7d • 6()(70% 7d " 50160%
14d ~=o$
3!V40% 14d.
11d 20130%
mória do fio
mória do "o de
de sutura
sutura 15¢
28d 50%
0%
21d ·0%
.......
\0
--...
——
Quadro 3.2 — Fios ina. sorviveis — não biodegradável
l_—I Estereliz. M-absorção

Polycot
—m
70%f lamentos de poliéster Sintético/ Cobalto 60
Resistência tênsil
Mantém sua força
l Permanece Não ocorre
30% firas longas de algodão Vegetal tênsil inicial encapsulado

l-
AZUI / Incºlor indefinidamente
Aciflex Aço inox 316 L Mineral Prata Cobalto 60 Mantém sua força Permanece Não ocorre
'

-
com aixo teor de carbono (natural) tênsil inicial
indefinidamente
encapsulado

'.
Poliéster Sintético Verde / Branco Cobalto 60 Mantém sua força Permanece Não ocorre
tênsil inicial encapsulado
indefinidamente
Mersilene Poliéster Sintético Cobalto 60 Mantém sua força Permanece Não ocorre
10—0 tênsil inicial encapsulado

l--l
indefinidamente


Ethibond Cobalto 60 Mantém sua força
er, com cobertura de Sintético Permanece Não ocorre
polibutilato tênsil inicial encapsulado

'.
verde ] Branco indefinidamente

'.
Ethibond Poliéser, com cobertura de Sintético Verde / Branco Mantém sua força Permanece Não ocorre
com almofada polibutilato e tênsil inicial encapsulado
al ofadinha de teflon indefinidamente
Prolene Polipropileno Mantém sua força Permanece Não ocorre
tênsil inicial encapsulado
indefinidamente

Quadro 3.3 — Fios ina- sorviveis — biodegradável.


—-mI--I
70% proteinas Animal
Constr.
Trançada 1 a 7-0
Cor
Preta (ISENCAP) Cobalto 60
Resistência tênsil
] dia = 100% 2 anos Fagocitose
30% goma Trançada / Azul / Branca 14 dias:70% aprox.
'

Torcida 8-0 60 dias = 60%


1 ano = 30%
Mononylon Obtida a partir de monômeros Sintético Preto / Incolor Cobalto 60 1 dia = 100% Degrada-se Degradado
difere tes de poliamida pura 1 ano = 80% 20% ao ano eniimaticam
onômero 6 e 6,6 2 anos = 65% e metaboliz.
5 anos = 0% pelo organ.

30V
VDIHO oijnavu V3lN1‘0va VHd
DE AGULHAS,
TIPOS DE
TIPOS DE SUTURA
HOS DE
AGULHAS, FIOS NÓS CIRÚRGICOS
E NÓS
SUTURA E CIRÚRGlCOS

NÓS CIRÚRGICOS
NÓS CIRÚRGICOS
nó cirúrgico
O nó fundamental da
unidade fundamental
cirúrgico éé aa unidade da hemostasia
hemostasia definitiva da sín-
definitiva ee da sín-
tese. Muitas vezes, oo campo
tese. Muitas vezes, operatório restrito ee as
campo operatório restrito necessidades momentâneas
as necessidades momentâneas
da operação
da operação nãonão permitem
permitem ampla liberdade de
ampla liberdade de movimentos
movimentos ao cirurgião. O
ao cirurgião. O nó

cirúrgico deve ser executado de maneira padronizada
cirúrgico deve ser executado de maneira padronizada e segura. e segura.
As figuras 3.4
As figuras 3.4 aa 3.
3.7 exemplos dos
mostram exemplos
7 mostram dos nós
nós cirúrgicos utilizados
mais utilizados
cirúrgicos mais
na prática
na clínica.
prática clínica.
Algumas vezes, para
Algumas vezes, para economizar fio ee quando
economizar fio quando oo momento operatório per-
momento operatório per-
mitir, pode-se
mitir, realizar oo nó
pode-se realizar nó com
com oo auxílio do porta-agulhas
auxílio do porta-agulhas (Fig.
(Fig. 3.4).
3.4).

3.4 -— Nó
Figura 3.4
Figura Nó com porta—agulhas.
com porta-agulhas.

21
21
MANUAL DE TE(N1(A (IRURGKA PARA A GRADUAÇÃO
DE TÉCNICA
MANUAL CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

Figura 3.5
Figura
=

Nó cirúrgico
3.5 - Nó
não cruzar

cirúrgico - primeiro semino (o
primeiro seminó
de Barros
Adaptado de
segundo seminó
(o segundo
Barros Moraes
Moraes NLT,
difere do
seminó difere
Gomes OM
do primeiro
primeiro
OM -— Nós
por não
por cruzar oo fio).
fio). Adaptado NLT, Gomes Nós cirúrgicos.
cirúrgicos.
In Gomes OM: Cirurgia
In Gomes OM: Cirurgia Experimental. San/ler, São
Experimental. Sarvier, Paulo, 1978,
São Paulo, 1978, p. 187.
p. 187.

22
22
CiRÚRGlCOS
TIPOS DE AGULHAS,
TIPOS DE AGULHAS,
nos DE
FIOS SUTURA EE NÓS
DE SUTURA NOS CIRÚRGI COS

%%%&
A B

%%
Figura 3.6
Figura 3.6 -— Nó verdaderro ou
Nó verdadeiro no de
ou nó de cirurgião.
cirurgião. Adaptado de Barros
Adaptado de Barros Moraes
Moraes NLT, Gomes OM
NLT, Gomes Nos
OM -— Nós
CII'ÚI'glCOS. In Gomes OM: Cirurgia Experimental. Servier, São Paulo, 1978, p. 189.
cirúrgicos. In Gomes OM : Cirurgia Experimental. Sarvier. São Paulo. 1978, p. 189.

23
23
MANUAL DE TECNICA (lRÚRGlCA PARA A GRADUAÇÃO

Figura 3.7 =

No duplo de sentidos contrários (tecnica de Pauchel) —A a D) primeiro seminó.

24
TIPOS DE AGULHAS, Fios DE SUIURA E Nos CIRURGlCOS

, \\

Figura 3.7 — No duplo de sentidos contrários (técnica de Pauchel) (continuação) — E a I) segundo


-
seminó. Adaptado de Barros Moraes NLT, Gomes OM Nós cirúrgicos. In Gomes OM: Cirurgia
Experimental. Sarvier, São Paulo, 1978, p. 158.

25
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE TÉCNICA ClRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

RECOMENDADA
LEITURA RECOMENDADA
LEITURA
Tolosa EMC,
Tolosa Carnevale],
EMC, Carnevale Pereira PRB-
J, Pereira Síntese cirúrgica.
PRB — Síntese cirúrgica. In Goffi FS:
In Goffi Técnica
FS: Técnica
Cirúrgica: Bases Anatômicas e Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia.
Cirúrgica: Bases Anatômicas e Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia. 4a. ed.,
43 ed.,
Atheneu, Rio de Janeiro, 2001. pp. 67—74.
Atheneu, Rio de Janeiro, 2001. pp. 67-74.

26
26
4. ESPLENECTOMIA

O objetivo de executar um modelo experimental de esplenectomia é o de,


por meio do procedimento, estudar a operação fundamental hemostasia.
O hilo esplênico do cão é ideal para que o aluno possa se familiarizar com
uma seqúência de movimentos e atitudes que permitam a ligadura segura dos

trazido com facilidade para fora da cavidade abdominal, facilitando a esplenec-


tomia. A figura 4.1 mostra o baço do cão.
A via de acesso para a execução da esplenectomia é a laparotomia mediana.
A equipe cirúrgica estará assim disposta: cirurgião destro à direita, primeiro
auxiliar à frente do cirurgião com o instrumentador ao seu lado e segundo auxi-
liar ao lado do cirurgião.
O modelo experimental da esplenectomia também se presta parao treina-
mento dos nós cirúrgicos. O campo operatério restrito e a impossibilidade do
cirurgião em executar muitas vezes a hemostasia, sem poder soltar nenhum dos

cirurgiões a desenvolverem algumas sistematizações de nós úteis para cada situa-


ção. No caso da esplenectomia, utilizam-se os nós descritos no capítulo anterior.

Descrição do procedimento
Cão sob anestesia geral, com intubação orotraqueal e restrito à goteira
cirúrgica em decúbito dorsal horizontal.
1 Tricotomia da região abdominal, assepsia, anti-sepsia e colocação de
campos operatorios esteri 1230 OS.
2 Laparotomia mediana.
3 Identificação do baço. Diferentemente do homem, o cão possui o baço
extremamente móvel; com isso consegue-se luxar a víscera para o nível
daincisão abdominal, o que torna a esplenectomia no cão um procedi-
mento de execução fácil.
MANUA. DE TÉCNlCA
MANUALl DE ClRÚRGlCA PARA
TtCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

Artéria esplênica
Artéria esplênica

Figura 4.1
Figura ——Baço do
4.1 - Baço cão.
do cão.

Uma vez
44 Uma tracionada aa víscera
vez tracionada víscera para
para oo nível da incisão
nível da abdominal, procu-
incisão abdominal, procu—
ra-se identificar
ra-se identificar aa artéria esplênica (longe
artéria esplênica dos vasos
(longe dos do hilo
vasos do esplênico),
hilo esplênico),
qual éé responsável
aa qual pela irrigação
responsável pela dos dois
irrigação dos dois terços caudais do
terços caudais órgão,
do órgão ..
A artéria
A deve ser
artéria deve individualizada (com cuidado
ser individualizada (com cuidado para lesar as
não lesar
para não veias
as veias
contíguas)
ligadura
ligada sem
contíguas) ee ligadá
perdida da
sem secção
artéria esplênica tem
Essa etapa
posterior. Essa
secção posterior.
duas
etapa recebe
utilidades:
oo
recebe nomenome de
interrompe
de
ligadura perdida da artéria esplênica e tem duas utilidades: interrompe oo
e
afluxo de sangue
afluxo de arterial ee mantém
sangue arterial defluxo de
mantém oo defluxo de sangue venoso para
sangue venoso para oo
organismo. Criar condição de autotransfusão no cão; caso ocorra
organismo. Criar condição de autotransfusão no cão; caso ocorra algum algum
acidente cirúrgico, durante
acidente cirúrgico, durante aa dissecção dos vasos
dissecção dos vasos dodo hilo
hilo do
do órgão em
órgão em
hemorragia será
questão, aa hemorragia
questão, será menor pela prévia
menor pela interrupção do
prévia interrupção do forneci-
forneci-
mento
mento dede sangue arterial. A
sangue arterial. figura 4.2
A figura 4.2 mostra
mostra aa visualização da artéria
visualização da artéria
esplênica no
esplênica cirúrgico.
campo cirúrgico.
no campo

28
28
ESPLENECTOMIA
ESPLENECTOMIA

Artéria esplênica
Artéria esplênica

Artéria esplênica

4.2 -— Localização
Figura 4.2
Figura Localização da artéria esplênica
da artéria esplênica no
no campo cirúrgico.
campo cirúrgico.

dos vasos
Ligadura dos
55 Ligadura vasos dodo hilo
hilo esplênico:
esplênico: cria-se
cria-se solução
solução de continuidade
de continuidade
em
em zona avascular junto
zona avascular junto àà víscera
víscera com
com tesoura
tesoura de Metzenbaum. Isolados
de Metzenbaum. Isolados
os vasos, aplicam-se pinças hemostáticas proximal distalmente,
os vasos, aplicam-se pinças hemostáticas proximal e distalmente, ee só
e só
então as
então anatômicas serão
estruturas anatômicas
as estruturas seccionadas pela
serão seccionadas pela tesoura. Procede-
tesoura. Procede-
se posteriormente
se dos vasos
ligadura dos
posteriormente àà ligadura vasos do Esse
hilo. Esse,
do hilo. conjunto
conjunto de
de passos
passos
constitui o que se chama de hemostasia profilática definitiva.
constitui o que se chama de hemostasia profilática definitiva. Essa ma- Essa ma-
nobra se
nobra repetirá tantas
se repetirá tantas vezes necessário para
quanto necessário
vezes quanto ligadura de
para ligadura de todos
todos
os vasos do hilo esplênico.
os vasos do hilo esplênico.
6 da hemostasia
Revisão da
6 Revisão hemostasia ao ao longo de todos
longo de todos os
os vasos ligados ee limpeza
vasos ligados da
limpeza da
cavidade.
cavidade. -

7 Fechamento da
7 Fechamento da parede abdominal por
parede abdominal planos.
por planos.

29
29
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

A figura 4.3
A figura 4.3 mostra procedimento esplenectomia
mostra oo procedimento esplenectomia em marcando os
cães marcando
em cães os
locais de
locais de ligadura da artéria
ligadura da esplênica (ligada
artéria esplênica (ligada em primeiro lugar)
em primeiro individuais,
das individuais,
lugar) ee das
realizadas aa seguir.
realizadas seguir. Nos esplênicos são
vasos esplênicos
Nos vasos utilizadas ligaduras
são utilizadas duplas.
ligaduras duplas.

_ Ligaduras individuais
(29 lugar)
Ligadura perdida
Ligâdura perdida
( lº2 lugar)
(1 lugar)
/ .

Artéria esplênica
Artéria esplênica
Veia esplênica
Veia esplênica

Ix |Ix entre duas


Secção entre
x x Secção duas ligaduras
ligaduras I
omento
Baço
Baço

Fios de algodão
~/de--al-go_d_ã_o________________

%
i,, ‘1
11
“ª“—ªªª— Ligaduras duplas
Ligaduras duplas
nos vasos
nos vasos esplênicos
esplênicos

v
Figura 4.3
Figura 4.3 -
- Técnica da esplenectomia
Técnica da esplenectomia em cães.
em cães.

30
30
émimi roMJA
ESPlENEC “wªt.

figura 4.4
A figura
A 4.4 mostra da ligadura
seqliência da
mostra aa seqüência do pedículo
ligadura do pediculo esplênico.
esplênico.

Figura Témlcas da
4.4 -— Técnicas
Figura 4.4 esplenectomia em
da esplenectomia cães A)
em cães. A) Local das ligaduras
Local das indivrduais B)
ligaduras individuais. Local das
B) Local das
ligaduras duplas.
ligaduras duplas

31
31
5. NEFRECTOMIA

O objetivo da execução de um modelo experimental de nefrectomia é con-


tinuar o estudo de outras técnicas de hemostasia e iniciar o treinamento da ope-
ração fundamental diérese. Dado que o rim é um órgão retroperitoneal, para a
execução de uma nefrectomia por meio de laparatomia é necessário liberar todo
o rim e trazê-lo para uma localização intra-peritoneal por meio de dissecção
(diérese).

Descrição do procedimento
1 Cão sob anestesia geral, com intubação orotraqueal e restrito à goteira
cirúrgica em decúbito dorsal horizontal.
Tricotomia da região abdominal, assepsia, anti-sepsia e colocação de
campos operatórios esterilizados.
Laparotomia mediana.
4 Identificação do rim esquerdo que, por ter pedículo mais longo do que
o contralateral, torna a nefrectomia mais fácil. A nefrectomia direita é
também mais difícil do que a esquerda pela presença do lobo direito do
fígado junto ao rim, conferindo maior dificuldade para o acesso ao
hilo renal. A veia renal direita é mais curta do que a esquerda e a arté-
ria renal direita é retrocava.
Iniciar a dissecção pelo pólo inferior do rim e prosseguir em direção
cranial ao longo da superfície convexa do órgão. Essa dissecção tem
por objetivo liberar o rim do retroperitônio e permitir que o órgão seja

estruturas do pedículo.
A seguir, por acesso anterior ao pedículo identifica-se e disseca-se a
artéria renal (que é a estrutura intermediária no hilo renal) deixando-a
reparada com fio de algodão 2-0 e pinça de Halsted.
Identificação e dissecção do ureter a partir do pólo
deverá ser reparado conforme item 6.
inferior renal. Este
MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

8 O mesmo procedimento deve ser tomado em relação à veia renal. Deve-


se tomar cuidado na dissecção dessa veia porque as veias gonadais de
trajeto caudocranial desembocam na sua margem inferior.
Iniciar a ligadura dos elementos do pedículo renal pela artéria. Aplicar
pinça hemostática junto ao rim e pinça de Mixter no segmento proxi-
mal da artéria. Amarrar primeiro a pinça hemostáticadistal, que é de
menor responsabilidade e que, com a sua retirada, libera a visão do
,.
.. .. . ..
..:. :.ll. ra proxrma,
que está ocluído pela pinça de Mixter, o cirurgião aplica o nó e o auxi-
liar permanece imóvel, apresentando a referida pinça. Somente após a
ordem verbal do cirurgião é que o auxiliar retira a Mixter. Essa condu-
ta deverá ser seguida sempre que se tratar de ligadura de grande res-
ponsabilidade.
Ligadura da veia renal.
Ligadura, o mais distal possível do ureter, utilizando—se fio absorvível,
pois o uso de fios inabsorvíveis para a realização de suturas e ligaduras
de vias excretoras urinárias pode constituir núcleo para formação de

Artéria renal

Veia renal
. POSTERIOR

Ureter

Rim: vista anterior


Ureter

elementos do hilo renal


x |x Secção entre duas ligaduras

Figura 5.1 — Nefrectomia em cães.


NEFRECTOMIA
NEFRECTOMIA

Observação: Existe'uma
Observação: Existe grande diferença
uma grande de disposição
diferença de disposição anatômica
anatômica entre
entre oo
homem cão facilita
que facilita a
homem ee oo cão que nefrectomia canina. No cão
a nefrectomia canina. No cão existe grande distância
existe grande distância
pólo superior
entre oo pólo
entre superior dodo rim glândula supra-renal.
rim ee aa glândula supra-renal. Logo, cirurgião ao
Logo, oo cirurgião ao
realizar tal procedimento no
realizar tal procedimento cão não precisa adotar qualquer medida especial.
no cão não precisa adotar qualquer medida especial.
No homem, aa glândula
No homem, supra-renal se
glândula supra-renal se justapõe pólo superior
ao pólo
justapõe ao do rim,
superior do obri-
rim, obri-
gando-nos a ter especial atenção na dissecção dessa região para
gando-nos a ter especial atenção na dissecção dessa região para não incluir, não incluir,
inadvertidamente, essa
inadvertidamente, glândula na
essa glândula na peça
peça cirúrgica removida (Fig.
cirúrgica removida (Fig. 5.2).
5.2).

renal
Artéria renal
Artéria
'
Rim
Rim
renal
Veia renal
Veia

Ureter
Ureter

5.2 — Disposição
Figura 5.2-
Figura do pedfculo
Disposição do renal em
pedículo renal em cães.
cães.

35
35
6. LAPAROTOMIAS

Existem algumas diferenças fundamentais entre a configuração da parede


abdominal nos homens e nos cães. Faz-se necessário explicar essas diferenças,
antes de iniciar a descrição da laparotomia mediana.

' onfiguração da parede abdominal em cães (Fig. 6.1).

minal que o homem (músculos oblíquo externo e interno, músculo reto—abdomi-


nal e transverso abdominal), o cão apresenta regiões de transição na disposição
das fáscias que compõem a bainha do músculo reto-abdominal bastante particu-
lares, ainda que semelhantes às observadas no homem. No nível A (semelhante
ao do homem acima da linha arqueada de Douglas) da figura 6.1 vê-se que a
bainha anterior do músculo reto—abdominal é formada pelas fáscias do músculo
oblíquo externo e pela delaminação superior da fáscia do músculo oblíquo inter-
no. A bainha posterior, por sua vez, é formada pela fáscia do músculo transverso
abdominal e pela delaminação inferior do músculo oblíquo interno. No nível B
,

Oblíquo interno. A bainha posteridr nesse mesmo


nível estáformada somente
pela fáscia do músculo transverso abdominal. É justamente a disposição das
fáscias descrita nesse nível que inexiste no homem. No nível C (semelhante ao do
homem abaixo da linha arqueada de Douglas) todas as fáscias passam pela fren-
te do músculo reto-abdominal, de forma que sua face posterior é delimitada
somente pelo peritônio.

' Configuração da parede abdominal no homem (Fig. 6.2).


A disposição musculoaponeurótica na parede anterior do abdômen do ho-
mem é ta que acima ca in a arquea oe Doug as (níve ) a ain a anterior
do reto-abdominal é composta pela fáscia do músculo oblíquo externo e pela
delaminação superior da fáscia do músculo oblíquo interno, enquanto a bainha
posterior é formada pela fáscia do músculo transverso abdominal e pela delami-
nação inferior da fáscia do músculo oblíquo interno. Abaixo da linha arqueada
(nível B) todas as fáscias passam pela frente do músculo reto-abdominal, sendo
que a parte posterior deste músculo passa a ser delimitada pela fascia transversalis.

37
MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

1 - reto-abdominal
2 - Ligamento falciforme
3 - oblíquo externo
4 — oblíquo interna
5 -Transverso abdominal
6 - Peritónio

Figura 6.1 Disposição musculoaponeurótica na parede anterior do abdome do cão.


,

Adaptado de Pradel HOV, Varella ALB — Laparotomias. In Gomes OM: Cirurgia Expe-
rimental. Servier, São Paulo, 1987, p. 225.

38
1 - reto-abdominal
2 - Ligamento falciforme
3 - Obllquo externo
4 — Obllquo interna
5 - Transverso abdominal
6 - Peritônio

Figura 6.2. Disposição musculoaponeurótica na parede anterior do abdome huma-


no. Adaptado de Pradel HOV, Varella ALB — Laparotomias. In Gomes OM' Cirurgia
Experimental, Servier, São Paulo, 1987, p. 223-230.

39
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE T~CNICA CIRÚRGlCA PARA GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO
PARA A

Após aa descrição
Após das diferenças
descrição das diferenças entre
entre as abdominais, segue
paredes abdominais,
as paredes des-
segue aa des-
da laparotomia
crição da
crição laparotomia exploradora
exploradora em cães.
em cães.

do procedimento
Descrição do
Descrição procedimento

11 Cão sob anestesia


Cão sob geral, com
anestesia geral, intubação orotraqueal
com intubação restrito àà goteira
orotraqueal ee restrito goteira
cirúrgica em
cirúrgica decúbito dorsal
em decúbito dorsal horizontal.
horizontal.
22 Tricotomia
Tricotomia da da região abdominal, anti-sepsia
região abdominal, colocação de
anti-sepsia ee colocação de campos
campos
operatórios esterilizados.
operatórios esterilizados.
mediana. Iniciar
Laparotomia mediana.
3 Laparotomia Iniciar 22 aa 3cm distalmente ao
3cm distalmente xifói-
processo xifói-
ao processo
de, com
de, extensão de
com extensão de no máximo 15cm.
no máximo 15cm. A A linha alba no
linha alba estreita ee
cão éé estreita
no cão
imperceptível, ao
quase imperceptível,
quase contrário do
ao contrário do homem,
homem, em que existe
em que uma faixa
existe uma faixa
de tecido conjuntivo facilmente
de tecido conjuntivo identificável. A laparotomia não deve
facilmente identificável. A laparatomia não deve
iniciar muito
se iniciar
se muito próximo
próximo ao xifóide. O
processo xifóide.
ao processo O cão possui uma
cão possui única
uma única
cavidade pleural e seu músculo diafragma apresenta
cavidade pleural e seu músculo diafragma apresenta inserção relativa- inserção relativa-
mente baixa,
mente na zona
baixa, na correspondente ao
zona correspondente ao processo xifóide. A
processo xifóide. abertura
A abertura
acidental do
acidental do diafragma
diafragma acarreta pneumotórax, com
acarreta pneumotórax, colapso de
com colapso de ambos
ambos
os pulmões. Caso o animal não esteja intubado e
os pulmões. Caso o animal não esteja intubado e instalada a respira-instalada a respira-
ção mecânica,
ção falecer com
poderá falecer
mecânica, poderá rapidez em
certa rapidez
com certa consequência da
em conseqüência da
insuficiência respiratória aguda.
insuficiência respiratória aguda. O abdome deverá
O abdome deverá ser aberto por
ser aberto pla-
por pla-
Constitui erro
nos. Constitui
nos. erro técnico abertura da
técnico aa abertura da parede
parede em em um movi—
único movi-
um único
Cada plano
mento. Cada
mento. deverá ser
plano deverá aberto sempre
ser aberto sempre numa extensão,
mesma extensão,
numa mesma
pois se trata de erro técnico se os planos mais superficiais
pois se trata de erro técnico se os planos mais superficiais (pele ee subcu-(pele subcu—
tâneo) tiverem extensão
tâneo) tiverem extensão incisadaincisada superior aos
superior planos mais profundos
aos planos mais profundos
(plano musculoaponeurótico).
(plano musculoaponeurótico). Hemostasia.
Hemostasia.
Fixação de
4 Fixação de compressas esterilizadas às
compressas esterilizadas às margens
margens da da ferida
ferida operatória.
operatória.
Apreender oo peritônio
5 Apreender peritônio na média da
porção média
na porção da incisão
incisão com duas pinças
com duas pinças dede
Kocher, aplicadas paralelas entre si, guardando distância
Kocher, aplicadas paralelas entre si, guardando distância máxima de máxima de
um centímetro.
um ambas as
Tracionar ambas
centímetro. Tracionar pinças para
as pinças cima, com
para cima, objetivo
com oo objetivo
de afastar oo peritônio
de afastar peritônio parietal das estruturas
parietal das subjacentes.
anatômicas subjacentes.
estruturas anatômicas
Palpar oo segmento
6 Palpar segmento de de peritônio
peritônio parietal delimitado pela
parietal delimitado pela aplicação
aplicação dasdas
duas pinças,
duas pinças, para certificar-se de
para certificar-se de que oo referido
que referido plano não esteja espes-
plano não esteja espes-
so. Essa
so. indicaria aa apreensão
condição indicaria
Essa condição inadvertida de
apreensão inadvertida de estruturas
estruturas ana-
ana-
tômicas intracavitárias,
tômicas ocorreria oo risco
intracavitárias, ee ocorreria risco dede se determinar aa lesão
se determinar lesão
delas, por
delas, ocasião da
por ocasião da incisão
incisão dodo folheto
folheto parietal
parietal dodo peritônio.
peritônio. Deve
Deve ser
ser
lembrado que
lembrado que no diferentemente do
cão, diferentemente
no cão, do ser humano, há
ser humano, há gordura
gordura in-in-
traperitoneal junto à linha mediana. Em geral,
traperitoneal junto linha mediana. Em geral, essas estruturas não essas estruturas não
impedem aa visualização
impedem visualização do do campo operatório. Caso
campo operatório. Caso uma uma prega
prega de de
gordura atrapalhe aa cirurgia,
gordura atrapalhe poderá ser
ela poderá
cirurgia, ela ressecada, com
ser ressecada, especial
com especial
atenção para
atenção hemostasia, pois
para aa hemostasia, tais pregas
pois tais pregas são irrigadas por
são irrigadas por vasos
vasos
calibrosos.
calibrosos.
Uma
7 Uma vez constatada aa pouca
vez constatada espessura do
pouca espessura do peritônio,
peritônio, sempre
sempre se tracio-
se tracio-
nando para
nando cima as
para cima pinças de
as pinças de Kocher,
Kocher, incisar com oo bisturi
incisar com segmento
bisturi oo segmento
compreendido pelas
compreendido duas pinças.
pelas duas pinças.

40
40
LAPAROTOMIAS
LAPAROTOMIAS

88 Com tesoura de
Com aa tesoura de Mayo será completada
Mayo será abertura do
completada aa abertura do peritônio,
peritônio, ago-
ago-
sob visão
ra sob
ra direta.
visão direta.
99 Aplicar afastador auto-estático
Aplicar afastador auto-estático de de Gosset. Verificar se
Gosset. Verificar do afas-
alças do
as alças
se as afas-
tador não estão apreendendo inadvertidamente alguma
tador não estão apreendendo inadvertidamente alguma porção do in- porção do in-
testino contra
testino face interna
contra aa face da parede
interna da abdominal.
parede abdominal.
10 O
10 fechamento da
O fechamento da parede deve ser
parede deve feito por
ser feito planos, com
por planos, pontos separa-
com pontos separa-
dos de algodão 2-0. Sutura da aponeurose com pontos
dos de algodão 2-0. Sutura da aponeurose com pontos simples que simples que
eng o em, e ca a lado,
englobem, de cada a o, porção stgni icativa dee teci
porção significativa tecido. Amarrar oo fio
o. Amarrar io ee
seccionar oo excesso,
não seccionar
não pois esse
excesso, pois fio quando
esse fio tracionado apresenta
quando tracionado apresenta
melhor as
melhor estruturas que
as estruturas que serão envolvidas no
serão envolvidas no próximo
próximo ponto.
ponto. A dis-
A dis-
tância entre
tância um ponto
entre um ponto ee outro tal que
outro éé tal que fique desenhado um
fique desenhado quadrado,
um quadrado,
pelas entradas e saídas dos dois pontos consecutivos e que,
pelas entradas e saídas dos dois pontos consecutivos e que, evidente- evidente-
mente, aproxime com correção os lábios da aponeurose.
mente, aproxime com correção os lábios da aponeurose. Ao final Ao de
final de
toda aa sutura
toda da aponeurose
sutura da aponeurose ressecar excesso de
ressecar oo excesso fios, sem
de fios, deixar
sem deixar
cotos exuberantes de algodão (se isso acontecer eles funcionarão
cotos exuberantes de algodão (se isso acontecer eles funcionarão como como
“corpos estranhos”).
"corpos estranhos"). Sutura da pele
Sutura da pele com pontos simples
com pontos fio de
simples ee fio de algo-
algo-
dão 2-0,
dão seguindo-se os
2-0, seguindo-se os mesmos descritos acima.
princípios descritos
mesmos princípios acima.

41
41
7. GASTROENTEROANASTOMOSE

O objetivo de realização do modelo experimental de gastroenteroanasto-


mose é estudarmos as operações fundamentais diérese, hemostasia e síntese e
conhecer a sutura digestéria em dois planos continua.
As gastroenteroanastomoses consistem na união cirúrgica entre o estôma-
go e o intestino delgado. Por envolver uma sutura gastrointestinal, a gastroente-
roanastomose deve seguir as propriedades de hemostasia, continência e manu—
tenção da co-adaptação.
A cirurgia a ser descrita será uma gastrojejunostomia anisoperistáltica com
sutura em dois planos (a total, com função de hemostasia e impermeabilidade, e
a seromuscular, para aposição da serosa nas primeiras semanas de cicatrização),
seguindo-s—e a técnica de Lahey modificada.
A gastrojejunostomia indicada necessidade ultrapassagem
é na de pilórica

cer irressecável de antro ou canal pilórico), ou tumores duodenais ou pancreáti-


cos obstruindo a segunda porção duodenal. Outra indicação é a drenagem gás-
trica associada à vagotomia, quando não puder ser praticada a piloroplastia ou
a gastroduodenostomia.

Descrição do procedimento
Com o animal preparado— anestesia, tricotomia, assepsia realizadas — em
decúbito dorsal, dá-
-se início àoperação
propriamente
dita. Após disposição dos
de acesso aos órgãos intra-abdominais. Ao atingir-se o peritônio, segue-se a aber-
tura da cavidade peritoneal e a fixação dos campos cirúrgicos às bordas da inci-
são e utilização de afastador de Gosset para melhor visualização dos órgãos
intra-abdominais. Localiza-se, então, o estômago e se inicia a gastrólise, a qual
consiste na desinserção do grande epíplon na grande curvatura do órgão. Esse
procedimento deve envolver uma extensão de aproximadamente 10cm, sendo a

43
MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO
DE T~CN
MANUAL ICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

Acesso à face
Acesso~ face posterior do
posterior do
(próx, àà grande
estômago (próx.
estômago grande
curvatura)
curvatura)

Figura 7.1 -— Seleçao


Figura 7.1 da porçao
Seleção da posterior gástrica
porção posterior gástrica de cerca de
de cerca de 110cm da
seguida da
Ocm seguida
ligadura do grande
ligadura do grande omento.
amento.

44
44
GASTROENTEROANASTOMOSE
GASTROENTEROANASTOMOSE

boca
boca anastomótica programada para
anastomótica programada cerca de
para cerca de 6cm.
6cm. A A anastomose feita na
será feita
anastomose será na
face posterior do estômago, na grande curvatura, sendo disposta
face posterior do estômago, na grande curvatura, sendo disposta anteriormenteanteriormente
cólon (anastomose
ao cólon
ao pré-cólica). O
(anastomose pré-cólica). segmento jejunal
O segmento deve, então,
jejunal deve, ser reconheci-
então, ser reconheci-
do (mediante
do identificação da
(mediante identificação da flexura
flexura duodenojejunal). Tradicionalmente, na
duodenojejunal). Tradicionálmente, na
gastrojejunostomia de Lahey, a alça jejunal é disposta no sentido isoperistáltico
gastrojejunostomia de Lahey, a alça jejunal é disposta no sentido isoperistáltico
estômago; no
com oo estômago;
com entanto, nessa
no entanto, nessa Lahey modificada aa anastomose
Lahey modificada anastomose será aniso-
será aniso-
peristáltica (alça proximal à direita e alça distal à esquerda), sentido
peristáltica (alça proximal direita e alça distai à esquerda), sentido esse que esse que
aumenta oo tempo
aumenta tempo dede trânsito gastrointestinal
trânsito gastrointestinal potencializando
potencializando aa digestão ab-
digestão ee aa ab-
de nutrientes.
sorção de
sorção nutrientes. A alça jejunal
A alça jejunal aferente deve ter,
aferente deve ter, em média, 20cm
em média, 20cm ee sua boca
sua boca
anastomótica, igualmente
anastomótica, igualmente àà gástrica, de 6cm
será de
gástrica, será 6cm (Fig.
(Fig. 7.1).
7.1).
Levada então
Levada alça jejunal
então aa alça andar supramesocólico,
para oo andar
jejunal para supramesocólico, em em posição
posição
anisoperistáltica, é colocada a pinça de Abbadie, justapondo-se jejuno
anisoperistáltica, é colocada a pinça de Abbadie, justapondo-se jejuno e estôm~­ e estôma-
(como se
go (como
go se pode observar na
pode observar figura 7.2)
na figura realizando-se pontos
7.2) ee realizando-se de fixação
pontos de fixação nasnas
extremidades.
extremidades.

7.2 -— Preparo
Figura 7.2
Figura para aa colocação
Preparo para da pinça
colocação da pinça de Abbadie com
de Abbadie com justaposição de
justaposição de
jejuno estômago.
e estômago.
jejuno e

Na parte
Na distal deve
parte distai deve ser
ser deixado cabo de
deixado cabo de Sem reparado com
8cm reparado hemos-
pinça hemos-
com pinça
tática curva. Segue-se a sutura seromuscular posterior com agulha
tática curva. Segue-se a sutura seromuscular posterior com agulha para sutura para sutura
intestinal atraumática
intestinal cilíndrica com
atraumática ee cilíndrica com fio de categute
fio de cromado. Essa
3-0 cromado.
categute 3-0 Essa sutura
sutura
continua, do
éé contínua, do tipo Cushing (ponto
tipo Cushing (ponto em
em U continuo horizontal),
U contínuo sendo realizada
horizontal), sendo realizada
de 22 aa 4mm
de 4mm dada borda
borda dada serosa englobando cerca
serosa ee englobando de 5mm
cerca de 5mm dede tecido
tecido (Fig.
(Fig. 7.3).
7.3).
Atenção deve ser
Atenção deve dada àà profundidade
ser dada profundidade dos dos pontos
pontos no intestino, já
no intestino, que oo
já que
ponto deve englobar a submucosa (única camada com reforço
ponto deve englobar a submucosa (única camada com reforço intrínseco), além intrínseco), além
da camada
da camada serosa muscular da
serosa ee muscular da parede, fim de
parede, aa fim de ter força de
ter força de sustentação. Caso
sustentação. Caso
agulha possa
aa agulha ser vista
possa ser vista através da parede
através da parede dodo órgão,
órgão, oo ponto será profundo
não será
ponto não profundo
suficiente (Figs.
oo suficiente (Figs. 7.4
7.4 ee 7.5).
7.5). _
seguida, feita aa abertura
Em seguida, é feita
Em é abertura do
do estômago
estômago de de cerca de 4cm
cerca de restando lcm
4cm restando 1cm
em cada
em extremidade. A
cada extremidade. borda anastomótica
A borda obtida com
anastomótica éé obtida com oo uso de bisturi,
uso de bisturi,
junto
junto às pinças de
às pinças Abbadie (Fig.
de Abbadie 7.6).
(Fig. 7.6).

45
45
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

Figura 7.3 — Etapas


Figura 7.3- da gastroenteroanastomose.
Etapas da gastroenteroanastomose. A) Pinçamento do
A) Pinçamento do estômago do jejuno
estômago ee do para
jejuno para
aproximação. B) Ponto inicial de
aproximação. B)Pontoinicial
da ponta
Ancoragem da
D) Ancoragem
de sutura
fio de
do fio
ponta do
seromuscular posterior.
sutura seromuscular
de sutura.
sutura.
C)-Continuação
posterior. C) Continuação dasutura
da sutura de
de Cushing.
Cushing.
D)

46
46
GASTROENTEROANASTOMOSE

Sutura continua do tipo Cushing


categute 3-0 cromado agulhado

Cabo de 8cm reparado com hemostático curvo

Figura 7.4 Sutura seromuscular posterior após colocação das pinças de Abbadie.
A

Esquema em detalhe da sutura seromuscular posterior de modo continuo para dar


prosseguimento as aberturas de estômago e jejuno.

/ Serosa

Muscular
/

Submucosa

M ucosa

m H;
._.,_=—_
%..

Figura 7.5 — Esquema mostrando & sutura serOmuscuiar. A) Colocação correta de


ponto seromuscular, atingindo a submucosa responsável pela resistência da parede.
B) Ponto não pOSicionado na profundidade adequada, podendo acarretar lesão do
tecido intestinal no momento do amarre.

47
MANUAL DE TÉCNICA ciriURGicA PARA A GRADUAÇÃO
DE T~CNICA
MANUAL CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

Figura 7.6
Figura Secção de
7.6 —- Secção de parede
parede dodo estômago do jejuno.
estômago ee do A) Secção
jejuno. A) seromuscular da
Secção seromuscular da parede
parede
gástrica posterior
gástrica feita com
posterior feita bisturi. B)
com bisturi. da mucosa.
Secção da
B) Secção C) Secção
mucosa. C) Secção da parede anterior
da parede do estôma-
anterior do estôma-
Abertura da
D) Abertura
go. D)
go. da serosa da alça
serosa da alça jejunal. E) Secção
jejunal. E) da mucosa
Secção da do jejuno.
mucosa do jejuno.

48
48
GASTROE NTEROANASTOMOSE
GASTROENTEROANASTOMOSE

O próximo
O próximo passo
passo éé aa sutura
sutura em
em plano total (posterior
plano total (posterior ee antedor)
anterior) em chu-
em chu-
leio simples,
leio sendo aa técnica
simples, sendo técnica contínua
contínua maismais hemostática rápida, com
hemostática ee rápida, tensão
com tensão
melhor ee igualmente
melhor igualmente distribuída
distribuída por toda aa anastomose.
por toda Iniciando-se aa sutura
anastomose. Iniciando-se sutura
total em
total em uma
uma extremidade, também com
extremidade, também agulha atraumática
com agulha atraumática ee categute 3-0 cro-
categute 3-0 cro-
mado, realiza-se, nesse ponto, reparo, deixando cabo de 8cm
mado, realiza-se, nesse ponto, reparo, deixando cabo de 8cm preso pinça he- preso à pinça he-
mostática reta. Ao término,
mostática reta. Ao término, faz-se volta anterior,
faz-se aa volta anterior, para ligação no
para ligação cabo repara-
no cabo repara-
do omento hemostático.
com omento
do com hemostático. DeveDeve ser
ser tomado cuidado para
tomado cuidado evitar tração
para evitar exces-
tração exces-
. · · 'tico. O tempo seguinte consiste
abertura ee retirada
na abertura
na retirada dada Abbadie
Abbadie para
para aa sutura seromuscular anterior
sutura seromuscular anterior que volta
que volta
cobrindo aa sutura
cobrindo total ee segue
sutura total segue os padrões da
os padrões da sutura terminando-se
posterior, terminando-se
sutura posterior,
ligação do
com aa ligação
com do fio de sutura
fio de sutura ao cabo, com
ao cabo, com reparo
reparo dede pinça
pinça curva. Para findar
curva. Para findar
processo, verifica-se
oo processo, permeabilidade das
verifica-se aa permeabilidade das bordas
bordas anastomóticas.
anastomóticas. Por Por último,
último,
recolocam-se as
recolocam-se vísceras de
as vísceras cavidade abdominal,
volta àà cavidade
de volta abdominal, posteriormente retirada
posteriormente à retirada
de todo
de instrumental. Os
todo oo instrumental. Os campos fixados são
campos fixados são soltos poder-se-á seguir
soltos ee poder-se-á seguir ao
ao
fechamento da
fechamento da incisão mediana, em
incisão mediana, tecido subcutâneo
suturando-se oo tecido
princípio, suturando-se
em princípio, subcutâneo
ee peritoneal
peritoneal com simples separados
pontos simples
com pontos separados ee fio inabsorvível e,
fio inabsorvível e, ao final, com
ao final, com aa
sutura da
sutura da pele do mesmo
pele do mesmo modo modo (Fig.
(Fig. 7. 7).
7.7).

Figura 7.7
Figura 7.7 -Aspecto parcial da
— Aspecto parcial sutura seromuscular
da sutura seromuscular posterior
posterior ee das aberturas do
das aberturas do
estômago e
estômago e jejuno (visão a
jejuno (visão partir da
a partir gastrojejunostomia).
da gastrojejunostomia).

49
49
MANUAL DE
MANUAl TÉCNlCA CIRÚRGICA
DE TtCNICA ClRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

principais passos
Os principais
Os passos terminais das suturas
terminais das da gastrojejunostomia
suturas da gastrojejunostomia anisope-
anisope-
ristáltica pré—cólica são
ristáltica pré-cólica acompanhados nas
são acompanhados figuras 7.8
nas figuras demonstrando-se aa
7.9, demonstrando-se
7.8 ee 7.9,
sutura total
sutura gastrojejunal, seguida
total gastrojejunal, do fechamento
seguida do seromuscular anterior
fechamento seromuscular anterior ee ten-
ten-
do-se por
do-se fim oo aspecto
por fim pós—cirúrgico.
aspecto pós-cirúrgico.

Chuleio simples
Chuleio Simples
Categute 3-0
Categute cromado
3-0 cromado

[
1cm
1cm [

4cm
4cm

Volta anterior
Volta anterior
liga no cabo
: liga no cabo

Icm. [
1cm

Cabo de8cm
Cabo de 8cm
reto
hemostático reto
hemostático

Figura 7.8
Figura das bordas
União das
7.8 —~União bordas com
com sutura total em
sutura total chuleio simples
em chuleio Simples (visão
(visão a do
partir do
a partir
interior das vfsceras).
interior das vísceras).

50
50
GASTROENTEROANASTOMOSE
GASTROENTEROANASTOMOSE

RI.
ªs., J l/)
xiii
>"

(k/à 3
J
Anisoperistalse
Anisoperistalse
no aspecto
no final
aspecto final

Figura 7.9 -— Sutura


Figura 7.9 seromuscular anterior
Sutura seromuscular realizada ao
anterior realizada final do
ao final do procedimento
procedimento com
com
anisoperistáltico.
aspecto anisoperistáltico.
aspecto

51
51
8. RESSECÇÃO DE SEGMENTO
DO INTESTINO DELGADO
E ANASTOMOSE TÉRMINO-
TERMINAL

O modelo experimental de ressecção de um segmento jejunal, com recons-


trução de trânsito por meio de anastomose término-terminal, é realizado com o
objetivo de estudar as operações fundamentais diérese, hemostasia e síntese, além
anos com pontos separa: OS.

Noções de anatomia do intestino delgado


O intestino delgado estende—se desde o piloro até a válvula ileocecal. As
alças do intestino delgado ocupam o maior volume da cavidade abdominal, Pode
ser considerado um longo tubo (6-7 metros) com as funções digestória e absorti—
va. Para a realização de tais funções há diversas adaptações, entre elas a longa
extensão, presença de válvulas coniventes, vilosidades e microvilosidades.
O Intestinoue gao pone ser cniviio em três segmentos:
' Duodeno: primeiro segmento, mantém proximidade anatômica com o
estômago, pâncreas e vias biliares. Recebe a abertura dos ductos biliar e
pancreático. Seu suprimento sanguíneo provém do tronco celíaco e da
artéria mesentérica superior.
' Jejuno: começa na flexura duodenojejunal (ângulo de Treitz).
'

' Íleo: ocupa aproximadamente os 3/5 finais do intestino delgado.


O intestino delgado possui um mesentério de aproximadamente 20 a 25cm
que o prende à parede posterior e no qual estão os vasos que chegam e saem do
Intestino.
O suprimento arterial é proveniente da artéria mesentérica superior que
nasce na aorta ao nível de L1. A artéria mesentérica superior dispõe--se obliqua-
mente na raiz do mesentério em direçãoa fossa ilíaca direita, enviando muitos
ramos para o intestino. Essas artérias unem-se para formar alças ou arcos deno-
minados arcadas arteriais. As arcadas vasculares emitem numerosas artérias (os
vasos retos) que penetram diretamente (sem comunicações cruzadas) na parede

53
MANUAL DE TECNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

intestinal. Não existe circulação colateral entre os vasos retos e seus ramos na
superfície dos intestinos, proporcionando melhor suprimento de sangue oxige-
nado para a borda mesentérica quando comparado com a borda contra-mesen-
térica. Já as veias caminham junto com as artérias no mesentério, formando a
veia mesentérica superior (que, junto com a veia esplênica, formará a veia porta)
(Figs; 8.1, 8.2 e 8.3).

Haustrações (do cólon)

Tênias do cólon

Cólon transverso

A. cólica média

ascendente

Artéria mesentérica
superior: repare a
extensa área de
suprimento dessa

Ramo ileal

Figura 8.1 — Aspectos anatômicos do intestino.


RESSECÇÃO DE
RESSECÇÃO SEGMENTO DO
DE SEGMENTO INTESTINO DElGADO
DO INTESTINO E ANASTOMOSE
DELGADO E TÉRMINO-TERMINAL
ANASTOMOSE T~RMINO-TERMINAl

Mesentério
Mesentério Linfonodo
linfonodo retos
Vasos retos
Vasos

8.2 -— Suprimento
Figura 8.2
Figura arterial do
Suprimento arterial intestino ee do
do intestino do jejuno.
jejuno.

uiim

5.213.323
“%%/2%
'
.—__ '_a ç%
; retos
Vasos retos
Vasos

lll“:-
__É

Vasos retos
Janelas

Figura —
8.3 -Artérias
Figura 8.3 do jejuno
Artérias do jejuno e do íleo.
do ileo.

55
55
MANUAL DE
MANUAL DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA
TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

O intestino
O facilmente exposto
delgado éé facilmente
intestino delgado mobilizado. As
exposto ee mobilizado. As aderências de
aderências de
cirurgias anteriores são os
cirurgias anteriores são principais obstáculos
os principais para aa boa
obstáculos para mobilização, mas
boa mobilização, mas no
no
cão não
cão não se tal dificuldade.
encontra tal
se encontra dificuldade.

Descrição do
Descrição procedimento
do procedimento
1 O
1 cavidade abdominal
acesso à cavidade
O acesso abdominal será feito através
será feito de uma
através de inci-
uma inci-
mediana supra-umbilical.
são mediana
são supra-umbilical.
22 Examine as
Examine alças intestinais
as alças e, passando-as
intestinais e, passando-as entre dedos, éé
seus dedos,
entre seus
possível afastar
possível conteúdo do
afastar oo conteúdo do intestino
intestino ee bloqueá-lo
bloqueá-lo comcom aa
pinça de coprostase.
pinça de coprostase.
3 Incise uma
Incise uma área avascular do
área avascular do mesentério
mesentério comcom uma de
tesoura de
uma tesoura
Metzenbaum.
Metzenbaum.
4 Ligue os
Ligue os vasos
vasos dodo mesentério
mesentério que irrigam aa área
que irrigam área que será
que será
ressecada.
'

ressecada.
5 Coloque duas pinças
Coloque duas pinças de forma oblíqua
de forma Oblíqua (poupando
(poupando mais mais aa
borda mesentérica) em
borda mesentérica) cada extremidade
em cada extremidade que ressecada.
será ressecada.
que será
6 Seccione oo intestino
Seccione distal entre
proximal ee distai
intestino proximal entre as duas pinças.
as duas pinças.
1 Alinhe extremidades proximal ee distai,
as extremidades
Alinhe as proximal distal, girando as
girando pinças
as pinças
fora.
para fora.
para
8 Faça aa sutura
Faça sutura em dois planos:
em dois planos:
a) o plano total com pontos separados, começando
a) o plano total com pontos separados, começando pela pela parte
parte
posterior (hemostasia
posterior (hemostasia dada anastomose).
anastomose).
b)
b) oo plano seromuscular com
plano seromuscular contínuos (proteção
pontos contínuos
com pontos (proteção dada
anastomose).
anastomose).
'

99 Verifique com os
Verifique com dedos aa patência
os dedos patência dada anastomose.
anastomose.
10
10 Feche aa brecha
Feche mesentérica (Fig.
brecha mesentérica 8.4).
(Fig. 8.4).

Observações:
Observações:
'• A
A colocação Oblíqua das
colocação oblíqua das pinças muito importante,
pinças éé muito importante, pois, além de
pois, além de per-
per-
mitir que
mitir anastomose da
que aa anastomose da borda contra-mesentérica ocorra
borda contra-mesentérica ocorra em tecido
em tecido
viável também produz
vascularizado, também
viável ee vascularizado, produz um discreto aumento
um discreto aumento do diâme-
do diâme-
funcional da
tro funcional
tro da anastomose.
anastomose.
• OO fechamento
fechamento da da brecha mesentérica impede
brecha mesentérica entrada de
impede aa entrada de uma alça in-
uma alça in-
testinal nesse
testinal orifício (o
nesse orifício que poderia
(o que causar uma
poderia causar hérnia interna).
uma hérnia Deve-se
interna). Deve-se
ressaltar que
ressaltar os pontos
que os pontos do fechamento jamais
do fechamento devem englobar
jamais devem englobar osos vasos
vasos
que enviam
que fluxo sangüíneo para
enviam fluxo sanguíneo para aa boca
boca dada anastomose, pois tais
anastomose, pois tais vasos
vasos
têm um trajeto paralelo e próximo às referidas
têm um trajeto paralelo e próximo às referidas bordas.bordas.
A pinça
• A de coprostase
pinça de coprostase éé um
um instrumento traumático ee serve
instrumento traumático para bloquear
serve para bloquear
conteúdo intestinal,
oo conteúdo intestinal, ela jamais deve englobar aa raiz
ela jamais deve englobar mesenterial, pois
raiz mesenterial, pois
pode traumatizar os
pode traumatizar os vasos sanguíneos ee prejudicar
vasos sangüíneos intestinal.
nutrição intestinal.
prejudicar aa nutrição

56
56
RESSECÇÃO DE
RESSECÇÃO SEGMENTO DO
DE SEGMENTO INTESTINO DELGADO
DO INTESTINO DELGADO E TÉRMINO-TERMINAL
ANASTOMOSE T~RMINO-TERMINAL
E ANASTOMOSE

A B

D
c

Figura 8.4
Figura Seqúências de
8.4 -- Seqüências de uma
uma ressecção
ressecção e anastomose intestinal.
e anastomose Enteroanastomose término-
intestinal. Enteroanastomose término—
terminal -- A)
terminal Pesquisa e
A) Pesquisa da alça
identificação da
e identificação a ser
alça a ressecada; B
ser ressecada; B ee C) ligadura ee secção
C) ligadura secção dos vasos
dos vasos
mesentéricos relativos àa alça
mesentéricos relativos alça que
que vai ser ressecada;
vai ser ressecada; D) esvaziamento da
D) esvaziamento da alça;
alça; E) de pinças
uso de
E) uso pinças
intestinais no
intestinais no limite da zona
limite da vascular ee coprostasia
zona vascular pinças de
corn pinças
coprostasia com Kelly; F)
de Kelly; secção da
F) secção alça com
da alça com
bisturi.
bisturi.

57
57
“ll \\\\ // \\

Figura 8.4 — Seqfléncias de uma ressecçáone anastomose intestinal. Enteroanastomose terminar


terminal (continuação) — G) aproximação das extremidades intestinais; H) sutura total posterior
com pontos separados simples; |) sutura total anterior com alça para fora e nós para dentro com
pontos separados simples; ]) e L) sutura seromuscular anterior e posterior; M) fechamento da
brecha,
9. APENDICECTOMIA

O objetivo de se executar um modelo experimental de apendicectomia é


conhecer as suturas digestórias “em bolsa” e seromuscular contínua e invaginante.
Apendicectomia é a cirurgia de retirada do apêndice, uma bolsa alongada e
cega presa ao ceco (na verdade, no cão, trata—se de retirada de parte do ceco).
Quando agudamente infectado, é removido para se evitar a peritonite. No ho-
mem, o apêndice relaciona-se com o omento maior, a parede abdominal ou as
dobras do íleo terminal. A base do apêndice vermiforrne localiza-se na união das
tênias, na parte póstero-medial do ceco, a cerca de 1,7cm da extremidade do íleo
(Fig. 9.1).

Figura 9.1 — Exposição do apêndice no homem.


O apêndice possui um mesa que se origina no lado posterior do mesentério
do íleo terminal e se insere no ceco e apêndice proximal. Pelo mesoapêndice, a
artéria apendicular atinge o órgão, que é proveniente da artéria ileocólica, ramo
da artéria ileocólica ou de uma artéria cecal. A veia apendicular acompanha a
artéria no mesoapêndice e junta-se às veias cecais para formar a veia ileocólica.

59
MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

O cão não possui apêndice vermiforme como os seres humanos. Sobre o


ileo terminal, encontra-se uma redundância do ceco que pode ser utilizada como
modelo para a execução e o treinamento da apendicectomia.

Descrição do procedimento em humanos


1 O acesso à cavidade é obtido por meio da laparotomia de McBurney.
Levante o peritônio e incise-o com um bisturi ou uma tesoura; a
seguir, prolongue a abertura com os dedos e coloque os afastadores.
Localizado o apêndice e seu meso, reintroduza o ceco na cavidade
abdominal.
Isole o apêndice de suas inserções no intestino e realize a hemostasia.
Coloque duas pinças na base do apêndice, ligue-a com categute
cromado.
Faça uma sutura em bolsa (seromuscular contínua e não ancorada)
para invaginar o coto.

o coto do apêndice e aperte os pontos em bolsa._


8 Irrigue e feche a parede por planos com categute ou pontos sintéti-
cos absorvíveis.

Incisão de McBurney
Incisão da aponeurose do músculo oblíquo externo (respeitando a disposi-
ção das linhas de suas fibras). Com uma pinça de Kelly divulsione as fibras do
músculo oblíquo interno e do músculo transverso e coloque dois afastadores de

deslocado lateralou
médialmente pararevelar o peritônio (Fig. 9.2).

Figura 9.2 — Localização da incisão de McBurney.


APENDICECTOMIA

Descrição do procedimento em cães


1 O acesso à cavidade abdominal será através de laparotomia media-
na (Fig. 9.3 A e B).
2 Identifique o ceco e sua redundância (apêndice cecal) com a vascu-
larização característica (Fig. 9.3 Ce'D).
3 Exponha o íleo terminal e o ceco para fora da incisão cirúrgica

4 Ligue os vasos que saem do íleo e se dirigem para a redundância


cecal (Fig. 9.3 F, G e H).

Figura 9.3 — Sequencia de passos na apendicectomia em cães.


MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

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1. 3
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11
Figura 9.3 — Sequência de passos na apendicectomia em cães (continuação).
Passos 1 a 4 (vide texto).
APENDICECTOMIA
APENDICECTOMIA

55 Após
Apés isolar porção que
isolar aa porção que será ressecada, execute
será ressecada, execute sutura seromus-
sutura seromus-
cular contínua
cular contínua em bolsa ao
em bolsa ao redor
redor dada base
base do “apêndice” (Fig.
do "apêndice" 9.4
(Fig. 9.4
A ee B).
A B).
Remova aa redundância
66 :Remova redundância cecal
cecal (Fig.
(Fig. 9.4 C aa F).
9.4 C F). ,

77 lnvagine
Invagine aa baSe seccionada ee amarre
base seccionada amarre os (Fig. 9.4
pontos (Fig.
os pontos G ee H).
9.4 G H).

Figura 9.4
Figura —
9.4 - Visualização do procedimento
Visualização do procedimento cirúrgico
cirúrgico em (intra-operatório).
cães (intra-operatório).
em cães
A) apresentação do apêndice; B) sutura em bolsa na base do apêndice; C)
A) apresentação do apêndice; B) sutura em bolsa na base do apêndice; C) tração dos
tração dos
fios ee pinçamento.
fios pinçamento.

63
63
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE T~CNICA CIRÚRGlCA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

Figura 9.4
Figura 9.4 -Visualização
— Visualização dodo procedimento
procedimento cirúrgico
cirúrgico em
em cães (intra-operatório) (con-
cães (intra-operatório) (con-
tinuação). D) tração dos fios e pinçamento do coto apendicular; E) sepultamento
tinuação). D) tração dos fios e pinçamento do coto apendicular; E) sepultamento do do
‘coto
coto ee tração bolsa; F)
da, bolsa;
tração da. F) ajuste da bolsa
ajuste da bolsa ee nó final; G)
nó final; G) ponto
ponto emem Z2 seromuscular;
seromuscular;
H) ajuste
H) final do
ajuste final do ponto 2.
ponto Z.

64
64
APENDlCECTOMlA
APENDICECTOMIA

Observação:
Observação:
Todos os
Todos instrumentos que
os instrumentos entrarem em
que entrarem contato com
em contato interna
parte interna
com aa parte
do intestino
do durante oo ato
intestino durante devem ser
cirúrgico devem
ato cirúrgico ser separados dos outros
separados dos outros
instrumentos, campos
instrumentos, cirúrgicos limpos.
equipamentos limpos.
campos cirúrgicos ee equipamentos

65
65
10. JEJUNOSTOMIA A WITZEL

A execução de um modelo experimental de jejunostomia visa a estudar a


sutura seromuscular em mais detalhes.
Jejunostomia é uma incisão feita no jejuno que permite a introdução de um
tubo sintético com o intuito de criar uma via para alimentar o paciente ou drenar

tuboe exteriorizada através da pele. Pode ser


usada
quando há uma lesão no
estômago (por exemplo, tumor) que impeça a alimentação normal do indivíduo.

Descrição do procedimento
1 A laparotomia mediana é usada como via de acesso.
2 Selecione uma alça de jejuno proximal (a cerca de 15cm do liga-

Faça uma pequena incisão na parede do ieiuno, introduza o cateter


e suture em bolsa (seromuscular continua, não ancorada) corn ca-
tegute cromado e aperte em torno do cateter (Fig. 10.1 A e B).
Realize um túnel seromuscular de aproximadamente 5cm de com-
primento com pontos separados (fio de seda) (Fig. 10.1 C).
Após a incisão na parede abdominal, coloque o cateter (lembrando
que o cateter não deve ser exteriorizado na cicatriz da laparotomia
mediana) (Fig. 10.2).

7 Feche a parede abdominal, respeitando os planos.


MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

z,, lll/un.

Figura 10.1 — —
Jejunostomia A) pequena incisão na alça do jejuno proximal;
B) introdução de cerca de 20cm da sonda multiperfurada, no sentido do peristaltis—
mo; C) depois do fechamento da sutura em bolsa, aplicam-se pontos seromusculares
(de cada lado da sonda), em uma extensão aproximada de 6 a 8cm, com fio mono-
filamentar de nylon 4.0, em agulha atraumática, para o sepultamento da sonda,
constituindo-se um túnel seromuscular.
JEJUNOSYOMIA AWITZEL

Figura 10.1 — Jejunostomia: fixação dos pontos na parede.

69
11. GASTROSTOMIA A STAMM

A execução desse modelo visa a complementar o estudo da sutura em bolsa


seromuscular.
Gastrostomia é uma incisão feita no estômago, que permite a introdução
de um tubo sintético, com o intuito de criar uma via para alimentar o paciente.
.as extremi I a ' CS I O tu D 0 e CXtCI‘lOI‘lza'a atraves

Descrição do procedimento
1 A via de acesso utilizada é a laparatomia mediana supra-umbilical.
2 Localize o estômago e, com uma pinça de Babcock ou Allis, traga-o
até a ferida cirúrgica.
3 Faça uma sutura em bolsa (seromuscular contínua, não ancorada)
... ..- ..;
-----
Dê uma pequena incisão (0,5cm de comprimento) no centro da
sutura em bolsa (Fig. 11.1 B).
Introduza o cateter (Folley 18—22 com balão) e infle o balão (Fig.
11.1 C). Também pode ser utilizado o dreno de Pezzer (Fig. 11.2).
Amarre fortemente a sutura em bolsa em volta do cateter (Fig. 1 1.1
D).
Fixe o caterer na pele (Fig. 11.1 E e Fig. 11.3).
Feche a parede abdominal por planos.
MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGlCA PARA A GRADUAÇÃO

Figura 11.1 — Sequência de passos na gastrostomia à Stamm.


GASTROSTOMIA A STAMM

Figura 11.1— Gastrostomia , disposição das suturas — dreno de Pezzer.

Nil
Figura 11.3 — Gastrostomia: corte sagital, Fixação a parede abdominal.

73
12. SUTURAS DE PELE

Fechamento de pele

A realização de sutura para o fechamento de incisões ou ferimentos da pele


visa a evitar infecção, obter resultado estético satisfatório e promover cicatriza-
ão da ferida com maior ra-idez. A sutura da uele com cicatriza ão ideal traz
satisfação ao paciente e faz parte de um ato cirúrgico bem-sucedido.
O bom aspecto visual e funcional da cicatriz depende de uma sutura corre-
ta e deve atender aos seguintes aspectos:
1 A entrada da agulha deve ser perpendicular à pele (Fig. 12.1 A).
2 A quantidade de pele englobada em ambas as bordas deve ser a
mesma a fim de se conseguir co-adaptação adequada.
3 A aproximação ideal depende de alinhamento nos eixos vertical e
horizontal da incisão, evitando-se excesso ou colabamento de pele
ao redor da ferida.
4 A colocação dos pontos também depende da espessura da pele,
sendo que, quanto mais grossa for, mais calibroso deve ser o fio e
maior a pegada.
A força tênsil suficiente é alcançada com pontos não muito aperta-
dos, pois estes podem causar necrose cutânea, mau resultado esté-
tico e aumento de tecido cicatricial, nem muito frouxos, já que
deixam um espaço para o crescimento de tecido cicatricial entre as
bordas cutâneas. Os pontos ideais permitem a passagem da ponta
de uma pinça de Halsted sob o fio com facilidade (Fig. 12.1 B e Fig.

6 O fechamento do espaço morto, abaixo do plano cutâneo, merece


atenção por ser local de ocorrência de deiscências, infecções e ade-
rências (Fig. 12.3).
MANUAL DE
DE TtCNICA (IRURGICA PAM A GRADUAÇÃO
VECNICA CIRÚRGICA
MANUAl PARA A GRADUAÇÃO

SUTURA CORRETA
SUTURA CORRETA

LucAs““JKA
M
ª
B V

FREQUENTE
ERRO FREQÜENTE
ERRO

Figura 12.1-— A)
Figura 12.1 Maneira correta
A) Maneira de se
correta de fazer aa sutura:
se fazer agulha penetrando
sutura: agulha penetrando perpendi-
perpendi-
cularmente com aa mesma
cularmente com mesma quantidade de pele
quantidade de dos dois
englobada dos
pele englobada dois lados.
lados. B) Erro mais
B) Erro mais
frequente: ponto
freqüente: ponto pouco profundo com
pouco profundo tensronamento da
com tensionamento da pele.
pele.

a ri mª s “
1

Figura 12.2
Figura Sutura com
12.2 -— Sutura com pontos simples
pontos si mples Figura 12.3—Sutura
Figura 12.3 eliminar espaço
para elimina.r
- Sutura para mor-
espaço mor-
separados, justamente amarrados,
separados, justamente amarrados, mas
mas não
não com ffechamento
to, com
to, profundo (parte
echamento profundo (parte dada der-
der-
apertados,
apertados. subcutâneo) ee sutura
me ee subcutaneo)
me sutura superficial
superficial (dermo-
(dermo-
epiderme).
epiderme).

76
76
SUYURAS DE PELE

Para um resultado ainda mais estético devem«se seguir as linhas de força de


Langer, ou as linhas de I(raissl que representam um conceito mais recente. Essas
linhas correspondem às áreas de menor tensão da superfície corporal, quando
da realização de incisões e suturas da pele. As figuras 12.4 e 12.5 correspondem
às linhas de Kraissl nas faces anterior e posterior do homem.


Figura 11.4 Linhas de Kraissl na face anterior
do corpo humanoª'.
Figura 12.5 — Linhas de Kraissl na face poste—
rior do corpo humano*.

'Adaptadas de Goffl FS — Técnica Cirúrgica' Bases Anatómicas, Fisiopatologicas e Técnicas da Cirurgia.


4‘i ed., Atheneu, Rio de Janevo, 2001.

77
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

Uma cicatrização
Uma inadequada, conseqüentemente
cicatrização inadequada, consequentemente com com maior probabilidade
maior probabilidade
de deiscência, ocorre, na maioria das vezes, devido à tensão excessiva,
de deiscência, ocorre, na maioria das vezes, devido à tensão retirada
excessiva, à retirada
prematura dos
prematura dos pontos, aa deficiências
pontos, deficiências nutricionais, degenerativas ee do
nutricionais, aa doenças degenerativas
doenças do
colágeno, àà presença
colágeno, presença dede infecção,
infecção, coágulos,
coágulos, seroma, material sintético,
seroma, material medica-
sintético, aa medica-
mentos ouOu a erro cirúrgico. Além das deiscências, outras complicações em sutu-
mentos a erro cirúrgico. Além das deiscências, outras _<;omplicações em sutu-
de pele
ras de
ras pele são
são as hipertróficas ee alargadas,
cicatrizes hipertróficas
as cicatrizes quelóides, ou
alargadas, quelóides, ou com colora-
com colora-
alterada (Fig.
ção alterada
ção (Fig. 12.6).
12.6). '

O fio
O tecido'
lacera oo tecido
fio lacera

do fio
Ruptura do
Ruptura fio

O nó se
O nó solta
se solta

12.6 — Principais
Figura 12.6-
Figura causas de
Principais causas de ocorrência
ocorrência de deiscência em
de deiscência feridas cirúrgicas
em feridas cirúrgicas ou
ou
traumáticas.
traumáticas.

Materiais para
Materiais síntese cirúrgica
para aa síntese feridas da
incisões ee feridas
das incisões
cirúrgica das pele
da pele

Podemos realizar
Podemos realizar aa síntese dos ferimentos
síntese dos ferimentos da da pele utilizando-se pontos
pele utilizando-se cirúr-
pontos cirúr-
com fios
gicos com
gicos ou grampos
fios ou metálicos, assim
grampos metálicos, assim como fitas ou
como fitas colas adesivas.
ou colas adesivas. NoNo curso
curso
de graduação
de dá—se privilégio
graduação dá-se utilização de
privilégio à utilizaçãQ agulhas ee fios.
porta-agulhas, agulhas
de porta-agulhas, Inicial-
fios. Inicial-
vale ser
mente, vale
mente, lembrado que
ser lembrado as agulhas
que as usadas nas
agulhas usadas nas suturas de pele
suturas de devem ser,
pele devem ser, ,

preferencialmente,
preferencialmente, as atraumáticas (isto
as atraumáticas é, as
(isto é, que possuem
as que fio montado)
possuem oo fio montado) ee as as
triangulares (que possuem uma ponta cortante capaz de penetrar a pele)
triangulares (que possuem uma ponta cortante capaz de penetrar a pele) (Fig. 12.7). (Fig. 12.7).
Quanto aos
Quanto aos fios utilizados para
fios utilizados fechamento da
para fechamento da pele,
pele, preconizam-se
preconizam—se os os
inabsorvíveis porque
inabsorvíveis cicatrização mais
promovem cicatrização
porque promovem estética por
mais estética desencadearem
por desencadearem
menor reação
menor reação nosnos tecidos.
tecidos. No entanto, conforme
No entanto, utilizada, determina-
sutura utilizada,
conforme aa sutura determina-
do fio
do fio éé mais indicado, assim
mais indicado, assim temos:
temos:
1. sutura
1. sutura com separados pelo
pontos separados
com pontos método percutâneo:
pelo método percutâneo: uso
uso de fios inab-
de fios inab-
sorvíveis monofilamentares como
sorvíveis monofilamentares náilon (que
como oo náilon (que causam
causam menor resposta
menor resposta
inflamatória e são mais resistentes à infecção) ou
inflamatória e são mais resistentes à infecção) ou de fios dode fios do tipo
tipo
poliglicólico;
poliglicólico;
2. suturas com
2. suturas intradérmicos (subcutâneos):
pontos intradérmicos
com pontos (subcutâneos): utilização de fios
utilização de ab-
fios ab-
derivados do
sorvíveis derivados
sorvíveis do ácido
ácido poliglicólico
poliglicólico ou de fios
ou de fios inabsorvíveis.
inabsorvíveis.

78
78
SUTURAS DE PELE

Terminação forjada

1A3
*
Ponta
., á ,

%'
Circulo de 3I8
D
Corpo


Figura 12.7 Agulha atraumática e triangular. A de 'clrculo de 3/8 é uma das mais
usadas em suturas de pele.

O diâmetro do fio também é importante nas suturas de pele, pois quanto


mais fino melhor o resultado estético. Desse modo, na face, em geral, usam-se
fios 5-0 ou 6-O, no tronco e extremidades são utilizados fios mais grossos, com
maior força tênsil como o 3-0, e, nas mãos, as suturas são feitas com fio 4- O ou
5-0.
Comparando-se as suturas percutâneas com as intradérmicas obtém-se, no
segundo tipo de sutura, uma melhor aparência estética, além da facilidade de
não retirar os pontos. Por outro lado, o fechamento com pontos intradérmicos
requer mais tempo.

Suturas de pele

profundidade e espessura das suas margens. Nas suturas em um plano único


pode-se realizar a eversão das margens, penetrando a agulha próxima à margem
na superfície e com fio afastando-se na profundidade, com a finalidade de se
evitar a contaminação por microorganismos da superfície cutânea (Fig. 12.8).
Por outro lado, a sutura em inversão, feita com agulha penetrando e saindo
longe das margens e a alça profunda próxima às margens, é útil na necessidade
de obtenção de sulco visível (Fig. 12.9).
MANUAL DE
MANUAL TECNICA CIRÚRGICA
DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

12.8 — Tipo
Figura 12.8-
Figura Tipo de sutura para
de sutura para
eversão das margens,
eversão das com aa alça
margens, com alça
do fio
do fio próxima
próxima àsàs margens na su-
margens na su-
perficie afastando na
se afastando
perfície ee se profun-
na profun-
didade.
didade.

- .Ã-.. - ;

12.9 — Tipo
Figura 12.9-
Figura Tipo de sutura para
de sutura para
da inversão
obtenção da
obtenção das mar-
inversão das mar-
agulha penetra
A agulha
gens. A
gens. penetra longe das
longe das
margens e
margens e aa alça profunda próxi-
alça profunda próxi-
ma às
ma às margens.
margens.

80
80
SUTURAS DE PELE

Em geral, a agulha deve ser introduzida próxima às margens, da ferida,


assim como deve ocorrer na sua saida, o que evita marcas permanentes sobre a -
superfície cutânea, em especial, no caso de retirada tardia dos pontos.
Como opção de sutura percutânea que oferece bom resultado estético utili-
zam-se, muitas vezes, os pontos simples separados, como na técnica apresentada
na figura 12.10, em que a agulha penetra na pele perpendicularmente à incisão,
a cerca de 0,5cm, passando pelo tecido subcutâneo e saindo de forma simétrica
A distância entre os ontos deve ser de cerca de 1cm e os nós
cirúrgicos devem ser amarrados sem apertar demais e dispostos lateralmente à
incisão.

Quadrado de lado = 1cm

Nós ao lado da incisão

Figura 12.10 — Técnica de pontos simples separados. Notar o espaçamento de 0,5cm


das margens da ferida cirúrgica e o deslocamento lateral dos nós dos pontos dados.

Outro tipo de sutura bastante comum é a de pontos separados em U verti-


cal (pontos de Donati) que objetiva, além da aproximação das bordas da ferida,
realizar a hemostasia dos pontos sangrantes. Os pontos de Donati utilizam a
técnica de fechamento “perto-longe” para aproximar intimamente a camada su-
perficial epidérmica da pele e minimizar, ao mesmo tempo, a tensão nas bordas
da ferida. Esses pontos são colocados verticalmente ou em ângulo reto à incisão.
A agulha deve penetrar a 0,5cm da abertura da pele, englobando a epiderme e
--"e1xanou '-

. - - -
..
.-
.n.

pelo outro lado da ferida para reintrodução da agulha desse mesmo lado, mas a
o
|| .|.

uma menor distância da incisão, próxima à borda incisional. A próxima saída


do fio também ésimétrica ao ponto mais próximo da ferida e volta ao lado em
que a sutura foi iniciada, devendo, então, ser feito o amarre dessa extremidade à
ponta de fio que permanece livre inicialmente. Mais uma vez os nós devem ser
dados não sobre, mas lateralmente à incisão, e os pontos devem ter distância
aproximada de 1cm, como se tem demonstrado (Fig. 12.11).
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRORGICA
DE TtCNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

.. ~;·
r--. :

Figura
tos de Donati.
de Donati.
— Sutura com
12.11 -Sutura
Figura 12.11 com pontos
pontos separados verticais em
separados verticais em U, conhecida como
U, conhecida como pon-
pon-
tos

Quanto àà sutura
Quanto chuleio contínuo
intradérmica, oo chuleio
sutura intradérmica, contínuo éé muito utilizado devido
muito utilizado devido
ao excelente
ao excelente aspecto estético que
aspecto, estético oferece. A
que oferece. mostrada nas
técnica, mostrada
A técnica, nas figuras 12.12
figuras 12.12
consiste na
12.13, consiste
ee 12.13, introdução de
na introdução de agulha em uma das extremidades da
agulha em uma das extremidades da incisão, incisão,
de fora
de fora para dentro, não
para, dentro, não se amarrando aa linha
se amarrando linha de
de sutura,
sutura, mas reparando-se essa
mas reparando-se essa
extremidade livre
extremidade livre do fio de
do fio modo aa não
de modo tracioná-la. A
não tracioná-la. A sutura
sutura corre
corre na horizon-
na horizon-
tal, continuamente,
tal, continuamente, até atingir aa outra
até atingir extremidade da
outra extremidade da incisão na qual
incisão na se comple-
qual se comple-
fechamento cutâneo,
ta oo fechamento
ta cutâneo, após todo oo trajeto
após todo intradérmico, com
trajeto intradérmico, agulha passan-
com agulha passan-
do de
do de dentro
dentro para
para fora da pele,
fora da pele, pinçando-se
pinçando-se oo fio. As duas
fio. As duas pinças
pinças são
são então
então
tracionadas
tracionadas em direções opostas, apertando-se fio aproximando
em direções opostas, apertando-se oo fio ee aproximando as as bordas
bordas
extremidades dos
As extremidades
cutâneas. As
cutâneas. fios são
dos fios cortadas aa 2cm
são cortadas 2cm dodo final da incisão
final da incisão ee
pele com
presas àà pele
presas com fita adesiva. Após
fita adesiva. Após sete dias, essas
sete dias, extremidades são
essas extremidades cortadas
são cortadas
junto superfície cutânea
junto àà superfície cutânea semsem que utilizem nós.
se utilizem
que se nós.

82
82
SUTURAS DE
SUTURAS PELE
DE PELE

Modo de
12.12 -— Modo
Figura 12.12
Figura fechamento de
de fechamento suturas intradérmicas:
de suturas com sepultamento
Intradérmlcas: com sepultamento
dos nós
dos nós ou das extremidades
ou das extremidades do fio para
do fio fora da
para fora da ferida,
ferida, respectivamente.
respectivamente.

Flgura 12.13
12.13 - Aspecto final do
Aspecto final fio de
do fio de sutura ocultado pela
sutura ocultado pela sutura intradérmica.
sutura intradérmica.
1

Figura

83
83
MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

Por fim, em suturas de pele que contrariam as linhas de força, podem—se


usar técnicas que transformam a direção reta em traçado irregular em zigue—
zague com uma cicatriz mais dissimulada e com algumas cicatrizes que se orien-
tam conforme essas linhas citadas, evitando—se, assim, cicatrizes deprimidas, alar-
gadas ou retraídas. Uma dessas técnicas é a zetaplastia, observada na figura 12.14,
com traçado de incisão possuindo uma linha central, correspondente à direção
da própria ferida, e dois braços laterais, penetrando a pele sã, de mesmo compri-
mento que a linha central e com u r. . - - —
(ângulo esse que oferece a maior porcentagem de alongamento possivel)..Obten-
,- ,
. . ..
»

. a

do-se, então, essa abertura da pele em Z, parte—se para a sutura na qual os dois
retalhos triangulares, resultantes das incisões, são transpostos e unidos aos pon-
tos opostos. Essa sutura pode ser feita com pontos simples.

A
m

ad
a
eS
a

sS
ec
a
r

ção inadequada.

Figura 12.14 Zetaplastia única usada com O objetivo de corrigir áreas de
Cicatriza-
13. DRENAGEM DO TÓRAX

NoçõEs DE ANATOMIA DO TÓRAX Do CÃO


A cavidade torácica canina tem a forma de um cone truncado de base pos-
terior e levemente plano lateralmente; o seu limite posterior são as vértebras, o
anterior o esterno, que é segmentário, e as cartilagens das costelas esternais;
lateralmente encontram-se as costelas (Fig. 13.1).

É .“
Figura 13.1 - Noções de anatomia da caixa torácica do cão: A) manúbrio; B) seg-
mentos do esterno; C) cartilagem costal; D) processo xifóide; E) cartilagem xifóide.
MANUAL DI IECNICA CIRURGICA PARA A GRADUAÇÃO

Os músculos rora'cicos podem ser divididos em quatro principais grupos


1. os que intervêm na mecânica respiratória: intercostais internos e externos,

elevador das costelas, serra'til dorsal anterior e posterior; 2. os que conectam os
membros no tórax: trapézio torácico, grande dorsal, rombóide torácico, peitoral
superficial e profundo, e serrátil ventral; 3. os que intervêm na mecânica da
coluna vertebral: costa] longo, dorsal longo, multífido dorsal, intertransversos,
interespinhais e rotadores; 4. e por último, os que têm inserção nas paredes
ósseas como os músculos abdominais (Fig. 13. ).

Figura 13.2 — Músculos do tórax do cão: A e A' — face lateral direita; 8 — face ventral; 1. trapézio;
2 grande dorsal; 3. peitoral profundo; 4, peitoral superficial; 5. serratil ventral; 6, serrátíl dorsal;
7. reto-abdominal; & oblíquo externo. (Adaptado de Gomes, OM Cirurgia Experimental Servier,
»

São Paulo, 1978.)

86
DRENAGEM OO TÓRAX
DRENAGEM DO TÓRAX

A inervação
A inervação da da parede
parede torácica
torácica se dá pelos
se dá pelos ramos dos nervos
torácicos dos
ramos torácicos nervos
espinhais e do plexo braquial. A sua irrigação deriva das artérias
espinhais e do plexo braquial. A sua irrigação deriva das artérias intercostais, intercostais,
são ramos
que são
que ramos da da aorta,
aorta, das
das artérias torácicas internas
artérias torácicas externas, subcostais
internas ee externas, subcostais ee
acromiotorácicas, que
acromiotorácicas, são ramos
que são ramos das das artérias umerais.
artérias umerais.
O músculo diafragma
O músculo forma aa parede
diafragma forma parede posterior, principal músculo
posterior, éé oo principal res-
músculo res-
piratório ee separa
piratório cavidade abdominal
separa aa cavidade abdominal da da torácica.
torácica. A parede anterior
A parede limita-
anterior éé limita-
da pela
da pela 11ail. vértebra dorsal, 11º2 par
vértebra dorsal, costelas ee esterno.
de costelas
par de esterno.
O revestimento externo
O revestimento externo éé composto
composto pelas fáscias profunda
pelas fáscias profunda ee superficial,
superficial,
inclui oo paniculo
que inclui
que panículo carnoso,
carnoso, o o músculo
músculo cutâneo pele ee seus
cutâneo ee aa pele seus anexos.
anexos.
O conteúdo da
O conteúdo cavidade torácica
da cavidade inclui os
torácica inclui os pulmões mediastino. O
pulmões ee oo mediastino. 0 me-
me-
diastino está
diastino localizado na
está localizado região central
na região da cavidade
central da cavidade ee engloba:
engloba: coração,
coração, aorta
aorta
torácica, artéria
torácica, artéria ee veias pulmonares, tronco
veias pulmonares, venoso braquiocefálico,
tronco venoso ante-
cava ante-
braquiocefálico, cava
rior, veias ázigos,
rior, veias ázigos, nervos
nervos vagos frênico esquerdo,
vagos ee frênico esquerdo, simpático torácico, traquéia,
simpático torácico, traquéia,
brônquios esôfago torácico,
brônquios ee esôfago torácico, veia cava posterior
veia cava posterior ee frênico direito.
frênico direito.

DRENAGEM DE
DRENAGEM TÓRAX
DE TÓRAX

animal deve
O animal
O deve estar sob anestesia
estar sob anestesia geral, com intubação
geral, com orotraqueal ee res-
intubação orotraqueal res-
trito àà goteira
trito cirúrgica em
goteira cirúrgica decúbito lateral
em decúbito direito ou
lateral direito esquerdo. É
ou esquerdo. É realizada
realizada
tricotomia da
tricotomia da região lateral do
região lateral do tórax, colocação dos
anti-sepsia ee colocação
tórax, anti-sepsia dos campos cirúr-
campos cirúr-
gicos que
gicos devem ser
que devem fixados à pele.
ser fixados pele.
A partir
A da lJil
partir da costela deve
13a costela deve ser identificado oo 55ª2 ou
ser identificado ou 6692 espaço intercostal ee
espaço intercostal
região deve ter todos
aa região deve ter todos os seus planos
os seus infiltrados (pele,
planos infiltrados tecido subcutâneo,
(pele, tecido subcutâneo, mús-
mús-
culos pleura) com
culos ee pleura) anestésico local.
com anestésico local. AA incisão deve ser
incisão deve de 2cm
ser de 2cm sempre
sempre próxima
próxima
à borda superior da costela do espaço escolhido, pois abaixo
borda superior da costela do espaço escolhido, pois abaixo das costelas se das costelas se
encontram
encontram os os vasos
vasos ee nervos intercostais (Fig. 13.3).
nervos intercostais (Fig. 13.3).

% .”
ul
14.

'q u lt /
]!Ilg "'

l
Figura 13.3 -— Referência
Figura 13.3 da borda
Referência da borda superior da costela
superior da costela inferior
inferior para na cavi-
penetrar na
para penetrar cavi-
dade pleural.
dade pleural. '

87
87
MANUAL DE TECNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

O tecido subcutâneo, músculos intercostais e pleura parietal devem ser di—


vulsionados com uma pinça de Kelly. Segue-se a exploração digital da cavidade
torácica à procura de aderências ou vísceras contíguas.
A ogiva da sonda de Pezzer deve ser pinçada com pinça de Crile, sua extre-
midade livre deve ser tracionada e enrolada em torno da pinça (Fig. 13.4). Dessa
forma, o dreno é introduzido a partir da incisão; o cirurgião limita, com o dedo
indicador, a porção do dreno a entrar na cavidade.


Figura 13.4 Introdução do dreno flexível: A) entrada na cavidade pleural; B) intro-
dução da sonda de Pezzer montada em pinça hemostática (Crile); C) posicionamento
da sonda de Pezzer.

Em casos de uso de dreno tubular multiperfurado, sua introdução deve ser


..-. .
. -
nf
. _. . " -
'

c-reno,aextrem1a-
de é ocluída com uma pinça hemostática, solta—se o dreno com cuidado, em
seguida o dreno é conectado ao sistema de válvula de selo d’agua. Depois de
conectado, é retirada a pinça e deve ser verificado se ocorre oscilação da coluna
liquida.
I

O dreno é fixado com pontos separados na pele de modo a deixá-la frou-


xa, evitando isquemia. Com a porção distal do mesmo fio utilizado, amarra-se o
dreno (Fig. 13.5 D, E e F).

88
DRENAGEM DO IORAx

Figura 13.5 — introdução de dreno tubular multiperfurado: A) tunelização da parede após secção
da pele; B) introdução do tubo multiperfurado; C) posicionamento final; D) da-se um ponto sim-
ples na pele, aproximando as bordas em torno do tubo; E) dão—se vários seminós entrelaçando em
torno do tubo; F) confecção dos seminós finais; G) cuidado para nao deixar nenhum dos furos do
dreno externamente, pois pode provocar a entrada de ar na cavidade pleural.

89
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRúiCA
DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

No
No frasco de drenagem
frasco de marcado oo nível
drenagem éé marcado nivel líquido horário para
liquido ee oo horário avalia-
para avalia-
ção do material drenado (Fig. 13.6).
ção do material drenado (Fig. 13.6).

13.6 -— Posição
Figura 13.6
Figura do tubo
Posição do tubo de
de drenagem
drenagem mergulhado
mergulhado na frasco gradua-
do frasco
água do
na água gradua-
do (o
do frasco de
(o frasco de dreno
dreno deve
deve estar
estar sempre num nível
sempre num abaixo da
nível abaixo da região
região drenada).
drenada).

90
90
DRENAGEM D0 TORAX

A figura 13.7 resume a sequência da drenagem de tórax no cão.

º
Abre-se a pele
com bisturi

CÃO
COSTELAS

Divulsão com pinça de Kelly até a pleura Pleura

Sonda montada na
pinça de Kelly para
ser passada pela
parede
para o selo
d'água
Fixação na pele
(náilon)

Prende-se o outro lado com pinça


hemostática (antes do selo d'água)

% Fecha-se a pele
frouxamente ao
lado da sonda

-
Flgura 13.7 Sequencia da drenagem de tórax no cao.

91
14. TRAQUEOSTOMIA

Descrição do procedimento
, Para O procedimento o cão deve estar restrito à goteira cirúrgica sob anes-
tesia geral e intubação orotraqueal. Em seguida é realizada a tricotomia da re-
gião cervical anterior e anti—sepsia. O passo seguinte é a colocação dos campos
c1rurg1cos que sao presos a pe - p . .
se, por palpação, estruturas como laringe, cartilagem tireóideecricéide; a inci—
são cutânea é mediana e longitudinal e se inicia na cartilagem cricóide estenden-
do-se por mais ou menos 3cm no sentido caudal. Realizar hemostasias dos pon-
tos sangrantes. A pele é separada por dois afastadores de Farabeuf.
O préximo passoe a identificação dos músculos pré--tireoidianos. Se não
houver rafe mediana, deve-se fazer uma solução de continuidade no plano mus-
cular, e afastar os músculos pré—tireoideanos para dissecção das fáscias pré-tra—
queal e traqueal (Fig. 14.1).

.
Depois de identificar a traquéia, a membrana interanelar é anestesiada com
anestésico oca para evitar reação oe tosse com a manipu ação a mucosa tra-
queal. É feita incisão da membrana interanelar, no sentido transversal, de apro-
ximadamente 1cm e, em seguida, a abertura da via aérea é completada com
incisão longitudinal, formando-se a abertura em cruz ou pode ser retirado um
segmento da traquéia. A hemostasia deve ser rigorosa para evitar que o sangue
atinja 0 interior da traquéia (Fig. 14.2).
Após a remoção do tubo traqueal, a cânula de traqueostomia, com man-
dril, é introduzida pela incisão na parede anterior da traquéia, encaixada inicial-
mente no sentido cranial; depois que a extremidade livre da cânula com mandril
ultra assar a luz tra ueal, é realizada rota ão de 180° ara que o sentido passe
a ser caudal e, assim, é introduzido o restante da cânula. Deve-se tomar cuidado
para não lesionar os tecidos ou fazer um falso trajeto. Retira-se o mandril. Desse
ponto até a fixação da cânula com cadarço. A manutenção da posição da cânula
é função do assistente (Fig. 14.3).
Traquéia
, i. , Músculoesterno
mastoideo

Glândula tireóide
M Úsculo esterno
hioideo
\
B

Figura 14.1 — Seql'iência de passos na traqueostomia: A) divulsao muscular com


tesoura para separação das fibras em sentido longitudinal; B) afastamento dos mus-
culos pré—tireoideanos Corn afastadores de Farabeuf.

94
TRAQUEOSTOMIA
TRAQUEOSTOMIA

-
" '~'''''"'"""""'""" --· r
',Ãii“Iru-nitimimuulv
~
mui
““Illllulluuê
"'"'"""""''"'"''~ ,

.. ,º_,.tu-uiim.,-hlh '1.

Figura 14.2 -— Seqüência


Figura 14.2 de passos
Seqiiéncia de passos na traqueostomia (continuação):
na traqueostomia (continuação): A) aplicação de
aplicação de
afastadores Farabeuf expondo
afastadores de Farabeuf da traquéia; B) incisão
face da
expondo aa face incisão da traquéia comcom
do fragmento da
pinçamento do
bisturi; C) pinçamento da traquéia;
traquéia; D) confecção do orificio na
do orificio tra—
na tra-
quéia.
quéia.

14.3 -Introdução
Figura 14.3
Figura — Introdução da cânula no
da canula no interior da traquéia.
interior da traquéia.

95
95
MANUAL DE
MANUAL TÉCNlCA CIRÚRGICA
DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

Instila-se soro
Instila-se soro fisiológico no interior
fisiológico no da traquéia
interior da traquéia ee através da cânula
através da cânula são
são
aspiradas
aspiradas as secreções
as secreções eventuais. síntese da pele é feita
eventuais. A síntese da pele é feita com
A pontos separados
com pontos separados
com
ee com folga
folga em
em torno
torno da
da cânula,
cânula, para
para quando
quando o
o paciente
paciente tossir
tossir não tensionar
não os
tensionar os
e evitar enfisema subcutâneo. São revistas hemostasias
pontos e evitar enfisema subcutâneo. São revistas as hemostasias e, por fim, éé
pontos as e, por fim,
passado oo cadarço
p~ssado retrocervicalmente ee suas
cadarço retrocervicalmente extremidades são
suas extremidades amarradas (Fig.
são amarradas (Fig.
14.4).
14.4 Os campos
). Os campos são retirados.
são retirados.

14.4 — Fixação
Figura 14.4-
Figura da canula
Fixação da cânula com cadarço em
com cadarço em torno do pescoço.
torno do pescoço.

96
96
TRAQUEOSTOMlA
TRAQUEOSTOMIA

figura 14.5
A figura
A 14.5 resume procedimento da
resume oo procedimento da traqueostomia
traqueostomia com cervicotomia
com cervicotomia
transversa em
transversa cães.
em cães.

º
0 transversa
Cervicotomia transversa
Cervicotomia

Abre-se uma janela


com bisturi

º
Retira-se oo mandril
Retira-se mandril

Farabeuf
Farabeuf

º
8 Fixam-se os
Fixam-se cadarços no
os cadarços no pescoço
pescoço
Fecha—se aa pele
Fecha-se frouxamente
pele frouxamente
próximo ao
próximo tubo
ao tubo

;“
14.5 — Seqüência
Figura 14.5-
Figura da traqueostomia
Sequência da em cães.
traqueostomia em cães.

97
97
15. TORACOTOMIA
PÓSTERO-LATERAL

Descrição do procedimento
Cão sob anestesia geral e intubação orotraqueal com o cuff da sonda insu-
flado para fechar o sistema, o qual será acoplado a um aparelho de respiração
controlada à pressão. 0 animal está restrito à goteira cirúrgica em decúbito late-

assepsia, anti-sepsia e fixadOs os campos operatórios à pele.


0 5ª espaço intercostal é identificado contando a partir da 13ª costela (úl-
tima) por contagem regressiva. A incisão é arciforme, de aproximadamente 15cm
e acompanha a borda superior da costela inferior, essa incisão deve englobar
pele e tecido subcutâneo. Realizar a hemostasia dos pontos sangrantes.
Identificar o músculo superficial e, com a tesoura de Metzenbaum, dissecar
a margem anterior do músculo para liberar sua região dorsal, podendo ser usa-
do um afastador de Farabeuf no ângulo dorsal. A margem posterior também é
dissecada com a tesoura de Metzenbaum. Com as duas extremidades dissecadas,

modo a formar um “túnel” sobre o 5º espaço


Sob o túnel colocar uma pinça dente de rato.
intercostal
O
(Fig. 15.1).
cirurgião, com a mão
esquerda, usa uma compressa para comprimir, e o auxiliar faz o mesmo procedi-
mento com sua mão esquerda.

wav
___0_.&

W”!””Tá-(í;
‘IZL////l//
firm/?>
/
if //
A

.
Figura 15.1 — Secção muscular após separação
do músculo grande dorsal dos planos profun-
dos sobre o segmento caudal.
MANUAL DE TÉCNlCA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

Figura 15.2 — Sequência de passos na toracotomia póstero-lateral: A) incisão curva seguindo a


direção do espaço intercostal, abrangendo pele e tecido subcutâneo; B) secção do músculo trapé-
zio (1) e grande dorsal (2); C) separação desses músculos dos planos profundos; D) secção dos
músculos rombóide (3) e serrátil dorsal (4); E) secção do-músculo intercostal junto a borda superior
da 6ª costela (5); F) exposição da cavidade pleural auxiliada pelo afastador de Finochietto.

100
TORACOTOMIA POSTERO-LATERAL

Com 0 bisturi, O plano muscular é seccionado orientado pela pinça anterior-


mente colocada (Fig. 15.1). Com as pinças de Halsted são feitas apreensões dos
vasos sangrantes, em seguida, todos são ligados. Esse mesmo processo é repeti-
do com os músculos mais profundos até que sejam expostos os músculos inter-
costais.
Esses últimos são seccionados com bisturi próximo à borda superior da

.. .
costela. Após atingir a pleura parietal, os músculos intercostais podem ser afas-
. o - l ' ,
'
l oara melhor visibilidade. Depois de criada uma solução
de continuidade, a pleura é incisada, sob visão direta, em tºca a sua extensao.
As margens são protegidas por compressas, que são fixadas no tecido muscular,
e as costelas são afastadas com afastadores de Finochietto, com a cremalheira
voltada para o cirurgião. Por fim, é revisada a hemostasia (Fig. 15.2).
O fechamento da parede torácica se inicia retirando o afastador de Fino—
chietto. Para aproximação das costelas são utilizados fios calibrosos através de 4
ou 5 pontos. Esses pontos são passados de fora para dentro, rente à borda supe-
rior da costela, logo abaixo da toracotomia e, de dentro para fora, próximo à
borda superior da costela superior, acima da toracotomia (Figs. 15.3 e 15.4).
.m passados todos os fios, o auxiliar os traciona para ajudar o cirurgião
De ois de
&
S
O
S
C
0
X

1a
a r.

te
a
a
p r.
a

Figura 15.3 — Pontos com fios calibrosos para aproximação. das costelas.

O próximo tempo é a sutura muscular. É importante que seja feita entre as


secções do mesmo músculo para, assim, estabelecer novamente a anatomia do
cão. A síntese da pele é feita com pontos simples ou intradérmicos, sempre to-
mando-se cuidado para que não ocorra defasagem das margens da incisão da
toracotomia (Fig. 15.4).
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

h
~ /1
E
-
'-- )11

Figura 15.4 — Seqüência


Figura 15.4- Sequência dede passos toraCotomia póstero-lateral;
na toracotomia
passos na póstero-Iateral; A)
A) passagem
passagem de de quatro seis
quatro aa seis
pontos separados pericostais eqÚidistantes; B)
pontos separados pericostais eqüidistantes; B) sutura sutura dos músculos serrátil
dos músculos serrátil dorsal
dorsal (1)
(1) e rombóide
e rombóide
com fio
(2) com
(2) fio 2.0 em chuleio
2.0 em chuleio simples;
simples; C) sutura dos
C) sutura músculos trapézio
dos músculos trapézio (3) e grande
(3) e dorsal (4)
grande dorsal com aa
(4) com
mesma técnica;
mesma técnica; D) aproximação das
D) aproximação das bordas
bordas dada ferida mediante pontos
ferida mediante separados no
pontos separados subcutâneo
no subcutâneo
em uma
em uma ouou mais camadas com
mais camadas fio 2.0,
com fio eliminando todo
2.0, eliminando todo oo espaço
espaço morto; aproximação do
E) aproximação
morto; E) do tecido
tecido
subcutâneo com
subcutâneo com pontos separados e
pontos separados e fio 2.0 com
fio 2.0 nós para
com nós dentro; F)
para dentro; sutura contfnua
F) sutura estética na
contínua estética na
pele com
pele pontos intradérmicos,
com pontos longitudinais com
intradérmicos, longitudinais fio 4.0
com fio 5.0. com
ou 5.0
4.0 ou atraumática cortante.
agulha atraumática
com agulha cortante.

102
102
PÓSTERO-LATERAL
TORACOTOMIA PÓSTERO-LATERAL
TORACOTOMIA

A figura 15.5
A figura 15.5 resume
resume oo esquema da toracotomia
esquema da toracotomia em cães.
em cães.

Até pleura
Até aa pleura bisturi
= bisturi
:

Pleura bisturi
= bisturi +
Pleura = tesoura
+ tesoura Finochietto
Finochietto

ºo
Disseca-se com de
pinça de
com pinça
Disseca-se
Mixter junto
Mixter junto ao hilo
ao hilo
identificando aa
pulmonar, identificando
)
pulmonar,
veia ee brônquio
artéria, veia
artéria, brônquio
do segmento
do segmento aa serser
ressecado.
ressecado.

LOBO PULMONAR

o Ligadura
hilo:
ao hilo:
ao
dos cotos
Ligadura dos cotos proximais
proximais

MIA)
artéria

WMI
pulmonar
Ligadura dupla
com algodão •º Fechamento: pontos
Fechamento:
categute O cromado
separados -—
pontos separados
pegando pleura
categute O cromado pegando
e músculos
e intercostais.
músculos intercostais.
pleura

veia pulmonar
veia pulmonar
Pleura
Pleura

Chuleio simples
Chuleio simples com
com
prolene ou
prolene nylon
ou nylon
brônquio
Costela

tmu n l
_, .-

Músculos

m ir
Músculos
;4'1

m r ui t “ —ª w
intercostais
intercostais
fl 1

15.5 -— Toracotomia
Figura 15.5
Figura Toracotomia em Cães.
em cães.

103
103
16. FLEBOTOMIA
E SUTURA ARTERIAL

O objetivo de se executar um modelo experimental de flebo'tomia e de sutu-


ra arterial é proceder ao treinamento das operações fundamentais diérese e síntese
porém, com delicadeza extrema de movimentos.

FLE BOTOMIA
Descrição do procedimento
Para executar a flebotomia, o cão deve estar sob anestesia geral, com intu-
bação orotraqueal, posicionado sob a goteira cirúrgica em posição dorso-hori-
zontal. Realizada tricotomia da região entre a base do abdome e raiz da pata
traseira, anti--sepsia e fixação dos campos cirúrgicos à pele.
Palpa—-se o pulso femoral para localizar o feixe vásculo-venoso e é feita
incisão arciforme transversalmente aos vasos com cuidado para não lesioná-los.
Isola—se a veia femoral e‘ se realiza sua dissecção, o vaso é isolado por um fio e
reparado com uma pinça de Halsted, prossegue-se com a dissecção da veia por
3cm (Fig. 16.1). Aplica-se outro fio reparado com pinça de Halsted e se verifica
o sentido do fluxo sangi'iíneo para certificar-se de que se trata de veia mesmo.
Liga-se o fio da porção distal e repara-se com pinça de Halsted.
Para venotomia, se não houvertesoura de Íris, pode ser passada uma pinça
de Halsted sob a veia e com o bisturi secciona-se metade da parede anterior e
posterior. Com a tesoura de Mayo, a ponta da sonda uretral é cortada sob a
forma
ª
de bisel para
ª
facilitar sua introdução. A sonda deve ser conectada ao
- -
'
in roduzido e em se uida
cateterizar a veia femoral. Ligar o fio proximal em torno da veia e cateter a fim
de permeabilizar o sistema e fixar a sonda. O cateter pode ser exteriorizado por
uma contra-abertura ou pela incisão feita para dissecção da veia. Secção dos fios
excedentes, sutura em ponto simples da pele-sem englobar o cateter e com um
ponto de sutura cutâneo fixar a cânula (Fig. 16.2). Retirar os campos cirúrgicos.
MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA PARA A GRADUAÇÃO

lª >5

%? ll
‘/
XX
ll
x

A Abertura da pele e fáscia


superficial
B
Abertura
superficial
da fáscia

C Exposição do feixe 4:
váscqu-venoso

aix, I \
,,
”Wall % ' .\
as à;

,)»
E Isolamento da veia
MN
F Exposição da veia
femoral

G Exposição da veia
femoral

H Veia femoral reparada com fio


Figura 16.1 Sequência de passos na flebotomia: A) apreensão e secção do tecido conjuntivo
sobre o vaso; B) secção do tecido conjuntivo; C) abertura da bainha vascular; D) dissecção entre o
vaso e a bainha; E) secção da face anterior da bainha vascular; F) liberação de uma face do vaso;
G) liberação da outra face e parede posterior; H) reparo da estrutura vascular para ampliação de
expOSIÇão.

106
FLEBOTOMIA E
FLEBOTOMIA E SUTURA ARTERIAL
SUTURA ARTERIAL

A Ligadura
A da
Ligadura da
distal da
porção distai
porção da veia
veia B Venotomia
B Venotomia

I I
/ /
I '

C Passagem
C de cateter
Passagem de cateter D Introdução do cateter
pela venotomia
pela venotomia

I I
I I ,' I
I I I I
1 I I I
I I
I 1

r_ :e~~
I I

- ;, , . ~ 'Z..C. c..»

,'' ,,'"
,·'',,,'
,:
I •

E Ligadura
E
proximal e
proximal
ção por
ção
de porção
Ligadura de porção
exterioriza-
e exterioriza-
contra-abertura
por contra-abertura
cateter
do cateter
do
i F Aspecto
F
com
pele
pele
final
Aspecto final
da
sutura da
com sutura

16.2 — Seqüência
Figura 16.2-
Figura Sequência de de passos
passos'na flebotomia: A)
na flebotomia: ligadura venosa
A) ligadura venosa distai definiti-
distal definiti-
venotomia com
B) venotomia
va; B)
va; com pinça de Halsted
pinça de Halsted e bisturi; C)
e bisturi; introdução do
C) introdução do cateter; ligadura
D) ligadura
cateter; D)
da veia
da vela em torno do
em torno do cateter
cateter com fio proximal;
com fio proximal; E)E) passagem
passagem do cateter por
do cateter contra-
por contra-
abertura da pele; F) fechamento da incisão e fixação
abertura da pele; F) fechamento da incisão e fixação do do cateter· pele.
na pele.
cateter" na

'107
MANUAL DE
MANUAL TÉCNICA CIRÚRGICA
DE T~CNICA CIRÚRGICA PARA
PARA A GRADUAÇÃO
A GRADUAÇÃO

SUTURA ARTERIAL
SUTURA ARTERIAL
Descrição do procedimento
Descrição do procedimento
Para realização de
Para aa realização de sutura arterial, oo cão
sutura arterial, deve estar
cão deve sob anestesia
estar sob anestesia geral,
geral,
com intubação
com orotraqueal, restrito
intubação orotraqueal, restrito àà goteira cirúrgica em
goteira cirúrgica decúbito dorsal
em decúbito dorsal hori-
hori-
zontal. Realiza-se tricotomia da região entre a base do abdome e a
zontal. Realiza-se tricotomia da região entre a base do abdome e a raiz da pata,raiz da pata,
anti-sepsia ee fixação
anti-sepsia dos campos
fixação dos pele.
operatórios à pele.
campos operatórios
Palpa-se oo pulso
Palpa-se femoral ee realiza-se
pulso femoral incisão arciforme
realiza-se incisão arciforme transversalmente
transversalmente ao ao
tomando cuidado
vaso, tomando
vaso, cuidado para não lesioná—lo. Após identificação da
para não lesioná-lo. Após identificação da artéria (Fig.
artéria (Fig.
circundá-la com
16.3), circundá-la
16.3), com um fio ee reparar
um fio reparar com de Halsted.
pinça de
com pinça Halsted. Continuar disse-
Continuar disse-
cando a artéria por 6cm. Proteger duas pinças hemostáticas com
cando a artéria por 6cm. Proteger duas pinças hemostáticas com fragmentos de fragmentos de
sonda de
sonda de Nelaton
Nelaton ee clampear proximal
clampear distalmente. O
proximal ee distalmente. O segmento arterial
segmento deve
arterial deve
preenchido com
ser preenchido
ser heparina na
com heparina proporção de
na proporção de 110UI de heparina
OUI de heparina para
para cada ml de
cada ml de
solução salina.
solução salina.

16.3 - Dissecção
Figura 16.3
Figura — da artéria
Dissecção da artéria da veia
e da veia (veia posterior àa artéria).
(veia posterior artéria).

seguida, secciona-se
Em seguida,
Em transversalmente aa artéria
secciona-se transversalmente artéria de modo completo,
de modo cºmpleto, não não
deve ressecar
se deve
se artéria
ressecar aa artéria poispois será impossível
será realizar aa anastomose término-
impossível realizar anastomose término-
terminal caso
terminal isso seja
caso isso feito. Com
seja feito. Com uma de Halsted
pinça de
uma pinça Halsted as “bocas” arteriais
as "bocas" arteriais são
são
dilatadas e restos da adventícia são removidos. O auxiliar apresenta
dilatadas e: restos da adventícia são removidos. O auxiliar apresenta as "bocas"
arteriais para cirurgião queque realiza
as “bocas”
arteriais para oo cirurgião realiza aa anastomose.
anastomose.
A anastomose
A feita com
anastomose éé feita fio mononylon
com fio mononylon 6.0 6.0 atraumático
atraumático com agulha vas-
com agulha vas-
cular. São dados dois pontos diametralmente opostos
cular. São dados dois pontos diametralmente opostos para definir os para definir lados ante-
os lados ante-
rior ee posterior,
rior posterior, os
os nós devem ficar
nós devem voltados para
ficar voltados fora ee os
para fora os fios reparados por
fios reparados por
pinça de
pinça de Halsted.
Halsted. Aplicar
Aplicar pontos simples na
pontos simples face anterior,
na face anterior, quantos forem neces-
quantos forem neces-
sários para
sários completar aa sutura.
para completar Virando aa boca
sutura. Virando dos cotos,
boca dos face anterior
cotos, aa face anterior passa
passa aa

.
posterior ee vice-versa,
ser posterior
ser assim se
vice-versa, assim se prossegue posterior (Figs.
sutura posterior
prossegue aa sutura 16.4 ee
(Figs. 16.4
16. 5). Desfaz— —se, então, a rotação.
16.5). Desfaz-se, então, a rotação. • ..
clampe distai
Retirar oo dampe
Retirar verificar se
distal ee verificar há algum
se há algum sangramento.
sangramento. Depois, retirar
Depois, retirar
clampe proximal
oo clampe comprimir aa anastomose
proximal ee comprimir anastomose com com uma gaze por
uma gaze alguns minu-
por alguns minu-
tos. Caso persista algum sangramento, colocar
tos. Caso persista algum sangramento, colocar novamente os novamente clampes aplicar
os clampes ee aplicar
novos pontos.
novos pontos.
A região
A dei/er ser
região dever limpa com
ser limpa com soro fisiológico e,
soro fisiológico e, em
em seguida, observar se
seguida, observar se
não houve estenose ou se um dos cotos não ficou rodado. Por
não houve estenose ou se um dos cotos não ficou rodado. Por f~m, rever a he- fim, rever a he-
mostasia, suturar
mostasia, pele ee retirar
suturar aa pele retirar os campos.
os campos.

108
108
FLEBOTOMlA E
FLEBOTOMIA SUTURA ARTERIAL
E SUTURA ARTERIAL

Figura 16.4- Rotação da artéria e sutura da parede posterior.

c
16.5 -— Sutura
Figura 16.5
Figura Sutura arterial:
arterial: A) inicio da
A) inicio da sutura; B) sutura
sutura; B) continua da
sutura continua da parede de um
anterior de
parede anterior um
ponto ao
ponto C) rotação
outro; C)
ao outro; rotação ee sutura da parede
sutura da parede posterior.
posterior.

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BIBLIOGRAFIA
UTILIZADA E RECOMENDADA


1. Goffi FS Técnica Cirúrgica: Bases Anatômicas e Fisiopatológicas e
Técnicas da Cirurgia. 4a ed., Atheneu, Rio de Janeiro, 2001.

2. Gomes OM Cirurgia Experimental. Sarvier, São Paulo, 1978.
3. Magalhães HP — Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental. Sarvier,

4. Margarido NF e Tolosa EMC - Técnica Cirúrgica Prática. Atheneu,


Rio de Janeiro, 2000.

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