Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
____________
(tradução de
Ana Lúcia do Amaral Villasboas,
revista por Ivan da Costa Marques)
*
Traduzido do inglês por Bauouin Jurdant. O título original deste capítulo é “The Net-
works of the Laboratory”. O termo “network”, traduzido aqui pela palavra rede (“ré-
seau” em francês), é utilizado muito freqüentemente por John Law para designar um
conjunto de elementos interligados, uma ordem, uma estrutura. Ao invés de escolher
termos diferentes segundo os contextos, conservamos, tanto quanto possível, o termo
rede (“réseau”) para “network”. Algumas frases tornam-se algumas vezes um tanto es-
tranhas em francês, mas o leitor se familiarizará logo com este conceito tal como ele é
utilizado pelo autor (NdT francês).
A ciência e suas redes
2
O laboratório e suas redes
3
A ciência e suas redes
mais próximo da porta de entrada. Uma vez que fique evidente que você
é inofensivo, e não um membro da Frente de Libertação dos Animais,
você pode entrar. O laboratório - como tantos que produziram resultados
científicos de qualidade - parece feito de qualquer maneira. Na verdade
ele foi acrescentado ao corpo principal da construção. É pois constituído
de saletas, que se intercomunicam, cheias de bancadas, armários e todo
tipo de equipamento.
4
O laboratório e suas redes
1
NdT francês: Ministério da Justiça, na França.
5
A ciência e suas redes
Primeiro comentário
2
Em inglês: “Building Blocks”. O termo parecerá um pouco estranho em certas frases
do texto. O autor quer passar a idéia de que determinados elementos, aparentemente
simples, da estrutura do laboratório podem resultar de processos bastante complicados.
6
O laboratório e suas redes
A simplicidade destes elementos não é mais que aparente. São simples “tijolos” na
construção de uma “rede”. Para traduzir “building blocks”, utilizaremos indiferente-
mente expressões como “Elementos Constitutivos” ou “Elementos de Base”. (NdT fran-
cês)
3
No que diz respeito às relações entre os cientistas e suas redes de fornecimento, ver
Callon (1986).
7
A ciência e suas redes
lhas -, as coisas não funcionam mais por si só. Os animais não satisfa-
zem por causa deste ou daquele defeito particular, ou ainda não foram
fornecidos em número suficiente. As transações entre o biotério e o labo-
ratório são mais complexas que as existentes entre este e a companhia
de Eletricidade. Mesmo que Rose não se interesse, por exemplo, pelo
modo necessário para manter a temperatura correta no biotério, ela pode
muito bem discutir com os técnicos deste, os procedimentos a serem se-
guidos a fim de verificar se as ratas entregues para certas experiências
estão efetivamente prenhes. A rede do laboratório mobiliza o biotério e
isto sem entrar em negociações constantes. Mas esta mobilização, por
menos complexa que seja, não se reduz a uma simples transação.
10
O laboratório e suas redes
Segundo comentário
11
A ciência e suas redes
12
O laboratório e suas redes
Trabalhar os materiais
Terceiro comentário
16
O laboratório e suas redes
17
A ciência e suas redes
Trabalhar os números
19
A ciência e suas redes
A partir desta apresentação, é que ela pode afirmar ter feito desco-
bertas sobre a afinidade de diferentes polímeros para diferentes tipos de
tecidos orgânicos. Ela produziu resultados partindo de seus dados bru-
tos.
Quarto comentário
Obviamente, isto não quer dizer que seja fácil trabalhar com esses
traços. Como ratos, eles são perfeitamente capazes de resistir aos esfor-
ços de Rose para lhes dar forma. Mesmo os recursos aritméticos não
tornam os números inteiramente maleáveis. Eles ainda podem, ao final
do processo de transformação ao qual são submetidos por Rose, reve-
lar-se como elementos relutantes que não se podem integrar de modo
satisfatório na etapa ulterior de seu trabalho, ou seja, a redação de um
artigo destinado à demonstração. Porém, neste caso, é mais fácil lidar
com eles do que com a heterogeneidade dos ratos e elementos diversos
que fazem parte da bancada. A luta foi simplificada porque o suporte da
relação destes elementos mudou. Ao mesmo tempo, muitas coisas, evi-
21
A ciência e suas redes
Comparando os números
23
A ciência e suas redes
Quinto comentário
25
A ciência e suas redes
26
O laboratório e suas redes
Sexto comentário
27
A ciência e suas redes
28
O laboratório e suas redes
29
A ciência e suas redes
laboratório, não pode ser comprado pronto para uso e devem ser elabo-
rados no próprio laboratório. Dispositivos físicos são construídos em vista
de criar estes novos elementos.
esboça artigos que contribuirão (ao menos é o que espera) para os de-
bates em curso. Entretanto, a teoria e a experiência não constituem
mundos separados. Elas juntas fazem parte - e materialmente - da mes-
ma rede heterogênea. Se a dissecação de ratos for distinguida do de-
senvolvimento de um argumento escrito, então esta distinção deve estar
ligada à natureza dos materiais mobilizados, ao invés de erigida em opo-
sição absoluta entre o domínio do cognitivo e o do físico.
31
A ciência e suas redes
Referências bibliográficas
32