Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Os termos empregados na presente tradução são os mais freqüentemente utilizados no Brasil, porém
algumas expressões idiomáticas regionais podem ser diferentes para designar mesmos equipamentos, espaços
físicos ou procedimentos. Estes termos, na sua forma em português, são apresentados conforme a grafia
apresentada no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetiva, 2001. (N. do T.)
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 2
CONFIGURAÇÃO DO ESPAÇO
Uma fonte de água e uma área com pia são necessários em qualquer laboratório e
alguns equipamentos devem ser instalados levando em conta o acesso à pia. Equipamentos
grandes, como uma capela, serão colocados onde houver espaço, geralmente espremidos
em lugares que parecem improváveis.
Muitos laboratórios são organizados em áreas de trabalho funcionais e cada área
pode ter as suas próprias regras. Sempre deve haver uma área para cultura de tecidos,
onde é feita somente a cultura de células e onde trabalhos com bactérias ou fungos são
veementemente proibidos. A capela de fluxo laminar é o centro deste local de trabalho.
Neste tipo de área, você pode encontrar um microscópio invertido e um microscópio
padrão, incubadoras de CO2, uma centrífuga de baixa rotação e uma microcentrífuga, um
refrigerador e um local para o estoque de tubos, de pipetas e de frascos e placas de cultura.
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 4
Muitos laboratórios têm uma área para preparação de reagentes. Aqui são
encontrados os suprimentos e equipamentos para pesar substâncias químicas e as soluções
com pH para os tampões necessários para os experimentos.
Outras unidades funcionais geralmente encontradas são para microscopia,
eletroforese, radioatividade, cultura de bactérias, ou para preparo de meios e de
placas.
Figura 1.
A bancada do laboratório. Legenda: (1) Espaço. A área entre as bancadas é uma entidade
mais psicológica do que física; compartilhar um espaço com alguém é uma relação estreita
e muitas vezes íntima. Equipamentos tendem a ser compartilhados nestes espaços,
reagentes são emprestados e cedidos, favores são pedidos, estórias são contadas. Seja legal
com o seu companheiro de espaço. (2) Tampões e outros reagentes. Depois de serem
autoclavados, a maioria dos tampões são estocados em temperatura ambiente. Estes
pertencem ao dono da bancada e não devem ser tocados sem permissão. (3) Escrivaninha.
As escrivaninhas, particularmente em laboratórios antigos, podem não ser parte da bancada
do laboratório, mas podem ser encontradas em qualquer lugar onde haja espaço. Muito
poucas escrivaninhas são encontradas em alguns laboratórios, pois ao contrário, existem
outras salas cheias delas para todos os estudantes e/ou pós-docs. Às vezes, nem todos
ganham uma escrivaninha, mas devem usar a biblioteca do departamento ou a sala de
reuniões para ler ou escrever em seus cadernos de anotações. Porém, geralmente as
escrivaninhas são encontradas na extremidade da bancada e contra a parede. (4) Chapa
quente. Usada para aquecer líquidos. Amostras são normalmente fervidas num béquer
sobre uma chapa quente. Perigos: Queimaduras, transbordamento de líquidos ferventes.
Alternativas: Banho-maria, microondas. (5) Bico de gás (também conhecido como bico
de Bunsen). Vital para técnicas de assepsia e para aquecer frascos e alças. Conectado ao
encanamento de gás. Feche depois de usar. Alternativas: Esterilizadores de alças elétricos
e alças plásticas descartáveis. (6) Forma de gel. Recipientes plásticos utilizados para correr
géis de proteínas, DNA ou RNA. Eles variam em tamanho desde mini-géis até géis de
seqüenciadores. (7) Microcentrífuga. Uma centrífuga pequena para uso em cima da
bancada com rotação de aproximadamente 12.000 g para volumes até 2 ml. Usada para
peletizar células, precipitar DNA... um cavalo de batalha. Alguns modelos são
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 5
refrigerados, mas a maioria não. Algumas unidades são mantidas num refrigerador ou na
câmara fria. Alternativas: Adaptadores podem ser usados em grandes centrífugas e
rotores. (8) Pipetadores. Instrumentos usados para medir e transferir pequenas volumes de
líquidos. (9) Fonte elétrica. Usada para correr eletroforese e fazer transferências de géis
para filtros. O manuseio descuidado pode provocar choques. Nem todas as fontes realizam
todos os tipos de tarefas, portanto esteja seguro de estar usando a fonte correta para o seu
trabalho. (10) Caixa de ponteiras. Os pipetadores requerem o tamanho correto de ponteira
para dispensar os fluidos de forma acurada. Estas ponteiras são geralmente autoclavadas
antes do uso e depois são descartadas. (11) Vórtex. Usado para misturar o conteúdo dos
tubos. Podem ter um adaptador para múltiplos tubos. Alternativas: Rotativa, agitador.
Figura 2.
Área da pia, centrífuga, capela. Legenda: (1) Armários. Ácidos, bases ou solventes
orgânicos são estocados em áreas comuns dentro do laboratório. (2) Centrífuga. Faz a
rotação de tubos cheios de misturas entre sólidos e líquidos, separando (espera-se) a
mistura em fases distintas e concentrando as fases sólidas. Existem vários tipos de
centrífugas, categorizadas pela velocidade e pelo tamanho dos tubos que comportam.
Alternativas: Não há alternativa prática. A filtração pode remover o meio sólido de alguns
materiais. Perigos: Geração de aerossóis e falhas mecânicas. Aerossóis de material
contaminante ou tóxico podem ser produzidos se boas técnicas de laboratório e de
segurança na centrífuga, bem como boa qualidade dos tubos não forem utilizados ao
centrifugar este tipo de substâncias. Uma falha mecânica pode produzir fragmentos
lançados a grande velocidade e, se estes fragmentos não forem contidos pelo bojo da
centrífuga, eles podem causar ferimentos traumáticos nas pessoas. (3) Detergentes. Neste
local existem vários tipos de detergentes e substâncias limpadoras: para as mãos, para a
vidraria e para radioatividade. (4) Estante de secagem. Após a lavagem, béqueres e outros
materiais são colocados aqui. (5) Freezer -20°C. Usado para estocar soro, a maioria das
enzimas, reagentes. No laboratório sempre há muitos freezers. (6) Capela para vapores
químicos. O ar é colocado para fora da capela, fazendo com que esta seja o lugar de
escolha para trabalhar com substâncias voláteis como clorofórmio e fenol-clorofórmio. A
marcação radioativa de materiais voláteis é feita em algumas capelas que tenham sido
preparadas para esta finalidade. Se isto é o que ocorre com a capela que você está usando,
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 6
certifique-se da radioatividade usando um contador Geiger. (7) Papel toalha. Usado para
secar as mãos e o tampo da bancada e, algumas vezes, para anotar dados. Reponha o
estoque se você tiver usado as últimas folhas. (8) Pia. Mantenha a pia livre para o descarte
e para o trabalho. Tenha cuidado com o que você derrama na pia. Sobrenadantes de células
e bactérias não devem ser descartados aqui, nem substâncias químicas perigosas. (9)
Unidade purificadora de água. A água da torneira não deve ser usada para a maioria das
aplicações de laboratório. Através de destilação ou osmose reversa e troca iônica, a
unidade remove partículas e outras impurezas da água. Alternativas: Água purificada
pode ser comprada em quantidades pequenas de 500 ou 1000 ml.
Figura 3.
Área de cultura de tecidos. Legenda: (1) Descarte de lixo contaminado. Qualquer coisa
viva ou qualquer coisa usada para manter alguma coisa viva deve ser autoclavada antes de
ser descartada. (2) Gabinete de biossegurança. Algumas vezes chamado casualmente de
capela ou capela de fluxo laminar, este equipamento tem um fluxo de ar forçado para
minimizar a entrada de partículas ou organismos dentro de sua área de trabalho. Capelas de
fluxo laminar devem estar sempre ligadas. (Veja Capítulo 8) Alternativas: Se uma capela
de fluxo laminar não é necessária - se não há risco biológico associado ao material de
trabalho - um local sem corrente de ar ou sem exaustão pode ser usado para cultura de
tecidos. (3) Incubadora com CO2. Usada principalmente para cultura de tecidos, o CO2 é
insuflado dentro de uma incubadora para aqueles organismos que necessitam CO 2 ou para
manter o pH de um meio de cultura. Observação: O alarme tocando pode indicar que é
necessário completar reservatório de água ou que há falta de CO2. Alternativas: O CO2
pode ser bombeado ou gerado num recipiente e incubado na temperatura correta. Um
tampão como HEPES num sistema fechado pode ser usado ao invés de CO 2 para manter o
pH de algumas culturas. (4) Contador de células (também conhecido como contador
coulter). Conta eletronicamente células ou partículas. Alternativas: Uma câmara de
contagem pode ser usada em um microscópio para contagens manuais de células. (5)
Cilindros de gás. Os gases pressurizados têm muitos usos no laboratório, tais como CO2
para incubadoras ou nitrogênio para romper células. A maioria dos cilindros de gás em uso
têm um regulador conectado à válvula, que é usado para fechar o tanque e regular a saída
do fluxo de gás. O tanque deve ser sempre amarrado ou acorrentado a uma parede quando
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 7
Figura 4.
Área de pesagem e de medição de pH. Principal: (1) Ácidos e bases. Ácidos e bases
concentrados e diluídos são usados para ajustar o pH das soluções. (2) Balança. Uma
escala usada para a pesagem. Existem vários tipos, sendo a mais utilizada a balança
horizontal para pesar sólidos e líquidos. Uma balança de dois pratos é geralmente utilizada
para pesar tubos a serem centrifugados e uma balança analítica é usada para pesar
acuradamente pequenas quantidades, geralmente menos do que um grama. (3) Placa
quente misturador. Às vezes, quando se faz soluções, é necessário um pouco de calor ao
mesmo tempo em que os reagentes são misturados. Alternativas: Misturar manualmente
em cima de uma placa quente. (4) Peagômetro. Usado para medir e ajustar a concentração
de H+ de uma solução. Alternativas: Papel de pH, adição de ácido e base determinada por
cálculo, mas nenhuma alternativa prática. (5) Espátulas e colheres. Instrumentos de metal
ou de plástico para transferir sólidos de um recipiente para um prato para pesagem.
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 8
Geralmente são guardadas numa gaveta com os pratos para pesagem e as bastões para
misturar. (6) Reagentes de estoque. Suprimento de substâncias químicas a ser utilizado
para fazer soluções e mantidos por conveniência perto da área de preparação. (7) Frasco de
lavagem. Uma garrafa plástica com um bico para regar com água o eletrodo do
peagômetro. (8) Pratos para pesagem, papel para pesagem. Os sólidos devem ser
colocados num suporte, como um prato para pesagem ou papel para pesagem, antes de
serem colocados na balança para serem pesados.
Figura 5.
Sala de equipamentos. Legenda: (1) Secador de gel. Depois da eletroforese, os géis são
secados à vácuo para permitir a auto-radiografia. Alternativa: Secador de filme ou apenas
vácuo. (2) Ultrafreezer (geralmente -70°C). O freezer pode ser vertical ou horizontal.
Usado para estocar bactérias, reagentes e amostras. Perigos: Queimadura por frio. Use
pelo menos uma luva de látex quando estiver manipulando amostras de um freezer -70°C.
Nunca ignore o alarme de um freezer, pois o descongelamento pode não apenas destruir o
trabalho de anos, mas pode também provocar risco biológico. Alternativas: Nitrogênio
líquido para culturas de células e de bactérias. (3) Bomba. A bomba de vácuo é a bomba
mais comumente encontrada num laboratório e é usada para ser conectada em
liofilizadores e secadores de gel. Observação: Dê mais atenção para aquelas bombas que
necessitam de óleo, especialmente evite a entrada de fluidos dentro da bomba. Para
prevenir que substâncias voláteis de uma reação ou destilação entrem na bomba e dali
saiam para o ambiente do laboratório, um coletor (cheio de nitrogênio líquido ou gelo
seco) pode ser instalado entre o equipamento e a bomba. Modelos novos de bombas não
requerem óleo. (4) Ultracentrífuga. É uma centrífuga que pode chegar a velocidades de
100.000 rpm; é usada para separar ou peletizar pequenas moléculas como vírus e
organelas. Como podem ser alcaçadas velocidades tão altas, esta centrífuga deve ser usada
com muita cautela para evitar acidentes. (5) Contador de cintilações. Quantifica radiação
beta em amostras. Os isótopos que geralmente são contados são 3H, 32P e 14C.
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 9
para aerar bactérias em crescimento, prateleiras para empilhar placas com meio semi-
sólido e talvez garrafas para o crescimento de hibridomas e outras linhagens de células.
Alguns departamentos juntam as escrivaninhas
A cafeteira pode ser o
em uma sala chamada de sala de estudos, ao invés de
equipamento mais controverso
deixá-las espalhadas dentro do laboratório de trabalho.
do laboratório! Descubra e
Tipicamente, os estudantes de pós-graduação - e,
siga as regras, que sempre são
especialmente, os estagiários - e pós-docs têm suas
extensas e envolvem tópicos
escrivaninhas aqui. Nesta sala estão os computadores
sensíveis tais como
de uso geral e um microondas para ser usado para
pagamento, reposição de
comida apenas. As salas de estudo são previstas para
suprimentos e limpeza.
ser lugar de trabalho, mas tendem a ser um ambiente
Basicamente, faça mais café
social e os colegas de escrivaninha precisam ser
quando você tiver terminado o
adaptáveis e ter consideração uns com os outros.
que já havia, limpe as coisas
A biblioteca do departamento ou da unidade
você mesmo e não deixe a
possui os exemplares mais recentes e anteriores dos
cafeteira ligada a noite inteira.
periódicos especialmente relevantes, bem como livros-
texto e manuais. A biblioteca pode ser tanto uma sala de reuniões como o único lugar do
departamento onde você pode fazer e tomar café. A máquina copiadora muito
provavelmente estará aqui.
Figura 6.
A cozinha. Legenda: (1) Autoclave. Faz a esterilização do material através de vapor
saturado sob pressão. É usada para esterilizar a vidraria, os meios e os tampões antes destes
serem usados, bem como para esterilizar o lixo contaminado antes de ser descartado.
Perigos: Queimaduras. Espere até que o vapor tenha saído da câmara antes de tirar algo ou
antes de olhar dentro da autoclave. Alternativas: Líquidos podem ser esterilizados por
filtração. Vidros e plásticos podem ser tratados com radiação, mas poucos lugares têm
capacidade de fazer isto. (2) Caixa de gelo seco. O gelo seco é entregue uma ou duas vezes
por semana e é mantido dentro de uma caixa onde pode ser quebrado em pedaços
conforme o necessário. Um martelo e luvas devem estar ao lado da caixa. Sempre use
luvas para transferir pedaços de gelo seco. (3) Lavadora de vidraria. Lava e seca a vidraria
do laboratório. (4) Máquina de gelo. O gelo é feito constantemente à medida que o gelo é
retirado. Remova o gelo com uma pá, não com seu balde de gelo. Nunca coma este gelo!
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 11
As pessoas podem utilizar baldes de gelo ou outros recipientes contaminados para remover
o gelo e, assim, pode facilmente haver substâncias perigosas no gelo. (5) Lavador de
pipetas. Utiliza água circulante para lavar as pipetas de vidro que não são descartáveis. As
pipetas podem ser amarradas e colocadas dentro de um recipiente que fica na cozinha.
Figura 7.
A sala escura. Legenda: (1) Gavetas. Filmes de raios X e Polaroid são guardados nas
gavetas. Mesmo que os filmes de raios X estejam empacotados, não abra a gaveta a menos
que a sala esteja escura ou que a lâmpada de segurança esteja acesa. (2) Câmera Polaroid.
O filme Polaroid permite que se faça uma foto de cada vez, que é processada
imediatamente. O uso mais comum é para a documentação de géis cujas bandas foram
coradas com brometo de etídio e são visualizadas sobre uma caixa de luz. Alternativas:
Sistemas de imagem digitais. (3) Lâmpada de segurança. É uma lâmpada vermelha que
não expõe os filmes, mas fornece luz suficiente para que se possa ver. Geralmente é
acionada por uma chave quando se entra na sala escura. Certifique-se qual a chave que liga
a lâmpada de segurança e qual a que liga a lâmpada normal. (4) Porta giratória. Esta porta
permite a entrada e saída da sala sem que entre luz de fora. Fique de pé na abertura e
lentamente empurre a porta ao redor até que possa entrar ou sair. Esteja certo que não há
ninguém dentro da sala antes de ligar a luz. (5) X-OMAT. Processa filmes de raios X
usados para autoradiogramas. Alternativas: Processamento manual dos filmes expostos. O
“phosphorimager” pode ser usado para documentar a radioatividade sem a exposição em
filme. (6) Transluminador de UV ou caixa de luz. Para a visualização de ácidos nucleicos
corados com brometo de etídio e para a manipulação de géis. Perigos: Olhos e pele podem
ser queimados. Sempre use óculos ou protetores de olhos, a menos que a caixa tenha
protetor. Use um protetor para a face enquanto manipula o gel, pois ela poderá ser
facilmente queimada. Quando estiver cortando bandas do gel, a área dos pulsos entre as
luvas e o avental é particularmente vulnerável a queimaduras. Alternativas: uma lâmpada
UV de mão.
Figura 8.
Câmara fria. Legenda: (1) Colunas. Contêm a matriz sólida usada para cromatografia.
Elas podem ser finas como um dedo e quase tão compridas quanto a altura da câmara. (2)
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 12
OUTROS EQUIPAMENTOS
Figura 9.
Coisas que misturam e agitam. Principal: (1) Estufa com agitador. Usada para
hibridização de membranas de transferência, acomoda as bandejas e permite o ajuste de
velocidade e agitação. (2) Nutator. É uma plataforma motorizada que promove leves
guinadas para misturar. Bom para placas de microtiter. (3) Rotatória. Uma roda giratória
que é muito boa para cultura de bactérias. (4) Incubadora com agitador. Usada
principalmente para o crescimento de bactérias, esta incubadora agita os frascos ao mesmo
tempo que mantém a temperatura. Alternativas: Um agitador na sala da estufa. (5)
Agitador com banho. Geralmente usado para hibridizações, também pode ser usado para
microorganismos. A temperatura e a velocidade de agitação podem ser controladas. (6)
Misturador. Estas placas podem ser quentes ou magnéticas, mas geralmente são ambas,
podendo misturar ao mesmo tempo que aquecem. São usadas para esquentar e misturar
líquidos e são mais provavelmente encontradas perto do peagômetro.
Recíproco. Movimento para frente e para trás para a mistura vigorosa de frascos
e funis de separação em aplicações químicas.
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 14
Balanço. Movimento gentil para cima e para baixo para o cultivo de células e
para corar/descorar géis.
Figura 9B.
Movimentos de agitadores e incubadoras. Alguns movimentos são melhores do que outros
para uma aplicação em particular, mas muitos equipamentos podem ser adaptados para se
ajustar ao que você precisa.
Figura 10.
Coisas para quantificar. Legenda: (1) Computador. Os computadores são parte da maioria
dos novos equipamentos de quantificação e permitem o ajuste fino do experimento e a
completa análise dos dados. Eles são indispensáveis para a geração de manuscritos,
gerenciamento e armazenamento de dados e para a comunicação eletrônica. (2) Contador
Geiger (câmara de ionização). Perigos: Certifique-se que a sonda está limpa (não
radioativa) ou o mostrador pode lhe assustar fazendo-o pensar que você e tudo ao seu redor
está contaminado, quando na verdade o contador é que está. Observação: Existe um
mostrador sensível que, se estiver na posição mais alta, pode fazer leituras aparentemente
altas que pode parecer que está acontecendo a Síndrome da China. Alternativas: Embora
um contador gama ou beta possam ler um teste de contato, não existe uma alternativa
prática para a monitoração de uma área de trabalho. (3) HPLC. Cromatografia
automatizada e pressurizada. A cromatografia líquida de alta performance (HPLC) é usada
para a separação e análise de moléculas e compostos. As colunas, que são a alma do
sistema e que devem ser manipuladas com muito cuidado antes, durante e depois do uso,
podem ser usadas para dezenas de aplicações específicas. Bomba, detetor, coletor, injetor e
computador facilitam a manipulação e a análise das amostras. O HPLC é mantido a
temperatura ambiente e o FPLC é geralmente encontrado na câmara fria ou num
refrigerador para cromatografia. Alternativas: A cromatografia gravitacional com um
coletor de frações é uma alternativa para algumas aplicações. (4) Leitor de microplacas ou
leitor de placas. Basicamente, é um espectrofotômetro que pode testar a luz emitida
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 15
através ou por amostras em placas (geralmente placas de 96 poços) e é usado para ensaios
colorimétricos como ELISA, citotoxicidade, proliferação celular e determinação de
proteínas. Muitos têm adaptadores para outras placas que não as de 96 poços. Alternativa:
Leitura amostra por amostra num espectrofotômetro. (5) Phosphoimager. A auto-
radiografia é realizada pela exposição de gel, membrana, placa de TLC ou tecido
radioativos a uma tela fosforescente, induzindo a formação de uma imagem que é coletada
e digitalizada. Esta imagem, então, é quantificada e analisada por um computador. Os
tempos de exposição são bem menores do que num filme padrão de auto-radiografia. Um
departamento pode compartilhar um phosphoimager, mas cada laboratório ou investigador
geralmente adquire suas próprias telas fosforescentes. Alternativas: Auto-radiografia em
filmes de raios X. (6) Espectrofotômetro (“spec”). Mede a transmitância da luz através de
soluções. Usado para curvas de crescimento, determinação da concentração de DNA e
RNA e ensaios colorimétricos. Os espectrofotômetros podem variar drasticamente em
tamanho, forma e complexidade. Leituras de luz visível e luz UV requerem tipos diferentes
de cubetas. Alternativa: Tubos de Klett e leitores para culturas de bactérias.
Figura 11.
Coisas que mantêm ou alteram a temperatura. Legenda: (1) Banho seco. Amostras (tubos)
em blocos de metal em módulos, podem ser aquecidos acima de 100°C. (2) Placa quente.
usada para aquecer pequenas quantidades de líquidos. (3) Incubadora. Mantém uma
temperatura selecionada. As incubadoras são usadas para culturas de células e de bactérias
e podem estar conectadas ao encanamento de gás. Outras incubadoras são utilizadas para a
preparação de amostras, como os filtros de hibridização. A maioria das incubadoras são
dedicadas a uma determinada temperatura. Nunca troque o ajuste de temperatura de uma
incubadora do laboratório sem consultar outras pessoas ou sem deixar um aviso, se este for
o costume. Alternativa: Sala estufa. (4) Incubadora de hibridização. A temperatura é
mantida ajustada e os tubos são movidos por rotação para agitar levemente as amostras,
que podem ser colônias suspendidas, Northerns, Southerns e Weterns blots. Observação:
Esteja certo de que os tubos estavam limpos antes do uso. Alternativas: Os filtros podem
ser colocados em placas e balançados numa incubadora ou num banho com agitadores. (5)
Microondas. O principal uso do microondas no laboratório é o de derreter a agarose usada
para preparar os géis de eletroforese. Perigos: As soluções de gel de agarose contêm
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 16
Figura 12.
Aparelhos que provocam alterações. Legenda: (1) Sintetizador de DNA. Oligonucleotídeos
para seqüenciamento e mutagênese podem ser feitos por um laboratório ou departamento,
geralmente quando existe uma pessoa dedicada a operar a máquina. Alternativas:
Nucleotídeos prontos podem ser encomendados de várias empresas. Perigos: Os solventes
usados são poderosos e as garrafas vazias devem ser descartadas com cuidado. (2)
Eletroporador. O eletroporador parece com uma fonte elétrica e, basicamente, é isto
mesmo. A eletroporação é um processo que aplica um campo elétrico em uma célula por
um breve período de tempo, causando temporariamente pequenas aberturas nas membranas
da célula, através das quais moléculas podem ser introduzidas no seu interior. Seu uso
principal é o de transformar bactérias e transfectar células eucarióticas com DNA exógeno.
Perigos: Esta é uma máquina de alta voltagem; não use sem instruções. Alternativas:
Existem vários métodos químicos e físicos para transformação e transfecção. (3) Sonicador
(também conhecido como processador ultra-sônico). Os sonicadores são utilizados para
romper e fragmentar substâncias biológicas através da emissão de ondas sonoras potentes e
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 17
de alta freqüência. Por exemplo, eles podem ser usados para lisar células ou para cortar
DNA. Existem dois tipos básicos: banho ou sonda; sonicadores de sonda geralmente são os
mais potentes. Perigos: As sondas de sonicadores podem causar danos no ouvido, portanto
use sempre protetores de orelha. Observação: Quanto menor for o diâmetro da ponta, mais
concentrada é a intensidade. Mantenha a ponta sempre limpa, pois ela pode ser danificada.
Alternativas: Fazer passar o material para dentro e para fora de uma seringa pode não ser
tão efetivo, mas às vezes resolve. Bombas de cavitação com nitrogênio, detergentes,
agentes caotrópicos e enzimas podem ser usados para lisar células. (4) UV crosslinker. O
uso principal é o de ligar ácido nucleicos a membranas. Também pode ser usado para
mutagênese e para eliminar contaminação em PCR. Observação: Parece um microondas.
Alternativas: As membranas podem ser aquecidas.
USO DO EQUIPAMENTO
REGRAS BÁSICAS
Peça uma demonstração do uso do um equipamento, mesmo que seja tão mundano
quanto um peagômetro, para um dos membros do laboratório. Pelo menos, observe
cuidadosamente enquanto uma pessoa usa o equipamento ou pergunte se há alguma
regra particular para o seu uso. E anote os procedimentos! Você deve ser capaz de
medir o pH durante os seus sonhos com o peagômetro do seu laboratório anterior (que,
por acaso, é o mesmo modelo do seu novo laboratório), mas você não sabe se neste
laboratório prefere-se deixar o eletrodo em tampão ou água, se as pessoas têm turnos
para fazer os ácidos e as bases usados para ajustar o pH, onde colocar as barras de
agitação depois de terminar... detalhes que, se ignorados, podem deixar loucos outros
membros do laboratório.
Lave, devolva, limpe, desligue apropriadamente cada equipamento que você usar. Não
mude os ajustes. Não force os botões ou alavancas que não querem se mover. Não
ignore alarmes e lâmpadas piscando.
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 18
Você precisa PENSAR sobre o equipamento que usa. O equipamento é uma parte
importante do seu experimento e o seu uso incorreto irá afetar os seus dados algumas vezes
de maneira não muito óbvia. Sem pensar um pouco sobre a função do equipamento que
está usando, você não terá pistas de por quê um alarme dispara de repente, ou o que fazer
quando a lâmpada queimou. Alguns problemas para os quais um pouco de reflexão pode
ajudar:
As leituras de densidade óptica no espectrofotômetro são zero. Talvez a lâmpada
não esteja ligada, às vezes uma coisa que precisa ser feita além de ligar o aparelho. Você
pode ter escolhido o comprimento de onda errado. Você pode estar usando cubetas
inapropriadas (nem todas as cubetas transmitem todos os comprimentos de onda da luz).
Você pode ter colocado a cubeta no suporte errado.
O meio cobrindo as células na incubadora de CO 2 tornou-se arroxeado, indicando
que o pH aumentou drasticamente. O CO2 pode ter acabado. O reservatório que provê
umidade pode estar vazio (de onde você pensa que a umidade vem?) e, sem umidade, as
leituras de CO2 podem ser aberrantes.
Você não consegue ver nenhuma luz numa lâmina de uma amostra obtida de uma
ferida de um paciente e que foi corada com Gram. A fonte de luz pode estar queimada ou
o diafragma do condensador pode estar fechado. O potenciômetro que controla a
intensidade de luz pode estar no nível mínimo. A objetiva pode não estar na posição
correta, impedindo a passagem de luz para a ocular. Uma câmera pode estar conectada ao
microscópio e a luz estar sendo transmitida para ela e não para a ocular.
1. Identifique a origem do alarme. Faça isto, mesmo que você tenha de entrar em outro
departamento ou laboratório. Não o desligue até que você saiba o que deve ser feito.
2. Notifique a pessoa responsável pelo equipamento. Pergunte pelo laboratório ou
consulte uma lista (se houver uma lista com os responsáveis do laboratório) para
descobrir que é. Se a pessoa responsável está em casa, chame-a, mesmo que seja às 3
horas da madrugada. Assim que a pessoa for encontrada, você pode relaxar, mas fique
por perto caso sua ajuda seja necessária.
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 20
3. Se você não encontrar a pessoa responsável, ache alguém que saiba mais do que
você. Acredite ou não, talvez isto não seja possível! Mas tente.
4. Se só sobrou você para lidar com o alarme:
Primeiro, decida se isto é uma questão de segurança. Um exemplo disso pode ser
qualquer avaria de equipamento que tenha resultado em derramamento de material
radioativo. Chame a Segurança Ambiental e de Saúde e o responsável pela
segurança do laboratório. Outro exemplo pode ser um perda de balanço evidente
numa ultracentrífuga, para isto você deve chamar o responsável pela segurança do
laboratório. Não tente resolver por você mesmo um problema perigoso com um
equipamento.
Decida se isto é uma emergência do laboratório. Um exemplo disso pode ser um
aumento de temperatura num freezer -70°C,
A menos que você consiga
que pode destruir a pesquisa de todo o
imediatamente controlar a
departamento. Você provavelmente não está
situação, deixe fechados os
apto a lidar com o problema sozinho.
dispositivos de temperatura e
Chame o responsável pela segurança do
pressão. Isto irá manter estável a
laboratório.
temperatura ou a mistura do gás
Veja se isto é uma emergência de um
por horas, talvez durante uma
experimento. Os resultados de alguém serão
noite.
arruinados? Examine o material envolvido
para descobrir o nome do pesquisador e chame-o se você conseguir identificar o
dono do material. Se não conseguir, confira o experimento para decidir onde
colocar o material (veja o Capítulo 8, Estoque e Descarte). O problema com o
equipamento pode ser resolvido depois.
Se não for nenhuma crise, desligue o alarme, coloque um aviso no equipamento
para que ninguém conte com ele para um experimento e deixe uma mensagem para
a pessoa responsável.
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 21
FONTES DE CONSULTA
Biochemical Resources
Telefone: (517) 381-8269
http://biores.com (Este site é um banco de dados de produtos químicos, bioquímicos e
de laboratório, que permite buscas).
BioSuppiyNet Source Book,
Endereço: BioSupplyNet, Inc., 10 Skyline Drive, Plainview, New York 11803.
Telefone: (516) 349-5595
Fax: (516) 349-5598
http://www.biosupplynet.com (O BioSupplyNet Source Book é u diretório de
fornecedores e de equiapamentos para pesquisa biomédica. O site permite a busca por
palavras-chave relativas a nomes de produtos ou categorias.)
Chen T. 1997. Glossary of microbiology.
http://www.hardlink.com/~tsute/glossary/index.html
Lackie, J .M. and Dow J .A. T., eds. 1995. The dictionary of cell biology, 2 ed. Academic
Press, London.
Também disponível no formato interativo em:
http://www.mblab.glac.ac.uk/~ Julian/Dict.html
SciQuest
Endereço: Research Triangle Park, North Carolina 27709-2156
Telefone: (919) 786-1770
Fax: (919) 782-3128
http://www.sciquest.com/catalyst/welcome.cgi (Este site também permite buscas por
palavras-chave e pedidos automáticos aos vendedores.)
UW GenChem Pages, University ofWisconsin-Madison, Department of Chemistry:
http://genchem.chem.wisc.edu/labdocs/labdrwr/labequip.htm
Na Bancada - Kathy Barker Capítulo 2 23