Você está na página 1de 3

CURSO DE DISCIPULADO

2ª. AULA
O HOMEM – SEU ESTADO NA CRIAÇÃO E SEU ESTADO ATUAL

1. INTRODUÇÃO:

O homem e a mulher foram criados por determinação e atuação Divina direta (Gn 1:26-27;
2:7; 2:22; Sl 94:9), e o próprio Deus declara a Sua autoria (Êx 4:11; Is 43:7; 45:12), não sendo o
ser humano fruto da “evolução das espécies”.

A maneira simplista de a Bíblia relatar esta criação deve-se ao fato de que até hoje não
existe mente humana capaz de suportar uma explicação física, química, matemática e
científica. O propósito de Deus, ao inspirar o relato da criação, foi mostrar o Criador e não dar
lições de ciências exatas e humanas.

2. O HOMEM – SEU ESTADO NA CRIAÇÃO.


O homem e a mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus, foram criados puros
e retos (Gn 2:25; Ec 7:29), tendo recebido poder para dominar a natureza e influir nela (Gn
1:28-30; Sl 8:3-8), sendo-lhes delegada liberdade, orientação e responsabilidades (Gn 2:15-17).

3. O HOMEM – SEU ESTADO ATUAL.


O pecado contaminou todos os aspectos da vida do ser humano e que a sua influência
altera tudo o que ele pensa, diz e pratica.

Agora todo homem possui uma natureza moral refletida na sua consciência, sabendo
distinguir por si só entre o bem e o mal (Gn 3:22) entre o amor e o ódio (Gn 4:8). E que a Lei de
Deus está gravada em cada consciência (Rm 2:14-15).

O pecado colocou o ser humano diante de Deus na mesma condição que o criminoso está
para a justiça do País. (Mt 5:21-22; Mc 3:29; Rm 3:19; Tg 2:10).

O ser humano, é livre para escolher entre a obediência a Deus e a desobediência, tentado
pela “antiga serpente, chamada o diabo e Satanás” (Ap 12:9), deu entrada ao pecado em seu
coração, perdendo a sua pureza original e corrompendo todo o seu ser, com todas as terríveis
conseqüências desse novo estado pecaminoso: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que
não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que eu não quero, já não o faço eu, mas o pecado que
habita em mim... Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? ” (Rm
7:19-24).
O pecado escraviza o homem através de uma força maléfica que o imobiliza, tornando-o
cada vez mais incapaz de praticar o bem (Jo 8:34; Rm 7:18-20).

1
3.1. O que é pecado?

Berkhof (1990, p. 235) tem uma definição mais completa. Diz ele que pecado é:

“falta de conformidade com a lei moral de Deus, seja em ato, disposição ou


estado”.

Segundo Pfeiffer;

O pecado não é somente alguma coisa contrária ao que Deus disse que o
homem não deveria fazer, mas é também algo contrário ao que Deus não quer
que o homem faça, com base nos princípios revelados. Dessa forma, uma
definição completa e inclusiva do pecado seria: o pecado é tudo o que é contrário
ao caráter de Deus. Como a glória de Deus é a revelação do seu caráter, o
pecado é uma insuficiência do homem em relação à glória ou ao caráter de Deus
(Rm 3:23) (PFEIFFER, 2009. p. 1485).

O pecado provoca uma terrível separação entre o ser humano e Deus, que se afasta do
ímpio para que ele não seja consumido pela santidade do Senhor (Gn 3:23-24; Is 59:2; Lc 5:8;
Mt 7:23; 25:41; Lc 13:27; 2 Co 6:17; I Jo 2:28), e que, como salário do pecado é a morte, o
pecador está morto espiritualmente (Mt 8:22; Lc 15:24-32; Rm 5:12:21; 6:23; Ef 2:1-5; 5:14; Cl
2:13-15) e que a exclusão definitiva e eterna do pecador da presença de Deus é a segunda morte
(Mt 25:41; II Ts 1:9; Ap 20:11-15).

É impossível ao ser humano, por seu mérito, boas obras e esforço próprio, apagar os seus
pecados e recuperar a pureza perdida, que é indispensável para a sua salvação (Sl 49:6-9).

Além de moralmente perfeito, Deus é Santo. Isto quer dizer que Ele é separado do pecado.
Deus diz que é impossível ao pecador ter comunhão com Ele: “Aquele que tiver pecado contra
mim, a este riscarei do meu Livro” (Êx 32:33). Deus declara ser o Dono de todas as almas e diz
que a própria pessoa responderá diretamente pelo seu pecado: “Eis que todas as almas são
minhas. Como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha. A alma que pecar, essa
morrerá” (Ez 18:4). No entanto, Deus não deseja a morte do pecador: “Vivo eu, diz o Senhor Deus,
que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva.
Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis?” (Ez
33:11).

Para que o pecador arrependido não morresse, Deus estabeleceu no Antigo Testamento um
sacrifício feito com animais, que deveriam ser perfeitos, sem defeitos e sem manchas, para
morrerem no lugar do pecador. Com isto, Deus quis mostrar Sete Verdades:

Que tal sacrifício era um preço de sangue pela sua culpa. “E como a sua oferta pela
culpa, trará ao Senhor um carneiro sem defeito, do rebanho. E o sacerdote fará expiação por ele
diante do Senhor e será perdoado de todas as coisas que tiver feito, nas quais se tenha tornado
culpado” (Lv 6:6-7). O cordeiro “sem mancha e sem defeito”, simbolizava a inocência e pureza,
que eram sacrificadas em favor do pecador (Lv 5:17-19; 6:6-7; 7:1-5).

Que a morte do animal era substitutiva. Ao impor a mão sobre a vítima, o pecador lhe
transferia toda a culpa. “Porá a mão sobre a cabeça da oferta pelo pecado e a imolará no lugar do
holocausto” (Lv 4:29).

Que o resgate do pecado se dava com derramamento de sangue. “Porquanto é o sangue


que fará expiação pela alma” (Lv 17:11b). “E quase todas as coisas, segundo a Lei, se purificam
com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9:22).

2
Que aquele era um sacrifício insuficiente e temporário. A cada novo pecado cometido
pelo Ser Humano, exigia-se o sacrifício de um novo animal. “Ora, todo sacerdote se apresenta
dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem
tirar pecados” (Hb 10:8).

Que aquele era um sacrifício imperfeito. O animal, quadrúpede e irracional, morria


involuntariamente e sem saber o porquê, substituindo o pecador somente no derramamento de
sangue, sendo que jamais poderia substituí-lo como Ser Humano, bípede, inteligente, criado à
imagem e semelhança de Deus: “Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire
pecados” (Hb 10:4).

Que o sacrifício de animais era indesejável. Um dia seria substituído por outro, muito
mais sublime e elevado. O Salmo 40, escrito cerca de 1000 a.C., revela que “Alguém” se
apresentou voluntariamente diante de Deus para fazer o Sacrifício Perfeito e Definitivo:
“Sacrifício e oferta não quiseste. Abriste-me os ouvidos; holocausto e oferta de expiação pelo
pecado não reclamaste. Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu
respeito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu” (Sl 40:6-8).

Que todo aquele ritual do Antigo Testamento apontava para o futuro Cordeiro de
Deus, Perfeito, sem defeito e sem mancha, que viria e morreria como Ser Humano,
voluntariamente, no lugar de cada Ser Humano.

Na próxima aula estudaremos: O Salvador: O Sacrifício Perfeito e Definitivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal: Revista e Corrigida /CPAD - Edição de 1995.

BERKHOF, L. Teologia Sistemática. Campinas: Luz para o Caminho, 1990.

PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wycliffe. Tradução: Degmar Ribas Júnior.
5ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

Você também pode gostar