Você está na página 1de 2

Semestre 2022.2 – valor 200 pontos - Aluna(o):Vitória C.

Mattos Lima
Compreensões teóricas sobre a adolescência: unidade 1.2

De acordo com a demanda apresentada pela paciente Luciana , a teoria que será
aplicada é a do medico e professor Knobel, onde ele afirma que essa fase da
adolescência é considerada como a síndrome normal da adolescência que causa
uma certa crise interna(expelida de forma externa: reclamações constantes, falta de
compreensão, isolamento, tristeza e muitos desentendimentos) no adolescente e
um estresse emocional nos pais.
“ Segundo o autor, o adolescente vivencia instabilidades e
desiquilíbrios extremos, configurando-se no que ele denominou
de ‘síndrome normal da adolescência’, ou seja, “uma entidade
semipatológica [...] que é perturbada e perturbadora para o mundo
adulto, mas necessária [...] para o adolescente, que neste processo
vai estabelecer sua identidade, sendo este um objetivo fundamental
deste momento da vida” (KNOBEL, 1981, p. 9)”.
Esse mesmo autor ressalta também uma necessidade grupal que o adolescente tem
de pertencimento, pontuando assim, a angústia que Luciana passa por não ter uma
permissão por parte dos pais de sair sozinha com os amigos, fazendo-a se sentir
mais ainda solitária. Porém, essa ausência de permissividade dos pais é remetida
por uma outra vertente de Knobel em relação ao luto pelos pais da infância que
insistem em quererem os seus filhos no “ninho” totalmente protegidos por ele com o
medo de perde-los ou de que os filhos tomem decisões maléficas.
“...os quais persistentemente tenta reter na sua personalidade,
procurando o refúgio e a proteção que eles significam,
situação que se complica pela própria atitude dos pais, que
também têm que aceitar o seu envelhecimento e o fato de
que seus filhos já não são crianças, mas adultos, ou estão
em vias de sê-lo. (KNOBEL, 1981, p. 10, grifo nosso).”

Dessa forma, os pais também vivenciam o luto pela perda do corpo infantil dos seus
filhos e da relação de dependência que a infância promovia. Isso é aplicado ao
pensamento da autora Arminda Aberastury, pioneira do movimento psicanalítico na
Argentina:
“...Entretanto, esta dor é
pouco percebida pelo pais, que costumam fechar-se numa
atitude de ressentimento e reforço da autoridade, atitude
que torna ainda mais difícil este processo. (ABERASTURY,
1981, p. 16)”.

Compreendo a necessidade de atendimento psicoterapêutico para todos os


envolvidos nessa problemática, pais e filha, porque ambos precisam melhorar a
percepção e fases que estão passando no momento de forma mais compreensível e
tranquila. Os pais serão encaminhados para terapia grupal, podendo dessa maneira,
ouvirem outros pais que provavelmente passam por questões parecidas e fazendo-
os pensar que há solução e de que eles não estão sozinhos nessa jornada.
Luciana continuará tendo intervenção terapêutica para um melhor entendimento e
acolhimento por essa nova fase e as transformações psíquicas, físicas e
emocionais que vem junto com ela.
Compreensões teóricas sobre a adolescência: unidade 1.3

Com base em todas as questões trazidas no consultório pelos pais e pela


adolescente Luciana é de suma importância o presente relatório para uma melhor
entendimento dessa fase rotulada como “complicada”.
A puberdade é um período que sinaliza a transição da infância para a fase adulta,
sendo essa passagem caracterizada por alterações significativas no corpo. É na
puberdade que surgem os chamados caracteres sexuais secundários e que se
estabelece a capacidade reprodutiva ,ou seja, um período de maturação biológica.
Vale salientar, no entanto, que observa-se também o desenvolvimento não só físico,
como também social e mental.
No âmbito social, os adolescentes querem e buscam grupos de pertencimento com
interesses, gostos e desejos parecidos, a fim de uma identificação menos
conflituosa e mais amigável. É comum também se afastar da família, porque essa já
não lhes satisfaz em relação aos interesses sociais.
Os responsáveis, não aceitando a busca da liberdade deles, acabam tomando
atitudes autoritárias, afastando-os ainda mais do seio familiar. Numa multidão de
transformação é fundamental o estabelecimento da amizade e do diálogo no
convívio familiar e que os pais tentem amenizar as angustias vividas, sendo mais
flexíveis, não perdendo a autoridade, responsabilidade e compreensão por eles.
E aos filhos, cabe salientar a aprendizagem em lidar com o aumento gradual de
suas responsabilidades e possibilidades, compreendendo também, que ainda tem
os pais como responsáveis por ajuda-los nesse caminho da “independência” de
forma livre e não de libertinagem.
Biologicamente como já foi dito mais acima, a adolescente sofre com conflitos,
alterações hormonais e que por vezes é marcada por alteração de comportamento.
Por isso ressalto a atitude dos pais de Luciana de procurarem uma profissional da
saúde mental para analisar, identificar, ressignificar, lidar e compreender os motivos
desses comportamentos e condutas(algumas nocivas) dessa adolescente. Fazendo
com que ela pudesse se sentir livre para falar das suas angustias, anseios, desejos,
incompreensões, medos, feridas, ideias e duvidas em relação a essa fase do
desenvolvimento.

Concluímos que faz-se necessário a continuação do processo terapêutico de pais e


filhos para uma resolução de conflitos menos intensa e com mais aprendizagem,
sensibilidade e comunicação de ambas as partes para que um melhor convívio
familiar seja estabelecido.

Você também pode gostar