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Mattos Lima
Compreensões teóricas sobre a adolescência: unidade 1.2
De acordo com a demanda apresentada pela paciente Luciana , a teoria que será
aplicada é a do medico e professor Knobel, onde ele afirma que essa fase da
adolescência é considerada como a síndrome normal da adolescência que causa
uma certa crise interna(expelida de forma externa: reclamações constantes, falta de
compreensão, isolamento, tristeza e muitos desentendimentos) no adolescente e
um estresse emocional nos pais.
“ Segundo o autor, o adolescente vivencia instabilidades e
desiquilíbrios extremos, configurando-se no que ele denominou
de ‘síndrome normal da adolescência’, ou seja, “uma entidade
semipatológica [...] que é perturbada e perturbadora para o mundo
adulto, mas necessária [...] para o adolescente, que neste processo
vai estabelecer sua identidade, sendo este um objetivo fundamental
deste momento da vida” (KNOBEL, 1981, p. 9)”.
Esse mesmo autor ressalta também uma necessidade grupal que o adolescente tem
de pertencimento, pontuando assim, a angústia que Luciana passa por não ter uma
permissão por parte dos pais de sair sozinha com os amigos, fazendo-a se sentir
mais ainda solitária. Porém, essa ausência de permissividade dos pais é remetida
por uma outra vertente de Knobel em relação ao luto pelos pais da infância que
insistem em quererem os seus filhos no “ninho” totalmente protegidos por ele com o
medo de perde-los ou de que os filhos tomem decisões maléficas.
“...os quais persistentemente tenta reter na sua personalidade,
procurando o refúgio e a proteção que eles significam,
situação que se complica pela própria atitude dos pais, que
também têm que aceitar o seu envelhecimento e o fato de
que seus filhos já não são crianças, mas adultos, ou estão
em vias de sê-lo. (KNOBEL, 1981, p. 10, grifo nosso).”
Dessa forma, os pais também vivenciam o luto pela perda do corpo infantil dos seus
filhos e da relação de dependência que a infância promovia. Isso é aplicado ao
pensamento da autora Arminda Aberastury, pioneira do movimento psicanalítico na
Argentina:
“...Entretanto, esta dor é
pouco percebida pelo pais, que costumam fechar-se numa
atitude de ressentimento e reforço da autoridade, atitude
que torna ainda mais difícil este processo. (ABERASTURY,
1981, p. 16)”.