Você está na página 1de 5

MURRA, John. As Sociedades Andinas Anteriores a 1532.

In:
História da América Latina: América Latina Colonial, I. Trad. Maria
Clara Cescato, ed.2, São Paulo: Edusp & Brasília, DF: Fundação
Alexandre Gusmão, 1998.
Região andina – conquistada por Pizarro um pouco mais de 20
anos depois da invasão da Mesoamérica.
Geração que vivia na Mesoamérica no período – acostumados
com as histórias sobre lugares remotos e povos distantes e
ricos.
Invasão ao território inca – começa pelo menos 5 anos antes
de Pizarro.
Conhecimento das civilizações andinas – oriundas das
histórias e de testemunhos oculares em 1532 – conhecimento
incompleto.
Marginalização do conhecimento sobre as culturas andinas –
desprezo por tais sociedades.
Arqueologia – se dedicou muito pouco de acordo com o autor a
essas civilizações.
Períodos anteriores aos Incas – mais acessíveis com peças de
cerâmica minuciosamente estudadas.
Técnicas de tecelagem dos Andes – foram todos catalogados,
fotografados e preservados.
1532 – período em que o Estado andino foi dominado e
estilhaçado – pouco são os estudos sobre essa época e se
restringem aos relatos escritos.
Relatos – são notáveis – porém é necessário analisá-los com
atenção – século XIX: período de descobertas e da publicação
desses relatos.
Autor – defende que os historiadores contemporâneos
dedicaram pouco tem à pesquisa de novas fontes sobre tais
sociedades.
Vários estudiosos se utilizaram das mesmas fontes usadas por
W. H Prescott em seu Conquista do Peru de 1897.
Mesmas fontes – analisadas sobre óticas, interpretações e
ideologias diferentes.
Estudos sobre a organização dos Estados andinos – estados
atuais precisam perceber o valor de sua herança e se apropriar
de tais estudos.
Análise do autor – parte das observações dos quinhentistas.
Clima e vegetação – diferentes de tudo o que já tinha sido
vivenciado pelos conquistadores.
Riquezas dos andes – podia ser medida em metais, pessoas e
habilidades.
O autor observa que ‘embora verdadeiras, cada uma dessas
conclusões é passível de reelaboração”
Regiões mais densamente povoadas – situadas em altitudes
extremamente elevadas – difícil comparação com outras
regiões conhecidas no período.
1532 – lugar mais habitado era o alto planalto ao redor do lago
Titicaca – intrigante para vários estudiosos devido ao seu
clima.
Discussão sobre a geografia andina – interpretação depende
da análise de cada região.
Interesse por outras questões ligadas ao Andes – estudos são
recentes.
Exemplo – agricultura andina – desconhecimento do que era
cultivado em 1532 – percepção da complexidade do cultivo
andino veio a partir da análise dos tubérculos como a batata e
de grãos como o tarwi e a kinuwa.
Produção andina – necessidade de compreender as condições
climáticas, geográficas e as limitações – processos de
adaptações e transformações do ambiente.
Testemunho da historiografia – demonstra que em locais de
trabalho os colonos eram enviados por todo o povoado da
montanha.
Cultivo – se dava em pisos ecológicos verticais – arqueologia
assevera a antiguidades desse padrão.
Dimensões da sociedade política – “tinha consequências sobre
a complexidade de arranjos nas periferias”.
Ocupação do território andino – autor percebe a multiplicidade
étnica evidenciada através das fontes – porém ele observa que
“a ocupação simultânea de uma ‘ilha’ periférica por colonos de
diversas comunidades política deve ter gerado atritos, disputas
e mesmo hegemonias temporárias de um concorrente sobre o
outro. Mas há indícios de que a busca de acesso a produtos
exóticos era tão grande que a períodos de conflito se seguiam
sempre épocas em que o acesso era partilhado, por mais
tensa que fosse a trégua”.
O autor observa um padrão de troca entre aqueles que
habitavam as praias e aqueles que habitam áreas cobertas por
árvores.
Padrão de colonização andino – fato muito observado pelos
europeus no período da conquista.
Prática da encomiendas outorgadas por Pizarro entre 1538-
1539 – baseava-se na prática andina já existente.
O autor observa o controle do Estado Andino em várias
práticas da comunidades – exemplo: o desenvolvimento das
grandes operações em relação a fabricação de roupas – “as
roupas constituíam a mais importante forma de arte andina, de
modo que tinham muitos usos políticos, rituais e militares,
exigindo que fosse tecidas para o Estado em dimensões
verdadeiramente industriais para os padrões europeus do
século XVI”.
O autor também observa a utilização dos denominados
mitmacs para propósitos militares a partir da análise de relatos.
Estado inca – não foi a primeira comunidade política
multiétnica surgida nos Andes – no denominado período
Formativo os arqueólogos demonstram a centralidade do
templo Chavín que teria tido seu apogeu entre 1000-300 a.C –
porém não existem certezas sobre sua dominação ou seu fim.
Comunidade políticas incorporadas ao Estado Inca –
preservam suas distinções étnicas e a sua consciência de uma
identidade própria.
Conquista dos Incas pela região – levou ao deslocamento de
vários povos por diversas altitudes.
Laços familiares – eram o princípio organizador de vários
grupos que habitam os andes como os Lupacas.
Ayllu – comunidade familiar inca – formada por um pai, mãe e
filhos solteiros – homens tinham a função de trabalhar na
lavoura e no artesanato, as mulheres cabiam as tarefas de
cozinhar e cuidar da terra.
As células domésticas constitutivas do ayllu reconheciam um
chefe ou kuraka, que era geralmente o fundador do grupo. O
kuraka distribuía as terras, organizava os trabalhos coletivos e
regulava os conflitos.
Os Ayllu reconhecia uma divindade tutelar, ou waka, que era
em geral um ancestral do kuraka e na qual este se apoiava
para exercer sua autoridade.
Colonização – proibiu práticas de religiosidades locais fazendo
com que tais práticas se perdessem.
Enigmas da história andina – ainda permanecem menos
inacessíveis do que imaginamos.
O autor observa que ainda existem continuidades nos modos
de vida e nas línguas apesar dos 450 anos de domínio
colonial.
Língua quinchua – assim denominada pelos europeus, os
nativos a chamavam de runa simi em tradução livre “língua do
povo”.
Cuzco – deixou de ser o núcleo de uma comunidade local no
século XV para se tornar um importante centro urbano.
Cuzco – centro administrativo e cerimonial.
“seus calendários oficiais não são tão bem compreendidos
quanto os dos maias, porque os resultados das observações
não foram registrados em pedra, mas, muito provavelmente,
tecidos em material têxtil perecível”.
“não está claro até que ponto os grupos étnicos incorporados
pelos incas estavam representados em Cuzco”
População costeira – desapareceu logo após 1532.
Administração extremamente burocrática – o autor observa a
existência de funcionários reais que inspecionavam os
senhores provinciais submetidos e seus territórios.
Casamento –“ deixou de ser um rito familiar de passagem,
num artifício político foi uma característica da ideologia política
inca”
Viagens de inspeção – não se sabe a frequência com que
eram realizadas.
Decisões políticas – tomadas no topo e anunciadas em
reuniões públicas.
Mita – sistema de trabalho implantado pelos Incas para
exploração da força de trabalho dos povos conquistados –
utilizados na função de soldados, na agricultura, no trabalho de
pedreiros.
Mita – utilizada pelos espanhóis depois da conquista.
Quipo – importante instrumento utilizado para a comunicação,
mas também como registro contábil e como registros
mnemotécnicos entre os incas.

Você também pode gostar