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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

AMOSTRA GRÁTIS
CADERNO EM POESIA DE
DIREITO
ADMINISTRATIVO
Professor: Rodolfo Penna
SUMÁRIO
1. Conceito de regime jurídico administrativo 11
a. Divisão do regime jurídico segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro
11
b. Regime jurídico administrativo 11
c. Regras vs princípios 11
d. Diferenciação entre regras e princípios segundo Ronald Dworkin
12
e. Diferenciação entre regras e princípios para Robert Alexy 12
f. Diferenciação entre regras e princípio pela Doutrina Moderna 12
g. Classificações de princípios 14

2. Princípios basilares: Supremacia do Interesse Público


(prerrogativas) e Indisponibilidade do Interesse Público
(restrições) 15
a. Conceito de interesse público 15
b. Diferenciação da doutrina clássica: interesse público primário e
secundário 15
c. Princípio da supremacia do interesse público em relação ao
interesse privado 15
d. Princípio da indisponibilidade do interesse público 17

3. Princípios expressos da Administração Pública (previstos


no artigo 37, caput, CF/88) 19
a. Princípio da legalidade 19
b. Princípio da impessoalidade 20
c. Princípio da moralidade 21
d. Princípio da publicidade 22
e. Princípio da eficiência 22

4. Princípios implícitos da Administração Pública 24


a. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade 24
i. Razoabilidade 24
ii. Proporcionalidade 24
b. Princípio da continuidade dos serviços públicos 24
c. Princípio da motivação 24
d. Princípio da autotutela 25
e. Princípio da segurança jurídica 25
i. Princípio da proteção à confiança legítima 25
f. Princípio da especialidade 26
g. Presunção da legalidade 26
i. Presunção de veracidade dos atos administrativos 26
h. Princípio do contraditório e ampla defesa 26
i. Princípio do contraditório 26
ii. Princípio da ampla defesa 27
i. Princípio da precaução 27
j. Princípio da consensualidade 27
k. Princípio da sindicabilidade 27
l. Princípio da prestação de contas 27
m. Princípio da subsidiariedade 27
n. Princípio da hierarquia 28

5. Direito Administrativo: conceitos 29


a. Conceitos iniciais 29
b. Critérios para definir o Direito Administrativo 29
c. Ciência do Direito Administrativo e Ciência da Administração 31

6. Origem do Direito Administrativo 32


7. Evolução do Direito Administrativo 34
a. Evolução nos países 34
b. Evolução no Brasil 34

8. Fontes do Direito Administrativo 36


a. Classificação das fontes 36
b. Fontes básicas do Direito Administrativo 36

9. Interpretação do Direito Administrativo 38


10. Conceituação da Administração Pública 39
a. Estado 39
b. Função Administrativa 39
c. Função de governo 40
d. Conceito de Administração Pública 40

11. Sistemas de controle da Administração Pública 42


12. Organização Administrativa 44
a. Desconcentração e Descentralização 44
b. Centralização e concentração 45
c. Administração Pública direta e indireta 45
d. Setores da Administração Pública 46
e. Órgãos públicos 46
i. Teorias sobre a relação entre os órgãos e os agentes públicos 46
ii. Classificação dos órgãos públicos (Hely Lopes Meirelles) 47

f. Autarquias 48
g. Fundações Públicas 51
h. Empresas estatais 51
i. Sociedade de economia mista 53
12. Organização Administrativa
a. Desconcentração e Descentralização
o Descentralização política: criação de outros entes
federados. Ex: O Estado cria outros municípios.
o Descentralização administrativa: transferência
das funções administrativas da Administração
Pública para outras pessoas jurídicas. Há pelo
menos duas pessoas jurídicas diversas.
▪ Formas de descentralização administrativa
1. Descentralização técnica: a
Administração Pública cria outra
pessoa jurídica que integra a
Administração indireta, transferindo
parcela de suas funções
administrativas. Precisa de lei.
2. Descentralização por delegação ou
colaboração: a Administração Pública
celebra contrato de concessão de
serviços públicos, por exemplo, com
pessoa jurídica de direito privado e
delega um serviço público a ela.
3. Descentralização territorial: a
Administração Pública cria uma
entidade geograficamente delimitada
com competências administrativas
genéricas. Precisa de lei.
o Desconcentração administrativa: a Administração
Pública cria órgãos internos dentro de uma

44
mesma pessoa jurídica, distribuindo as
competências administrativas.
▪ Observação: uma pessoa jurídica da
Administração Pública indireta pode
desconcentrar.
b. Centralização e concentração
o Centralização: extinção de uma pessoa jurídica
criada.
o Concentração: extinção de órgãos, concentrando
as atividades em um órgão central.
c. Administração Pública direta e indireta
o Administração Pública direta: a atividade
administrativa é prestada pelas pessoas jurídicas
de direito interno. Ex: União, Estados, DF e
Municípios
o Administração Pública indireta: somente aquelas
entidades que a lei estabeleceu como
Administração Pública indireta pode ser definida
dessa forma (adotou-se o sentido formal). Ex:
autarquias23, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista.
▪ Características
1. Dependem de lei;
● As autarquias e fundações
públicas (pessoas jurídicas de
direito público) são criadas
diretamente por meio de lei.
● As fundações públicas de direito
privado, empresas públicas e
sociedades de economia mista

23
Dentro das autarquias, há as associações públicas que são os consórcios públicos criados com
personalidade jurídica de direito público.

45
são autorizadas por meio de lei,
de modo que somente passam a
existir no meio jurídico por meio
de registro jurídico no órgão
competente.
2. Não há hierarquia com a
Administração direta
● Não há subordinação, mas
vinculação (controle finalístico).
d. Setores da Administração Pública
o 1º setor: a Administração Pública em si.
o 2º setor: mercado (iniciativa privada).
o 3º setor: entidades de direito privado sem fins
lucrativos que contribuem para a Administração
Pública para uma finalidade de interesse público e
social.

e. Órgãos públicos
● Conceito: entidades administrativas sem personalidade
jurídica própria, de modo que todos os direitos e
obrigações pertencem à pessoa jurídica na qual está
integrado.
o São criados e extintos por lei
i. Teorias sobre a relação entre os órgãos e os agentes
públicos

46
▪ Teoria do mandato: há uma outorga de
mandato pelo órgão ao agente público. Não
foi adotada.
▪ Teoria da representação: o agente público é
representante do órgão. Não foi adotada.
▪ Teoria do órgão ou imputação volitiva: a
vontade manifestada pelo agente público é
imputada pelo órgão público a qual ele
pertence, de modo que a vontade imputada
ao órgão público na verdade é do ente
público no qual o órgão está incluído. Foi a
teoria adotada.
o Personalidade judiciária: excepcionalmente, os
órgãos de cúpula (envergadura constitucional)
podem ter personalidade judiciária (não é
personalidade jurídica) para defender seus
interesses institucionais.
▪ Súmula 525 STJ: A Câmara de Vereadores
não possui personalidade jurídica, apenas
personalidade judiciária, somente podendo
demandar em juízo para defender os seus
direitos institucionais.
ii. Classificação dos órgãos públicos (Hely Lopes
Meirelles)
▪ Quanto à hierarquia
1. órgãos independentes: órgãos
constitucionais, representativos da
cúpula dos Poderes Estatais. Ex: Poder
Executivo, Poder Judiciário e Poder
Legislativo.
2. órgãos autônomos: possuem uma
autonomia reforçada, estando

47
imediatamente subordinados aos
órgãos independentes. Ex: Ministérios
3. órgãos superiores: possuem poder
decisório, porém estão subordinados a
uma chefia superior.
4. órgãos subalternos: somente
executam decisões, sem poder
decisório.
▪ Quanto à estrutura
1. órgãos simples: constituídos por um
centro de competências.
2. órgãos compostos: formados por
diversos órgãos menores.
▪ Quanto à atuação funcional
1. órgãos singulares: formados por um
único agente.
2. órgãos colegiados: formados por
vários membros.
▪ Quanto à competência
1. órgãos federais,
2. órgãos distritais
3. órgãos estaduais
4. órgãos municipais
f. Autarquias
● Conceito: integra a Administração Pública indireta,
sendo uma espécie de pessoa jurídica de direito público.
Exemplo: INSS.
o Características
▪ Exercem atividades típicas do poder estatal:
exigem o poder de império estatal por meio
da supremacia do interesse público.

48
▪ Possuem autonomia administrativa e
financeira24
▪ Patrimônio público: seus bens são públicos
▪ Não sofrem controle hierárquico da
Administração Direta, de modo que não há
subordinação.
▪ Os atos são considerados administrativos
▪ Regime de pessoal é estatutário, em regra.
▪ Devem realizar licitação e concurso público
▪ Nomeação dos dirigentes é feita pelo Chefe
do Poder Executivo: em alguns casos essa
nomeação pode passar por sabatina do
Senado.

▪ Responsabilidade civil objetiva


▪ Foro processual é o comum (Estadual ou
Federal)
▪ Prerrogativas processuais
1. Prazo em dobro;
2. Isenção de custas;
3. Imunidade tributária recíproca.
o Autarquias especiais
▪ Autarquias de ensino ou culturais
1. Possuem autonomia didática
científica, de modo que o Poder
Executivo não pode interferir na grade
de ensino e nem na didática;

24
Possuem orçamentos próprios

49
2. Há autonomia dos dirigentes, de
modo que o reitor não é indicado pelo
Chefe do Poder Executivo, sendo
votado pelo corpo discente e docente.
▪ Autarquias profissionais (conselhos
profissionais)
● STF decidiu que os
conselhos profissionais
possuem natureza jurídica
sui generis de pessoa
jurídica de direito público
não estatal.
● As contribuições possuem
natureza tributária.
● Submetidas ao Tribunal de
Contas.
● Não estão submetidos ao
regime de precatórios,
porque os conselhos
possuem receita própria.
● Não possuem isenção de
custas processuais.
● Podem contratar pelo
regime celetista, tendo
que realizar concurso
público.
● Podem executar seus
créditos por meio de
execução fiscal, porém
somente quando o débito

50
chegar ao valor de 5
anuidades25.
● OAB: não faz parte da
Administração Pública, de
modo que não é autarquia,
sendo uma pessoa jurídica
sui generis.
○ Recebe atribuições
constitucionais, por
exemplo propor
Ação Direta de
Inconstitucionalidad
e.
○ Advogados são
pessoas que
exercem função
essencial à justiça.
○ Submete ao controle
do Tribunais de
Contas.
○ Foro processual na
Justiça Federal.
○ Não precisa realizar
licitação.
○ Não precisa realizar
concursos públicos.
▪ Autarquias sob regime especial (agências
reguladoras):
g. Fundações Públicas

25
Houve uma decisão da jurisprudência que limitou o valor para 5 em vez de 4 (AREsp 2.147.187-MS,
Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 08/11/2022. (Info 756)

51
● Conceito: pessoa jurídica integrante da Administração
Indireta. Podem ter personalidade de direito público ou
de direito privado. O objeto das fundações é uma
atividade de interesse social. Não se aplica o controle das
fundações privadas (controle do Ministério Público).
o Fundação pública de direito público: criada por lei,
de modo que não basta que a lei disponha que ela
é considerada pessoa jurídica de direito público,
devendo exercer atividade típica de Estado.
Conhecidas como fundações autárquicas. São um
patrimônio público personalizado. Possui todas as
prerrogativas da Fazenda Pública.
o Fundação pública de direito privado: autorizada
por lei, de modo que deve ser registrada no órgão
competente.
h. Empresas estatais
● Conceito: todas as entidades empresariais que passam
ao controle acionário do Estado (sendo o acionista
majoritário). Pode ter uma empresa estatal que não
integra a Administração Pública indireta, no caso de não
ter a empresa autorização legislativa.
o Observação: empresa pública e sociedade de
economia mista precisam de autorização
legislativa. Ainda deve haver o registro no órgão
competente.
o Empresa pública (artigo 3º, Lei 13.303/16)26: pessoa
jurídica de direito privado cujo capital social

26
Art. 3o Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União,
do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

52
pertence exclusivamente ao Estado criada sob
qualquer forma jurídica admitida em direito para
prestação de serviços públicos ou exploração
econômica em sentido estrito. Pode ter
participação dos entes da Administração direta e
indireta.
▪ Foro da empresas pública federal: Justiça
Federal
▪ Foro da empresa pública estadual: Justiça
Estadual
i. Sociedade de economia mista
● Conceito: pessoa jurídica de direito privado criada
sob a forma de sociedade anônima27, sendo a
maioria do capital social com direito a voto do Poder
Público, embora possa ter participação do setor
privado28 no capital social. Pode realizar a prestação
de serviços públicos e exploração econômica em
sentido estrito. São autorizadas por lei, necessitando
do registro no órgão competente. Não sofrem
controle hierárquico dos entes da Administração
direta, apenas controle finalístico.
▪ Foro da sociedade de economia mista
federal: Justiça Estadual.
▪ Foro da sociedade de economia mista
estadual: Justiça Estadual.
o Subsidiárias da empresa pública ou sociedade de
economia mista: não precisa de autorização
legislativa específica basta de autorização genérica
na lei que autorizou a criação dessas empresas.

27
Aplicam-se os dispositivos das Leis da S.A naquilo que couber.

28
Inclusive capital aberto na bolsa de valores.

53
Ainda, para alienar as subsidiárias não precisa de
autorização legislativa específica e nem de
licitação.

▪ Participação em empresas privadas: não

precisa de autorização legislativa específica,


basta de autorização genérica na lei que
autorizou a criação dessas empresas.
● Para participar do capital
social de uma empresa
privada, o objeto social
dessa empresa privada
deve ter relação com as
empresas públicas e
sociedades de economia
mista.

o Desestatização: O Estado torna a empresa pública


ou sociedade de economia mista em empresa
privada. Isso pode ocorrer por meio da: (I) alienação
da empresa estatal ou (II) alienação do controle
acionário.
▪ Alienação do controle acionário: precisa de
autorização legislativa específica e de
licitação.
▪ Observação: não precisa de autorização
legislativa específica para inclusão de
empresa pública e sociedade de economia
mista em plano de desestatização, porque já
tem uma lei para criar o plano de
desestatização.

54
o Desinvestimento: é uma atividade estratégica que
reduz paulatinamente o capital social na empresa
estatal. Pode levar a desestatização ou não.
o Nomeação dos dirigentes das empresas públicas e
sociedades de economia mista: é nomeado pelo
chefe do Poder Executivo. É inconstitucional a
determinação de que essa nomeação deve passar
por autorização do Poder Legislativo.
o Objeto das empresas públicas e sociedades de
economia mista.
▪ Exploração econômica: não goza das
prerrogativas da Fazenda Pública.
1. Responsabilidade civil: subjetiva
2. Imunidade tributária recíproca:
gozam da imunidade caso estejam em
regime de monopólio
3. Não se submete a lei de falências.
▪ Prestação de serviços públicos:
1. Se estiver em regime não
concorrencial:
a. Submete-se ao regime de
precatórios, desde que, segundo
o STF, preste serviço público
essencial e não tenha objetivo de
divisão de lucro entre os
acionistas.29
2. Bens impenhoráveis e imprescritíveis,
porque os bens estão ligados à
prestação de serviço público.

29
Nem sempre esse requisito está presente nas questões de concurso público.

55
3. Responsabilidade civil: objetiva (artigo
37, §6º, CF/88).
4. Imunidade tributária recíproca:
gozam da imunidade.
5. Não se submete a lei de falências.
▪ Em regra, os atos são privados
● Exceção (atos
considerados
administrativos): atos
relacionados à função
administrativa (ex:
realização de concurso
público).30
o O Tribunal de contas pode fiscalizar as empresas
públicas e sociedades de economia mista.
▪ Incide esse controle, porque o Estado
contribui para a criação dessas empresas.
● O STJ, em um julgado
específico, afastou esse
controle em relação à
atividade fim dessas
empresas.

30
Na hipótese de impetrar um mandado de segurança contra a autoridade coatora, no exercício
das atribuições administrativa, da sociedade de economia mista federal, a competência é da
Justiça Federal

56
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS - LEI
8.112/90

AMOSTRA GRÁTIS
DIREITO
ADMINISTRATIVO
Estatuto dos Servidores Públicos Federais
Professor: Rodolfo Penna
Sumário

1. Estatuto dos Servidores Públicos Federais (Lei 8.112/90) 3


a. Observações iniciais 3
i. Regimes jurídicos 3
ii. Regime jurídico único (artigo 39, CF/88) 3
b. Abrangência da Lei 8.112/90 3
c. Conceitos importantes da Lei 8.112/90 4
d. Criação de Cargo Público 4
e. Extinção dos cargos 5
f. Investidura 5
g. Formas de provimento 6
h. Posse 6
i. Exercício 7
j. Promoção 7
k. Período de trânsito 7
l. Estágio probatório 8
m. Espécies de provimento derivado 8
n. Substituição 13
o. Vencimentos e remuneração 14
p. Vantagens dos servidores públicos 17
q. Férias 18
r. Licenças 20
s. Afastamento 22
t. Das concessões 23
u. Contagem de tempo de serviço 25
v. Regime jurídico disciplinar (PAD) 25
i. Sanções 25
ii. Prescrição 29
iii. Competência para aplicação das penalidades 29
iv. Instauração do PAD 31
v. Inquérito administrativo 31
vi. Indiciamento 31
vii. Julgamento 31
viii. Afastamento preventivo 34
ix. Procedimento sumário 34
x. Sindicância administrativa 34
1. Estatuto dos Servidores Públicos
Federais (Lei 8.112/90)
a. Observações iniciais
i. Regimes jurídicos
● Estatutário
● Celetista
● Especial: regime jurídico dos servidores públicos
temporários. Não assinam nem termo de posse e
nem contrato de trabalho, celebrando um contrato
de direito público.
ii. Regime jurídico único (artigo 39, CF/88)
● Em tese, cada ente federativo poderia instituir seu
regime jurídico.
● Com a EC 19/98 houve a mudança da redação do
artigo 39, abolindo a necessidade do regime
jurídico único, de modo que os entes poderiam
adotar mais de um regime para seus servidores
(multiplicidade de regimes jurídicos)
○ Essa redação foi suspensa com a ADI 2.135
(medida cautelar), de modo que voltou à
redação original que exige o regime jurídico
único.
b. Abrangência da Lei 8.112/90
i. Artigo 1º, da Lei 8.1121
● Não abrange as empresas estatais que
contratam pelo regime da CLT.

1
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

1
ii. Consórcios públicos: possui a natureza jurídica de
autarquia, integrando a Administração Pública indireta.
Todavia, os servidores dos consórcios são regidos pela
CLT.
iii. Conselhos de fiscalização profissional: são autarquias
sui generis.
● Podem contratar os servidores pelo regime da CLT,
devendo realizar concurso público.
c. Conceitos importantes da Lei 8.112/90
i. Servidor: pessoa legalmente investida em cargo público
ii. Cargo público: conjunto de atribuições e
responsabilidades previstas na estrutura organizacional
que devem ser cometidas a um servidor.
● É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo
previsão em lei.
iii. Função pública: conjunto de atividades atribuídas a um
cargo público ou emprego público.
● É possível que exista uma função pública sem
cargo.
iv. Emprego público: funções atribuídas ao empregado
público.
d. Criação de Cargo Público
i. Regra: por lei específica
● Exceto: cargos do Poder Legislativo, de modo que
podem ser criados por meio de Resolução.
e. Extinção dos cargos
i. Regra: mediante lei (princípio da simetria das formas)

2
● Exceção: extinção de cargos públicos quando
vagos por meio de decreto autônomo. (artigo 84,
VI, b, CF/882)
f. Investidura
i. Requisitos (artigo 5º, da Lei 8.112)
● O provimento dos cargos públicos far-se-á
mediante ato da autoridade competente de cada
Poder.
● A investidura em cargo público ocorrerá com a
posse3.
● O acesso a cargo público para estrangeiros se dá
na forma da lei.

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em


cargo público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e
eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a
exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é
assegurado o direito de se inscrever em concurso
2
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)

3
Muito importante decorar isso, costuma cair em provas! Então, lembre-se: investidura → posse

3
público para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência
de que são portadoras; para tais pessoas serão
reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas
oferecidas no concurso.
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa
científica e tecnológica federais poderão prover
seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515,
de 20.11.97)
g. Formas de provimento
i. Originário
● Nomeação
ii. Derivado
● Readaptação;
● Reversão;
● Aproveitamento;
● Reintegração;
● Recondução.
h. Posse
i. O termo de posse forma o vínculo jurídico com a
Administração Pública.
ii. A posse ocorre em 30 dias a contar da nomeação e
depende da apresentação dos documentos e perícia
médica oficial
iii. A posse pode ocorrer por meio de procuração específica.
iv. Deve ter declaração de bens e valores (pode ser
substituída por declaração de imposto de renda).
v. Consequência de não tomar posse no prazo de 30 dias
● A nomeação é tornada sem efeito.

4
i. Exercício
i. Conceito: efetiva atribuição das funções do cargo.
ii. O prazo é de 15 dias a partir da posse.
iii. Consequência de não entrar em exercício:
● Haverá a exoneração do cargo.
j. Promoção
i. Conceito: sai de uma classe da carreira para outra,
havendo a mudança de cargo.
ii. É uma causa de vacância
iii. Artigo 17, Lei 8.112/904
k. Período de trânsito
i. Artigo 18, Lei 8.112/90
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro
município em razão de ter sido removido, redistribuído,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá,
no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo,
contados da publicação do ato, para a retomada do
efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento
para a nova sede.
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este
artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos
estabelecidos no caput.

l. Estágio probatório
i. Artigo 21, da Lei 8.1125
4
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento
na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

5
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo
adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
(prazo 3 anos - vide EMC nº 19)

5
● Esse dispositivo está desatualizado, de modo que a
estabilidade possui prazo de 3 anos.
m. Espécies de provimento derivado
i. Readaptação: readaptação em outro cargo em virtude
de limitações físicas e mentais não absolutas, mantendo
o padrão remuneratório.
● Exige inspeção médica na Lei 8.112/90
ii. Reversão: retorno para o cargo público do servidor
aposentado.
● Reversão de ofício
● Reversão a pedido: servidor estável que pede o
retorno.
○ Requisitos para reversão:
■ Tem que ser aposentadoria voluntária;
■ Deve ter cargo válido;
■ O servidor deve ser estável.
iii. Reintegração: reingresso de servidor demitido em
virtude de decisão reformada (anulação da demissão).
● O servidor recebe todas as vantagens que deveria
receber do período em que foi demitido
indevidamente.
● O que acontece com o servidor que estava
ocupando o cargo com o reingresso do servidor
a seu cargo originário?
○ Há a recondução ao cargo de origem, caso o
servidor seja estável.
iv. Recondução (artigo 29)6
6
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá
de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

II - reintegração do anterior ocupante.

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,
observado o disposto no art. 30.

6
● Inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo
● Reintegração do anterior ocupante do cargo
● A pedido, quando o servidor não completou o
estágio probatório no outro cargo.
v. Disponibilidade: O retorno à atividade de servidor em
disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado.
vi. Vacância: ocorre quando o cargo fica vago.
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a
pedido do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I - quando não satisfeitas as condições do
estágio probatório;
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não
entrar em exercício no prazo estabelecido.
vii. Remoção: deslocamento do servidor com ou sem
mudança de sede.
● De ofício
● A pedido:
○ Por critério da Administração Pública ou

7
○ Por escolha vinculada da Administração
Pública, devendo ser feita nos seguintes
casos:
■ Para acompanhar cônjuge ou
companheiro, também servidor
público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, que
foi deslocado no interesse da
Administração;
➢ Não serve quando a remoção é a
pedido ou para tomar posse em
cargo público.
➢ A remoção é obrigatória ainda
quando o cônjuge ou
companheiro não morava na
mesma localidade do cônjuge
que está sendo removido.
■ Por motivo de saúde do servidor,
cônjuge, companheiro ou dependente
que viva às suas expensas e conste do
seu assentamento funcional,
condicionada à comprovação por junta
médica oficial;
■ Em virtude de processo seletivo
promovido, na hipótese em que o
número de interessados for superior
ao número de vagas, de acordo com
normas preestabelecidas pelo órgão
ou entidade em que aqueles estejam
lotados.

8
Art. 36. Remoção é o deslocamento
do servidor, a pedido ou de ofício, no
âmbito do mesmo quadro, com ou
sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto
neste artigo, entende-se por
modalidades de remoção:
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
I - de ofício, no interesse da
Administração; (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido, a critério da
Administração; (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
III - a pedido, para outra
localidade, independentemente do
interesse da Administração:
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a) para acompanhar cônjuge ou
companheiro, também servidor
público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, que
foi deslocado no interesse da
Administração; (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
b) por motivo de saúde do
servidor, cônjuge, companheiro ou
dependente que viva às suas expensas
e conste do seu assentamento
funcional, condicionada à

9
comprovação por junta médica oficial;
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
c) em virtude de processo
seletivo promovido, na hipótese em
que o número de interessados for
superior ao número de vagas, de
acordo com normas preestabelecidas
pelo órgão ou entidade em que
aqueles estejam lotados.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

viii. Redistribuição: deslocamento de cargo


Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade
do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão
central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
I - interesse da administração; (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - equivalência de vencimentos; (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - manutenção da essência das atribuições do
cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade
e complexidade das atividades; (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
habilitação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97)
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo
e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

10
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento
de lotação e da força de trabalho às necessidades dos
serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção
ou criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e
os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua
desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável
que não for redistribuído será colocado em
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

n. Substituição
i. Artigo 38 e 39 da Lei 8.112/90
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de
direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza
Especial terão substitutos indicados no regimento
interno ou, no caso de omissão, previamente designados
pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O substituto assumirá automática e
cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o
exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de
Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos
legais ou regulamentares do titular e na vacância do
cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração

11
de um deles durante o respectivo período. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do
cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de
Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou
impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias
consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva
substituição, que excederem o referido período.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos
titulares de unidades administrativas organizadas em
nível de assessoria.
o. Vencimentos e remuneração
i. Artigo 40- 48 da Lei 8.112/90

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo


exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,


acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
estabelecidas em lei.
§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou
cargo em comissão será paga na forma prevista no art.
62.
§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a
remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o do
art. 93.
§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens de caráter permanente, é irredutível.
§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo

12
Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas
as vantagens de caráter individual e as relativas à
natureza ou ao local de trabalho.
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de
2008

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,


mensalmente, a título de remuneração, importância
superior à soma dos valores percebidos como
remuneração, em espécie, a qualquer título, no
âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de
Estado, por membros do Congresso Nacional e
Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as
vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.

Art. 44. O servidor perderá:


I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem
motivo justificado;
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões
de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na
hipótese de compensação de horário, até o mês
subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela
chefia imediata.
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de
caso fortuito ou de força maior poderão ser
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim
consideradas como efetivo exercício.

13
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
provento.

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,


atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente
comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao
pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta
dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao
correspondente a dez por cento da remuneração,
provento ou pensão.
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
mês anterior ao do processamento da folha, a reposição
será feita imediatamente, em uma única parcela.
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de
cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a
sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão
eles atualizados até a data da reposição.

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for


demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou
disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias
para quitar o débito.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não


serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
nos casos de prestação de alimentos resultante de
decisão judicial.

14
p. Vantagens dos servidores públicos
i. Artigo 49 e 50 Lei 8.112/90
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
servidor as seguintes vantagens:
I - indenizações;
II - gratificações;
III - adicionais.
§ 1o As indenizações não se incorporam ao
vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se
ao vencimento ou provento, nos casos e condições
indicados em lei.

Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão


computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão
de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores,
sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

ii. Indenizações (art 51, da Lei 8.112/90): não é para


remunerar o efetivo exercício.
● Ajuda de custo (art 53 - 57, da Lei 8.112/90)
● Diárias (art 58-59, da Lei 8.112/90)
● Indenização de transporte (art 60, da Lei
8.112/90)
● Auxílio moradia: somente para servidores de alto
escalão

15
iii. Gratificações e adicionais: são verbas remuneratórias.
● Retribuição pelo exercício de função de direção,
chefia e assessoramento (art 62 e 62-A, da Lei
8.112/90)
● Gratificação natalina (art 63-66, da Lei 8.112/90)
● Adicional de insalubridade, periculosidade e
atividades penosas (art 68-72, da Lei 8.112/90)
● Adicionais por serviços extraordinários (art 73 e 74,
da Lei 8.112/90)
● Adicional noturno (art 75, da Lei 8.112/90)
● Adicional de férias (art 76, da Lei 8.112/90)
● Gratificação por encargo de curso ou concurso (art
76-A, da Lei 8.112/90)

Observação: A lei pode denominar uma verba que, na


verdade, é remuneratória como indenizatória, de modo que
não importa o nome, devendo identificar a natureza do
pagamento.
q. Férias
i. Período aquisitivo: deve trabalhar 12 meses completos
para adquirir 30 dias de férias.
ii. Previsão legal: artigo 77-80, da Lei 8.112/90
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos,
no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as
hipóteses em que haja legislação específica.

16
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
serviço.
§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
interesse da administração pública.

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será


efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo.
§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em
comissão, perceberá indenização relativa ao período das
férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção
de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração
superior a quatorze dias.
§ 4o A indenização será calculada com base na
remuneração do mês em que for publicado o ato
exoneratório.
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da
Constituição Federal quando da utilização do primeiro
período.

Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente


com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte)
dias consecutivos de férias, por semestre de atividade
profissional, proibida em qualquer hipótese a
acumulação.

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas


por motivo de calamidade pública, comoção interna,

17
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por
necessidade do serviço declarada pela autoridade
máxima do órgão ou entidade.
Parágrafo único. O restante do período interrompido
será gozado de uma só vez, observado o disposto no art.
77.

r. Licenças
i. Previsão legal: artigo 81, da Lei 8.112/907
○ As licenças podem ser remuneradas ou não.
ii. Artigo 82, da Lei 8.112/90: A licença concedida dentro de
60 (sessenta) dias do término de outra da mesma
espécie será considerada como prorrogação.
iii. Espécies de licença
● Licença por motivo de doença na família (art 83,
da Lei 8.112/90)
● Licença por motivo de afastamento do cônjuge
ou companheiro (art 84, da Lei 8.112/90)
● Licença para serviço militar obrigatório (art 85,
da Lei 8.112/90)
● Licença para atividade política antes das
eleições (art 86, da Lei 8.112/90)
● Licença para capacitação (art 87, da Lei 8.112/90)

7
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III - para o serviço militar;
IV - para atividade política;
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista.
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada uma de suas prorrogações
serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei.
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista no inciso I
deste artigo.

18
● Licença para tratar de interesses particulares
(art 91, da Lei 8.112/90)8
○ Atenção para essa licença, porque costuma
ser cobrada em provas. Ler artigo com
atenção!
● Licença para desempenho de mandato classista
(art 92, da Lei 8.112/90)
● Licença para tratamento de saúde (art
202-206-A, da Lei 8.112/90)
● Licença para adotante e gestante (art 207-210,
da Lei 8.112/90)
○ Prazo de 120 dias tanto para adotante quanto
para gestante.
■ O artigo 210 da Lei 8.112/909, assim
como outras leis estaduais e
municipais, prevê que o prazo para a
servidora que adotar uma criança é
inferior à licença que ela teria caso
tivesse tido um filho biológico. De igual
forma, este dispositivo estabelece que,
se a criança adotada for maior que 1
ano de idade, o prazo será menor do
que seria se ela tivesse até 1 ano.
Segundo o STF, tal previsão é
inconstitucional, de modo que os

8
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo,
desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no
interesse do serviço.

9
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade,
o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

19
prazos da licença-adotante não podem
ser inferiores ao da gestante. E, em
relação à licença-adotante, não é
possível fixar prazos diversos em
função da idade da criança adotada
(STF, Info 817, 2016)
○ Caso de natimorto: mãe tem 30 dias de
licença e só voltará ao serviço, se for julgada
apta
○ Em caso de aborto: 30 dias de licença com
remuneração.
● Licença paternidade (art 208, da Lei 8.112/90)
○ Prazo: 5 dias consecutivos

Licenças que podem ser Licenças que não podem ser


concedidas no estágio concedidas no estágio
probatório probatório

Motivo de doença na família Interesse particular

Afastamento do cônjuge Capacitação

Atividade política Desempenho de mandato


classista

Serviço militar

Licença saúde

s. Afastamento

20
i. Para exercer mandato eletivo10
● Para exercer cargo em âmbito federal e
estadual: afastamento do cargo e recebe o
subsídio do mandato eletivo
● Para exercer o cargo de prefeito: afastamento do
cargo e escolhe se recebe o subsídio do mandato
eletivo ou do cargo público
● Para exercer o cargo de vereador:
○ Se os horários forem compatíveis: pode
exercer o mandato de vereador e ainda
continuar exercendo o cargo com
remuneração
○ Se os horários não forem compatíveis: irá
exercer o mandato de vereador, sendo
afastado do cargo público, podendo escolher
o subsídio.
ii. Para missão no exterior (art 95 e 96, da Lei 8.112/90)
iii. Para participação de pós-graduação (art 96-A, da Lei
8.112/90)
iv. Servidor cedido (art 93, da Lei 8.112/90)

t. Das concessões
i. Artigo 97-99, da Lei 8.112/90

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor


ausentar-se do serviço: (esse artigo é importante,
necessário decorar).

10
Atenção a esse tópico, costuma ser cobrado em provas!

21
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;

II - pelo período comprovadamente necessário para


alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em
qualquer caso, a 2 (dois) dias;

III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :


a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta
ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou
tutela e irmãos.

Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor


estudante, quando comprovada a incompatibilidade
entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo
do exercício do cargo.
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver
exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
§ 2o Também será concedido horário especial ao
servidor portador de deficiência, quando comprovada a
necessidade por junta médica oficial,
independentemente de compensação de horário.
§ 3o As disposições constantes do § 2o são extensivas ao
servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com
deficiência.
§ 4o Será igualmente concedido horário especial,
vinculado à compensação de horário a ser efetivada no
prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe

22
atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A
desta Lei11.

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no


interesse da administração é assegurada, na localidade
da nova residência ou na mais próxima, matrícula em
instituição de ensino congênere, em qualquer época,
independentemente de vaga.
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do
servidor que vivam na sua companhia, bem como aos
menores sob sua guarda, com autorização judicial.

u. Contagem de tempo de serviço

Contado apenas para Contado como efetivo


aposentadoria e exercício
disponibilidade

Artigo 103, da Lei 8.112/90 Artigo 102, da Lei 8.112/90

v. Regime jurídico disciplinar (PAD)


i. Sanções
11
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter
eventual:
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento
regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para
correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de
recursos intentados por candidatos;

23
● Advertência
○ Sanção mais leve;
○ Aplicada por escrito.
● Suspensão
○ Reiteração das condutas das faltas punidas
com advertência
○ A suspensão será aplicada em caso de
reincidência das faltas punidas com
advertência e de violação das demais
proibições que não tipifiquem infração
sujeita a penalidade de demissão, não
podendo exceder de 90 (noventa) dias.12
○ Será punido com suspensão de até 15
(quinze) dias13 o servidor que,
injustificadamente, recusar-se a ser
submetido a inspeção médica determinada
pela autoridade competente, cessando os
efeitos da penalidade uma vez cumprida a
determinação.
○ Quando houver conveniência para o serviço,
a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de 50%
(cinqüenta por cento) por dia de vencimento
ou remuneração, ficando o servidor
obrigado a permanecer em serviço.14
● Demissão
○ Hipóteses: Artigo 132 e Artigo 117, IX a XVI

12
Atenção a esse prazo, costuma ser cobrado em provas.

13
Atenção a esse prazo, costuma ser cobrado em provas.

14
Atenção a isso, costuma ser cobrado em provas.

24
Art. 132. A demissão será aplicada nos
seguintes casos:
I - crime contra a administração
pública;
II - abandono de cargo; (30 dias
seguidos sem comparecer ao serviço)
III - inassiduidade habitual; (60 dias
intercalados no período de 12 meses,
precisando demonstrar a intenção de
abandonar o cargo público)
IV - improbidade administrativa;
V - incontinência pública e conduta
escandalosa, na repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor
ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem;
VIII - aplicação irregular de dinheiros
públicos;
IX - revelação de segredo do qual se
apropriou em razão do cargo;
X - lesão aos cofres públicos e
dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos,
empregos ou funções públicas;

Art. 117. Ao servidor é proibido:


IX - valer-se do cargo para lograr proveito
pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública;

25
X - participar de gerência ou administração
de sociedade privada, personificada ou não
personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
XI - atuar, como procurador ou intermediário,
junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o segundo grau,
e de cônjuge ou companheiro;
XII - receber propina, comissão, presente ou
vantagem de qualquer espécie, em razão de
suas atribuições;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão
de estado estrangeiro;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas
formas;
XV - proceder de forma desidiosa;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades
particulares;
○ Ato vinculado: não pode aplicar penalidade
mais leve
■ Súmula 650 STJ: "a autoridade
administrativa não dispõe de
discricionariedade para aplicar ao
servidor pena diversa de demissão
quando caracterizadas as hipóteses
previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90."
● Cassação de aposentadoria
○ Quando pratica ato punível com pena de
demissão

26
○ Ato vinculado: não pode aplicar penalidade
mais leve, consoante a súmula 650 STJ.
● Destituição do cargo em comissão e função de
confiança
○ Quando pratica ato punível com pena de
demissão e suspensão
ii. Prescrição
● Prazos (art 142, da Lei 8.112/90)15
○ em 5 (cinco) anos, quanto às infrações
puníveis com demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargo em comissão;
○ em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
○ em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
advertência.
○ Súmula 635 STJ16
● Interrupção da prescrição: prescrição volta a
contar do zero.
○ Hipótese: Instauração válida do Processo
Administrativo Disciplinar (PAD) ou Abertura
Sindicância.

15
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas
também como crime.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até
a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a
interrupção.

16
Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei nº 8.112/1990 iniciam-se na data em que a
autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma conhecimento do
fato, interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido - sindicância de caráter punitivo ou
processo disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção.

27
■ Volta a correr a prescrição depois de
140 dias de instaurado o PAD. Isso
porque esse é o prazo máximo para
encerramento desse tipo de processo,
segundo entendimento do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo
Tribunal Federal (STF).17
iii. Competência para aplicação das penalidades
● pelo Presidente da República, pelos Presidentes
das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
Federais e pelo Procurador-Geral da República,
quando se tratar de demissão e cassação de
aposentadoria ou disponibilidade de servidor
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
● pelas autoridades administrativas de hierarquia
imediatamente inferior àquelas mencionadas
acima quando se tratar de suspensão
superior a 30 (trinta) dias;
● pelo chefe da repartição e outras autoridades na
forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos, nos casos de advertência ou de
suspensão de até 30 (trinta) dias;
● pela autoridade que houver feito a nomeação,
quando se tratar de destituição de cargo em
comissão.
iv. Instauração do PAD

17
Excesso de prazo do PAD não causa nulidade, exceto se comprovado prejuízo.

28
● Previsão legal: artigo 148 e 149, da Lei 8.112/9018
● Não precisa de descrição minuciosa dos fatos no
ato de instauração do PAD.
v. Inquérito administrativo
● Previsão legal: artigo 153-166, da Lei 8.112/90
(recomenda-se a leitura desses dispositivos)
vi. Indiciamento
● A comissão verifica os fatos e decide se indicia o
servidor ou não.
○ Se indiciar: Dá o prazo para o servidor se
defender no prazo de 10 dias (caso tenha
somente um indiciado). Havendo dois ou
mais indiciados, o prazo será comum e de 20
(vinte) dias.
○ Se não indiciar: arquiva.
vii. Julgamento
● Previsão legal: art 167-173, da Lei 8.112/90
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
recebimento do processo, a autoridade julgadora
proferirá a sua decisão.
§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a
alçada da autoridade instauradora do processo,
este será encaminhado à autoridade competente,
que decidirá em igual prazo.

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Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor
por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do
cargo em que se encontre investido.
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis
designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará,
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível,
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação
recair em um de seus membros.
§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou
parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

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§ 2o Havendo mais de um indiciado e
diversidade de sanções, o julgamento caberá à
autoridade competente para a imposição da pena
mais grave.
§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão
ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
o julgamento caberá às autoridades de que trata o
inciso I do art. 141.
§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência
do servidor, a autoridade instauradora do processo
determinará o seu arquivamento, salvo se
flagrantemente contrária à prova dos autos.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da


comissão, salvo quando contrário às provas dos
autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão
contrariar as provas dos autos, a autoridade
julgadora poderá, motivadamente, agravar a
penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o
servidor de responsabilidade.

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável,


a autoridade que determinou a instauração do
processo ou outra de hierarquia superior declarará
a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no
mesmo ato, a constituição de outra comissão para
instauração de novo processo. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não
implica nulidade do processo.

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§ 2o A autoridade julgadora que der causa à
prescrição de que trata o art. 142, § 2o, será
responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título
IV.

Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a


autoridade julgadora determinará o registro do
fato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada


como crime, o processo disciplinar será remetido
ao Ministério Público para instauração da ação
penal, ficando trasladado na repartição.

Art. 172. O servidor que responder a processo


disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
aposentado voluntariamente, após a conclusão do
processo e o cumprimento da penalidade, acaso
aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que
trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será
convertido em demissão, se for o caso.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:


I - ao servidor convocado para prestar
depoimento fora da sede de sua repartição, na
condição de testemunha, denunciado ou
indiciado;
II - aos membros da comissão e ao
secretário, quando obrigados a se deslocarem da
sede dos trabalhos para a realização de missão
essencial ao esclarecimento dos fatos.

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viii. Afastamento preventivo
● É uma medida cautelar a fim de que o servidor
não venha a influir na apuração da irregularidade,
a autoridade instauradora do processo disciplinar
poderá determinar o seu afastamento do exercício
do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias,
sem prejuízo da remuneração. O afastamento
poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o
processo.
ix. Procedimento sumário
● Casos
○ Acumulação ilegal de cargos;
■ O servidor irá optar pelo cargo.
■ Se não optar: será constituída uma
comissão por 2 servidores estáveis; não
haverá fase de indiciamento; defesa no
prazo de 5 dias e julgamento no prazo
de 5 dias; conclusão do PAD em 30
dias prorrogáveis por mais 15 dias.
○ Abandono de cargo
○ Inassiduidade habitual
x. Sindicância administrativa
● Realizada antes da abertura do Processo
Administrativo Disciplinar (PAD).
● Realizada para aplicação de penalidades mais
leves, de modo que não precisa instaurar o PAD.
○ Somente pode resultar em aplicação de
advertência ou suspensão em até 30 dias.
● O prazo para conclusão é de 30 dias prorrogáveis
por mais 30 dias.

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● Somente pode resultar em aplicação de
advertência ou suspensão em até 30 dias
○ Artigo 146, da Lei 8.112/9019
xi. Servidor pode apresentar recurso ou pedido de
reconsideração
● Pode ter reformatio in pejus no recurso
xii. Revisão
● Pode ocorrer a qualquer tempo, quando
constatado fatos novos ou circunstâncias
suscetíveis de justificar a inocência do servidor ou
inadequação da sanção aplicada.
● Pode ocorrer a pedido ou de ofício.
● Não é cabível reformatio in pejus.
● Pode ser pedida pela família do servidor em caso
de falecimento.

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Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

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