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Profº Paulo Gonçalvez – Políticas Públicas

FUNDAMENTOS DO
DIREITO
ADMINISTRATIVO

PROFº PAULO GONÇALVES

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INTRODUÇÃO

CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

É o ramo do direito público que estuda princípios e normas reguladores do


exercício da função administrativa. Logo, regulamenta o poder e as atividades
de gestão do Estado, de seus órgãos e seus agentes.

1. ELEMENTOS: A natureza do direito público, o complexo de


princípios e normas; e a função administrativa, que engloba os
órgãos, agentes e pessoas da administração, não codificado.

Objeto IMEDIATO e MEDIATO do direito administrativo: É um ramo científico


que estuda uma parcela das normas componentes do ordenamento jurídico, a
saber: as normas que disciplinam o exercício da função administrativa. Assim, o
objeto imediato do direito administrativo são os princípios e normas que
regulam a função administrativa. Por sua vez, as normas e os princípios
administrativos têm por objeto a disciplina das atividades, agentes, pessoas e
órgãos da administração pública, constituindo o objeto mediato do Direito
administrativo.

PRESSUPOSTOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO: Com seu surgimento,


entendido como complexo de regras disciplinadoras da atividade administrativa,
somente foi possível devido a dois pressupostos fundamentais:

a) A subordinação do Estado às regras jurídicas, característica surgida com o


advento do Estado de direito e

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b) A existência de divisão de tarefas entre os órgãos estatais. Dito outro


modo, a noção de Estado de Direito e a concepção da triparticação de
poderes têm status de conditio sine qua non para a existência do Direito
Administrativo.

CARACTERÍSTICAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO:

- É um ramo RECENTE;

- Não está codificado, pois sua base normativa decorre de legislação esparsa e
codificações parciais;

- Adota o modelo inglês da jurisdição “UNA” como forma de controle da


administração;

- É influenciado apenas parcialmente pela jurisprudência, uma vez que as


manifestações dos tribunais exercem apenas influência indicativa.

NOTA: "A constitucionalização do Direito Administrativo acarreta, dentre


outros pontos:
• 1- O reconhecimento da normatividade primária dos
princípios constitucionais (princípio da juridicidade);
• 2- A possibilidade de controle judicial da discricionariedade a
partir dos princípios constitucionais;
• 3- O reforço da legitimidade democrática da Administração por
meio de instrumentos de participação dos cidadãos na tomada de
decisões administrativas.
• 4- Redefinição da ideia de supremacia do interesse público sobre
o privado e a ascensão do princípio da ponderação de direitos
fundamentais.” (OLIVEIRA. p. 68)

NOTA: DIREITO ADMINISTRATIVO X CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO: Em que


pese a proximidade entre os dois ramos do conhecimento, é importante não
confundir Direito Administrativo com a Ciência da Administração. Esta consiste
no estudo de técnicas e estratégias para melhor planejar, organizar, dirigir e
controlar a GESTÃO GOVERNAMENTAL. O certo é que o Direito administrativo

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define os limites dentro dos quais a gestão (ciência da administração) pode ser
validamente realizada.

QUESTÃO

Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: AL-BA Prova: FGV - 2014 - AL-BA - Auditor No que
tange ao conceito e à abrangência do Direito Administrativo, assinale a
afirmativa correta.

A) Disciplina, predominantemente, relações jurídicas horizontais.

B) Tem como objeto de estudo o aparato estatal de execução de políticas


públicas.

C) Tem como um de seus objetos principais o estudo do exercício da função


política.

D) Volta-se exclusivamente para o estudo do Poder Executivo, uma vez que


é esse poder que exerce, com exclusividade, função administrativa.

E) Estuda apenas as pessoas jurídicas de direito público.


GABARITO: B
TENDÊNCIAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO MODERNO

a) Constitucionalização de temas administrativos;

b) Petrificação do direito administrativo: além de uma parte do direito


administrativo ter sido constitucionalizada, alguns temas compõem o
núcleo IMODIFICÁVEL da CF/88 (Art. 60 § 4, da CF/88).

c) Codificações parciais: embora não haja código sistematizado, existem


diversas codificações parciais no âmbito do direito administrativo.

d) Relativização dos supra princípios;

e) Objetivação das teorias: Diversas teorias do direito administrativo têm


experimentado um processo evolutivo similar.

f) Colaborativismo: Estimular os mecanismos de participação do usuário na


administração pública.

g) Diluição da responsabilidade estatal: É cada vez mais comum o Estado


terceirizar a realização de atividades administrativas.

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h) Objetivação da responsabilidade: Adoção da teoria da objetiva análise da


responsabilidade estatal. Basta a comprovação de ato, dano e nexo causal.

ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA X ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL

Administração burocrática: Recentemente cobrada em alguns concursos


públicos é marcada pelas seguintes características. A) Toda autoridade baseada
na legalidade; b) relações hierarquizadas de subordinação entre órgãos e
agentes c) competência técnica como critério para seleção de pessoal d)
Remuneração baseada na função desempenhada, e não nas realizações
alcançadas e) controle de fins f) ênfase em processos e ritos.

Administração Gerencial: Ou governança consensual, objetiva atribuir maior


agilidade e eficácia na atuação administrativa, enfatizando a obtenção de
resultados, em detrimento de processos e ritos, e estimulando a participação
popular na Gestão Pública.

QUESTÃO

Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Casa da Moeda - Analista - Análise de


Negócios Com relação aos princípios básicos da gestão pública, o Princípio da
Eficiência está:

A) vinculado à noção de administração burocrática.

B) vinculado à redução de autonomia dos entes administrativos.

C) relacionado à diminuição da aferição do atingimento dos resultados.

D) relacionado ao princípio da economicidade.

E) relacionado ao aumento do controle das atividades meio.

GABARITO: D

NOTA/QPP: (Delegado/PCAC- 2017 IBADE) Considerou ERRADA a afirmação que


a administração pública gerencial, tem como uma das suas características
marcantes o acentuado controle sobre os processos.

Obs: ESTADO EM REDE: Foi criado para aperfeiçoar o modelo de administração


pública GERENCIAL, que trata do princípio da eficiência. O Estado em rede VISA
realizar uma gestão para cidadania.

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QPP (Delegado/PCAC/2017/IBADE) É correto afirmar que o estado em rede tem


como uma de suas características marcantes a viabilização da participação do
cidadão na atuação administrativa do Estado. Neste contexto, as audiências
públicas e as consultas públicas podem ser apontadas como exemplo deste
modelo.

CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DO OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO.

Segundo Diogenes Gasparini, podem ser mencionadas seis correntes principais


dedicadas a apresentar um critério unitário para a conceituação do Direito
administrativo e, consequentemente, a definição de seu objeto:

a) Corrente legalista: resume-se ao conjunto da legislação


administrativa existente no País.

b) Critério do Poder Executivo: consiste em identificar o direito


administração como o complexo de leis disciplinadoras da atuação
do Poder Executivo. (inaceitável pela tripartição dos poderes)

c) Critério das relações jurídicas: É a relação jurídica entre a


administração pública e os particulares. (insuficiente)

d) Critério do serviço público: tem como objeto a disciplina jurídica


dos serviços públicos. (perdeu objeto, pois a Adm. exerce muitas
funções além dos serviço público, como atividade de fomento e
poder de polícia).

e) Critério teleológico ou finalístico: Ideia de atividades que permitem


ao Estado alcançar seus fins. Essa concepção é inconclusiva em
razão da dificuldade em definir quais são os FINS DO ESTADO.

f) Critério negativista: é pertinente ao direito administrativo as


questões não pertencentes ao objeto de interesse de nenhum outro
ramo Jurídico.

g) CRITÉRIO FUNCIONAL (ADOTADO): É o ramo jurídico que estuda a


disciplina normativa da função administrativa,
independentemente de quem esteja encarregado de exercê-la:
Executivo, Legislativo, judiciário ou particulares mediante
delegação estatal.

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INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINSTRATIVO: A interpretação é o processo


técnico que revela, a partir do texto legal, o sentido e o alcance das normas e
sanções jurídicas. A interpretação deste ramo do direito está sujeita aos
princípios hermenêuticos jurídicos. Hely Lopes Meirelles indica três
pressupostos:

a) A desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados;

b) A presunção de legitimidade dos atos da Administração;

c) A necessidade de poderes discricionários para a administração atender ao


interesse público

ESTADO, GOVERNO E PODERES PÚBLICOS

ESTADO: é um povo situado em determinado território e sujeito a um governo.


Nesse conceito despontam três elementos do Estado.

a) POVO: É a dimensão pessoal do Estado, o conjunto de indivíduos unidos


para formação da vontade geral do Estado. X população (dimensão
demográfica) X nação (pressupõe ligação cultural);

b) TERRITÓRIO: É a base geográfica do Estado, sua dimensão espacial;

c) GOVERNO: É a cúpula diretiva do Estado. Indispensável, também, lembrar


que o Estado se organiza sob uma ordem jurídica que consiste no
complexo de regras de direito cujo fundamento maior de validade é a
Constituição. A soberania refere-se ao atributo estatal de não reconhecer
entidade superior na ordem externa, nem igual na ordem interna.

PODER EXECUTIVO: É o complexo de órgãos estatais verticalmente estruturados


sob direção superior do “chefe do poder executivo de qualquer esfera”. Compõe
a tripartição dos poderes nos termos do art. 2 da CRFB/88.

NOTA: Administração Pública com as iniciais maiúsculas é um conceito que não


coincide com Poder Executivo. Atualmente, o termo administração pública
designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função
administrativa, independentemente de serem pertencentes ao Poder executivo,
legislativo ou judiciário ou a qualquer outro organismo estatal.

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NOTA: Administração pública com as iniciais minúsculas ou poder executivo


(com iniciais minúsculas) são expressões que designam a atividade consistente
na defesa concreta do interesse público.

Obs: Todos os Poderes são independentes e harmônicos entre si. Além disso,
todos PODEM DESEMPENHAR A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, o poder executivo
de forma precípua e o poder legislativo e judiciário de forma atípica.

Obs2: Independência: Significa uma atuação sem interferência, sem submissão,


instrumento garantidor de Funções típicas.

Obs3: Harmonia: Indica uma atuação cooperativa, sem choques; instrumento


garantidor das Funções atípicas.

Sentidos da expressão Administração Pública

1. SUBJETIVO, ORGÂNICO OU FORMAL: É o conjunto de agentes, órgãos e


entidades públicas que exercem a Função administrativa. (FORSO)

2. OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL: Designa a natureza da atividade


exercida pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. É a atividade
estatal consistente em defender concretamente o interesse público. No
que diz respeito ao aspecto material da administração pública, isto é,
utilizada a expressão para designar uma atividade estatal, pode-se
distinguir a administração pública LATO SENSU, compreendendo tanto a
função administrativa, quanto a função pública (ou de governo). Já a
administração pública Stricto Sensu abrange exclusivamente o
desempenho da função administrativa. (FUMO)

QUESTÕES

Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: TJ-AM - Analista Judiciário - Direito Com relação
ao sentido da expressão Administração Pública, analise as afirmativas a seguir. I.
Administração Pública, em sentido formal, relaciona-se à pessoa que executa
atividades da administração. II. Administração Pública, em sentido material,
relaciona-se à atividade administrativa desempenhada pelo Estado. III.
Administração Pública, em sentido subjetivo, relaciona-se às pessoas jurídicas
que executam a Administração Pública em sentido objetivo, às atividades de
execução desempenhadas pelo Estado. Assinale:

A) se somente a afirmativa I estiver correta.

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B) se somente a afirmativa III estiver correta.

C) se somente as afirmativas I e a III estiverem corretas.

D) se somente as afirmativas II e a III estiverem corretas.

E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

GABARITO: E

Ano: 2010 Banca: CESGRANRIO Órgão: EPE - Analista de Gestão Corporativa -


Finanças e Orçamento No seu sentido formal ou subjetivo, a administração
pública pode ser definida como o conjunto de órgãos, agentes e entidades aos
quais é atribuída a execução de atividades administrativas. No Brasil, segundo a
Constituição Federal de 1988, a administração pública se constitui de
administração direta e indireta, sendo que a administração:

A) direta exerce suas atribuições por meio de um conjunto de órgãos ligados


à estrutura do poder Executivo.

B) direta é constituída por agências executivas e reguladoras vinculadas a


órgãos do Legislativo.

C) direta é exercida por entidades autônomas com vistas à descentralização


das atividades governamentais.

D) indireta é constituída por ministérios e secretarias especiais cuja


atribuição é o exercício eficiente de atividades empresariais.

E) indireta exerce atividades de poder de polícia através de órgãos singulares


e internos de governo.

GABARITO: A

NOTA QPP! (Delegado/PCAC/17) A administração pública no sentido


INTROVERSO é o conjunto de relações existentes entre o Poder Público e seus
agentes. Já a administração pública no sentido extroverso seria o complexo de
vínculos entre a administração e os particulares.

Em qual fase o direito administração se encontra no Brasil? Está na fase de


codificação parcial (um sub estágio dentro da fase de consolidação). Hely Lopes
Meirelles: Entre nós, os estágios antecedentes da codificação administrativa já
foram atingidos e se nos afiguram superados pela existência de vários códigos

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parciais (código de contabilidade pública, código de águas, código de mineração,


código florestal etc).

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

São os fatos jurídicos de onde as normas emanam. As fontes jurídicas podem ser
de dois tipos:

a) PRIMÁRIA, MAIORES OU DIRETAS: São o nascedouro principal e imediato


das normas; somente a LEI constitui fonte primária.

b) SECUNDÁRIAS, MENORES OU INDIRETA: Constituem instrumentos


acessórios para originar normas, derivados de fontes primárias. A
doutrina, jurisprudência e os costumes são fontes secundárias.

B1- DOUTRINA: É a produção intelectual dos juristas a respeito de certo tema


jurídico.

B2- JURISPRUDÊNCIA: entendida como reiteradas decisões dos tribunais sobre


determinado tema no mesmo sentido.

B3- COSTUMES: São práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes de


estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao serem repetidos
constantemente, criam o hábito de os administrados esperarem aquele modo
de agir, causando incerteza e instabilidade social sua repentina alteração.

NOTA: Os costumes não se confunde com a praxe administrativa, esta NÃO é


uma fonte do direito administrativo, mas pode ser utilizada como meio útil para
solucionar novos casos, pois é uma prática burocrática rotineira adotada por
conveniência procedimental, desprovida do reconhecimento de sua
indispensabilidade.

QUESTÕES

Ano: 2006 Banca: CESGRANRIO Órgão: DNPM Prova: CESGRANRIO - 2006 -


DNPM - Técnico Administrativo - Informática De acordo com o livro "Direito
Administrativo Brasileiro", de Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo tem
quatro fontes principais. Nesse sentido, correlacione as fontes do Direito
Administrativo que se encontram na coluna da esquerda com as afirmativas a
elas referentes que se encontram na coluna da direita.

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I - Doutrina

II - Jurisprudência

III - Costume

IV - Lei

X - Influencia fortemente o Direito Administrativo por traduzir reiteração de


decisões contenciosas.

Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante
para o Direito Administrativo em razão da deficiência da legislação.

Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos sub ramos do saber jurídico e
influi tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não
contenciosas. A relação correta é:

A) I - X; II - Z; III - Y

B) I - Y; II - X; IV - Z

C) I - Y; III - Z; IV - X

D) I - Z; II - X; III - Y

E) II - Z; III - Y; IV - X
GABARITO: D

Ano: 2023 Banca: IDHTEC Órgão: Câmara de Ilha de Itamaracá - PE Prova:


IDHTEC - 2023 - Câmara de Ilha de Itamaracá - PE - Assessor de Controle Interno
Consideram-se fontes materiais do Direito Administrativo, apenas:

A) As leis.

B) As leis e a jurisprudência.

C) As leis, a jurisprudência e a doutrina.

D) A jurisprudência, a doutrina e o costume.

E) O costume.
GABARITO: D
Ano: 2023 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de São Caetano do Sul - SP Prova:
IDECAN - 2023 - Prefeitura de São Caetano do Sul - SP - Guarda Civil Municipal
Na seara administrativa, o princípio da legalidade exige que as condutas dos
agentes públicos estejam sempre de acordo com a lei, a qual é uma das principais

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fontes do Direito Administrativo. Assim como a lei, assinale abaixo exemplos de


fontes do Direito Administrativo:

A) Costumes e doutrina.

B) Doutrina e justiça social.

C) Jurisprudência e contratos.

D) Justiça social e jurisprudência.


GABARITO: A

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

Dois são os sistemas de controle das atividades administrativas.

a) Sistema de jurisdição Una (modelo inglês)

b) Sistema de contencioso administrativo (modelo francês).

MODELO DE JURISDIÇÃO UNA: Todas as causas, mesmo aquelas que envolvem


interesse da administração pública, são julgados pelo poder judiciário. É a forma
de controle existente no BRASIL.

SISTEMA DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO: É o modelo Francês e é


caracterizado pela repartição da função jurisdicional entre o poder judiciário e
tribunais administrativos. Aqui existe a dualidade de jurisdição que não adotada
no Brasil.

FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

A função administrativa pode ser conceituada como aquela exercida


PREPONDERANTEMENTE PELO PODER EXECUTIVO, com caráter infralegal e
mediante a utilização de prerrogativas instrumentais. ATIPICAMENTE a função
administrativa poderá ser exercida pelo poder legislativo e poder judiciário.

A diferença entre ATO DE GOVERNO e ATO ADMINISTRATIVO está no regime


jurídico. O ato de governo tem sua competência extraída diretamente da
constituição. Governo é uma atividade política e altamente discricionária. Já
administração detém discricionariedade comum e é uma atividade
eminentemente técnica em que são implementadas as políticas públicas.

QUESTÃO

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Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: SEGEP-MA - Agente Penitenciário A doutrina


administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de
governo e a função administrativa. Diante dessa diferenciação, analise as
afirmativas a seguir.

I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito


constitucional, enquanto a função administrativa é objeto do direito
administrativo.

II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer


diretrizes políticas, enquanto a função administrativa se volta para a tarefa
de executar essas diretrizes.

III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo,


engloba as funções administrativas e as funções de governo.

Assinale:

A) se todas as afirmativas estiverem corretas.

B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos.

C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos.

D) se somente a afirmativa II estiver correta.

E) se somente a afirmativa III estiver correta.


GABARITO: A

PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Os princípios, valores fundamentais de um sistema, possuem uma dupla


funcionalidade:

a) Função hermenêutica - se o aplicador do direito tiver dúvida sobre qual o


verdadeiro significado da norma consultará os princípios.

b) Função integrativa – Além de facilitar a interpretação das normas atende


a finalidade de suprimir lacunas nas normas.

REGIME JURÍDICO – ADMINISTRATIVO

É considerado o conjunto de princípios e regras de direito público que identifica,


individualiza e regula o direito administrativo. Esse regime impõe as pedras de
toques do direito administrativo (Pilares da Adm. Pública). Assim, nasce os Supra

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princípios ou super princípios que são aqueles centrais dos quais derivam os
demais princípios e normas do direito administrativo. É considerado o conjunto
de princípios e regras de direito público que identifica, individualiza e regula o
direito administrativo. Esse regime impõe as pedras de toques do direito
administrativo (Pilares da Adm. Pública)

a) Supremacia do interesse público sobre o privado

b) Indisponibilidade do interesse público sobre o privado

1. Supremacia do interesse público sobre o privado: também chamado de


interesse público ou da finalidade pública é implícito na atual ordem
jurídica. A administração pública está em posição superior a fim de tutelar
o interesse público. Ex: Desapropriação, rescindir unilateralmente
contratos decorrentes desse princípio: a imperatividade, exigibilidade e
executoriedade dos atos administrativos, ASSIM COMO O PODER DE
AUTOTUTELA.

2. O princípio da indisponibilidade do interesse público preconiza que os


agentes públicos não são donos do interesse público por eles definido. Os
agentes não podem renunciar os seus poderes legalmente constituídos ou
que transaciona em em juízo.

NOTA: Todos os princípios do direito administrativo são desdobramentos da


supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do
interesse público.

NOTA: Tecnicamente seria mais correto dizer que os princípios administrativos,


por representarem limitações ao poder estatal, decorrem diretamente da
indisponibilidade do interesse público, e não da supremacia.

QUESTÕES

Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: - Advogado Ao se estabelecer que o


Estado deve perseguir o interesse público em detrimento do interesse privado,
busca-se realizar, primacialmente, o princípio da:

A) finalidade

B) continuidade

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C) legalidade

D) impessoalidade

E) indisponibilidade
GABARITO: E

Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: AL-MA - Técnico de Gestão Administrativa -


Advogado Marcolino estava estudando para concurso público de técnico de
gestão administrativa e ficou surpreso ao verificar que alguns princípios
amplamente consagrados em relação ao regime jurídico administrativo não
estão expressos na Constituição da República, notadamente no caput do Art. 37,
da Lei Maior, resultando implícitos no ordenamento constitucional. Acerca dessa
situação hipotética, é correto afirmar que são princípios da Administração
Pública implícitos na ordem constitucional:

A) a supremacia do interesse público e a segurança jurídica.

B) a moralidade e a autotutela.

C) a indisponibilidade do interesse público e a eficiência.

D) a transparência e a impessoalidade.

E) a proteção da confiança legítima e a publicidade.


GABARITO: A

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

São aqueles que estão expressos, explícitos na CRFB/88, são eles: Legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37, caput). Estão
também expressos na CF/88: Participação; celeridade processual; devido
processo legal formal e material; contraditório; ampla defesa.

NOTA: Excepcionalmente o princípio da celeridade poderá ser posto como o da


razoabilidade (Delegado/RJ/2007).

➔ Princípio expresso do devido processo legal serve para a realização de


cinco outros princípios a) transparência (publicidade); b) impessoalidade
(isonomia ou finalidade); c) participação; d) contraditório; e) ampla
defesa.

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: A administração pública só pode praticar o que está


na Lei. O princípio da legalidade vincula a administração pública aos
mandamentos da lei (Estado de direito). Em todos os estados contemporâneos
se admite que a administração está vinculada pela regra do direito
(Juiz/2008/SC). Decorre da legalidade o princípio da juridicidade.

Súmula vinculante número 03: Nos processos perante o TCU asseguram-se


contraditório e ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, EXCETUADA a
apreciação da LEGALIDADE do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma ou pensão.

A Legalidade possui duas dimensões a serem analisadas:

a) Sentido negativo: ou chamado de princípio da primazia da Lei,


enuncia que os atos administrativos não podem contrarias a lei
(pirâmide de Kelsen);

b) Sentido positivo: ou princípio da reserva legal, preceitua que os


atos administrativos só podem ser praticados mediante autorização
legal. LEGALIDADE PRIVADA X LEGALIDADE PÚBLICA.

NOTA: O princípio da juridicidade, como princípio EVOLUTIVO, amplia o


espectro de abrangência das fontes legislativas, servindo de arrimo
interpretativo a TODA A ORDEM JURÍDICA (Art. 59 CF/88, princípios,
Constituições estaduais, Tratados e convenções).

NOTA: Existem 3 exceções a legalidade:

Medida provisória;

Estado de defesa;

Estado de sítio.

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QUESTÕES

Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Transpetro Advogado Júnior No âmbito


do princípio da legalidade atuam a supremacia da lei e a reserva de lei. No que
concerne à reserva de lei, a doutrina assente estabelece uma relação com a
denominada:

A) atuação negativa

B) vinculação positiva

C) juridicidade atual

D) mecânica limitativa

E) inclusão das lacunas

GABARITO: B

Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CESGRANRIO - 2018 -


Petrobras - Técnico de Logística de Transporte Júnior - Controle São princípios
constitucionais que regem a administração pública, EXCETO:

A) Legalidade

B) Impessoalidade

C) Moralidade

D) Marketing

E) Publicidade.
GABARITO: D

IMPESSOALIDADE: Estabelece um dever de imparcialidade na defesa do


interesse público, impedindo discriminações (perseguições) e privilégios
(favoritismo). Traduz a noção de FINALIDADE PÚBLICA. Dele decorre os
impedimentos e as suspeições.

NOTA: O STF entendeu que a inclusão de Slogan de partido político na


publicidade dos atos governamentais também ofende o art. 37 §1.

NOTA: É desdobramento lógico deste princípio, o princípio da vedação a


promoção pessoal.

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SÚMULA VINCULANTE 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente


em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

QUESTÃO

Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: SEE-MG - Técnico da Educação (TDE) Considere
que o prefeito João dos Brócolis, de Piraporinha do Norte, município hipotético
brasileiro, seja um grande incentivador do esporte como ferramenta de
desenvolvimento social. Tendo isso em vista, como obra de final de mandato, ele
decide construir um ginásio poliesportivo com tecnologia de ponta, visando a
transformar o município em uma referência esportiva no país. Além disso,
buscando estabelecer seu nome na história do município, o prefeito decide
nomear o ginásio de Complexo Brócolis, em homenagem a seu nome de família.
Acerca da situação apresentada, e considerando, ainda, os princípios explícitos
e implícitos que regem a atividade da administração pública dispostos na
Constituição Federal, é correto afirmar que houve uma clara e direta afronta ao
Princípio da:

A) Segurança Jurídica.

B) Sindicabilidade.

C) Impessoalidade.

D) Eficiência.

GABARITO: C

MORALIDADE: Constitui requisito para a validade do ato administrativo. A


moralidade administrativa difere da moralidade do particular. Decorrem da
moralidade administrativa: a) ética; b) probidade; c) lealdade; d) decoro; e) Boa-
fé; f) Honestidade.

NOTA: Moralidade cruzada ou reversa decorre da súmula vinculante número


13.

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Obs: Para a teoria dos círculos secantes, a moral não é independente de forma
absoluta ao direito, mas também nem toda norma “direito” precisa
necessariamente observar a moral, na verdade para Claude Du Pasquier, direito
e moral seriam complexos normativos distintos com uma área de INTERSECÇÃO
e, ao mesmo tempo, regiões particulares de independência.

QUESTÕES

Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: CEFET-RJ - Auxiliar em Administração O


prefeito de um município apresenta projeto de lei para autorizar, no âmbito de
sua competência, a contratação de parentes dos membros do Executivo, do
Legislativo e do Judiciário que atuam no local. Nos termos da Constituição
Federal, tal norma violaria o princípio da:

A) democracia

B) moralidade

C) segurança

D) necessidade

E) compatibilidade
GABARITO: B

Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-SE Técnico Judiciário - Especialidade - Área
Administrativa - Judiciária Após o encerramento da construção de uma escola
municipal, há muito aguardada pela população local, a Administração Pública
busca a realização de publicidade quanto à obra finalizada. Instada pelo prefeito
da municipalidade, a Procuradoria apresenta parecer técnico, afirmando que a
publicidade da obra deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção de autoridades ou servidores públicos. Nesse cenário, o parecer
técnico da Procuradoria municipal tutela o princípio constitucional da:

A) proporcionalidade;

B) impessoalidade;

C) juridicidade;

D) legalidade;

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E) eficiência. compatibilidade
GABARITO: B

Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-RN - Oficial de Justiça - Judiciária – Direito Em
razão de notória inimizade com Marleci, Cleverson, autoridade administrativa
competente para conceder determinado ato administrativo vinculado, ficou
muito feliz em indeferir pedido por ela realizado. A respectiva negativa foi
textualmente motivada de forma clara, explícita e congruente, com a indicação
dos documentos que Marleci deixou de juntar para lograr o deferimento do ato,
que realmente eram necessários e não foram apresentados, mas ela está
convicta de que Cleverson praticou o ato motivado por vingança. Acerca dessa
situação hipotética, é correto afirmar que o indeferimento do ato em questão:

A) está eivado de desvio de finalidade, que resulta da contaminação do


móvel, correspondente à satisfação de Cleverson pela negativa;

B) está eivado de excesso de poder, na medida em que Cleverson possui


notória inimizade com Marleci;

C) está eivado de vício insanável quanto ao motivo, que se confunde com o


móvel na situação descrita;

D) não possui vício, na medida em que não há necessidade de motivar o


indeferimento de ato vinculado;

E) não possui vício, considerando que o móvel não interferiu no motivo nem
na motivação necessária e adequada para tal negativa.

GABARITO: E

Móvel é a intenção, propósito do agente que pratica o ato, ou seja, é a vontade


de praticar o ato e é relevante no exercício de competência discricionária. Já
para os atos vinculados o móvel do agente é absolutamente irrelevante, ou seja,
quando a lei predetermina, de modo objetivo e completo, o único possível
comportamento administrativo, eliminando assim o subjetivismo do agente
público.

Considerando que o ato praticado na questão é vinculado, uma vez que não foi
apresentada a documentação completa por Marleci, não há que se falar em vício
do ato.

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PUBLICIDADE: Decorre do dever de divulgação oficial dos atos administrativos.


Decorre da transparência e do princípio da divulgação oficial.

Possui dois subprincípios quais sejam:

a) PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA: Abriga o dever de prestar informações


de interesse dos cidadãos e de não praticar condutas sigilosas;

b) PRINCÍPIO DIVULGAÇÃO OFICIAL: Exige a publicação do conteúdo dos


atos praticados atentando-se para o meio de publicidade definido pelo
ordenamento ou consagrado pela prática administrativa.

FORMAS DE PUBLICIDADE:

a) Atos individuais: São aqueles dirigidos a destinatário CERTO, ou mesmo


para atos INTERNOS, a publicidade é garantida pela simples
COMUNICAÇÃO DO INTERESSADO. Ex: autorização para o servidor sair
mais cedo.

b) Atos GERAIS: São aqueles dirigidos a destinatários indeterminados, a


publicidade depende de publicação no Diário Oficial. Ex: edital
convocatório para concurso público. Para estes atos, constitui natureza
jurídica de condição de eficácia do ato.

NOTA: Recentemente o STF decidiu que não se considera atendida a obrigação


de publicidade com a simples divulgação do ato administrativo no programa (A
VOZ DO BRASIL).

NOTA: Constitui-se exceção a publicidade:

a) Risco a segurança do Estado;

b) a segurança da sociedade;

c) a intimidade dos envolvidos.

QUESTÕES

Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Innova Advogado Júnior A recente Lei
no 12.527, de 18/11/2011, conhecida como a lei de acesso à informação, não se

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aplica a entidades privadas sem fins lucrativos, ainda que estas recebam recursos
públicos a título de subvenção ou para a realização de ações de interesse público.

PORQUE

As entidades privadas sem fins lucrativos, ainda que sejam beneficiárias de


repasses de recursos públicos, não integram a Administração Pública e a elas não
se aplica o dever de prestar contas. Analisando-se as afirmações acima, conclui-
se que:

A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.

E) as duas afirmações são falsas.

GABARITO: E

Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Caixa - Técnico Bancário Creso, servidor
do órgão W, vinculado a determinado estado federado, foi surpreendido com
recomendação verbal de que deveria atender, em horário especial fora do
expediente, a pessoas vinculadas a determinada associação e que os problemas
dessa associação deveriam ter preferência sobre os demais que estivessem sob
sua responsabilidade. Sob a ótica dos princípios constitucionais da
Administração Pública, tal prática, fere, predominantemente, o princípio da:

A) publicidade

B) impessoalidade

C) eficiência

D) indisponibilidade

E) continuidade
GABARITO: B

Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: FHEMIG Prova: FGV - 2023 - FHEMIG - Engenheiro
Clínico A licitação promovida por qualquer Administração Pública Direta e
Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios deverá obedecer, entre outros, aos princípios da:

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A) legalidade, da pessoalidade e da moralidade.

B) legalidade, da publicidade e da eficiência.

C) moralidade, da discrição e da eficiência.

D) moralidade, da publicidade e da credibilidade.

E) publicidade, da credibilidade e da eficiência.


GABARITO: B

EFICIÊNCIA: Acrescentado pela emenda n. 19/98 criou a administração pública


gerencial voltada para um controle de resultados na atuação estatal. São valores
encarecidos: a) economicidade; b) redução de desperdício, qualidade, rapidez;
c) produtividade; d) sentimento funcional.

EFICIÊNCIA X EFICÁCIA X EFETIVIDADE: Para Carvalho Filho não se confundem,


pois a eficiência seria o modo pelo qual se exerce a função administrativa, a
eficácia diz respeito aos meios e instrumentos empregados pelo agente e
efetividade é voltada para os resultados de sua atuação.

QUESTÕES

Ano: 2016 Banca: CESGRANRIO Órgão: IBGE Supervisor de Pesquisas - Gestão


A supervisão do almoxarifado de uma organização pública vem controlando os
níveis de estoque, de forma a provocar a redução do volume de compras e a
provocar o aumento nas quantidades de pedidos. Ou seja, o setor tem
gerenciado o tamanho dos lotes e o intervalo de tempo dos pedidos, por
considerar que lotes pequenos significam uma redução do nível de estoque, um
acréscimo no número de pedidos e uma redução no intervalo de tempo
existente entre dois pedidos. Essa nova forma de gestão do setor está
relacionada a uma supervisão que busque no controle a garantia de:

A) lucratividade

B) economicidade

C) isonomia

D) legalidade

E) moralidade
GABARITO: B

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PARTICIPAÇÃO: CRFB/88, art. 37 §3 § 3º A lei disciplinará as formas de


participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos


de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de


cargo, emprego ou função na administração pública.

CELERIDADE PROCESSUAL: CRFB/88, Art. 5º LXXVIII - a todos, no âmbito judicial


e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação.

DEVIDO PROCESSO LEGAL FORMAL E MATERIAL, CRFB/88, Art. 5º LIV: ninguém


será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA: CRFB/88, Art. 5º LV - aos litigantes, em


processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

QUESTÕES

Ano: 2010 Banca: CESGRANRIO Órgão: IBGE Analista de Planejamento - Auditor


No âmbito federal, o direito da Administração Pública de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai
em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé. O princípio básico da Administração Pública que justifica a fixação de tal
prazo decadencial é a:

A) segurança jurídica.

B) legalidade.

C) impessoalidade.

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D) probidade administrativa.

E) eficiência.
GABARITO: A
Ano: 2011 Banca: CESGRANRIO Órgão: BNDES - Profissional Básico -
Administração Qual princípio da Administração Pública justifica o
estabelecimento de prazo decadencial para o exercício da autotutela
administrativa nas hipóteses em que o destinatário do ato ilegal esteja de boa-
fé:

A) Proporcionalidade

B) Segurança jurídica

C) Eficiência administrativa

D) Instrumentalidade processual

E) Devido processo legal


GABARITO: B

PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS (IMPLICITOS)

A doutrina traz diversos outros princípios previstos muitas vezes na legislação


infraconstitucional, como no art. 2º, da Lei n. 9.784/99: “A administração
Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

NOTA: Destaca-se que a falta de previsão constitucional não significa menor


importância, sobretudo pelo fato de não existir hierarquia entre os princípios.

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE

Ser razoável é uma exigência inerente a todo exercício ou função pública. Desta
forma o princípio estabelece a obrigação de os agentes públicos realizarem suas
funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Não basta atender a finalidade
pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público deve ser
atendido. Trata-se de exigência implícita na legalidade.

NOTA: Para alguns doutrinadores é a adequação entre os meios e fins. Porém,


este conceito melhor se adequa a proporcionalidade, que não deixa de ser uma
vertente da razoabilidade.

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PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

A proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade voltado à aferição da justa


medida da reação administrativa diante da situação concreta. É a proibição dos
EXAGEROS no exercício da função administrativa.

O art. 2º, parágrafo único, inc. VI, da Lei 9784/99, a proporcionalidade consiste
no dever de “adequação entre MEIOS E FINS”, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público”.

NOTA: Diferente da razoabilidade que abrange todas as áreas de atuação da


Adm. Pública, a proporcionalidade atinge apenas ao poder disciplinar e ao
poder de polícia.

QUESTÃO

Ano: 2013 Banca: CESGRANRIO Órgão: BNDES Prova: CESGRANRIO - 2013 -


BNDES - Profissional Básico - Direito Recorre-se ao princípio da
proporcionalidade para aferir a legitimidade de um ato do poder público que
restringe um direito fundamental visando a alcançar um fim que também tem
base constitucional. O princípio da proporcionalidade impõe o exame do ato
quanto a:

A) adequação e necessidade

B) unidade e excesso

C) impessoalidade e moralidade

D) razoabilidade e eficiência

E) legalidade e efetividade

GABARITO: A

Subprincípios da proporcionalidade para o STF (RE 4663431)

a) Princípio da adequação ou idoneidade: Analisa se o meio empregado está


apto a atingir os fins pretendidos.

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b) Princípio da necessidade ou exigibilidade: Exige a inexistência de outro


meio menos gravoso, à luz dos direitos fundamentais, igualmente capaz
de atingir o mesmo resultado.

c) Princípio da proporcionalidade stricto sensu: Opera por meio da


ponderação entre a intensidade da medida empregada e os fundamentos
jurídicos que lhe servem de justificativa.

Princípio da segurança JURÍDICA

O referido princípio RECENTEMENTE tem sido fruto de estudos detalhados,


tanto na Europa, como no Brasil.

O princípio da segurança jurídica é um fundamento geral do ordenamento,


sendo aplicável a todos os ramos do direito. Seu conteúdo volta-se à garantia de
estabilidade, ordem, paz social e previsibilidade das atuações estatais. Alinha-
se à finalidade primária de ordem jurídica que é propiciar segurança e
estabilidade no convívio social, evitando mudanças abruptas, sobressaltos e
surpresas decorrentes de ações governamentais. (VISÃO CLÁSSICA).

NOTA: O seu principal objetivo é vedar a aplicação retroativa de novas


interpretações de dispositivos legais e normas administrativas.

NOTA: O referido princípio tem substrato no art. 2º da Lei 9784/99.

NOTA: Tem sido um mecanismo de estabilização jurídica (certeza do direito),


impedindo que a mudança de comandos normativos prejudique o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA

Este princípio consagra o controle INTERNO, que a administração pública exerce


sobre seus próprios atos. Como consequência da sua independência funcional
(Art. 2º CF/88), a administração pública não precisa recorrer ao poder judiciário
para anular seus atos ilegais e revogar os atos inconvenientes e inoportunos que
pratica. Consiste no poder-dever de retirada de atos administrativos por meio
de anulação e revogação. A anulação envolve problema na legalidade, vez que
a revogação trata de MÉRITO ADMINISTRATIVO.

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O Artigo 53 da Lei 9784/99 estabelece que a Administração deve anular seus


próprios atos quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Além disso, a lei estabelece que os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique
o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à
Administração, serão concluídos depois do horário normal.

Súmula 473 STF A administração pública pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vício que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direito; ou revogá-los por motivos de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
REVOGAÇÃO X ANULAÇÃO X CONVALIDAÇÃO X CONTRAPOSIÇÃO X CASSAÇÃO

PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
A administração pública tem o dever de indicar os PRESSUPOSTOS DE FATO E DE
DIREITO que determinaram a prática do ato. Assim, a validade do ato
administrativo está condicionada a apresentação por escrito as fundamentações
fáticas e jurídicas.
→ MOTIVO: "situação prevista em lei que ocorre, de fato, justificando a
prática do ato administrativo";
→ MÓVEL: "é a real intenção do agente público quando pratica a conduta
estatal" (DOLO). (Matheus Carvalho, Manual de Direito Administrativo, 2015,
p. 257);

Lei 9.784/99, Art. 50, § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de

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ANTERIORES pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso,


serão parte integrante do ato. (MOTIVAÇÃO ALIUNDE)

NOTA: Motivação Aliundi (Per Relationem) existe sempre que as razões que
justifiquem a prática dos atos administrativos não estiverem aportadas no ato
que está sendo praticado e sim em outro ato que está dando fundamento
jurídico ao primeiro ato.

NOTA: A Doutrina majoritária preconiza que a motivação é obrigatória tanto


nos atos discricionários como nos atos vinculados.

PRINCÍPIO DO CONTROLE JUDICIAL OU DA SINDICALIDADE

A Preceitua que o Poder judiciário detém ampla competência para investigar a


legitimidade dos atos praticados pela Administração Pública, anulando-os em
caso de ilegalidade (art. 5º, XXXV, da CF: “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.)

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