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Anotações de Aula – Curso de Direito Administrativo, Mateus Carvalho.

Aula 1 – Introdução ao Direito Administrativo.

Elementos do ESTADO: território, povo e governo

Administração pública em sentido material (objetivo) e formal (subjetivo ou orgânico)

Formal: estrutura dos órgãos e entidades que compõem o Estado no exercício da função
administrativa, independentemente do poder a qual pertençam. Nesse sentido a expressão
deve ser gravada com as primeiras letras maiúsculas

Material: é a própria função administrativa. A defesa concreta do interesse público.

Correntes que buscam definir o que é o direito administrativo e a função administrativa

a) Legalista ou exegética: tinha como fundamento a logica de que o direito administrativo


seria as leis formadoras da atividade estatal. Não é aceita pois não se pode limitar o
direito a um conjunto de leis.
b) Critério do poder executivo: é a atividade que estuda o Poder Executivo. Não
prosperou pois o poder executivo executa atividades que não são matérias do estudo
do direito administrativo, ao exercer funções atípicas.
c) Critério das relações jurídicas: o direito administrativo seria direito a abranger e
regulamentar as relações jurídicas travadas entre o Estado e particulares. Não
prosperou pois o objeto do direito administrativo é muito mais amplo do que o
proposto.
d) Critério do serviço público: o direito administrativo seria o direito criado para regular a
prestação de serviços públicos pelo Estado. Modernamente entende-se que a função
administrativa vai além da prestação de serviços públicos (ex: função de controle, de
polícia e de fomento).
e) Critério teleológico ou finalístico: o direito administrativo regula a atuação do Estado
buscando atender uma finalidade pública. Não é aceito pois a finalidade pública estatal
não se limita ao exercício da função administrativa, pois o Estado em todas as suas
funções busca atender a finalidade pública.
f) Critério residual ou negativista: preconiza que o direito administrativo visa atender a
função administrativa, e esta seria a função do Estado que não se caracterize como
função legislativa, jurisdicional e política.
g) Critério funcional: preconiza que o direito administrativo regula a função
administrativa, e estabelece que a função administrativa é o conjunto harmônico de
princípios que regem os órgãos, as entidades, os agentes e as atividades da
administração, visando a realizar os fins desejados pelo Estado de forma direta,
concreta e imediata. Corrente adotada por Hely Lopes Meireles e que atualmente é
utilizada no Brasil.

Sistemas de controle administrativo

Contencioso administrativo, sistema francês ou dualidade de jurisdição: a separação de


poderes é absoluta, assim, um poder não controle a atividade de outro poder. Desta forma
o Poder Judiciário não pode controlar a atividade administrativa. Atos administrativos não
se submetem ao controle judicial. Jurisdição administrativa exercida pelo conselho de
Estado e sua decisão faz coisa julgada material. Não é adotado no direito brasileiro.

Sistema de jurisdição única, sistema inglês, sistema de unicidade de jurisdição: adotado


pelo direito brasileiro, estabelece que nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito pode
ser afastado do controle judicial. Decisão judicial é a única capaz de fazer coisa julgada
material. Inafastabilidade da jurisdição. Art 5º, XXXV. Desnecessidade de esgotamento da
via administrativa.

Fontes do direito administrativo

Fontes primárias: a) leis; b) jurisprudência (especialmente as súmulas vinculantes);

Fontes secundárias: a) doutrina; b) costumes; c) princípios gerais do direito.

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