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NOME DA DISCIPLINA: Contabilidade Geral I

Nome do professor(a): Ms. Doraci Batista de Toledo Manguci


Ms. Soraya Pedroso Coqueiro 1
DEMONSTRAÇOES CONTÁBEIS

Conforme a Lei n. 6.404/76, em seu artigo 176, ao final de cada exercício social,
cada entidade deve apresentar as seguintes Demonstrações:

I – Balanço Patrimonial;

II – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,

III – Demonstração do Resultado do Exercício;

IV – Demonstração dos Fluxos de Caixa.

V – Demonstração do Valor Adicionado

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Balanço Patrimonial

Responsável por mostrar, em um determinado momento, (normalmente,


quantitativo e qualitativamente), o patrimônio líquido de uma organização. O
balanço pode ser apresentado em colunas justapostas, ou seja, Ativo de um lado
e Passivo + Patrimônio Líquido (PL) do outro lado, ou em colunas justapostas,
sendo uma em cima da outra, sempre na ordem Ativo, Passivo, PL.

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Estrutura básica do Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
- Disponível PASSIVO NÃO CIRCULANTE
- Créditos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
- Estoques - Capital Social
- Despesas do exercícios
seguintes - Reservas de capital
ATIVO NÃO CIRCULANTE - Ajustes de avaliação patrimonial
- Realizável a longo Prazo - Reservas de lucros
- Investimentos - Ações em tesouraria (-)
- Imobilizado - Resultados acumulados (+/-)
- Intangível
Fonte: Quintana (2014), apud Quintana (2012). P.66

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Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

Demonstração contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas e


resulta em aumento ou redução do patrimônio liquido entre duas datas. Ela
deve ser apresentada de forma dedutiva, isto é, inicia-se com receita bruta
operacional e dela deduz-se custos e despesas, para apurar o lucro liquido. Ela
demonstra a situação dinâmica da empresa.
A DRE é uma demonstração que tem o objetivo de mostrar a situação
econômica real da entidade, seja lucro ou prejuízo.

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Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Receita bruta – Total geral das vendas

(-) Deduções – impostos cobrados do consumidor/devoluções

(=) Receita líquida – total das vendas menos os impostos


(-) custos da mercadoria vendida – gastos de produção
(=) lucro bruto – receita líquida menos o CMV
(-) despesas – gastos operacionais

(=) lucro/prejuízo operacional – resultado após os gastos operacionais

(-) outras despesas – gastos imprevistos


(=) lucro antes do Imposto de Renda – lucro antes do IR
(-) Despesa com IR – parcela com IR
(-) Participações Estatutárias sobre o Lucro – distribuição do lucro
(=) Lucro /Prejuízo Líquido – parcela da entidade
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DRE

Receita Bruta R$ 10.000,00

(-) Custo da Mercadoria Vendida -R$ 4.000,00

(=) Lucro Bruto R$ 6.000,00

(-) Despesas com Vendas -R$ 1.000,00

(-) Despesas Financeiras -R$ 500,00

(+) Receitas Financeiras

(-) Despesas Gerais e Administrativas -R$ 2.000,00

(=) Lucro /Prejuízo Líquido R$ 2.500,00

Fonte: compilado pelas autoras

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Demonstração do lucro ou prejuízo acumulados (DLPA)

Demonstração que tem o objetivo de mostrar todas as alterações no saldo


da conta de prejuízos ou lucros acumulados no Patrimônio Líquido que ainda não
foram divididos entre os acionistas ou sócios.
A DLPA deve apresentar as modificações de todas as contas que compõem
o Patrimônio Líquido da entidade. O lucro do exercício acarretará um lançamento
credor no PL na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados e o prejuízo credor.

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Demonstração do lucro ou prejuízo acumulados (DLPA)

Após a apuração do lucro nas entidades, é necessário saber o que fazer com
ele. Normalmente uma parcela do lucro é distribuída aos donos da empresa
(acionistas ou sócios) em dinheiro, remunerando o capital investido, em forma de
dividendos. Outra parcela pode retornar à entidade, em forma de reservas. Esta
parcela é conhecida como lucro retido (não distribuído) e, mais cedo ou mais
tarde, será incorporada ao Capital Social.

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Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS


31.12.X2 31.12.X3
Saldo no início do período - 950
1. Ajustes de exercícios anteriores
(+) Retificação de erro de exercícios anteriores - 280
(+) Lucro líquido do exercício - 3.000
Saldo disponível - 4.230
Proposta da Administração para destinação do Lucro
 Reserva legal - (150)
 Reserva estatutária (300)
 Reserva orçamentária (255)
 Reserva para contingências (180)
 Retenção de lucros a realizar (95)
 Dividendos a distribuir (900)

Saldo final do período 950 2.350

Fonte: IUDICIBUS, 2011.

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Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL

A DMPL evidencia a movimentação de diversas contas do PL ocorrida


durante o exercício. Assim, todo acréscimo e diminuição do Patrimônio líquido são
evidenciadas através desta demonstração, bem como a formação e utilização das
reservas.

A DMPL não é obrigatória pela lei 6404/76 , mas sua publicação é exigida
pela CVM em sua instrução mº 59 de 22/12/86, para as companhias abertas.

A DMPL, dada sua amplitude, inclui a DLPA.

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DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Empresa……………………………………………………………………………
Movimentações Capital Reserva de Capital Reservas de Lucro
Realizado
Lucros TOTAL
Ágio na Outras Lega Estatutári P/ Orçamentá Lucros a
ARIAL 16 emissão Reserv l a contingênc ria realizar
Acumul
ados
de Ações as de ia
Capital

Saldos em 31.12.X2 7.000 - 50 1.500 100 20 10 950 9.630


Ajustes de exercícios
Anteriores
(-) Retificação de erros - - - - - - - - 280 280
Aumento de Capital - - - - - - - -
Reversão Reservas 1.000 - (1.000) - - - - -
Lucro liquido do Exercício - - - - - - - - 3.000 3.000
- -

Proposta da Adm.
de Destinação do lucro
Reserva legal - - - 150 - - - - (150) -
Reserva estatutária - - - - 300 - - - (300) -
Reserva para
contingências - - - - - 180 - - (180) -
Reserva
orçamentária - - - - - - 255 (255) -
Reserva de lucros a
- - - - - - - 95 (95) -
Realiza.
Dividendos
- (900) (900)

Saldos 31-12-X3 8.000 - - 200 800 280 275 105 2.350 12.010

Fonte: IUDICIBUS, 2011.


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Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC

Deve fornecer informações relevantes sobre as movimentações de entradas


e saídas de caixa de determinado período, refletindo as transações de caixa
oriundas das seguintes atividades: operacionais, de investimentos e de
financiamento. As informações contidas na DFC, em conjunto com outras
demonstrações contábeis, devem ser suficientes para que seus usuários possam
conhecer e avaliar a capacidade de geração de caixa da empresa. Pode ser
elaborada pelo método direto ou indireto.
Esta Demonstração tem o objetivo de apresentar toda a movimentação
ocorrida no caixa durante o exercício social. Lembrando que a DFC apresenta a
movimentação da conta caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo
(equivalente de caixa).

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Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC

A DFC deve apresentar as variações do caixa, nos três segmentos:


operacionais, investimentos e financiamentos. Ela pode ser apresentada da forma
Direta ou Indireta. A diferença principal está na maneira de apresentação das
atividades operacionais. As atividades de investimentos e financiamentos se
apresentam da mesmas forma em ambas.

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DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO DIRETO
Fluxos de caixa das atividades operacionais:
Recebimento de clientes (+)
Pagamentos de Fornecedores (-)
Pagamentos de empregados (-)
Pagamentos de seguros (-)
Pagamentos de impostos e outras despesas legais (-)
Recebimentos de seguros (+)
Caixa líquido resultante das atividades operacionais (=)
Fluxos de caixa das atividades de investimentos:
Recebimento por venda de imobilizado ou intangível (+)
Pagamento por aquisição de imobilizado ou intangível (-)
Pagamento por aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido resultante das atividades de investimento (=)
Fluxos de caixa das atividades de financiamento:
Recebimento por empréstimos obtidos (+)
Recebimento por emissão de ações (+)
Pagamento por aquisição de ações próprias (-)
Caixa líquido resultante das atividades de financiamento (=)
Aumento/diminuição do líquido de caixa e equivalentes de caixa (=)
Caixa e equivalentes de caixa – início do ano
Caixa e equivalentes de caixa – final do ano 15
Fonte: Quintana (2014), apud Quintana
(2012). P.72
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO
Fluxos de caixa das atividades operacionais:
Lucro líquido antes do imposto de renda e da contribuição social
Ajustes:
Depreciação e amortização (+)
Provisão para devedores duvidosos (+)
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-)
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-)
Aumento/diminuição em clientes (+/-)
Aumento/diminuição em estoques (+/-)
Imposto de renda e contribuição social pagos (-)
Caixa liquido resultante das atividades operacionais (=)
Fluxos de caixa das atividades de investimentos:
Recebimento por venda de imobilizado ou intangível (+)
Pagamento por aquisição de imobilizado ou intangível (-)
Pagamento por aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido resultante das atividades de investimento (=)
Fluxos de caixa das atividades de financiamento:
Recebimento por empréstimos obtidos (+)
Recebimento por emissão de ações (+)
Pagamento por aquisição de ações próprias (-)
Caixa líquido resultante das atividades de financiamento (=)
Aumento/diminuição do líquido de caixa e equivalentes de caixa (=)
Caixa e equivalentes de caixa – início do ano
Caixa e equivalentes de caixa – final do ano
16
Fonte: Quintana (2014), apud Quintana (2012). P.72
Demonstração do Valor Adicionado – DVA.

Demonstração do valor adicionado (DVA) deve fornecer informações


relativas à riqueza criada pela empresa e como elas foram distribuídas. As
distribuições da riqueza criada devem ser detalhadas da seguinte forma: pessoal
e encargo; imposto, taxas e contribuições; juros e aluguéis; juros sobre o capital
próprio e dividendos; e lucros retidos.
A Demonstração do Valor Adicionado tem o objetivo principal de evidenciar a
riqueza gerada pela entidade e sua distribuição. No Brasil, é obrigatória para as
sociedades por ações de capital aberto.
O valor adicionado pode ser gerado pela simples operação de venda de
mercadorias, onde se apresenta na diferença entre o custo da mercadoria e o
valor da venda. O valor adicionado criado representa a capacidade da entidade
em efetuar contratações, pagamentos de impostos, fornecedores etc.

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1 RECEITAS
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2 Outras receitas
1.3 Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4 Provisão para créditos de liquidação duvidosa
2 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
2.1 Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3 Perda/recuperação de valores ativos
2.4 Outros(especificar)
3 VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1 Resultado de equivalência patrimonial
6.2 receitas financeiras
6.3 outras
7 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

Continua
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7 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
8.1 Pessoal
8.1.1 Remuneração direta
8.1.2 Benefícios
8.1.3 FGTS
8.2 Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 Federais
8.2.2 Estaduais
8.2.3 Municipais
8.3 Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 Juros
8.3.2 Aluguéis
8.3.3 Outros
8.4 Remuneração de capitais próprios
8.4.1 Juros sobre o capital próprio
8.4.2 Dividendos
8.4.3 Lucros retidos/Prejuízos do exercício
Participação dos não controladores nos lucros retidos (só para
8.4.4 consolidação)
Fonte: Resolução CFC nº 1.138/08

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Resumo da Unidade

As demonstrações contábeis objetivam fornecer informações que sejam úteis


a tomada de decisões. No Balanço Patrimonial, as contas patrimoniais são
representadas em dois grupos: Ativo e Passivo. A Demonstração do Resultado do
Exercício evidencia a necessidade de apresentar todos os itens de receita e
despesas reconhecidos dentro do período. As Demonstrações dos Lucros e
Prejuízos Acumulados- DLPA apresenta acumulação e a destinação dos lucros
em determinado período ou prejuízos, caso tenham ocorrido, já a Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL tem por finalidade demonstrar as
alterações das contas do Patrimônio Líquido.
A Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC apresenta a movimentação dos
ativos líquidos da empresa. É obrigatória para as empresas sociedades anônimas
e demais empresas de grande porte. A Demonstração do Valor Adicionado – DVA,
apresenta informações referentes a criação e distribuição das riquezas da
empresa.
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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, Sergio; MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não


contadores. 7ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011.

MONTOTO, Eugenio. Contabilidade Geral Esquematizado. 2ª Ed. São Paulo:


Saraiva, 2012.

MULLER, Aderbal Nícolas. Contabilidade básica Fundamentos essenciais.São


Paulo: Pearson,2009.

MULLER, Aderbal Nícolas. Contabilidade Introdutória.São Paulo:


Pearson,2009>

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Revisão de Língua Portuguesa e ABNT

Prof. Rafael Simões

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