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ETARISMO

No filme "Um senhor estagiário" é retratada a história de Ben, um homem aposentado que
resolve voltar a trabalhar, e que em virtude da sua idade, acaba sofrendo preconceito nas
entrevistas de admissão. Assim como na obra cinematográfica abordada, observa-se que na
conjuntura da sociedade brasileira, devido à discriminação e a negligência estatal, há um
estigma relacionado à idade, questão que afeta jovens e idosos, tanto no mercado de trabalho,
quanto na vida pessoal. Nesse sentido, resta analisar a problemática afim de propor medidas
que possam sana-la.

Primeiramente, é de extrema importância analisar como esse tipo de discriminação afeta suas
vítimas. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), 16,8% dos brasileiros com
mais de 50 anos já sofreram algum tipo de preconceito em relação à idade. Tal situação também
atinge inúmeros jovens, que em sua maioria são recém formados, e estão em busca de
oportunidades para atuar em suas áreas de formação. Por conta da falta de experiência, muitas
empresas deixam de dar oportunidades a esses jovens, dando preferência em admitir
profissionais com uma carreira mais extensa. Nessa mesma conjuntura, profissionais acima dos
50 anos acabam sendo demitidos, negligenciados e excluídos do mercado de trabalho. Tais
circunstâncias são baseadas em esteriótipos enraizados na sociedade, e que se refletem no
mundo corporativo. Nesse viés, segundo o IBGE (Instituição Brasileira de Geografia e
Estatísticas), muitas das pessoas que sofrem desse preconceito acabam desenvolvendo doenças
emocionais como a deperessão, além da sensação de exclusão e desamparo.

Além disso, é importante salientar a enorme negligência do Governo na criação de medidas


efetivas que combatam tal discriminação. No artigo 96 do Estatuto do Idoso, é configurado como
crime qualquer tipo de ato discriminatório contra idosos. Contudo, é possível observar que tal
medida não se faz eficaz em combater tal cenário. Muitos dos indivíduos podem se sentir
desamparados pelo próprio contexto de exclusão em que se encontram, optando por não
denunciar o crime, ou até mesmo podem não possuir conhecimento sobre seus direitos. Sendo
assim, tal situação enquandra um contexto propício para que os casos de preconceito se
perpetuem. Nessa conjuntura, segundo as ideias do filósofo Jhon Locke, tal circunstância
configura-se como uma violação do "Contrato Social", já que o Estado não cumpre sua função de
garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a liberdade, o respeito e a
dignidade, caso que é evidente no país.

Portanto, faz-se necessário que ações precisam ser tomadas pelo Estado. Em primeira instância,
cabe ao Governo, em conjunto ao Ministério do Trabalho, por intermédio de políticas públicas,
reforçar o direitos dos jovens e idosos - que sofrem preconceito no ambiente de trabalho - afim
de garantir que os casos de discriminação sejam efetivamente disseminados. Ademais, cabe ao
Ministério das Comunicações, através de propagandas televisivas, estimular os indivíduos à
denunciar casos de discriminação etária. Busca-se com essas medidas, acabar com o
preconceito e situações como a do Ben.

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