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Instrumentos de medida
2.1. Paquímetro
O Nónio, figura 2.3, consiste numa escala dividida por N divisões, correspondente a um espaço
de N-1 divisões da régua principal. Neste caso da figura abaixo temos um nónio com 50 divisões
e a diferença entre uma divisão da escala do nónio e uma divisão da escala principal corresponde
a 0.02 mm. Para calcular a natureza do nónio (a menor medida que se consegue obter com esta
escala) devemos dividir a menor divisão da escala pelo número de divisões do nónio. Por
exemplo no caso abaixo 1 mm/50 divisões=0.02 mm.
Por exemplo, no caso da imagem seguinte, figura 2.4, o valor da medição apresentado é de 10.22
mm e na figura 2.5, o valor da medição apresentado é de 7.1 mm.
2.2. Micrómetro
A precisão de medição que se obtém com o paquímetro por vezes não é suficiente, então, para
medições mais rigorosas poderemos utilizar o micrómetro, que pode assegurar uma exatidão
até 0.01 mm. O micrómetro, figura 2.9, é um instrumento de dimensão variável que permite
medir, por leitura direta, as dimensões reais com uma aproximação até 0.01 mm. O princípio
utilizado é o do sistema parafuso/porca, se numa porca fixa, um parafuso der uma volta, haverá
um avanço igual ao seu passo, significa que, por exemplo num micrómetro de 0.01 mm
resolução e com um tambor de 50 divisões, cada volta do tambor aumenta ou diminui 0.50 mm
e cada divisão do tambor tem um valor de 0.01 mm, isto é, 0.50 mm/50 divisões, que
corresponde à resolução ou natureza do micrómetro.
O micrómetro de profundidade, figura 2.14, é utilizado para medir a profundidade de furos e rasgos
das peças. É constituído por uma base perfeitamente plana onde assenta o aparelho, uma haste de
profundidade e um nónio circular, gravado no tambor graduado. Na bainha está gravada a escala
fixa em milímetros e meios milímetros. A sua resolução é, normalmente, de 0.01 mm.
Quando pretendemos medir o diâmetro de um furo cilíndrico cego ou passante com precisão,
usamos o micrómetro de três pontas, figura 2.15. Este aparelho possui três pontas de contato
distanciadas entre si de um ângulo de 120° que se deslocam solidariamente à medida que rodamos
o tambor graduado tornando-se, assim, autocentrante. As pontas de contacto são fabricadas em
metal duro ou em titânio, para uma maior resistência ao desgaste e ao impacto. A bainha tem
gravada uma escala em milímetros e meios milímetros e no tambor graduado está um nónio que
nos dá a resolução do aparelho.
As engrenagens são elementos de máquinas muito importantes. São usadas para a transmissão de
movimentos ou de forças e encontram-se em quase todos os mecanismos, aparelhos, máquinas ou
motores. As exigências quanto à sua qualidade e precisão são cada vez maiores. Tais exigências
levam à necessidade de um controlo cada vez mais eficiente. Um controlo eficiente das engrenagens
consiste principalmente na verificação da sua fabricação, permitindo assim aperfeiçoá-la. A
interpretação dos resultados das medições efetuadas permite descobrir e eliminar as fontes de erro.
A medição da espessura dos dentes de engrenagens faz-se com o um paquímetro especial,
constituído por duas escalas perpendiculares entre si, e normalmente designado por paquímetro de
engrenagens, figura 2.17.
Exemplo:
Medir Roda dentada com N = 30 dentes e M (Módulo)= 3.5 mm
90° 90°
Ângulo ∝= = = 3° sen 3° = 0.0523 cos 3° = 0.9986
N 30
2.7. Suta
A suta é um instrumento utilizado para traçar (com auxílio de um riscador), transferir, comparar e
verificar ângulos. O tipo mais comum de suta universal é o apresentado na figura 2.21. Uma suta é
um instrumento composto por dois componentes principais, ambos de aço, a base e a lâmina. Estes
elementos, temperados e retificados, podem deslizar ao longo de rasgos longitudinais que permite
obter diferentes posições funcionais entre si e são fixados por parafusos.
Figura 2.20 – Suta
Para se obter uma abertura com um determinado ângulo, alivia-se ligeiramente o parafuso de
fixação, deslizando-se em seguida a lâmina, fazendo a sua abertura em relação à base. Após a
obtenção do ângulo, aperta-se o parafuso de fixação tendo neste momento o cuidado de evitar
qualquer deslocamento dos elementos para não adulterar a medida angular tomada. Quando
aplicada sobre uma prensa, a base da suta deve ficar apoiada sobre o mordente fixo, figura 2.21.
2.8. Esquadro
O esquadro é um instrumento composto por uma lâmina de aço e por uma base, que pode ser de
aço, ou de outro material. A lâmina é retificada e montada na base de forma que formem um ângulo
de 90°, figura 2.23.
O instrumento de medição mais simples usado numa oficina mecânica é a régua graduada, figura
2.26. Estes instrumentos, de uso muitas vezes frequente, são fabricados em aço inoxidável.
2.10. Calibres
O Relógio comparador é um aparelho de grande precisão, podendo ser analógico ou digital, para
medições da ordem até 0.001 mm. É utilizado para medir dimensões, planezas e paralelismos de
faces de uma peça por comparação, determinando assim a diferença existente entre ela e um
padrão de dimensão predeterminado que, por exemplo, pode ser uma peça original com medidas
conhecidas. O comparador pode ser apertado através de um acessório montado na parte oposto ao
mostrador para facilitar o aperto numa haste que por sua vez será apertada numa base magnética,
figura 2.32.
Os escantilhões de roscas, figura 2.36, estão entre os mais úteis instrumentos da caixa de
ferramentas de um fresador ou torneiro mecânico. Estes instrumentos permitem determinar
rapidamente o passo de diversos tipos de roscas. Os escantilhões de rosca são compostos por um
conjunto de lâminas de aço, em forma de pentes, em cada uma das extremidades. Cada lâmina
contém um conjunto de dentes correspondente a um passo definido.
Figura 2.36 – Escantilhão de roscas
2.15. Graminho
Esta haste tem marcada uma escala fixa em milímetros e deslisa sobre ela uma escala móvel,
designada por nónio, figura 2.41. Solidária com o nónio está uma ponteira em aço duro utilizada nas
operações de traçagem das peças.
Figura 2.41 – Nónio do graminho
A resolução de um graminho analógico é de 0,02 mm, podendo ser maior nos graminhos digitais. A
sua amplitude de medida varia entre os 300 e os 1000 mm. O princípio de funcionamento do nónio
do graminho é semelhante ao paquímetro universal. Faz-se a leitura dos milímetros inteiros na
escala fixa e as suas frações na escala do nónio.
A figura 2.42 representa o exemplo da traçagem de uma peça com recurso a um graminho.
Figura 2.42 – Traçagem de uma peça com chapa com auxílio do graminho
2.16. Riscador
O riscador, figura 2.43, é um instrumento indispensável para a operação de traçagem. Pode dizer-
se que o riscador é o lápis do traçador, pois é com ele que são feitos os riscos sobre a superfície do
material ou da peça. Este instrumento é composto por uma vareta de aço com comprimento,
normalmente entre os 200 a 300 mm. Numa das extremidades tem uma dobra em ângulo reto ou
em forma de argola com cerca de 50 mm e na outra extremidade um ponta aguçada com um ângulo
de cerca de 20°.
Figura 2.42 – Riscador com uma argola numa extremidade
A figura 2.44 representa um exemplo de aplicação de um riscador na traçagem de uma peça com auxilio
de uma régua.