Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/299757090
CITATIONS READS
0 1,054
1 author:
Jose Silva
University of Lisbon
84 PUBLICATIONS 71 CITATIONS
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Jose Silva on 06 April 2016.
DESCRIÇÃO
ESCRIÇÃO AN ATOMOPATOLÓGICA!
NATOMOPATOLÓGICA
EM
E M ME DICINA VE
EDICINA ETERINÁRIA
TERINÁRIA!
DESCRIÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA!
EM MEDICINA VETERINÁRIA!
DESCRIÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA
EM MEDICINA VETERINÁRIA
!"#$%&'$#(%)*+,%
FICHA TÉCNICA
Editores
Rita Payan Carreira
Maria dos Anjos Pires
Composição
Centro de Ciência Animal e Veterinária . CECAV
UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Quinta de Prados
5000-801 Vila Real, Portugal
ISBN
978-989-704-220-1
Catalogação recomendada
DESCRIÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA EM MEDICINA VETERINÁRIA
Descrição Anatomopatológica em Medicina Veterinária/ ed. Rita Payan Carreira; Maria dos
Anjos Pires. - Vila Real:UTAD, 2016. --- p. 6, p. 280
ISBN: 978-989-704-220-1
I. Carreira, Rita Payan, ed. II. Pires, Maria dos Anjos, coed.
Medicina Veterinária / Anatomia Patológica -- Descrição macroscópica -- Descrição
microscópica
CDU: 616-091/ 636.09
Nota
Este livro foi editado no âmbito do Workshop em “Patologia Veterinária - Um relatório
bem feito, um diagnóstico preciso”, realizado pelo CECAV [UI 00772] com apoio da FCT
(Fundação para a Ciência e a Tecnologia).
Fevereiro de 2016
ii
!"#$%&'()*+,-.)/)0-.)123&$-*"/*4"5&$&,-*6"."%&,7%&-**
898+6*:*;"<"%"&%)*5"*=>?@*
"#$!%&'()*+,-!./()-'(01*(/!&!.*()-'(01*(/! !
!!!!!!!!2/'!3&'4&'!2-!/1/)&35-!6&7*8/3!./'(93*7-!
Ferreira da Silva, J.
CIISA – Centro Interdisciplinar de Investigação em Sanidade Animal, Lisboa, Portugal
Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
e-mail: jfsilva@fmv.ulisboa.pt
Resumo
A observação post mortem do aparelho sexual masculino deve fazer-se em
duas fases diferentes da necrópsia, devido à topografia dos vários órgãos
constituintes. Assim, a inspecção do escroto, testículos, epidídimo, prepúcio e
pénis realiza-se no final do exame externo, enquanto que as glândulas
vesiculares (vesículas seminais), próstata, glândulas bulbouretrais e uretra
membranosa devem ser observadas após o exame de todas as outras vísceras
da cavidade abdominal. O patologista deve ter em mente as diferenças
anatómicas entre as diferentes espécies. Na colheita de fragmentos para
exame microscópico, uma regra geral a reter é que os cortes devem ser
perpendiculares à superfície e ao eixo maior do órgão. A espessura dos
cortes deve situarse entre 3 e 5 mm, para uma fixação rápida
1. Considerações gerais
“There are almost as many ways of examining the heart as there are pathologists,
and each operator” must decide upon the method that appeals most” [1].
Glândulas acessórias
Próstata
Espécies Gld. Gld.
Corpo Porção disseminada
vesiculares Bulbo-uretrais
[porção externa] [porção interna]
Cavalo Presentes Presente Ausente Presentes
Presente (bem
Boi Presentes Rudimentar Presentes
desenvolvida)
Presente (bem
Carneiro Presentes Ausente Presentes
desenvolvida)
Presente (bem
Bode Presentes Ausente Presentes
desenvolvida)
Presente (bem Presentes (bem
Porco Presentes Presente
desenvolvida) desenvolvida)
Presente (pouco
Cão Ausentes Presente Ausentes
desenvolvida)
Presente Presente (pouco
Gato Ausentes Presentes
[pequena] desenvolvida)
212
J. Ferreira da Silva
Palpa-se a bolsa escrotal para pesquisa da presença dos testículos - dois, um ou escroto
vazio. Nos dois últimos casos, deve averiguar-se posteriormente a presença de criptorquidia
unilateral versus monorquidia e criptorquidia bilateral, respectivamente. No caso de
colheita de material para histopatologia, os cortes devem ser perpendiculares à pele
escrotal.
213
Descrição macroscópica e microscópica das lesões do aparelho genital masculino
No caso de testículos de grandes dimensões, assenta-se uma face lateral do testículo sobre
uma superfície plana e limpa (placa de cortar carne, por exemplo) e aplica-se a palma da
mão sobre a face oposta, de modo a imobilizar o órgão. Depois, faz-se o corte ao longo do
bordo livre com uma faca.
Nesta altura, fica exposta a superfície de corte do testículo. Deve ser apreciada a cor do
parênquima, a espessura relativa dos septos interlobulares e do mediastino testicular e a
presença de formações nodulares (tumores ou granulomas - o diagnóstico microscópico é
imperativo) ou quísticas.
214
J. Ferreira da Silva
O diagnóstico final do tumor exige o exame microscópico. Combinações dos tumores mais
comuns ocorrem em cerca de 25% das neoplasias testiculares caninas [3]. A relação entre o
criptorquidismo e a neoplasia testicular está bastante reconhecida, cães criptorquídeos têm
10 vezes mais tendência para desenvolver tumores testiculares do que cães normais.
215
Descrição macroscópica e microscópica das lesões do aparelho genital masculino
No caso de só ter sido palpado um testículo no escroto ou deste estar vazio, deve-se, em
primeiro lugar, ter presente a história pregressa (castração unilateral – pode acontecer – ou
bilateral). Palpa-se a pele da região inguinal, em particular dos lados do prepúcio), e, em
caso de não se sentir o(s) testículo(s) ectópico(s), procede-se à esfola dessa região (no caso
de ainda não ter sido efectuada). No caso de não serem detectados os testículos, deve-se
tentar procurá-los na cavidade abdominal, no espaço entre o polo caudal do rim e a abertura
interna do canal inguinal. Pode-se utilizar como guia o ducto deferente, cuja visualização,
após a abertura da cavidade abdomino-inguinal, é fácil - é semelhante a um fino cordão
branco e firme, estando uma das suas extremidades ligada à face dorsal da próstata. Em
caso de testículo ectópico subcutâneo ou abdominal, o processo de exame é semelhante ao
do testículo escrotal.
216
J. Ferreira da Silva
No cão, deve-se procurar possíveis fracturas do osso peniano por palpação. Finalmente,
abre-se a uretra longitudinalmente ao longo da superfície ventral do pénis e inspecciona-se
a superfície da mucosa (pesquisa de irregularidades, que poderão ser indicativas de
carcinoma da uretra, muito raro). Os fragmentos para histopatologia devem ser cortados
entre dois planos paralelos entre si (distando um do outro 3 a 5 mm) e perpendiculares ao
eixo da uretra. No caso de massas exofíticas (fibropapiloma dos bovinos, tumor venéreo
transmissível do cão), é a forma da neoplasia que condiciona o plano de corte para exame
microscópico.
O primeiro órgão a ser observado é a próstata. A próstata está próxima da bexiga, sendo
volumosa no cão e cavalo, pelo que ambos os órgãos devem ser examinados em bloco. No
caso de a bexiga ser examinada primeiro, o corte para expor a mucosa nunca deverá atingir
a próstata nem a uretra prostática.
217
Descrição macroscópica e microscópica das lesões do aparelho genital masculino
Nos cães obesos, dá-se o depósito de massas volumosas de tecido adiposo em torno da
próstata. Estas devem ser retiradas com o auxílio de bisturi e pinça, tendo-se o cuidado de
não se seccionar acidentalmenteos ductos deferentes. Observa-se a forma (esférica – normal
218
J. Ferreira da Silva
! !
!
Figura 7. Póstata. A. Corte transversal de próstata que, ao exame macroscópico, aparentava atrofia.
B. O exame microscópico revelou a presença de carcinoma
Coloca-se a próstata com a face ventral (onde a divisão dos lobos é nítida) virada para cima
e realiza-se um corte perpendicular ao eixo da uretra prostática e passando pelo ponto
médio desse eixo (Figura 8).
! !
219
Descrição macroscópica e microscópica das lesões do aparelho genital masculino
No caso de a próstata ser volumosa e se pretender o seu exame detalhado (por exemplo,
pesquisa de pequenos focos de prostatite crónica ou de carcinoma ou de displasia
intraductal (PIN - prostatic intraepithelial neoplasia), podem ser feitos cortes seriados de 3
em 3 mm paralelos ao corte transversal inicial (Figura 9 – eixo 1). Devido à consistência da
próstata, será conveniente endurecê-la previamente em formol tamponado a 10% durante
algumas horas. Depois do(s) corte(s) transversal(is), inspecciona-se a uretra prostática,
sendo esta cortada em todo o seu comprimento.
220