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AVALIAÇÃO POR

IMAGEM DA
MAMA
MASCULINA

TATIANE MENDES
GONÇALVES DE
OLIVEIRA
BÁRBARA NOGUEIRA CARACAS
DE SOUZA

 INTRODUÇÃO
O rastreamento e o diagnóstico de patologias mamárias em mulheres são bem
estabelecidos e frequentes na rotina do radiologista. Entretanto, para pacientes
masculinos, a avaliação dos sintomas mamários é comumente acompanhada de
dúvidas sobre a necessidade de exame de imagem complementar e qual método deve
ser realizado inicialmente nos diferentes cenários.

Quando o exame físico não é capaz de confirmar alteração benigna ou quando existem
características suspeitas para neoplasia, a mamografia (MMG) e a ultrassonografia
(USG) têm papel fundamental na investigação diagnóstica. Muito embora a maioria
das patologias mamárias em homens seja benigna, como ginecomastia ou
pseudoginecomastia, é fundamental reconhecer os aspectos de imagem suspeitos que
podem representar câncer de mama.

O câncer de mama masculino é pouco frequente, mas vem apresentando aumento de


sua incidência e sendo considerado uma doença diferente da que ocorre em mulheres,
com características histológicas e moleculares particulares, pior prognóstico e maior
mortalidade.

 OBJETIVOS

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 determinar o papel dos diferentes métodos de imagem na avaliação de


pacientes masculinos com sintomas mamários;
 identificar os principais diagnósticos diferenciais das patologias mamárias
em homens, destacando a epidemiologia, aspectos clínicos e de imagem;
 descrever as principais características do câncer da mama masculina.

 ESQUEMA CONCEITUAL

 EMBRIOLOGIA

O desenvolvimento embriológico das mamas é igual para ambos os sexos, iniciando


com o aparecimento das linhas mamárias bilateralmente, que se estendem da axila até
a virilha na 6ª semana de gestação. Entre a 12ª e a 16ª semana, há a formação de 8–12
ductos mamários e do complexo areolopapilar, que irá se pigmentar por volta da 32ª e
da 40ª semana.1

É na puberdade que o desenvolvimento da mama se diferencia entre homens e


mulheres, sendo estimulado na mulher pela ação do estrogênio e da progesterona e
inibido no homem pela testosterona, que promove a atrofia ductal.2
 ANATOMIA E HISTOLOGIA

O tecido mamário se estende do 2º ao 6º espaço intercostal, delimitado medialmente


pelo esterno e lateralmente pela linha axilar média. A mama masculina é composta de
pele, gordura, ductos e estroma atrofiados (Figura 1A–C).

Os ligamentos suspensórios da mama (ligamentos de Cooper) estão ausentes nos


homens.1,3

Figura 1 — Paciente masculino de 29 anos com queixa de dor mamária. A e


B) MMG nas incidências mediolateral oblíqua (MLO) e craniocaudal (CC) à
direita. C) USG da região retroareolar ipsilateral. Na mama masculina normal,
observam-se predominantemente a pele/papila (cabeça de seta), a predominância do
tecido adiposo subcutâneo (seta dupla) e o músculo peitoral maior ( ). Não se
identifica tecido fibroglandular.
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

 AVALIAÇÃO POR IMAGEM DA MAMA MASCULINA

Quando o exame físico é conclusivo para ginecomastia ou pseudoginecomastia, não é


necessária avaliação adicional por imagem.

O achado acidental de ginecomastia em tomografia computadorizada (TC) de tórax, a


menos que acompanhado de alteração clínica suspeita, também não necessita de
avaliação complementar com MMG ou USG.4
A avaliação por imagem de pacientes masculinos com sintomas mamários é
fundamental para caracterização de alteração clínica indeterminada ou suspeita.5,6

Se a avaliação clínica é inconclusiva em pacientes com menos de 25 anos, o American


College of Radiology (ACR) defende que a avaliação inicial seja ultrassonográfica,
seguida de MMG se necessário. Para pacientes com mais de 25 anos, a avaliação inicial
deve ser realizada por MMG e seguida de USG se necessário.5
Quando a avaliação clínica da mama é suspeita, incluindo nódulo palpável endurecido
ou fixo, descarga papilar, retração cutânea/papilar e linfonodopatia axilar, a MMG é o
melhor exame para caracterização inicial (Figura 2).5

Figura 2 — Sistematização da avaliação por imagem da mama masculina.


Fonte: Adaptado de Niell e colaboradores (2018).5

Quando a avaliação por imagem (mamográfica e/ou ultrassonográfica) é normal ou


mostra alteração benigna, não está indicada a avaliação citológica ou histopatológica
adicional.7

Os achados de imagem da mama masculina, assim como ocorre para a mama


feminina, devem ser descritos utilizando o léxico proposto pela classificação do BI-
RADS® (Breast Image Report and Data System) do ACR e receber uma categoria final de
avaliação (de 0 a 6), seguida de uma recomendação de conduta apropriada. Para as
categorias 1 (exame normal) e 2 (achados benignos), a recomendação de conduta
“rastreamento de rotina” pode não ser adequada, já que o rastreamento para câncer
de mama não é realizado de forma geral para os homens. Nesses possíveis cenários, o
mais apropriado é recomendar o seguimento clínico ou o manejo cirúrgico.

MÉTODOS DE IMAGEM NA AVALIAÇÃO DA MAMA MASCULINA

A MMG possui alta sensibilidade (S) de 94,7%, especificidade (E) de 94,8% e alto valor
preditivo negativo (VPN) de 99,7% na avaliação da mama masculina, o que justifica sua
escolha para a avaliação inicial por imagem na maioria dos pacientes do sexo
masculino. A MMG identifica corretamente ginecomastia, caracteriza mais facilmente
outras lesões benignas, como a necrose gordurosa, e ainda tem maior acurácia no
diagnóstico e na mensuração da extensão de calcificações suspeitas.2

O exame mamográfico deve ser realizado bilateralmente porque pode auxiliar na


caracterização de um achado ou permitir o diagnóstico de lesões contralaterais. Caso
haja dificuldade de posicionamento, em decorrência do menor volume mamário e da
maior proeminência da musculatura peitoral nos homens, a incidência caudocranial
pode ser utilizada em vez da CC.
Embora não existam muitos estudos específicos sobre a acurácia da tomossíntese
mamária (também conhecida como MMG 3D) em relação à MMG na avaliação de
pacientes masculinos, a tomossíntese reduz a sobreposição de estruturas e pode
facilitar o reconhecimento da ginecomastia ou de lesões obscurecidas, sendo um
recurso adicional quando disponível.5,8

A USG é um exame operador-dependente com S e E variáveis na literatura, mas tem


seu papel definido na caracterização de lesões suspeitas e indeterminadas, na
realização de biópsias e na avaliação axilar.9 Para pacientes com ginecomastia
demonstrada na MMG ou com MMGnegativa, a USG não traz informação adicional e
pode levar a falsos-positivos e a biópsias desnecessárias.10

Há poucos dados sobre o papel da ressonância magnética (RM) na avaliação de lesões


da mama masculina ou da validade dos descritores ACR BI-RADS neste cenário. Em
pacientes masculinos com diagnóstico de neoplasia de mama e na suspeita de invasão
de parede torácica, sabe-se que a RM tem alta acurácia no estadiamento mamário
local e pode contribuir para determinar o tratamento.

 PATOLOGIAS DA MAMA MASCULINA

As patologias mamárias em homens podem se originar de2,10

 pele;
 gordura;
 ductos;
 estroma;
 vasos (artérias, veias e linfáticos);
 feixes nervosos.

A grande maioria das patologias é benigna, e o diagnóstico mais frequente é a


ginecomastia ou pseudoginecomastia (Quadro 1).2,10
Quadro 1
PRINCIPAIS PATOLOGIAS DA MAMA MASCULINA

Benignas Malignas

Mais frequentes  Carcinoma


invasivo
 Ginecomastia  Carcinoma
 Pseudoginecomastia ductal in situ
 Lipoma (e suas variantes  Metástase
histológicas)
 Cisto epidérmico
 Abscesso subareolar
 Hematoma
 Esteatonecrose
 Hiperplasia estromal
pseudoangiomatosa
Raras

 Tumor de células da
granulares
 Tumor desmóide
 Schiwannoma
 Hemangioma

Fonte: Adaptado de Lattin e colaboradores (2013);3Rong e colaboradores (2018).11

PSEUDOGINECOMASTIA

Pseudoginecomastia é o aumento de volume mamário secundário a acúmulo de


gordura subcutânea (Figura 3A–C).

A diferenciação com ginecomastia é importante para definição de tratamento


cirúrgico. Na ausência de tecido fibroglandular, lipoaspiração pode ser suficiente.6

Figura 3 — Paciente masculino de 45 anos com lipodistrofia. A e B) MMG MLO e CC à


direita mostrando aumento do volume mamário secundário ao acúmulo de gordura
(seta dupla). A USG (C) confirma o espessamento do subcutâneo e a ausência de tecido
mamário.
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

GINECOMASTIA

Ginecomastia é a proliferação benigna de tecido fibroglandular mamário,


predominantemente de ductos e estroma. Pode ser bilateral (simétrica ou assimétrica)
ou unilateral.7,11

A ginecomastia é a alteração mais comum da mama masculina (sintomática ou


assintomática) encontrada em até 55% dos homens.2,10 Lapid e colaboradores
identificaram a ginecomastia como o diagnóstico mais frequente, em cerca de 85,3%
dos 557 pacientes masculinos com queixas mamárias e que realizaram investigação
por imagem.2

Os sintomas mais frequentes incluem:

 aumento do volume mamário;


 dor;
 nódulo palpável.

À palpação, a ginecomastia é móvel, de localização subareolar e com consistência


macia; porém, em até 14% das vezes, pode ser interpretada como suspeita para
neoplasia em decorrência de consistência mais firme, por predomínio de tecido
fibroso.2

A fisiopatologia da ginecomastia é explicada pelo aumento na relação


estrogênio/testosterona. Esse desbalanço pode ocorrer fisiologicamente em neonatos,
na puberdade e em idosos ou pode ser causado por uma série de diagnósticos
diferenciais que incluem obesidade, neoplasias, síndrome de Klinefelter, doença
hepática crônica, hipertireoidismo e medicamentos1,2,6 (Quadro 2).

Quadro 2
CAUSAS DE GINECOMASTIA

 Obesidade (aumento
da conversão
periférica)
 Tumores das células de
Aumento dos níveis de Leydig ou Sertoli
estrogênio  Tumores produtores
de gonadotrofinas
coriônicas
 Tumores
adrenocorticais

 Síndrome de
Klinefelter
 Sequela de orquite
 Orquiectomia
Redução dos níveis de
 Doença
testosterona
hipotalâmica/hipofisária
 Síndrome da
resistência
androgênica

Alteração dos níveis  Hipertireoidismo


séricos das globulinas  Doença hepática
ligantes dos hormônios crônica
sexuais  Medicamentos (p. ex.,
espironolactoma)

 Medicamentos (p. ex.,


Alteração ou bloqueio
fármacos para
dos receptores de
tratamento do
androgênio
câncer de próstata)

Alteração de receptores  Medicamentos


de estrogênio
Fonte: Adaptado de Chau e colaboradores (2016);1Kim e Kim (2019);2 Niell e
colaboradores (2018).5

O tratamento de ginecomastia inclui a suspensão do fator causador e uso de


bloqueador seletivo dos receptores de estrogênio (tamoxifeno, raloxifeno) com maior
taxa de sucesso para ginecomastia de curta duração. O tratamento cirúrgico é indicado
quando a ginecomastia é refratária ao tratamento clínico e/ou quando há prejuízo
social ao paciente.1,6

LEMBRAR

A ginecomastia é classificada classicamente em três padrões mamográficos: nodular,


dendrítica e difusa, que se correlacionam às alterações histológicas. Muito embora
esta classificação tenha sido inicialmente descrita para MMG , um padrão
correspondente é observado também na USG.11

Ginecomastia nodular

Definida por tecido mamário radiodenso retroareolar com aspecto nodular “em leque”
que se correlaciona ao aparecimento recente, com menos de um ano,
histologicamente apresentando proliferação ductal florida com estroma inflamatório e
edematoso.

À USG, o tecido glandular é nodular, subareolar e hipoecoico, podendo haver


vascularização ao Doppler, aspecto de imagem que se assemelha ao broto mamário
feminino. Nesse estágio, a ausência de fibrose estromal geralmente permite regressão
completa com tratamento clínico (Figura 4A–D).
Figura 4 — Paciente masculino 53 anos com queixa de nódulo palpável na mama
direita. MMGMLO (A) e CC (B) evidenciando tecido mamário retropapilar, com aspecto
nodular “em leque”. A USG (C) ratifica a presença de tecido fibroglandular hipoecoico,
com padrão nodular, sem efeito expansivo ou achados de imagem associados,
compatível com ginecomastia nodular. (D) Ginecomastia florida mostrando edema
periductal e estroma fibroblástico celular (aumento de 200x na coloração de H&E).
Fonte: A–C) arquivo de imagem das autoras. D)cedida pela Dra. Francesca Maia Faria.

Ginecomastia dendrítica

Definida por tecido mamário radiodenso retroareolar com aspecto “em chama”.
À USG, observa-se tecido hipoecoico retroareolar formando projeções digitiformes
(Figura 5A e B).

O quadro está relacionado a tempo de evolução superior a um ano, e,


histologicamente, há fibrose estromal e dilatação ductal. A presença da fibrose
proporciona consistência mais firme à palpação e regressão incompleta do quadro com
tratamento clínico.
Figura 5 — Paciente masculino de 65 anos com aumento do volume
mamário. MMG (A) e USG (B)evidenciando tecido fibroglandular hipoecoico,
retroareolar, formando projeções digitiformes (setas) que conferem o aspecto “em
chama”. Novamente não há efeito expansivo, retração ou espessamento cutâneos. O
aspecto de imagem é compatível com ginecomastia dendrítica.
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

Ginecomastia difusa

A ginecomastia difusa é secundária à longa exposição estrogênica; o aspecto de


imagem mamográfico e ultrassonográfico é semelhante à mama feminina
heterogeneamente densa (Figura 6A–D).

Figura 6 — Paciente de 70 anos com história de neoplasia de


próstata. MMG MLO (A) e CC (B) à esquerda com tecido fibroglandular difuso,
semelhante à mama heterogeneamente densa feminina. O tecido fibroglandular se
estende até o quadrante superolateral, e a USG (C) confirma a presença de parênquima
mamário ecogênico difuso e sem lesões suspeitas, compatível com ginecomastia
difusa. D) Ginecomastia tipo fibrosa mostrando estroma fibroso hipocelular e escassos
ductos com diminuição da proliferação epitelial (aumento de 100x na coloração de
H&E).
Fonte: A–C) arquivo de imagem das autoras. D)cedida pela Dra. Francesca Maia Faria.

CISTO EPIDÉRMICO

O cisto epidérmico é revestido por células escamosas e preenchido por queratina em


lamelas. À MMG , apresenta-se como nódulo oval/redondo e circunscrito.
A USG permite melhor caracterização da localização cutânea e do padrão lamelar e
heterogêneo, reforço acústico posterior e ausência de vascularização ao estudo
Doppler1,12 (Figura 7A–D).
Figura 7 — Paciente de 40 anos com nódulo palpável na mama
esquerda. MMG MLO (A) e CC(B) à esquerda com nódulo oval, circunscrito, de alta
densidade, retroareolar, sem achados secundários associados. A USG modo B (C) e o
Doppler colorido (D) demonstram a ecotextura heterogênea/lamelar característica do
cisto epidérmico e permite mais facilmente identificar a origem cutânea do nódulo
através do “sinal da garra” ou da “pata de caranguejo” (cabeças de seta).
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

LIPOMA

O lipoma e suas variantes histológicas (angiolipoma e fibrolipoma) representam a


segunda lesão benigna mais comum da mama masculina. Sua identificação pode ser
difícil à MMG , porque nem sempre é possível a percepção da fina cápsula radiodensa.
Na USG, o lipoma aparece como nódulo subcutâneo e circunscrito, geralmente
isoecoico ou levemente hiperecoico e, mais raramente, hipoecoico3,11 (Figura 8A–C).

Figura 8 — Paciente masculino de 48 anos, após cirurgia bariátrica relatou nódulo


palpável na mama direita. Na MMG MLO (A) e CC (B) à direita, observa-se nódulo oval,
circunscrito, contendo gordura ( ) na junção dos quadrantes superiores. À USG (C), o
nódulo apresenta fina cápsula ecogênica (setas) e ecotextura heterogênea. Diagnóstico
histológico: fibrolipoma.
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

HEMATOMA

O hematoma mamário pode se associar a1

 história de trauma;
 distúrbio da coagulação;
 uso de anticoagulante oral.

O aspecto de imagem varia desde o aumento da ecogenicidade no subcutâneo (fase


aguda) até cisto complicado ou coleção heterogênea (fase subaguda/crônica), sem
vascularização ao estudo Doppler.1

Quando a lesão se apresenta como nódulos complexos sólido-císticos ou cistos


complicados, principalmente na ausência de história clínica compatível, a punção
aspirativa ou biópsia de fragmento são necessárias para elucidação diagnóstica (Figura
9A–D).

Figura 9 — Paciente masculino 77 anos com nódulo palpável na mama


direita. MMG MLO (A) e CC (B) à direita demonstrando nódulo irregular com margens
indistintas (cabeças de setas) e alta densidade, sem outros achados secundários.
A USG (C) e (D) mostra coleção heterogênea com finos ecos móveis no interior, halo
ecogênico e ausência de vascularização ao estudo Doppler colorido. A punção
aspirativa foi realizada para confirmação do conteúdo hemático. Houve com resolução
completa da lesão em 30 dias. Paciente negou história de trauma, mas tinha
antecedente pessoal de acidente vascular cerebral, em uso de AAS.
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

ESTEATONECROSE

A necrose gordurosa pode ser secundária a trauma ou cirurgia, mostrando um amplo


espectro de apresentação incluindo desde cistos oleosos, calcificações distróficas,
nódulos contendo gordura a calcificações pleomórficas ou nódulos espiculados.2
O vasto aspecto de imagem traduz as diferentes fases da fisiopatologia da
esteatonecrose, que se inicia com hemorragia, seguida de necrose, lipólise e
inflamação histiocitária, culminando com fibrose que pode, por fim, calcificar.2

A esteatonecrose pode apresentar aspecto suspeito à USG e a MMG pode auxiliar na


caracterização da lesão.

ABSCESSO SUBAREOLAR

O abcesso subareolar é secundário à ectasia ductal, com obstrução crônica e


inflamação. Assim como na população feminina, os patógenos mais comuns
são Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis. Geralmente, apresenta-se
como nódulo complexo sólido-cístico associado a sinais flogísticos (Figura 10).

Figura 10 — Paciente masculino de 20 anos com nódulo palpável, doloroso e de


crescimento rápido na mama esquerda, associado à hiperemia da pele e calor.
A USG evidenciou nódulo complexo sólido-cístico, com debris móveis no interior, halo
ecogênico e vascularização periférica ao Doppler (não mostrado). As características de
imagem e o quadro clínico são compatíveis com abscesso. Houve regressão completa
da lesão depois do tratamento com antibiótico após quatro semanas, e a biópsia não
foi necessária.
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

HIPERPLASIA ESTROMAL PSEUDOANGIOMATOSA

A hiperplasia estromal pseudo angiomatosa é a proliferação benigna de


miofibroblastos no estroma mamário, mediada por hormônio (estrogênio), o que
explica sua grande associação com a ginecomastia. Em homens, ocorre como achado
incidental em 20–47% das biópsias. A apresentação como nódulo palpável é mais rara.3

Os achados de imagem são inespecíficos, incluindo nódulo circunscrito ou de margens


indistintas, resultando na necessidade de investigação histopatológica por biópsia.3 A
imuno-histoquímica positiva para presença de vimentina e CD34 e negativa para fator
8 e CD31 pode auxiliar no diagnóstico histológico diferencial com angiossarcoma de
baixo grau.3

OUTRAS LESÕES BENIGNAS RARAS

São tumores raros na mama masculina:2

 tumores de células granulares;


 tumor desmóide;
 mioblastoma;
 schwanoma;
 hemangioma.

CÂNCER DE MAMA MASCULINO

O câncer de mama masculino é uma doença rara, correspondendo a menos de 1% dos


cânceres de mama e menos de 0,3% das neoplasias em homens, com 6 casos/100.000
pacientes.13

Enquanto, na população feminina, o rastreamento mamográfico e o avanço do


tratamento sistêmico e radioterápico levaram à redução da mortalidade, na população
masculina, o cenário é distinto, e o câncer da mama tem pior prognóstico e alta
mortalidade.13

Apenas no Brasil, entre 2005 e 2015, calculam-se cerca de 1.521 mortes relacionadas
ao câncer de mama em homens.14 Nos Estados Unidos, foram estimados 2.550 novos
casos em 2018, com 480 mortes, contra 400 mortes relacionadas a câncer testicular ou
380 mortes secundárias ao câncer peniano, por exemplo.15

Esse pior prognóstico pode ser atribuído a múltiplas causas:

 o câncer de mama masculino é detectado a partir de manifestação clínica, já


que o rastreamento mamográfico não é realizado para homens (menor
incidência da doença);
 o desconhecimento sobre a doença leva ao atraso na procura por avaliação
médica resultando em diagnóstico em estágios mais avançados,
estadiamento (TNM) III ou IV em cerca de 40% dos casos;
 o tratamento do câncer de mama masculino é feito por extrapolação dos
dados referentes ao câncer de mama em mulheres, uma vez que a relativa
raridade dificulta estudos clínicos prospectivos e randomizados específicos
sobre o câncer de mama em homens.
Fatores de risco

O câncer de mama masculino surge mais tardiamente do que o feminino, com média
de idade de 70 anos, e menos de 6% dos casos ocorrendo em homens abaixo dos 40
anos.1 Além da senilidade, outros fatores de risco incluem

 exposição prolongada a estrogênio (obesidade, síndrome de Klinefelter,


adenoma de hipófise e cirrose);
 redução dos níveis de testosterona (criptorquidia, orquite);
 história pessoal de radioterapia torácica para linfoma;
 história familiar de neoplasia de mama e ovário.

LEMBRAR

A história familiar de câncer de mama e ovário está presente em cerca de 20% dos
homens com diagnóstico de câncer de mama e se correlaciona ao surgimento de
doença em pacientes mais jovens. A mutação do gene supressor de tumor BRCA
aumenta o risco relativo para neoplasia de mama e de outros sítios (como ovário,
pâncreas, cólon e próstata) e está presente em cerca de 10–28% dos homens com
diagnóstico câncer de mama (mais frequentemente a mutação BRCA2).13,16

Nos homens com BRCA2 mutado, o risco acumulado de desenvolver câncer de mama
(aos 70 anos) é de 6,8%, significando um aumento do risco relativo de cerca de 80
vezes, porém ainda com risco absoluto menor do que o da população feminina sem
fatores de risco, que apresenta risco médio de 11%.13,14,17

A definição de alto risco para câncer de mama em mulheres é bem estabelecida e


definida por um risco relativo maior do que 20–25%. Nos homens, essa definição não é
bem estabelecida, e existem poucos dados conclusivos na literatura sobre os
benefícios do rastreamento por imagem na população masculina com fatores de risco
associados ou mutação comprovada. O National Comprehensive Cancer Network
(NCCN) sugere apenas o autoexame, a partir dos 35 anos, para homens com mutação
BRCA.18

Características histológicas e genéticas

Atualmente o câncer de mama masculino é considerado uma doença com


características histológicas, imuno-histoquímicas e genéticas diferentes da doença na
população feminina.13

O principal subtipo histológico é o carcinoma invasivo sem outras especificações (CI-


SOE) em cerca de 85–90% dos casos. O termo “sem outras especificações” se refere à
falta de um padrão histológico especial (como característica tubular, metaplasia ou
produção de mucina, por exemplo) e inclui a maioria dos tumores chamados
anteriormente de carcinomas ductais invasivos.

O carcinoma ductal in situ e alguns carcinomas invasivos de subtipos especiais são


mais incomuns no homem. Além disso, também há baixa incidência do carcinoma
lobular invasivo (CLI) e suas variantes (cerca de 1,5% dos casos) em decorrência da
falta de verdadeiro desenvolvimento acinar/lobular na mama masculina.1

Em relação à imuno-histoquímica, os tumores de mama masculina expressam


receptores de estrogênio (RE) e receptores de progesterona (RP) na extensa maioria
dos casos. A expressão do receptor do fator de crescimento epidermal 2 (HER2), um
importante marcador prognóstico e terapêutico, ocorre em menos de 20% dos
tumores.13

Neoplasias de mama triplo negativas (TN) definidas como tumores que não
expressam RE, RP e HER-2 são raramente encontradas no sexo masculino. Outros
genes específicos como, por exemplo, o EMSY e o PALB2 são mais frequentemente
expressos nas neoplasias de mama masculina do que nas neoplasias de mama
feminina13 (Tabela 1).
Tabela 1
DIFERENÇAS HISTOLÓGICAS E IMUNO-HISTOQUÍMICAS
DO CARCINOMA MAMÁRIO EM HOMENS E EM
MULHERES

Câncer de Câncer de
mama em mama em
homens mulheres

Subtipos histológicos 90% CI-SOE, 75% CI-SOE,


1,5% CLI 10% CLI

Marcadores > 90% RE+, > 75% RE+,


moleculares/imuno- 80% RP+, < 65% RP+,
histoquímicos 1% TN 10–15% TN
Fonte: Adaptada de Latti e colaboradores (2013);3Rong e colaboradores (2018).11

Características clínicas e de imagem

O câncer de mama masculino se manifesta mais frequentemente como nódulo sólido,


irregular, com margens indistintas ou espiculadas (Figura 11A–E).
Figura 11 — Paciente masculino de 71 anos. MMGMLO direita (A e C) evidenciando
nódulo irregular, de margens indistintas, alta densidade, retroareolar, associado à
retração da papila e espessamento cutâneo (setas). A presença dos achados
secundários facilita a identificação e aumenta o grau de suspeita da lesão,
parcialmente obscurecida pela de ginecomastia bilateral (A) e (B). Na USG (D e E), o
nódulo mantém forma irregular e margens indistintas, com halo ecogênico e
vascularização interna ao Doppler de amplitude, há invasão da pele (setas). A biópsia
confirmou um carcinoma invasivo SOE grau 2 RE+, RP+, HER2- (luminal A).
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

Alguns subtipos especiais de carcinomas invasivos, como o papilífero, o mucinoso, o


metaplásico, entre outros, podem caracteristicamente apresentar forma oval ou
redonda com margens relativamente bem circunscritas, hipoecogenicidade ou conter
áreas císticas e, ainda, exibir reforço acústico posterior (Figura 12A–C).

Figura 12 — Paciente masculino de 69 anos. Na MMG MLO esquerda (A), observa-se


nódulo redondo, circunscrito, de alta densidade, retroareolar, sem achados secundários
associados. A USG (B) mostra volumoso nódulo complexo sólido-cístico, redondo e
circunscrito, com vascularização interna do componente sólido ao Doppler de
amplitude (C). A biópsia revelou carcinoma invasivo mucinoso, grau 1, RE+, RP+, HER2-
(luminal A).
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

Em virtude das características anatômicas, como a escassez de tecido mamário, os


tumores de mama no homem têm maior proximidade com a pele/papila e plexo
linfático retroareolar, contribuindo para maior comprometimento cutâneo/papilar
(40–48%) e doença axilar (60–80%). Portanto, identificação de achados secundários
como espessamento/retração cutânea, inversão da papila e linfonodopatia axilar são
frequentes e sugerem fortemente malignidade. A presença de descarga papilar
sanguinolenta também deve ser valorizada e está descrita em cerca de 25% dos
carcinomas em homens.2,3,19

LEMBRAR

Até 20% dos tumores de mama no homem podem se apresentar com margens
circunscritas, simulando lesão provavelmente benigna. Nesse contexto, salienta-se
que, se nas mulheres os nódulos com características de imagem provavelmente
benignas representam, na maioria das vezes, fibroadenoma, nos homens as patologias
lobulares, incluindo o fibroadenoma, são raras, e a categoria 3 do ACR BI-RADS® tem
mostrado risco de malignidade entre 17,4–21%. Esse risco supera os 2% estabelecidos
para essa categoria, e a biópsia dessas lesões pode ser a melhor recomendação na
população masculina.9,20,21

Calcificações são menos frequentes, ocorrendo em 10–30% dos casos, e mais


comumente associadas a nódulos21–23 (Figura 13A e B). As calcificações que
representam neoplasia na mama masculina podem ser menos numerosas e ter forma
mais redonda ou heterogênea e grosseira.21–23

Figura 13 — Paciente masculino de 82 anos. MMGMLO e CC à esquerda (A) e (B).


Nódulo irregular, espiculado, de alta densidade, contendo calcificações pleomórficas
finas, localizado retroareolar na mama esquerda, associado a espessamento cutâneo e
inversão da papila. A biópsia confirmou um carcinoma invasivo SOE grau 2 RE+, RP+,
HER2- (luminal A).
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

A ginecomastia está presente concomitantemente em cerca de 40% dos pacientes com


câncer de mama, podendo obscurecer pequenos nódulos ou ainda representar um
diagnóstico diferencial. Deve-se mencionar que a ginecomastia e 58% dos tumores de
mama são retroareolares, mas lesões excêntricas à papila devem ser consideradas
suspeitas e investigadas.19,24

Algumas características mostradas no Quadro 3, a seguir, ajudam a diferenciar


ginecomastia de câncer de mama.19,24
Quadro 3
CARACTERÍSTICAS QUE AUXILIAM NO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL ENTRE GINECOMASTIA E CÂNCER DE MAMA

Ginecomastia Câncer de mama


masculina

 Queixa de dor é  Geralmente


comum indolor
 Pode correr em  Mais frequente
qualquer idade em idosos (em
 Frequentemente média 70 anos)
bilateral  Raramente
 Localização bilateral
retroareolar  Retroareolar ou
 Não se associada a excêntrica à
achados papila
secundários  Associação com
 Calcificações ausentes retração de
pele ou papila e
com
linfonodopatia
é comum
 Pode se associar a
calcificações
Fonte: Elaborado pelas autoras.

 METÁSTASES MAMÁRIAS

As metástases para a mama são raras e compreendem apenas 0,5–3% das lesões
malignas da mama, com predomínio no sexo feminino, e com apenas 5% ocorrendo
nos homens. Os tumores primários que mais frequentemente podem disseminar para
a mama são2,12

 melanoma;
 linfoma não Hodgkin;
 pulmões;
 sarcomas;
 rins;
 estômago;
 próstata.

As metástases podem aparecer como nódulos únicos ou múltiplos (unilaterais ou


bilaterais) relativamente bem circunscritos e vascularizados ao estudo
Doppler2,12 (Figura 14A–C).

Figura 14 — Paciente masculino de 57 anos referindo surgimento de nódulo em mama


esquerda há 3 meses, com antecedente pessoal de leiomiossarcoma de coxa esquerda
há 3 anos, mestastático para fígado e baço. MMG CC à esquerda (A) mostrando nódulo
oval, circunscrito e de alta densidade de localização medial. A USG(B) identifica nódulo
irregular (> 3 lobulações), circunscrito, hipoecoico, com reforço acústico posterior e
vascularização interna ao Doppler colorido (C). A biópsia confirmou lesão secundária
do leiomiossarcoma.
Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

 PACIENTES TRANSGÊNERO

O risco de desenvolver câncer de mama em pacientes transgêneros é, em geral,


semelhante ao risco dos pacientes do mesmo sexo de nascimento.

Assim, o paciente transgênero masculino, que nasceu com sexo feminino e tem
identidade de gênero masculina, tem risco de desenvolver câncer de mama
semelhante ao das mulheres de nascimento. A necessidade de rastreamento
dependerá do estágio clínico-social. Se há preservação da mama, a estratégia de
rastreamento deve ser mantida; entretanto, quando a paciente optou por
adenomastectomia e faz uso de androgênio, o rastreamento mamográfico pode não
ser necessário em decorrência da redução de risco de desenvolvimento do câncer de
mama.

Já a paciente transgênero feminino, que nasceu com sexo masculino e tem identidade
de gênero feminina, apresenta risco de desenvolver câncer de mama semelhante aos
homens de nascimento. Apesar da história de exposição ao uso de estrogênio exógeno
e bloqueadores de androgênios (que conceitualmente aumentam o risco de câncer de
mama), os poucos estudos existentes mostram que não há aumento da incidência de
câncer de mama nesse subgrupo.25
Atualmente, uma opção é o rastreamento mamográfico bianual para transgêneros
femininos a partir dos 50 anos quando há uso de estrogênio superior a 5 anos, IMC
maior do que 35 ou história familiar de câncer de mama e ovário.25

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Como citar a versão impressa deste documento

Oliveira TMG, Souza BNC. Avaliação por imagem da mama masculina. In: Colégio Brasileiro de Radiologia e
Diagnóstico por Imagem; Melo-Leite AF, Zapparoli M, organizadores. PRORAD Programa de Atualização em
Radiologia e Diagnóstico por Imagem: Ciclo 9. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2020. p. 61–91. (Sistema de
Educação Continuada a Distância, v. 4)

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