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G2 Avaliação Psicológica

Letícia Rabello Sampaio - 1911807

Caso clínico – Avaliação Psicológica no contexto hospitalar

Paciente M., 45 anos, sexo feminino, deu entrada na emergência de um hospital


particular, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro com mialgia, cefaleia, febre,
tosse e enjoo. Após avaliação médica e exames complementares foi hospitalizada
em setor de isolamento respiratório, com suspeita de pneumonia viral por COVID,
sem possibilidade de acompanhante, nem de visita.

O CTI, o qual está acomodada, possui 8 leitos, sendo a única paciente do setor que
não está em ventilação mecânica. Os leitos do setor são dispostos um ao lado do
outro, formando um L, e seu box fica posicionado em frente a outros 3.

A psicóloga de plantão foi acionada pela equipe médica, para avaliação psicológica,
após paciente se queixar para a equipe de dispneia, sem queda na saturação e sem
alterações nos parâmetros monitorados. Ao chegar ao leito da paciente a psicóloga
percebe a televisão ligada em um jornal falando sobre a quantidade de óbitos por
COVID. É possível observar que no leito em frente ao seu, está hospitalizado um
paciente de 35 anos, em estado gravíssimo, realizando ECMO (oxigenação por
membrana extracorpórea) que funciona como um coração e um pulmão artificiais
para o paciente.

A paciente relata que tem receio de ficar com a porta do leito fechada e a equipe não
a escutar se ela precisar solicitar ajuda, seu leito não tem campainha para acionar a
equipe. Mesmo podendo ficar em posse de seu celular, a mesma se recusa a ficar
com ele, pois informa que está sem paciência. Demonstra agitação motora e o
discurso com significativo aumento na velocidade de fala.
Você é o (a) psicólogo (a) que fará a avaliação psicológica da paciente e precisa
planejar o processo de avaliação:

1) Cite, ordenadamente, as etapas que você incluiria no processo de


avaliação da paciente M.

No contexto hospitalar, a primeira etapa do processo seria a


solicitação. A partir dessa solicitação, se dará a interconsulta. Deve-se realizar
a entrevista/anamnese do paciente, e em seguida sua observação. O próximo
passo será a escolha de técnicas, procedimentos e bateria de testes. A etapa
seguinte vai tratar da aplicação dos testes, das técnicas e dos procedimentos
escolhidos. A próxima etapa vai se constituir da correção, levantamento,
análise, interpretação e integração dos dados. Por fim, é feita a devolutiva,
que se trata da comunicação dos resultados.

2) Cite pelo menos três instrumentos e/ou técnicas que você escolheria
para a avaliação psicológica de M.

A partir da anamnese e observação da paciente, e com a hipótese de


um quadro de ansiedade, escolheria como instrumentos para avaliação a
Escala de Ansiedade de Beck (BAI), a Escala de Depressão de Beck (BDI) e
Escala Hospitalar De Ansiedade E Depressão (HADS).

3) Quais os objetivos do atendimento do (a) psicólogo (a) nesse caso?

Tendo em mente que o adoecimento e o ambiente hospitalar são


fatores que favorecem o agravamento do quadro clínico, o papel do
atendimento psicológico é de acompanhar essa paciente durante a
internação, observando sua reação à realidade do momento que está
vivenciando, com o objetivo de aliviar o sofrimento psíquico frente a
internação. Nesse caso, especificamente, o (a) psicólogo (a) deve buscar
técnicas para diminuir as crises de ansiedade da paciente.
4) Após a avaliação psicológica descreva a sua conduta:

a. O que você reportaria para a equipe? E que sugestões de conduta


seriam propostas?

Após a avaliação psicológica, realizada através dos instrumentos e


técnicas escolhidas, reportaria a equipe que a paciente está apresentando
sintomas de ansiedade (como por exemplo, a dispineia, a agitação motora e a
fala de curso acelerado) como reação a sua situação. Minha sugestão seria
que transferissem a paciente para outro leito, mais próxima de um paciente
em estado menos grave, e que buscassem transmitir calma para a paciente.

b. Quais seriam as possíveis orientações a serem propostas para a


paciente?

A principal orientação a ser proposta para a paciente seria sugerir a


possibilidade de que ela assistisse algum outro canal de televisão, de
preferência um em que não transmitisse as notícias sobre o COVID e os
números de óbitos decorrentes, pois esse é um dos fatores que estava
desencadeando os sintomas de ansiedade na paciente.

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