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UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá / Campus de Itabira

Laboratório de Máquinas Elétricas II


Professor: Eben Ezer Prates da Silveira
Data de entrega: 09/06/2023
Aluno: Sebastião Ferreira de Paula Neto RA: 2018011680
Aluno: Vinicius de Miranda Reis RA: 2019014686
Aluno: Mateus Andrade Peixoto RA: 2019018362
Aluno: Gabriel Vinicius Vieira de Oliveira RA: 2019003593

Relatório da prática 9 - O Motor Síncrono e a Correção de


Fator de Potência

Introdução
A máquina síncrona é um dispositivo amplamente utilizado como gerador de energia elétrica.
Ela é classificada como de polos salientes quando é projetada para operar em baixa velocidade
e possui um número elevado de polos, o que é comum em usinas hidrelétricas. Por outro lado,
é classificada como de polos lisos quando projetada para operar em alta velocidade, geralmente
com um ou dois pares de polos, como é o caso das turbinas a vapor ou a gás.
O motor síncrono tem a capacidade de operar em sincronismo perfeito com a fonte de
alimentação, o que o torna altamente eficiente em termos de aproveitamento de energia. Além
disso, o motor síncrono pode ser utilizado como um compensador síncrono para correção do
fator de potência, garantindo uma operação mais eficiente de sistemas elétricos. (OLIVEIRA,
2021).
Uma das características importantes do motor síncrono é a possibilidade de ajuste da cor-
rente de campo. Esse ajuste permite determinar o fator de potência, a tensão terminal, a
corrente de armadura e a potência ativa da carga. A relação entre a corrente de campo e a
corrente de armadura, com a potência ativa e a tensão terminal constantes, é conhecida como
curva "V", devido ao seu formato característico.
No decorrer deste relatório, serão explorados em maior detalhe os princípios de funciona-
mento do motor síncrono, as características da correção do fator de potência e suas aplicações
na indústria. Além disso, serão discutidos casos de estudo e exemplos práticos para demonstrar
os benefícios e a importância dessa tecnologia na melhoria da eficiência energética e na redução
dos custos operacionais das instalações industriais.

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Objetivos
Nesta pratica foi realizado o levantamento da curva V de um motor síncrono (MS) como
parte do aprendizado prático dos conceitos de máquinas elétricas II. O relatório descreverá
o procedimento de partida do MS, utilizando um motor de indução como motor auxiliar de
partida, e o procedimento para o levantamento da curva V do motor síncrono, incluindo a
variação gradual da corrente de campo e a coleta de dados para diferentes cargas (1 Nm, 2 Nm
e 3 Nm) nas tabelas fornecidas.

Materiais e Métodos
Para realização do ensaio prático foram utilizados os seguintes materiais, conforme Tabela
1:

Tabela 1: Materiais utilizados no ensaio

Item Qtd Descrição Especificação


1 1 Motor síncrono GS Equacional para fins didátidos
2 1 Gerador CC Gerador Equacional para fins didátidos
3 1 Motor de indução Trifásico (MIT) MIT Equacional para fins didátidos
4 1 Varivolt Varivolt trifásico de 3KVA
5 2 Varivolt Varivolt trifásico de 10KVA
6 2 Multímetro Multímetro Fluke 115
7 2 Multimedidor Multimedidor Kron Multi-K
8 2 Amperímetro Alicate Amperímetro FLUKE, modelo 325
9 1 Tacômetro Tacômetro Manipla, modelo MDT-2238A

A Figura 1 , demonstra a montagem realizada pela equipe no laboratório durante o experi-


mento.

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Figura 1: Montagem da aula prática

O procedimento experimental foi conduzido de forma sistemática e controlada, seguindo as


etapas descritas a seguir e seguindo o seguinte esquemático. (Figura 2).

Figura 2: Esquemático do ensaio.

Inicialmente, para controle da excitação do motor síncrono, foi utilizado um varivolt trifásico
de 3kVA, o qual fornece energia à ponte retificadora do painel. A saída dessa ponte está ligada ao
circuito de campo do motor, cuja corrente é monitorada através de um amperímetro, enquanto
as outras variáveis são monitoradas pelo medidor multifuncional

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Como carga, utiliza-se um gerador de corrente contínua, onde o controle de excitação é
realizado por uma ponte trifásica alimentada por um varivolt trifásico de 10kVA. As variáveis
do mesmo são visualizadas e monitoradas por meio de um multímetro e um amperímetro. Para
a carga do gerador, foi usado 5 resistências 350W/220V cada, conforme diagrama de montagem
descrito na Figura 2 e execução na Figura 1.
A alimentação do motor síncrono é fornecida através de varivolt trifásico de 10kVA. O
MIT auxilia para a partida do motor síncrono, sendo alimentado por meio de um conversor
de frequência, que foi conFigurado para uma velocidade de 1800RPM. Após a partida da
máquina, foi realizada a com a rede elétrica, para garantir o funcionamento adequado do motor.
Em seguida, realizou-se o ajuste da corrente de excitação da máquina, até que fosse possível
desligar o MIT. Com a realização da montagem do diagrama foi possível coletar os dados das
tabelas descritas em Resultados e Análises.

Resultados e Análises
As tabelas 2 à 4 foram preenchidas com base nos resultados experimentais obtidos durante
os ensaios no laboratório.

Tabela 2: Dados coletados do motor sincrono em vazio.


Corrente de
Tensão MS Corrente MS Potência Potência Fator de
Campo MS
[V] [A] Ativa [W] Reativa [VAr] Potência
[mA]
217.6 2.38 0.167 290 850 0,322
217.7 1.97 0.200 276 696 0,368
218 1.52 0.233 260 512 0,452
218.8 1.12 0.266 248 346 0,582
218.9 0.78 0.299 236 187 0,783
219.4 0.5 0.332 221 26 0,993
219.5 0.75 0.365 205 -196 0,722
220.1 1.067 0.399 202 -346 0,504
220.4 1.424 0.428 200 -514 0,362
219.7 1.879 0.464 196 684 0,275
220.3 2.3 0.497 201 -851 0,229

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Tabela 3: Dados coletados do motor sincrono com uma carga de l Nm
Corrente de
Tensão MS Corrente MS Potência Potência Fator de
Campo MS
[V] [A] Ativa [W] Reativa [VAr] Potência
[mA]
219.1 2.52 0.17 500 810 0.52
219.2 2,129 0,201 484,4 648 0,598
219,5 1,768 0,233 468,7 481,1 0,699
219,6 1,46 0,265 454,4 313,2 0,826
219,5 1,237 0,299 440,6 160,5 0,941
219,9 1,129 0,333 0,429 -33 0,997
220,1 1,228 0,366 417 -209,2 0,897
220,2 1,465 0,401 412,2 -377,2 0,735
219,6 1,769 0,432 405,6 -533,9 0,614
219,7 2,133 0,463 407,4 -695,5 0,505
219,4 2,557 0,499 408,6 -877,4 0,416

Tabela 4: Dados coletados do motor síncrono com uma carga de 2 Nm.


Corrente de
Tensão MS Corrente MS Potência Potência Fator de
Campo MS
[V] [A] Ativa [W] Reativa [VAr] Potência
[mA]
218.8 2.89 0.168 714 826 0.654
218.8 2.522 0.200 695 648 0.732
218.2 2.17 0.234 674 470 0.822
218.4 1.90 0.267 672 292 0.814
218.3 1.72 0.300 645.6 102.5 0.99
218 1.681 0.330 634 -48 0.997
218.6 1.767 0.365 624 0.22 0.942
219.2 1.9 0.400 623 -390 0.652
220 2.15 0.428 622.5 -533 0.755
219.9 2,454 0.464 622.3 -706 0.660
219.6 2.825 0.497 621.8 -877 0.581

Tabela 5: Dados coletados do motor síncrono com uma carga de 3 Nm.


Corrente de
Tensão MS Corrente MS Potência Potência Fator de
Campo MS
[V] [A] Ativa [W] Reativa [VAr] Potência
[mA]
219,7 3,450 167 950,0 893 0,727
219,0 3,095 199 928,5 720 0,792
219,0 2,744 233 906,0 513 0,870
219,2 2,507 266 898,0 334 0,935
219,1 2,278 333 862,6 -32,44 0,999
219,1 2,333 370 855,2 -231 0,965
219,1 2,451 399 851,7 -376,5 0,915
219,1 2,614 426 853,1 -509,7 0,857
218,7 2,880 460 847,6 -685,7 0,778
218,2 3,186 470 844,7 -855,2 0,703

A Figura 3 ilustra a família de curvas V da máquina síncrona em questão. A partir da mesma


pode-se observar a magnitude da corrente de armadura à medida que varia-se a corrente de
campo.

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Figura 3: Curvas V do motor síncrono.

Nota-se que a corrente de armadura diminui até um valor mínimo, sendo que neste ponto
o fator de potência da máquina é unitário, com corrente de campo de aproximadamente 330
mA para os três casos. Caso o motor esteja operando nessa primeira metade da curva V, diz-se
que ele está sub-excitado e com fator de potência indutivo, ou seja, em atraso. A partir desse
ponto a corrente de armadura aumenta à medida que a corrente de campo aumenta e diz-se
que a máquina está super-excitada e com fator de potência capacitivo, ou seja, em avanço.
A análise global que pode ser feita é que, com o aumento ou diminuição da carga no eixo, faz-
se necessário ajustar a corrente de campo para manter o fator de potência constante. Ademais,
as curvas são deslocadas para cima devido a necessidade de maior corrente de armadura para
desenvolvimento de torque capaz de suportar a progressão de carga imposta.

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Figura 4: Curvas V do motor síncrono.

A Figura 4 ilustra as curvas da potência ativa em função da corrente de campo. Nota-se


que, para uma mesma excitação de campo, a potência produzida é maior quando se tem maior
carga. Isso ocorre devido ao aumento do torque do motor para atender a demanda de carga
imposta ao mesmo.

Figura 5: Curvas V do motor síncrono.

A Figura 5 ilustra as curvas do fator de potência em função da corrente de campo. Vale


ressaltar que o ponto no qual tem-se fator de potência unitário é próximo para todas as cargas,
em aproximadamente 330 mA, o que comprova a explicação dada à Figura 3, referente às curvas

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V do motor. Ademais, devido a maior potência ativa produzida, o motor com carga de 3 N.m
apresenta maior fator de potência em relação aos demais casos quando se tem um mesmo valor
de corrente de excitação.

Conclusão
Através dados coletados, foi possível compreender a metodologia utilizada na construção da
curva V de uma máquina síncrona, a qual proporciona informações relevantes sobre a relação
entre a corrente de armadura e a corrente de campo.
Foi possível constatar que os resultados alcançados foram satisfatórios, uma vez que o desem-
penho obtido mostrou-se consistente com o conhecimento teórico prévio. Além disso, analisando
os conteúdos adicional, foi viável verificar e compreender o procedimento de sincronização de
uma máquina síncrona, bem como reconhecer a importância desse teste, tanto no contexto da
correção do fator de potência quanto em outros casos.
Ademais, a realização do teste permitiu aprofundar a compreensão teórica da obtenção
da curva V, assim como do procedimento de sincronização de uma máquina síncrona. Isso
reforçou os conhecimentos teóricos já adquiridos e contribuiu para uma melhor assimilação e
compreensão do conteúdo assistido.

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1 Referências
[1] FITZGERALD, E.; KINGSLEY, CHARLES; UMANS, STEPHEN. ELECTRIC MA-
CHINERY. 5 ED. NEW YORK: MCGRAW HILL, 1990.
[2] GRAY, A., WALLACE, G. A. Eletrotécnica: Princípios e Aplicações. 7. ed. MAGALDI,
M., MENEZES, A. A. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1982
[3] CHAPMAN, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas. AMGH editora, 2013.
[4]OLIVEIRA, E. M. C. S. D. SIMULAÇÃO DE UM MOTOR SÍNCRONO ALIMEN-
TANDO CARGAS DIVERSAS. Monografia (Graduação em ENGENHARIA ELÉTRICA) —
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS, Itumbi-
ara, 2021.

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