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1.º Ponto Escrito 20 de março 9h
15 a 19 abr 16, 17 9 Sucessão Voluntária - Sucessão testamentária – Forma | Requisitos, Vícios, Invalidade
22 a 26 abr 18, 19 10 2.º Ponto Escrito | Correção
29 abr a 03 20 Sucessão Voluntária - Sucessão testamentária – Interpretação | Conteúdo | FERIADO
mai
06 a 10 mai Queima - Aulas Práticas
13 a 17 mai 21 , 22 11 Sucessão Voluntária - Sucessão testamentária – Conteúdo, Cláusulas Acessórias | Revogação, Caducidade, Substituições
20 a 24 mai 23, 24 12 Petição de Herança, Habilitação, Herança Indivisa | Administração de Herança |Encargos da Herança
27 a 31 mai 25, 26 13 Alienação da Herança | Liquidação da Herança | Partilha, Ineficácia da Partilha, Processo de Inventário (Extrajudicial e Judicial)
Seman Terça Quarta
a
12 a Carnaval 1 - Teórica - ABCD
16 fev 1 - Prática – CD
1 - Prática – A
19 a 1 - Prática – B 3 - Teórica - ABCD
23 fev 2 - Teórica - ABCD 2 - Prática – CD
2 - Prática – A
26 fev 2 - Prática – B 5 - Teórica - ABCD
a 01 4 - Teórica – ABCD 3 - Prática – CD
mar 3 - Prática – A
04 a 3 - Prática – B 7 - Teórica - ABCD
09 6 - Teórica – ABCD 4 - Prática – CD
mar 4 - Prática – A
11 a 4 - Prática – B 9 - Teórica - ABCD
16 8 - Teórica – ABCD 5 - Prática – CD
mar 5 - Prática – A
18 a 5 - Prática – B 11 - Teórica – ABCD 1.º PONTO ESCRITO
23 10 - Teórica – ABCD REVISÃO 6 - Prática – CD Correção
mar 6 - Prática – A Correção
Semana Terça Quarta
Artigo 2024.º
Noção
Diz-se sucessão o chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das relações jurídicas patrimoniais de uma pessoa falecida e a consequente devolução
dos bens que a esta pertenciam.
Aquisição
Morte do Abertura da Vocação ou Herança Jacente Aceitação da definitiva dos bens
Sucessão Chamamento
de cuius 2046.º herança pelos sucessores
2031.º sucessório
2050.º
A morte é a causa
da aquisição de
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situações jurídicas.
Sistema individualista e familiar, mas tem elementos do sistema socialista
“O fim último do fenómeno sucessório é a «atribuição dos bens de uma pessoa falecido a certos destinatários»” - RLX (24)
Desafio: ordenação do acesso aos bens do falecido
2133.º – quando o autor da Cônjuges, descendentes e os ascendentes – 1874.º Testamento – 2179.º ss. Contrato (Doação) 2028.º e 1700.º ss.
sucessão não se manifesta e 2157.º
previamente sobre a atribuição dos Benefício a certos sucessores – Herdeiros
seus bens Legitimários (“conservar no seio da família um
património para o qual todos contribuíram;
(Inclui o Estado – não numa ideia assegurar a permanência e coesão do agregado
de socialização da propriedade mas familiar e o cumprimento do dever de assistência
sim com a finalidade de não haver recíproca (arts. 1874.º e 2009.º CC” – RLX (31))
bens no abandono)
Quota Indisponível (legítima) – o autor da sucessão Liberalidade (inter vivos ou mortis causa) limitada a 1/3, ½ ou 2/3 da
não pode dispor – 2156.º herança (2158.º - 1262.º) conforme herdeiros legitimários
Inclui bens deixados e bens doados (“restituição
fictícia dos bens doados”)
Há tributação em sede de Imposto Não há tributação em sede de Imposto de Selo Há tributação em sede de Imposto de Selo (*exceto o unido de facto
de Selo sobrevivo que tenha sido designado como sucessor testamentário)
(ex.: irmãos, primos, tios,
sobrinhos…)
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1. PRINCÍPIO DA PROPRIEDADE PRIVADA
Artigo 62.º n.º1 CRP “A todos é garantido o direito à propriedade privada e à sua transmissão
em vida ou por morte, nos termos da Constituição”
Trata do chamamento e da consequente devolução de bens sem esclarecer os conceitos (2032.º e 2055), e parece excluir as situações/questões de repúdio da herança e da
herança insolvente;
Ao acolher ambas as perspetivas (chamamento e transmissão), torna o regime equívoco e gera confusões: noutras partes do CC refere-se a sucessão como transmissão, ou
como aquisição por morte. Controverso – 2024.º e 2030.º n.º2
- Não se trata apenas de “devolução dos bens”… é um processo sucessório que implica a ocorrência de diversos factos jurídicos:
- visava, portanto, todas as situações nas quais, por morte, era necessário determinar quem substituía o de cuius na titularidade do seu
património.
Mas suceder (substituir alguém/subingressar numa posição jurídica) é mais do que isso: sucede-se nos cargos ou nos
contratos, não apenas por morte.
*Casos de atos em vida que só terão efeitos com a morte --» testamento e o pacto sucessório (doações por morte são proibidas
pelo 946.º, mas podem ser realizadas através do testamento)
• Doação por morte para casamento - 946.º n.º1 | 2028.º e 1700.º ss (não o 1761.º
que trata de doação em vida)
OBJETO:
Situações jurídicas patrimoniais ("consequente devolução dos bens que a esta pertenciam." - 2024.º)
- Direitos subjetivos
direitos absolutos, direitos reais, direitos de autor, direitos de propriedade
intelectual
direitos relativos: como direito de crédito, direito de indemnização (ex.:
perda da vida do autor da sucessão)
- Poderes potestativos
- Obrigações e Sujeições
- Situações jurídicas processuais (instaurar ou prosseguir ação judicial)
Artigo 2025.º
Objeto da sucessão Causa de extinção das situações jurídicas por morte
1. Não constituem objecto de sucessão as relações
jurídicas que devam extinguir-se por morte do NATURAL LEGAL NEGOCIAL
respectivo titular, em razão da sua natureza ou por
força da lei.
2. Podem também extinguir-se à morte do titular, por Proteção post mortem dos direitos de personalidade (71.º n.º1 ss) – não é um fenómeno de transmissão
vontade deste, os direitos renunciáveis. por morte desses mesmos direitos, é apenas uma forma jurídica de tutela da memória da pessoa falecida
Artigo 2026.º
Títulos de vocação sucessória
A sucessão é deferida por lei, testamento ou contrato. Direito de autor enquanto não cair em domínio público (57.º n.º1/51.º n.º 2* CDA DL n.º 63/85 de 14 de março)
– não é que os sucessores passem a ser titulares deste direito, apenas se beneficiam da proteção
(direito de reivindicar a paternidade da obra não pode ser objeto de sucessão)
Situações pessoais – ex.: direitos de personalidade, funções legalmente atribuídas (ex.: cargo público/administração de uma sociedade/as
NATURAL responsabilidades parentais/a tutela…) atribuição a faculdade de intentar ações relativamente ao estado de família (ex.: anular perfilhação 1862.º,
intentar ou prosseguir ação de impugnação de paternidade/maternidade – 1825.º e 1844.º)
Situações patrimoniais intuitu personae – ex.: Casos de extensão de legitimidade processual aos herdeiros – 1862.º, 1825.º e 1844.º
(uma transferência mortis causa de determinadas faculdades ligadas à tutela dos
- O direito real de uso e habitação – 1485.º e 1488.º
direitos da personalidade |benefício da legitimação processual para defesa da
- O direito de usufruto – 1443.º, 1444.º e 1476.º n.º1 a)
memória do falecido, não é um fenómeno sucessório
LEGAL - Testamentaria – 2334.º
- O direito de dispor de bens doados quando o doador tenha reservado para si esta faculdade – 959.º n.º1
- O direito do beneficiário da renda vitalícia – 1238.º
- O direito de alimentos e a correspondente obrigação – 2013.º, n.º1 a)
- Transmissão do direito de arrendamento urbano para fins habitacionais - 1106.º n.º1
- O direito convencional de preferência – 420.º
Causa negocial – resulta da vontade do autor da sucessão (direito tem de ser renunciável – ex.: renúncia ao direito de servidão 1569.º n.º1 d)
NEGOCIAL
SOLUÇÃO!
Para Galvão Telles, Almeida Costa, Menezes Cordeiro, Menezes de Leitão:
Vida: é um bem jurídico, se lesado, tem direito a indemnização (momentum mortis vitae tribuitur – momento da morte é o último momento da vida), que pelo 2024.º
transmite-se aos herdeiros. Dano morte pela via sucessória e não pelo artigo 496.º n.º 2,3,4 (direito próprio dos familiares).
Atenção! Ao analisar o artigo 496.º é necessário distinguir danos sofridos pela própria vítima e os sofridos por outras pessoas
Danos atribuídos pelo 495.º e 496.º n.º2,3,4 nascem diretamente na esfera jurídica dos seus titulares – não resultam de qualquer espécie de sucessão
Danos não patrimoniais sofridos pela própria vítima Danos não patrimoniais sofridos por outras pessoas
Pedido deduzido pelas pessoas referidas no 496.º n.º2 e 3, em nome do 496.º n.º2 e 3 – Enumeração taxativa de quem são as pessoas (a título
falecido. próprio)
Danos não patrimoniais que a vítima sofreu (dano da privação da vida) Danos não patrimoniais que sofreram pela perda da vítima (ex.: desgosto,
sofrimento…)
Direito de indemnização tem natureza patrimonial (integra 2025.º) e por Não é uma questão sucessória – direito que nasce na esfera jurídica
isso irá ser transmitido por via sucessória destas pessoas
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Diretivas Antecipadas de Vontade
Destino post mortem dos seus órgãos
Diretiva Declaração
Instruções
Médica/ para Antecipada de
prévias (ESP)
Médicos Tratamento
d) «Obstinação diagnóstica e terapêutica» os procedimentos diagnósticos e terapêuticos que são desproporcionados e fúteis, no
contexto global de cada doente, sem que daí advenha qualquer benefício para o mesmo, e que podem, por si próprios, causar
sofrimento acrescido;
Cadáver vai desaparecer e por isso o uso não afeta dignidade e sacralidade se for utilizado para
cura e alívio de outro ou para desenvolvimento do conhecimento da ciência.
Algumas questões:
Artigo 18.º
Direito ao Testamento Digital
1 - Todas as pessoas podem manifestar antecipadamente a sua vontade no que concerne à disposição dos seus conteúdos e dados pessoais, designadamente
os constantes dos seus perfis e contas pessoais em plataformas digitais, nos termos das condições contratuais de prestação do serviço e da legislação
aplicável, inclusive quanto à capacidade testamentária.
2 - A supressão póstuma de perfis pessoais em redes sociais ou similares por herdeiros não pode ter lugar se o titular do direito tiver deixado indicação em
contrário junto dos responsáveis do serviço.
Ou até depois!
- filiação judicialmente estabelecida depois;
Designação Sucessória Fixada no momento da abertura da sucessão - perfilhação no testamento;
- Inseminação post mortem
Artigo 2032.º
Chamamento de herdeiros e legatários
1. Aberta a sucessão, serão chamados à titularidade das relações jurídicas do falecido aqueles que gozam de prioridade na hierarquia dos sucessíveis, desde que
tenham a necessária capacidade.
2. Se os primeiros sucessíveis não quiserem ou não puderem aceitar, serão chamados os subsequentes, e assim sucessivamente; a devolução a favor dos últimos
retrotrai-se ao momento da abertura da sucessão.
“Expetativa jurídica fortemente titulada” “simples esperança de facto de poderem vir a suceder”
Artigo 2030.º
Espécies de sucessores
1. Os sucessores são herdeiros ou legatários. HERDEIROS
2. Diz-se herdeiro o que sucede na totalidade ou numa quota do património do falecido e legatário o que sucede
em bens ou valores determinados.
3. É havido como herdeiro o que sucede no remanescente dos bens do falecido, não havendo especificação destes.
4. O usufrutuário, ainda que o seu direito incida sobre a totalidade do património, é havido como legatário. LEGATÁRIOS
5. A qualificação dada pelo testador aos seus sucessores não lhes confere o título de herdeiro ou legatário em
contravenção do disposto nos números anteriores.
“A distinção tem origem no Direito Romano, em que a distinção era clara, sendo o herdeiro investido numa
qualidade pessoal e tendo o legado um caráter estritamente patrimonial” - RLX (81)
Ex.: Garrafeira, Biblioteca, Recheio da casa, Estabelecimento Comercial, Usufruto (2030.º n.º4)-» estes bens não estão concretamente
determinados, mas figuram certos BENS DETERMINADOS (estejam especificados ou não) - o sucessor será LEGATÁRIO
HERDEIRO – sucede a QUOTA-PARTE
Distinção é essencial na sucessão voluntária
(Testamentária e Contratual). Na sucessão legal
Sephora Marchesini - 10856@por.ulusiada.pt caso de legado é o artigo 5.º n.º1 da Lei n.º 7/2001
CASO: Herança ou Legado
Qualifique as
disposições/sucessores 2030.º n.º2 – Herdeiro x Legatário
Só com legatários?
Herdeiros Legatários
Bens sucessíveis [Bens Indeterminados] Totalidade ou quota-parte da herança – “remanescente dos [Bens Determinados] “sucede em bens ou valores determinados”
bens do falecido, não havendo especificação destes” SUCESSÃO SINGULAR mortis causa
SUCESSÃO UNIVERSAL mortis causa
Sujeito Herdeiro Legitimário ou Legítimo Pode ser um terceiro
Encargos com a Encargos da herança --» Herança responde pelas dívidas do falecido e demais Responsáveis pelos encargos com o legado 2276.º (exceto se toda a herança for
Herança encargos (não o património próprio do herdeiro) 2068.º, 2071.º, 2097.º, 2098.º distribuída em legados – 2277.º)
Usufrutro como legado – 2072.º
*Legado como encargo da herança 2068.º / 2265.º - 2278.º (pagamento rateado)
Enquanto os encargos da herança não forem satisfeitos, os bens da herança não Junto dos credores da herança gozam de preferência sobre os credores pessoais dos
respondem por dívidas dos herdeiros herdeiros – 2070.º n.º1
Direito de exigir Somente co-herdeiros têm o direito de exigir a partilha – 2101.º n.º1 Não são considerados interessados diretos 1085.º n.º1 al. A CPC
partilha Legatários não tem direito de exigira partilha* (os bens e/ou valores são
determinados) - apenas recorrer à ação de divisão de coisa comum 1412.º
*Caso de usufruto*
*O inventário pode ser exigido por qualquer interessado nesta - 1313.º CPC - o que
inclui o legatário, credores, etc.)
Direito de Co-herdeiros têm direito de acrescer (2137.º n.º2 e 2301.º n.º1) Só gozam do direito de acrescer quando nomeados para o mesmo objeto estando
acrescer limitado a este objeto – 2302.º n.º1
Oponibilidade Não há herdeiros a termo (suspensivo ou resolutivo) – 2243.º n.º2 Pode o autor da sucessão nomear o legatário a termo inicial (2243.º n.º1) e
de termo excecionalmente a termo final (disposição de um direito temporário – 2243.º n.º2 in
fine)
Direito de Co-herdeiros tem direito de preferência (direito é sobre o quinhão ou quota até a Legatários nomeados conjuntamente para um bem, após sucessão são
Preferência partilha) – 2130.º n.º1 comproprietários – 1409.º n.º1 (preferência do co-legatários dentro do objeto do
legado)
Legitimidade Legitimidade para requerer as providências previstas no artigo 71.º n.º2 Sem legitimidade para requerer as providências previstas no artigo 71.º n.º2
71.º n.º2
Outros efeitos Apenas os herdeiros podem: As reduções por inoficiosidade recaem primeiramente sobre os herdeiros
Sofrer sanções por sonegação de bens (2096.º) testamentários (2171.º)
Requerer providências face aos direitos de personalidade do autor da sucessão
(71.ºn.º2)
Gozam do direito de aceitar ou repudiar heranças de sucessíveis
chamados sem a haver aceitado ou repudiado (2058.º n.º1)
*Testamento e contrato não são títulos de vocação sucessória e sim negócios jurídicos que
atribuem a qualidade de sucessível antes da morte do de cuius.
Artigo 2026.º *Vocação em si ocorre somente no momento da abertura da sucessão.
Títulos de vocação sucessória
A sucessão é deferida por lei, testamento ou contrato
* A Lei não é um facto designativo em si, pois para ser aplicada é necessário que haja um facto
como casamento, parentesco, ou mesmo negócio jurídico. De modo que o testamento e pactos
sucessórios só são eficazes conforme a lei.
Factos designativos
Negociais Não Negociais
Testamento e Pacto Sucessório - Sucessão Casamento, Parentesco, adoção, cidadania
Testamentária e a Sucessão Contratual portuguesa.
Facto designativo não atribuem em definitivo a qualidade de sucessível --» somente no momento da abertura da sucessão
“Por exemplo, a designação resultante da sucessão legítima pode ser afectada se ocorrer a celebração de um testamento que
institui uma designação sucessória prevalente. Da mesma forma, se o autor da sucessão celebrar casamento, os seus
descendentes vão ter mais um herdeiro concorrente à sucessão. Precisamente por esse motivo nem todas as designações
sucessórias se irão converter em vocação, só ocorrendo tal com a designação sucessória prevalecente no momento da morte do
autor da sucessão.” - LMTML (88-89)
Artigo 2156.º
Legítima
Entende-se por legítima a porção de bens de que o testador não pode dispor, por ser legalmente destinada aos herdeiros legitimários.
Artigo 2168º
Liberalidades inoficiosas
1 - Dizem-se inoficiosas as liberalidades, entre vivos ou por morte, que ofendam a legítima dos herdeiros legitimários.
2 - Não são inoficiosas as liberalidades a favor do cônjuge sobrevivo que tenha renunciado à herança nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 1700.º, até à parte da herança
correspondente à legítima do cônjuge caso a renúncia não existisse.
Artigo 1701º
Irrevogabilidade dos pactos sucessórios
1. A instituição contratual de herdeiro e a nomeação de legatário, feitas na convenção antenupcial em favor de qualquer dos esposados, quer pelo outro esposado, quer por terceiro, não
podem ser unilateralmente revogadas depois da aceitação, nem é lícito ao doador prejudicar o donatário por actos gratuitos de disposição; mas podem essas liberalidades, quando feitas
por terceiro, ser revogadas a todo o tempo por mútuo acordo dos contraentes. […]
Artigo 1705.º
Disposições por morte a favor de terceiro, com carácter contratual
1. À instituição de herdeiro e à nomeação de legatário feitas por qualquer dos esposados em favor de pessoa certa e determinada que intervenha como aceitante na convenção
antenupcial é aplicável o disposto nos artigos 1701.º e 1702.º, sem prejuízo da sua ineficácia se a convenção caducar. […]
Artigo 2179º
Noção de testamento
1. Diz-se testamento o acto unilateral e revogável pelo qual uma pessoa dispõe, para depois da morte, de todos os seus bens ou de parte deles.
2. As disposições de carácter não patrimonial que a lei permite inserir no testamento são válidas se fizerem parte de um acto revestido de forma testamentária, ainda que nele não
figurem disposições de carácter patrimonial.
Artigo 2131º
Abertura da sucessão legítima
Se o falecido não tiver disposto válida e eficazmente, no todo ou em parte, dos bens de que podia dispor para depois da morte, são chamados à sucessão desses bens os seus herdeiros legítimos.
Verificar se a quota Irrevogabilidade dos pactos
disponível não extrapolou Sucessão Legitimária Sucessão Voluntária
sucessórios – prevalece sobre a
para a indisponível: 2156.º • Contratual – 2028.º n.º1
designação testamentária (mesmo
Liberalidades inoficiosas • Testamentária – 2179.º
Regime Imperativo que tenha sido feito antes do PS)
Sucessão Legitimária
Apenas Herdeiros
2156.º
Legitimários - sem dispor da
quota disponível Regime Imperativo
“o legitimário, em vida do autor da sucessão, é apenas titular de uma mera expectativa jurídica, que não se confunde com um
direito subjectivo, mas que, por ser juridicamente tutelada, lhe permite reagir contra actos do autor da sucessão que o visem
prejudicar” - LMTML (92)
Paulo Cunha | LMTML (91)
Artigo 2032.º
Chamamento de herdeiros e legatários
1. Aberta a sucessão, serão chamados à titularidade das relações jurídicas do falecido aqueles que gozam de prioridade na hierarquia dos sucessíveis, desde que tenham a
necessária capacidade.
2. Se os primeiros sucessíveis não quiserem ou não puderem aceitar, serão chamados os subsequentes, e assim sucessivamente; a devolução a favor dos últimos retrotrai-se ao
momento da abertura da sucessão.
A vocação sucessória (o chamamento) tem lugar no momento da abertura da sucessão (2032.ºn.º1), altura em que têm de conferir-se os
respetivos pressupostos (titularidade da designação sucessória prevalente, personalidade jurídica, capacidade sucessória)
Os efeitos da aceitação e repúdio (2050.º n.º2, 2062.º e 249.º) da herança ou legado retroagem ao momento da abertura, não podendo a mesma
ocorrer antes do momento da abertura.
Só depois da abertura podem os sucessores celebrar atos de alienação dos bens (2124.º ss., 2062.º ss, 2249.º)
O valor dos bens é o do momento da abertura - para efeito do cálculo da legítima (2162.º n.º1), para os bens doados sujeitos à colação (2109.º
n.º1), e eventual redução por inoficiosidade (2168.º)
Os efeitos sucessórios são regulados pela lei vigente ao momento da abertura da sucessão (12.º)
LMTML (101) – 2032.º n.º2, 2037.ºn.º1, 2055.º, 2125.º n.º 2, 2239.º n.º1, 2294.º devolução aparece identificada como vocação –
“a vocação é susceptível de ser encarada através de duas vertentes: a vertente pessoal (chamamento) e a vertente patrimonial, através da atribuição das
correspondentes situações jurídicas patrimoniais (devolução), e ambas se referindo ao art. 2024.º”
Assim sendo, tudo indica que Bento não mais gozará de poderes de
representação do de cujos.
Artigo 66.º
Começo da personalidade
1. A personalidade adquire-se no momento do
nascimento completo e com vida.
Titularidade da designação sucessória prevalente: 2. Os direitos que a lei reconhece aos
nascituros dependem do seu nascimento.
Não são todos os designados sucessíveis chamados Artigo 68.º
Hierarquia: sucessão legitimária (quota indisponível) | designados à título contratual, Termo da personalidade
1. A personalidade cessa com a morte.
testamentários (quota disponível) e os legítimos (quando não há legitimários, ou quando não 2. Quando certo efeito jurídico depender da
houve disposição total/eficaz da quota disponível) sobrevivência de uma a outra pessoa, presume-
se, em caso de dúvida, que uma e outra
faleceram ao mesmo tempo.
3. Tem-se por falecida a pessoa cujo cadáver
A existência de personalidade jurídica e sobrevivência: não foi encontrado ou reconhecido, quando o
desaparecimento se tiver dado em
Artigos 66.º n.º1 e 68.º n.º1 (nascido e sem ter falecido) circunstâncias que não permitam duvidar da
*nascituros já concebidos a altura da abertura da sucessão e dos concebidas por inseminação post mortem morte dela.
(66.º n.º2 e 2033.º n.º1), e designação testamentária com vocação diferida de nascituros não concebido Artigo 2033.º
(2033.º n.º2) Princípios gerais
1 - Têm capacidade sucessória, além do
Estado, todas as pessoas nascidas ou
A capacidade sucessória: concebidas ao tempo da abertura da sucessão,
não excetuadas por lei, bem como as pessoas
Indignidade* e a Deserdação concebidas, nos termos da lei, no quadro de
um procedimento de inseminação post
*Determinada por lei – exceto casos de pessoas inidóneas mortem.
*Indignidade não é falta de capacidade e sim uma ilegitimidade. 2. Na sucessão testamentária ou contratual
têm ainda capacidade:
a) Os nascituros não concebidos, que sejam
filhos de pessoa determinada, viva ao tempo
da abertura da sucessão;
b) As pessoas colectivas e as sociedades
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Artigo 66.º
Começo da personalidade
1. A personalidade adquire-se no momento do
nascimento completo e com vida.
2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros
dependem do seu nascimento.
Artigo 68.º
Termo da personalidade
1. A personalidade cessa com a morte.
2. Quando certo efeito jurídico depender da
sobrevivência de uma a outra pessoa, presume-se,
em caso de dúvida, que uma e outra faleceram ao
mesmo tempo.
3. Tem-se por falecida a pessoa cujo cadáver não foi
encontrado ou reconhecido, quando o
desaparecimento se tiver dado em circunstâncias
que não permitam duvidar da morte dela.
Aquisição da personalidade jurídica -» 66.º n.º2 | 2033.º n.º2 Artigo 2033.º
Princípios gerais
1 - Têm capacidade sucessória, além do Estado,
Procriação artificial após a abertura da sucessão -» 2033.º e 2046.º todas as pessoas nascidas ou concebidas ao tempo
da abertura da sucessão, não excetuadas por lei,
bem como as pessoas concebidas, nos termos da lei,
Atribuição da herança ou legado a favor de nascituros não no quadro de um procedimento de inseminação post
mortem.
concebidos 2. Na sucessão testamentária ou contratual têm
ainda capacidade:
a) Os nascituros não concebidos, que sejam filhos de
Personalidade jurídica das pessoas coletivas pessoa determinada, viva ao tempo da abertura da
sucessão;
b) As pessoas colectivas e as sociedades.
Sobrevivência em relação ao de cuius Artigo 2046.º
Noção
1 - Diz-se jacente a herança aberta, mas ainda não
aceita nem declarada vaga para o Estado.
2 - Existindo consentimento para a possibilidade de
inseminação post mortem, nos termos da lei, a
herança do progenitor falecido mantém-se jacente
durante o prazo de três anos após a sua morte, o
qual é prorrogado até ao nascimento completo e
com vida do nascituro caso esteja pendente a
realização dos procedimentos de inseminação
permitidos nos termos da lei.
“O nascituro não é, pois, objeto do direito. Como pessoa humana viva, o nascituro é pessoa jurídica” - PPV/PLPV (78)
“A personalidade jurídica das pessoas humanas tem início concomitantemente com o início da sua vida e existência
enquanto pessoas” - PPV/PLPV (79)
Autor Conceção
Eduardo dos Santos e Concebido ou não beneficia da vocação (fica dependente do seu nascimento)
Capelo de Sousa
Pereira Coelho e Vocação somente de nascituros já concebidos (personalidade jurídica reduzida)
Cristina Araújo
Leite Campos Personalidade jurídica desde a conceção, portanto nascituros concebidos são chamados a sucessão, e os bens são transmitidos
ainda que não chegue a haver o nascimento com vida
Carvalho Fernandes Vocação retroage a data da abertura, incluindo os nascituros concebidos, contudo a sucessão só se concretiza com o
nascimento (direito sem sujeitos)
Luís Manuel Teles “uma vez que a aquisição da personalidade jurídica depende do nascimento completo e com vida, apenas nesse momento se
Menezes de Leitão concretiza a vocação, ainda que esta retroaja ao momento da abertura da sucessão” – LMTML (104)
3 de fevereiro de 2020
18/02/2020
Enquanto não for concebido (952.º) a administração cabe a pessoa viva de quem este seria filho,
ou se incapaz do seu representante legal - 2240.º n.º1
Quando concebido a administração dos bens é por quem administraria caso já tivesse nascido –
2240.º n.º2
Código de Processo Civil
Artigo 2240.º
Lei n.º41/2013 de 26 de junho
Administração da herança ou legado a favor de nascituro Artigo 1092.º
1. O disposto nos artigos 2237.º a 2239.º é aplicável à herança deixada a Suspensão da Instância
nascituro não concebido, filho de pessoa viva; mas a esta pessoa ou, se ela for 1 - Sem prejuízo do disposto nas regras gerais sobre suspensão da instância, o juiz deve
incapaz, ao seu representante legal pertence a representação do nascituro em determinar a suspensão da instância:
[…]
tudo o que não seja inerente à administração da herança ou do legado.
c) Se houver um interessado nascituro, a partir do conhecimento do facto nos autos e até
2. Se o herdeiro ou legatário estiver concebido, a administração da herança ou ao nascimento do interessado, exceto quanto aos atos que não colidam com os interesses
do legado compete a quem administraria os seus bens se ele já tivesse nascido. do nascituro
[…]
Suspensão da instância no processo de inventário -» CPC 1092.º n.º1 al. c) “Se houver um interessado
nascituro, a partir do conhecimento do facto nos autos e até ao nascimento do interessado, exceto quanto
aos atos que não colidam com os interesses do nascituro.”, nada refere aos casos de nascituros não
concebidos.
Não é claro como deve ocorrer a partilha em casos de estar contemplado no testamento ou pacto
sucessório a referência a nascituros não concebidos.
Sephora Marchesini - 10856@por.ulusiada.pt
Solução Explicação Autor
Comunhão Partilha somente quando haja certeza que não surgem mais filhos – bens em Itália por Stolfi
temporária comunhão indivisa. Castro Mendes e
Administração pelos herdeiros já nascidos. Pamplona Corte-Real
obrigatória
Risco de partilhar, e os conceturos após não terem património por já ter sido
dissipado pelos herdeiros com vida a data da partilha.
• Problema segundo LMTLM – Afeta profundamente os demais herdeiros
Partilha Partilha deve ser feita entre os nascidos e nascituros, e calcular-se os conceturos – Cunha Gonçalves
aproximativa partilha conforme a expetativa e posteriormente se necessário fazer as devidas
correções
• Problema segundo LMTLM – puramente especulativo os cálculos
Partilha sob Partilha logo após a abertura da sucessão, mas fica sujeita a condição resolutiva no Itália Ricci
condição resolutiva caso de ocorrer nascimento completo e com vida do interessado (Parecer C.N. José Tavares e Pereira
35/2012 SJC-CT do IRN) Coelho
• Problema segundo LMTLM – implica constituição sob condição de todos os direitos
de propriedade dos herdeiros (1307.º n.º1), afetando a disponibilidade dos bem
(274.º) para proteção do interesse de um herdeiro que pode nunca existir
Atribuição de um Partilha poderá ser imediata, cabendo a aplicação do 2029.º n.º2 “ Se sobrevier ou se Guilherme de Oliveira e
direito a tornas tornar conhecido outro presumido herdeiro legitimário, pode este exigir que lhe seja Jorge Duarte Pinheiro
composta em dinheiro a parte correspondente.”
• LMTLM é favorável afinal o 1127.º e 1128.º do CPC permitem anulação da partilha
por preterição de um dos herdeiros.
Artigo 114.º
Requisitos
1. Decorridos dez anos sobre a data das últimas noticias, ou passados cinco anos, se entretanto o ausente houver completado oitenta anos de idade, podem os interessados a
que se refere o artigo 100.º requerer a declaração de morte presumida.
2. A declaração de morte presumida não será proferida antes de haverem decorrido cinco anos sobre a data em que o ausente, se fosse vivo, atingiria a maioridade.
3. A declaração de morte presumida do ausente não depende de prévia instalação da curadoria provisória ou definitiva e referir-se-á ao fim do dia das últimas notícias que
dele houve.
Artigo 114.º
Efeitos Ausência
A declaração de morte presumida produz os mesmos efeitos que a morte, mas não dissolve o casamento, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte.
Sucessão Legitimária
Apenas Herdeiros
2156.º
Legitimários - sem dispor da
quota disponível Regime Imperativo
(2308.º ss), for revogada (2310.ºss) ou caducar (2317.º), ou mesmo na transitar em julgado, ou ainda se a sentença de
divórcio ou separação vier a ser proferida
posteriormente àquela data, nos termos do n.º 3 do
parte dos bens da herança que não tiverem sido incluídos pelo artigo 1785.º
testador.
Artigo 1785.º
Legitimidade
1 - O divórcio pode ser requerido por qualquer dos
cônjuges com o fundamento das alíneas a) e d) do
Artigo 1580.º
Linhas de Parentesco
Geração 1 3.º Grau 1. A linha diz-se recta, quando um dos parentes descende
do outro; diz-se colateral, quando nenhum dos parentes
descende do outro, mas ambos procedem de um progenitor
comum.
Geração 2 2.º Grau 2. A linha recta é descendente ou ascendente:
descendente, quando se considera como partindo do
ascendente para o que dele procede; ascendente, quando
se considera como partindo deste para o progenitor.
Artigo 1581.º
Geração 3 1.º Grau Cômputo do graus
1. Na linha recta há tantos graus quantas as pessoas que
formam a linha de parentesco, excluindo o progenitor.
2. Na linha colateral os graus contam-se pela mesma
Geração 4 forma, subindo por um dos ramos e descendo pelo outro,
mas sem contar o progenitor comum.
Artigo 1582.º
Limites do Parentesco
Geração 5 1.º Grau Salvo disposição da lei em contrário, os efeitos do
parentesco produzem-se em qualquer grau na linha recta e
até ao sexto grau na colateral.
CÔNJUGE
Cônjuge não será chamado em caso de inexistência (1628.º e 1630.º), nulidade (1625.º), anulabilidade do casamento (1631.ºss) - atentar ao regime
do casamento putativo, que se o cônjuge estiver de boa-fé, poderá intervir a sucessão em caso da morte ocorrer antes do trânsito em julgado da
sentença de anulação (1647.º e 1648.º).
Cônjuge também não terá direito em caso de celebrar novo casamento após a declaração da morte presumida (116.º), caso se comprove que a morte
ocorreu posteriormente ao casamento (118.º).
Na separação judicial de bens e na separação de facto conserva o direito de suceder.
DESCENDENTE
Filiação:
Mãe -» resulta do facto do nascimento (1796.º n.º1), estabelecido com declaração de maternidade (1803.º e ss),
averiguação oficiosa (1808.º) ou reconhecimento judicial (1814.º)
Pai -» presunção de paternidade (1826.ºss), de perfilhação (1849.º) averiguação oficiosa (1864.º) ou reconhecimento
judicial (1869.ºss)
Equiparado aos filhos é a Adoção constituída por sentença já proferida à data da morte do autor da sucessão (1973.º n.º1) -
JDP defende que é somente após o trânsito em julgado, LMTML não.
Estabelecimento da filiação -» posterior a morte e mantém o direito sucessório pelo efeito retroativo (1797.º n.º2)
Sucessão do Estado
Artigo 2152.º
Chamamento do Estado
Na falta de cônjuge e de todos os parentes sucessíveis, é
Bens não podem ficar sem sucessor, e por isso ficam com o Estado. chamado à herança o Estado.
Lei refere que o Estado em relação à herança tem os mesmos direitos e obrigações que os demais Artigo 2153.º
Direitos e obrigações do Estado
herdeiros (2153.º), contudo possui algumas limitações, como não poder repudiar (2154.º) O Estado tem, relativamente à herança, os mesmos direitos
e obrigações de qualquer outro herdeiro.
Através de processo judicial - Declaração judicial de Herança vaga para o Estado. (até a Artigo 2155.º
Desnecessidade de aceitação e impossibilidade do
declaração do 2155.º a herança é jacente 2046.º) repúdio
A aquisição da herança pelo Estado, como sucessor legítimo,
opera-se de direito, sem necessidade de aceitação, não
podendo o Estado repudiá-la
C recebe 2/3 de B
X recebe 1/3 de A
CASO: Sucessão Legítima
2031.º Abertura
- G --» 2.ª Classe
CASO: Sucessão Legítima
• 2133.º n.º 1 a) e 2135.º
da Sucessão de •
Cônjuge e Descendente
F que são
filhos, G é neto,
filho de F, e X e
Y seus pais.
¾ para os 4
filhos
Lei
Testamento
Deveria ser “Ilegitimidade” - afinal a capacidade refere-se as incapacidades, supostamente, dirigem-se a deficiências
naturais das pessoas e dirigem-se à proteção da própria pessoa, do incapaz
Não é automática, tem de ser declarada na própria sentença condenatória penal ou na ação instaurada para o efeito.
P/ Oliveira Ascensão (Capelo de Sousa) não são todos os casos [alíneas a) e b)] que necessitam de Ação judicial (2036.º) face o artigo 30.º n.º4 CRP –
“somente” quando entrou na posse dos bens ou quando já houve habilitação de herdeiros (analogia com 287.º).
Prazo 2036.º: dois anos a contar da abertura da sucessão | um ano a contar da data da condenação (a e b) ou das causas previstas em c) e d) – P/ Oliveira Ascensão os prazos
só se aplicam em caso de precisar entrar com a ação judicial, caso contrário a indignidade pode ser invocada a todo tempo
Legitimidade: autor da sucessão, os presuntivos herdeiros legitimários antes da abertura | após é qualquer dos herdeiros | Se o indigno for único herdeiro
cabe ao MP intentar.
Artigo 2037.º
Efeitos da indignidade
1. Declarada a indignidade, a devolução da sucessão ao indigno é havida como inexistente, sendo ele considerado, para todos os efeitos, possuidor de má fé dos respectivos bens.
2. Na sucessão legal, a incapacidade do indigno não prejudica o direito de representação dos seus descendentes.
Efeitos da Indignidades
Inexistente a eventual vocação sucessória – a seguir é preciso verificar:
- Direito de representação a favor dos descendentes – 2042.º n.º1
• Exceto na sucessão testamentária (2041.º n.º1) em que pode ter eventuais substitutos (2042.º n.º2 alínea a) e 2281.º) ou pelo direito de acrescer (2301.º, 2302.º,
2304.º)
Discussão doutrinária se
caberia ou não Direito de
Artigo 2038.º acrescer no caso da
Reabilitação do indigno reabilitação tácita.
1. O que tiver incorrido em indignidade, mesmo que esta já tenha sido judicialmente declarada, readquire a capacidade sucessória, se o autor da sucessão Pamplona Corte-Real
expressamente o reabilitar em testamento ou escritura pública. considera que sim.
2. Não havendo reabilitação expressa, mas sendo o indigno contemplado em testamento quando o testador já conhecia a causa da indignidade, pode ele suceder Oliveira Ascensão e
dentro dos limites da disposição testamentária. Carvalho Fernandes
Reabilitação tácita consideram que não nos
termos do n.º2 do artigo
Reabilitação do indigno e seus limites: 2038.º n.º2
O autor da sucessão tem de expressamente reabilitar em testamento e escritura pública – 2038.º n.º1
Sephora Marchesini - 10856@por.ulusiada.pt
http://www.gde.mj.pt/jstj.nsf/954f0ce6ad9dd8b980256b5f003fa814/4dcf9cf3d9f78ac9802584
5db2?OpenDocument
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Qualidade de sucessor por efeito da lei (princípio da saisine – direito consuetudinário 1259 - contrariando regras
de investidura dos senhores feudais) 724.º
Por Aceitação
Pressupõe um ato de aceitação, uma declaração negocial do sucessor em sentido favorável à sucessão (Direito
Romano – herdeiros não necessários que precisavam de um ato de aceitação). Com Direito Justinianeu esta
modalidade se alastrou à todos os herdeiros.
(Pelo Alvará de 9 de novembro de 1754 – tempo de Marques de Pombal – consagrou o princípio de saisine, 2011.º
do CC 1867, hoje se verificava regime de aceitação nos 2018.º ss e especialmente em 2041.º )
Prazo de 6 meses a contar do conhecimento do repúdio para aceitar garantia do direito do credor.
Artigo 2067.º
Sub-rogação dos credores
(2067.º n.º2) 1. Os credores do repudiante podem
aceitar a herança em nome dele, nos
termos dos artigos 606.º e seguintes.
2. A aceitação deve efectuar-se no prazo
606.º regime geral da sub-rogação x 2067.º n.º1 regime de sub-rogação na de seis meses, a contar do conhecimento
do repúdio.
3. Pagos os credores do repudiante, o
sucessão: remanescente da herança não aproveita a
este, mas aos herdeiros imediatos.
Não é a substituição pelo credor numa quota cuja o devedor omitiu, e sim Artigo 610.º
Requisitos gerais
uma destruição dos efeitos do ato (repúdio) que o devedor praticou. Os actos que envolvam diminuição da
garantia patrimonial do crédito e não
Aqui não há reversão dos bens ao património do devedor, e sim, após o sejam de natureza pessoal podem ser
impugnados pelo credor, se concorrerem as
pagamentos dos credores do repudiante, o remanescente da herança vai para circunstâncias seguintes:
a) Ser o crédito anterior ao acto ou, sendo
posterior, ter sido o acto realizado
os herdeiros imediatos (2067.º n.º2) dolosamente com o fim de impedir a
satisfação do direito do futuro credor;
*Para LMTML (359) esta configuração se aproxima mais da impugnação b) Resultar do acto a impossibilidade, para
o credor, de obter a satisfação integral do
pauliana 610.º ss do que da sub-rogação (606.º). seu crédito, ou agravamento dessa
impossibilidade
Artigo 2055.º
Exceções
Devolução testamentária e legal
1. Se alguém é chamado à herança, simultânea ou sucessivamente, por testamento e 1. Sucessão contratual
por lei, e a aceita ou repudia por um dos títulos, entende-se que a aceita ou repudia 2. Aquisição por sucessão legitimária e por testamento – 2055.º n.º1,
igualmente pelo outro; mas pode aceitá-la ou repudiá-la pelo primeiro, não obstante segunda parte
a ter repudiado ou aceitado pelo segundo, se ao tempo ignorava a existência do 3. Aquisição por sucessão legitimária e por testamento – 2055.º n.º2
testamento. 4. Transmissão do direito de suceder – 2058.º n.º2
2. O sucessível legitimário que também é chamado à herança por testamento pode 5. Quando há pluralidade de legados – 2250.º n.º1 segunda parte
repudiá-la quanto à quota disponível e aceitá-la quanto à legítima.
6. Quando há atribuição de legado e de herança – 2250.º n.º2
Artigo 2058.º
Transmissão 7. Direito de acrescer no testamento – 2306.º
1. Se o sucessível chamado à herança falecer sem a haver aceitado ou repudiado,
transmite-se aos seus herdeiros o direito de a aceitar ou repudiar.
2. A transmissão só se verifica se os herdeiros aceitarem a herança do falecido, o que
os não impede de repudiar, querendo a herança a que este fora chamado.
Subsequente p/ Jorge Duarte Pinheiro (Galvão Telles contraria, referindo uma “devolução suspensa”)--»
Quando o sucessível primeiramente designado não querer ou não puder aceitar a herança ou legado -
Seria Originária para
2032.º n.º2 Leite Campos/Capelo
de Sousa/ Eduardo
Vocação da pessoal singular que ainda não tenha nascido à data da abertura da sucessão – 66.º n.º2
Santos
Vocação sucessível instituído ou nomeado sob condição suspensiva a qual só corre na data da verificação
da condição – 2229.º
Vocação do fideicomissário, que só é chamado após a morte do fiduciário (2293.º n.º1) Seria Originária para
Pereira
Coelho/Capelo de
Sousa
Legatário já não é possível ser una --» não é uma sucessão universal / não recebe todo o
património hereditário.
Se há legatário, pressupõe a existência de outros herdeiros/legatários
MÚLTIPLA:
Chamamento com mesmo sucessível por vários títulos ou qualidades
Ex.: Herdeiro legítimo e testamentário (múltiplos títulos) | Herdeiro testamentário e Legatário (mesmo título,
pluralidade de qualidade)
Indireta ocorre quando o sucessível prioritário não possa* (não sobrevivência| morte presumida| indignidade |
deserdação) ou não queira (Repúdio) aceitar a herança, sendo então chamado o sucessível subsequente.
*Não é vocação indireta os casos de morte posterior ao de cuius – será transmissão do direito de suceder.
Indireta não ocorre somente quando a anterior é resolvida/realizada, pois a mesma pode nem chegar a ocorrer
– ex.: caso de pré-morte***
“em todos estes institutos se verifica a situação de o
VOCAÇÃO INDIRETA: sucessível subsequente só ser chamado no caso de o
Substituição direta – 2281.º ss sucessível anterior não poder ou não querer aceitar a
Direito de representação – 2039.º ss sucessão (arts. 2281.º, 2039.º e 2301.º), vindo nesse
Direito de acrescer – 2137.º n.º2, 2157.º e 2301.º ss caso o chamado indirectamente a ocupar na sucessão a
mesma posição que competia ao sucessível inicial (arts.
2284.º, 2039.º e 2307.º)” – LMTML (128)
Artigo 2058.º
Transmissão
1. Se o sucessível chamado à herança falecer sem a haver aceitado ou repudiado, transmite-se aos seus herdeiros o direito de a aceitar ou repudiar.
2. A transmissão só se verifica se os herdeiros aceitarem a herança do falecido, o que os não impede de repudiar, querendo a herança a que este fora chamado.
Derivada --» ocorreu uma aquisição originária/prévia por outrem, e depois foi transmitida por morte ao chamado subsequente.
Falecimento posterior ao de cuius
prioritário não possa (não sobrevivência| morte Aqui o representado não chegou a ser chamado
presumida| indignidade | deserdação) ou não ou rejeitou o chamamento sucessório
queira (Repúdio) aceitar a herança
Enquanto na transmissão há dois
“uma forma de vocação indirecta que chamamentos, aqui há apenas um!
abrange os descendentes e os adoptados,
permitindo-lhes ocupar a posição do seu Na sucessão legal e na sucessão testamentária
ascendente ou adoptante que não quis ou (2040.º), e um caso na sucessão contratual
não pôde aceitar a herança ou legado. (1703.º n.º2)
Este é o único caso em que a lei favorece
os descendentes perante o cônjuge”
LMTML (135)
Artigo 2042.º
Representação na sucessão legal Se aplica apenas em relação aos filhos e irmãos do autor da
Na sucessão legal, a representação tem sempre lugar, na linha
recta, em benefício dos descendentes de filho do autor da
sucessão.
sucessão e, na linha colateral, em benefício dos descendentes
de irmão do falecido, qualquer que seja, num caso ou noutro,
o grau de parentesco. Não é possível invocar direito de representação no caso
de ascendentes e cônjuge!
Pode ultrapassar o limite do 4.º grau
de C, pré-falecido, e H, I e J,
2159 n.º2 -» 2/3 por cabeça, 3
B repudiu, C deserdou G.
•H, I, J continuam afastados 2135.º. D
recebe os 40 mil por vocação direta.
Sobrevive-lhe os filhos C e D, e
os irmãos E (germano) F e G
(consanguíneos)
C repudia e herança.
Caberia direito de
Representação por C e D de B
na sucessão de A?
2042.º e 2044.º
2159.º n.º2
Artigo 2058.º
Transmissão
1. Se o sucessível chamado à herança falecer sem a haver aceitado ou repudiado, transmite-se aos seus herdeiros o direito de a aceitar ou repudiar.
2. A transmissão só se verifica se os herdeiros aceitarem a herança do falecido, o que os não impede de repudiar, querendo a herança a que este fora chamado.
Transmissão ocorre:
1. Chamamento de alguém a uma sucessão (transmissão)
2. Falecimento do chamado sem que esse tenha aceite a herança ou legado (transmissão do direito de suceder)
3. Chamamento dos herdeiros do primitivo chamado
4. Aceitação por aqueles dessa sucessão
--» Não se verifica transmissão na Sucessão Contratual – beneficiário da doação mortis causa tem de aceitar a proposta de
doação em vida do doador – 945.º n.º1 – aceitação feita na própria convenção antenupcial – 1700.º
Falecimento do sucessível tem de ocorrer após a abertura da sucessão. O direito de aceitar ou repudiar a herança ou legado se
transmita aos outros herdeiros.
*Chamamento transmissário --» Necessário ter capacidade sucessória em relação ao transmitente e em relação ao primitivo de cuius – primeira e segunda vocação.
*Caso de vocação indireta?
Para Galvão Telles e Pamplona Corte-Real, sim, mas Oliveira Ascensão e Antunes Varela, Jorge Duarte Pinheiro, Luiz Menezes de Leitão, não! Consideram ser uma dupla
transmissão, de modo que só seria necessário verificar os pressupostos da vocação aquando da segunda abertura da sucessão.
Não se trata de uma vocação indireta, pois na primeira vocação o transmissário aceitou a herança do primitivo de cuius conforme o 2058.º n .º2 (diferente do que ocorre na vocação
indireta). Além disso o requisito da existência do chamado é em relação a segunda e não a primeira. Sendo possível uma pessoa não nascida (sem personalidade jurídica) a data da
primeira abertura de sucessão, pode suceder esta, por no momento da segunda abertura da sucessão já preencher todos os pressupostos relativa as duas (capacidade sucessória)
– 2037.º n.º2
Direito de acrescer só funciona dentro de cada título – não se beneficia em caso de pré-morte, incapacidade ou repúdio do herdeiro testamentário -»
ocorre a caducidade da deixa 2317.º a) b) c) e e)
Pressupostos:
1. Designação simultânea de vários sucessíveis da mesma classe para sucederem a herança / legado
2. Impossibilidade de aceitação ou repúdio da herança por parte de algum ou alguns desses sucessíveis
3. Inexistência do direito de representação - 2039.º ss. e 2138.º
Direito de acrescer estrito -» novo chamamento indireto a favor do beneficiário, novo título de vocação sucessória
Direito de não decrescer -» título permanece o mesmo, não há uma vocação indireta, e sim uma expansão do objeto inicial do objeto inicial pelo
facto de outros herdeiros/legatários não puderem ou não quererem aceitar a herança ou legado.
*A parte que a acresce se dá por efeito da lei, não cabe a aceitação (repúdio de parte somente nos termos 2306.º)
A tem X casado com Y como Legítima objetiva 6mil, dividida pelo cônjuge 2/3
(4 mil) e 1/3 (2mil euros) a dividir pelos dois
pais. ascendentes (1 mil para cada)
Testamento
Artigo 1442.º
Direito de acrescer
Salvo estipulação em
contrário, o usufruto
constituído por contrato ou
testamento em favor de
várias pessoas conjuntamente
só se consolida com a
propriedade por morte da
última que sobreviver.
F repudia, não
tem descendentes.
“ocorre quando o autor da sucessão substitui outra pessoa ao herdeiro ou legatário designado para a hipótese
de este não querer aceitar a herança ou o legado” LMTML (132)
Artigo 2281.º
Noção ≠ Substituição fideicomissária (2286.º)
1. O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro
instituído para o caso de este não poder ou não querer aceitar
a herança: é o que se chama substituição directa.
≠ Substituição pupilar | quase-pupilar (2297.º)
2. Se o testador previr só um destes casos, entende-se ter
querido abranger o outro, salvo declaração em contrário SINGULAR: um herdeiro/legatário instituído e um
Artigo 2285.º herdeiro/legatário a substituir
Substituição directa nos legados
1. O disposto na presente subsecção é aplicável aos legados.
2. Quanto aos legatários nomeados em relação ao mesmo PLURAL: vários herdeiros/legatários designados ou substituídos –
objecto, seja ou não conjunta a nomeação, a substituição várias pessoas substituem uma, ou uma substitui várias (2282.º)
recíproca considera-se feita, no silêncio do testador, na
mesma proporção em que foi feita a nomeação.
RECÍPROCA: substituição entre co-herdeiros/co-legatários (2283.º
n.º1 e 2285.º n.º1)
B instituiu como herdeiro •Legítima (2/3) será dividida 2/3 para C e 1/3 para M –
2142.º n.º1
universal L e como substituto
Z. W é filho de L. •Ou seja 2/3 de 2/3 para C (4/9 do total) e 1/3 de 2/3
para M (2/9 do total)
•Z substitui L no 1/3
J é pré falecido.
•G repudia – 2137.º n.º2 -se não houver lugar a
representação, acrescerá à dos outros sucessíveis da
mesma classe.
I. A interpretação do testamento, no sentido da descoberta da vontade real do testador, pode constituir: (i) questão de direito, se feita única e exclusivamente com recurso ao texto do
testamento, caso em que o STJ pode conhecê-la; (ii) questão de facto se for feita com recurso a prova complementar, e neste caso é da exclusiva competência das instâncias, mas sem prejuízo
de o STJ poder sindicar, nos termos do art. 2187.º, n.º 2, do CC, a correspondência da vontade do testador assim determinada, com o contexto do testamento.II. A hermenêutica dos
testamentos é fundamentalmente subjectivista, mas com um certo ingrediente objectivista, consequência da natureza formal do negócio a interpretar.
III. Na interpretação do testamento não pode deixar de se ter em conta o contexto à data da sua outorga e no qual se inspirou a vontade do testador, as suas opiniões pessoais, a sua cultura,
os seus hábitos e comportamentos (sociais e religiosos), em suma, a sua mentalidade ao tempo do testamento.
IV. Porém, a interpretação da vontade do testador tem um limite formal intransponível: a correspondência mínima com o contexto. Ou seja, se a intenção testatória deve ser procurada por
todos os meios possíveis, ainda que exteriores ao testamento, tal intenção só poderá ter-se por decisiva e relevante se de algum modo se reflectir, transparecer ou traduzir nos termos do
testamento.
V. A lei aplicável ao conteúdo do testamento é a vigente ao tempo da abertura da sucessão (data da constituição da situação jurídica sucessória). Pelo que, tendo a testadora falecido em
1948, o regime jurídico a aplicar será o do Código Civil de 1867 (Código de Seabra - ut artº 1761º), ainda que o momento da vocação sucessória ocorra em data posterior à morte do testador
e já após a entrada em vigor do actual Código Civil.
VI. Com efeito, o momento da abertura da sucessão, coincidente com o momento da morte do de cuius, da vocação sucessória e da retroacção da aceitação e partilha sucessória, tem uma
importância capital em matéria de aplicação das leis no tempo. É pela lei vigente nesse momento que se definem os efeitos sucessórios (cfr. artº 12º, nºs 1 e 2, Iª parte, do CCiv) decorrentes da
morte do respectivo autor e das consequentes abertura e vocação sucessória e que são resolvidas as questões jurídicas que se conexionam directamente com o conteúdo de tais efeitos.
VII. O princípio constitucional da não discriminação entre filhos (nascidos dentro ou fora do casamento) – artº 36º, nº4 da CRP – só se aplica às heranças abertas depois do 25 de Abril de
1976, data em que a constituição entrou em vigor. É que as normas constitucionais não têm qualquer vocação de retroactividade. E o princípio geral ou tradicional em matéria de conflitos de
leis no tempo é o consagrado no artº 12º do CCiv, de que a lei nova não tem efeito retroactivo, só se aplicando para o futuro.
VIII. A diferente entendimento não nos levam, seguramente, nem a letra da Lei Constitucional, nem a sua história (ut debates parlamentares), ou, sequer, o seu espírito (não se vislumbra que o
legislador constitucional tivesse a intenção de «expropriar» bens e direitos que os parentes legítimos tivessem adquirido definitivamente com base em regras de vocação sucessórias então
vigentes).
Artigo 2286.º
Noção
Diz-se substituição fideicomissária, ou
fideicomisso, a disposição pela qual o
testador impõe ao herdeiro instituído o
encargo de conservar a herança, para que
ela reverta, por sua morte, a favor de
Testador impõe ao Herdeiro (Fiduciário) o encargo de conservar a herança até a sua morte para outrem; o herdeiro gravado com o encargo
chama-se fiduciário, e fideicomissário o
um segundo sucessor (Fideicomissário | beneficiário da substituição) - cláusula fideicomissária beneficiário da substituição.
Artigo 2296.º
está sujeita a registo. Substituição fideicomissária nos legados
O disposto na presente subsecção é
“Ao contrário do que se verifica na vocação indirecta, que toma por referência outro chamado cuja vocação não se concretizou, aplicável aos legados.
aqui verificam-se e concretizam-se duas vocações, as quais resultam do mesmo negócio jurídico (testamento ou pacto sucessório)
Artigo 2297.º
celebrado pelo de cuius, o que vai permitir a aquisição sucessiva dos bens por parte dos dois chamados” LMTML (156)
Substituição pupilar
Substituição fideicomissária ou fideicomisso-» se concretiza duas vocações, a primeira ao 1. O progenitor que não estiver inibido total
ou parcialmente do poder paternal tem a
fiduciário, e após a morte deste a do fideicomissário (não é vocação indireta) faculdade de substituir aos filhos os
herdeiros ou legatários que bem lhe
aprouver, para o caso de os mesmos filhos
≠ da substituição direta, pois enta o substituído não chega a exercer o direito de suceder. Aqui há falecerem antes de perfazer os dezoito anos
de idade: é o que se chama
dois chamamentos eficazes, o substituto chamado depois do substituído. substituição pupilar.
2. A substituição fica sem efeito logo que o
“«a substituição directa consiste numa dupla disposição alternativa, que se resolverá necessariamente numa única disposição substituído perfaça os dezoito anos, ou se
de bens» , enquanto que «a substituição fideicomissária consiste numa dupla disposição sucessiva, que se traduz normalmente falecer deixando descendentes ou
numa aquisição sucessiva dos bens»” - Carlos Olavo - LMTML (157) ascendentes.
≠ da substituição pupilar ou quase-pupilar que é quando o progenitor substitui ao filho ou ao Artigo 2298.º
Substituição quase-pupilar
maior acompanhado na realização do seu testamento (na qualidade de testador), enquanto que 1 - A disposição do artigo anterior é
aplicável, sem distinção de idade, ao caso
aqui o herdeiro ou legatário é substituído. de o filho ser incapaz de testar em
consequência de uma sentença de
acompanhamento: é o que se chama
O substituto pupilar não é herdeiro do testador, nem recebe os bens, adquirindo somente os bens substituição quase-pupilar.
2 - A substituição quase-pupilar fica sem
do filho ou maior acompanhado, após a sua morte, que foram adquiridos por via do testador. efeito logo que cesse a limitação referida
ou se o substituído falecer deixando
descendentes ou ascendentes.
legitimários referidos no 2156.º, impedindo que o autor da sucessão imponha Artigo 2163.º
Proibição de encargos
encargos sobre a legítima ou designe bens que a devem integrar contra a vontade do O testador não pode impor encargos sobre a
legítima, nem designar os bens que a devem
herdeiro (2163.º) preencher, contra a vontade do herdeiro.
“A formulação legal é bastante infeliz, uma vez que não se devia falarem testador, dada que a protecção da legítima se verifica igualmente em
relação às convenções antenupciais, doações por morte ou mesmo doações em vida, ficando a legítima igualmente lesada se o autor da sucessão
falecer sem testamento, mas realizar algum daqueles actos. E também não é correto referir que o autor da sucessão não pode dispor de uma
porção de bens do seu património, uma vez que o pode sempre fazer a título oneroso, só sendo a legítima afetada por actos de disposição a título
gratuito" - LMTML (295)
Outra crítica ao texto legal é que a lei se refere a "porção de bens", contudo a
legítima é uma quota hereditária. A qual pode variar de um a dois terços da
herança conforme o número de herdeiros legitimários, podendo variar diante
da consideração do valor dos bens alienados gratuitamente pelo de cuius.
“Seria por isso mais correcto definir a legítima como «a quota variáavel da herança, de que o autor da sucessão não pode dispor a título gratuito,
por ser legalmente destinada aos seus herdeiros legitimários»" - LMTML (295)
Abertura da
Sucessão de A 30 mil euros
¼ de 2/3
¼ de 60 mil
Sobrevive – 15 mil euros
B,C,D, E, F, G • 2133.º - Sucessíveis
- B e C --» Prioritários
- G --» 2.ª Classe
QI QD
1 Cônjuge e 6 descendentes
• ¼ Cônjuge
• ¾ para os 6 Filhos = 1/8 cada
1÷6= 1
3x2= 6 1
12
2 4 3 12 2
1+1= 30 10 1x1=
81 27
1
3 27 3 9 27
3x9 = 81
Divisão
1÷3= 1
3 9
REVISÃO
1.º Ponto Escrito
Aceitação 2050.º, 2
Partilha
249.º
Direito de
Representação Partilha
2039.º
não
sobrevivência/
pré-falecido|
Direito de
morte presumida| Partilha
acrescer
comoriência |
indignidade |
deserdação
Substituição
Partilha
Sucessão vulgar
Preferência de
Chamamento Legitimária /
Cálculo da Classe,
Morte – 2031.º dos Herdeiros e Contratual /
Herança Grau, Divisão por
Legatários Testamentária /
Cabeça* Direito de
Legítima
Representação Partilha
2039.º
Direito de
Repúdio 2062.º Partilha
acrescer
Substituição
Partilha
vulgar
A e D têm um patrimônio comum de 300 mil euros. •Como há concurso entre Cônjuge e Descendentes a quota indisponível será de 2/3 (2159.º1) 1
A tem como bem próprio 50 mil euros. •Quanto à quota disponível, esta será de1/3. E será entregue a H, não cabendo nenhuma redução -» sem liberalidades inoficiosas. (2168.º e 2169.º) 2
•Necessário fazer o cálculo do valor total da herança. (2162.º)
A possui um filho do seu anterior casamento, E, que
está separado judicialmente de pessoas e bens de F. •Património de A é composto da Meação de 150 mil + 50 mil de bens próprios, portanto tem 200 mil de Relictum.
•Entretanto tem um passivo de 110 mil, e por isso o Valor total da Herança = Relictum – Passivo = 200-110 mil = 90mil euros 2
E e F possuem um filho, G. •Dos 90 mil, 1/3 é quota disponível que vai para H. 1
D também tem um filho do primeiro casamento, H. •E o restante 60 mil, a Legítima objetiva, será partilhado pelos Herdeiros Legitimários.
•São Sucessíveis prioritários de A são o cônjuge D e os descendentes E e J, visto que I faleceu em simultâneo e pela comoriência 68.ºn.º2 não sucede - 3
A e B tiveram 2 filhos juntos, I e J. 1.ª classe dos sucessíveis 2133.º n.º1 al. a).
1
Um dia, A e I saíram para pescar, e devido a uma •Os ascendentes (C e B) e os descendentes de segundo grau (G) são afastados pelo grau de parentesco (2135.º) 1
brusca mudança no tempo, vieram a sofrer um •Portanto os 2/3 (60mil) serão partilhados por cabeça entre a Cônjuge D e os 2 descendentes E e J (2139.º n.º1)
naufrágio que os levou a óbito.
•Ocorre que E faleceu após a abertura de sucessão sem aceitar ou repudiar a herança, e, portanto, cabe a aplicação do direito de transmissão (2058.º) 1
Alguns dias depois, ambos os corpos foram
localizados, não se sabendo precisar a hora da morte •Serão chamados os herdeiros de E, contudo, apesar de em um primeiro momento verificar que há herdeiros legitimários, é necessário atentar que: 2
de cada um. •a Cônjuge é separada judicialmente de pessoas e bens, e por isso não seria chamada a sucessão
•A filha foi considerada indigna em relação a E (ainda que a condenação tenha ocorrido após a abertura da sucessão de E (234.º -236.º)
Faça a abertura de Sucessão de A, identificando a •O enunciado não faz referência quanto a B e C, se estão ou não vivos. Caso estivessem, são ascendentes de E, e por isso pertencem classe prioritária.
quota-parte que cada um dos herdeiros tem De modo que seriam então chamados a suceder na estirpe de E.
direito considerando que:
•Caso desconsiderem a existência de B e D, é necessário explicar a aplicação da sucessão legítima, e conforme a ordem de classes, seria J a ser
- A deixou 110 mil euros em dívidas chamado, seu irmão germano pela regra de preferência, classe, e grau de parentesco (2133.º n.º1 al. d), 2134.º, 2125.º). Irmão I era falecido e não
- Deixou a sua quota disponível para H. tinha representantes (aqui não influenciaria a comoriência de I com o autor da sucessão, somente se tivesse sido com E)
- G foi considerado indigno por E.
- Antes de iniciarem com a tramitação do processo de •Não cabe o direito de representação (2039.º) por G, já que se trata de uma morte subsequente, mas se E fosse pré-falecido, a indignidade de G em
inventário, J sofreu acidente de carro e faleceu relação a E não a afastaria G da sucessão do avô A.
quando seguia para o velório do seu pai A e irmão I.
•Deste modo na quota indisponível, a legítima objetiva (2/3 dos 90 mil), será partilhada entre D, J e a estirpe de E, neste caso caberá a J. 3
•Portanto dos 60 mil, 20 mil euros da sucessão legitimária vão para Cônjuge D, 20mil euros da sucessão legitimária vão para o filho J, e este ainda
recebe mais 20 mil euros pelo direito de transmissão de E.