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A relação da intelig ência artificial no

consumo de produtos e serviços da


economia criativa
A inteligência artificial é uma solução tecnológica muito presente em
nossas vidas, inclusive quando se refere ao nosso comportamento de
consumo englobando também os produtos e serviços da
economia criativa.

Quando assistir pela primeira vez o filme Exterminador do Futuro de 1984


dirigido por James Cameron tive a conclusão que no futuro seríamos
dominados pela máquina e que o próprio homem iria criar algo que lhe
destruísse.

Por sorte ainda não fomos dominados pela inteligência artificial, mesmo, tendo
bastante participação em nossas vidas ainda que não percebemos.

Porém, a inteligência artificial influencia em ideias, decisões e comportamentos


de consumo trazendo grandes impactos em nossa sociedade contemporânea.

A economia criativa também faz parte deste processo e encontra na


inteligência artificial um aliado para o consumo de seus produtos, serviços e
conteúdos seja online ou offline.

Neste artigo pretendo tratar sobre a relação da inteligência artificial e o


consumo dos produtos e serviços da economia criativa.

Mas antes apresentarei conceitos importantes que irá ajudar compreender


melhor o tema proposto no artigo.

1 — O QUE É:
1.1 Economia Criativa

O termo economia criativa foi mencionado pela primeira vez no livro “The
Creative Economy: How People Make Money From Ideas”, de John
Howkins sendo no Brasil chamado de “Economia Criativa — Como Ganhar
Dinheiro com Ideias Criativas”.

Ela é um composto de ações e práticas relacionados à criatividade, cultura ou


tecnologia que produzem receita e impacto na economia.

Em miúdos, pode ser uma música de Emicida, um livro da Conceição Evaristo


ou o novo filme de Jordan Peale Não! Não Olhe!
Tipo quando estou trabalhando ouvindo Oficina G3 no Spotfy ou maratonando
a série Advogada Extraordinária na Netflix, tudo isso é fruto da economia
criativa.

De acordo com o Sebrae 3% do PIB brasileiro é representado pela economia


criativa, superando países de primeiro mundo como Itália e Espanha.

Apesar do senso comum, a economia criativa não está ligada apenas a


produções da área cultural.

O conceito é mais extenso e diverso abrangendo, por exemplo,


desenvolvimentos de apps que resolvam problemas do cotidiano tal como o
aplicativo Trello que utilizo para ajudar organizar minhas tarefas.

Portanto, para economia criativa a criatividade proporciona o valor de um


serviço ou produto.

1.2 inteligência Artificial

É uma parte da ciência da computação que se predispõe a criar dispositivos


que empreendem atividades que eram apenas especialidades humanas por
intermédio de códigos de programação.

A inteligência artificial está constantemente em nossas vidas que até não


reparamos.

Eu utilizo o Google Assistente para uma pesquisa rápida, peço Alexa para ouvir
Pitty enquanto estudo e uso meu aplicativo de banco com reconhecimento
facial e todos possuem elementos por trás da IA.

1.2.1 Tipos de Inteligência Artificial

Há uma variedade de inteligências artificiais com características distintas,


dependendo do algoritmo empregado.

Alguns algoritmos são imensamente singulares, como a visão computacional e


processamento de linguagem natural (PLN).

No entanto, a maioria são fundamentadas em técnicas de machine e deep


learning.

Machine learning e Deep learning

As inteligências constituídas em aprendizado de máquina ou machine learning,


aplicam redes neurais que atuam como os neurônios humanos.

Assim sendo, são capazes de alterar seu comportamento livremente, com base
em sua experiência própria.
Todo esse conhecimento é oriundo dos algoritimos, relação com informações e
dados munidos pelos consumidores da tecnologia.

As deep learning são mais complexas que machine Learning, pois analisam os
dados e informações com menor tempo.

Em função disso, trabalham com competências menos especificas como o


reconhecimento facial.

2 — NOVO COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR
A revolução das novas tecnologias traz mudanças significativas em mim, em
você e toda sociedade como um todo.

Então o nosso comportamento de consumo também está se transformando em


todos as áreas econômicas e a economia criativa encontra-se igualmente
englobada neste contexto atual.

Estamos mais exigentes, acompanhando e nos adaptando com maior rapidez a


estes novos cenários.

Queremos produtos e serviços que nos engajem e principalmente que seja


personalizado aos nossos gostos e preferências.

Estava assistindo ao desenho japonês Yu Gi Oh! e a Netflix recomendou


animes, séries baseadas em mangas e filmes asiáticos. Um exemplo nítido de
personalização, a partir de um produto consumido na plataforma.

As empresas capazes de oferecer experiências significativas que impactem


positivamente seus consumidores saem na frente.

2.1 Quais são as principais mudanças no comportamento dos


consumidores?

As mudanças na tecnologia trouxeram alterações disruptivas em todos nossos


comportamentos de consumo.

Para nos atingir é preciso que as empresas nos entendam nossas


características e com informação possa nos seduzir.

Vou elencar três características que considero essencial:

2.1.1 — Somos consumidores conectados

Nós somos indivíduos que resolvem nossas vidas por meio de smartphone.
Eu pesquiso assuntos que me interessam, pergunto ao Google quando tenho
dúvida, compro na Shoppee, fico ansioso acompanhado a entrega e ainda
reclamo no site do Reclame Aqui quando algo me chateia.

Então as empresas precisam criar um espaço de dialogo através de canais


digitais em que nós consumidores podemos conectar com as empresas. Assim
estabelecendo relacionamento e conferindo credibilidade a marca.

2.1.2 — Somos consumidores críticos e seletivos

Com maior acesso à informação nos tornamos mais críticos e seletivos.

Ao comprar um produto ou serviço eu busquei descrições e avaliações, acabei


formando uma opinião prévia, assim, identifiquei os defeitos e qualidades da
oferta.

Não apenas permanecemos sujeitos a escolher com base em informações


adquiridas pela propaganda, mas conseguimos avaliar um produto ou serviço
não só pelo preço, mas também o custo-benefício.

Desta maneira, se comprei online ou na loja física, a questão é que na


aquisição, já tinha pesquisado. Nós já temos certeza do que queremos, por que
queremos e não desejamos outro produto ou serviço.

2.1.3 Somos consumidores ativos

Hoje não temos mais vergonha de reclamar e exigir nossos direitos.

Estamos dispostos a interagir e ofertar valiosos feedbacks positivos e negativos


para empresas, pois nossas opiniões serão ditas principalmente nas redes
sócias.

Logo, caso eu me sinta insatisfeito entrarei nos perfis das redes sociais da
empresa e publicarei uma avaliação negativa que será consultada por outros
potenciais consumidores.

3 — ECONOMIA CRIATIVA, CONSUMO E


INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Hoje somos uma geração que contamos com dispositivos de inteligência
artificial acessíveis no mercado, como smart TVs que contém apps como o
Google Assistente. Além das plataformas digitais que coletam nossos dados e
comportamentos a todo tempo.

A economia criativa pode tirar proveito dessa revolução tecnológica e trazer


novas formas de consumos dos seus produtos e serviços.
Nas indústrias criativas encontram-se algoritmos apoiados em redes neurais
que já entendem quais filmes vão me agradar ou quais livros eu tenho maior
possibilidade de comprar na Amazon.

Eu gosto muito de futebol e acabei assistindo à série documental Tudo ou


Nada na Prime Vídeo. No dia seguinte recebo uma notificação no smartphone
avisando sobre o jogo da copa do Brasil que o streaming irá transmitir.

As empresas da economia criativa podem recomendar produtos e serviços, a


partir dos nossos comportamentos e dados em suas plataformas.

Resumindo, a inteligência artificial está substituindo humanos em funções


trabalhosas e repitas, através da automação e as empresas da economia
criativa estão tirando proveito desta ferramenta.

Tenha certeza que seria impossível examinar, associar e verificar os interesses


de milhões de pessoas pelo mundo e ainda oferecer todos os dias novas
recomendações.

A inteligência artificial analisa comportamentos rotineiramente, pois quanto


mais ele aprender sobre o que está bom e o que está ruim para nós, mais
podem começar a otimizar.

A minha conta do Spotfy depois de não escutar músicas sertanejas


recomendadas pela plataforma, o aplicativo nunca mais indicou este estilo
musical.

A inteligência artificial possibilita para economia criativa uma competência


vasta em termos de personalização.

Personalização gera experiência de valor para nós usuários isso significa mais
relevância, angariando novas taxas de vendas.

Por isso, os nossos dados são o novo petróleo, porque mais informações
organizadas, mas as indústrias criativas podem entender os nossos
comportamentos e analisar melhor as experiências disponibilizadas.

O poderio da inteligência artificial na identificação de nossos padrões geram


insights relevantes que ajudam a indicar qual a experiência adequada.

E as pequenas empresas ou grupos culturais também podem se beneficiar.


Mesmo não tendo o investimento das grandes corporações.

Grupos de mídia como a Metha dona do Instagram, Facebook e WhatsApp


disponibiliza dados relevantes podendo essas pequenas empresas e grupos
culturais direcionar um produto ou conteúdo personalizado utilizando trafego
orgânico e pago.

Eu ainda me assusto, mas é cristalino, que este enorme avanço tecnológico, é


também uma grande oportunidade para a economia criativa.
3.1 case da música Envolver de Anitta

No dia 24 de março Anitta entrou na história como a primeira brasileira a está


em primeiro lugar no ranking global do Spotfy.

Mas como ela conseguiu tal feito? Planejamento, organização e soube utilizar a
inteligência artificial ao seu favor. Vamos destrinchar.

Ela criou uma coreografia que viralizou no TikTok com um challange conhecida
como “el passo de Anitta”. Anônimos e famosos tentavam imitar os passos que
ajudou evidenciar a música.

Anitta sabe que a inteligência artificial do Tiktok que privilegia vídeos com
músicas e danças para aumentar o alcance e ela sempre compartilhava em
suas redes quando alguém imitava.

Na esperança de aparecer nas redes da cantara muita gente fazia seus vídeos
com a música envolver.

O grande diferencial explorado pela equipe de Anitta era coreografia ser


inusitada e com certo grau de dificuldade que consiste em fazer uma prancha e
descer lentamente enquanto rebola.

Anitta utilizou o serviço Marqee uma ferramenta de promoção de artistas dentro


do Spotfy. Ou seja, quem adquire este serviço do Spotify aparece mais vezes
para os usuários da plataforma, principalmente em playlists.

Com seu público engajado, com estratégia perfeita e com ajuda da inteligência
artificial Anitta fez e pelo visto continuará fazendo história.

4 — CONCLUSÃO
É nítido que Inteligência artificial é uma realidade em nossas vidas e nos
produtos consumimos, por isso trago um questionamento importante:

Como os profissionais da economia criativa estão preparados para pensar


produtos e serviços com base na inteligência artificial?

“Toda revolução gera um impacto que a indústria precisa ficar atenta. Ganha a
empresa que saiba oferecer um produto ou serviço focado nas novas
necessidades do cliente” Consultor Ricardo Gazoli.

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