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A Modernidade
A imagem do artista
“Musset nunca teria entendido quanto trabalho se requer para ‘fazer com
que de uma fantasia nasça uma obra de arte’” p.67
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Cf. “O pintor da Vida Moderna” descr. de Constantin Guys trabalhando
Flâneur X poeta
Coerentemente com essa maneira de trabalhar
“o flâneur de Baudelaire não é um auto-retrato do poeta no grau
que se poderia imaginar” p. 69.
flâneur x basbaque:
Marx “Os burgueses têm ótimas razões para imputar ao trabalho uma
força criadora sobrenatural, pois justamente do condicionamento do trabalho
à natureza se segue que o homem desprovido de qq outra propriedade além
de sua força de trabalho deve ser, em quaisquer condições sociais ou
culturais, escravos dos outros homens que se fizeram detentores das
condições concretas de trabalhos.” 71
A imagem do despossuído
B “No peito de seus heróis não reside nenhum sentimento que não
encontra lugar no peito dessa gente miúda, reunida para ouvir a música
militar.”73
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O público que neles aparece não é de modo algum aquele em circula
o flâneur.” 73
O herói moderno
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Modernidade e suicídio
Modernidade suicídio
Suicídio
O semblante da modernidade
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E, no entanto, há temas da vida privada bem mais heróicos.
Baudelaire o define:
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“Aqui temos um homem -- ele tem de recolher na capital o lixo do dia que
passou. Tudo o que a cidade grande jogou fora, tudo o que ela perdeu,
tudo o que desprezou, tudo o que destruiu, é reunido e registrado por ele.
Compila os anais da devassidão, o cafarnaum da escória; separa as coisas,
faz uma seleção inteligente; procede como um avarento com seu tesouro e
se detém no entulho que, entre as maxilas da deusa indústria, vai adotar a
forma de objetos úteis ou agradáveis.” 78
Trapeiro e poeta
Trapeiro e poeta
o passo do poeta que erra pela cidade a cata de rimas; deve ser tb o passo do
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Baudelaire mais velho “insinua já não sentir empatia pela espécie de
gente entre a qual buscava heróis na juventude.”79
“Na verdade, esse recuo já está previsto no conceito de herói moderno que,
fadado à decadência, dispensa o surgimento de qq poeta trágico para
descrever a fatalidade dessa queda. Mas assim que vê os seus direitos
conquistados, a modernidade expira. Então será posta à prova. Após a sua
extinção, verificar-se-á se algum dia pode ou não tornar-se antiguidade.” 79-
80
Baudelaire “Na época em lhe coube viver, nada lhe está, mais próximo da
‘tarefa’ do herói antigo, dos ‘trabalhos’ de um Hércules, do que a que se
impôs a si mesmo como a sua: dar forma à modernidade.” 80
modernidade X antigüidade
“sua teoria não superou a renúncia que, em sua obra, aparece como perda da
natureza e da ingenuidade.”81 “expressão da parcialidade da teoria é sua
dependência de Poe.
Haussmann
“A cidade de Paris ingressou neste século sob a forma que lhe foi dada por
Haussmann.” 84
Transformação da imagem da cidade
Bairros inteiros foram destruídos
Começou as obras em 1859
“Aquilo que sabemos que, em breve, já não teremos diante de nós torna-se
imagem. 85
Meryon (água-forte)
Meryon
teve em Baudelaire o único defensor 85
B. sobre M. “quando se trata de Meryon, referencia a modernidade,
mas lhe homenageia o rosto antigo
Porque também em Meryon se interpenetram a antiguidade e a
modernidade. 86
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Também em Meryon se manifesta inconfundivelmente a forma dessa
superposição, que é a alegoria. 86
Mulher
“Para Baudelaire, a mulher vale como escrava ou animal, mas lhe dirige as
mesmas homenagens que são prestadas à Virgem Maria .... Amaldiçoa o
progresso, abomina a indústria do século...e, no entanto, usufrui o toque
especial que essa indústria trouxe à vida diária. 92
“A modernidade se revela como sua fatalidade. Nela o herói não cabe; ela
não tem emprego para esse tipo. Amarra-o sempre a um porto seguro;
abandona-o a uma eternidade ociosa. Nessa sua derradeira encarnação o
herói aparece como dândi.”
Figuras que, graças à sua energia e serenidade, são perfeitas em cada
gesto. 93
Age como se fosse levado pela própria grandeza
Assim se compreende a crença de Baudelaire de que sua flânerie, em
certas horas, se revestisse da mesma dignidade que a tensão de sua
força poética. 93
O Dândi
Para B. o Dândi se apresentava como descendente de grandes
antepassados
O dandismo é para ele “o último brilho do heróico em tempos de
decadência.
O dândi é uma criação dos ingleses, que eram líderes do comércio
mundial. 93 – (nas mãos dos especuladores da bolsa de Londres)
Ver aproximação do dândi como especulador da Bolsa de valores.
Ao pintar Baudelaire, Coubert reclama que a cada dia Baudelaire tem uma
aparência diferente. 95
O Incógnito
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“Por detrás das máscaras que usava o poeta Baudelaire guardava o
incógnito. O tanto que tinha de provocador no trato, tinha de prudente em
sua obra. O incógnito é a lei da sua poesia.”
Sua versificação é comparável à planta de uma grande cidade. 95
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RESUMO
trabalho
a) questão distração x trabalho
b) o traço daquele que se entrega à sua obra não entrou
nessa
imagem.
a) o despossuído
transfigura a paixão e o poder decisório
B. mais velho recua não sente mais empatia pela espécie de gente
entre a qual buscava os seus heróis.
mas esse recuo já está previsto no conceito de herói moderno, fadado à
decadência; à fatalidade da queda.
“Na época que lhe coube viver, nada lhe está mais próximo da tarefa do
herói antigo dos trabalhos de um Hércules Dar forma à
MODERNIDADE.
Imagens de herói:
-Flâneur
- apache
dândi
trapeiro
conspirador
prostituta
A Alegoria
B. O INCÓGNITO é a lei da sua poesia - ler p. 95
sua versificação = comparável à planta de uma grande cidade
“alguém pode movimentar-se despercebido, encoberto por
quarteirões de casas, portais, cocheiras e pátios” nessa planta,
“indicam-se as palavras o seu lugar exato”
Ver p. 97
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9 - “A cidade de Paris ingressou neste século sob a forma que lhe deu
Haussmann transformação da imagem da cidade
Haussmann
W.B. “Pode-se supor que, em seu período de incubação, essa limpeza fosse
capaz de agir sobre uma fantasia significativa com tanta força, se não mais,
quanto o espetáculo dos próprios trabalhos urbanísticos.” - Cita Joubert
“os poetas são mais inspirados pelas imagens do que pela pp presença dos
objetos.”
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“Meryon fez brotar a imagem da antiga cidade sem desprezar um
paralelepípedo” era essa a visão da coisa à qual Baudelaire
continuamente se entregara na idéia da Modernidade.
O desejo de B foi satisfeito, mas aponta para uma questão que é perceptível
em seu tempo
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