[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]
formais, bem como rurais e informais, não
SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE (SUS)
SUS
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
BRASIL COLONIA (1500-1889)
O Brasil não dispunha de nenhum modelo de
atenção a saúde da população.
MODELO CAMPANHISTA (1889-1920)
a assistência saúde restringia-se as situações de
epidemia e aos casos de especial interesse de
saúde publica (como varíola, febre amarela...),
conhecido como modelo campanhista.
ATENÇÃO: tem como principal representante
Oswaldo Cruz, e foi eficiente no controle de
doenças epidêmicas, tendo marco a Revolta da
Vacina Antivariólica.
CAPS (1923-1933)
Aprovada a Lei Eloy Chaves, marco inicial da
Previdência Social. Por ela foram criadas as
Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), nas
quais funcionários de empresas depositavam
parte de seu salário em fundos para que um dia,
caso precisassem de recursos para saúde,
tivessem de onde tirar. Neste momento o Estado
quase não possuía fiscalização das ações.
IAPS (1933-1966)
Com a depressão econômica mundial e as
reformas propostas pelo governo Vargas, o
estado começa a assumir um papel central na
coordenação da saúde. As CAPs foram então
substituídas pelos Institutos de Aposentadorias e
Pensões, controlados pelo Estado.
ATENÇÃO: A assistência médica prestada pelos
IAPs apresentava alguns problemas, sendo
principal a excludência. Muitos trabalhadores
pertenciam aos ramos de atividade cobertos pelos
IAPs.
INPS (1966-1977)
O golpe militar e o Governo que se instituiu
criaram condições propicias para alterar o sistema
de previdência social. Unificou-se então os IAPs
num único instituto, o Instituto Nacional da
Previdência Social. Eram inclusos na assistência
médica:
• Trabalhadores formais contribuintes;
• Trabalhadores autônomos contribuintes;
Essa ampliação para trabalhadores autônomos
gerou problemas pois os estabelecimentos não
comportavam a nova clientela. Para tanto
houveram inúmeros investimentos em
ampliações e até mesmo contratar
estabelecimentos privados (e quando estes
serviços eram insuficientes havia investimento
governamental em sua ampliação).
PROBLEMA: O governo começou a gastar muito
(novas instalações, ampliações e com obras que
não de saúde), e então o plano faliu.
INAMPS (1977)
Numa tentativa de controlar os gastos e de
contornar a situação financeira caótica, é criado o
INAMPS (Instituto Nacional da Assistência
Médica e Previdência Social) – criando um limite
e um teto para cada procedimento
PROBLEMA: Os estabelecimentos privados para
não perder o lucro, desviavam recursos para
procedimentos que pagavam mais);
REFORMA SANTÁRIA (1980)
Em decorrência da crise econômica e social em
que vivíamos, surgiu o Movimento Sanitário, um
movimento de reformulação das concepções e
práticas de saúde no Brasil, envolvendo diversos
segmentos da sociedade (professores, estudantes,
profissionais...). Foi responsável pelas proposições:
• Universalizar o direito a saúde;
• Integrar ações curativas e preventivas;
• Descentralização administrativa;
• Promover a participação e controle social;
8ª CONFERENCIA DE SAÚDE (1986)
Considerada o ápice da Reforma Sanitária. Nela
foram apresentados os fundamentos para o SUS,
aprovado o conceito ampliado de saúde e
concebida a ideia de saúde como direito
fundamental.

CONSTITUIÇÃO DE 1988 – SUS (1988)
Os conceitos estabelecidos pela conferencia
nacional em 1986 fora “oficializados” pela
promulgação da nova Constituição em 1988.
DICA: Por que sistema ÚNICO? Porque ele segue
a mesma doutrina e os mesmos princípios
organizativos em todo território nacional, sob
responsabilidade das três esferas do Governo
(federal, estadual e municipal);
MUITA ATENÇÃO: O SUS NÃO é um sucessor do
INAMPS e sim um NOVO sistema de saúde.
NORMAS OPERACIONAIS
A partir da criação do SUS, foram criadas novas
leis para acertar e adequar seu funcionamento, só
que não foram chamadas de leis e sim NORMAS
OPERACIONAIS.
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 91 (NOB 91)
NOB NOVENTA E UM = LEI SEM NOÇÃUM
Suas principais características:
• Centraliza a gestão no nível federal (???).
• Municípios de comportam como
prestadores de serviço (???).
• Recebimento conforme a produção (???).
• LEI SEM NOÇÃO (aparenta regresso)
• Feita para ganhar tempo na transição
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 93 (NOB 93)
NOB NOVENTA E TRES = TRES PODERES
Inicia e organiza o processo de
DESCENTRALIZAÇÃO, criando as COMISSÕES:
• BIPARTITE: estados (CONASS) e ❐PACTO EM DEFESA DO SUS
municípios (COSEMS).
• TRIPARTITE: Ministério da Saúde, estados
(CONASS) e municípios (CONASEMS)
DICA: NOB 93, três de três poderes!
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 96 (NOB 96)
NOB NOVENTA E $EI$ = NOB DO $$$
Além de dar autonomia ao município (gestão
plena da atenção básica) estabelece o PISO DA
ATENÇÃO BÁSICA:
• Fixo: cálculo per capita;
• Variável (transferido mediante a da Saúde), foram definidos os princípios
implementação de ações específicas):
destinada ao financiamento da ESF, NASF,
ACS, dentre outros
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]
NORMA OPERACIONAL DA ASSISTENCIA A SAUDE
2001 (NOAS 2001)
Adota a estratégia de regionalização por meio de
um Plano Diretor que propõe a divisão
administrativa do estado em sub-regiões,
promovendo maior equidade na distribuição dos
recursos. Ao avaliar o perfil de cada município,
criou-se micro e macrorregiões de saúde, que são
aglomerados de municípios com um sistema
completo de saúde (atenção básica, média e alta
complexidade, etc). Também institui o PAB
Ampliado (coloca alguns serviços extras que se o
município realizar, ganha mais recurso);
PACTO PELA SAÚDE 2006
❐PACTO PELA VIDA
É SEMPRE COBRADO EM PROVAS
Teve como prioridades:
• Saúde do idoso.
• Câncer de mama e colo uterino.
• Mortalidade infantil e materna.
• Doenças emergentes e endemias (dengue,
lepra, tuberculose, malária e influenza).
• Promoção à saúde (qualidade de vida).
• Atenção básica (PSF / ESF).
ATENÇÃO: Em 2009 foi atualizado,
adicionando-se as seguintes prioridades
• Saúde Mental (CAPS).
• Saúde do Homem.
• Saúde do Trabalhador.
• Pessoas com deficiência.
• Pessoas em risco de violência.
• Hepatite e AIDS.
• Saúde Oral (bucal).
Defesa e fortalecimento dos princípios do SUS
como sistema prioritário e fundamental.
❐PACTO DE GESTÃO DO SUS
Fortalece as responsabilidades das três esferas
participantes (Federação, Estado e Município).
PRINCÍPIOS (LEI 8.080)
LEI 8.080 = PRINCIPIOS DOUTRINÁRIOS E
ORGANIZACIONAIS
Na constituição e na Lei no 8.080 (Lei Orgânica
doutrinários e operacionais do SUS, que
guiarão sua implantação.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

UNIVERSALIDADE
Visa assegurar a acessibilidade e o acolhimento
das pessoas nos serviços de atenção à saúde.
EQUIDADE
Define que os indivíduos são diferentes, possuindo
características biológicas, psíquicas, culturais e
sociais diversas. “De forma resumida, define tratar
de forma desigual os desiguais”.
ATENÇÃO: grupos vulneráveis devem receber
uma maior atenção, diminuindo assim a
desigualdade.
MUITO CUIDADO: As questões sempre tentam
confundir equidade com universalidade, sendo
que na maioria das vezes o gabarito será
“universalidade”. Por isso analise sempre com
calma!
INTEGRALIDADE
Visa enxergar o ser humano como um todo,
incluindo seus aspectos biopsicossociais, com
ações em todos os níveis de prevenção e serviços
dos mais variados níveis de atenção.
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS
DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO
É a redistribuição das responsabilidades entre os
vários níveis de governo (municipal, estadual e
federal) quanto as ações e aos serviços de saúde.
Para melhor cumprimento desse principio existe a
concepção do comando único, na qual cada
esfera do governo é autônoma e soberana nas
suas decisões e atividades, desde que respeite os
princípios gerais.
REGIONALIZAÇÃO
São ações e serviços públicos integrados em uma
rede regionalizada, com serviços organizados e
circunscritos considerando uma área geográfica
delimitada para atender às características de
determinada região.
HIERARQUIZAÇÃO
A atenção primária é considerada o primeiro nível
de atenção à saúde, logo deve funcionar como
porta de entrada de todo o sistema de
saúde. Observe:
• Atenção primária: menor densidade
tecnológica. Ex: unidade básica de saúde;
• Atenção secundária: densidade
tecnológica intermediária. Ex: serviços
especializados em nível ambulatorial e
hospitalar; e
• Atenção terciária: alta densidade
tecnológica. Ex: hospitais de grande porte.
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
Entende que a população deve participar do
processo de formulação das politicas publicas de
saúde e do controle de sua execução em todos os
níveis de governo. É reafirmada e destrinchada
pela lei 8.142.
RESOLUBILIDADE
Os serviços devem estar capacitados para
enfrentar e resolver os problemas de saúde.
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO
O SUS deve contratar os serviços privados quando
os públicos forem insuficientes. A contratação
deve ocorrer sob três condições:
• Por celebração de contrato, conforme as
normas de direito publico;
• A instituição privada deve estar de
acordo com os princípios e normas
técnicas do SUS;
• Deve seguir a logica organizativa do
SUS em termos de regionalização e
hierarquização;

MUITO CUIDADO: Atualmente no SUS há
predomínio do financiamento pelo setor publico,
entretanto o predomínio de prestação de serviços
é pelo setor privado!
ATENÇÃO: A relação publico-privada é um dos
temas mais cobrados em provas e quase sempre
abordando a mesma situação: Quem tem plano
de saúde pode usar o SUS (procedimentos,
medicamentos...)? SIM, sempre respeitando o
princípio da universalidade. A única diferença
aqui é que os custos dos procedimentos
utilizados (daqueles cobertos pelo plano de
saúde), serão ressarcidos ao SUS pela operadora
para que os custos do tratamento sejam
reinvestidos na saúde. E se o plano não cobrir? o
SUS arca com todas as despesas.
CONTROLE SOCIAL (LEI 8.142)
CONSELHO DE SAÚDE
Atente-se as principais características:
• Tem composição PARITÁRIA:
o 50% Usuários,
o 25% profissionais da saúde,
o 12,5% trabalhadores de outras
áreas
o 12,5% representantes do
Governo)
• Atua no CONTROLE e na EXECUÇÃO dos
gastos e saúde;
• São PERMANENTES e DELIBERATIVOS;
• Periodicidade MENSAL;
CONFERÊNCIAS
Atente-se as diferenças em relação ao conselho:
• São convocadas pelo executivo ou
conselhos;
• AVALIAM e CRIAM diretrizes;
• Também tem formação paritária (50%
será formada por usuários, 25%
trabalhadores e 25% prestadores);
• Periodicidade de 4 em 4 anos;
FINANCIAMENTO
QUEM GASTA MAIS?
Em total, os gastos em saúde no Brasil atingem
em maior proporção o setor privado, nos planos
de saúde e cuidados particulares, correspondente
a uma porcentagem de 55%, enquanto o Sistema
Único de Saúde (SUS) corresponde aos outros
45%.
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
LEI 8.142
Essa lei ficou famosa por definir a participação da
comunidade do SUS pelos Conselhos e
Conferências de Saúde, além de acrescentar
normativas em relação ao financiamento em
saúde. Foram elas:
• Estabelecimento de critérios para
municípios, estados e Distrito Federal
receberem recursos;
• Garantia aos municípios um percentual do
Fundo Nacional de Saúde; e
• Definição do modo de alocação dos
recursos do Fundo Nacional de Saúde.
CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE A
MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF)
Em vigência entre os anos de 1997 e 2007,
implementada pelo governo Federal, com o
objetivo de taxar as movimentações
bancárias/financeiras e que os valores fossem
destinados ao orçamento em saúde. Não foi um
sucesso absoluto, pelos seguintes fatores:
• Os valores arrecadados não foram o
suficiente, pois aumentou, mas os recursos
reduziram de outras fontes;
• Os recursos passaram as ser empregados
também para a Previdência Social e ao
Fundo de Combate e Erradicação da
Pobreza;
EMENDA CONSTITUCIONAL 29
Para rever os prejuízos deixados pela CPMF e para
reverter o subfinanciamento do SUS, foi criada a
EC 29, que definiu o valor de contribuição de cada
esfera:
• 15% da arrecadação par municípios e DF;
• 12% da arrecadação para estados e DF; e
• Valor do ano anterior + variação do PIB
para a União.
PROBLEMA: não resolvia os fatores de
desigualdades regionais do financiamento,
resultando em menores valores financeiros para
regiões como Norte e Nordeste, pois sua
arrecadação era menor.
EMENDA CONSTITUCIONAL 86
Fixa o percentual de investimentos em saúde da
União, em relação à arrecadação.
EMENDA CONSTITUCIONAL 95
Desde 2016 foi instituído o Novo Regime Fiscal da
União, pela Emenda 95/2016, que limita o

aumento de gastos públicos durante 20 anos
(valor do ano anterior + correção pela inflação) e
revoga a validade da Emenda 86/2015. Isso traz
prejuízo para o orçamento de saúde, pois a
correção da inflação não aumenta recursos,
somente atualiza o valor.
COMO FUNCIONA O FINANCIAMENTO HOJE?
REQUISITOS PARA RECEBIMENTO
O repasse financeiro dos recursos do SUS é feito
diretamente do Fundo Nacional para os fundos
dos Estados e para os fundos dos Municípios. Para
receberem o repasse dos recursos, os estados, os
municípios e o DF devem contar com:
• Fundo de saúde;
• Conselho de saúde;
• Plano de saúde;
• Contrapartida de recursos para saúde no
orçamento;
• Comissão de elaboração de Plano Carreira,
Cargos e Salários (PCCS);
Na ausência das condições acima citadas nos
municípios, os recursos provenientes do
financiamento do SUS serão administrados pelo
estado correspondente ou pela União até que o
município passe a cumprir tais condições
VALORES MÍNIMOS A SEREM APLICADOS
A Lei Complementar 141/2012 define os valores
mínimos de recursos a serem aplicados:
• União: o valor empenhado no exercício
financeiro anterior, acrescido da variação
de IPCA.
• Estaduais e do DF: no mínimo, 12% do
valor arrecadado através dos impostos;
• Municipais e do DF: no mínimo, 15% do
valor arrecadado através dos impostos;
CUIDADO: O repasse pela União não é mais
dependente do PIB, e sim do IPCA! Outro ponto,
não tem valor fixo como os estados (12%) e
municípios (15%).
BLOCOS DE FINANCIAMENTO
As transferências de recursos federais para a
saúde são feitas através de blocos de
financiamento:
• Bloco de Custeio das Ações e Serviços
Públicos de Saúde: manutenção da
prestação das ações e dos serviços
públicos da saúde.
• Bloco de Investimento na Rede de
Serviços Públicos de Saúde: ampliação de
UBS, aquisição de equipamentos,
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]
implantação de serviços e ações em saúde,
desenvolvimento de tecnologias.
ATENÇÃO: os gestores precisam comprovar a
aplicação dos recursos recebidos nas despesas
previstas e eventuais
ATENÇÃO BÁSICA E ESF
DEFINIÇÃO
Antes de tudo é fundamental entendermos que
Estratégia de Saúde da Família e Atenção Básica
são distintas!
ATENÇÃO BÁSICA
É o conjunto de ações de saúde que envolvem
promoção, proteção, diagnóstico, tratamento,
reabilitações sobre as quais as equipes de saúde
assumem responsabilidade.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
É a estratégia prioritária para organização da
atenção básica no SUS.
ATENÇÃO: A ESF não é a única estratégia para
organização da AB.
DICA: Utiliza tecnologia de ALTA
COMPLEXIDADE (muito conhecimento) e BAIXA
DENSIDADE (equipamentos reduzidos com
máxima resolutibilidade)
ATRIBUTOS ESSENCIAIS E DERIVADOS
Barbara Starfield definiu os cuidados primários à
saúde ao nível mundial, sugerindo alguns
princípios da atenção primária à saúde (APS)
ESSENCIAIS
PRIMEIRO CONTATO
refere ao conceito na qual a APS deve funcionar
como porta de entrada preferencial do sistema de
saúde, com fácil acesso. São características
fundamentais:
• Fácil acesso;
• Disponibilidade (horário de
funcionamento, agendamento...);
LONGITUDINALIDADE
Pressupõe que a atenção à saúde seja regular e
continuada com seguimento ao longo do tempo,
fortalecendo assim o vínculo entre a equipe de
saúde e o usuário ou a comunidade.
INTEGRALIDADE
A equipe tem que lidar com TODOS os problemas
da população e os problemas que sua
 [GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

competência não resolve tem que se organizar ATENÇÃO: A eSF pode ser reponsável por
para que a população não deixe de receber (rede quantas pessoas? Em média 2000 a 3500 pessoas.
de saúde)
EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA
COORDENAÇÃO DO CUIDADO
Esta equipe também deve ser composta por
Envolve a articulação do fluxo entre os diferentes médico e enfermeiro, especialista em Medicina da
pontos da rede de atenção à saúde com o objetivo Família e Comunidade e saúde da família,
de resolver a demanda de saúde da população. respectivamente. E ainda, por auxiliares e/ou
técnicos de enfermagem. Aqui, o ACS não faz
DICA: As principais ferramentas que facilitam parte da equipe principal, mas ele pode vir a
essa troca de informações entre profissionais é fazer parte.
o sistema de referência e contrarreferência.
NASF
DERIVADOS
Formado por uma equipe multiprofissional e
ENFOQUE FAMILIAR interdisciplinar, responsável por fornecer suporte
Leva em consideração o contexto familiar, clínico, pedagógico e sanitário às Equipes de
mapeando possíveis fatores de origem do Saúde da Família e de Atenção Básica. Os
problema. Outra forma seria através do profissionais de saúde que constituem o NASF-AB
fortalecimento de vínculos, suporte e auxílio nos podem ser: nutricionista, pediatra, assistente
cuidados à saúde. social, fisioterapeuta, profissional ou professor de
educação física e fonoaudiólogo. Os componentes
ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA do NASF-AB são escolhidos pelo gestor local
com base nas demandas territoriais.
Refere ao reconhecimento das necessidades em
saúde da comunidade, além de suas ATENÇÃO: O NASF NÃO É PORTA DE ENTRADA!
potencialidades, por meio de dados
epidemiológicos e mapeamento do perfil da
população. MEDICINA DE FAMÍLIA E
COMUNIDADE
COMPETENCIA CULTURAL
Busca que o médico adote uma linguagem mais PRINCÍPIOS
acessível para a realidade cultural do paciente, Existem quatro princípios principais da MFC, são
buscando compreender a linguagem da eles:
população e o desenvolvimento de habilidades de
comunicação, facilitando assim sua aceitação na • O médico especialista deve ser um
comunidade. clínico qualificado – um clínico com
saberes construídos de modo direcionado
CARACTERÍSTICAS às necessidades de atuação.
A Atenção Primária à Saúde é composta por • A atuação do médico de família é
duas equipes principais influenciada pela comunidade – o
profissional deve ser capaz de se adaptar
EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA às mudanças e necessidades da
comunidade.
A Equipe de Saúde da Família é a prioritária, já
• O médico de família e comunidade é
que é a estratégia com mais chances de ampliar a
recurso de uma população definida – o
resolutividade. Devem fazer parte
médico deve desenvolver empatia e
obrigatoriamente desse grupo: confiança com seus pacientes, assumindo
• Médico (preferencialmente da a responsabilidade sobre as pessoas. Para
especialidade de MFC); isso, é fundamental que haja uma boa
distribuição dos pacientes, sem
• Enfermeiro (preferencialmente
sobrecarga.
especialista);
• Auxiliar e/ou técnico de enfermagem; • A relação do médico-pessoa é
• Agente Comunitário de Saúde (devem ser fundamental para o desempenho do
responsável pro grupo de 750 pessoas em médico da família e comunidade – o
media); médico deve transmitir otimismo e
coragem, demonstrando também
ATENÇÃO: A carga horária deve ser de 40 horas discernimento e autodisciplina.
semanais para TODOS os profissionais.

MÉTODO CLÍNICO
O método utilizado é o Método Clínico Centrado
na Pessoa (MCCP). Seus componentes são 4 e
possuem uma característica em
comum: promover a autonomia da pessoa no
seu cuidado.
1º COMPONENTE: EXPLORANDO A DOENÇA E A
EXPERIENCIA DA DOENÇA
A doença, a saúde e a experiência da doença
interagem entre si. Existe aqui uma discussão
sobre a diferença entre os conceitos de “disease”
e “illlness”:
• Disease: refere-se às alterações
patológicas observadas no paciente,
atribuindo, ao seu quadro clínico, uma
definição mais técnica.
• Ilness: vivência do adoecer do indivíduo de
forma subjetiva e particular.
DICA: O método mnemônico SIFE pode auxiliar o
profissional a avaliar a dimensão da experiência
da doença:
• S – sentimentos relacionados ao problema;
• I – ideias da pessoa sobre o que pode estar
errado;
• F – como o problema afeta suas funções;
• E – expectativas do que pode ser feito.
2º COMPONENTE: ENTENDENDO A PESSOA
COMO UM TODO
Avalia-se a compreensão da história de vida do
indivíduo, as particularidades de sua vivência que
o fizeram se tornar a pessoa que está ali na sua
frente. Assim, nos casos em que há dúvidas sobre
a doença investigada, deve-se avaliar o ciclo de
vida, a estrutura familiar, e a rede existente entre
ele, sua família e a comunidade.
ATENÇÃO: Não é um processo feito em apenas um
atendimento, mas sim com um acompanhamento
contínuo.
3º COMPONENTE: ELABORAR UM PLANO
CONJUNTO
Deve haver a criação de um plano entre o médico
e o paciente para resolução do problema. Essa
etapa ajuda para que o paciente se torne mais
ativo em relação ao seu cuidado em saúde,
estimulando-o a adquirir essa autonomia.
4º COMPONENTE: INTENSIFICANDO A membro da família. Os diferentes índices de cada
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE
É necessário que se desenvolva estratégias a fim
de garantir uma relação de alta qualidade com
[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]
esse, o que pode colaborar e ser a própria
terapêutica do processo de tratamento.
FERRAMENTAS E INSTRUMENTOS
ANATOMIA FAMILIAR
GENOGRAMA
É uma ferramenta que utiliza símbolos para
fornecer uma visão ampla do contexto da família,
incluindo aspectos hereditários, de doenças,
relacionamentos e hábitos de vida, e deve ser
construído com pelo menos 3 gerações.
ECOMAPA
Expressa a relação entre a pessoa e o meio em
que ela vive, mostrando, por exemplo, como a
pessoa está vinculada aos serviços de saúde,
igrejas, entre outros.
CICLO DE VIDA
As famílias podem mudar conforme o tempo, com
mudanças de componentes, saídas de casa,
questões sociais e falecimentos que podem afetar
a estrutura familiar. Esses momentos de transição
representam tempos de maior vulnerabilidade, e o
médico deve reconhecer todos esses aspectos
para orientar e ajudar as famílias.
FUNCIONAMENTO
FIRO
As “Orientações Fundamentais nas Relações
Interpessoais” − Fundamental Interpersonal
Relations Orientations (FIRO) − procuram avaliar
os sentimentos de membros da família, na
vivência das relações do cotidiano.
PRACTICE
Esse instrumento facilita a coleta de informações
e entendimento do problema, seja ele de ordem
clínica, comportamental ou relacional, assim como
a elaboração de avaliação e construção de
intervenção, com dados colhidos com a família,
facilitando o desenvolvimento da avaliação
familiar.
APGAR FAMILIAR
Reflete a satisfação de cada membro da família,
representado pela sigla APGAR: Adaptation
(Adaptação), Partnership (Participação), Growth
(Crescimento), Affection (Afeição) e Resolve
(Resolução). A avaliação será ́ feita para cada
membro devem ser comparados para se avaliar o
estado funcional da família.